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AÇÃO CIVIL PÚBLICA - PRÁTICA SIMULADA V

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AO JUÍZO DA … VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE BETA 
 
 
 
 
 
ASSOCIAÇÃO ALFA, CNPJ​..., com sede no endereço..., endereço eletrônico..., 
legalmente constituída a mais de 3 anos, representada legalmente pelo (a) Sr (a)… (documento 
de representação anexo), com finalidade institucional a defesa do patrimônio social e, 
particularmente, do direito à saúde de todos, por intermédio de seu advogado (procuração em 
anexo), com endereço profissional a rua ..., onde recebe intimações, vem, perante Vossa 
Excelência, com fundamento no ​Art 1º e 5º, inciso V, da Lei nº 7.347/85​, propor 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO LIMINAR 
Em face do ​MUNICÍPIO BETA​, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ …, com 
sede no endereço…, endereço eletrônico…, pelas razões de fato e de direito que passa a expor: 
1. DOS FATOS 
Inconformada com a recusa do Posto de Saúde Gama de oferecer atendimento laboratorial 
adequado aos idosos e considerando o alto índice de idosos correndo risco de morte, a autora 
peticionou ao Secretário Municipal de Saúde, requerendo providências imediatas para a 
regularização do serviço de Saúde. O secretário respondeu, porém, que a comunidade precisa ter 
paciência e esperar a disponibilização de repasse dos recursos públicos federais, apesar da 
situação de saúde, ser realmente precária. 
Reiterou, ao final e pelas razões já aventadas, a negativa de atendimento laboratorial aos 
idosos. Apesar disso, as obras públicas da área de lazer do bairro em que está situado o Posto de 
Saúde Gama, nos quais eram utilizados exclusivamente recursos públicos do réu, continuaram a 
ser realizadas. 
Diante do exposto, resta a autora a propositura da presente ação civil pública, com pedido 
liminar, para o enfrentamento do problema, de modo que seja oferecido atendimento adequado a 
todos os idosos que venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde. 
2. DO CABIMENTO E LEGITIMIDADE ATIVA 
Verifica-se o pleno cabimento da presente ação civil pública, uma vez que o objeto de 
tutela mostra-se aplicável à toda a coletividade de idosos do município Beta, constituindo-se, 
portanto em direito difuso, conforme previsto no ​Art. 1º, incisos IV e VIII, da Lei nº 7.347/85​. Além 
disso, a autora é parte plenamente legítima para a propositura da presente ação, uma vez que 
encontra-se em funcionamento a mais de 3 anos e inclui dentre suas finalidades institucionais a 
proteção do patrimônio social, conforme previsto no ​Art. 5º, inciso V, da Lei nº 7.347/85. 
3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
Estabelece a Constituição Federal de 1988, em seu ​Art. 1º, inciso III​, que o Estado 
brasileiro terá como fundamento a dignidade da pessoa humana. Significa dizer que o Estado terá 
como fim, a garantia de uma vida digna a todos aqueles que dão razão a sua própria existência. 
Somado a isso, assegura-se a todos os brasileiros e estrangeiros residentes e de passagem pelo 
país o direito fundamental a vida, o qual encontra-se insculpido no ​Art. 5º, caput, da CF/88​. 
Este direito à vida só será assegurando, na plenitude, com a concretização do direito 
fundamental à saúde, igualmente assegurado no ​Art. 6º e trazido como dever fundamental do 
Estado no ​Art 196, ambos da CF/88. Verifica-se, no caso concreto que o réu não está cumprindo 
com seu dever de promoção das políticas sociais e econômicas destinadas à preservação da vida, 
da saúde e da dignidade da população idosa do município. Em assim agindo, fere flagrantemente 
o ​Art. 230 da CF/88​, o qual impõe ao Estado o dever fundamental de preservação da vida e da 
dignidade da pessoa idosa. 
Ademais, verifica-se que não está ocorrendo a correta alocação dos recursos públicos, 
uma vez que estão sendo destinados recursos públicos para a concretização do direito ao lazer. 
Observa-se que não há como usufruir do direito ao lazer, igualmente consagrado como direito 
fundamental, sem o pleno direito à vida e saúde. 
Por fim, reitera-se que o ​Art 196 da CF/88 apresenta a responsabilidade solidária entre 
todos os entes da federação, não havendo de prosperar qualquer argumento da municipalidade de 
que não recebe repasses da União. 
4. DO PEDIDO LIMINAR 
No presente caso, como ficou amplamente demonstrado o réu não está ofertando 
atendimento laboratorial adequado aos idosos da municipalidade, colocando em risco a própria 
vida, a saúde e agindo com indignidade a esta população que possui especial proteção do Estado, 
deixando de cumprir seu dever constitucional com a saúde, corroborando a relevância dos 
fundamentos, demonstrando-se a fumaça do bom direito. 
Além disso, caso não seja concedida a liminar para que seja oferecido atendimento 
adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde, estará se 
colocando em risco a vida de um número imensurável de idosos que necessitam dos serviços 
públicos de saúde, para a concretização do direito à vida, saúde e do fundamento republicano da 
dignidade da pessoa humana, demonstrando-se, no caso, o perigo de dano irreparável. 
Comprovada a fumaça do bom direito e o perigo de dano irreparável, infere-se a liminar na 
presente ação civil pública, sem justificação prévia, nos termos no ​Art 12, da Lei nº 7.347/85​, a fim 
de que o município Beta ofereça imediatamente atendimento adequado a todos os idosos que 
venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde Gama, sob pena de multa diária a ser fixada por 
esse juízo, conforme o previsto no ​Art. 11 da Lei nº 7.347/85. 
5. DOS PEDIDOS 
Ante todo o exposto, requer: 
1) A concessão da medida liminar, uma vez preenchidos os requisitos legais, a fim de que o 
município Beta ofereça imediatamente atendimento adequado a todos os idosos que venham a 
utilizar os serviços do Posto de Saúde Gama, sob pena de multa diária a ser fixada por esse juízo 
2) A citação do réu, por intermédio de sua representação judicial, para, querendo, apresentar 
defesa no prazo legal sob pena de revelia; 
3)​ Seja intimado o representante do Ministério Público; 
4) A procedência do pedido, confirmando-se a liminar em seus termos, para que o réu proporcione 
atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde 
Gama, garantindo-lhes o direito à vida e à saúde com dignidade; 
5)​ Seja procedida à juntada da prova documental; 
6)​ A produção de todas as provas admitidas em direito; 
7)​ A designação da audiência prévia de mediação ou conciliação a ser marcada por esse juízo; 
8)​ A condenação dos réus ao pagamento dos honorários advocatícios e custas processuais; 
9) A prioridade de tramitação processual, uma vez envolver direito fundamental de idoso, nos 
termos do art. 71 da Lei nº 10.741/2003. Dá-se a causa o valor de R$ ... Nestes termos, pede 
deferimento. 
 
Local/data 
 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
E M E N T A – APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA - AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM 
PEDIDO DE LIMINAR - FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO - DIREITO À SAÚDE – DEVER 
DO ESTADO - NECESSIDADE COMPROVADA POR LAUDO MÉDICO – SUBSTITUIÇÃO DO 
MEDICAMENTO PRESCRITO POR MÉDICO ESPECIALISTA POR ALGUM FORNECIDO PELO 
SUS - IMPOSSIBILIDADE – PREVALÊNCIA DA PRESCRIÇÃO DO EXPERT - IDOSA - 
ATENDIMENTO PRIORITÁRIO – SENTENÇA MANTIDA– RECURSO VOLUTÁRIO E REMESSA 
NECESSÁRIA NÃO PROVIDOS, DE ACORDO COM O PARECER DA PROCURADORIA GERAL 
DE JUSTIÇA. I - O fornecimento de tratamento médico aos que necessitem, atende ao princípio 
da dignidade da pessoa humana, que compõe um dos fundamentos do estado democrático de 
direito (artigo 1º, III, da Constituição Federal), competindo ao Estado viabilizar a todos o acesso 
igualitário e universal à saúde, nos termos do art. 196 da Constituição Federal, de modo que o 
Poder Público não pode se mostrar indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de 
incidir, ainda que por omissão, em censurável comportamento inconstitucional. II - Havendo 
prescrição específica do médico especialista, o medicamento ou o tratamento, ainda que não 
padronizado, deve prevalecer em relação ao tratamentos oferecidos pelo SUS, acaso não se 
encontre em tal relação. III - O dever do Estado em garantir a prestação assistencial à saúde não 
pode esbarrar em legislação infraconstitucional e infralegal que envolve interesse exclusivamente 
financeiro, devendo ser afastada toda e qualquer postura tendente a negar a consecução do 
direito à saúde e dignidade humana, que devem prevalecer, posto serem corolários maior do 
direito à vida, constitucionalmente garantido, mormente no caso em tela, em que a paciente é 
pessoa idosa, sendo dever do Estado amparar-lhes, assegurando-lhes com absoluta prioridade, a 
efetivação do direito à vida e à saúde, consoante determinado na Constitucional Federal e no 
Estatuto do Idoso. 
 
(TJ-MS - APL: 08011890920158120013 MS 0801189-09.2015.8.12.0013, Relator: Juiz José 
Eduardo Neder Meneghelli, Data de Julgamento: 31/07/2019, 1ª Câmara Cível, Data de 
Publicação: 02/08/2019) 
 
E M E N T A – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO 
DE TUTELA" – PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA DO MUNICÍPIO – REJEITADA – 
DIREITO À SAÚDE – DEVER DO ESTADO – FORNECIMENTO TRATAMENTO MÉDICO – 
DEVIDO – IDOSO - ATENDIMENTO PRIORITÁRIO – RECURSO NÃO PROVIDO. I – Os Entes 
Federados possuem responsabilidade solidaria pela assistência à saúde, conforme 
expressamente previsto no art. 23, da Constituição, não havendo que se falar em ilegitimidade do 
Município para figurar no pólo passivo da demanda. II – O fornecimento de tratamento médico e 
cirúrgico aos que necessitem, atende ao princípio da dignidade da pessoa humana, que compõe 
um dos fundamentos do estado democrático de direito (artigo 1º, III, da Constituição Federal), 
competindo ao Estado viabilizar a todos o acesso igualitário e universal à saúde, nos termos do 
art. 196 da Constituição Federal, de modo que o Poder Público não pode se mostrar indiferente ao 
problema da saúde da população, sob pena de incidir, ainda que por omissão, em censurável 
comportamento inconstitucional. Restando evidenciada a falta de condições financeiras do 
paciente para arcar com seu tratamento e sua indispensabilidade, bem como inexistindo qualquer 
justificativa que impeça sua concessão, impõe-se a determinação de que ele seja disponibilizado 
pela rede pública. III – O dever do Estado em garantir a prestação assistencial à saúde não pode 
esbarrar em legislação infraconstitucional e infralegal que envolve interesse exclusivamente 
financeiro, devendo ser afastada toda e qualquer postura tendente a negar a consecução do 
direito à saúde e dignidade humana, que devem prevalecer, posto serem corolários maior do 
direito à vida, constitucionalmente garantido, mormente no caso em tela, em que a paciente se 
trata de pessoa idosa, sendo dever do Estado amparar-lhes, assegurando-lhes com absoluta 
prioridade, a efetivação do direito à vida, consoante determinado na Constitucional Federal e no 
Estatuto do Idoso. 
(TJ-MS - AC: 08028244020168120029 MS 0802824-40.2016.8.12.0029, Relator: Desª. Tânia 
Garcia de Freitas Borges, Data de Julgamento: 27/02/2018, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: 
28/02/2018) 
 
De fato, “a saúde é componente da vida, estando umbilicalmente ligada à dignidade da pessoa 
humana. Dessa forma, pode-se dizer que o direito à vida e à saúde são consequências da 
dignidade humana” (SOUZA, 2010, p.15). Ademais, deve-se ter claro que “o direito à saúde é 
direito à vida, pois a inexistência de um leva, inevitavelmente, ao fim da outra” (PARANHOS, 
2007, p. 156). 
 
No entender de Bulos (2003, p. 1291) a “saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e 
espiritual do homem e, não apenas, a ausência de afecções e doenças”, razão pela qual se 
compreende a especial ênfase estabelecida a essa na Constituição de 1988.

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