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Doença de Newcastle

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Resumo elaborado por Júlia Madureira | @surtavet || PUC BETIM 
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 DOENÇA DE NEWCASTLE 
Hoje quando falamos de doença de Newcastle, dentro das nossas granjas industriais não 
tem mais essa doença presente, embora não tenha relatos atualmente, ainda há relatos 
existentes, por ter alta mortalidade, é fundamental notificar a presença da doença. 
Trata se de uma enfermidade infecciosa viral aguda de rápida difusão e altamente 
contagiosa, o vírus por sua vez, infecta uma grande variedade de aves domesticas e selvagens. 
É caracterizado por produzir sinais respiratórios, digestivos, nervosos e causar alta mortalidade. 
Ademais, é uma doença que causa grandes impactos econômicos pelas despesas com 
erradicação, custos com enfrentamento de surtos e perdas de mercado durante a interdição, 
uma das características interessantes da doença é que ela é uma zoonose, mas não é grave, isso 
porque quando os humanos tem essa doença não tem complicações graves (conjuntivite). 
A doença de Newcastle, tem controle oficial pelo MAPA no Programa Nacional de 
Sanidade Avícola (PNSA), é uma doença de notificação obrigatória da OIE, devido à importância 
econômica no comercial internacional. 
• ETIOLOGIA: 
É causada por vírus da família Paramyxoviridae, classificado como paramixovirus aviário 
1 (APMV-1), sendo que há 9 sorotipos descritos, apenas o sorotipo APMV-1 é o causador aviário 
da DN. Porém, existe uma variedade de cepas caracterizadas pela sua patogenicidade e 
virulência. 
Os vírus velogênicos (grupo 1 e 2), causam sinais e lesões severas. Induzem a 
manifestação respiratório e alta mortalidade. Os viscerotrópicos causam diarreia e lesões 
hemorrágicas no trato digestivo e os neurotrópicos causam sinais nervosos. Já os mesogênicos 
são moderamente patogênicos, podem causar queda de produção de ovos, sinais respiratórios 
e nervosos de moderada a baixa severidade e mortalidade baixa. Os latogênicos podem produzir 
sinais respiratórios muito brandos ou inaparentes. São estirpes usadas em vacinas, podem 
determinar infecções secundárias e diminuição da produção de carne e ovos. 
• EPIDEMIOLOGIA/TRANSMISSÃO: 
Possui amplo espectro de hospedeiros. Pombos domésticos podem ser considerados 
como hospedeiros. Os humanos (pouquíssimo grave) são suscetíveis e podem apresentar 
conjuntivite e transmitir o vírus. A principal transmissão é a horizontal, direta com inalação de 
aerossóis respiratórios ou das fezes, ou indireta por utensílios, alimento ou pessoal 
contaminado. Já a transmissão vertical ainda não foi comprovada nessa doença. 
É uma doença contemplada no PNSA. Rede de laboratórios credenciados que promovem 
a vigilância nos principais polos de produção, antes de qualquer suspeita tem que ser 
obrigatoriamente notificada – sua vigilância baseia na notificação obrigatória, diagnóstico 
laboratorial, assistência aos focos, medidas de biosseguridade e desinfecção, entre outras. 
Ademais, desde 1997, não foram relatados surtos em criatórios comerciais. Surtos mais recentes 
ocorreram em galinhas e patos de fundo de quintal. 
• SINAIS CLÍNICOS E LESÕES: 
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 - Geralmente são sinais clínicos respiratórios e neurológicos, por isso faz se o diagnóstico 
diferencial. Podem se confundir com outras enfermidades infecciosas como: bronquite, 
laringotraqueíte, coriza, DCR, dentre outras. Há outros fatores que são importantes para a 
gravidade da doença como, idade, estado imune, coinfecção com outros agentes e estresse. 
 Os velogênicos pode vir a ter morte súbita, muitas vezes sem sinais clínicos, além disso 
o viscerotrópico pode ter apatia das aves, alterações respiratórias, debilidade, finalizando com 
prostração e morte, diarreia esverdeada, alta mortalidade – até 100% especialmente em aves 
não vacinadas e lesões hemorrágicas. O neurotrópico pode ter uma doença respiratória severa 
acompanhada de sinais neurológicos e a morbidade pode chegar a 100% e a mortalidade 
próxima a 50% em aves adultas e 90% em aves jovens. As amostras mesogênicas é bem difícil 
de fazer sua diferenciação, doença respiratória, mais comum em aves jovens, baixa mortalidade, 
redução da produção de ovos e podem ter sinais neurológicos, mas é bem raro de ocorrer. Já as 
lentogênicas, não causam doenças em aves adultas, em aves jovens tem doenças respiratórias 
brandas, os sinais respiratórios podem desaparecer em menos de uma semana e pode haver 
uma complicação do quadro quando há outras infecções. 
• DIAGNÓSTICO: 
Realiza se então o isolamento viral e posterior caracterização é o único método seguro 
de diagnóstico da DN, as amostras de aves mortas: suabes oro-nasais, pulmão, rins intestinos, 
proventrículo e amostras de aves vivas suabes traqueias e cloacais. 
Diagnóstico diferencial = em aves muito jovens podem causar sinais neurológicos – 
encefalomielite. 
Para caracterizar o diagnóstico tem que ter um tempo médio de mortalidade 
embrionária: diluições são inoculadas na cavidade do cório alantoide, no caso de estar diante a 
uma estirpe velogênica = menos de 60 horas para matar todos os embriões, a mesogênica = 
entre 60 a 90 horas para matar e a lentogênica = mais de 90 horas para matar. 
✓ Índice de patogenicidade intracerebral (IPIC) em pintos de um dia – uma das formas 
para confirmar o caso ou PCR; 
✓ Inoculação intracerebral do líquido alantoide infectado; 
✓ Exame dos pintos a cada 24 horas por um período de oito dias; 
✓ Pintos saudáveis = 0, pintos doentes = 1, pintos mortos = 2; 
✓ O IPI é a pontuação média recebida por ave por dia; 
✓ Índice de patogenicidade intravenosa em frangos com 6 semanas em áreas livres de 
estirpes patogênicas de Newcastle; 
✓ Vacinação com vacinas vivas preparadas com estirpes não patogênicas (lentogênicas); 
✓ Pode ser feita a vacinação no primeiro dia (frangos de corte e poedeiras) e realizar 
revacinações periódicas; 
✓ Aves de vida longa, revacinação com vacina inativada antes da postura; 
PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE AVÍCOLA (PNSA), tem como objetivos prevenir e 
controlar as enfermidades de interesse em avicultura e saúde pública, também define acoes que 
possibilitam a certificação sanitária do plantel avícola nacional e favorecer a elaboração de 
produtos avícolas saudáveis para o mercado interno e externo, sendo que as principais doenças 
de controle oficial são: influenza aviária, doença de Newcastle, Salmoneloses e Micoplasmoses. 
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 Definição de casos: são três tipos de casos, os suspeitos, os prováveis e os confirmados, 
sendo que tem um critério de notificação em qualquer caso suspeito. 
a) Definição de caso suspeito: aves com sinais respiratórios ou neurológicos ou digestivos 
acentuados ou lesões macroscópicas em múltiplos órgãos e aumento de taxas de 
mortalidade. 
b) Definição de caso provável: constatação pelo SVO de caso suspeito de SRN ou detecção 
de AC específicos para APMV-1 não decorrentes de vacinação. No entanto, tem que 
aderir as medidas imediatas de Biosseguridade e providências para o diagnóstico 
laboratorial (exclusão ou confirmação). 
c) Definição de caso confirmado: isolamento e identificação do agente caracterizado 
como alta patogenicidade (IPIC ou sequenciamento molecular) em aves domésticas; 
Medidas do plano de contigência = vacinação em aves reprodutoras e de postura 
comercia, em caso de suspeita: interdição, rastreamento, colheita de amostras, isolamento dos 
animais. Em casos de foco: ocorre eliminação de todos os susceptíveis na unidade, destruição 
das carcaças e todos os produtos e subprodutos, desinfecção, vazio sanitário, animais sentinela, 
comprovação da ausência de circulação viral. 
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA DOENÇA DE NEWCASTLE = fechar a exportação

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