Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PAPM IV João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ EXAME DA SENSIBILIDADE Sintomas positivos: coisas que não deveria sentir, como parestesia e dor neuropática Sintomas negativos: coisas que deveria sentir, mas não sente, como ausência de sensibilidade Teoria das comportas: às vezes o paciente não sente um sintoma por causa de outro (ex.: não sentir dor por causa do frio) Dermátomos: representações corporais das raízes espinhais, importantes para identificar lesões próximas da medula ▪ Cicatriz umbilical – T10 ▪ Corpo mamilar – T4 ▪ Fúrcula esternal – T1 ▪ Crista ilíaca – T12 Lesões periféricas são pontuais, só na faixa correspondente à raiz. Lesões medulares geram quadro bilateral com perda da comunicação daquele nível para baixo. SENSIBILIDADE SUPERFICIAL Trato espinotalâmico lateral/anterior: vias lentas e não muito precisas, por serem neurônios finos/com pouca mielina. Dor, trato grosseiro (protopático, saber que alguma coisa te tocou) e temperatura. ▪ Medula: sinapse entre 1º e 2º neurônios sensitivos. 2º neurônio cruza dentro da medula e segue até o tálamo. ▪ Tálamo: sinapse entre 2º e 3º neurônios sensitivos, seguindo para o giro pós-central. SENSIBILIDADE PROFUNDA Trato Lemniscal/Cordão Posterior/Coluna Dorsal: vias rápidas e com precisão, por serem neurônios de bastante mielina. Vibração, pressão, trato fino (epicrítico, saber o que te tocou), propriocepção (noção de posição segmentada). ▪ Medula: não há sinapse nem cruzamento; sobe direto até o bulbo. ▪ Bulbo: sinapse entre 1º e 2º neurônios sensitivos. 2º neurônio cruza e segue para o tálamo. ▪ Tálamo: sinapse entre 2º e 3º neurônios sensitivos, seguindo para o giro pós-central. PAPM IV João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ Lesões unilaterais no tronco encefálico geram perda das sensibilidades profunda e superficial contralaterais. Lesões unilaterais na medula geram perda da sensibilidade profunda ipsilateral e da superficial contralateral. EXAME NEUROLÓGICO DA SENSIBILIDADE É a parte mais subjetiva do exame neurológico, necessita de atenção e cooperação do paciente e requer mais tempo. Alterações inespecíficas ou definição de um diagnóstico. A qualidade da sensibilidade é mais importante que a quantidade. ▪ Sensibilidade superficial o Dor: agulhas próprias/grampo, começando pela área normal. o Temperatura: dois tubos de ensaio, com água a 5 e 45°C em cada um. o Tato: tocar com algodão, pincel ou dedo; paciente deve dizer o local e a sensação ▪ Sensibilidade profunda o Pressão (barestesia): segurar as duas pernas do paciente, apertando uma mais forte que a outra. Paciente, de olhos fechados, deve dizer qual sofreu maior pressão. o Vibração (palestesia): uso do diapasão, encostando a base em uma superfície óssea (abaixo do leito ungueal principalmente), até parar a vibração. Se estiver tudo normal distalmente, não precisa testar proximal. o Propriocepção (batiestesia): Pesquisar sinal de Romberg. o Movimentação passiva das articulações: movimentar articulação interfalangiana do hálux, para cima e para baixo, segurando pelas laterais do dedo. Paciente de olho fechado deve dizer em qual posição parou o movimento. ▪ Alodínia: hiperalgesia ▪ Analgesia/hipoalgesia: sensibilidade dolorosa ▪ Anestesia/hipoestesia: todas as modalidades sensitivas ▪ Abatiestesia/hipobatiestesia: propriocepção ▪ Apalestesia/hipopalestesia: vibração, sensação do diapasão ▪ Disestesia: perversão da sensibilidade, provocada (quando há algum estímulo sensitivo e o paciente refere outro) ▪ Parestesia: perversão da sensibilidade, espontânea (não precisa de toque, de estímulo) ▪ Sensações especiais: funções sensitivas complexas o Agnosias: paciente sente, mas não consegue ligar o estímulo/informação à memória ▪ Distinção de dois pontos ▪ Aestereognosia: não reconhece o objeto na palma da mão ▪ Agrafestesia: não reconhece uma letra/número desenhada na palma da mão Interpretar e localizar ▪ Onde está a lesão? Diagnóstico topográfico o Nervo único (mononeuropatia): síndrome do túnel do carpo, plexopatia (perde toda a sensibilidade do ponto lesado para baixo) o Raízes nervosas (radiculopatia): perde a sensibilidade em faixa (dermátomo) o Nervos múltiplos simétricos (polineuropatia): mais distais que proximais, padrão em bota, em luva o Medula: perde a sensibilidade bilateralmente (lesão completa) daquele ponto para baixo o Tronco encefálico: rosto ipsilateral e braço/perna contralaterais PAPM IV João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ o Tálamo/córtex sensitivo: perda de toda a sensibilidade (rosto, braço e perna) contralateral. Tálamo geralmente apresenta dor neuropática, córtex não. ▪ Siringomielia: geralmente na coluna cervical (é mais móvel), por aumento do canal medular, tumor no centro da medula etc. Perda da sensibilidade superficial (via espinotalâmica não consegue cruzar, a não ser perna e abdome, que já cruzaram mais abaixo), mas a profunda é mantida (sobe pela parte posterior) ▪ Lesão da coluna posterior: sífilis, HIV, deficiência de B12 etc. Alteração da sensibilidade profunda (pois sobe posteriormente), mas superficial é mantida. ▪ Síndrome de Brown-Secquard ou hemissecção medular: lesão na metade da coluna (tumor, traumatismo lateral etc.), com perda da sensibilidade superficial contralateral e da profunda ipsilateral
Compartilhar