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Normas operacionais básicas - SUS As NOBs têm como objeito efetivar: • A descentralização do SUS • O repasse regular e automático do âmbito Federal para Estados e Municípios NOB-SUS 01/91 Aprovada pela resolução no 258 e editada pelo INAMPS (órgão centralizador). Cria formas de pagamento aos prestadores de serviços hospitalares e ambulatoriais: • SIH – sistema de informação hospitalar: AIH – autorização de internação hospitalar: estabelecimento de que uma média de 10% da população seria internada por ano. O recurso calculado para essas pessoas era transferido anualmente para os estados, que transferiam 0,83% ao mês aos municípios. • SIA–sistema de informação ambulatorial: UCA– unidade de cobertura ambulatorial: o recurso é calculado com base nos serviços ofertados. O repasse de recurso só ocorria por meio de convênios entre gestores. Critérios: • Formação dos Conselhos de saúde; • Criação dos fundos de saúde; • Elaboração dos planos municipais; • Instrumentos de acompanhamento, controle e avaliação. Muitos municípios não atendiam a esse critério, então tinham que ficar apenas com recursos municipais e estaduais, resultando em um serviço precário. Cerca de apenas 20% dos municípios conseguiam os recursos federais, o que gera uma desigualdade no serviço do SUS. Não permitiu a independência dos municípios. A obrigatoriedade do convênio para o repasse mantem a centralização na esfera federal baseado na produção de serviços hospitalares e ambulatoriais com valorização desses serviços (orientada pela lógica do INAMPS). NOB-SUS 01/92 Editada pela portaria no234 e expedida pelo INAMPS. • Inovação – Criação do Fundo Nacional de Saúde. Incorporação do recurso do INAMPS: o recurso nacional do SUS saiu da administração do INAMPS e passou a ser administrado pelo Ministério da Saúde. • Manutenção – Pagamento pelo SIH/SUS e SIA/SUS • Nesse período apenas 1074 municípios haviam se enquadrado como municipalizado NOB-SUS 01/93 Publicada em maio de 1993 através da Portaria nº545 do Ministério da Saúde e aprovação do Conselho Nacional de Saúde. “A ousadia de cumprir e fazer cumprir a Lei” • Proveniente do Grupo Especial de Descentralização e aprovada pelo CNS após discussões envolvendo diversos atores da área de saúde; • Editada pelo MS e não pelo INAMPS, busca além de regular o financiamento, também a descentralização da gestão em saúde. Extinção do INAMPS em julho de 1993 Institucionaliza o gerenciamento da descentralização por meio das comissões de pactuação, articulação e integração. • CIT – Comissão Intergestores Tripartite: Federal, estadual e municipal. • CIB – Comissão Intergestores Bipartite: Estadual e municipal. Ela estabelece um processo de descentralização gradual e flexível conforme os estágios que os estados e municípios se encontravam: • Município – gestão Incipiente, Parcial eSemiplena • Estado – Parcial, Semiplena A intenção era que eles evoluíssem pelos estágios, aumentando sua autonomia. Nesse modelo, todos os municípios recebem algum recurso, mesmo que seja incipiente. Com o objetivo de estimular os serviços para os estados e municípios que se enquadravam em alguma modalidade, criou- se o fator de apoio (5% a mais): • FAE – Fator de Apoio ao Estado (5,0% da UCA); • FAM – Fator de Apoio ao Município (5,0% da UCA). O financiamento para os municípios: • Gestão incipiente – recursos dos serviços realizados pelas próprias unidades + o FAM O recurso ia direto para as próprias unidades, não ia para o gestor. • Gestão Parcial – recursos dos serviços realizados para o município+ FAM + Teto estabelecido O teto era um recurso enviado pelo Estado • Gestão semiplena – Repasse automático + Teto estabelecido pela CIB e aprovado no CNS Não tem fato de apoio A gestão semiplena possibilitou maior autonomia dos gestores municipais no uso dos recursos conforme as necessidades locais, porém o foco ainda era médico curativista, no âmbito hospitalar e ambulatorial. 1994: Implantação da Saúde Básica → Programa de Saúde da Família e PACS NOB-SUS 01/96 Instituída pela Portaria do MS no 2.203 de 06 de novembro de 1996 “Gestão plena com responsabilidade pela saúde do cidadão” Representa mecanismos para a mudança do modelo assistencial via incentivos estabelecidos ao Programa de Saúde da Família (PSF) e Programa de Agente Comunitários de Saúde (PACS). Essa NOB propõe-se a reformular e aperfeiçoar a gestão do SUS, buscando: • Redefinir papéis de cada esfera de governo; Buscar a autonomia de todos os municípios Responsabilizar os municípios para produzir a Atenção Básica • Criar instrumentos gerenciais para estados e municípios assumirem seus papéis gerenciais; • Estabelecer mecanismos e fluxos com transferências automáticas; • Introduzir a prática do acompanhamento, avaliação e controle com base nas programações. Houve o fim da divisão em modalidades da NOB 93. Modalidades dos municípios: Gestão Plena de Atenção Básica – O gestor responde pelas ações básicas e as ações de maior complexidade com o Estado: • Elaborar a programação municipal dos serviços básicos e a proposta de referência ambulatorial e hospitalar; • Gerir as unidades ambulatoriais próprias e do Estado, contratar prestadores de serviços, operar o SIA, autorizar as AIH, executar vigilância sanitária e epidemiológica. Gestão Plena do Sistema Municipal – O gestor responde por todas as ações e serviços de saúde do município. • Elaborar a programação municipal dos serviços básicos e a referência ambulatorial e hospitalar; • Gerir unidades ambulatoriais e hospitalares; prestar serviços ambulatoriais e hospitalares; • Normalizar e operar as centrais de procedimento ambulatoriais e hospitalares, contratar, controlar, auditar e pagar os prestadores de serviços, operar o SIA e SIH. Modalidades dos Estados: Gestão Avançada do Sistema Estadual – Estado mais autônomo, ou seja, com mais municípios com gestão plena do sistema municipal. Gestão Plena do Sistema Estadual - Estado menos autônomo, ou seja, com menos municípios com gestão plena do sistema municipal. Ambos tinham como função: • Exercer a gestão do SUS no âmbito estadual; • Incentivar o poder municipal; • Assumir temporariamente a gestão da atenção à saúde de municípios que não se habilitaram a uma das formas de gestão. Essa NOB introduziu o repasse de recursos de maneira regular e automática fundo a fundo, da esfera federal para estados e municípios. • Municípios com gestão plena da Atenção Básica recebem os recursos do Piso da Atenção Básica (PAB) • Municípios com gestão plena do Sistema Municipal recebem todos os recursos para aplicar conforme o plano municipal (atenção básica e hospitalar) Piso Assistencial Básico (PAB): • PAB Fixo – valor per capita nacional com transferência automática fundo a fundo; É o valor por pessoa que o município recebe para a atenção básica • PAB variável – Incentivo ao desenvolver PSF, PACS, ações de Vigilância; assistência farmacêutica básica; O valor varia ↑ Programas implantados ↑Recursos • FAE – Fração Assistencial Especializada – procedimentos ambulatoriais de média complexidade; • Remuneração das internações hospitalares – internações hospitalares com base nas AIH. Criou o Teto Financeiro Global do Estado definido a partir da Programação Pactuada e Integrada (PPI): Contém os tetos de todos os municípios, compondo-se pela soma dos tetos financeiros da assistência (TFA), Vigilância Sanitária (TFVS), e da epidemiologia e controle de doenças (TFECD) definidos na CIB. Foi um teto criada dos estados para os municípios. A Programação Pactuada e Integrada (PPI) representa um instrumento de integração, pactuação e negociação entre os municípios e os estados:Envolve atividades de assistência ambulatorial e hospitalar, vigilância sanitária, epidemiológica, controle de doenças, para fins de alocação de recursos e explicitação do pacto entre os gestores das três esferas para controle, avaliação e auditoria definidas nas CIB e CIT junto com os Conselhos de Saúde. O Teto financeiro Global do Município também é definido por meio da PPI e aprovação do Conselho Municipal e a CIB: Alguns entraves ainda permaneceram entre estados e municípios em decorrência das características locais e pela falta de critérios.