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MÓDULO PERDA DE SANGUE – P5 | Luíza Moura e Vitória Neves HEMOPTISE INTRODUÇÃO A hemoptise é a: Expectoração de sangue originário dos pulmões ou da árvore traqueobrônquica, de um volume de sangue de 300 a 600 mL em 24 horas A maioria dos casos de hemoptise na emergência é de pequena monta, também chamados de escarros hemoptoicos, principalmente associados a infecções respiratórias ou bronquiectasias infectadas. A hemoptise também pode ser uma complicação iatrogênica de procedimentos broncoscópicos em até 2 a 10% dos casos, sobretudo em biópsias via broncoscopia. A!! A taxa de sangramento é o maior determinante de mortalidade, sendo a asfixia a principal causa de morte. CLASSIFICAÇÃO A hemoptise pode ser classificada em: Maciça; Não maciça; Leve. MACIÇA – COM RISCO DE VIDA É definida como maciça (1 a 5% dos casos) quando a: Expectoração de sangue excede >600 mL em 24 horas; ou Quando o paciente evolui com instabilidade hemodinâmica ou insuficiência respiratória. A!! Como na prática a quantificação do sangramento pode ser difícil, valorizar critérios de gravidade clínica é sempre importante, mesmo que o volume de sangue perdido seja incerto. NÃO MACIÇA As hemoptises não maciças também precisam de avaliação rápida, já que: Hemoptises 100-600mL em 24 horas podem cursar com risco de obstrução de vias aéreas, sendo maior o risco de ressangramento importante nesses pacientes. A!! Nesses casos é frequentemente necessária a indicação de internação hospitalar. LEVE A hemoptise leve, por sua vez, é definida como uma: Hemoptise de pequeno volume (<100mL em 24h) sem comorbidade pulmonar significativa. ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA Os pulmões apresentam dupla circulação arterial, por isso a hemoptise, pode ter origem em duas fontes principais: Circulação arterial sistêmica, que é de alta pressão, proveniente das artérias brônquicas (90% dos casos); ou da MÓDULO PERDA DE SANGUE – P5 | Luíza Moura e Vitória Neves Circulação arterial pulmonar, de baixa pressão, proveniente das artérias pulmonares. As artérias pulmonares representam cerca de 99% do suprimento sanguíneo dos pulmões, saem do ventrículo direito, irrigam o parênquima pulmonar em um circuito de pressão diminuída e raramente são a causa da hemoptise. As artérias brônquicas se originam das artérias intercalares e transportam sangue sob um regime de alta pressão sistêmica para as/o: Vias aéreas; Hilo pulmonar; e Pleura visceral. Apesar de a circulação brônquica representar apenas de 1 a 2% do abastecimento sanguíneo pulmonar, alterações de sua circulação são uma causa frequente de hemoptise. A pressão na circulação brônquica pode aumentar drasticamente sob as condições de inflamação crônica, como nas bronquiectasias, principalmente se houver infecção associada. ________________________________________ As hemoptises leves tipicamente se originam de capilares traqueobrônquicos que sofrem ruptura por tosse vigorosa em infecções leves. Já a hemoptise maciça se origina em geral de rupturas de artérias brônquicas ou pulmonares. Assim, quase todas as hemoptises têm em comum o fato de se originarem de: Ruptura de capilares ou de vasos traqueobrônquicos, de vias aéreas de menor calibre ou de parênquima pulmonar, com modelos de injúria que podem envolver inflamação aguda ou crônica. ________________________________________ As causas de hemoptise podem ser classificadas anatomicamente, com a hemoptise podendo ser originária da/das/devido às: Vias aéreas: acontece na DPOC, no carcinoma pulmonar ou nas bronquiectasias; Vasculatura pulmonar: como insuficiência cardíaca, estenose mitral, embolia pulmonar, hipertensão pulmonar e malformações arteriovenosas; Alterações do parênquima pulmonar: acontece nas pneumonias, inalação de crack ou outras substâncias ou na granulomatose com poliangeíte (antiga granulomatose de Wegener). ________________________________________ A hemorragia alveolar difusa é outra etiologia possível de hemoptise, que ocorre secundariamente à: Lesão de pequenos vasos causada por distúrbios hematológicos ou autoimunes e raramente causados por warfarina e é manifestada por infiltrados alveolares na radiografia torácica. ________________________________________ No ambulatório e na emergência a maioria dos casos de hemoptise é secundária à infecção, como em: 1. Bronquiectasias agudas 2. Pneumonia 3. Tuberculose Pode cursar com hemoptise por: Lesão inflamatória de bronquíolos; Formação de aneurisma de Rasmussen, que ocorre dentro das cavitações; e Sequelas pulmonares: bronquiectasias. MÓDULO PERDA DE SANGUE – P5 | Luíza Moura e Vitória Neves Os pacientes podem ainda ter complicações associadas, como infecções fúngicas. Legenda: pct de 50 anos de idade em tratamento de tuberculose pulmonar. Há 2 dias com episódio de tosse com laivos de sangue e um episódio de hemoptise de cerca de 150 a 200 mL de sangue. A tc de tórax mostra imagem compatível com bola fúngica associada com aspergilose confirmada em exames posteriores. ________________________________________ Outras causas relevantes de hemoptise são: 4. Doenças pulmonares inflamatórias; e 5. Neoplasia pulmonar Incidência aumentada com a idade e podem, em 7 a 10% dos casos, cursar com hemoptise como primeira manifestação. Tumores centrais são os mais frequentemente associados com hemoptise maciça; Neoplasias benignas, como o tumor carcinoide brônquico, também podem ser causa de hemoptise, pois são lesões hipervascularizadas. 6. Abscessos e infecções pulmonares com necrose, principalmente até 1960, quando o reconhecimento mais precoce e o tratamento antibiótico adequado melhoraram o prognóstico desses pacientes. 7. Em pacientes com DPOC, as traqueobronquites são a principal causa de hemoptise e geralmente se manifestam com escarro com laivos de sangue, embora os pacientes tenham episódios de hemoptise pura. 8. A hemoptise também pode ser causada por alterações da circulação pulmonar, embora representem <10% dos casos. Hipertensão pulmonar, apesar de causar muita morbidade, é raramente causa de hemoptise; Pacientes com estenose mitral, por exemplo, durante episódios de congestão pulmonar, podem cursar com episódios de hemoptise pelo sangramento de varizes brônquicas. 9. As hemoptises associadas ao TEP costumam ser infrequentes, de pequena monta, e em geral correspondem a episódios menores de TEP. 10. Uso de anticoagulantes ou coagulopatia grave em uma doença aguda são fatores precipitantes de hemoptise, além de ser fatores contribuintes de piora clínica. A presença de plaquetopenia também é uma causa potencial de agravamento de hemoptise. 11. Causas traumáticas Injúrias por desaceleração; Trauma penetrante do tórax; e Procedimentos endobrônquicos são uma causa potencial importante de hemoptise. A!! O uso de cateter de Swan-Ganz pode cursar com ruptura de artéria pulmonar, complicação rara, mas associada a mortalidade de 50 a 70%. 12. Uma causa rara de hemoptise é a presença de tecido ectópico de endométrio no pulmão, que pode cursar com episódios mensais de hemoptise associados a menstruação. 13. Alterações congênitas Teleangiectasia hemorrágica hereditária (THH) pulmonar são também causa de hemoptise; Lesão de Dieulafoy é um vaso aberrante submucoso que classicamente se encontra no TGI, mas pode aparecer nas vias aéreas e causar hemoptise. ________________________________________ MÓDULO PERDA DE SANGUE – P5 | Luíza Moura e Vitória Neves A maioria dos casos de hemoptise que não apresentam causa evidente na TC de tórax se resolvem em até 6 meses mesmo sem tratamento, com exceção dos pacientescom alto risco para câncer de pulmão, como tabagistas de mais de 40 maços/ano. A causa da hemoptise não é identificada em cerca de 30% dos casos. Legenda: causas de hemoptise Legenda: causas de hemoptise ACHADOS CLÍNICOS Os achados clínicos dependem fundamentalmente da etiologia da hemoptise. Na avaliação, o primeiro passo é determinar se o sangramento realmente tem origem nas vias aéreas. Epidemiologicamente, a epistaxe é a causa mais frequente de exteriorização de sangue pela boca, seguido de HDA e hemoptise sendo menos frequente. EPISTAXE A epistaxe é identificada de maneira fácil, já que o paciente fala que teve exteriorização de sangue pelo nariz. Mas na epistaxe posterior é possível que o sangue exteriorize apenas pela boca. Nesses casos, uma rinoscopia anterior e uma avaliação cuidadosa da nasofaringe podem ser suficientes para determinar o diagnóstico; Em caso de dúvida, nasofibroscopia pode ser necessária. HDA A diferenciação com HDA é feita com anamnese cuidadosa associada a exame minucioso de cavidade oral e da nasofaringe; A!! Apresentação com melena é relativamente mais infrequente nos pacientes com hemoptise do que nos pacientes com HDA. A mensuração do pH do sangue exteriorizado, que será ácido na HDA, também ajuda a diferenciar. Quando a HDA é abrupta e ativa, o processo de acidificação não ocorre e a diferenciação se torna mais complicada. Deve lembrar que os pacientes com sangramento GI apresentam: Náuseas; Dor abdominal; e Fatores de risco: uso abusivo de AINEs ou cirrose hepática. MÓDULO PERDA DE SANGUE – P5 | Luíza Moura e Vitória Neves HEMOPTISE Os achados sugestivos de hemoptise são: Presença de purulência ou líquido espumoso; assim como História de tabagismo; Neoplasia pulmonar; Tuberculose pulmonar; e DPOC. Em pacientes com traqueobronquites ou bronquiectasias infectadas, os sintomas abaixo estão presentes: Febre; Tosse; Dor torácica; e Expectoração. A presença de teleangiectasias sugere a possibilidade de fístulas arteriovenosas como etiologia da hemoptise, como ocorre na síndrome de Rendu-Osler-Weber. Presença de sopro mitral, principalmente se em “ruflar diastólico”, e hiperfonese de segunda bulha cardíaca sugerem o diagnóstico de estenose mitral. Sopros pulmonares como o sopro tubário são sugestivos do diagnóstico de tuberculose. Sinais e sintomas de trombose venosa devem ser procurados na suspeita de embolia pulmonar. Na suspeita de TEP, o escore de Wells podem ser utilizados para otimizar essa investigação. Pacientes com vasculite pulmonar ou endocardite podem apresentar alterações cutâneas como: Rash e hematomas. A presença de baqueteamento digital é sugestiva de hipoxemias crônicas, como: Neoplasia de pulmão e cardiopatias congênitas. A presença de equimoses, petéquias e hematomas é sugestiva de coagulopatias e plaquetopenias. A anamnese e o exame físico dirigido infelizmente só conseguem realizar o diagnóstico etiológico em >50% dos casos. A!! É importante ainda diferenciar o achado de escarro com laivos hemópticos de hemoptise franca, pois são patologias com prognósticos diferentes. Pacientes com escarro com laivos hemoptoicos podem ser avaliados ambulatorialmente na maioria das vezes; Enquanto hemoptise franca indica internação hospitalar. Legenda: achados de anamnese e exame físico na hemoptise EXAMES COMPLEMENTARES Legenda: principais exames complementares em pacientes com hemoptise MÓDULO PERDA DE SANGUE – P5 | Luíza Moura e Vitória Neves RAIO X DE TÓRAX A radiografia de tórax é o primeiro exame indicado na avaliação de pacientes com hemoptise. Embora possa estar normal em 15 a 30% dos casos, pode fazer o diagnóstico da causa da hemoptise em até 50% dos pacientes. O exame é particularmente útil em pacientes com massas pulmonares, pois sugere o pulmão como responsável pela hemoptise. A sensibilidade do exame pode aumentar para até 80% em pacientes com hemoptise maciça. ULTRASSONOGRAFIA POINT-OF-CARE (USG POC) Atualmente, com a USG POC realizada pelo médico emergencista, a radiografia pode ser substituída, embora a USG POC seja menos validada nessa circunstância clínica. TC DE TÓRAX A TC de tórax tem sensibilidade maior e deve ser realizada em casos de dúvida diagnóstica. A!! Nos pacientes com maior risco de neoplasia, como tabagistas e pacientes com antecedentes de neoplasias, o exame é obrigatório. ANGIOTOMOGRAFIA DE TÓRAX A angiotomografia de tórax tem performance comparável à da angiografia pulmonar no diagnóstico etiológico da hemoptise, com a vantagem de ser menos invasiva e mais rapidamente disponível. A!! A angiografia pulmonar, por outro lado, permite intervenção terapêutica. LABORATÓRIO O hemograma completo e a dosagem do tempo de protrombina (TP) são sugeridos pela maioria dos autores na avaliação inicial de pacientes com hemoptise. A avaliação de escarro é importante em particular em pacientes com suspeita de tuberculose e bronquiectasias com infecções de repetição. Outros exames laboratoriais incluem: Urina 1; Eletrólitos; Função renal e hepática; e Gasometria arterial. BRONCOSCOPIA FLEXÍVEL Para pacientes em que não foi possível realizar o diagnóstico com esses exames, o próximo exame indicado é a broncoscopia flexível, que pode revelar: Carcinoma brônquico em até 5% dos casos. A!! O ideal é que a broncoscopia seja realizada precocemente para aumentar as chances de localizar o sangramento. Assim, em pacientes com hemoptise maciça ou significativa, não é necessário realizar exames de imagem como a TC antes da realização da broncoscopia. A!! O exame tem ainda a vantagem terapêutica. ARTERIOGRAFIA Em pacientes em que a broncoscopia não foi diagnóstica ou resolutiva, o próximo passo é a realização da arteriografia. A preferência inicial é a realização da arteriografia brônquica, pois mais de 90% das hemoptises são associadas à alteração dessa circulação, e permite, se necessário, a embolização da artéria brônquica. OUTROS EXAMES LABORATORIAIS Outros exames laboratoriais dependem da hipótese diagnóstica mais provável. Assim: MÓDULO PERDA DE SANGUE – P5 | Luíza Moura e Vitória Neves Autoanticorpo s contra ANCA-c podem ser considerados em pacientes com suspeita de granulomatose com poliangeíte; ou Ecocardiograma em pacientes com suspeita de estenose mitral. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Dessa forma, é necessário determinar se o sangramento é de vias aéreas inferiores ou se tem origem GI, de nariz ou da cavidade oral. Legenda: diagnósticos potencialmente graves em pacientes com hemoptise que devem ser descartados no departamento de emergência TRATAMENTO MEDIDAS INICIAIS DE SALVAMENTO E DE APOIO Enquanto obtém informações clínicas úteis de uma breve história, exame, testes laboratoriais, e de imagem, o médico deve: Garantir oxigenação e ventilação adequadas; Posicionar o paciente: decúbito lateral com suspeita de sangramento lado para baixo; Garantir a estabilidade hemodinâmica; Obter acesso IV; e Realizar medidas iniciais para controlar o sangramento: tratar qualquer diátese hemorrágica. A!! Em geral, os pacientes devem ser admitidos na UTI para monitoramento rigoroso INTUBAÇÃO E VENTILAÇÃO Na maioria dos pacientes com hemoptise com risco de vida, a intubação com tubo endotraqueal de grande calibre é prudente. O objetivo do grande tamanho do lúmen é facilitar a extração de sangue e trombo, bem como a broncoscopia diagnóstica e intervencionista; Pórem, a intubação não deve ser atrasada se a passagem de um ETT de grande calibre não for imediatamente viável. A!! Pacientes com hemoptisecom risco de vida não são tipicamente candidatos à ventilação não invasiva (VNI), especialmente com máscara facial, pois o risco de aspirar sangue é alto. Se os pacientes se recusarem ou não precisarem de ventilação, oxigênio nasal de baixo ou alto fluxo ou VNI por meio de uma máscara nasal ou prongas são as opções. Na maioria dos pacientes, ambos os pulmões são ventilados com a colocação padrão do TET de 3- 5cm acima da carina. Para pacientes que continuam a sangrar, a ventilação de um pulmão ou a ventilação de duplo lúmen são alternativas. Pacientes com hemoptise com risco de vida podem ser hipoxêmicos, hipercápnicos ou ambos. Não existem estratégias ventilatórias exclusivas para esses pacientes. Geralmente fornece respirações direcionadas ao volume usando ventilação assistida de controle. Porém deve lembrar que se apenas um pulmão estiver sendo ventilado, os volumes correntes devem ser reduzidos de acordo (isto é, pela metade). Modos alternativos de ventilação mecânica também são aceitáveis. CUIDADOS DE SUPORTE POSICIONE O PACIENTE Independentemente do estado de intubação, os pacientes devem ser colocados imediatamente em uma posição em que o pulmão com sangramento suspeito esteja na posição dependente. MÓDULO PERDA DE SANGUE – P5 | Luíza Moura e Vitória Neves Um paciente cujo pulmão direito está sangrando deve ser colocado em decúbito inferior direito; Enquanto um paciente cujo pulmão esquerdo está sangrando deve ser colocado em decúbito esquerdo inferior. O objetivo do posicionamento é proteger o pulmão sem sangramento, uma vez que o derramamento de sangue no pulmão sem sangramento pode prejudicar a troca gasosa: Bloqueando as vias aéreas com coágulo; ou Enchendo os alvéolos com sangue. No entanto, determinar o lado do sangramento pode ser um desafio clínico e, embora possam existir algumas pistas (por exemplo, procedimento conhecido ou patologia de um lado), apenas os achados do exame físico podem ajudar. GARANTIR ESTABILIDADE HEMODINÂMICA Pacientes com hemoptise com risco de vida são tipicamente taquicárdicos e podem se tornar hipotensos. Esses pacientes devem ser tratados com ressuscitação de volume. Os fluidos intravenosos cristaloides são geralmente administrados primeiro porque estão prontamente disponíveis. No entanto, em pacientes coagulopáticos, anêmicos e/ou com sangramento rápido, os hemoderivados são uma alternativa apropriada. Pacientes com hemoptise com risco de vida também podem ter arritmias que provavelmente estão relacionadas à hipoxemia. As arritmias são mais bem tratadas otimizando as trocas gasosas e, em seguida, usando terapia antiarrítmica, se persistirem. DIÁTESE HEMORRÁGICA CORRETA Pacientes com hemoptise com risco de vida devem ter todos os distúrbios hemorrágicos conhecidos ou suspeitos revertidos rapidamente, se possível. Aqueles que estão recebendo um anticoagulante devem receber plasma fresco congelado (varfarina) e/ou um agente de reversão (anticoagulantes orais diretos [DOACs]). Aqueles que são trombocitopênicos (por exemplo, <50x10 ao cubo plaquetas/microL) devem receber uma transfusão de plaquetas. Pacientes que estão urêmicos ou tomando um agente antiplaquetário (aspirina, clopidogrel) também podem se beneficiar de plaquetas transfundidas ou desmopressina (análogo da vasopressina, também denominado DDAVP). AINE’s devem ser interrompidos. OUTROS Todos os distúrbios subjacentes devem ser tratados. Os broncodilatadores geralmente não são suspensos em pacientes com hemoptise, especialmente se o paciente apresentar broncoespasmo grave. INDICAÇÕES DE INTERNAÇÃO, TERAPIA INTENSIVA E SEGUIMENTO Pacientes com hemoptise maior do que escarro hemoptoico devem ser admitidos para observação hospitalar por período mínimo de 6 horas. Pacientes com hemorragia severa, distúrbios de coagulação associados à sangramento, hipoxemia ou alterações gasométricas são candidatos à internação hospitalar. Hemoptise em quantidade >100 mL em 24 h também indica internação. Os pacientes com hemoptise ameaçadora à vida têm indicação de internação em UTI. MÓDULO PERDA DE SANGUE – P5 | Luíza Moura e Vitória Neves A!! A necessidade de seguimento ambulatorial depende da etiologia da hemoptise. Legenda: hemoptise não ameaçadora à vida Legenda: hemoptise ameaçadora à vida Legenda: manejo da hemoptise
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