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AÇÃO CIVIL PÚBLICA

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Aluno: Carlos Alexandre Motta Gammaro Matrícula: 201603094301 EP4
AO JUÍZO DA … VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE DUQUE DE CAXIAS
	
ASSOCIAÇÃO MORADA, CNPJ..., com sede no endereço xxx, endereço eletrônico xxx, representada legalmente pelo Sr xxxx (documento de representação anexo), com finalidade a defesa do patrimônio social e, particularmente, do direito à saúde de todos, por intermédio de seu advogado (procuração em anexo), com endereço profissional a rua xxx, onde recebe intimações, vem, perante Vossa Excelência, com fundamento no Art 1º e 5º, inciso V, da Lei nº 7.347/85, propor
AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO LIMINAR
Em face do MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ …, com sede no endereço…, endereço eletrônico…, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:
1. DOS FATOS
Inconformada com a recusa do Posto de Saúde Vila de oferecer atendimento laboratorial adequado aos idosos e considerando o alto índice de idosos correndo risco de morte, a autora peticionou ao Secretário Municipal de Saúde, requerendo providências imediatas para a regularização do serviço de Saúde. O secretário respondeu, porém, que a comunidade precisa ter paciência e esperar a disponibilização de repasse dos recursos públicos federais, apesar da situação de saúde, ser realmente precária.
Reiterou, ao final e pelas razões já aventadas, a negativa de atendimento laboratorial aos idosos. Apesar disso, as obras públicas da área de lazer do bairro em que está situado o Posto de Saúde Vila, nos quais eram utilizados exclusivamente recursos públicos do réu, continuaram a ser realizadas.
Diante do exposto, resta a autora a propositura da presente ação civil pública, com pedido liminar, para o enfrentamento do problema, de modo que seja oferecido atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde.
2. DO CABIMENTO E LEGITIMIDADE ATIVA
Verifica-se o pleno cabimento da presente ação civil pública, uma vez que o objeto de tutela mostra-se aplicável à toda a coletividade de idosos do município Beta, constituindo-se, portanto em direito difuso, conforme previsto no Art. 1º, incisos IV e VIII, da Lei nº 7.347/85. Além disso, a autora é parte plenamente legítima para a propositura da presente ação, uma vez que encontra-se em funcionamento a mais de 3 anos e inclui dentre suas finalidades institucionais a proteção do patrimônio social, conforme previsto no Art. 5º, inciso V, da Lei nº 7.347/85.
3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 Estabelece a Constituição Federal de 1988, em seu Art. 1º, inciso III, que o Estado brasileiro terá como fundamento a dignidade da pessoa humana. Significa dizer que o Estado terá como fim, a garantia de uma vida digna a todos aqueles que dão razão a sua própria existência. Somado a isso, assegura-se a todos os brasileiros e estrangeiros residentes e de passagem pelo país o direito fundamental a vida, o qual encontra-se insculpido no Art. 5º, caput, da CF/88.
Este direito à vida só será assegurando, na plenitude, com a concretização do direito fundamental à saúde, igualmente assegurado no Art. 6º e trazido como dever fundamental do Estado no Art 196, ambos da CF/88. Verifica-se, no caso concreto que o réu não está cumprindo com seu dever de promoção das políticas sociais e econômicas destinadas à preservação da vida, da saúde e da dignidade da população idosa do município. Em assim agindo, fere flagrantemente o Art. 230 da CF/88, o qual impõe ao Estado o dever fundamental de preservação da vida e da dignidade da pessoa idosa.
Ademais, verifica-se que não está ocorrendo a correta alocação dos recursos públicos, uma vez que estão sendo destinados recursos públicos para a concretização do direito ao lazer. Observa-se que não há como usufruir do direito ao lazer, igualmente consagrado como direito fundamental, sem o pleno direito à vida e saúde.
Por fim, reitera-se que o Art 196 da CF/88 apresenta a responsabilidade solidária entre todos os entes da federação, não havendo de prosperar qualquer argumento da municipalidade de que não recebe repasses da União.
4. DO PEDIDO LIMINAR
No presente caso, como ficou amplamente demonstrado o réu não está ofertando atendimento laboratorial adequado aos idosos da municipalidade, colocando em risco a própria vida, a saúde e agindo com indignidade a esta população que possui especial proteção do Estado, deixando de cumprir seu dever constitucional com a saúde, corroborando a relevância dos fundamentos, demonstrando-se a fumaça do bom direito.
Além disso, caso não seja concedida a liminar para que seja oferecido atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde, estará se colocando em risco a vida de um número imensurável de idosos que necessitam dos serviços públicos de saúde, para a concretização do direito à vida, saúde e do fundamento republicano da dignidade da pessoa humana, demonstrando-se, no caso, o perigo de dano irreparável.
Comprovada a fumaça do bom direito e o perigo de dano irreparável, infere-se a liminar na presente ação civil pública, sem justificação prévia, nos termos no Art 12, da Lei nº 7.347/85, a fim de que o município Beta ofereça imediatamente atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde Gama, sob pena de multa diária a ser fixada por esse juízo, conforme o previsto no Art. 11 da Lei nº 7.347/85.
5. DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer:
1) A concessão da medida liminar, uma vez preenchidos os requisitos legais, a fim de que o município de Duque de Caxias ofereça imediatamente atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde Gama, sob pena de multa diária a ser fixada por esse juízo
2) A citação do réu, por intermédio de sua representação judicial, para, querendo, apresentar defesa no prazo legal sob pena de revelia;
3) Seja intimado o representante do Ministério Público;
4) A procedência do pedido, confirmando-se a liminar em seus termos, para que o réu proporcione atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde Vila, garantindo-lhes o direito à vida e à saúde com dignidade;
5) Seja procedida à juntada da prova documental;
6) A produção de todas as provas admitidas em direito;
7) A designação da audiência prévia de mediação ou conciliação a ser marcada por esse juízo;
8) A condenação dos réus ao pagamento dos honorários advocatícios e custas processuais;
9) A prioridade de tramitação processual, uma vez envolver direito fundamental de idoso, nos termos do art. 71 da Lei nº 10.741/2003. Dá-se a causa o valor de R$ xxx 
Nestes termos,
pede deferimento.
Local/data
ADVOGADO OAB
E M E N T A – APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA - AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE LIMINAR - FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO - DIREITO À SAÚDE – DEVER DO ESTADO - NECESSIDADE COMPROVADA POR LAUDO MÉDICO – SUBSTITUIÇÃO DO MEDICAMENTO PRESCRITO POR MÉDICO ESPECIALISTA POR ALGUM FORNECIDO PELO SUS - IMPOSSIBILIDADE – PREVALÊNCIA DA PRESCRIÇÃO DO EXPERT - IDOSA - ATENDIMENTO PRIORITÁRIO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO VOLUTÁRIO E REMESSA NECESSÁRIA NÃO PROVIDOS, DE ACORDO COM O PARECER DA PROCURADORIA GERAL
DE JUSTIÇA. I - O fornecimento de tratamento médico aos que necessitem, atende ao princípio da dignidade da pessoa humana, que compõe um dos fundamentos do estado democrático de direito (artigo 1º, III, da Constituição Federal), competindo ao Estado viabilizar a todos o acesso igualitário e universal à saúde, nos termos do art. 196 da Constituição Federal, de modo que o Poder Público não pode se mostrar indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir, ainda que por omissão, em censurável comportamento inconstitucional. II - Havendo prescrição específica do médico especialista, o medicamento ou o tratamento, ainda que não padronizado, deve prevalecer em relação ao tratamentos oferecidos pelo SUS, acaso não se encontre em tal relação. III - O dever do Estadoem garantir a prestação assistencial à saúde não pode esbarrar em legislação infraconstitucional e infralegal que envolve interesse exclusivamente financeiro, devendo ser afastada toda e qualquer postura tendente a negar a consecução do direito à saúde e dignidade humana, que devem prevalecer, posto serem corolários maior do direito à vida, constitucionalmente garantido, mormente no caso em tela, em que a paciente é pessoa idosa, sendo dever do Estado amparar-lhes, assegurando-lhes com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida e à saúde, consoante determinado na Constitucional Federal e no Estatuto do Idoso.
(TJ-MS - APL: 08011890920158120013 MS 0801189-09.2015.8.12.0013, Relator: Juiz José
Eduardo Neder Meneghelli, Data de Julgamento: 31/07/2019, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: 02/08/2019)
E M E N T A – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA" – PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA DO MUNICÍPIO – REJEITADA – DIREITO À SAÚDE – DEVER DO ESTADO – FORNECIMENTO TRATAMENTO MÉDICO – DEVIDO – IDOSO - ATENDIMENTO PRIORITÁRIO – RECURSO NÃO PROVIDO. I – Os Entes
Federados possuem responsabilidade solidaria pela assistência à saúde, conforme expressamente previsto no art. 23, da Constituição, não havendo que se falar em ilegitimidade do Município para figurar no pólo passivo da demanda. II – O fornecimento de tratamento médico e cirúrgico aos que necessitem, atende ao princípio da dignidade da pessoa humana, que compõe um dos fundamentos do estado democrático de direito (artigo 1º, III, da Constituição Federal), competindo ao Estado viabilizar a todos o acesso igualitário e universal à saúde, nos termos do art. 196 da Constituição Federal, de modo que o Poder Público não pode se mostrar indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir, ainda que por omissão, em censurável comportamento inconstitucional. Restando evidenciada a falta de condições financeiras do paciente para arcar com seu tratamento e sua indispensabilidade, bem como inexistindo qualquer justificativa que impeça sua concessão, impõe-se a determinação de que ele seja disponibilizado
pela rede pública. III – O dever do Estado em garantir a prestação assistencial à saúde não pode esbarrar em legislação infraconstitucional e infralegal que envolve interesse exclusivamente financeiro, devendo ser afastada toda e qualquer postura tendente a negar a consecução do direito à saúde e dignidade humana, que devem prevalecer, posto serem corolários maior do direito à vida, constitucionalmente garantido, mormente no caso em tela, em que a paciente se trata de pessoa idosa, sendo dever do Estado amparar-lhes, assegurando-lhes com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, consoante determinado na Constitucional Federal e no Estatuto do Idoso.
(TJ-MS - AC: 08028244020168120029 MS 0802824-40.2016.8.12.0029, Relator: Desª. Tânia
Garcia de Freitas Borges, Data de Julgamento: 27/02/2018, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: 28/02/2018)
De fato, “a saúde é componente da vida, estando umbilicalmente ligada à dignidade da pessoa humana. Dessa forma, pode-se dizer que o direito à vida e à saúde são consequências da dignidade humana” (SOUZA, 2010, p.15). Ademais, deve-se ter claro que “o direito à saúde é direito à vida, pois a inexistência de um leva, inevitavelmente, ao fim da outra” (PARANHOS, 2007, p. 156).
No entender de Bulos (2003, p. 1291) a “saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e espiritual do homem e, não apenas, a ausência de afecções e doenças”, razão pela qual se compreende a especial ênfase estabelecida a essa na Constituição de 1988.

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