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Apostila de Fitoterapia

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1 
 
Apostila de Fitoterapia 
Introdução 
Uma característica de nosso planeta Terra é possuir na sua 
atmosfera, quatro reinos destintos: o reino mineral, o vegetal, o animal e 
o humano. Um é fruto do outro, formando uma cadeia evolutiva. Se 
observarmos um a um, vamos entender muito sobre nós e a nossa 
história e sobre a superfície deste planeta. O reino vegetal é o reino que 
nos traz o alimento, que nos fornece energia para que possamos viver 
com saúde e produzir para nós mesmos e para a coletividade. 
Diariamente, nos são oferecidos bilhões de quilos de comida e oxigênio 
vindos do reino vegetal e não nos lembramos de ao menos, agradecer. A 
cada dia que passa, distanciamo-nos muito dessa troca e, mesmo assim, 
esse reino continua a nos servir sem cobrança, indistintamente. As 
plantas possuem movimento. Quando pensamos que estão estáticas, 
enganamo-nos redondamente. Por baixo ou por cima da terra, elas se 
movem com presteza e inteligência, de acordo com as suas 
necessidades. Nesse silencioso movimento em busca de luz, de água ou 
até mesmo de ventos ou insetos que espalhem o seu pólen pelos quatro 
cantos, as plantas mostram tamanha inteligência e sensibilidade que nos 
deixam estarrecidos. Quando as observamos, sua aura tem um 
movimento energético, dinâmico e luminoso, capaz de atuar em todo o 
ambiente onde elas estão sendo cultivadas. A atração que os seres 
humanos têm pelas flores e plantas ornamentais e as sensações que 
estas podem causar àqueles que têm contato visual ou físico com elas 
são experiências inesquecíveis. 
As plantas estão presentes em nossa vida desde o momento em 
que nascemos até a hora de nossa morte física, acompanhando-nos 
durante toda essa jornada, ajudando-nos a evoluir em todos os níveis de 
vibração. Estudá-las é muito mais que aprender sobre elas, é 
compartilhar a essência que move o universo. Costuma-se dizer: ” No 
início, tudo são flores”. Mas, ao contrário do dito popular, no início, tudo 
é mato. 
Foi assim que todo o trabalho com as ervas começou. No início, 
não tínhamos nenhuma relação com estes conhecimentos, até que 
apareceu uma amiga que entendia de ervas medicinais e se propôs a dar 
um curso. Descobrimos que tudo aquilo que tratávamos com mato, 
ervas daninhas ou pragas eram verdadeiras jóias da cura natural. 
Ficamos encantados com a experiência e, a partir desse dia sempre 
procurávamos ter mais cuidado com aquilo que arrancávamos. 
Descobrimos ervas para a cura de males do estômago, rins, bexiga e até 
analgésicos. Estavam ali, bem a nossos pés e talvez a nossa arrogância 
não nos permitisse olhar para baixo ou talvez a nossa acomodação em 
2 
 
relação às coisas que já estão prontas não nos permitisse enxergar. 
Começamos então a plantar o nosso primeiro herbário e a fazer um 
trabalho diário de observação sobre como se comportavam entre si. 
Histórico 
Oriente 
 O país com mais longa e ininterrupta tradição nas ervas é a China. 
Quando morreu em 2698 A.C., o lendário imperador Shen Nung já 
provara 100 ervas; menciona em seu "Cânone das Ervas" 252 plantas, 
muitas ainda em uso. Cem anos mais tarde, o Imperador Amarelo, 
Huang Ti, formalizou a Teoria Médica no Nei Ching. No século VII, o 
governo da dinastia Tang imprimiu e distribuiu pela China uma Revisão 
do Cânone de Ervas. Em 1578, Li Shizhen completou seu "Compêndio de 
Matéria Médica", onde listou 1800 substâncias medicinais e 11.000 
receitas de compostos. 
Médio Oriente 
 Placas de barro de 3.000 AC registram importações de ervas para a 
Babilônia (trocas com a China de ginseng aconteceram por volta de 
2.000 AC). Farmacopéia babilônia abrangia 1400 plantas. O historiador 
grego Heródoto mencionou que muitos babilônios eram médicos 
amadores, os doentes deitavam na rua e pediam conselhos a quem 
passava. 
 O primeiro médico egípcio conhecido foi Imhotep (2980 a 2900 
A.C.), foi o sacerdote que desenhou uma das primeiras pirâmides. 
Grande curandeiro foi deificado, e utilizava ervas medicinais em seus 
preparados mágicos. Os Papiros de Ebers do Egito foram um dos 
herbários mais antigos que se têm conhecimento, datando de 1550 A.C., 
e ainda está em exibição no Museu de Leipzig (são 125 plantas e 811 
receitas). Nota-se a astrologia integrada na medicina egípcia. 
 Na mesma época, médicos indianos desenvolviam avançadas 
técnicas cirúrgicas e de diagnóstico, e usavam centenas de ervas nos 
seus tratamentos. Segundo os hindus "as ervas eram as filhas prediletas 
dos deuses". 
 
 
3 
 
Grécia 
 No século XIII AC um curandeiro chamado Asclépio, grande 
conhecedor de ervas, concebeu um sistema de cura (também chamado 
Esculápio de Cos era filho do deus Apolo e da ninfa Corônis), fundando o 
primeiro spa de que se tem conhecimento, em Epidauro, com 
tratamentos baseados em banhos, jejum, chás, uso terapêutico de 
música, teatro e jogos. Os templos de cura pipocaram em toda Grécia, 
Asclépio foi deificado. Seiscentos anos depois, Tales de Mileto e Pitágoras 
compilaram essas receitas. Os gregos adquiriram seus conhecimentos de 
ervas na Índia, Babilônia, Egito e até na China. 
Idade das trevas 
 Nesta fase a Pérsia tornou-se o centro de perfeição da época, com os 
médicos gregos sendo traduzidos para o árabe. Na Europa os progressos 
foram dificultados pela Igreja, que não via com bons olhos a 
aprendizagem científica, e encaravam a doença como um castigo; a 
medicina das plantas restringiu-se aos monges nos mosteiros e a 
algumas mulheres de aldeias remotas. 
Renascimento 
 O século XV traz a era dourada para as ervas: à partir da observação 
dos resultados dos remédios à base de ervas; Nesse ambiente racional 
as mulheres foram proibidas de estudar e os curandeiros não 
profissionais eram hereges. 
Idade Industrial e Moderna 
 A ciência levou ao desenvolvimento do assunto ervas, sintetizando 
partes das plantas e concentrando dosagens. 
 O uso mais baixo das ervas foi no início do séc XX, mas com os 
efeitos secundários das drogas artificiais, a ecologia incentivando uma 
volta ao natural, está acontecendo um renascimento fantástico da 
utilização das ervas. 
América 
 O primeiro herbário das Américas é o Manuscrito Badanius, o herbário 
asteca, do séc XVI, em nahuatl. 
4 
 
 No Brasil, em 1995, o consumo de medicamentos caiu a níveis 
alarmantes. Pesquisa SOS FARMA, para levantar as causas descobriu que 
das 400 famílias pesquisadas, 91,9% se automedicavam com ervas e 
46,6% cultivavam nos quintais. Dados da Assoc.Brasil da Ind Farm. 
apontam que as vendas de medicamentos sintéticos cresceram 16% 
naquele ano, enquanto o consumo de fitoterápicos subiu 20%. Tanto 
assim que a CEME, central de medicamentos, está financiando pesquisas 
em universidades. Médico Celerino Carriconde, coord. do Centro 
Nordestino de Medicina Popular, acredita que o uso de fitoterápicos pode 
reduzir à metade os gastos da população com medicamentos e com os 
mesmos resultados dos alopáticos. 
 Projeto Farmácias Vivas- Criador prof. Francisco Abreu de Matos, da 
Univ.Fed do Ceará, bisneto do cirurgiãi Francisco José de Matos, criador 
da "piúla de mato", que desde 1888 era usada no sertão cearense para 
combater prisão de ventre. 
Propriedades Energéticas das Plantas 
 As propriedades energéticas dos medicamentos são a base para a 
compreensão do seu uso e para o estabelecimento dos locais de ação, 
baseada no sistema de relações dos 5 movimentos e dos órgãos ZANG-
FU. As propriedades energéticas são determinadas por dois parâmetros 
básicos: a essência e a forma, conforme a dialética no ciclo de 
transformação do TAO. A essência refere-se a real natureza dos 
medicamentos que está ligada aos 5 sabores e à natureza energética. A 
forma refere-se ao tipo do medicamento, parte, função e cor e relaciona-
se à expressão do mesmo. 
Essência 
Sabores 
 Os 5 sabores relacionam-se com o movimento terra através da boca 
e provém da terra sendo, portanto, a essência mais pura dos 
medicamentos.Eles são: Ácido: ação de transformação, harmonizante-
fígado. Amargo: ação reagrupante, centrípeto-coração. Doce: ação 
suavizante, tonificante-baço. Picante: ação dispersante-pulmão. Salgado: 
ação mobilizante, ascendente-rim. 
 Os cinco sabores têm ação que pode ser considerada inversa ao 
movimento relacionado a cada órgão ZANG, e por isso atuam modulando 
a ação desses órgãos ; controlam o desgaste do QI do órgão, ao mesmo 
tempo que nutrem a sua essência (que neste caso poderia ser definida 
5 
 
como “capacidade de produzir QI’’.Um medicamento usado em excesso 
vai causar uma lesão no QI e na essência do órgão ao qual está 
relacionado através do sabor, e eventualmente a outros órgãos. 
Abaixo,exemplos simples que demonstram as ações dos 5 sabores. 
• Ácido: Os principais harmonizadores de fórmulas da medicina 
chinesa têm também sabor ácido como o gengibre e a raís de 
alcaçus.Eles eliminam a toxicidade(ação harmonizante).Igualmente 
a laranja da terra imatura(Fructus aurantii imaturus)e a casca da 
tangerina(pericarpium citri reticulatae),por terem sabor 
ácido,atuam como carminativos ,ou seja promovendo o fluxo de QI 
nas vicerase com isto modulando a função do fígado e previnindo 
a previnindo a estagnação(transformando promovendo 
movimento). 
 
• Amargo: Os principais catárticos são amargos.O sentindo 
centrípeto gerando por esse sabor o QI e os fluidos a se 
acumularem mais no tubo digestivo (ação reagrupante)sendo 
posteriormente eliminados nas fezes. A semente da tâmara chinesa 
(Semen Ziziphi Spinphi) tem sabor amargo sutil, e por isto 
ageacalmando o coração e tranqüilizando SHEN, o espírito. As 
ervas de sabores amargo influenciam, por fim as funções do 
fígado. O amargo estabiliza o sangue e o fluxo menstrual e não 
deixa o QI se rebelar, pelo seu efeito reagrupante; é o caso da 
angélica chinesa (Radix Angelica Sinenis). 
 
• Doce: Quando uma pessoa fica tensa, nervosa, recomenda-se 
“água com açúcar”; o sabor doce vai suavizar o fluxo de QI, 
acalmando a pessoa (ação suavizante). Por isto, alguns 
harmonizadores são também de sabor doce. O sabor doce tonifica 
e vários tônicos são adocicados como é o caso da raiz de alcaçuz 
(Radix Glycyrrhizae). 
 
• Picante: Os principais sudoríficos são picantes, porque através da 
ação centrífuga direcionam o fluxo de QI para a pele, levando a 
mobilização do QI defensivo, abertura dos poros e então sudorese 
(ação dispersante). Como exemplo, temos o gengibre. Esta ação 
centrífuga é usada para ajudar o baço a transportar os alimentos, 
por isto vários temperos são picantes (o próprio gengibre, canela, 
hortelã, etc.). 
 
• Salgado: Os salgados podem mobilizar o QI; por exemplo, para 
cima e por isso um caso de hipotensão postural (na medicina 
chinesa é considerado deficiência de ascensão do QI), pode ser 
6 
 
corrigido com uma pitada de sal sublingual (ação mobilizante do 
QI). O salgado exerce também efeito tônico. Por isto, tônicos 
podem ter sabor salgado como o caso da tartaruga (principalmente 
quando se trata de tônicos da essência ou do QI do rim, como 
neste caso). Os sabores também se subdividem em sabor evidente 
e sabor sutil. 
 
 Sabor evidente: É aquele que o provador sente imediatamente ao 
provar o medicamento. O sabor evidente pode ser composto, ou seja, 
formado por sabor. Por exemplo, a canela é doce e picante em seus 
sabores evidentes. O sabor evidente também se relaciona com o 
direcionamento da erva, ou seja, onde ela vai agir, assim como o tipo de 
medicamento, vegetal utilizada. Por exemplo, as frutas em geral têm 
sabor evidente doce e agem sobre o baço-pâncreas. 
 Sabor sutil: É o que se esconde atrás do(s) sabor (es) evidente(s), e 
o que pode ser sentido por um provador com grande aguçamento do 
paladar. O sabor sutil é o que dá a verdadeira essência ao medicamento, 
ou seja, a ação que ele vai exercer no corpo. Por exemplo, o sabor sutil 
da semente de pêssego é doce, e isto faz com que sua ação seja 
suavizante, no caso desfazendo nódulos endurecidos gerados pela 
estagnação de sangue. Além dos 5 sabores descritos, existem um 6 
sabor, se assim denominado, pois é apenas não um sabor. É um sabor 
aromático, que envolve o paladar e o olfato ao mesmo tempo, ou seja, é 
muito erótico, imaterial, por isto vai atuar a nível bem imaterial. Ele é 
sempre encontrado como sabor sutil, e as suas propriedades são 
transformar a unidade e abrir os orifícios superiores. Sua atuação na 
umidade é devido a sua característica imaterial, estérea, que lhe dá 
capacidade de penetração, vencendo o peso e a turbidez deste agente 
patogênico. A abertura dos orifícios é proporcionada pela capacidade de 
ascender à ação dos medicamentos para a cabeça onde o aromático 
consegue penetrar na viscosidade da fleuma que turva os orifícios. Os 
chineses descrevem também um sabor chamado de “indeterminado”, 
quando o medicamento não é classificado entre os 5 sabores. 
Natureza Energética (As 5 energias) 
 Enquanto os sabores se relacionam ao tipo de ação que o 
medicamento exerce nos órgãos, a natureza energética refere-se à 
capacidade de gerar calor ou frio dos medicamentos. Estes podem ser 
divididos em 5 grupos: 
• Frios: São aqueles de natureza muito YIN e, portanto, fortemente 
7 
 
refrigerantes. 
 
• Quentes: São aqueles de natureza muito YANG e, portanto, 
fortemente calorificantes. 
 
• Refrescantes: São os de natureza moderadamente YIN e, portanto, 
pouco refrigerantes. 
 
• Amornantes: São os de natureza moderadamente YANG e, 
portanto, pouco calorificantes. 
 
• Neutros: São aqueles nos quais as energias YING e YANG estão em 
equilíbrio, portanto, não tendo tendências calorificantes ou 
refrigerantes. 
 Observação: Eventualmente os medicamentos são classificados como 
levemente refrescantes ou amornantes. 
As propriedades adicionais 
 São outras propriedades que influenciam na atitude farmacológica 
das plantas medicinais, segundo a MTC. Estas propriedades são as 
seguintes: 
• Propriedade aromática: A planta exala um odor forte e agradável. 
Isto corresponde ás plantas que possuem óleos essenciais. Esta 
propriedade tem características especiais, conforme o 
conhecimento oriental: 
 
Ressecamento: Diferente das plantas diuréticas, as plantas 
aromáticas também podem ser empregadas para tratar a retenção 
de liquido, mas sua ação seria pela evaporação deste. 
Transformação: As plantas aromáticas promovem a 
“transformação” do muco, o que significa eliminá-lo. 
Penetração: Os principais aromáticos são menos materiais, tendo 
capacidade de penetração onde outras plantas encontram 
dificuldade para agir. 
 Os óleos essenciais costumam promover ação antiespasmódica, 
antimicrobiana, anti-séptica, expectorante e vasodilatadora. 
 
• Propriedade adstringente: É quando a planta causa uma sensação 
de aperto e desconforto na mucosa da boca ao ser provada. 
Corresponde à presença de taminos nas plantas medicinais. Esta 
propriedade assume as seguintes caracterizam as plantas com a 
8 
 
propriedade adstringente, efetivamente têm ação antisudorífica e 
antidiarréica. 
Proteção: esta propriedade significa que as plantas adstringentes 
protegem a pele e as mucosas. 
Suavidade: Modera a ação de outras plantas mais drásticas, 
reduzindo a incidência de efeitos colaterais. Esta propriedade tem 
as seguintes características: 
Harmonização: significa que a planta pode ser usada para reduzir 
efeitos colaterais de fórmulas, facilitando o uso de associações de 
plantas. 
Redução de toxicidade: significa um bloqueio da ação de 
substâncias com atividade tóxica. 
 
• Propriedade tóxica: Significa que a planta pode ter uma ação tóxica 
sobre o organismo. As plantas com atividade tóxica devem ser 
usadas em casos extremos, de forma criteriosa, em dosagem 
mínima e por curto período. 
 
Forma 
Produtos vegetais 
 São a maioria dos medicamentos naturais da medicina chinesa. Em 
geral, apenas uma parte do vegetal é usada na preparação de 
medicamento e a função destaparte influencia nas características e 
forma do medicamento. 
 As principais partes dos vegetais são: 
Raiz 
 A raiz funciona absorvendo nutrientes e água do meio, e servindo 
como base para a fixação dos vegetais. É parte fundamental dos vegetais 
(é a única insubstituível; a maioria dos vegetais não sobrevive sem raiz). 
Portanto, ela simboliza o rim, o baço e a essência. A maioria dos 
fitoterápicos chineses são raízes, e em geral as raízes têm uma função 
tônica, agindo sobre o rim e o baço. Exemplo: O ginseng é uma raiz 
tônica da energia e do baço. 
Caule 
 O caule serve para ascender a seiva e sustentar o vegetal. Em geral, 
apenas a casa do caule, onde circula a maior parte da seiva ou a própria, 
9 
 
é utilizada na medicina chinesa. O caule está simbolicamente relacionado 
com o fígado por suas funções ascendentes e carminativas. Portanto, de 
forma geral, estas são como fitoterápico. Exemplo: mirra (resina da 
Commiphora myrra Engl.) que age estimulando a circulação de QI e 
sangue nos canais ou a casca da canela que amorna e ascende o QI do 
baço, além de ativar a circulação do QI e sangue nos canais. 
Folhas 
 As folhas respiram, por isso estão relacionadas ao pulmão. Por este 
motivo elas influenciam tanto este órgão como o exterior do corpo 
(pele). Por exemplo, as folhas da nespereira (Eriobotrya japônica) são 
usadas para tonificar o pulmão e eliminar condições externas; ou as 
folhas da menta e do capim-limão (Herba cymbopogonis) são usadas 
como sudoríficos para retirar fator patogênico do exterior e/ou pulmão. 
Flores 
 Estas se abrem na parte superior do vegetal. Abrir-se é o movimento 
e expansão, enquanto a parte mais alta relaciona-se com o YANG; por 
isto as flores estão associadas com o coração (principalmente a floração 
do final da primavera). Por outro lado, as flores são os órgãos 
reprodutores das plantas e para a floração do início da primavera o órgão 
é associado ao fígado. Como exemplos, temos o crisântemo que age 
eliminando o excesso de calor no fígado. Flos Albizzia pode ser usada 
para “acalmar o espírito”, na fitoterapia nacional, temos a camomila com 
efeitos similares. 
Fruto 
 O fruto é o invólucro da semente que visa mutri-la. Os frutos 
também tendem a cair no solo; o que lhes dá um movimento descente. 
Por estes motivos, a fruta (assim como a raiz) relaciona-se com o baço e 
com o rim. Por exemplo, a tâmara chinesa (Ziziphus jujubae) é um dos 
principais tônicos do baço, enquanto entre os principais tônicos do rim 
temos Fructus Cornii (Cornus officinalis) e fructus Lycii (Lycium 
barbarum). 
Sementes 
 As sementes contêm a energia ancestral e têm capacidade de 
germinar, crescer e ascender. Por exemplo, estas qualidades as 
sementes simbolizam os rins, entre elas a gergelim preto (tonifica o QI 
do rim), a semente do feno grego (tonifica o YANG do rim) e a semente 
10 
 
da nogueira. Em alguns casos, partes de uma mesma planta têm funções 
diferentes, mostrando a influência da parte da planta no efeito do 
medicamento. É o caso da Ephedra Sinica, por exemplo, (a Ephedra 
Sinica é a fonte do alcalóide efedrina); as partes aéreas da planta são 
sudoríficase eliminam as condições externas, enquanto a raiz tonifica o 
QI defensivo, fecha os poros e é anti-sudorífica. No caso da canela, a 
casca age aquecendo os órgãos ZANG-FU e os canais enquanto os galhos 
e folhas atuam no exterior expulsando o frio, como sudorífico. O local 
onde cresce a planta, tipo de solo e clima, também influenciam a função 
do medicamento. Por exemplo, as plantas que crescem em solos úmidos 
são freqüentemente usadas para drenar a umidade ou transformar a 
fleuma. É o caso, Por exemplo, do Alisma Plantago-aquática, cuja raiz 
(Rhizoma Alismatis) é usado para eliminar umidade. Cogumelos que 
crescem em locais úmidos como Polyporos umbellatus ou Poria também 
eliminam a umidade; já plantas que crescem em regiões altas são mais 
utilizadas como sudoríficos ou para aliviar condições pulmonares 
enquanto as que crescem em vales férteis são mais utilizadas como 
tônicos. 
A cor do medicamento 
 Por fim, a cor vai ser outra variável que influencia a ação do 
medicamento, através da forma. De acordo com a teoria dos 5 
movimentos, as 5 se relacionam com os órgãos ZANG-fu conforme a 
seguinte tabela: 
 
Fígado Madeira Verde 
Coração Fogo Vermelho 
Baço Terra Amarelo 
Pulmão Metal Branco 
Rim Água Preto 
Verde 
 A alcachofra, que é uma flor, e ao mesmo tempo verde, age aliviado 
a estagnação de energia no fígado; a Olphicalcita é um mármore verde; 
age suavizando o fígado e regulando a circulação de QI e sangue. 
Vermelho 
 Muitos medicamentos que são vermelhos agem sobre o sangue, que 
é dominado pelo coração, e tem coloração vermelha: é o caso da raiz da 
11 
 
salva (de coloração avermelhada). Já o sulfito de mercúrio (Cinnabaris) 
citado acima, e de coloração vermelha, age no espírito, que segundo a 
M.T.C. também está relacionado ao coração. 
Amarelo 
 Várias raízes utilizadas como tônicos do baço são amarelas; é o caso 
do alcaçuz; outro medicamento utilizado como tônico do baço é uma 
argila de cor amarelada, conhecida como Terra Flava Ustra. 
Branco 
 A semente da mostarda branca age aumentando a energia do 
pulmão e resolvendo o espessamento dos fluidos orgânicos. 
Preto 
 Além do gergelim preto, há por exemplo, a Radix Scrophulariae, a 
Radix Rehmanniae que são pretas e agem como tônico do rim. 
 A mudança de cor pode mudar também o efeito do medicamento: 
Por exemplo, é o caso da Paenia Lactiflora; Paeonia Branca age 
basicamente tonificando o sangue enquanto a Paenia Rubra age 
eliminando a estase de sangue. 
As 8 Regras de Tratamento 
Sudorificação 
 Sudorificação é um método que se baseia no emprego de 
medicamentos capazes de abrir glândulas sudoríparas e, assim, 
favorecer a expulsão da energia perversa ou QI patogênico. 
Ação terapêutica 
 Ao abrir as glândulas sudoríparas e promover o suor, junto com este, 
expele a energia perversa ou QI patogênico é puxado para fora e não 
consegue penetrar nas camadas mais profundas e a doença toma-se 
menos grave e cura-se rapidamente. 
Indicações 
 Em doenças exteriores, que se encontram nas camadas superficiais 
do corpo, causadas por penetração de vento-frio ou vento-calor. Os 
sintomas são febre alta, calafrios, sudorese, cefaléia, pulsátil e faringite 
12 
 
em casos de vento-calor e febre baixa, calafrios, pouca ou nenhuma 
sudorese, coriza, cefaléia em aperto ou dor na nuca, nos casos de vento-
frio. O pulso fica superficial e a saburra da língua sofre pequenas 
modificações, ficando acentuada. 
Contra-indicações 
 A sudorificaçao só deve ser empregada em casos onde a energia 
perversa ou QI patogênico encontra-se na superfície do corpo. Quando o 
QI penetra mais profundamente, outras regras de tratamento devem ser 
utilizadas. Sinais de que o QI patogênico penetrou na profundidade 
incluem o surgimento de sintomas interiores, como tosse produtiva, 
constipação ou diarréia, diminuição ou desaparecimento dos calafrios, 
aprofundamento do pulso e alterações na cor do corpo da língua. 
Ervas que possuem esta ação 
 São as ervas sudoríficas que eliminam condições externas. 
Vomificação 
 É a eliminação de Qi patogênico ou (como fleuma) pela parte 
superior do corpo. 
Ação terapêutica 
 A vomificação provoca perversão do QI em nível do estômago 
(emese) ou através do pulmão (expectoração) e, com isto, promove a 
expulsão de QI patogênico que se encontra no Aquecedor médio e 
superior, não podendo ser expedido por purgação. Com isto, a 
vomificação impede que o QI patogênico acometa cada vez mais os 
órgãos destes Aquecedores, agravando a doença. Este princípio está 
enunciado no capitulo 5 do SU WEN: “Quando uma doença está 
localizada na parte superior do corpo, deve ser expulsa pele boca”. 
Indicações 
A vomificação deve ser utilizada em doenças ondeo QI patogênico 
penetrou na parte superior do corpo, atingindo o pulmão, causando 
excesso e estagnação locais. Os sintomas são: desconforto torácico ou 
dispnéia, plenitude torácica, tosse produtiva, dificuldade para respirar 
fundo. Também é empregada quando o paciente ingere venenos ou 
comidas túrbidas (intoxicação alimentar). 
13 
 
Contra-indicações 
 Contra-indicado em fleuma no aquecedor médio, pois se o paciente 
elimina por via alta, vai enfraquecer mais o QI do baço e do estômago e 
a fleuma no Aquecedor médio acontece por deficiência de QI do baço. 
Contra-indicado em tosse e dispnéia por deficiência de QI do pulmão pois 
a vomificação vai enfraquecer mais o QI do pulmão, agravando a 
condição. De uma maneira geral, a vomificação deve ser empregada 
apenas nas indicações formais, por ser um método drástico e drenante. 
Ervas que possuem esta ação 
 Para casos de acúmulo no Aquecedor superior, são as ervas que 
transformam a fleuma e aliviam a tosse. Neste grupo, nem todas as 
ervas têm esta ação, algumas atuando mais no baço e transformando a 
fleuma, enquanto outros atuam mais no pulmão, eliminando pela boca. 
Para casos de acúmulo no estômago, são as ervas que pervertem o QI 
do estômago e induzem os vômitos. Esta classificação não foi incluída 
neste livro; contudo, algumas ervas isoladas foram apresentas com esta 
função, como Cervix Ginseng. 
Purgação 
 É a eliminação de fator patogênico e/ou produto patológico através 
da parte baixa do corpo. 
Ação terapêutica 
 A purgação é um método que expulsa produtos patológicos e QI 
patogênicos pelos ofícios inferiores (através da uretra e do ânus), junto 
com a urina e as fezes. Desta forma, as ervas drenam os excessos, 
expedindo-os com o QI túrbido (fezes) e/ou fluido túrbido (urina). 
Indicações 
 De forma geral, a purgação está indicada nas síndromes onde 
existem acúmulos de QI patogênico ou produtos patológicos nas 
vísceras. Os sintomas são: plenitude abdominal, constipação intestinal, 
acúmulo de fluidos no tórax ou abdome, edema de membros inferiores, 
dor abdominal que piora com a pressão, dificuldade para urinar, etc. 
Também indicada na síndrome do YANG MING, segundo a diferenciação 
dos 6 níveis energéticos, com febre baixa, calor no corpo, sede intensa, 
constipação com fezes ressecadas, dor abdominal e pulso em excesso. 
14 
 
Contra-indicações 
 A purgação é um método drástico, reservado a casos de excesso e 
acúmulo de QI túrbido nas vísceras. Ela não deve ser usada em 
constipação de pessoas idosas, pois nestes casos, a constipação é por 
deficiência; pessoas com síndromes de deficiência (como deficiência de 
QI, sangue ou fluidos); pacientes com constituição corporal fraca; na 
gestação, pós-parto ou durante as regras, pois descende o sangue, 
causando sangramento excessivo ou abortamento. 
Ervas que possuem esta ação 
 Para casos de acúmulo de QI túrbido nas vísceras, utilizam-se as 
ervas que drenam por via baixa. Para casos de acúmulo de fluidos, 
utilizam-se as ervas que drenam a umidade. Para casos de estagnação 
de alimentos, utilizam-se as ervas que aliviam a estagnação alimentar. 
Regularização 
 É um método que equilibra situações de deficiência e de excesso 
ocorrendo concomitantemente num mesmo paciente. 
Ação terapêutica 
 Na regularização, as ervas atuam desfazendo bloqueios e permitindo 
que o QI e o sangue circulem, nutrindo adequadamente os tecidos e 
órgãos. Com isto, se eliminam excessos por bloqueio da circulação de QI 
e sangue no corpo. A regularização também é empregada quando o YIN 
e o YANG encontram-se mal distribuídos no corpo, com sintomas de frio 
e calor, concomitantes. 
Indicações 
 A regularização deve ser utilizada em casos de estagnação do QI, 
estagnação de sangue ou quando os fatores patogênicos penetram no 
exterior e bloqueiam canais, ocasionando síndrome BI. Os sintomas de 
estagnação de QI são: irritabilidade, gosto amargo na boca, dor ou 
plenitude nos hipocôndrios, digestão difícil, constipação e pulso em 
corda. Os sintomas de estagnação de sangue são: dor em facada ou 
pontada, presença de nódulos ou massas endurecidos e aderentes, pulso 
noduloso e língua purpúrea. Os sintomas de síndrome BI são dores 
articulares ou artrite. 
 
15 
 
Contra-indicações 
 A regularização pode ser usada em virtualmente, todos pacientes, 
pois todo desequilíbrio acaba evoluindo para uma situação de distribuição 
irregular de QI e sangue no corpo. Por isto, é comum que certas ervas 
que têm ação essencialmente reguladora, como Pericarpium Citri 
Reticulatae, Radix Paeonia Alba, Radix Glycyrrhiza e Radix Bupleuri 
estejam presentes num número vasto de fórmulas. 
Ervas que possuem esta ação 
 Diversas ervas possuem ação reguladora do QI e do sangue. As 
principais são as ervas que regulam o QI, as ervas que promovem a 
circulação de sangue e as ervas que eliminam vento e umidade. Mas 
ervas pertencentes a outros grupos também possuem ação reguladora, 
como as ervas que transformam a fleuma, ervas que aliviam a 
estagnação alimentar, etc. 
Calorificação 
 É quando as ervas atuam aquecendo o corpo. 
Ação terapêutica 
 As ervas que atuam através da calorificação ativam o Qi e dilatam os 
vasos sanguíneos, fazendo com que mais QI e sangue circulem no corpo, 
levando, com isto, ao aquecimento. Alguns medicamentos também 
atuam no YANG original, cuja sede é o rim e que promove o aquecimento 
do corpo. 
Indicações 
 A calorificação esta indicada sempre que houver uma síndrome de 
frio, seja excesso de QI patogênico, seja por enfraquecimento do YANG 
do corpo. Os sintomas são: calafrios intensos, sensação de frio, aversão 
ao frio, melhora pelo calor ou com comidas quentes, hipersônia, palidez 
facial, diarréia crônica, urina abundante e clara, ausência de sede, pulso 
deslizante, lento e profundo. 
Contra-indicações 
 A calorificação está formalmente contra-indicada nas doenças de 
calor, pois o aquecimento agrava condições de calor. Deve ser usada 
cuidadosamente em casos onde sintomas de calor e frio coexistem no 
16 
 
mesmo paciente. 
Ervas que possuem esta ação 
 Os principais grupos de ervas com esta ação são as ervas tônicas do 
YANG e as ervas aquecem o interior e eliminam o frio. Contudo, diversos 
grupos de ervas exercem esta ação terapêutica adicionalmente, como as 
ervas sudoríficas amornantes, as ervas que transformam a fluema-frio, 
etc. 
Purificação 
 É um método que refresca o calor, atuando também nos produtos 
nocivos gerados por este fator patogênico. 
Ação terapêutica 
 A purificação atua refrescando o calor, através de mecanismos 
frigoríficos e também por reforçar os fluidos corporais, que o controlam. 
Por outro lado, as doenças de calor produzem substâncias que intoxicam 
o organismo e a purificação inclui a eliminação destas substâncias. 
Indicações 
 A purificação deve ser usada nas doenças causadas pelo calor. 
Aplica-se apenas naqueles casos onde o calor ocorre devido a um 
excesso. Nos casos de deficiência de YAN (por calor XU ou de deficiência) 
o método indicado é a tonificação. Os sintomas de calor e excesso são: 
face vermelha, febre alta ou calor no corpo, aversão ao calor, piora com 
calor ou bebidas quentes, agitação, pulso rápido e em excesso, língua 
vermelha. 
Contra-indicações 
 A purificação está formalmente contra-indicada em casos de frio, 
pois vai refrescar mais, agravando a condição. Deve ser usada com 
cuidado em pacientes com deficiência do baço, pois as ervas são frias, 
consomem o QI do baço e podem causar desconforto abdominal e 
diarréia. 
Ervas que possuem esta ação 
 Tradicionalmente, as ervas que eliminam o calor são empregadas 
para purificar o calor. Contudo, outros grupos de ervas também 
17 
 
purificam o calor, em situações especiais, como as ervas que 
transformam a fleuma-calor. 
Tonificação 
 É o método que reforça o QI e o sangue dos órgãos ZANG-FU. 
Açãoterapêutica 
 A tonificação promove o aumento da produção de QI e sangue nos 
órgãos ZANG-FU. Isto se faz por ação nos órgãos que são os principais 
para a produção de QI e sangue, como o rim, o baço e o pulmão. 
Indicações 
 A tonificação deve ser empregada em síndromes de deficiência. Os 
sintomas são: cansaço, fraqueza, palidez, pouca força muscular, 
diminuição da memória, da visão e da audição anorexia, dispnéia, pulso 
deficiente e língua pálida. 
Contra-indicações 
 A tonificação não deve ser empregada em caso de excesso, pois vai 
causar mais excesso, agravando a condição do paciente. Em casos onde 
existe obstrução ao fluxo de QI e sangue, em primeiro lugar utilizar a 
regularização, para em seguida, tonificar. Deve ser feita atenção para 
saber se o paciente possui uma boa transformação no nível do baço e do 
estômago, pois os tônicos são pesados e necessitam cuidado em sua 
administração, para não causar desconforto abdominal e diarréia. 
Ervas que possuem esta ação 
 A tonificação é feita empregando-se as tônicas do QI e do sangue e 
do YIN e do YANG. Outras ervas também atuam tonificando, como ação 
terapêutica adicional, como é o caso das ervas que transformam a 
fleuma ou a umidade que também tonificam o baço. 
Sedação 
 É um método que provoca a redução da atividade do QI e a 
dispersão dos acúmulos. 
Ação terapêutica 
 Conforme o que está escrito no SU WEN, “sedar é rachar o duro, 
18 
 
dispersar o que está acumulado”. A sedação atua desacelerando o QI e 
desfazendo acúmulos no corpo. 
Indicações 
 A sedação está indicada nas síndromes onde existe excesso, 
principalmente nas síndromes do fígado e nas síndromes de estagnação 
de QI e de sangue. Os sintomas são variados, mas incluem grande 
agitação ou insônia, vertigens rotatórias, convulsões, cefaléias intensas, 
dores e plenitude no tórax e no abdome, nódulos e viscreromegalias, 
pulso em excesso, língua extremamente vermelha e/ou inchada. 
Contra-indicações 
 A sedação está formalmente contra-indicada em síndromes de 
deficiência, pois reduzir a atividade do QI, piorando a condição dos 
pacientes. A sedação deve ser utilizada com cuidado em pacientes com 
deficiência do QI do baço, pois as ervas podem enfraquecer o seu QI, 
causando desconforto abdominal e diarréia. 
Ervas que possuem esta ação 
 Diversos grupos de ervas possuem ação sedativa. Entre estas, 
citamos como principais, as substâncias tranqüilizantes que acalmam o 
espírito, as substância que extinguem o vento interior, as ervas que 
promovem a circulação de sangue e as ervas que aliviam a estagnação 
alimentar. 
NAÇÕES DE BOTÂNICA DESCRITIVA OU TAXONOMIA 
 O praticante de Fitoterapia necessita ter nações mínimas de 
descrição dos vegetais, tanto para poder visualizar uma descrição 
botânica e conferir uma espécie de planta medicinal quanto para ter 
noção de qual parte do vegetal está sendo utilizada. Os vegetais 
superiores se dividem em: raiz, caule, flores e frutos. 
Raízes 
As raízes podem ser subterrâneas, aéreas ou aquáticas. 
Raízes subterrâneas 
 São aquelas cujo trajeto é todo embaixo da terra. A raiz subterrânea 
possui uma zona tuberosa (que fica logo abaixo do cervix ou colo, que é 
19 
 
a parte do caule que penetra no solo), zona pilífera (onde brotam as 
pequenas raízes secundárias), zona lisa (região sem pequenas raízes 
secundárias, perto da ponta) e a coifa (que é um pequeno alargamento 
que visa reforçar a adesão da raiz ao solo). As raízes subterrâneas 
podem ser de vários tipos: 
• Axial ou aprumada: Quando há uma raiz principal única vertical, 
com varias raízes secundárias; 
• Fasciculada: Quando existem várias raízes principais, mais finas e 
em varias direções; 
• Tuberosa: Quando a raiz principal forma um grande tubérculo 
central de forma arredondada, como a batata ou a beterraba; 
• Pivotada: Quando a raiz principal é alargada, em forma de cone, 
afilando ao final, como a cenoura. 
Raízes aéreas 
 São aquelas cujo trajeto, total ou principal, é aéreo. Podem ser dos 
seguintes tipos: 
Adventícios: Quando as raízes brotam do caule acima do limite do 
solo, como a cana-de-açúcar; 
Grampiformes: Quando visam segurar a planta em algum local, 
circundando estruturas para fixar o vegetal, como as orquídeas; 
Respiratório: Quando iniciam o trajeto embaixo da terra, mas suas 
extremidades afloram, como os manquezais; 
Sugadores: Quando envolvem um vegetal com intuito de sugar sua 
seiva, como a erva-de-passarinho. 
Raízes aquáticas 
 São aquelas que ficam no meio aquático, como o lótus. 
Caule 
 O caule é o eixo central do vegetal, compreendendo também os 
prolongamentos secundários (ramos), que une a raiz às outras partes do 
vegetal (folhas, frutos, etc.). O caule compreende o colo ou cervix (união 
do caule com a raiz), caule principal (caule central de onde brotam os 
ramos), nós (regiões onde os ramos se dividem), entrenós (região do 
caule entre os nós), ramos e gomos terminais (onde o caule termina, 
prolongando-se em frutos, folhas ou flores). Existem vários tipos de 
caule, conforme sua forma e característica: 
20 
 
Tronco 
 É o caule de uma árvore grande, sendo maciço e com grande 
diâmetro e se divide em ramos (prolongamentos secundários), como a 
mangueira. 
Haste 
 É o caule de um pequeno vegetal; é maciço, divide-se em ramos e 
tem pequeno diâmetro, como a roseira; também pode ser chamado de 
caule herbáceo. 
Estipe 
 É um caule longo, que não possui ramificações e ao fim existe um 
tufo único de folhas, como o coqueiro. 
Colmo 
 É um caule dividido em gomos, sem ramificações, podendo ser oco, 
cujas folhas brotam diretamente do caule principal, como o bambu. 
Cladódio 
 É um caule do tipo haste, que continua diretamente com o limbo, 
não havendo, portanto, folhas neste vegetal, como a carqueja. 
Rizoma 
 É um caule subterrâneo, que fica em posição horizontal, correndo 
paralelo ao solo e de onde brotam folhas e raízes, como o gengibre. 
Bulbo 
 É um caule curto, de forma oval, e que dá origem às folhas no seu 
pólo superior, como a cebola. 
Caule prostrado 
 É um caule fino (tipo haste), muito curto, e que se subdivide em 
nível do colo em vários ramos semi-rastejantes que se distribuem 
paralelos ao solo. 
 
21 
 
Caules volúveis 
 São aqueles que são finos como as hastes e elásticos (pouco firmes); 
por isto, não são capazes de dar sustentação ao vegetal. Os caules 
volúveis podem ser: rastegantes (quando não ascendem, caminhando 
paralelos ao solo, como a abóbora) e trepadores (quando se utilizam de 
outro vegetal como sustentação para crescimento vertical, como as 
trepadeiras em geral; os caules trepadores podem ser dextorsos, se 
sobem contornando à direita ou sinistorsos, se sobem controlando à 
esquerda). 
Folhas 
 As folhas possuem ema classificação descritiva bastante complexa e 
não é objetivo deste texto se aprofundar em Botânica. Portanto, 
procuraremos simplificar, fazendo uma abordagem objetiva dos 
principais parâmetros para a classificação das folhas. As folhas são 
compostas de bainha, pecíolo e limbo. Pecíolo é a estrutura em forma de 
pedículo que une o limbo aos ramos do vegetal e a bainha é uma região 
mais alargada, onde o pecíolo implanta-se no ramo. As folhas podem ser 
completas (as que possuem bainha, pecíolo e limbo) e incompletas (as 
que não possuem algumas estruturas, em geral pecíolo e bainha). As 
folhas incompletas podem ser invaginantes ou amplexicaules, 
coadunadas ou concrescentes, ou sésseis. 
NOÇÕES SOBRE PRINCÍPIOS ATIVOS DOS VEGETAIS 
 Os vegetais são seres que realizam fotossíntese, pois possuem 
clorofila que permite transformar a energia luminosa em energia química 
e, com isto, podem biossintetizar muitas substâncias. Os vegetais 
costumam ter aspectos em comum no seu metabolismo, sintetizando 
substâncias que são vitais a todos vegetais, como a celulose, o amido, os 
lipídos eaminoácidos. Este pode ser chamado de metabolismo primário 
dos vegetais. Além do metabolismo primário, existe uma outra atividade 
de síntese biológica que varia de espécie para espécie e que produz 
substâncias particulares, cuja função ainda não foi definida na maioria 
dos casos. Este é chamado metabolismo secundário dos vegetais e que 
produz os chamados princípios ativos. 
 Apesar de não estar ainda bem definido o papel destas substâncias 
na fisiologia dos vegetais, várias conclusões podem ser tiradas de 
observações simples. Algumas substâncias produzidas pelos vegetais têm 
funções de adaptação ao meio e são armas da competição biológica. 
Sabe-se que, de uma forma geral, vegetais cultivados numa situação 
22 
 
ótima, com adubo e temperatura artificial e sem exposição à competição 
de espaço com outros vegetais, produzem uma quantidade mínima de 
princípios ativos. Já vegetais sujeitos às adversidades do meio e à 
competição com outras plantas produzem muito princípio ativo. Isto 
surge que estas substâncias têm importância vital na competição do 
vegetal em seu nicho ecológico. Outra alteração no nível de princípios 
ativos encontrada com muita freqüência é a variação sazonal destas 
substâncias, determinando uma época ideal para a colheita dos vegetais 
para que apresentem boa atividade terapêutica. As variações sazonais 
sugerem que estas substâncias possam ter importância em ciclos do 
vegetal como floração ou frutificação ou que sejam uma adaptação a 
uma situação climática. Por isto, certos vegetais suportam climas frios 
enquanto outros se desenvolvem em climas quentes e existem os 
vegetais que sobrevivem apenas em climas secos enquanto outros estão 
adaptados a climas úmidos. Isto é plenamente justificável visto que o 
vegetal é um ser destituído de movimento próprio; enquanto nós, 
animais, nos protegemos das variações climáticas buscando abrigo, os 
vegetais são obrigados a lançar mão de substâncias para se defender. 
Outro possível papel dos princípios ativos sintetizados por vegetais é 
uma função de defesa contra agressões de parasitas biológicos. Os 
vegetais também podem ser agredidos por fungos, bactérias, 
protozoários e vírus e não possuem sistema imunológico para defender-
se desta agressão. A utilização de substância com atividade antibiótica é 
uma possibilidade bastante plausível para explicar a presença de 
princípios ativos. 
 Alguns princípios ativos com propriedades antibióticas de largo 
espectro são comuns a diversas espécies (como o mental e o borneol), 
sugerindo que sejam moléculas importantes para o equilíbrio biológico 
das plantas. Outro achado curioso é que raízes costumam ter principais 
ativos diferentes das folhas e caule, o que pode ser explicado pelo fato 
das partes aéreas das plantas serem agredidas por agentes daqueles que 
agridem as raízes. 
 É interessante notar que um caule sadio não suporta ficar enterrado, 
sendo transformado em raiz ou apoderando, o que significa ser invadido 
e destruído por bactérias. Então, fica a pergunta: ”por que a raiz suporta 
ficar enterrada sem ser agredida?” Outra questão interessante ao se 
tecer considerações sobre os princípios ativos vegetais é a simbiose que 
existem entre a espécie humana e o mundo animal, em geral, com os 
vegetais. Esta relação simbiótica é tao antiga quando a existência da 
vida sobre a terra e mesmo que não nos apercebemos, está incutida no 
dia-a-dia de nossas vidas. Em termos de conhecimento cientifico, a 
maior prova desta relação simbiótica são as vitaminas, substâncias 
23 
 
produzidas por vegetais, mas indispensáveis às espécies animais por 
atuarem como co-fatores em processos enzimáticos essenciais à vida. Já 
algumas espécies animais, quando ficam doentes, instintivamente 
ingerem determinadas espécies de vegetais, sugerindo que esta relação 
simbiótica foi geneticamente incorporada. Os vegetais que usamos 
tradicionalmente a milhares de anos em nossa alimentação são outra 
face desta relação simbiótica. Por isto, não se pode descartar que 
algumas plantas utilizadas terapeuticamente, desde tempos incontáveis, 
não façam parte desta relação. 
 Os princípios ativos têm uma importância na Botânica no que é 
conhecido por estudo químiotaxionômico. Ou seja, algumas espécies que 
produzem a mesma substância ou substâncias correlatas significando 
que estas espécies possuem sistemas enzimáticos semelhantes ou que 
estão relacionadas à mesma família ou gênero. Isto pode auxiliar, por 
exemplo, a classificar uma planta cuja classificação está difícil baseando-
se em caracteres morfológicos. Com os avanços recentes da Fitoquímica, 
alguns vegetais tiveram sua classificação modificada, pois os estudos 
quimiotaxonômicos surgiram uma classificação diferente. Os 
conhecimentos de quimiotaxonomia podem também auxiliar a classificar 
um fitoterápico já preparado e seco, auxiliando diligencias de fiscalização 
para coibir a venda de falsos medicamentos vegetais. As plantas, em 
geral, possuem uma gama variada e rica de princípios ativos. Algumas 
plantas podem possuir 30 ou até 100 substâncias farmacologicamente 
ativas no seu interior. Os principais ativos estão descritos, a seguir: 
Tananinos ou Substâcias Tânicas 
 Compostos que possuem funções fenólicas em suas moléculas, 
responsáveis por suas propriedades. São princípios amorfos, de sabor 
adstringente e estrutura química variada. 
 Ocorrem em plantas superiores, mais em Dicotiledôneas do que em 
monocotiledôneas, como por exemplo, nas famílias Rosaceae, 
Leguminosae, Myrtaceae, Rubiaceae; raras em algas e fungos. 
 É provável que ocorra mais em células jovens, uma vez que os frutos 
verdes ricos em taninos,quando atigem a maturidade,porem seu teor; 
nos frutos verdes, os taninos são responsáveis pela cica. 
 Podem formar complexos com heterosídeos, mucilagensou 
alcalóides. 
 No vegetal, desempenhariam uma função de proteção, sendo que 
24 
 
alguns pesquisadores relacionam taninos com o açúcar, já que 
desaparecem nos frutos maduros. 
 Os taninos atuam como anti-sépticos e, devido a sua ação 
adstringente, atuam também como anti-hemorrágicos, anti-diarréicose 
cicatrizantes (formam uma camada prutetora). 
 Exemplos: pó de banana verde e brotode goiaba, contra diarréia; 
mamão verde, cicatrizante; hamaméis (folhas), utilizadas para 
hemorróidas, flebites e varizes, inclusive na homeopatia, porém 
aproveitam-se melhor suas propriedades em extratos de laboratório. 
 Na indústria, os taninos são utilizados para curtir o couro, pois 
reagem com as proteínas da pele. 
 Dividem-se em: 
Condensados: Derivados de flavonóides condensados (principalmente 
catequina). 
Exemplo: folha de hamamelis virginiana L. 
Hidrolisáveis: o núcleo é um açúcar ou similar, esterificado com ácidos 
carboxlicos fenólicos. Segundo o produto da hidrolise podem ser: galicos 
ou galataninos (liberam ácido gálico) e elásticos ou estagitaninos (ácido 
elágico). 
 Os taninos condensados não são absorvidos, porém com uma dieta 
longa, com mais de 1%, podem causar irritação intestinal, sendo então 
absorvidos e provocando lesões no fígado e rins. Uma última observação 
quanto ao uso indiscriminado de plantas ricas em taninas, diz respeito à 
Romã (púnica granatum L. Punicaceae), cuja casca utilizada para 
gargarejos deve ser usada internamente com cautela com cautela, pois é 
tóxica. 
Óleos Essenciais, Óleos Aromáticos, Óleos voláteis ou Essências 
 Produtos aromáticos, voláteis, muito comuns no Reino vegetal. Em 
geral, são à base de terpenos e seus derivados (um aldeído, uma cetona 
etc.). Os terpenos podem ser monoterpenos, com 10 átomos de 
carbono; sesquiterpenos, com 15 átomos de carbono e diterpenos, com 
20 átomos de carbono. 
 As essências são substâncias liquidas e misturas complexas, 
25 
 
podendo chegar a mais de 100 componentes; sendo assim, na essência 
de menta, o mental é um álcool que ocorre na proporção de 80%. 
Ocorrem principalmentenas plantas superiores, como nas famílias 
Labiatae, Rubiaceae, Lauraceae, Umbelliferae e Compositae. 
 São encontradas essências nas flores (camomila-Matricaria 
Chamomilla L._Compositae), folhas (erva-cidreira, nas diferentes 
espécies), frutos (erva-doce_Foeniculum vulgare Miller-Umbelliferae), 
caules e raízes (canela_Cinnamomum zevlanicum Nees _Lauraceae). Um 
mesmo vegetal pode apresentar essências diferentes, como é o caso da 
laranja_Citrus SP._Rutaceae, que apresenta óleo essencial na flor, casca 
do fruto e na folha. Os óleos essenciais podem se localizar em células de 
tecido normal, não diferenciado, em diferentes profundidades, como na 
canela, ou então em pelos glandulares, células epidêmicas ou glândulas 
internas (canais ou bolsas). Os óleos essenciais estão em maior 
concentração antes da floração; a insolação e a temperatura são fatores 
importantes no momento da coleta. 
 No próprio vegetal, as essências têm uma função relativa à 
polinização, isto é, pelo aroma atraem os polinizadores; podem atuar na 
proteção contra predadores e microorganismos, além de participarem 
dos processos celulares, segundo alguns autores. No homem, foi 
constatada ação anestésica (a base de mono e sesquiterpenos), 
analgésica (sesquiterpenos), anti-helmíntica (mono e sesquiterpenos), 
anti-histamínica (mono e sesquiterpenos), antiinflamatória (mono e 
sesquiterpenos), expectorante (monoterpenos) e sedativa (mono e 
sesquiterpenos). 
 Exemplos de plantas com óleos essenciais: 
• Erva-cidreira (Melissa Officinalis L. Labiatae): Essência rica em 
citral, de ação tranqüilizante e digestiva. 
• Erva-doce (Foeniculum vulgare Miller Umbelliferae): Essência rica 
em anetol, de ação digestiva e carminativa. 
• Camomila (Matricaria chamomila L. Compositae): Essência rica em 
azuleno, de ação cicatrizante e antiinflamatória. 
• Eucalipto (Eucalyptus globulus Labill Myrtaceae): Essência nas 
folhas, rica em eucaliptol, de ação anti-séptica e expectornante. 
• Canela (Cinnamomum zeylanicum Nees Lauraceae): Essência rica 
em aldeído cinâmico, de ação digestiva e anti-séptica. 
 Como última observação, devemos lembrar-nos de outro tipo de 
óleo vegetal, os óleos fixos, que são matérias graxas de valor 
nutricional e que ocorrem nos frutos e sementes. 
26 
 
Exemplos de óleos fixos: 
• Óleo de soja (Glycine Max Merril Leguminosae Papilionoideae) 
• Óleo de milho (Zea mays L. Gramineae) 
• Óleo de coco (Cocos nucifera L. Palmae) 
• Óleo de girassol (Helianthus anuus L. Compositae) 
• Óleo de amedoim (Arachis hypogaea L. Leg. Pap.) 
Alcalóides 
 São bases orgânicas nitrogenadas; dá sabor amargo à planta, mas 
nem todo sabor amargo provém de um alcalóide; surgem na formação 
ou transformação de matérias protéticas. Parece que não ocorrem nas 
algas; nos fungos são pouco freqüentes; nas dicotiledôneas mais dos que 
nas monocotiledôneas. 
Exemplos de famílias: 
• Apocynaceae, Leguminosae, Papaveraceae, Rubiaceae e 
Solanaceae (sete gêneros contêm o alcalóide Hiosciamina). 
Ocorrem em: 
• Sementes (café coffea arábica L. Rubiaceae) 
• Casca do caule (quina Cinchona SP. Rubiaceae) 
• Raízes (ipeca Psychotria ipecacunha Stokes Rubiaceae) e folhas 
(coca_Erythroxylum coca Lam._Erytroxylaceae) 
• Beladona (Atropa belladona L._Solanaceae) 
• Jaborandi (Pilocarpus jaborandi Holmes, P. micorphyllus Stapf. 
Rutaceae) 
 Frequentes em partes da planta em vias de crescimento ou formação 
(pontos vegetativos). Mais tarde localiza-se em regiões externas, como o 
tegumento das sementes, e mais raramente no interior (medula). No 
próprio vegetal, é possível que exerça uma função protetora. A 
classificação dos alcalóides é complexa, por isso daremos alguns 
exemplos de plantas ricas em alcalóides. A beladona e o 
meimendro_Hyoscyamus Níger L. são duas solanácesa que possuem três 
alcalóides tropânicos, que atuam no Sistema Nervoso Autonômo e 
mesmo no central: a hiosciamina, a escopolmamina e a atropina, sendo 
que esta não ocorre nas plantas frescas, que portanto devem ser secas 
para que se força a extração. A ação farmacológica dos três é dilatação 
da pupila, relaxamento dos músculos ciliares, redução das secreções, 
dilatação dos brônquios, além de impedir a contração da musculatura 
lisa: a ação tóxica dos três provoca distúrbios mentais, náuseas e 
vômitos, secura da pele e da boca, sede e agitação. Na medicina popular, 
27 
 
são feitas cigarros com folhas secas de beladona e de outra Solanácea, o 
estramônio Datura stramonium L. para combater a asma, porém, não só 
essa preparação como qualquer outra com plantas que contenham 
alcalóides dessa natureza não devem ser feitas em casa, devido a alta 
toxicidade que apresentam. A papoula papaver somniferum L. 
Papaveraceae é a fornecedora do ópio, rico em alcalóides, que será 
tratado mais adiante. AStrychnos nux vomica L. Loganiaceae produz dois 
alcalóides extremamente tóxicos, a estricnina e a brucina, encontrados 
na semente. Como medicamento é tônico cardíaco, circulatório, digestivo 
e estimulante do sistema nervoso, que no entorno é afetado se os 
alcalóides não forem ministrados na dose correta; mais um exemplo de 
planta que não deve ser manipulada em preparações caseiras. A batata 
inglesa Solanum tubderosum L. é uma Solanácea comestível, porém 
devem-se evitar os tubérculos verdes e os brotos, pois contêm o 
solanina. Outras Solanáceas comestíveis são tomate Lycopersicum 
esculentum Miller, a berinjela S. melongena L. e o jiló S.glo Raddi. Ação 
terapêutica dos alcalóides no homem: como analgésico (morfina), 
simpaticomimético (efedrina Ephedra SP. Esphedraceae), antitussígeno 
(codeína), emético (emetina ipeca), vasoconstritor (efedrina), ação 
curarizante, ou seja, causar paralisação da musculatura lisa (alcalóides 
de Erythrina SP. Leguminosae.). Devido à sua ação farmacológica, vários 
alcalóides possuem ação tóxica. A cocaína pode causar palpitações, 
ansiedade, psicose e convulsões por hiperestimulação simpática; a 
morfina deprime o sistema nervoso, levando ao coma e parada 
respiratória, além de produzir altos graus de dependência nos usuários. 
Glicosídeos 
 São compostos por uma fração de açúcar ligada a uma substancia 
chamada genina ou aglicona, responsável pela ação terapêutica; têm 
gosto muito amargo. 
• Glicosídeos Alcoólicos: A genina ou aglicona é um álcool; como 
exemplo, a salgueiro. O infuso das folhas pode ser usado contra 
reumatismo, porém a maior concentração de salicina é casca, 
podendo-se fazer então a decocção dos ramos jovens. O estudo 
das ações antiinflamatórias do salgueiro levou à descoberta dos 
salicilatos e à síntese do acido acetilsalicílico, a aspirina. 
 
• Glicosídeos Cianogenéticos: Por hidrólise, liberam ácido cianídrico 
ou prússico (HCN). Como exemplo tem a amigdalina, presente na 
casca do tronco, ramos e raiz do abrunheiro prunus spinosa L. 
Rasaceae e nas folhas do pessegueiro P. pérsica Stokes. Também 
há a linimarina, presente na mandioca Manihot esculenta Grantz 
28 
 
Euphorbiaceae, que encontra-se na parte mais externa da raiz, daí 
a necessidade de se retirar a película. É comum as raízes moídas 
de a mandioca ser secas ao sol, antes de serem ingeridas, pela 
facilidade com que o ácido cianídrico é liberado quando submetido 
ao calor; as raízes também podem ser cozidas, quando então a 
primeira escaldada deve ser desprezada. 
 
• Glicosídeos Cardioativos: Ação cardiotônica, atuando na contração 
do músculo cardíaco. Como exemplo temos a digitalina, 
proveniente da dedaleira Digitalis purpúrea L. Scrophulariaceae e a 
asclepiadina, provente do oficial de sala Asclepias curassavica L. 
Asclepiadaceae, ambas muito tóxicas e que também não devem 
ser manipuladas em casa. 
 
• Glicosídeos Antraquinônicos: Relacionados com as antraquinonas, 
que são substâncias cristalinas, amarelo pálidas, que resultam da 
oxidação do antraceno. São muito amargos e estimulam a 
defecação, pois ao evitar a absorção de água pelas vilosidades 
intestinais,amolecem as fezes. Como exemplo tem a aloína, 
extraída do gênero Aloe, que possui diversas espécies com o nome 
vulgar babosa (família Liliaceae). O glicosídeo está presente nas 
folhas, sendo usado para o fígado, estômago e para combater a 
prisão de ventre. Espécies do gênero Rhamnus família 
Rhamnaceae, de nome popular cáscara sagrada, contém rheína, 
glicosídeo de ação purgativa. Sene é o nome vulgar de duas 
leguminosas, Cassia lanceolata e C. uniflora Spreng. , cujas folhas 
contêm um glicosídeo de ação purgativa. 
 
• Glicosídeos Flavonódes: Flavanonas: ocorrem principalmente no 
gênero Citrus (família Rutaceae), em Compositae, pinaceae, 
Polypodiaceae. Como exemplo, temos a hesperidina, que ocorre na 
casca da laranja; junto com a vitamina C, a hesperidina aumenta a 
vitalidade dos capilares. Flavonas: pigmentos amarelos de pétalas 
de flores, folhas, sementes e frutos. No próprio vegetal, atua na 
diferenciação e no desenvolvimento de cotilédones e folhas. 
Ocorrem nas famílias Gramineae, Leguminosae e 
Scrophularaiaceae. Flavonóis: pigmento amarelo claro das folhas 
flores de 80% das Angiospermas. Como exemplo, a rutina, 
presente nas folhas secas da arruda Ruta graveolens L. Rutaceae, 
que combate a arterioesclerose e atua como anti-hemorrágico 
capilar. 
 
• Glicosídeos Saponínicos ou Saponinas: Substâncias em geral 
amorfas, podendo também ser cristalizadas, com sabor variado e 
29 
 
que possuem estruturas esteroidais nas Monocotiledôneas e 
estrutura de um triterpeno nas Dicotiledôneas. As saponinas 
podem ser pouco tóxicas ou então possuírem ação necrosante e 
hemolítica. Suas propriedades dependem da origem, mas em geral 
formam espuma. Algumas são inctiotóxicas, ou seja, envenenam 
os peixes e são conhecidas popularmente pelos nomes timbó ou 
tingui (varias espécies); podem exercer ação antimicrobina e 
fungicida, como o suco do sisal Agave sisalana perr. Agravacea; a 
solução diluída do extrato de Luffa operculata Coign. Cucurbitaceae 
é utilizada no tratamento da sinusite, auxiliando na eliminação da 
coriza. Ocorem na raiz, como a glicirrizina da leguminosa 
Glycyrriza glabra L., o alcaçuz da Europa; no caule, como a 
entecasca do juazeiro Zizinhus joazeiro mart. Rhamnaceae; nos 
frutos, como a buchinha L.operculata Coign. E nas sementes, como 
na castanha da Índia Aesculus hippocastanum L. 
Hippocastaneaceae. As sementes tendem a concentrar mais 
saponinas quando se dá a germinação; nos órgãos vegetativos 
provavelmente diminuem a concentração após a floração. 
 
Mucilagens, Gomas e Substâncias Pécticas 
 Os três são polissacarídeos. 
 As mucilagens ocorrem em algas e certos fungos e nas famílias 
Rosaceae, Liliaceae, Malvaceae, Tiliaceae; encontra-se nas flores (Malva 
SP. E Althaea SP._Malvaceae, nas folhas (contrei_Symphytum officianale 
L._Boraginaceae) e sementes (Linum usitatissimum L. Linaceae_linho). 
Em contato com a água , as mucilagens tornam-se gelatinosas; em geral 
participam de medicamentos indicados para combater a prisão de ventre 
e no próprio vegetal têm importância na translocaçao de água por 
ocasião da germinação. Outras plantas que contêm mucilagem são o 
quiabo Hibiscus esculentus L. Malvaceae; a tanchagem plantago SP. 
Plantaginaceae e o conferi, que possui mucilagens na planta toda e 
também uma substância cicatrizante, a alantoína. As gomas ocorrem nas 
leguminosas, entre outras famílias, destacando-se o gênero Acacia, 
produtores da goma arábica, de largo emprego industrial; podem exudar 
naturalmente ou surgir por meio de incisões no caule. As substâncias 
pécticas ou pectins ocorrem em toda a planta, mas principalmente nos 
frutos maduros, como a maçã Pyrus malus L. Rosaceae; carambola 
Averrhoa carabola L. Oxilidaceae; maracujá Passiflora SP Passifloraceae e 
cítricos Citrus SP Rutaceae. Ajudam a regularizar os intestinos e na 
industria são utilizadas na fabricação de geléias. 
30 
 
 
Substâncias Resinosas 
 Complexo de substâncias heterogêneas, em parte dissolvidas em 
óleos essenciais; situam-se em canais ou bolsas e podem exsudar 
naturalmente (mais raro) ou após incisão. Ocorrem nas famílias 
Anacardiaceae, Zingiberaceae, Leguminosae, Compositae, Euohorbiaceae 
e na ordem Coniferae, das Gimnospermas. São substâncias com certo 
odor, líquidas, semifluidas, massas consistentes, produtos xaroposos 
fluidos ou semifluidos; ocorrem principalmente no caule, podendo, no 
entanto, aparecer em outros órgãos. As gomo resinas são uma emulsão 
de uma goma e uma resina, podendo ser acompanhada ou não de im 
traço de essência, que lhes dá aroma. Como exemplo temos a mirra 
Commiphora myrrha Engler Burseraceae. O látex ou lacto resina é uma 
emulsão leitosa, mais ou menos opaca, de constituição complexa, 
localizados em canais chamados laticíferos. Pode contar alcalóides, 
carboidratos minerais, etc. Obtido por incisão de representantes das 
seguintes famílias: Asclepiadaceae, Apocynaceae, Compositae, 
Euphorbiaceae, Moraceae, Papaveraceae e Sapotaceae. Borracha ou 
cautchu é o termo para a substância elástica e resistente proveniente da 
coagulação do látex de diversas plantas; a seringueira é uma Euforbiaca 
Hevea brasiliensis Muel. Arg. Fornecedora de látex que entra na 
produção da borracha natural. O ópio é o látex obtido pela incisão das 
capsulas (frutos) da papoula papaver somniferum L. Papaveraceae; é 
muito rico em alcalóides, porem seu conteúdo varia em função do 
estagio de maturação dos frutos; sendo assim, o alcalóide morfina ocorre 
nas capsulas jovens e desaparece com a sua maturação. Os alcalóides do 
ópio se dividem em dois grupos importantes: ao primeiro pertence à 
morfina, a codeína e a tebaína; ao segundo pertencem a papaverina, a 
codamina, a laudanina, a narceirina, a laudonosina e a narcotina. O ópio 
encerra outras substâncias como matérias pécticas, mucilaginosas, 
ácidos, gorduras e subtâncias albuminosas. Os óleos resinas provêm da 
polimerização e oxidação incompleta de uma essência. A parte 
transformada se dissolve na essência não alterada. São substâncias 
espessas, de odor variável, que ocorrem em canais de profundidades 
variáveis. Ocorre em Coníferas, como a terebintina de Pinus pinaseter 
Solaned. E P maritimus Solander Pinaceae, em alguns representantes 
das famílias Anacardiaceae e Leguminosae, como a copaíba copaifera sp. 
As resinas propriamente ditas correspondem ao último ao estágio de 
transformação da essência, da qual podem restar ainda alguns traços. 
São substâncias quimicamente complexas, em geral solidas obtida 
naturalmente ou por incisão. Como exemplo temos a aroeira da praia 
Pistacia lentiscus L. Anacardiaceae, cuja resina tem os nomes pouco 
31 
 
usados de mástique ou almecega. Os bálsamos são produtos resinosos 
líquidos ou semilíquidos, quebradiços, onde predominam os éteres 
formados de ácidos aromáticos e da resina-tanóis; têm sabor acre e 
aromático e odor agradável. Ocorrem em Leguminosae, como Myroxylon 
pereirae Klotzch (balsamo do Peru), M toluifera HBK (bálsamo de Tolu); 
em Hamamelidaceae, como Liquidambar orientaleis Mill. E Styrax SP 
Styracaeae. 
Pigmentos 
 Encontramos nos vegetais os pigmentos clorofilianos (verdes), 
carotenóides, flavônicos, antociânicos, xantônicos e antracênicos. Nas 
folhas, habitualmente, ocorrem a clorifila e os carotenóides caroteno 
(vermelho) e xantofila (amarelo); nas flores e frutos encontramos 
pigmentos vermelhos, azuis, violetas ou amarelos; as cascas do caule 
podem ter pigmentos amarelos ou vermelhos. Os carotenóides ocorrem 
em folhas, flores, frutos e órgãos subterrâneos. O caroteno é 
considerado precursor da vitamina A e encontrado na cenoura_Daucus 
carota L. Umbelliferae e a bixina, proveniente das sementes do urucum 
Baixa orellana L. Bixaceae é utilizada como corante e como filtro solar. 
No próprio vegetal os carotenóides participam de seu metabolismo. Os 
pingmentos flavonicos são amarelos e já foram vistos alguns deles 
anteriormente; os pigmentos xantônicos e xantonosídeos também são 
amarelose vizinhos dos anteriores (flavônicos). Os pigmentos 
antociânicos dão coloração vermelha, violeta, azul de flores, muitos 
frutos, algumas folhas, cascas e raízes. Ocorrem principalmente nas 
plantas árticas e alpinas. Os pigmentos antracênicos e seus heterosídeos 
correspondentes são também amarelos e vermelhos. Ocorrem 
principalmente nas folhas, raízes, cascas de representantes das famílias 
Tiliaceae, Polygonaceae, Leguminosae, Rhamnaceae e Rubiaceae. 
Princípios Amargos 
 Substâncias quimicamente mal definidas, inodoras, amargas, 
geralmente amorfas, às vezes cristalinas e de ação tóxica. Ocorrem em 
muitas famílias, mas são abundantes nas Compositae e gentianaceae. 
Como exemplo tem a Arnica Montana L. (arnica) e a Artemísia vulgaris L. 
(Artemísia), além de outras espécies deste gênero; os dois gêneros são 
compostos. Também há a quassina, princípio da quássia Quassiaamara L. 
Simaroubaceae, indicada em afecções gastrintestinais. 
Vitaminas 
 É importante lembrar também das vitaminas, substâncias que fazem 
32 
 
parte do metabolismo vegetal e que são benéficas ao homem. A vitamina 
A pode ser encontrada na cenoura, alface Lactuca sp. Compositiae e 
tomate; as vitaminas do complexo B na levedura de cerveja, sendo que a 
B também no germe de trigo Triticum vulgare Vill. Gramineae; o óleo de 
germe de trigo também apresenta vitamina E e vitamina PP. E por fim a 
vitamina C, presente em frutos como os cítricos, caju Anocardium 
occidentale L. Anacardiaceae e na goiaba Psidium guayava L. Myrtaceae. 
CUIDADOS NO PLANTIO E COLETA DE PLANTAS 
MEDICINAIS 
 O trabalho com as plantas requer dedicações e zelo. Desde a 
preparação da terra, do instante da colheita até a preparação das 
essências, é necessário analisar o momento oportuno para o inicio do 
trabalho, pois, como sabemos, temos que respeitar as que regem a 
natureza e as fases da Lua, que têm grandes influencia sobre esse reino. 
È sabido que, apesar do grande avanço dos métodos de plantio e 
colheita, o homem ainda tem que seguir as fases da Lua, caso contraria 
se não plantar na Lua certa, tendera ao fracasso ou então sua colheita 
não terá o sucesso alimeiado. O reino vegetal ainda tem o seu processo 
evolutivo muito ligado às leis da criação. Ao contrario do nosso, onde o 
arbítrio pode manipular a encarnação, quem direciona o processo de 
manifestação no plano físico são leis maiores que dirigem o universo 
inteligente. Portanto, temos que estar abertos para entendermos a 
sincronicidade que existe entre os dois planos: o plano da energia em 
estado mais etéreo e o plano onde essa energia se materializa, o 
tridimensional. Quando as forças do plano estéreo se preparam sob o 
comando das leis da criação, é necessário que encontrem um ambiente 
próprio e natural, receptivo e de quantidade vibratória compatível com os 
objetivos do trabalho, sendo que, por esse aspecto, somos diretamente 
responsáveis. Quando trabalhamos com a terra, não devemos usar 
adubos químicos ou matéria orgânica, nem devemos limpar o terreno 
todo, apenas a parte que vamos utilizar. O mato retirado deve fazer 
parte do composto para uso eventual como adubo natural. Devemos 
retirar a terra na Lua Nova, quando a seiva da natureza está no solo e 
assim podermos aproveitar melhor todo esse potencial. O plantio deve 
ser rotativo, ou seja, depois de utilizado, um pedaço de terra deve 
descansar por um período. Nossa sensibilidade deve estar aguçada para 
sentirmos que tipos de plantas podem ser plantados juntos ou não; como 
separá-las, caso necessário; quais delas utilizar para afastar insetos 
predadores ou, até mesmo, para manter o equilíbrio natural do local, 
para que nunca necessitemos criar um pequeno ecossistema, onde a 
própria natureza se encarrega do autoequilibrio, estaremos colaborando 
diretamente para termos um bom resultado em todos os sentidos. O 
33 
 
trabalho de preparação da terra requer paciência e devemos aproveitar 
esse momento para refletir sobre tudo aquilo que almejamos. É nesse 
momento que entramos em contato com as forças criadoras e colocamo-
nos à disposição para sermos canais desse trabalho. Sentir a terra é 
também sentir a nossa própria capacidade de darmos forma aos planos 
sutis e, nesse instante, também sermos criaturas disponíveis e criadores. 
Retornar à terra é nos encontrarmos com uma parte da nossa 
experiência passada, quando um dia, como seres vegetais também aqui 
chegamos. Era um planeta puro, onde não existia população nem dor. O 
entendimento de tudo isso é fundamental para o crescimento do 
trabalho. A terra deve ser preparada e removida durante o ciclo da Lua 
Nova e as primeiras mudas são plantadas no inicio da Lua Crescente. A 
partir desse instante, vamos aguardar os primeiros brotos despontarem 
da Mãe Terra. O cuidado dessa fase deve ser redobrado. Marcar o local 
com pequenos gravetos; aguar constantemente (sempre no começo da 
manha ou fim do dia, quando o sol não estiver quente); limpar os 
mantinhos em volta da planta até que ela esteja pronta para a troca de 
corpo, saindo da matéria vegetal para um corpo liquido, onde, nesse 
instante, vai morar a sua essência. Cuidar das ervas e das flores na fase 
de crescimento e uma dádiva. Manter ume relação de amor e troca com 
elas é realmente uma experiência gratificante para todo o ser. Observar 
seus movimentos e sua postura diante do mundo nos ensina muito, 
principalmente sobre seu comportamento em relação a nossos cuidados 
e conversas. Mexer com asses seres dá-nos uma forte sensação de 
chegarmos mais perto do criador e do entendimento do que é o equilíbrio 
interno. 
Cuidados com o plantio 
 Durante o plantio e cultivo de plantas medicinais as seguintes 
instruções devem ser seguidas para atingirem-se os objetivos esperados 
que sejam vegetais ricos em princípios ativos. 
• Potencial genético das sementes: Devem ser escolhidas sementes 
de boa quantidade que tenham sido obtidas de plantas ricas em 
princípios ativos. Muitas vezes, na mesma espécie, existem 
variantes quanto à capacidade de produzir os Princípios ativos 
entre diferentes vegetais. 
 
• A época do plantio: Algumas espécies têm épocas determinadas 
para o plantio, o que deve ser observado para um bom 
desenvolvimento do vegetal. 
 
• Clima: O vegetal deve ser plantado no clima que cresce 
34 
 
habitualmente. Quando um vegetal aclimatado é utilizado, deve-se 
fazer um estudo fitoquímico prévio para se descobrir se ele está 
produzindo princípios ativos adequadamente. Muitas medicinais 
crescem em climas diferentes de seu ambiente nativo, mas com 
baixíssima concentração de princípios ativos. 
 
• Distribuição do vegetal: Quando cultivadas, as plantas medicinais 
devem ser misturadas entre si, para estimular a competição 
biológica e, com isto, aumentar a produção de princípios ativos. 
Algumas plantas medicinais são daninhas e invadem, 
habitualmente, canteiros de hortas e devem ser utilizadas para dar 
ao nicho ecológico do canteiro mais semelhanças com ambientes 
naturais. 
 
Cuidados com a Coleta 
 A coleta depende, entre outras coisas, do ciclo de vida vegetal. Em 
relação ao seu ciclo de vida, a planta pode ser anual, quando germina, 
cresce, floresce, produz sementes e morre em um ano ou menos; ela 
será anual estival quando nasce na primavera e floresce no verão e anual 
invernal, quando nasce no outono e floresce na primavera ou verão; 
planta bianual é aquela que completa seu ciclo em dois anos e vivaz ou 
perene quando vive muitos anos, frutificando várias vezes durante sua 
existência. Conhecida a época a plantio e o ciclo do vegetal, será possível 
estabelecer a época ótima para sua coleta. A regra abaixo é válida para 
os vegetais em geral, mas algumas espécies podem ter particularidades 
quanto à sua coleta: 
• Planta toda (em geral uma erva): Antes da floração. 
• Raízes, rizomas, tubérculos e bulbos: Final do outono ou início da 
primavera. 
• Caules: Desenvolvido, também antes da floração. 
• Folhas e sumidades floridas:Antes de se abrirem e serem 
fecundadas. 
• Frutos: Alguns são utilizados verdes, porém para se aproveitar as 
vitaminas e sais minerais, são utilizados maduros. 
• Sementes: Antes da disseminação. 
 Na china, o plantio e coleta de plantas medicinais são estudados a 
fundo em ambiente universitário, durante o curso de Farmácia. Lá, são 
conhecidos inúmeros detalhes sobre os cuidados no plantio e coleta de 
cada espécie medicinal. É bom lembrar que 70% dos medicamentos 
consumidos na china são à base de plantas medicinais que o país produz 
35 
 
e que a população local é de 1 bilhão e 100 milhões de habitantes. 
 O trabalho com as plantas requer dedicação e zelo. Desde a 
preparação da terra, do instante da colheita até a preparação das 
essências, é necessário analisar o momento oportuno para o início do 
trabalho, pois, como sabemos, temos que respeitar as leis que regem a 
natureza e as fases da lua, que têm grandes influencia sabre esse reino. 
É sabido que, apesar do grande avanço dos métodos de plantio e 
colheita, o homem ainda tem que seguir as fases da lua, caso contraria 
se não plantar na lua certa, tenderá ao fracasso ou então sua colheita 
não terá o sucesso almejado. O reino vegetal ainda tem o seu processo 
evolutivo muito ligado às leis da criação. Ao contrario do nosso, onde o 
arbítrio pode manipular a encarnação, quem direciona o processo de 
manipulação no plano físico são leis maiores que dirigem o universo 
inteligente. Portanto, temos que estar abertos para entendermos a 
sincronicidade que existe entre os dois planos: o plano da energia em 
estado mais etéreo e o plano onde essa energia se materializa, o 
tridimensional. Quando as forças do plano etéreo se preparam sob o 
comando das leis da criação, é necessário que encontrem um ambiente 
propicio e natural, receptivo de qualidade vibratória compatível com os 
objetivos do trabalho, sendo que, por esse aspecto, somos diretamente 
responsáveis. Quando trabalhamos com a terra, não devemos usar 
adubos químicos ou matéria orgânica, nem devemos limpar o terreno 
todo, apenas a parte que vamos utilizar. O mato retirado deve fazer 
parte do composto para uso eventual como adubo natural. Devemos 
retirar a terra na lua nova, quando a seiva da natureza está no solo e 
assim podermos aproveitar melhor todo esse potencial. O plantio deve se 
rotativo, ou seja, depois de utilizado, um pedaço de terra deve descansar 
por um período. Nossa sensibilidade deve estar aguçada para sentirmos 
que tipos de plantas podem ser plantados juntos ou não; como separá-
las, caso necessário; quais delas utilizar para afastar insetos predadores 
ou, até mesmo, para manter o equilíbrio natural do local, para que nunca 
necessitemos de remédios ou mesmo de inseticidas. Quando 
conseguimos criar um pequeno ecossistema, onde a própria natureza se 
encarrega do auto-equilíbrio, vamos colaborar diretamente para termos 
um bom resultado em todos os sentidos. O trabalho de preparação da 
terra requer paciência e devemos aproveitar esse momento para refletir 
sobre tudo aquilo que almejamos. É nesse momento que entramos em 
contato com as forças criadoras e colocamo-nos à disposição para 
sermos canais desse trabalho. Sentir a terra é também sentir a nossa 
própria capacidade de darmos forma aos planos sutis e, nesse instante, 
também sermos criaturas disponíveis e criadoras. Retornar a terra é nos 
encontramos com uma parte da nossa experiência passada, quando um 
dia, como ser vegetal também aqui chegou. Era um planeta puro, onde 
36 
 
não existia poluição nem dor. O entendimento de tudo isso é 
fundamental para o crescimento do trabalho. A terra deve ser preparada 
e removida durante o ciclo da lua nova e as primeiras mudas são 
plantadas no inicio da lua Crescente. A partir desse instante, vamos 
aguardar os primeiros brotos despontarem da Mãe Terra. O cuidado 
dessa fase deve ser redobrado. Marcar o local com pequenos gravetos; 
aguar constantemente (sempre no começo da manhã ou fim do dia, 
quando o sol não estiver quente); limpar os matinhos em volta da planta 
até que ela esteja pronta para a troca de corpo, saindo da matéria 
vegetal para um corpo liquido, onde, nesse instante, vai mora a sua 
essência. Cuidar das ervas e das flores na fase de crescimento é uma 
dádiva. Manter uma relação de amor e troca com elas é realmente uma 
experiência gratificante para todo o ser. Observar seus movimentos e 
sua postura diante do mundo nos ensina muito, principalmente sobre seu 
comportamento em relação a nossos cuidados e conversas. Mexer com 
esses seres dá-nos uma forte sensação de chegarmos mais perto do 
criador e do entendimento do que é o equilíbrio interno. 
Cultivo doméstico de plantas medicinais 
 Como a obtenção de plantas medicinais de boa qualidade é difícil, se 
a pessoa mora em local apropriado, pode cultivar suas próprias plantas 
medicinais. Contudo, o cultivo exige uma serie de cuidados para que 
produzam as substâncias ativas responsáveis pelas ações terapêuticas. 
As condições básicas são as seguintes: 
• Morar em local distante de centros urbanos, estradas de rodagem 
ou de região com poluição industrial. 
• Dispor de frente de água limpa. 
• Solo compatível para o cultivo. 
• Destinar um canteiro para o cultivo específico de plantas 
medicinais. 
• Pode ainda cultivar em vasos ou jardineiras: Se a opção for por 
vasos, devem ser usados os com 15 a 30 cm de diâmetro por 20 a 
30 cm de altura. No caso das jardineiras, usar as de 15 a 20 cm de 
largura e 15 a 20 cm de altura, e o comprimento disponível. 
Recomenda-se para estas opções colocar no fundo brita zero, areia 
e, em seguida, a terra para cultivo. 
• Potencial genético das sementes. Deve ser escolhidas sementes de 
boa quantidade que tenham sido obtidas de plantas ricas em 
princípios ativos. Muitas vezes, na mesma espécie, existem 
variantes quando à capacidade de produzir os princípios ativos 
entre diferentes vegetais. 
37 
 
 Após preencher estes pré-requisitos, o interessado deverá então 
observar as recomendações: 
Preparo do solo 
 O solo deve ser analisado para identificar possíveis carências de 
elementos essenciais ou alterações do pH que inviabilizem o plantio. A 
análise do solo pode ser conseguida com a EMATER do seu município. Em 
geral, os elementos de que as plantas necessitam com maior freqüência 
são o nitrogênio, o cálcio, o fósforo, o enxofre e o potássio. A maioria 
destes elementos pode ser conseguida por meio de uma adubação 
adequada. Para adubar o solo conforme o recomendado para plantas 
medicinais, a utilização de adubos químicos está completamente 
descartada, pois diminui a concentração das substancias com ação 
terapêutica nas plantas. Por isso, são usadas as substancias com ação 
terapêutica nas plantas. Por isso, são usadas as técnicas da agricultura 
orgânica, que reproduzem melhor as condições ecológicas a que as 
plantas estão acostumadas. Estas técnicas são: 
Compostagem 
 A compostagem é um preparado feito de vegetais e terra. Ela é feita 
dentro de um caixote de madeira que tenha, no mínimo, largura de 1 m 
e altura de 70 cm. O caixote não deve ter fundo, ficando o conteúdo 
diretamente apoiado na terra. As faces laterais do caixote devem ser 
feitas de forma que fiquem frestas de cerca de 1 cm entre as ripas de 
madeira para entrada de ar para ventilação. O caixote deve ser instalado 
num local longe de paredes, grades objetivos ou qualquer empecilho à 
circulação de ar no local. Dentro do caixote, então, coloca-se varias 
camadas (quantas forrem possíveis) de pedaços de plantas (folhas, 
galhos, cascas, frutos, raízes), alterando com terra (esta de boa 
qualidade e com bastante húmus_ensinarei como se prepara mais 
adiante). O ideal é que os vegetais sejam cortados ou fracionados para 
se ministrar bem com a terra. Quando atingir o topo do caixote, deve ser 
colocada uma camada de terra mais espessa para cobrir o composto. 
Então ele é deixado num período de “digestão”, que pode

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