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SP 1 - PEDIATRIA (história natural da Zyca vírus, sd

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TUTORIA 1 – “POSITIVO, 
E AGORA?” 
 
Discorrer sobre a história natural da Zyca vírus, sd. da 
rubéola congênita e sífilis, atentando--se a 
sintomatologia, tratamento, impactos para saúde 
pública e período de incubação; e discorrer sobre a 
transmissão vertical; (Zyca vírus, sd. da rubéola 
congênita e sífilis) 
 
ZIKA VIRUS 
 
Descoberto incidentalmente em 1947 durante 
vigilâncias feitas em mosquitos e primatas em Uganda 
(Dick et al, 1952), o Zika permaneceu por muito tempo 
como um vírus enzoótico obscuro confinado ao 
cinturão equatorial através da África e disseminando-
se, em algum momento indeterminado do passado, 
também para a Ásia equatorial. 
 
O Zika é um vírus RNA de fita simples da família 
Flaviviridae (“flavivírus”), a qual inclui não apenas 
muitos vírus transmitidos por artrópodes 
(“arbovírus”), mas também muitos não-arbovírus, p. 
ex., vírus da hepatite C. Assim como nas outras 
arboviroses, o VZIK participa de um ciclo de 
transmissão complexo entre primatas e mosquitos, 
tendo o homem como hospedeiro ocasional e não 
intencional (quando humanos entravam nos 
ambientes silvestres). Ele é transmitido vetorialmente 
por mosquitos da espécie Aedes aegypti, que também 
transmitem febre amarela, dengue e chikungunya. 
Com o surto de 2015, descobriram que esse vírus 
entrou na vida urbana atraves de 
viajantes provenientes de regiões endêmicas, 
incluindo Chile, Ásia e África durante a copa de 2014 
que ocoreu aqui no Brasil. 
 
A transmissão urbana ocorre atraves da picada de um 
mosquito femea infectada. Ao procurar um pequeno 
vaso sanguíneo, um mosquito fêmea pode injetar 
saliva infectada com Zika em tecidos pericapilares, 
infectando as células de Langerhans e outras células 
dendríticas, que se movem ao longo de canais linfáticos 
até um linfonodo regional. Dentro do linfonodo, o vírus 
se multiplica em grande parte nos macrófagos e 
monócitos. Após um período de incubação de vários 
dias, a infecção linfática se dissemina, episódios de 
viremia carregam o vírus livre e monócitos infectados 
pelo vírus por todo o corpo, causando febre e sintomas 
clínicos. 
 
A doença pelo ZIKV não é contagiosa, mas há relatos de 
transmissão perinatal, sexual e por transfusão de 
sangue. O vírus pode ser detectado em vários fluidos 
biológicos: urina, sêmen, saliva e leite 
materno. Embora partículas virais sejam encontradas 
no leite materno, saliva e urina, atualmente não há 
evidências de infecção por meio desses fluidos 
biológicos. Por outro lado, a transmissão vertical do 
ZIKV, tanto intrauterina quanto durante o parto, foi 
documentada. Só um adendo, a transmissão sexul já foi 
muito questionada porque só existe um caso ocorrido. 
 
A transmissão vertical de infecções maternas pode 
ocorrer intraútero ou durante o parto. A infecção pode 
ser ascendente, da vagina até o líquido amniótico, 
frequentemente infectando o cordão umbilical e 
causando corioamnionite, podendo levar a ruptura 
prematura de membranas e desencadear um parto 
prematuro. A transmissão também pode ocorrer por 
via hematogênica, durante viremia . 
 
Após a picada do mosquito Aedes infectado, o paciente 
tem um período de incubação em torno de três a 12 
dias, podendo apresentar sintomas da doença. Cerca 
de 18% -20% das pessoas infectadas com o vírus 
desenvolvem a doença. Existem relatos de testes 
laboratoriais positivos para infecção pelo ZIKV em 
pessoas assintomáticas. 
Os sinais e sintomas mais comuns são: conjuntivite, 
erupção cutânea, dor de garganta, febre, dor nas 
articulações, mialgia (Dor muscular) e cefaleia (dor de 
cabeça). Os sintomas menos comuns incluem: dor 
abdominal, constipação, diarreia, tontura, aftas, 
fotofobia, náusea, vômito, anorexia e dor retro-
orbital. 
No estágio inicial da doença, o paciente apresenta 
quadro febril entre 38ºC-38,5ºC, que desaparece um 
ou dois dias após o aparecimento do rash 
cutâneo (manchas vermelhas) e cefaléia. Há melhora 
do rash em dois ou três dias e desaparece em uma 
semana, em média, mas pode persistir por duas 
semanas. Freqüentemente, é relatada conjuntivite que 
se manifesta como hiperemia e edema sem secreção 
purulenta no olho. 
Os pacientes apresentam dores articulares e mialgias e 
a dor lombar discreta é menos intensa. As articulações 
mais afetadas são: mãos, joelhos e tornozelos. A 
duração dos sintomas articulares é de cerca de três a 
cinco dias. 
A doença é benigna, autolimitada e de curta duração, 
mas complicações como a síndrome de Guillain-Barré 
(SGB), de origem neurológica, podem resultar na perda 
da força muscular progressiva e temporária. Tem sido 
relatada, principalmente no Brasil, a relação de 
microcefalia e febre Zika durante a gravidez (Em 2016, 
foi reconhecido internacionalmente que a infecção por 
VZIK durante a gravidez poderia causar malformações 
fetais, incluindo a microcefalia). A maior probabilidade 
de desenvolver essa malformação ocorre quando a 
infecção materna ocorre no primeiro trimestre da 
gravidez. No entanto, existe a possibilidade, ainda que 
em menor proporção, de ocorrer no segundo 
trimestre. Uma infecção no último trimestre da 
gravidez apresenta pequeno risco de desenvolver 
microcefalia, pois o feto já está totalmente 
desenvolvido. 
A medida mais importante para o controle da doença é 
a profilaxia, principalmente com o controle do vetor, 
uma vez que o tratamento se limita ao suporte clínico 
e sintomático, não havendo abordagem específica 
contra o vírus. Também não existe vacina contra o 
ZIKV. É obrigação dos órgãos competentes do Estado 
adotar medidas de controle de vetores mais 
intensificadas em áreas suspeitas e locais onde haja 
circulação de mosquitos do gênero Aedes . 
 
Em relação ao impacto na saúde publica, é a questão 
do desenvolvimento da sindrome de Guillain-Barré e 
da microcefalia. Principalmente na epoca do surto, o 
serviço de saúde não tinha capacidade e nem serviços 
adaptados para prestar assistência à aqueles que 
desenvolveram a sindrome e, tambem, ao grande 
contingente de crianças afetadas, que exige 
diagnóstico neurológico e um suporte a longo prazo de 
neurologistas, fisioterapeutas e outros profissionais da 
saúde. Um estudo foi feito entre maio de 2017 a 
janeiro de 2018 descreveu o impacto das complicaçoes 
da zika nas familias e no sistema de saúde. Esse estudo 
falava que as familias impactadas não tinham renda 
suficiente e, por isso, eram mias de 50% que 
precisavam do SUS para diagnostico, tratamento e 
acompanhamento. Por isso, as consultas medicas 
aumentaram em 422% e um gasto publico de 34,9 
bilhões de reias. 
 
Em decorrência da relevância pública dos problemas 
causados pelo Zika Vírus e seu impacto na saúde 
pública, o Governo Brasileiro editou e promulgou a Lei 
nº 13.301, de 27 de junho de 2016 sobre a a adoção de 
medidas de vigilância em saúde. 
 
 
SINDROME DA RUBEOLA CONGENITA 
 
A síndrome da rubéola congênita (SRC) constitui 
importante complicação da infecção pelo vírus da 
rubéola durante a gestação, principalmente no 
primeiro trimestre, podendo comprometer o 
desenvolvimento do feto e causar aborto, morte fetal, 
natimorto e anomalias congênitas. Suas manifestações 
clínicas podem ser transitórias (púrpura, 
trombocitopenia, hepatoesplenomegalia, icterícia, 
meningoencefalite, osteopatia radioluscente), 
permanentes (defi ciência auditiva, malformações 
cardíacas, catarata, glaucoma, retinopatia pigmentar) 
ou tardias (retardo do desenvolvimento, diabetes 
mellitus). As crianças com SRC freqüentemente 
apresentam mais de um sinal ou sintoma, mas podem 
ter apenas uma malformação, sendo a defi ciência 
auditiva a mais comum. 
 
O vírus da rubéola é um vírus RNA, pertencente ao 
gênero Rubivirus, família Togaviridae, tendo o homem 
como o unico reservatorio conhecido. A SRC é 
transmitida pela via transplacentária, após a viremiamaterna. Essa transmissão sofre a influência direta da 
idade gestacional na época da infecção primaria 
materna. A taxa de transmissão materno-fetal é de 
90% nas primeiras 12 semanas de gestação, havendo 
um declínio entre 12 a 28 semanas de idade gestacional 
e aumentando novamente no final do 3° trimestre da 
gravidez, quando pode atingir até 100% dos fetos. Em 
casos de reinfecção materna (1 a 3% dos indivíduos), a 
replicação do vírus na faringe persiste por período 
curto e sem viremia demonstrável, sendo assim o risco 
insignificante para o feto. 
 
Manifestações clínicas 
A infecção pelo vírus da rubéola na fase intra-uterina 
pode resultar no nascimento de criança sem nenhuma 
anomalia, mas pode provocar abortamento 
espontâneo, natimortalidade ou nascimento de 
crianças com anomalias simples ou combinadas. As 
principais manifestações clínicas da SRC são catarata, 
glaucoma, microftalmia, retinopatia, cardiopatia 
congênita (persistência do canal arterial, estenose 
aórtica, estenose pulmonar), surdez, microcefalia e 
retardo mental. Outras manifestações clínicas podem 
ocorrer, mas são transitórias, como 
hepatoesplenomegalia, hepatite, icterícia, anemia 
hemolítica, purpura trombocitopênica, adenopatia, 
meningoencefalite, miocardite, osteopatia de ossos 
longos (rarefações lineares nas metáfi ses) e exantema 
crônico. A prematuridade e o baixo peso ao nascer 
estão também associados à rubéola congênita. 
 
Diagnóstico laboratorial 
O feto infectado é capaz de produzir anticorpos 
específi cos IgM e IgG para rubéola, antes mesmo do 
nascimento. A presença de anticorpos IgM específi cos 
para rubéola, no sangue do recém-nascido, é evidência 
de infecção congênita, uma vez que os anticorpos IgM 
maternos não ultrapassam a barreira placentária. Os 
anticorpos IgM podem ser detectados em 100% das 
crianças com SRC até o 5º mês; em 60% de 6 a 12 meses 
e em 40% de 12 a 18 meses. Raramente são detectados 
após o 18º mês. 
 
TRATAMENTO 
Não existe tratamento antiviral efetivo. Este será 
direcionado às malformações congênitas e deficiências 
observadas. Quanto mais precoces forem a detecção e 
a intervenção, quer o tratamento seja clínico, cirúrgico 
ou de reabilitação, melhor será o prognóstico da 
doença. 
 
 
 
 
SÍFILIS 
A sífilis é doença infecciosa crônica, que desafia há 
séculos a humanidade. Acomete praticamente todos 
os órgão e sistemas, e, apesar de ter tratamento eficaz 
e de baixo custo, vem-se mantendo como problema de 
saúde pública até os dias atuais. 
AGENTE ETIOLÓGICO A sífilis é causada por uma 
bactéria chamada Treponema pallidum, gênero 
Treponema 
 
ETIOPATOGENIA 
A penetração do treponema é realizada por pequenas 
abrasões decorrentes da relação sexual. Logo após, o 
treponema atinge o sistema linfático regional e, por 
disseminação hematogênica, outras partes do corpo. A 
resposta da defesa local resulta em erosão 
e exulceração no ponto de inoculação, enquanto a 
disseminação sistêmica resulta na produção de 
complexos imunes circulantes que podem depositar-se 
em qualquer órgão. Entretanto, a imunidade humoral 
não tem capacidade de proteção. A imunidade celular 
é mais tardia, permitindo ao T. pallidum multiplicar e 
sobreviver por longos períodos. 
 
TRANSMISSÃO 
A sífilis é doença transmitida pela via sexual (sífilis 
adquirida) e verticalmente (sífilis congênita) pela 
placenta da mãe para o feto. O contato com as lesões 
contagiantes (cancro duro e lesões secundárias) pelos 
órgãos genitais é responsável por 95% dos casos de 
sífilis. Outras formas de transmissão mais raras e com 
menor interesse epidemiológico são por via indireta 
(objetos contaminados, tatuagem) e por 
transfusão sanguínea. 
 
TRANSMISSÃO TRANSPLACENTÁRIA 
A transmissão vertical ocorre principalmente por via 
transplacentária. O Treponema provoca 
uma placentite, tornando a placenta grande, pálida e 
grosseira, manifestando –em análise 
microscópica- vilosite, vasculite e imaturidade relativa 
do vilo. Esse mecanismo de transmissão faz com que o 
concepto inicie a doença na fase secundária. No mais, 
pode ocorrer a infecção através do contato direto com 
o canal de parto, caso haja lesões genitais maternas. 
Durante o aleitamento, a transmissão pode ocorrer 
caso haja lesões mamárias por sífilis (especialmente 
raro), ou seja, O LEITE MATERNO NÃO TRANSMITE OS 
TREPONEMAS PARA O BEBÊ. A transmissão vertical 
pode ocorrer por todo o período gestacional. 
Acreditava-se que a infecção fetal não ocorresse antes 
do 4º mês de gestação. Entretanto, já se constatou a 
presença de T. pallidum em fetos abortados, ainda no 
primeiro trimestre da gravidez. 
 
 
CLÍNICA 
A história natural da doença mostra evolução que 
alterna períodos de atividade com características 
clínicas, imunológicas e histopatológicas distintas 
(sífilis primária, secundária e terciária) e períodos de 
latência (sífilis latente). A sífilis divide-se ainda em sífilis 
recente, nos casos em que o diagnóstico é feito em até 
um ano depois da infecção, e sífilis tardia, quando o 
diagnóstico é realizado após um ano. 
 
1. SÍFILIS PRIMÁRIA: Após a infecção, ocorre um 
período de incubação entre 10 e 90 dias. O primeiro 
sintoma é o aparecimento de uma lesão única no local 
de entrada da bactéria. A lesão denominada cancro 
duro ou protossifiloma é indolor, tem a base 
endurecida, contém secreção serosa e muitos 
treponemas. A lesão primária se cura 
espontaneamente, num período aproximado de duas 
semanas. Localiza-se na região genital em 90% a 95% 
dos casos. No homem é mais comum no sulco 
balanoprepucial, prepúcio, meato uretral ou mais 
raramente intra-uretral. Na mulher é 
mais freqüente nos pequenos lábios, parede vaginal e 
colo uterino. As localizações extragenitais mais comuns 
são a região anal, boca, língua, região mamária e 
quirodáctilos. O cancro regride espontaneamente em 
período que varia de quatro a cinco semanas sem 
deixar cicatriz. A ausência de lesão primária 
geralmente decorria de transfusões com sangue 
infectado (sífilis decapitada). Na sífilis primária, o 
diagnóstico laboratorial pode ser feito pela pesquisa 
direta do Treponema pallidum por microscopia de 
campo escuro, pela coloração de Fontana-Tribondeau, 
que utiliza sais de prata, e pela imunofluorescência 
direta. 
 
2. SÍFILIS SECUNDÁRIA Quando a sífilis não é tratada na 
fase primária, evolui para sífilis secundária, período em 
que o treponema já invadiu todos os órgãos e líquidos 
do corpo. Nesta fase, aparece como manifestação 
clínica o exantema (erupção) cutâneo, rico em 
treponemas e se apresenta na forma de máculas, 
pápulas ou de grandes placas eritematosas branco-
acinzentadas denominadas condiloma lata, que podem 
aparecer em regiões úmidas do corpo. A fase 
secundária evolui no primeiro e segundo ano da 
doença com novos surtos que regridem 
espontaneamente entremeados por períodos de 
latência cada vez mais duradouros. Por fim, os surtos 
desaparecem, e um grande período de latência se 
estabelece. Na sífilis secundária, todos os testes 
sorológicos são reagentes e os testes quantitativos 
tendem a apresentar títulos altos. Após o tratamento 
nessa fase, os testes treponêmicos permanecem 
reagentes por toda a vida do usuário, enquanto os 
testes não treponêmicos podem ter comportamento 
variável. Em alguns indivíduos ficam não reagentes e 
em outros permanecem indefinidamente reagentes 
em baixos títulos. 
Se não houver tratamento, após o desaparecimento 
dos sinais e sintomas da sífilis secundária, a infecção 
entra no período latente, considerado recente no 
primeiro ano e tardio após esse período. A sífilis latente 
não apresenta qualquer manifestação clínica. 
 
3. SÍFILIS TERCIÁRIA Os pacientes nessa fase 
desenvolvem lesões localizadas envolvendo pele e 
mucosas, sistema cardiovascular e nervoso. Em gerala 
característica das lesões terciárias é a formação de 
granulomas destrutivos (gomas) e ausência quase total 
de treponemas. Podem estar acometidos ainda ossos, 
músculos e fígado. No tegumento, as lesões são 
nódulos, tubérculos, placas nódulo-ulceradas 
ou tuberocircinadas e gomas. As lesões são solitárias 
ou em pequeno número, assimétricas, endurecidas 
com pouca inflamação, bordas bem marcadas, 
policíclicas ou formando segmentos de círculos (Figura 
8) destrutivas, tendência à cura central com extensão 
periférica, formação de cicatrizes e hiperpigmentação 
periférica. 
 
SÍFILIS CONGÊNITA 
A sífilis congênita é consequente à infecção do feto 
pelo Treponema pallidum, por via placentária, em 
qualquer momento da gestação. Sua ocorrência 
evidencia falhas dos serviços de saúde, 
particularmente da atenção ao pré-natal, pois o 
diagnóstico precoce e tratamento da gestante são 
medidas relativamente simples e bastante eficazes na 
prevenção desta forma da doença. A taxa de óbito 
(aborto, natimorto, óbito neonatal precoce) é elevada, 
estimada de 25% a 40% dos casos. 
Manifestações clínicas: O quadro clínico da sífilis 
congênita é variável, de acordo com alguns fatores: o 
tempo de exposição fetal ao treponema (duração da 
gestação com sífiLis sem tratamento), a 
carga treponêmica materna, a virulência do 
treponema, o tratamento da infecção materna, a 
coinfecção materna pelo HIV ou outra causa de 
imunodeficiência. Esses fatores poderão acarretar 
aborto, natimorto ou óbito neonatal, bem como sífilis 
congênita “sintomática” ou “assintomática” ao 
nascimento. Didaticamente, a sífilis congênita é 
classificada em recente e tardia. 
 
Sífilis congênita recente: Sinais e sintomas surgem nos 
primeiros dois anos de vida mas tornam-se evidentes 
entre o nascimento e o terceiro mês (comumente, nas 
cinco primeiras semanas). Os principais sinais são baixo 
peso, rinite com coriza serossanguinolenta, obstrução 
nasal, prematuridade, osteocondrite, periostite ou 
osteíte, choro ao manuseio, hepatoesplenomegalia, 
alterações respiratórias ou 
pneumonia, hidropsia, pseudoparalisia dos membros, 
fissura orificial, condiloma 
plano, pênfigopalmoplantar e outras lesões cutâneas, 
icterícia e anemia. Quando ocorre invasão maciça de 
treponemas e/ou estes são muito virulentos, a 
evolução do quadro é grave e a letalidade, alta. A 
placenta encontra-se volumosa, com lesões e manchas 
amareladas ou esbranquiçadas. 
 
Sífilis congênita tardia: Os sinais e sintomas são 
observados a partir do segundo ano de vida, 
geralmente devido à infecção por treponemas menos 
virulentos ou infecção de longa evolução materna: tíbia 
em lâmina de sabre, fronte olímpica, nariz em sela, 
dentes deformados (dentes de Hutchinson), 
mandíbula curta, arco palatino elevado, ceratite 
intersticial com cegueira, surdez neurológica, 
dificuldade no aprendizado, hidrocefalia e retardo 
mental. 
 
Tratamento 
Em 1943, Mahoney mostrou que a peniclina agia em 
todos os estágios da sífilis. A sensibilidade do 
treponema à droga, a rapidez da resposta com 
regressão das lesões primárias e secundárias com 
apenas uma dose são vantagens que permanecem até 
hoje. A penicilina continua como droga de escolha, e 
até o momento não foram documentados casos de 
resistência. No tratamento da neurossífilis a droga 
escolhida é a penicilina cristalina pela capacidade de 
atravessar a barreira hemato-encefálica. A dose 
recomendada varia de 3 a 4.000.000UI, por via 
endovenosa, de quatro em quatro horas, no total de 18 
a 24.000.000UI/dia por 10 a 14 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVENÇÃO E CONTROLE 
O objetivo do controle da sífilis é a interrupção da 
cadeia de transmissão e a prevenção de novos casos. 
Evitar a transmissão da doença consiste na detecção e 
no tratamento precoce e adequado do paciente e do 
parceiro, ou parceiros. Na detecção de casos, a 
introdução do teste rápido em parceiros de pacientes 
ou de gestantes poderá ser muito importante. O 
tratamento adequado consiste no emprego da 
penicilina como primeira escolha e nas doses 
adequadas. Em situações especiais, como aumento 
localizado do número de casos, o tratamento 
profilático poderá ser avaliado. A prevenção de novos 
casos deverá ter como estratégia a informação para a 
população geral e, especialmente, para as populações 
mais vulneráveis (prostitutas, usuários de drogas 
intravenosas, etc.) sobre a doença e as formas de evitá-
la. É importante o aconselhamento ao paciente 
procurando mostrar a necessidade da comunicação ao 
parceiro e o estímulo ao uso dos preservativos na 
relação sexual. A reciclagem constante e continuada 
das equipes de saúde integra esse conjunto de medidas 
para prevenção e controle da sífilis. 
 
 
 
Determinar os principais meios de prevenção e o 
papel da Atenção Primária nisso; 
 
A rede de atenção primária à saúde, como define o 
Ministério Público, se refere a um conjunto de ações, 
no âmbito individual e coletivo, que envolve a 
promoção e a proteção da saúde. Esse papel inclui a 
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a 
reabilitação, a redução de danos e a manutenção da 
saúde. A atenção primária destaca-se para a captação 
e a conscientização da população para a prevenção de 
epidemias, sendo preciso não as negligenciar e 
trabalhar em conjunto para que seja realizada a 
educação em saúde. 
 
GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA 
a Secretaria de Atenção Primária à Saúde 
publicou Nota Técnica com as principais 
orientações para profissionais de saúde sobre a 
condução da temática com ações para a prevenção 
da gravidez não intencional em adolescentes. De 
acordo com esse documento, a Atenção Primária à 
Saúde (APS), junto com a Estratégia de Saúde da 
Família (ESF), e o Programa Saúde na Escola (PSE), 
em parceria com os estados e municípios, estariam 
responsáveis pela educação em saúde com 
estratégias que abordam a prevenção da gravidez 
na adolescência e Prevenção das Infecções 
Sexualmente Transmissíveis e HIV/Aids. 
 
ARBOVIROSES 
 
 
 
 
 
Caracterizar clinicamente sd alcoólica fetal; 
 
A síndrome alcoólica fetal (SAF) ocorre devido à 
ingestão de álcool em excesso pela mãe durante o 
período gestacional. Ela é caracterizada por um 
conjunto de sinais e sintomas, cujo grau de 
acometimento do feto depende não só da quantidade 
de álcool ingerida pela mãe, mas também do período 
da gestação em que houve este consumo abusivo de 
álcool4 . Esta síndrome foi reconhecida em 1960, na 
França, em que havia um breve conhecimento dos 
riscos do consumo de álcool no período 
gestacional.Lemoine, Jones e Smith, nos Estados 
Unidos, descreveram as alterações morfológicas que 
poderiam ser encontradas em crianças com a SAF. Já 
em 1996, a US Institute of Medicine of the National 
Academy of Sciences (IOM-NAS), em Washington, 
Estados Unidos, criou as siglas Alcohol-Related Birth 
Defects (ARBD) e Alcohol-Related 
Neurodevelopmental Disorder (ARND) para descrever 
as alterações morfológicas em crianças que não 
apresentavam o padrão da SAF, mas que eram filhos de 
mães alcoólatras. Em 2004 foi criado pelo Centers for 
Disease Control and Prevention (CDC) um guia que 
alertava as mães do uso de álcool na gestação, com o 
seguimento e prevenção da síndrome e 
recomendações para identificação e intervenções para 
as gestantes com risco de consumirem álcool. 
 
O útero materno, apesar de ter uma alta proteção, não 
é imune a influências do ambiente externo. O álcool, 
assim que ultrapassa a barreira placentária, consegue 
ultrapassar facilmente a barreira hematoencefálica do 
feto. Em qualquer período gestacional, o álcool pode 
causar dano cerebral sendo mais agressivo nas cinco 
primeiras semanas, podendo gerar a microcefalia 
https://egestorab.saude.gov.br/image/?file=20200206_N_NTcampanhagravideznaadolescencia_7488128670569364322.pdfdevido à diminuição do crescimento cerebral. A 
placenta é permeável ao álcool e uma hora após o 
consumo o nível de etanol no sangue fetal é 
equivalente ao sangue da grávida, porém, o peso do 
feto é muito inferior ao peso da mãe e a concentração 
de álcool no sangue do feto é relevantemente maior, 
apresentando alto risco para a saúde do mesmo. O 
primeiro efeito alcoólico no feto ocorre no cordão 
umbilical e na placenta, ambas sofrem vasoconstrição, 
diminuindo o fluxo sanguíneo e elevando a 
probabilidade de causar danos ao feto. 
 
No primeiro mês de gestação, o consumo de álcool 
pode ocasionar danos pré-natais como anomalias 
cromossômicas, malformações e dimorfismo facial. Na 
segunda e terceira semana da gestação, pode-se 
aumentar as chances de ocorrer uma aborto 
espontâneo, lesão dos tecidos do sistema nervoso e 
complicações referentes ao parto. O cérebro é o órgão 
mais vulnerável ao efeito do álcool durante a gestação 
e acaba sofrendo danos e malformações que podem 
ser permanentes, sendo as mais comuns: alterações 
estruturais nos lóbulos, no cerebelo, gânglios basais e 
no corpo caloso, o que consequentemente acaba 
prejudicando funções cognitivas e motoras, 
provocando déficit nas habilidades de aprendizagem e 
linguagem e causando outras disfunções neurológicas 
que serão apresentadas durante o crescimento da 
criança. 
 
A retirada abrupta do RN de um ambiente uterino 
alterado pelo álcool poderá levar à síndrome de 
abstinência alcoólica manifestada por irritabilidade, 
hiperexcitabilidade, hipersensibilidade, hipotonia, 
tremores, tensão muscular com opistótomo, 
alterações do padrão do sono, estado de alerta 
frequente, sudorese, apneia, taquipneia, recusa 
alimentar e dificuldade de vínculo(14,18).Sendo o 
metabolismo do álcool lento no neonato, o 
aparecimento da síndrome de abstinência pode ser 
tardio, surgindo, em média, no segundo dia de vida. 
 
O diagnóstico da SAF deve ser realizado em uma faixa 
etária de 2 a 11 anos, pois é quando as dismorfias estão 
em evidência. Ele é realizado por equipes que possuem 
um treinamento e sejam qualificadas para isso. O 
diagnóstico rápido é essencial para diminuir disfunções 
ao longo da vida do recém-nascido e é necessário 
alertar as famílias sobre as causas que a paciente irá 
apresentar, com isso podendo aumentar o acesso à 
educação, ao serviço social e a médicos. 
 
O tratamento da SAF é meramente de suporte, pois 
não há nenhuma terapia ou tratamento específico, 
envolve autoridades de saúde, escolas, família e 
também o atendimento médico psicológico e social. 
 
A prevenção é simples e constitui na abstinência de 
consumo de álcool pelas mulheres que desejam entrar 
em período gestacional, gestantes e mães que estão 
amamentando, com isso evitando as anomalias 
ocorridas na SAF. Durante o pré-natal, as esquipes de 
saúde que realizam o acompanhamento da gestante 
devem sempre estar atentas para detectar o consumo 
de álcool pela mesma. E para uma maior prevenção é 
necessário realizar campanhas ou criar programas para 
alertar os perigos e as consequências do consumo de 
álcool antes da concepção e ao longo de toda a 
gravidez. 
 
 
Descrever os principais teratogênicos e os seus riscos 
para a gestação; 
 Chamamos de agente teratogênico tudo aquilo capaz 
de produzir dano ao embrião ou feto durante a 
gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da 
gestação, malformações ou alterações funcionais 
(restrição de crescimento, por exemplo), ou ainda 
distúrbios neuro-comportamentais, como retardo 
mental. 
 
Que agentes podem ser teratogênicos? 
 
- Medicamentos: talidomida, ácido retinóico, 
hidantoinatos 
- Drogas: álcool, tabaco, cocaína 
- Físicos: radiações tipo raio-X, hipertermia (febre) 
- Doenças maternas: diabetes, epilepsia, fenilcetonúria 
- Outros agentes: vacinas, poluição ambiental, algumas 
ocupações 
 
 A avaliação dos resultados dos testes em animais dá 
uma ideia clara dos efeitos tóxicos das substâncias 
químicas sobre o organismo em desenvolvimento pré-
natal e sobre todo o ciclo reprodutivo dos mamíferos. 
Assim, para que se possa ter acesso mais facilitado a 
essas informações e, principalmente para se utilizar 
essas informações para avaliação da exposição 
humana, os agentes químicos foram classificados 
segundo sua ação tóxica pré-natal e sobre a 
reprodução. 
 
 
 
 
PRINCIPAIS TERATOGENOS 
Antifúngicos (químico) 
Antifúngicos são fármacos usados com certa 
frequência durante a gestação e devem ser 
destacados, uma vez que as infecções fúngicas podem 
ter repercussões significativas, se não tratadas. As 
infecções fúngicas podem ser divididas em sistêmicas e 
superficiais. Os agentes antifúngicos imidazólicos, 
triazólicos e poliênicos podem ser usados tanto por via 
sistêmica como tópica. Candida albicans é um fungo 
leveduriforme, comumente encontrado na vagina, que 
pode ser patogênico em algumas circunstâncias. A 
gestação é um período favorável ao desenvolvimento 
da infecção por esse micro-organismo, pois ocorre 
aumento do estrógeno circulante, o que resultará em 
maior quantidade de glicogênio nas paredes vaginais. 
Medicamento: anfotericina; risco B; compatível com a 
gravidez e amamentação, se em doses habituais (0,21 
– 1mg/kg em dose única/dia. 
Antivirais (químico) 
Medicamentos: riscos C / X (ribavirina – contra 
indicado na gravidez) /B. 
Anti-helmínticos (químico) 
As infecções por parasitas variam desde doenças 
assintomáticas, sem causar nenhum dano ao 
hospedeiro, até doenças graves, podendo, em alguns 
casos, levar à morte. Em se tratando de gestantes, os 
cuidados devem ser ainda maiores, uma vez que as 
parasitoses oferecem riscos à gravidez. As 
consequências diretas que uma parasitose produz no 
adulto são bem estabelecidas, sendo as mais comuns: 
fibrose de órgãos, como fígado e pulmão, obstrução de 
vias urinárias, proteinúria, hematúria, obstrução do 
trato biliar e anemia ferropriva ou de doença crônica. 
Em crianças, pode ainda impedir o crescimento normal 
e causar diminuição da capacidade cognitiva, além de 
anemia importante. Outro estudo feito em Gana, 
mostrou que a parasitose aumenta o risco de 
prematuridade e baixo peso, além de pré-eclâmpsia e 
morte fetal. 
Medicamento: maioria de risco C; maioria não há 
estudos comprovados como fator teratogênicos em 
humanos (apenas em animais), mas não é 
recomendado o uso no primeiro trimestre de gestação. 
Anti-inflamatório (químico) 
Os analgésicos e os anti-inflamatórios estão entre as 
drogas mais usadas na prática médica, inclusive 
durante a gestação, devido à grande prevalência dos 
sintomas tratados por tais medicamentos. Boa parte 
desses fármacos não necessita de receita médica para 
serem adquiridos, visto que dor e febre – as duas 
indicações mais comuns para agentes analgésicos e 
antipiréticos – são situações corriqueiras que nem 
sempre merecem uma consulta médica em nosso 
meio. As drogas usadas mais comumente nesses casos 
são: paracetamol, aspirina e os demais anti-
inflamatórios não esteroides. Embora, na maioria das 
vezes, essas drogas sejam consideradas seguras, seu 
potencial teratogênico modifica-se, de acordo com 
dose, período e tempo de seu uso durante a gestação, 
por isso é fundamental que a gestante seja 
adequadamente orientada em relação a tais riscos. 
Medicamentos: risco C/D; geralmente de risco a partir 
do 3º trimestre inibe a síntese de prostaglandinas; 
prolonga a gravidez, determina oligúria fetal, 
oligoâmnio, dismorfoses faciais, contratura muscular, 
oclusão prematura do ducto arterioso e hipertensão 
pulmonar primária do RN. Avaliar risco/benefício. 
Anti-histamínico (químico) 
Anti-histamínicos são aminas que competem, de forma 
reversível, com a histamina por seus receptores (H1, 
H2 e H3). A histamina é um importante mediador 
químico na reação alérgica. Em termos 
epidemiológicos,a alergia tem proporções de 
problema de saúde pública, sendo a rinite alérgica a 
forma mais comum de doença atópica. Condições 
alérgicas são, portanto, comuns em mulheres em idade 
reprodutiva, principalmente as que sofrem de rinite 
alérgica, asma, ou dermatite atópica, sendo de vital 
importância estabelecer os possíveis riscos 
teratogênicos relacionados ao uso dos anti-
histamínicos durante a gestação. Os anti-histamínicos 
têm alta seletividade pelos receptores H1, com 
pequeno efeito em receptores H2 e H3. Sua ação 
preventiva é mais acentuada que a curativa. Eles 
antagonizam espasmos de músculo liso, diminuem 
sintomas alérgicos (inclusive pronunciados como os do 
choque anafilático), diminuem a secreção gástrica, e 
alguns ainda agem no sistema nervoso central (SNC) 
como ansiolíticos (compostos lipossolúveis). Esses 
medicamentos vêm sendo usados amplamente na 
gestação e são as drogas de escolha para o tratamento 
de náuseas e vômitos de mulheres grávidas, uma 
queixa muito frequente nesse período. Como classe, os 
anti-histamínicos não são considerados teratógenos 
em humanos. 
Medicamentos: geralmente de risco B/D; alguns são 
compatíveis com a gestação e, os que não são, pode 
determinar fibroplasia retrolental em prematuros se 
usado duas semanas antes da parturição. Avaliar 
risco/benefício. 
Roacutan (químico) 
É teratogênico, isto é, pode ocasionar graves defeitos 
físicos ao feto (envolvendo em particular o sistema 
nervoso central, o coração e os grandes vasos 
sanguíneos), quando ocorrer gravidez durante o seu 
uso ou mesmo até um mês após a interrupção do 
tratamento, independentemente da quantidade de 
medicação ou tempo de tratamento. Por esse motivo, 
Roacutan® não deve ser tomado por mulheres grávidas 
ou que possam engravidar. Há também risco elevado 
de aborto espontâneo. 
Toxoplasmose (biológico) 
Doença infecciosa, congênita ou adquirida, a 
toxoplasmose é causada por um protozoário chamado 
toxoplasma gondii, encontrado nas fezes dos gatos e 
outros animais que também podem hospedar o 
parasita, como gado e porco. Além disso, frutas e 
legumes mal lavados, além do consumo de carnes 
cruas são grandes vetores de toxoplasmose. Para as 
mulheres grávidas a toxoplasmose é ainda mais 
preocupante. Isso porque o desenvolvimento da 
doença durante a gestação e a falta de tratamento 
podem acarretar problemas para o bebê como surdez, 
microcefalia, macrocefalia, retardo mental e alterações 
motoras graves. Como a toxoplasmose é 
prioritariamente difundida pelas fezes dos gatos, é 
recomendado que as grávidas evitem o consumo de 
carne terrestres cruas. Já que a contaminação não 
acontece pela água, é muito difícil que haja 
contaminação pelo consumo de peixe cru, por 
exemplo. No entanto, durante a gravidez é importante 
evitar o consumo de qualquer carne crua para evitar 
contaminação por bactérias diversas, como a 
salmonela. 
Medicamentos: geralmente de risco C / X (tetraciclina - 
descoloração do esmalte dentário na primeira 
dentição, inibição do crescimento da fíbula, 
prematuridade, óbito intrauterino, ou seja, 
contraindicado). 
Sífilis (biológico) 
Quando a mulher adquire sífilis durante a gravidez, 
além de óbito fetal e do abortamento, poderá haver 
infecção assintomática ou sintomática nos recém-
nascidos. Mais de 50% das crianças infectadas são 
assintomáticas ao nascimento, com surgimento dos 
primeiros sintomas, geralmente, nos primeiros 3 
meses de vida. Por isso, é muito importante a triagem 
sorológica da mãe durante o pré-natal e na 
maternidade. Já se constatou a presença 
de Treponema pallidum (agente causador da sífilis) em 
fetos, já a partir de 9 semanas de gestação. Além da 
prematuridade e do baixo peso ao nascimento, as 
principais características dessa síndrome são, excluídas 
outras causas: hepatomegalia (aumento do fígado) 
com ou sem esplenomegalia (aumento do baço), lesões 
cutâneas (como por exemplo, pênfigo palmo-plantar, 
condiloma plano), periostite (inflamação do 
revestimento dos ossos) ou osteíte ou osteocondrite 
(inflamações dos ossos) (com alterações características 
ao estudo radiológico), pseudoparalisia dos membros, 
sofrimento respiratório com ou sem pneumonia, rinite, 
icterícia (amarelão), anemia e linfadenopatia (aumento 
dos gânglios) generalizada (principalmente epitroclear 
– atrás dos cotovelos). 
Medicamentos: de risco B / X; o de risco B – penicilina 
G benzatina/procaína são compatíveis com a gravidez 
Zika Vírus (biológico) 
Recém-nascido vivo de qualquer idade gestacional, 
classificado como caso suspeito de microcefalia 
possivelmente associada com infecção pelo vírus Zika, 
em que tenha sido identificado o vírus Zika em 
amostras do Recém-nascido vivo ou da mãe (durante a 
gestação). OU Recém-nascido vivo de qualquer idade 
gestacional, classificado como caso suspeito de 
microcefalia possivelmente associada com infecção 
pelo vírus Zika, com microcefalia diagnosticada por 
qualquer método de imagem, excluídas outras 
possíveis causas conhecidas. 
A gestante com sinais ou sintomas de arbovirose passa 
a ter um cuidado complementar, devido à relação 
suspeita com a microcefalia em recém nascidos. Deste 
modo, também serão necessários exames 
complementares, além dos recomendados ao pré-
natal de risco habitual. 
Rubéola (biológico) 
A rubéola é uma doença aguda, de alta 
contagiosidade, que é transmitida pelo vírus do gênero 
Rubivirus, da família Togaviridae. A doença também é 
conhecida como “Sarampo Alemão”. A infecção por 
rubéola na gravidez acarreta inúmeras complicações 
para a mãe, como aborto e natimorto (feto expulso 
morto) e para os recém-nascidos, como malformações 
congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões 
oculares e outras). A transmissão da rubéola acontece 
diretamente de pessoa a pessoa, por meio das 
secreções nasofaríngeas expelida pelo doente ao 
tossir, respirar, falar ou respirar. 
Citomegalovírus (biológico) 
O citomegalovírus, conhecido também pela sigla CMV, 
é um vírus da família do herpes, extremamente 
comum, capaz de provocar uma infecção chamada 
citomegalovirose. Embora não seja muito conhecido, é 
difícil não ter contato com o vírus ao longo da vida. Para 
se ter uma ideia, 80% da população já entrou em 
contato com ele, mas na grande maioria das vezes as 
manifestações clínicas da doença são inexistentes ou 
muito discretas, como febre baixa e mal-estar. O 
citomegalovírus na gravidez pode causar diversos 
problemas como sequelas para o feto, entre 
eles: surdez, cegueira, retardo mental, epilepsia e 
outros. Porém, algumas vezes pode ser uma infecção 
inofensiva. Podemos dizer que a importância da 
doença varia de caso a caso. 
Herpes (biológico) 
Em casos de herpes genital na gravidez, a maior parte 
das transmissões para o feto ocorre no parto. 
Cesariana pode ser recomendada para evitar o 
contágio. A infecção neonatal (nos primeiros 28 dias de 
vida) pelo vírus herpes (HSV) tem consequências 
graves. Sem tratamento, ela está associada a cerca de 
60% de mortalidade. Mesmo quando antivirais como o 
aciclovir em altas doses são iniciados precocemente, os 
bebês sobreviventes evoluem com sequelas. A 
infecção congênita (intrauterina) é rara. Quando 
acontece, há risco de microcefalia, hidrocefalia e 
coriorretinite. Eventualmente, as crianças evoluem 
com retardo do desenvolvimento, epilepsia, cegueira e 
déficit cognitivo. Quanto mais cedo administrado o 
tratamento, menores as complicações. Infelizmente, 
mais de 50% dessas crianças apresentam complicações 
neurológicas ao completar o primeiro aniversário. 
Álcool 
Todo ano, cerca de 119 mil bebês nascem com a 
chamada síndrome alcoólica fetal (SAF), causada pela 
ingestão de álcool ao longo da gravidez. O álcool deve 
ser suspenso por riscos de má-formações de distintas 
identidades e quantidades, aborto, complicações na 
gestação e no parto. O álcoolé o principal teratógeno 
(gerador de má-formação) conhecido. 
Cigarro 
 Entre os componentes do cigarro que interferem na 
gravidez, a nicotina pode reduzir o fluxo sanguíneo 
para a placenta, enquanto o monóxido de carbono 
aumenta o risco de hipóxia – redução das taxas de 
oxigênio no organismo. Titular do Núcleo de Pulmão e 
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/citomegalovirus-cmv/
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/febre/
https://drauziovarella.uol.com.br/infectologia/herpesvirus/
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/microcefalia/
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/hidrocefalia/
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/epilepsia/
https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/gravidez/
Tórax, a pneumologista Dra. Carolina Salim destaca os 
principais efeitos adversos que o tabagismo pode 
causar durante a gestação. "O bebê, se exposto às 
substâncias contidas no cigarro, pode nascer 
prematuramente, com baixo peso ou até mesmo 
correr o risco de morte", ressalta a médica. A própria 
grávida, se continuar fumando, pode ter a saúde 
prejudicada. "Trata-se de um momento de menor 
imunidade do organismo, pois ele precisa abrigar um 
'corpo estranho' dentro de si. Isso pode facilitar a 
incidência de hemorragias e doenças, como o câncer", 
esclarece a Dra. Carolina Salim Gonçalves Freitas 
Crack 
O crack, também conhecido como “pedra”, é a forma 
de base livre da cocaína, obtido do cloridrato de 
cocaína ou da pasta de cocaína, produtos de extração 
da coca. Deslocamento prematuro da placenta, 
sangramentos anormais e até mesmo o aborto 
espontâneo, sendo assim as consequências do uso de 
drogas durante a gestação são multifatoriais. 
“Caracteristicamente esses bebês são pouco 
responsivos, facilmente irritáveis e difíceis de 
interagir”. Dessa forma, os filhos nascidos de mães 
usuárias podem nascer com baixo peso, desnutridos e 
estarem expostos a riscos de adoecimento. 
Novamente citando White e Lambe (2003), em seus 
estudos acerca dos efeitos do crack no feto, relatam 
possível teratogenicidade humana, inclusive 
anomalias, microcefalia, defeitos no tubo neural, 
retardo do crescimento e até mesmo efeitos em longo 
prazo se mostram aparentes. – tirado do artigo: Os 
efeitos do crack na gestação e nos bebês nascidos de 
mães usuárias: Uma revisão bibliográfica1 Paola de 
Oliveira Camargo, Maria de Fátima Duarte Martins. 
Cocaína 
A cocaína produz retardamento intelectual, má-
formações de distintos tipos e síndrome de abstinência 
de cocaína ao recém-nascido. Além de expor o feto à 
substâncias por meio da vasodilatação, ou seja, pela 
dilatação dos vasos sanguíneos e o consequente 
aumento da pressão intravascular. 
Maconha 
A maconha atravessa a barreira da placenta e chega ao 
feto. Esta substância demonstrou provocar alterações 
no desenvolvimento psicoafetivo, ainda que outros 
efeitos possíveis não tenham sido confirmados. 
 
Anfetaminas 
Podem afetar o desenvolvimento do bebê e estão 
relacionadas a sangramentos. Podem acelerar o ritmo 
cardíaco da mãe e do bebê. Com a diminuição do 
oxigênio para o bebê, ele pode nascer abaixo do 
tamanho normal e crescer mais devagar. 
Talidomida 
A talidomida é um derivado do ácido glutâmico e 
estruturalmente contém dois anéis amida e um único 
centro quiral. Este composto existe na forma de 
mistura equivalente dos isômeros S(-) e R(-) que se 
interconvertem rapidamente em condições fisiológicas 
A talidomida foi introduzida, no final dos anos 1950, 
como um sedativo. A droga era dada às mulheres 
grávidas para combater os sintomas do enjoo matinal. 
Mas o uso durante a gestação restringiu o crescimento 
dos membros dos bebês, que nasceram com má 
formação nas pernas e braços. Em torno de 10 mil 
bebês nasceram com defeitos físicos em todo o mundo 
até que a droga fosse tirada de circulação em 1962. 
Mas no Brasil a droga foi reintroduzida em 1965 como 
tratamento das lesões da pele, uma das complicações 
da hanseníase. 
No Brasil, o fármaco talidomida está proibido para 
mulheres grávidas e sob rígido controle para mulheres 
em idade fértil. 
Devido aos graves efeitos teratogênicos, o 
medicamento à base de talidomida somente poderá 
ser prescrito para mulheres em idade fértil, após 
avaliação médica com exclusão de gravidez por meio 
de método sensível, e mediante a comprovação de 
utilização de, no mínimo, dois métodos efetivos de 
contracepção para mulheres em uso de talidomida 
(Anexo IV desta Resolução), sendo pelo menos um 
método de barreira (art. 19 da RDC nº 11, de 22 de 
março de 2011). 
Efeitos teratogênicos - São aqueles que provocam 
malformações no feto. São resultados de ingestão do 
medicamento durante a gestação, sendo 
particularmente sensível o período da 5ª a 8ª semana 
de concepção. Uma única dose neste período é 
suficiente para produzir malformações. O período 
teratogênico da talidomida ocorre quando a mulher 
ainda não sabe que está grávida. Os efeitos 
teratogênicos são: 
1. Defeitos de membros superiores e inferiores 
São os mais frequentes e se caracterizam 
como: 
• Focomelia (membros curtos ou rudimentares) nos 
quatro membros. 
• Focomelia ou amelia (ausência total) de membros 
superiores com outros defeitos de membros 
inferiores. 
• Focomelia ou amelia de membros superiores com 
membros inferiores normais. 
• Defeitos de membros inferiores predominantes 
(hipoplasia femoral ou focomelia de extremidades 
inferiores), geralmente associados com membros 
superiores encurvados ou com outros defeitos. Os 
defeitos de membros são normalmente bilaterais, mas 
não necessariamente simétricos e membros opostos 
são afetados de forma desigual. 
 
2. Anomalias de outros órgãos - Os defeitos de 
membros podem estar associados com anomalias em 
outros órgãos, e praticamente todos os órgãos do 
corpo podem ser afetados. 
• Malformações de orelha e/ou perda auditiva são 
muito comuns, sendo a microtia (orelha pequena e 
deformada) e anotia (ausência de orelha) as mais 
frequentes. 
• Anormalidades oculares, tais como microftalmia 
(olhos pequenos), anoftalmia (ausência de olhos), 
entre outras, são comumente encontradas. 
• Anormalidades neurológicas mais comuns são surdez 
e paralisia de nervos faciais 
• Anormalidades da face e lábio e/ou palato fendidos. 
• Anormalidades de órgãos internos: são frequentes as 
anormalidades de laringe, traqueia e lobulação dos 
pulmões. 
• A cardiopatia congênita (malformação do coração) 
ocorre com bastante frequência e é a principal causa 
de morte destas crianças afetadas. Entre as anomalias 
cardíacas estão os defeitos do septo ventricular, a 
coartação da aorta e a tetralogia de Fallot. 
• Outros defeitos: anomalias estruturais na vagina e 
testículos, atresia anal, renais (ausência de rim ou rins 
malformados e fora do local correto), malformações de 
bexiga. 
 
 
Compreender a importância do acolhimento e 
orientação as gestantes e puérperas, principalmente, 
as menores de idade; 
 
http://www.saude.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2018/04/3-
Atencao_a_Saude_da_Mulher_no_Prenatal_Puerpe
rio_e_Cuidados_ao_Recem_nascido.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reconhecer as principais causas de retardo do 
crescimento uterino; e identificar a importância do 
acompanhamento pré-natal na prevenção e 
identificação de fatores de risco para malformações 
congênitas e prematuridade (caracterizar os exames 
de triagem e diagnostico precoce) 
 
 A restrição de crescimento intra-uterino ocorre 
quando o feto não atinge o tamanho esperado ou 
determinado pelo seu potencial genético, sendo 
identificada clinicamente quando o peso fetal está 
abaixo do percentil 10 para a idade gestacional. Essa 
definição é a mais utilizada na literatura. A restrição de 
crescimento fetal é um problema clínico comum, 
associado ao aumento da morbidade e mortalidadehttp://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/04/3-Atencao_a_Saude_da_Mulher_no_Prenatal_Puerperio_e_Cuidados_ao_Recem_nascido.pdf
http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/04/3-Atencao_a_Saude_da_Mulher_no_Prenatal_Puerperio_e_Cuidados_ao_Recem_nascido.pdf
http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/04/3-Atencao_a_Saude_da_Mulher_no_Prenatal_Puerperio_e_Cuidados_ao_Recem_nascido.pdf
http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/04/3-Atencao_a_Saude_da_Mulher_no_Prenatal_Puerperio_e_Cuidados_ao_Recem_nascido.pdf
perinatal sendo reconhecida em 7% a 15% das 
gestações. 
 
INCIDÊNCIA 
Segundo a literatura, a incidência de RCIU é 
influenciada por diversos fatores. Assim, nos países 
desenvolvidos a incidência é menor do que nos países 
subdesenvolvidos, variando também segundo as 
características culturais e socioeconômicas num 
mesmo país. A incidência também varia segundo os 
critérios de definição e as configurações das curvas de 
normalidad. De modo geral, pode-se afirmar que a 
RCIU é um problema clínico comum, reconhecido em 
7% a 15% das gestações10. No Brasil está estimada 
entre 10% e 15% (MS, 2000). 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Considerando-se o fator causal, a idade gestacional em 
que ocorre a agressão e os órgãos acometidos, os 
recém-nascidos com RCIU são classificados em três 
tipos: 
Tipo I – Simétrico ou intrínseco ou proporcional ou 
hipoplásico: ocorre em 20% dos casos, sendo 
decorrente de fatores etiológicos que atuam no início 
da gravidez, na fase de hiperplasia celular, reduzindo o 
número de células dos órgãos. Tem evolução crônica e 
os principais fatores etiológicos são as infecções 
maternas (TORCH), as alterações cromossômicas e as 
malformações congênitas. Os fetos 
constitucionalmente pequenos também apresentam 
crescimento simétrico, ou seja, são proporcionalmente 
pequenos, o que pode dificultar o diagnóstico 
diferencial. Geralmente não apresentam hipóxia 
neonatal. 
 
Tipo II – Assimétrico ou desproporcional: ocorre em 
75% dos casos, sendo geralmente decorrente de 
insuficiência placentária. A agressão ocorre desde o 
início do 3.º trimestre da gravidez, na fase de 
hipertrofia celular, determinando déficit no 
crescimento celular (hipotrofia). Como consequência 
observa-se desproporção entre o crescimento do polo 
cefálico e do tronco e membros. Essa desproporção 
resulta da redução da circunferência abdominal, uma 
vez que o fígado, principal órgão afetado tem seu 
crescimento prejudicado pelo maior consumo de 
glicogênio, caracterizando os fetos como magros, com 
estatura normal e pólo cefálico proporcionalmente 
grande. Nessa fase de hiperplasia ocorre redução da 
oferta de nutrientes que determina redistribuição dos 
fluxos sanguíneos para privilegiar órgãos como 
cérebro, coração e supra-renais. Podem apresentar 
hipóxia e hipoglicemia. 
 
Tipo III – Intermediário ou misto: responde por 5% a 
10% dos casos, sendo consequente a processos de 
agressão tanto na fase de hiperplasia quanto na de 
hipertrofia do crescimento celular. Os principais 
fatores etiológicos são desnutrição materna e consumo 
de drogas ilícitas, álcool, fumo e cafeína. O diagnóstico 
clínico do tipo III é difícil, sendo geralmente os RN 
classificados como tipo I ou II. 
 
FATORES ETIOLÓGICOS 
A causa mais comum de RCIU (80% a 90% dos casos), 
passível de ação preventiva e terapêutica no futuro, é 
o déficit de passagem de nutrientes e oxigênio através 
da placenta para o feto. Portanto, o transporte e o 
metabolismo placentário são fundamentais para a 
nutrição e oxigenação do feto, atuando a placenta 
como um órgão limite entre as condições maternas e 
as necessidades fetais. Existem múltiplos fatores 
etiológicos de restrição de crescimento fetal, 
envolvendo mecanismos complexos, que dificultam a 
compreensão da sua fisiopatologia. Dentre eles 
destacam-se os maternos, fetais e placentários. 
 
1. Fatores maternos: idade, raça, altura, baixo nível 
socioeconômico e cultural, má adaptação 
cardiovascular, transtornos do estado nutricional, 
baixo peso pré-gestacional ou ganho insuficiente de 
peso durante a gestação, altitude elevada, paridade, 
duração da gestação, tabagismo, abuso de álcool, uso 
de drogas ilícitas ou teratogênicas, cirurgia bariátrica, 
hemoglobinopatias, anemias, doenças hipertensivas, 
diabetes complicado por vasculopatias, lúpus 
eritematoso sistêmico, doenças renais crônicas, 
trombofilias, cardiopatias cianóticas, doenças 
intersticiais pulmonares e irradiação. 
 
2. Fatores fetais: o crescimento fetal é determinado 
primariamente pelo potencial genético, que pode ser 
bloqueado, modificado ou desviado por um conjunto 
de fatores que atuam sobre o metabolismo fetal e o 
processo organogenético, reduzindo a taxa de 
utilização de nutrientes por unidade de peso e 
diminuindo permanentemente o número de células. 
Isso ocorre nas condições genéticas como as síndromes 
de Down, de Edwards, de Patau, de Turner e nas 
triploidias, além das situações de mosaicismos 
placentários, doenças gênicas como a síndrome de 
Cornelia de Lange. Também estão relacionadas entre 
as causas fetais as infecções como toxoplasmose, 
rubéola, citomegalovírus, herpes, sífilis e malária. 
 
3.Fatores placentários: a insuficiência vascular 
uteroplacentária diminui o fluxo e determina o RCIU 
por mecanismos como redução da pressão de 
perfusão, aumento da resistência vascular placentária 
e diminuição da superfície vascular de trocas. Pode 
ocorrer em condições como artéria umbilical única, 
anormalidade uterina (útero bicorno, septado), 
anormalidade do sítio de implantação (placenta 
prévia), placenta circunvalada, inserção velamentosa 
de cordão umbilical, tumores (corioangioma), 
síndrome de transfusão fetal, mosaico placentário e 
infartos da placenta. 
 
MAIS → 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/etiologia_r
estricao_crescimento.pdf 
 
PRÉ-NATAL 
A realização do pré-natal representa papel 
fundamental na prevenção e/ou detecção precoce de 
patologias tanto maternas como fetais, permitindo um 
desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os 
riscos da gestante. Durante o pré-natal, as gestantes 
também recebem orientações sobre a importância de 
se manter uma alimentação saudável, prática de 
atividades físicas e a importância de se evitar álcool, 
fumo e outros tipos de drogas. É importante que se 
faça o monitoramento do peso da mãe, para que ela 
não ganhe peso além do necessário, o que pode trazer 
alguns problemas. No pré-natal é importante que a 
gestante faça a reposição de vitaminas, sendo o ácido 
fólico recomendado nas primeiras semanas de 
gravidez, pois ele ajuda a prevenir as malformações. 
 
VANTAGENS DO PRÉ-NATAL 
1- Permite identificar doenças que já estavam 
presentes no organismo, porém, evoluindo de forma 
silenciosa, como a hipertensão arterial, diabetes, 
doenças do coração, anemias, sífilis, etc. Seu 
diagnóstico permite medidas de tratamento que 
evitam maior prejuízo à mulher, não só durante a 
gestação, mas por toda sua vida; 
2- Detecta problemas fetais, como más formações. 
Algumas delas, em fases iniciais, permitem o 
tratamento intraútero que proporciona ao recém-
nascido uma vida normal; 
3- Avalia aspectos relativos à placenta, possibilitando 
tratamento adequado. Sua localização inadequada 
pode provocar graves hemorragias com sérios riscos 
maternos; 
4- Identifica precocemente a pré-eclâmpsia, que se 
caracteriza por elevação da pressão arterial, 
comprometimento da função renal e cerebral, 
ocasionando convulsões e coma. Esta patologia 
constitui uma das principais causas de mortalidade no 
Brasil. 
PRINCIPAIS OBJETIVOS 
1- preparar a mulher para a maternidade, trazendo 
informações educativas sobre o parto e o cuidado da 
criança (puericultura); 
2- fornecer orientações essenciais sobre hábitos de 
vida e higiene pré-natal; 
3- orientar sobre a manutençãodo estado nutricional 
apropriado; 
4- orientar sobre o uso de medicações que possam 
afetar o feto ou o parto ou medidas que possam 
prejudicar o feto; 
5- tratar das manifestações físicas próprias da gravidez; 
6- tratar de doenças existentes, que de alguma forma 
interfiram no bom andamento da gravidez; 
7- fazer prevenção, diagnóstico precoce e tratamento 
de doenças próprias da gestação ou que sejam 
intercorrências previsíveis dela; 
8- orientar psicologicamente a gestante para o 
enfrentamento da maternidade; 
9- nas consultas médicas, o profissional deverá orientar 
a paciente com relação à dieta, higiene, sono, hábito 
intestinal, exercícios, vestuário, recreação, 
sexualidade, hábitos de fumo, álcool, drogas e outras 
eventuais orientações que se façam necessárias 
OS EXAMES DE TRIAGEM E DIAGNÓSTICO PRECOCE 
Os exames de rotina para triagem de situações clínicas 
de maior risco no pré-natal é solicitado no acolhimento 
da mulher no serviço de saúde, imediatamente após o 
diagnóstico de gravidez. Alguns exames solicitados 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/etiologia_restricao_crescimento.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/etiologia_restricao_crescimento.pdf
deverão ser repetidos no inicio do 3º trimestre da 
gestação. 
•Hemograma completo – repetir entre 28-30 
semanas. 
•Grupo sanguíneo e fator Rh. 
Sorologia para sífilis (VDRL); repetir entre 28-30 
semanas. 
•Glicemia em jejum – repetir entre 28-30 
semanas; em gestantes sem fator de risco para 
diabetes e se o resultado da primeira glicemia for 
menor que 85 mg/dL. 
•Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG – 
75g, 2h) – para os casos triados com fator de risco para 
diabetes gestacional presente e/ou com glicemia de 
jejum inicial maior ou igual a 85mg/dL. 
•Exame sumário de urina (Tipo I). 
•Urocultura com antibiograma para o 
diagnóstico de bacteriúria assintomática – repetir 
entre 28-30 semanas. 
•Sorologia anti-HIV – repetir entre 28-30 
semanas. 
•Sorologia para toxoplasmose, IgG e IgM – 
repetir trimestralmente se for IgG não reagente. 
•Exame para detectar a sífilis, doença que 
pode causar malformações no bebê 
• Exame para detectar a rubéola, doença que 
pode levar ao aborto, além de causar malformações no 
bebê 
•Sorologia para hepatite B (HBSAg). 
•Protoparasitológico de fezes. 
•Colpocitologia oncótica. 
•Bacterioscopia da secreção vaginal – 
avaliação de perfil bacteriológico do conteúdo vaginal 
por critério de Nugent, indicada para pacientes com 
antecedente de prematuridade, possibilitando a 
detecção e o tratamento precoce da vaginose 
bacteriana, idealmente antes da 20ª semana 
•Cultura específica do estreptococo do grupo 
B, coleta anovaginal entre 35-37 semanas. 
•Ultrassonografia obstétrica – Caso a gestante 
inicie o pré-natal precocemente o primeiro ultrassom 
pode ser realizado entre 10º à 13º semana e deve se 
repetir entre 20º à 24º semanas. 
Além desses, há exames disponíveis para confirmar 
com segurança o diagnóstico de algumas doenças 
durante a gestação são: 
1. A dosagem da alfa-fetoproteína no soro 
materno (AFPSM) para a detecção dos 
defeitos de fusão do tubo neural. 
2. Translucência nucal para detectar 
cromossomopatia, como a síndrome de 
Down. 
3. Punção de vilosidades coriônicas para o 
diagnóstico de anomalias genéticas. 
4. Amniocentese, realizada a partir da 14ª 
semana é um dos métodos mais difundidos 
para a obtenção de material fetal com 
finalidade de diagnóstico pré-natal de 
alterações genéticas 
 
Explicar as formas de atuação dos agentes causadores 
de malformações congênitas; 
 
Defeito congênito é uma expressão genérica, ampla, 
que inclui toda anomalia de ordem estrutural, 
funcional ou metabólica. Presente em 2 a 3% dos 
nascidos vivos pode resultar em incapacidade física ou 
mental. As manifestações clínicas dele decorrentes 
podem variar de quadros leves até muito graves, com 
alto risco de vida para as crianças acometidas. São 
descritos quatro tipos de anomalias estruturais: 
malformação, ruptura, deformação e displasia. A 
malformação resulta de um defeito intrínseco tecidual 
e surge durante a formação inicial das estruturas. O 
desenvolvimento dos tecidos ou órgãos é 
interrompido, retardado ou alterado, resultando em 
alterações persistentes. Os distúrbios cromossômicos, 
como a Síndrome de Down, pertencem a essa 
categoria. A ruptura é um defeito causado por 
destruição ou interferência nas estruturas 
previamente formadas e normais. Pode-se citar a 
redução dos membros causada por anomalias 
vasculares. Já a deformação é uma alteração produzida 
por forças mecânicas que distorcem as estruturas do 
concepto. Ela pode ser causada por compressão 
mecânica no útero ou em decorrência a defeitos no 
próprio feto. Deslocamento congênito do quadril, 
micrognatia e pé torto equinovaro estão incluídos 
nessa categoria. A displasia é uma organização anormal 
das células dos tecidos e tem como conseqüência a 
alteração da morfologia do órgão em questão. Rim 
policístico e hemangioma cavernoso são alguns 
exemplos 
Pouco se sabe a respeito da etiologia da maioria das 
anomalias morfológicas congênitas, visto que em torno 
de 60% dos casos as causas são desconhecidas. Dentre 
as etiologias conhecidas, as de origem genética são as 
mais estudadas e abrangem as aberrações 
cromossômicas, 6 a 7%, e as causadas por genes 
mutantes, 7 a 8%. Os fatores etiológicos ambientais 
que atuam na gravidez são chamados de teratógenos. 
Eles causam de 7 a 10% das MFC, mas os mecanismos 
através dos quais os agentes induzem as anomalias 
ainda são obscuros 
São reconhecidas entre as causas ambientais as 
infecções maternas, como a causada pelo vírus da 
rubéola, agentes químicos e físicos, a radiação 
ionizante e alguns fármacos, como anticonvulsivantes, 
ácido retinóico e talidomida. 
 
 
 
http://ead.bauru.sp.gov.br/efront/www/content/less
ons/67/ETAPA%203_%20Texto%203_%20Genetica%2
0do%20desenvolvimento%20e%20as%20anomalias%
20congenitas.pdf 
 
 
CAUSAS DAS ANOMALIAS CONGÊNITAS 
1. Causas genéticas: As anomalias gênicas 
representam 7 a 8% das anomalias congênitas e podem 
estar relacionadas com anomalias isoladas ou 
associadas. A maioria das mutações é deletéria e 
algumas são letais. Muitas doenças genéticas 
importantes resultam de uma mutação num único 
gene (monogênica). Pode-se localizar a mutação, tanto 
em autossomos quanto nos cromossomos X, 
classificando os padrões de herança em dominante ou 
recessiva. 
Aliado a isso, o fator da consanguinidade é importante 
para o surgimento de alterações congênitas. Filhos de 
uniões consanguíneas tem um risco aumentado para 
desordens genéticas devido ao aumento da expressão 
de mutações autossômicas recessivas, herdadas de um 
ancestral comum. Quanto mais próximo o 
relacionamento biológico entre os pais, maior é a 
probabilidade de seus filhos herdarem cópias idênticas 
de um ou mais genes recessivos prejudiciais. 
2.Fatores biológicos: Os fatores biológicos estão 
relacionados com a ação de agentes infecciosos 
causadores de malformações. Os efeitos teratogênicos 
desses agentes não só podem estar associados com a 
inibição da mitose, efeitos citotóxicos ou um evento 
vascular disruptivo do embrião ou feto, como também 
ao processo de reparo que pode causar calcificação ou 
cicatrização. Os microrganismos que podem causar 
malformações nos embriões ou fetos são capazes de 
atravessar a membrana placentária penetrando, assim, 
http://ead.bauru.sp.gov.br/efront/www/content/lessons/67/ETAPA%203_%20Texto%203_%20Genetica%20do%20desenvolvimento%20e%20as%20anomalias%20congenitas.pdf
http://ead.bauru.sp.gov.br/efront/www/content/lessons/67/ETAPA%203_%20Texto%203_%20Genetica%20do%20desenvolvimento%20e%20as%20anomalias%20congenitas.pdf
http://ead.bauru.sp.gov.br/efront/www/content/lessons/67/ETAPA%203_%20Texto%203_%20Genetica%20do%20desenvolvimento%20e%20as%20anomalias%20congenitas.pdfhttp://ead.bauru.sp.gov.br/efront/www/content/lessons/67/ETAPA%203_%20Texto%203_%20Genetica%20do%20desenvolvimento%20e%20as%20anomalias%20congenitas.pdf
na circulação sanguínea do concepto em 
desenvolvimento. 
TABELA 2 
3. Fatores físicos e mecânicos: Os fatores físicos são 
correlacionados com fenômenos físicos que podem 
induzir a anomalias congênitas e os fatores mecânicos 
são resultantes de pressões intrauterina anormais 
impostas ao feto que podem levar a deformações. A 
radiação ionizante (Raio X) é uma classe de radiação 
caracterizada por ondas de alta frequência, usada em 
diagnósticos de imagem e em terapias. Essas ondas 
eletromagnéticas possuem energia suficiente para 
provocar ionização e consequentemente danos 
teciduais. Vale a ressalva de que esses fatores 
dependem tanto da dose quanto do momento do 
desenvolvimento em que o concepto foi exposto; 
portanto, podem apresentar consequências bastante 
diversificadas. 
TABELA 3 
4. Fatores químicos: Fatores químicos são uma longa 
lista de agentes que, por mecanismos químicos, levam 
a malformações congênitas. Devido à grande 
diversidade de vias embriológicas, receptores de 
membrana e mecanismos de ação destes agentes 
químicos, seus efeitos e os órgãos afetados variam 
significativamente. Existe um consenso de que o 
momento mais crítico para a teratogênese é o que 
corresponde ao período de organogênese (quarta a 
oitava semana de desenvolvimento embriológico); 
porém, ao longo de toda a gestação o concepto pode 
ser afetado. O exemplo de maior notoriedade deste 
grupo é a talidomida, que já foi citado anteriormente. 
Entretanto, vários outros fármacos que foram 
utilizados para tratamentos de doenças durante a 
gravidez também podem causar efeito teratogênico; 
bem como outros exemplos presentes na clínica 
médica: uso de drogas recreativas, como tabaco e 
nicotina, álcool, cannabis e cocaína. 
TODAS AS TABELAS EM: 
https://ebooks.pucrs.br/edipucrs/acessolivre/periodic
os/acta-medica/assets/edicoes/2018-
1/arquivos/pdf/14.pdf