Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mucosa oral Ela consiste em três zonas a seguir: 1. A gengiva e o revestimento do palato duro, denominados de mucosa mastigatória. 2. O dorso da língua, revestido pela mucosa especializada. 3. A mucosa oral que reveste o restante da cavidade oral. A gengiva é parte da mucosa oral que recobre o processo alveolar dos maxilares e circunda o colo dos dentes. Aspectos clínicos Em um adulto, a gengiva normal recobre o osso alveolar e a raiz dental em um nível coronal à junção cemento-esmalte. A gengiva é dividida anatomicamente em marginal, inserida e área interdental. Gengiva marginal Ou não inserida, é a porção terminal ou borda da gengiva ao redor dos dentes em forma de colar. Sulco gengival É um espaço raso ou fenda ao redor do dente delimitado pela superfície dental de um lado e o epitélio de revestimento da gengiva marginal livre no outro. Possui a forma de V e mal permite a entrada de uma sonda periodontal. A assim chamada profundidade de sondagem de um sulco gengival clínico normal em humanos é de 2 a 3 mm. Gengiva inserida É contínua com a gengiva marginal. Ela é firme, resiliente e fortemente ligada ao periósteo do osso alveolar subjacente. A largura da gengiva inserida é a distância entre a junção mucogengival e a projeção na superfície externa do fundo do sulco gengival ou da bolsa periodontal. Gengiva interdental Ocupa a ameia gengival, que é o espaço interproximal abaixo da área de contato dos dentes. Aspecto microscópico Revela que a gengiva é composta de um epitélio externo escamoso estratificado e do tecido conjuntivo central subjacente. Embora o epitélio seja predominantemente celular por natureza, o tecido conjuntivo é menos celular e composto principalmente por fibras colágenas e substância fundamental. Esses dois tecidos estão considerados separadamente Epitélio gengival As células epiteliais desempenham um papel ativo na defesa inata do hospedeiro por responder às bactérias de uma maneira interativa, o que significa que o epitélio participa ativamente na resposta à infecção, na sinalização de outras reações do hospedeiro e na integração das respostas imunes inata e adquirida. O epitélio gengival consiste em um revestimento contínuo de epitélio escamoso estratificado e as três diferentes áreas podem ser definidas a partir de pontos de vista morfológico e funcional: epitélio externo, epitélio sulcular e epitélio juncional. O principal tipo do epitélio é o queratinócito. Outras células encontradas no epitélio são as células não queratinócitos, que incluem as células de Langerhans, as células de Merkel e os melanócitos. A principal função do epitélio é proteger as estruturas profundas, enquanto permite o intercâmbio seletivo com o meio ambiente oral. Isto é alcançado pela proliferação e diferenciação dos queratinócitos. Anatomia do Periodonto Epitélio pavimentoso estratificado Paraceratinizado • Ceratinócitos: Epitélio tem células ativas com capacidade sensorial; leva cerca de 1 mês para alcançar a superfície externa do epitélio; • Melanócitos: Melanina, pigmentação e proteção; os melanócitos são células dendríticas localizadas nas camadas basal e espinhosa do epitélio gengival. Eles sintetizam melanina em organelas denominadas melanossomos. Estes contêm tirosinase, que hidrolisa a tirosina em Dopa, que por sua vez é progressivamente convertida em melanina. Os grânulos de melanina são fagocitados e mantidos dentro de outras células do epitélio e do tecido conjuntivo, chamadas melanófagos. • Células de Merkel: Sensorial, células neuronais arcaicas que sinalização a dor; estão localizadas nas camadas mais profundas do epitélio, ancoradas às terminações nervosas e conectadas às células adjacentes pelos desmossomos. • Células de Langerhans: Defesa no epitélio; são células dendríticas localizadas entre os queratinócitos em todos os níveis suprabasais. Elas contêm grânulos alongados e são consideradas macrófagos. Desempenham um papel importante na reação imune como células apresentadoras de antígenos para linfócitos. Elas contêm grânulos específicos e possuem intensa atividade da adenosina trifosfatase. Foram encontradas no epitélio oral da gengiva normal e em menores quantidades no epitélio sulcular; estão ausentes do epitélio juncional da gengiva. • Células inflamatórias Lâmina basal A lâmina basal consiste em uma lâmina lúcida e uma densa. Os hemidesmossomos das células epiteliais basais estão em contato com a lâmina lúcida, que é composta principalmente da glicoproteína laminina. A lâmina densa é composta de colágeno tipo IV. A lâmina basal é permeável a fluidos, mas age como barreira contra substâncias particuladas. • Processo de diferenciação celular, com perda das organelas estruturais de uma célula comum e aumento de filamentos; • O número de células que se dividem na camada basal se iguala ao número de células descamadas na superfície; • Completo equilíbrio entre a renovação celular e a perda de células; • Manutenção da espessura do epitélio constante. Epitélio oral Recobre a crista e a superfície externa da gengiva marginal e a superfície da gengiva inserida. A superfície prevalente é a paraqueratinizada. O epitélio oral é composto por quatro camadas: estrato basal (camada basal), estrato espinhoso (camada de células espinhosas), estrato granuloso (camada granulosa) e estrato córneo (camada corneificada). Epitélio sulcular Reveste o sulco gengival. Ele é um epitélio escamoso estratificado não queratinizado fino sem cristas epiteliais e se estende do limite coronal do epitélio juncional à crista da gengival marginal. Apesar dessas características, o epitélio sulcular tem o potencial de se queratinizar se (1) ele for rebatido e exposto à cavidade oral ou (2) a microbiota do sulco for eliminada. De maneira inversa, o epitélio externo perde sua queratinização quando é colocado em contato com o dente. O epitélio sulcular é importante porque pode atuar como uma membrana semipermeável através da qual produtos bacterianos passam da gengiva para o fluido gengival e tecidual penetrando no sulco. Epitélio juncional • Células do epitélio oral têm a capacidade de diferenciação em células do epitélio juncional; • A interface entre o epitélio juncional e o esmalte é estruturalmente muito semelhante a interface epitélio e tecido conjuntivo; • O epitélio juncional não só está em contato com o esmalte, mas encontra- se aderido ao dente por meio dos hemidesmossomos. É uma faixa de epitélio escamoso estratificado não queratinizado em forma de colar. Possui de três a quatro camadas de espessura no início da vida, mas o número de camadas aumenta com a idade. Essas células podem ser agrupadas em dois estratos: a camada basal que reveste o tecido conjuntivo e a camada basal que se estende para a superfície dental. É formado pela confluência do epitélio oral e o epitélio reduzido do esmalte durante a erupção dental. A união do epitélio juncional ao dente é reforçada pelas fibras gengivais, as quais ligam a gengiva marginal à superfície dental. Função • Barreira epitelial contra o biofilme bacteriano; • Acesso do fluido gengival, células inflamatórias e componentes do sistema imunológico de defesa do hospedeiro à gengiva marginal; • Rápida renovação, que contribui para o equilíbrio hospedeiro-parasita e permite um rápido reparo do dano tecidual. Lâmina Própria (Tec. Conjuntivo) Parte predominante da gengiva • Fibras colágenas • Fibroblastos • Vasos e nervos O tecido conjuntivo da gengiva é conhecido como lâmina própria e consiste em duas camadas: (1) uma camada papilar, subjacente ao epitélio, que consiste em projeções papilares entre as cristas epiteliais;e (2) uma camada reticular contígua com o periósteo do osso alveolar. Todos envoltos em uma matriz fundamental amorfa. Células: • Fibroblasto • Mastócito • Macrófago • Neutrófilos • Linfócitos • Plasmócitos Fibras colágenas Mais frequentes no tecido conjuntivo e em muitos casos aparecem agrupadas formando um feixe de fibras brancas, geralmente de contorno ondulado, que se cruzam e entrelaçam podendo mesmo ramificar-se. Estas são constituídas pela proteína colágeno, que é a proteína mais abundante no corpo humano, conferindo força e resistência às trações e flexibilidade aos tecidos. Fibras reticulares Adjacente à membrana basal. São muito delgadas e formam redes tridimensionais em cujas malhas se alojam células. Estas são encontradas em vários locais do organismo, de maneira concentrada, órgãos linfoides (baço, linfonodos), rins, fígado, musculatura lisa. São formadas pela proteína colágeno do tipo III, em associação a glicídios. São ramificadas e formam um traçado firme que liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos. O colágeno tipo IV se ramifica entre os feixes de colágeno tipo I e é contínuo com as fibras da membrana basal e as paredes dos vasos sanguíneos Fibras oxitalânicas São escassas na gengiva, porém numerosas no ligamento periodontal. Elas são as precursoras de elastogênese. São formadas por microfibrilas de fibrilina que são secretadas por fibroblastos existentes no meio extracelular. Fibras elásticas No tecido conjuntivo da gengiva e do ligamento periodontal estão presentes apenas em associação com os vasos sanguíneos. Abundantes no tecido conjuntivo da mucosa alveolar. São longos fios de uma proteína chamada elastina. Conferem elasticidade ao tecido conjuntivo, completando a resistência das fibras colágenas. O sistema de fibras elásticas é composto de fibras oxitalânicas, elaunínicas e elastinas distribuídas entre as fibras colágenas Inserção conjuntiva Embora muitas das fibras colágenas na gengiva e no ligamento periodontal estejam distribuídas irregular ou aleatoriamente, a maioria delas tendem a se dispor em grupos de feixes com orientação bem definida. Fibras gengivais Elas consistem em colágeno tipo I. As fibras gengivais possuem as seguintes funções: 1. Unir firmemente a gengiva marginal contra o dente. 2. Promover a rigidez para resistir às forças da mastigação sem serem defletidas da superfície dental. 3. Unir a gengiva marginal livre ao cemento radicular e à gengiva inserida adjacente • DPF: Dente ao periósteo • DGF: Dente à gengiva As fibras gengivodentais são aquelas nas superfícies vestibular, lingual e interproximal. Nas superfícies vestibular e lingual, elas se projetam do cemento semelhante a um leque em direção à crista e à superfície externa da gengiva marginal, terminando abaixo do epitélio. Elas também se estendem externamente ao periósteo dos ossos alveolares vestibular e lingual, terminando na gengiva inserida ou misturando-se com o periósteo do osso. • TF: Dente ao dente Localizadas na região interproximal, elas formam feixes horizontais que se estendem entre o cemento de dois dentes. Elas se encontram na área entre o epitélio do sulco gengival e a crista do osso interdental e são classificadas como fibras principais do ligamento periodontal. • As fibras circulares percorrem através do tecido conjuntivo da gengiva marginal e interdental. Espaço biológico • É a distância compreendida entre a crista óssea alveolar à base do sulco gengival. • Orientação pela junção amelo- cementária. • Distância essa que varia de 2 a 3 mm. • A invasão deste espaço provavelmente acarretará em um processo inflamatório para seu reestabelecimento. Interação mesênquima- epitélio A presença do epitélio ceratinizado na mucosa mastigatória é considerada uma adaptação à irritação mecânica produzida pela mastigação. Aspectos característicos do epitélio em tais áreas são geneticamente determinados. Epitélio induz AM a produzir tecido conjuntivo e a formar queratina. Ligamento periodontal • Tecido conjuntivo frouxo; • Vascularizado e celular; • Circunda as raízes dos dentes e une o cemento radicular ao osso alveolar; • Função sensitiva, nutritiva e reparadora. A presença de um ligamento periodontal permite que forças, produzidas durante a função mastigatória e outros contatos dentários, sejam distribuídas e absorvidas pelo processo alveolar através do osso alveolar propriamente dito. Essencial para mobilidade dentária e altamente adaptável. As principais fibras do ligamento periodontal (PDL) estendem-se continuamente do cemento radicular ao osso alveolar propriamente dito (ABP). As principais fibras embutidas no cemento (fibras de Sharpey – possui pontas mineralizadas) têm um diâmetro menor, porém são mais numerosas do que aquelas embutidas no osso propriamente dito. Células presentes BLASTOS: formação CLASTOS: reabsorção – não tem cementoclasto • Fibroblastos células da cicatrização; • Cementoblastos: produz cemento celular e acelular; • Osteoblastos: produz a parte orgânica da matriz óssea; • Osteoclastos: remodelação óssea; • Células Epiteliais > Restos Epiteliais de Malassez Cementos • Acelular de fibras extrínsecas: SEM NÚCLEOS; porção coronária e média da raiz, contêm principalmente fibras de Sharpey; • Celular estratificado misto: Porção apical como áreas de furca, formado após o término da erupção do dente e após a resposta as demandas funcionais; • Celular de fibras intrínsecas: Nas lacunas de reabsorção, presença de cementócitos. Osso alveolar • Processo alveolar da maxila e da mandíbula; • Revestido pelo periósteo; • Altamente vascularizado por canalículos; • Contém o osso alveolar propriamente dito; • Constitui o aparelho de inserção dos dentes, cuja função principal é distribuir e absorver as forças geradas; • Sofre constante remodelação em resposta funcional. Tanto o osso cortical quanto o esponjoso sofrem constante remodelação em resposta à inclinação dos dentes e às mudanças nas forças funcionais que agem sobre os dentes. A remodelação do osso trabecular inicia-se com a reabsorção da superfície óssea pelos osteoclastos. Após um curto período, os osteoblastos começam a depositar novo osso. Suprimento Sanguíneo e Inervação • Inúmeras anastomoses presentes entre as diferentes artérias; • Nervos do periodonto segue mais ou menos o mesmo curso dos vasos; • Penetração dos nervos e vasos pelo osso alveolar propriamente dito através dos canais de Volkmann; • Presença de nociceptores e mecanorreceptores.
Compartilhar