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ELEN CARLA BARROS LIMA DIREITO DO IDOSO Trabalho apresentado à disciplina de Direito do Idoso, Curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão. Professor Dr.: Paulo Roberto Barbosa Ramos São Luís 2021 http://www.docente.ufrn.br/maria.meirelles 1 INTRODUÇÃO Segundo o Estatuto do idoso em consonância com a Política Nacional do Idoso e a Organização Mundial de Saúde – OMS, idoso é o indivíduo com sessenta anos ou mais. E um quinto da população brasileira é composta por cidadãos com essa faixa etária (SOUSA e BOSCO, 2021). Desta forma, destaca-se que essa faixa da população vem crescendo ao longo dos anos e estudos, como a do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apontam que ainda haverá um aumento significativo que tornará a população idosa a maioria no país, mudando, assim, a pirâmide etária nacional, isto é importante para que o Estado, enquanto segurador de direitos, volte sua atenção e estabeleça políticas públicas para apoio da população idosa (CEDENHO, 2014) Com o intuito de pontuar brevemente o direito do idoso no Brasil, sem, no entanto, esgotar o tema, este trabalho foi organizado de forma a ressaltar o direito do idoso a partir da constituição federal, leis que regem o tema e, por fim, um apanhado do que fora exposto em uma consideração final sobre a importância desse direito. 2 PREVISÃO LEGAL DO DIREITO DO IDOSO O direito do idoso é um direito social e, como tal, deve ser garantido legalmente. A constituição Federal de 1988 determina em seu art. 230 que “a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”, ou seja, assegura ao idoso que tanto a sociedade quanto o próprio Estado tem dever para com ele de lhe dar amparo, o que está ligado a sua condição humana de precisar de cuidados para garantir seu bem estar, assegurando seu direito a vida, respeitando sua identidade e individualidade. O idoso é um cidadão que precisa de proteção, dado que essa fase da vida humana é natural e traz consigo diversas limitações, físicas, psíquicas e um novo estado de vulnerabilidade. Neste sentido, a Política Nacional do Idoso, Lei n.º 8.842, de 4 de janeiro, já previa em 1994, ações para proteção do idoso. O Decreto n.º 1.948, de 3 de julho de 1996, por sua vez, regulamentou essa lei. E em 2002, a Organização das Nações Unidas discutiu em Madri na Segunda Assembleia Mundial Sobre o Envelhecimento, políticas e ações que levaram a aprovação de um Plano de Ação e uma Declaração para orientar os Estados em suas medidas legais internas e em cooperações internacionais sobre o envelhecimento no presente século. Seguido a esse marco, o Brasil sanciona a Lei n.º 10.741, de 01 de outubro de 2003, o Estatuto do Idoso que representa importante conquista nacional para essa faixa crescente da população brasileira. Com o Estatuto do Idoso, reforça-se os direitos dos velhos brasileiros e do dever social e estatal de os garantir. O art. 10 do Estatuto harmoniza com a Constituição vigente e ressalta “É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis”, a preocupação do legislador em consolidar juridicamente essa proteção é evidente e se faz correta, dada a situação dos idosos brasileiros ser relegada como não fundamental, isto é perceptível nos constantes enfoques de debates sociais, nas redes sociais da rede mundial de computadores, a internet, e programas televisivos, mesmo ainda nas pautas legislativas, pouquíssimos são os que se voltam a esse tema, ainda que com o desenvolvimento da ciência, há um aumento da expectativa de vida, fazendo com que os atuais jovens adultos tenham a grande chance de chegarem a uma fase idosa mais velha que a atual, etariamente falando, ou seja, mesmo que esse seja o futuro da maioria dos brasileiros, estes não parecem muito interessados no tema. Assim, torna-se ainda mais necessário que essa segurança jurídica seja dada aos idosos, pois em futuro não muito distante, esses jovens adultos não interessados no tema serão, ao alcançarem a faixa etária de 60 anos ou mais, o público alvo desses direitos, vale relembrar que será, segundo estudos do IBGE (2018) uma grande parte da população geral do país. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Constituição Federal vigente, determina a defesa dos direitos fundamentais e a dignidade da pessoa, independente de cor, raça, sexo e idade para todos. Assim, idosos tem seus direitos fundamentais resguardados na letra da lei maior como todos os demais seres humanos, e com o estabelecimento do Estatuto do Idoso, os velhos e velhas tem seus direitos tutelados de forma explícita com intuito de ampara-los em suas necessidades básicas geradas por suas condições de envelhecimento. Envelhecer é um processo natural para o ser humano, respeitar e garantir que essa seja uma fase, como as demais, que deve ser vivida de forma digna e o mais saudável possível também deve ser. É importante sempre falar do ciclo natural da vida, para relembrar que no amanhã, se a todos que atualmente são jovens tiverem tal sorte, seremos nós que necessitaremos desse auxilio que tem sido conquistado aos poucos. Trazer esse tema para discussões sociais é compreender que uma sociedade consciente das fases etárias e suas respectivas necessidades, também será consciente sobre cuidar de seus idosos, bem como fazer coro com eles para que o Estado também cumpra seu dever de amparador legal destes. Desta forma, concluo lembrando Platão que disse “Deve-se temer a velhice, porque ela nunca vem só”, traz consigo mais que anos de vida e experiência, traz novas necessidades, tal tema é urgente, pois como já dizia o salmista falando da brevidade da vida “depressa passa, e voamos” (Salmos, 90:10). REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 02 set. 2021. ______. Lei nº 10.74. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm . Acesso em: 02 set. 2021. CEDENHO, Antônio Carlos. O idoso como novo personagem da atual sociedade: o Estatuto do Idoso e as diretrizes para o envelhecimento no Brasil. Revista do Curso de Direito da Faculdade de Humanidades e Direito, v. 11, n. 11, 2014. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/229056902.pdf. Acesso em: 02 set. 2021. PLATÃO. Frases de Platão, filósofo grego -427 - -347 a.C. Disponível em: https://citacoes.in/citacoes/571670-platao-deve-se-temer-a-velhice-porque-ela-nunca-vem-so. Acesso em: 02 set. 2021. SOUZA, Carinne; BOSCO, Natalia. Estudo divulga perfil dos idosos brasileiros. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/02/4906292-estudo-divulga-perfil- dos-idosos-brasileiros.html. Acesso em: 02 set. 2021. https://core.ac.uk/download/pdf/229056902.pdf https://citacoes.in/citacoes/571670-platao-deve-se-temer-a-velhice-porque-ela-nunca-vem-so https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/02/4906292-estudo-divulga-perfil-dos-idosos-brasileiros.html https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/02/4906292-estudo-divulga-perfil-dos-idosos-brasileiros.html
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