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Experiência de Desenvolvimento Comparadas
Prova 1
Escolha dez entre as questões abaixo e disserte sobre o tema proposto.
1. A relação entre os conceitos de excedente, poupança potencial e investimento.
2. As duas visões dos desenvolvimentistas sobre as consequências do consumo de luxo das elites sobre a acumulação de capital e a distribuição de renda.
3. As duas visões sobre os determinantes do investimento nas abordagens de crescimento liderado pela demanda.
4. A visão de Prebisch sobre restrição externa e necessidade de industrialização.
5. O duplo papel das exportações em economias onde existem fluxos de capital externo.
6. As interpretações alternativas do funcionamento do padrão ouro-libra e sobre as causas do seu fim.
7. O acordo de Bretton Woods e Keynesianismo do Pós-Guerra no centro.
8. O Desenvolvimento a convite.
9. As características peculiares do sistema nacional de inovação dos EUA.
10. As diferentes visões sobre o funcionamento e o fim do padrão ouro-dólar.
11. Causas da inflação mundial desde o fim dos anos 1960 até 1979.
12. A controvérsia sobre as causas do fim da Era de Ouro nos países capitalistas centrais.
13. A desaceleração do crescimento e mudança da inserção externa da URSS nos anos 1970.
14. A instabilidade política e dificuldades econômicas no desenvolvimento da China no período Maoísta.
Respostas:
2) 
Há duas visões distintas entre desenvolvimentistas acerca das consequências do consumo de luxo das elites sobre a acumulação de capital e a distribuição de renda: a visão a partir da teoria clássica do excedente (muito forte na CEPAL) e da teoria de distribuição de renda de Cambridge.
No caso da teoria clássica do excedente, entende-se que o excedente é tudo aquilo que sobra do capital dado o pagamento dos salários e remuneração dos fatores. Este excedente, por sua vez, seria determinante para a acumulação do capital e, portanto, do crescimento. Assim, a poupança é responsável pelo investimento. Sendo assim, sob este ponto de vista o consumo de luxo das elites é tratado como um desperdício, tendo em vista que atua como um redutor do capital que poderia ser investido. De forma geral, o gasto improdutivo é encarado sob este arcabouço teórico como um dos principais entraves ao crescimento.
No caso da teoria de distribuição de Cambridge, o produto a longo prazo é igual ao potencial e qualquer elevação na demanda agregada devido a um aumento do investimento produz elevação dos preços até que se retome o equilíbrio dada a oferta agregada. Com o efeito da inflação, os trabalhadores têm seu salário real reduzido e logo consomem menos, o que gera uma poupança forçada em direção das classes que consomem menor parcela de sua renda. 
Dessa forma, temos que a parcela de lucros é a variável de ajuste e o consumo de luxo das elites, bem como o gasto improdutivo, não são um entrave ao crescimento, ainda que para níveis maiores de gasto improdutivo, será necessária maior parcela de lucros no produto para acomodar tanto o investimento quanto os gastos improdutivos. 
3) 
As abordagens de crescimento liderado pela demanda encaram o Investimento de duas formas diferentes: investimentos autônomos e induzidos. 
Quando o investimento é autônomo, o mesmo não é previsto pelo modelo e decorre das decisões dos empresários de investir. Portanto, o investimento pode ser encarado como variável independente no processo de acumulação, consequência das decisões dadas de investir. Por outro lado, o investimento pode ser tratado como induzido dentro da análise do acelerador flexível. Isto é, com base no aumento do produto, ocorre maior investimento em capacidade produtiva após certa defasagem temporal. Em outras palavras, expectativa de demanda aumenta investimento que aumenta produto e assim sucessivamente. Dessa forma, podemos afirmar que o investimento é induzido quando pode ser determinado por variáveis que estão dentro do modelo e, portanto, determinam seu crescimento de forma endógena.
4) 
Segundo Prebisch, a restrição externa e a necessidade de industrialização estão intimamente ligados com o progresso técnico, visto que este reduz a participação dos produtos primários na renda real final das economias.
Prebisch apontava a necessidade de industrialização porque percebia que sob um pressuposto de “vantagens comparativas”, países da américa latina como o Brasil acabavam por restringir suas exportações a produtos cuja elasticidade-renda da demanda é menor do que um pela sua natureza de baixo valor agregado. Enquanto isso, na mesma economia, as importações se concentravam essencialmente em produtos cuja elasticidade-renda são maiores do que um, pelo alto teor de tecnologia, como no caso dos bens de capital. 
Dado esse contexto, há uma tendência ao desequilíbrio externo (ou restrição de divisas) nas economias periféricas dado que as exportações dependem da renda do mundo, e as importações dependem da renda nacional. Dessa forma, foi necessário que os países de periferia se industrializassem para que o crescimento pudesse se realizar num ritmo superior ao do crescimento das exportações primárias.
5) 
Quando tratamos de uma economia aberta com fluxos de capital externo, é importante separar o papel das exportações como componente da demanda final de longo prazo do papel no financiamento e relaxamento da restrição externa ao desenvolvimento econômico.
Dependendo das circunstâncias de cada país, as exportações podem representar menor ou maior peso em relação aos componentes da demanda agregada. No caso do Brasil, por exemplo, não se trata de um componente relevante em relação à porcentagem do PIB quando comparado com países asiáticos, como a Coreia do Sul.
Nesse contexto, é importante ainda distinguir dois problemas fundamentais encontrados em economias que estão sujeitas aos fluxos de capitais externos: 
· A liquidez externa;
· Sustentabilidade do déficit em conta corrente e dos passivos externos.
O financiamento externo via IDE em vez de via dívida ou investimento de portfólio, na medida em que resulta num comprometimento de recursos de LP no país, tende a aliviar o problema da liquidez externa, que está ligado aos prazos de vencimento dos passivos externos. 
No entanto, quando o IDE não está voltado para setores exportadores ou de substituição de importações, em nada ajuda a garantir a sustentabilidade a LP da posição externa do país. Assim, essa sustentabilidade depende fundamentalmente da taxa de crescimento das exportações (diretamente proporcional) e da variação do coeficiente de importações em relação às taxas de juros pagas nos passivos externos.
6)
O padrão ouro-libra vai de 1819 até 1914. Este período foi marcado pelo protecionismo, câmbio fixo inglês, crescentes déficits de mercadoria da Grã-Bretanha compensados pelos serviços não-fatores, grande saldo de mercadorias positivo com as colônias e pela renda líquida recebida dos seus investimentos no exterior. Por mudanças na situação internacional, o ouro em 1920/1930 flui para os Estados Unidos. Nesse período, os EUA obtêm saldos positivos na conta corrente e conta de capital, atraindo todo ouro do mundo.
Triffin considera a causa do fracasso das tentativas de retornar o padrão ouro após 1ª G.M. ser a inadequação do crescimento e da distribuição internacional das reservas de ouro.
 
Porém, esta visão sofre de deficiências básicas. A primeira seria que todos os países são submetidos igualmente a disciplina imposta pelo padrão ouro e ajustam expansão doméstica a restrição de Balanço de Pagamentos. Segundo seria o ritmo cíclico global de expansão depender da criação coletiva de reservas internacionais, dado assimetricamente pelo movimento da economia inglesa. 
Triffin não percebe o movimento da economia inglesa como crucial pelo efeito líquido dos fluxos de capital (Valp - Vacp) ser pequeno, embora os fluxos brutos de Vacp serem cada vez maiores. Triffin acreditava no multiplicador monetário do ouro igual a um, velocidade de circulação seria constante e estável. O fim do padrão ouro-libra está ligado à 1ª G.M. e nãoàs limitações físicas à expansão da oferta de ouro como Triffin acreditava.
7) 
Dado o fim da 2ª Guerra Mundial, ocorreu em Bretton Woods uma conferência para determinar diretrizes do sistema financeiro internacional, onde Keynes esteve presente apresentando propostas. Entre elas, a proposta de criação de uma moeda mundial, de restrições nos fluxos de capitais e regras de ajustamento impostas pela autoridade monetária internacional. No entanto, apenas a proposta acerca das restrições aos fluxos de capitais foi aceita.
Contudo, com o período pós guerra de reconstrução dos territórios afetados e largo financiamento por parte dos Estados Unidos para o desenvolvimento de países da órbita capitalista no contexto da Guerra Fria, podemos separar em três o sistema de Bretton Woods em três: o sistema utópico, desenhado a partir das propostas levadas por Keynes; o sistema aprovado e; a forma como o país emissor da moeda-chave de fato executou.
Por fim, como estratégia de conter os avanços da União Soviética e se consolidar como potência monetária preeminente no sistema financeiro internacional, os Estados Unidos executaram propostas muito mais parecidos com as ideias de Keynes do que anteriormente “previsto”, dada a larga expansão de gastos e investimentos públicos em construções através de empréstimos internacionais e através de obras e investimentos em tecnologia devido à corrida armamentista da guerra fria.
8) 
Ficou conhecido como desenvolvimento a convite a estratégia dos Estados Unidos de possibilitar acesso privilegiado a recursos e capitais americanos para reconstrução e investimentos a países selecionados estrategicamente para conter os avanços da União Soviética em meio a Guerra Fria. 
Várias medidas foram adotadas como resposta a esse desenvolvimento a convite: transferência de tecnologia, gastos militares no exterior utilizando estes países como fornecedores, abertura de mercado de importações nos EUA, ajuda externa direta com doações via Plano Marshall e tolerância com tarifas protecionistas. O convite de desenvolvimento para a Coreia ocorreu em 1960 e o último convite foi a China em 1978. 
O período de sustentação do crescimento dos aliados, através do manejo do Sistema Monetário Internacional (SMI) pelos EUA, se encerra perante a estratégia de flexibilização, liberação e desregulação deste, que decorre ao longo da década de 1970 - em meio à desmonetização do ouro do início da década e à consolidação do padrão dólar-flexível, no fim da mesma, com a afirmação da autoridade de política monetária mundial unilateral por parte dos EUA. 
9)
No contexto da Guerra Fria, o objetivo era vencer a Guerra através de um armamento superior e impulsionar a fronteira da ciência em prol da dominância tecnológica mundial. Construiu-se uma rede descentralizada que em Serrano podemos nos referir como complexo industrial-militar-acadêmico, onde não apenas indústrias estavam reunidas e com amplo acesso a recursos para investir em P&D, mas também diversas universidades de ponta, tal como Harvard e MIT, trabalhando como uma rede de laboratórios do governo associadas a grandes instituições de ensino.
O contexto geopolítica da época impeliu o país a um ritmo de inovação jamais visto. Gerando estímulos tanto de demanda quanto de oferta e criou uma rede descentralizada e coordenada por instituições e comunidades tecnológicas.
Podemos fazer um comparativo, com o sistema de inovação japonês, por exemplo, que focava em inovações para expansão da fronteira tecnológica em produtividade com um viés comercial, isto é, com a prioridade de reduzir custos ao máximo. Este não era o caso dos Estados Unidos. Inclusive, muitas das empresas que nasceram do desenvolvimento de tecnologias nesta época receberam apoio financeiro do governo e outros recursos com o compromisso único de fazer as tecnologias funcionarem, o que contribuiu para a singularidade do sistema de inovação americano.
10) 
No fim da Segunda Guerra, ficou nítida a centralidade do dólar no sistema monetário internacional e a conferência de Bretton Woods estabeleceu de fato o início do regime padrão ouro-dólar colocando os Estados Unidos como potência responsável por emitir a moeda-chave conversível em ouro. Contudo, com o crescimento em larga escala do volume de moeda fiduciária em circulação, durante a década de 60 os Estados Unidos já começavam a pensar que havia a necessidade de certo realinhamento cambial. Afinal de contas, déficits na conta corrente ocorriam persistentemente e os EUA observavam cada vez menos competitividade no comércio internacional.
Chegaram a fazer propostas tendo em vista a coordenação dos países valorizando suas moedas, mas foram negadas. Os países sugeriam mudanças que dariam cada vez menos importância ao dólar em detrimento do ouro e dos direitos especiais de saque. 
É nesse contexto que surge o chamado “Dilema de Triffin”. Os países deveriam criar reservas internacionais (ainda que na moeda chave e não em ouro) para financiar seu crescimento, o que geraria um déficit global da balança de pagamentos dos EUA. Assim, o dilema viria da contraposição de dois fatos. De um lado, se o país central tem déficits persistentes, a conversibilidade e a sobrevivência do sistema serão ameaçadas. De outro, se o país central evitar déficits na BP, não poderá crescer satisfatoriamente, pois haverá uma crônica falta de liquidez internacional.
Por isso, em uma combinação do dilema de Triffin junto com o crescimento do crédito com circuito eurodólar no final da década de 60, os EUA, através do presidente Nixon, em 1971, determinou unilateralmente a inconversibilidade do dólar em ouro ainda que com uma situação que pode ser chamada como “dilema de Nixon”, onde há o governo americano querendo, ao mesmo tempo, desvalorizar o dólar e não comprometer o papel do dólar como moeda internacional.
No entanto, Serrano aponta que não houve um “Dilema de Triffin” porque, na realidade, Triffin trabalhava com a ideia de multiplicador monetário igual a 1 porque os bancos não criam ouro e velocidade de circulação estável, o que não ocorria de fato porque a proporção de dólar em relação às reservas de ouro cresciam sem limites. Portanto, o “dilema de Triffin” desaparece ao refutar a velocidade constante de circulação do ouro. A verdade é que os EUA no padrão ouro-dólar tinha privilégio idêntico ao da Inglaterra no padrão ouro-libra, ou seja, o país não tem restrição global de BP e, além disso, sua autoridade monetária determina unilateralmente a taxa de juros mundial. Era claro que os EUA não queriam perder esse privilégio.
11)
A inflação mundial que ocorre desde a década de 1960 e teve seu ápice durante a década de 70 teve diversos motivos:
· não conformismo -> gerações novas requerendo gastos com políticas sociais e aumento de direitos
· explosão salarial
· choques de petróleo

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