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Resenha crítica de “O Cortiço” do autor Aluísio Azevedo por Vitória Maria “IRONIA AMARGA” O Cortiço foi escrito por Aluísio Azevedo, em 1890, a obra apresenta características naturalistas, o fato de o homem ser um produto do meio e que ele só sobreviverá se for o mais apto ao meio em que vive estão presentes na obra, principalmente na caracterização de um de seus personagens, João Romão. A obra retrata a vida de algumas pessoas que vivem no cortiço, localizado em Botafogo, no Rio de Janeiro. A taverna que João Romão era dono não se transformou em um cortiço da noite para o dia. Aproveitando-se da inocência da quitandeira vizinha, Bertoleza, que era uma escrava, João Romão construiu e teve conquistas importantes ao longo de sua vida. Ele sugeriu que ela lhe passasse suas economias para que ele, um homem culto, pudesse administrá-las, eles passaram a trabalhar juntos. Com a ajuda de João Romão, Bertoleza viu-se livre de seu dono, isso não passava de um golpe de João Romão para que pudesse ter mais dinheiro, a escravidão voltou a assombrar Bertoleza anos depois. João Romão, ambicioso do jeito que era, construiu pequenas casas que vieram a transformarem-se no cortiço, famílias, em sua maioria pobre, passaram a habitar o cortiço. Jerônimo e Piedade, portugueses, passaram a habitar o cortiço. Jerônimo logo se encantou por Rita Baiana, mulata brasileira, de gingado sensual que chamou a atenção do português. Jerônimo travou uma luta com Firmo, atual conjugue de Rita Baiana. Ele não mediu esforços para ficar ao lado de sua nova amada e sequer ressentiu-se ao deixar sua esposa. Miranda vivia em um sobrado perto do cortiço junto de sua família, e seu Botelho, seu hospede e amigo. Miranda era detentor de grande capital, mas graças aos dotes de sua esposa Estela. Apesar de ela traí-lo, ele continuava junto a ela, para manter-se rico. Jerônimo tinha muita inveja de Miranda, almejava principalmente por seu título de barão. Pensando nisso, tratou logo de arranjar-se com a única filha de Miranda, sendo esse, o único caminho possível para o que ele almejava. O único empecilho era Bertoleza, que morava junto a João Romão, mas ele logo tratou de resolver o problema. O final apresenta uma perspectiva negativa, onde os inocentes veem o sucesso de pessoas desonestas, e os inocentes, mesmo com trabalho duro e dedicado não alcançam nada, apenas o necessário para sobreviver, surpreendendo aqueles que acreditam que as pessoas ainda podem tornar-se boas. Aluísio Azevedo escreveu uma obra que apresenta acontecimentos reais, pessoas passando a perna umas nas outras e tentando aproveitar-se de sua bondade, uma ironia amarga para uma das personagens.
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