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Abordagem á criança doente

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Abordagem à criança doente :
● Principais queixas pediátricas :
1. Febre
2. Tosse
3. Diarréia
● Febre :
➔ Cerca de 25% das consultas de
emergência incluem queixa de febre.
➔ Na maioria dos casos a febre é
decorrente de uma doença infecciosa
aguda autolimitada ou em fase
prodrômica.
➔ Geralmente é uma resposta
fisiológica aguda.
➔ Febre : Durante uma infecção são
liberadas citocinas que ativam o
hipotálamo, resultando na expressão da
febre.
➔ Tratamento : Anti Térmicos (o
banho frio também ajuda, mas é
necessário que esteja associado ao
antitérmico).
Febre ≠ Hipertermia
➔ Hipertermia : É o aumento da
temperatura corpórea por causas
ambientais e o tratamento é apenas
externo (banho frio).
➔ Para diferenciar febre de
hipertermia é necessário perguntar
como foi aferida a temperatura. Caso a
aferição tenha sido feita através do
toque (sensação febril) é necessário
aferir usando um termômetro, e só é
considerado febre se a temperatura
estiver acima de 37,8ºC.
★ Avaliação da criança :
➔ Avaliar o comprometimento do estado
geral (toxemia) : Se a criança está
em REG, hipocorada, sonolência,
resposta a estímulos verbais ou
táteis.
➔ Criança febril : Avaliar se o
comportamento da criança está
alterado pois a própria febre pode
deixar o paciente com variados graus
de prostração.
Obs : Para avaliar de forma correta
uma criança que chega com febre é
necessário deixá-la afebril antes de
avaliar o seu estado geral.
➔ Investigar o comprometimento do
estado geral.
➔ Em seguida deve-se avaliar se a
criança tem necessidade de realizar
@Yasminfontenel�
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exames, se deve ficar em observação
(no hospital ou em casa), se deve ser
encaminhada para a sala de
emergência ou se pode receber alta.
➔ A história vacinal sempre deve ser
avaliada.
➔ Agendar reavaliação em 24 a 48h.
● Tosse :
➔ É um mecanismo de defesa para
eliminar secreções e corpos
estranhos das vias aéreas.
➔ É um sintoma comum a uma grande
variedade de patologias pulmonares
e extrapulmonares.
➔ É uma das maiores causas de
procura por atendimento pediátrico.
➔ É um mecanismo de disseminação de
doenças.
➔ Quando for excessiva na duração e
intensidade deve ser investigada
quanto à sua etiologia.
➔ A tosse envolve um arco reflexo
complexo que se inicia com o
estímulo dos receptores da tosse.
➔ Os tratos nasal, faríngeo, laríngeo e
auditivo respondem a diferentes
estímulos : Térmicos (mudança de
temperatura), irritativos (fumaça) e
mecânicos (secreção, corpo
estranho).
Obs : Não existem receptores de tosse
no parênquima pulmonar e nos alvéolos, o
que explica a possibilidade de
pneumonias alveolares e/ou extensas
cursarem sem a presença de tosse.
★ Sinais de alarme :
➔ Tosse súbita acompanhada de asfixia
(suspeitar de corpo estranho).
➔ Tosse progressiva.
➔ Existência de indicadores específicos
para um diagnóstico (sinais e
sintomas da anamnese e do exame
físico que sugerem a presença de
doenças pulmonares ou doença
sistêmica de base).
➔ Tosse com antecedente de pneumonia
de repetição.
➔ Início no período fetal.
➔ Dispnéia.
➔ Tosse produtiva maior que 3 a 4
semanas.
★ Investigação :
➔ Característica de tosse : Seca,
produtiva, rouca, com estridor
(angústia respiratória, rouquidão ou
grupe) ou paroxística (tosse súbita
incontrolável com tossidas rápidas).
➔ Ritmo diário : Diurna, noturna,
matinal, piora com decúbito.
➔ Época e condição de início : Após
frequentar creche, após quadro
infeccioso, após exercício, após
exposição a irritantes, durante a
deglutição.
➔ Enfermidades, sinais e sintomas
associados.
@Yasminfontenel�
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Semiologia do aparelho
respiratório :
● Somatoscopia :
➔ Euneico, dispneia ou taquipneia.
➔ Expansibilidade pulmonar.
➔ Sinais de desconforto
respiratório: Tiragens intercostais
e subcostais, retração de fúrcula
esternal, batimento de asas nasais.
● Ausculta respiratória :
➔ Murmúrio vesicular : Fisiológico,
diminuído ou abolido.
➔ Há presença de ruídos
adventícios ? Estertores
crepitantes (xiado mais comum no
lobo direito e na base do pulmão
esquerdo), estertores bolhosos,
sibilos (assobio).
● Raio X de tórax :
★ Avaliar :
➔ Parênquima pulmonar
➔ Seio costofrênico e seio
cardiofrênico.
➔ Formato das costelas.
➔ "coloração" dos pulmões (se
estiver branco, suspeitar de
derrame pleural).
➔ No raio x o ar é preto e os
líquidos são brancos.
➔ Derrame Pleural :
@Yasminfontenel�
3
É caracterizado pelo acúmulo de líquido
na pleura (entre os pulmões e o peito).
No raio x é possível observar a parte
branca (líquido) na base do pulmão.
Para confirmar é necessário pedir o raio
x em Laurell - O raio x é retirado com o
paciente deitado de forma que seja
possível avaliar se há presença de ar ou
de líquido. Se for líquido a parte branca
do raio x mudará de posição, pois o
líquido fica localizado na pleura e
apresenta maior liberdade de
movimento.
➔ Pneumotórax :
Presença de ar entre os pulmões e a
caixa torácica (é visto em um tom mais
escuro de preto no raio x).
➔ Pneumonia :
Infecção que inflama os sacos de ar
e pode ocasionar acúmulo de líquido
nos alvéolos (nesse caso o acúmulo
não será na pleura como no derrame
pleural).
Realizar raio x de Laurell, nesse caso
a mancha branca não muda de lugar
pois não se encontra na pleura (não
se movimenta).
➔ Bronquiolite/ Asma :
Trata-se de uma reação brônquica
inflamatória. No raio x os pulmões ficam
@Yasminfontenel�
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mais pretos, as costelas encontram-se
retificadas (menor curvamento) e há
presença de sinais de hiperinsuflação e
caixa torácica expandida.
Pneumonias em pediatria :
● Pneumonia adquirida na
comunidade (PAC) :
➔ Trata-se de uma inflamação do
parênquima pulmonar (processo
inflamatório no alvéolo).
➔ É a pneumonia adquirida na
comunidade, ou seja, não está
relacionada a agentes etiológicos
provenientes de ambiente
hospitalar.
➔ Agente : Pode ser causado por
vírus ou bactéria.
Obs : Não existe o termo "PRINCÍPIO
DE PNEUMONIA".
➔ Diagnóstico diferencial :
Síndrome infecciosa sem foco
definido, febre, toxemia, vômito,
insuficiência respiratória aguda
(nesses casos é importante
solicitar raio X de tórax para
confirmar ou descartar a
hipótese diagnóstica de
pneumonia).
➔ Patologia : Bactéria ou vírus
atinge o alvéolo pulmonar e inicia
um processo inflamatório.
Pneumonias são potencialmente
graves e podem levar a
complicações.
➔ Clínica clássica :
O principal sintoma é a taquipnéia
(75% dos casos) - É preciso
contar a FR por pelo menos 1 min
pois a criança tem uma FR
irregular.
Tiragens - Uso de musculatura
acessória, esforço para respirar.
Crepitações - Sugestiva de
acometimento do parênquima
pulmonar.
Obs : Atentar para sintomas
atípicos - Dor torácica, dor
abdominal, ausência de tosse.
Em crianças com sinais de
infecção respiratória aguda como
febre e tosse, a FR sempre deve
ser avaliada !
@Yasminfontenel�
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< 2 meses : FR ≥ 60 irpm
2 a 11 meses : FR ≥ 50 irpm
1 a 4 anos : FR ≥ 40 irpm
● Pneumonia atípica :
➔ Pneumonia causada por
mycoplasma pneumoniae ou
chlamydophila pneumoniae.
➔ 50% dos casos ocorrem em
crianças maiores de 5 anos.
➔ Sintomas : Tosse persistente
diurna e noturna, faringite,
mialgia e exantema.
➔ Ocorre um menor
comprometimento do estado
geral.
➔ Os sintomas apresentam uma
instalação gradual (não aparecem
de forma abrupta).
● Raio X de tórax :
➔ Não existe imagem
patognomônica de determinada
etiologia (bacteriana/viral).
➔ Infiltrado intersticial pode estar
presente nas PNM virais ou
bacterianas (representado por
mancha branca no raio x).
Pedir raio X no caso de sintomas
atípicos é válido ?
Sim, apesar de não existirem
características patognomônicas que
possam ser observadas no exame de
imagem, o raio X ajuda a complementar
o diagnóstico e avaliar a gravidade, mas
caso não seja possível fazer o raio X, a
clínica é soberana.
● Investigação da etiologia :
➔ Levar em consideração a idade da
criança (Ex : Crianças > 5 anospodem ter pneumonia atípica).
➔ Avaliar a extensão do
comprometimento e da gravidade
(Se o raio X estiver muito
comprometido podemos pensar
que o agente etiológico é uma
bactéria grave).
➔ Presença de tosse, febre,
taquipnéia, retração de tórax
(tiragens subcostais), dor
torácica, hipoxemia e sinais
sistêmicos associados.
● Exames complementares :
➔ Hemograma : É possível
identificar o AE através da
contagem de leucócitos (bactéria)
e de linfócitos (vírus).
➔ Hemocultura : Em casos de
suspeita de infecção bacteriana
(avalia o crescimento bacteriano).
➔ PCR : É inespecífico e pode
induzir ao erro. Costumam achar
que quando o PCR está alterado é
bactéria e quando está normal é
vírus, mas qualquer inflamação
@Yasminfontenel�
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pode alterar o PCR, então pode
induzir ao erro.
PCR define entre etiologia viral ou
bacteriana ? Não !
● Etiologia :
➔ Os vírus são responsáveis pela
maioria das PAC, em torno de
90% até 1 ano de idade e 50% em
escolares.
➔ Destaca-se o vírus sincicial
respiratório como o de maior
incidência.
➔ O principal agente bacteriano é o
pneumococo.
➔ Os estafilococos estão
relacionados principalmente a
faixa etária menor (lactentes
jovens), à associação com
infecção cutânea e gravidade
clínica, além de piora rápida e
progressiva.
➔ Complicações relacionadas à PAC:
Empiema pleural, pneumatoceles e
derrames pleurais.
● Quando internar ?
➔ Em menores de 4 a 6 meses.
➔ Quando houver presença de sinais
de alerta.
➔ Em casos de pneumonia extensa
ou complicações.
➔ Comorbidades (Ex : HIV).
➔ Situação social (Ex: Mãe não tem
dinheiro para comprar os
remédios/ moradores de rua).
➔ Falha de tratamento ambulatorial
(Ex : Tentou tratar na UBS mas
não houve melhora).
● Casos clínicos :
Caso 1 : Menino, 9 anos, evoluiu com
febre baixa há 6 dias, tosse diurna e
noturna, seca, irritativa, sem melhora
apesar do uso de xaropes.
BEG, eupneico, sem sinais de
desconforto respiratório.
AR : MV fisiológico, com crepitações
discretas em base.
A hipótese diagnóstica é a pneumonia
atípica. Pela faixa etária (maior que 5
anos), febre baixa há 6 dias e está em
bom estado geral, mas na ausculta
apresenta crepitações discretas
(indicador de inflamação nos alvéolos).
O provável agente etiológico é o
mycoplasma pneumoniae. No raio X não
há evidência de condensação, mas existe
infiltrado pulmonar difuso bilateral
(sinal de pneumonia atípica).
Caso 2 : Menina, 4 anos, evoluiu com
febre há 4 dias e tosse produtiva. Hoje
evoluiu com vômitos e dor abdominal.
REG, FR 42 irpm, com tiragens IC.
@Yasminfontenel�
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AR : MV diminuído com HTD, com
crepitações em ápice de HTD e em base
E.
Hipótese diagnóstica : Pneumonia típica,
provavelmente de etiologia bacteriana
devido à febre, tosse produtiva e
gravidade.
Raio X : Condensação bem definida na
base esquerda.
Caso 3 : Criança assintomática com
"achado" de condensação no raio X.
Nesse caso é necessário reavaliar o raio
X, a condensação presente na verdade
era a sombra do timo, chegou-se a essa
conclusão devido a criança ser
assintomática.
Caso 4 : Lactente, 9 meses, iniciou há 5
dias coriza e tosse (infecção de vias
superiores). Nas últimas 24 h evoluiu
com chiados no peito e cansaço.
BEG, ativo, FR 50 irpm, afebril.
AR : MV + captações discretas
bilaterais.
Provavelmente é uma pneumonia viral
devido à infecção de vias aéreas
superiores com crepitações (o mais
comum nesse caso é o vírus sincicial
respiratório).
O tratamento é sintomático.
Obs : Pneumatocele = bolhas de ar
vistas em preto no raio X.
Tuberculose em pediatria
➔ Trata-se de uma doença infecciosa e
transmissível causada pelo
Mycobacterium tuberculosis, que
afeta prioritariamente os pulmões,
mas pode acometer outros órgãos e
sistemas.
● Transmissão :
➔ Transmissão aérea : Inalação de
aerossóis oriundos das vias aéreas,
expelidos pela tosse, espirro ou fala
de doentes com tuberculose
pulmonar ou laríngea.
➔ Pessoas com TB ativa transmitem a
doença.
➔ Período de transmissibilidade :
- Bacilos de escarro
(baciloscopia de escarro
positiva).
- Após 15 dias de tratamento
(saída do isolamento
respiratório).
- Crianças < 10 anos com TB
pulmonar (paucibacilares)
Obs : Uma das principais características da
tuberculose em pediatria é que as crianças
são paucibacilares, ou seja, a infecção se
desenvolve de forma mais lenta e elas não
@Yasminfontenel�
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têm a capacidade de transmitir a doença. A
criança é receptora da transmissão
(importante ir atrás do membro da família
que transmitiu a tuberculose inicialmente).
● Suscetibilidade, imunidade e
vulnerabilidade :
➔ A bactéria é inalada e os bacilos são
fagocitados por macrófagos,
formando granulomas (na tentativa
de combater o bacilo), mas caso o
bacilo consiga se replicar e escape
do granuloma ele migra para a
corrente sanguínea e pode causar TB
pulmonar caso, o bacilo se instale no
pulmão, ou TB extrapulmonar, caso
se instale em algum outro órgão.
➔ Porém, em caso de exposição da
criança à bactéria ela pode :
1. Não ser infectada
2. Ser infectada e desenvolver
bactéria primária.
3. Ser infectada de forma
latente (não desenvolve a
doença naquele momento).
➔ No caso da TB latente, se houver
algum gatilho para a manifestação da
doença a criança passa a ter
tuberculose pós primária
(clinicamente é igual à tuberculose
primária).
Obs : A TB latente pode se tornar pós
primária em qualquer momento da vida da
pessoa tendo em vista que a criança já teve
contato com a bactéria e ela permaneceu
latente no organismo.
● Investigação de contatos :
➔ Caso índice : Paciente inicialmente
identificado com TB. É aquele em
torno do qual a investigação de
contatos é direcionada, embora nem
sempre corresponda ao caso fonte
(caso infectante).
➔ Caso fonte : É o caso infectante, não
necessariamente o primeiro caso
identificado.
➔ Contato : É toda pessoa que convive
no mesmo ambiente com o caso
índice ou, ainda, com o caso fonte
(em casa, em ambientes de trabalho,
em instituições de longa permanência
ou em escolas).
● Objetivo da investigação :
➔ Identificar e tratar precocemente
novos casos de TB ativa, para
interromper a cadeia de
transmissão.
➔ Identificar e tratar os casos de
crianças com TB, identificar o caso
fonte, para interromper a cadeia de
transmissão.
➔ Em casos de crianças com TB,
identificar o caso fonte, para
interromper a cadeia de
transmissão.
● Manifestações clínicas :
➔ Adolescentes e adultos jovens :
- O principal sintoma é a tosse
por 3 semanas ou mais
@Yasminfontenel�
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(investigar TB), febre baixa
vespertina, sudorese noturna,
emagrecimento e fadiga.
- A ausculta pulmonar :
Diminuição de MV podendo
também ser normal.
➔ Crianças < 10 anos :
- Febre moderada vespertina
(por 15 dias ou mais),
irritabilidade, tosse,
inapetência, perda de peso e
sudorese noturna.
- Muitas vezes, a suspeita de
TB em crianças surge com
diagnóstico de pneumonia em
melhora com o uso de
antibióticos para
microorganismos comuns.
Obs : Ocorre perda de peso muito visível na
pediatria e crianças menores de 10 anos não
apresentam um quadro pulmonar chamativo.
● Considerações importantes em
pediatria :
➔ Em geral, as abacilíferas não
transmitem a doença.
➔ Fatores de risco :
- Contato intradomiciliar com
caso bacilífero.
- Idade < 4 anos.
- Infecção por HIV.
- Desnutrição grave.
- Manifestações
extrapulmonares (até 25% do
total de casos), gânglios
periféricos, pleura, ossos e
meninges.
● Score para diagnóstico de TB
pulmonar em crianças :
❏ ≥ 40 pontos : Iniciar o tratamento.
❏ 30 pontos : Indicativo de TB. Iniciar
o tratamento, a critério médico.
❏ < 25 pontos : Se persistir a suspeita
clínica, encaminhar a criança para
ser avaliada na referência.
Obs : Prevenção de TB grave - Imunização
com BCG.
● Diagnóstico :
➔ O diagnóstico pode ser clínico
(maioria das vezes), mas sempre que
possível devemos confirmar de
forma laboratorial também.
➔ Exames que confirmamTB ativa :
- Baciloscopia direta
- Cultura (Padrão ouro)
- TRM-TB (teste rápido)
➔ Identificação de ILTB :
❏ Prova tuberculínica (PT) :
@Yasminfontenel�
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- Consiste na inoculação
intradérmica de um
derivado proteico
purificado do M.
tuberculosis, com a
finalidade de medir a
hipersensibilidade a
este antígeno.
❏ PT é reatora quando :
- PT ≥ 5mm : Crianças
sem BCG, vacinadas há
2 anos ou mais,
indígenas ou
portadoras de
imunossupressão.
- PT ≥ 10mm : Vacinados
com BCG a menos de 2
anos.
❏ PT não reatora :
- PT < 5mm.
● Tratamento :
➔ No caso de TB pulmonar o
tratamento é feito por 6 meses, e
para TB extrapulmonar o tratamento
é de 9 meses, TB latente trata só
por 3 meses.
➔ O tratamento pode ser feito com :
rifampicina, Isoniazida,
pirazinamida, etambutol (RIPE).
Obs : O RIP é usado em crianças menores
de 10 anos e o RIPE é usado em crianças
maiores de 10 e adultos (etambutol só pode
ser usado a partir de 10 anos).
IVAS (infecção de vias aéreas
superiores)
➔ Todo tipo de inflamação ou
infecção que acomete o trato
respiratório da laringe para cima
(vias aéreas superiores).
Caso clínico 1 - resfriado/gripe :
Escolar é trazido ao consultório pela
mãe evoluindo há 3 dias com "garganta
arranhada", tosse seca, coriza hialina,
congestão nasal e lacrimejamento. A
mãe refere que o menor está "mais
molinho". Nega outras
queixas.Aceitando parcialmente a dieta.
FF preservadas. Calendário vacinal em
dia. Peso e estrutura adequados para a
idade.
➔ Tranquilizar a mãe e dizer que
isso é uma IVAS, provavelmente
um resfriado simples.
➔ 70 a 90 % das IVAS são causadas
por vírus.
➔ É a causa mais comum de infecção
respiratória.
➔ A denominação depende da região
anatômica acometida.
Obs : O mais importante é AVALIAR O
ESTADO GERAL.
@Yasminfontenel�
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Qual é o principal agente infeccioso
associado ao resfriado comum ?
- O Rinovírus, mas outros agentes
também pode causar resfriado
comum :
1. Rinovírus
2. Coronavírus
3. VSR
4. influenza
5. Parainfluenza
6. Adenovírus
7. Enterovírus
● Resfriado :
➔ Crianças pequenas (até 3 anos)
costumam ter cerca de 6 a 7 por
ano.
➔ A creche no 1 ano de vida é
responsável por 50% dos
resfriados.
➔ Transmissão por contato direto e
aerosol.
➔ Mudança na cor e na consistência
na secreção nasal não está
relacionada à sinusite e nem à
superinfecção bacteriana, mas
sim ao resfriado. (Fazer lavagem
nasal).
Gripe X resfriado
➔ A principal diferença é o
acometimento sistêmico que
acontece na gripe e que não
ocorre da mesma forma no
resfriado.
➔ Resfriado : Sintomas que surgem
de forma gradual e costumam ser
mais discretos.
- Cefaléia, espirros,
calafrios, dor de garganta
e coriza.
➔ Gripe : Início súbito dos sintomas
(doença mais aguda), que
costumam ser mais intensos.
- Febre alta, tosse, cefaléia
intensa, dor de garganta,
mialgia, congestão nasal,
cansaço, fraqueza e falta
de apetite.
➔ Agente etiológico :
❏ Resfriado :
- Rinovírus,
coronavírus, sincicial
respiratório,
adenovírus e
parainfluenza.
❏ Gripe :
- Influenza A e B.
➔ Prevenção :
- Lavar as mãos.
- Usar álcool em gel.
- Ambientes ventilados.
- Evitar contato com pessoas
doentes.
- Vacina influenza.
➔ Tratamento :
- Repouso
- Boa hidratação
@Yasminfontenel�
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- Boa alimentação
- Analgésico
- Antitérmico
➔ Vacinas, quem pode tomar ?
- Crianças > 6 meses e < 5
anos.
- Portadores de doenças
crônicas.
- Indígenas.
Obs : Quando crianças pegam chuva e
adoecem logo em seguida costuma ser
um quadro de alergia. O resfriado e a
gripe precisam de um período de
incubação para se manifestar, que é de
aproximadamente 2 dias.
● Otite média aguda (OMA) :
➔ Outros sintomas que podem estar
presentes nas IVAS são :
Otorréia, otalgia e desconforto
auricular.
➔ Nesses casos é importante
realizar uma otoscopia.
- Avaliar a presença de
membrana timpânica
hiperemiada, opaca, bolhas
no tímpano e abaulamento.
Obs : A presença de otorréia e
alteração na membrana é patognomônico
de otite média aguda (OMA).
➔ 80% das crianças terão ao menos
1 episódio de OMA até a idade de
3 anos. O pico de incidência
costuma ser entre 6-20 meses.
➔ É a doença bacteriana mais
prevalente na infância (causa
mais comum de prescrição de
antibióticos para crianças).
➔ Quadro clínico :
- Febre
- Irritabilidade
- Otalgia
- Otorréia purulenta
➔ Otoscopia :
- Sempre avaliar a
membrana timpânica à
procura de eritema ou
abaulamentos.
- É difícil em lactentes, por
isso a doença costuma ser
sub ou super diagnosticada.
➔ Etiologia :
- Streptococcus pneumoniae
- Haemophilus influenzae
- Moraxella catarrhalis
➔ Fatores de risco :
- Baixo nível socioeconômico
- Sistema de saúde precário
- Crianças
institucionalizadas
- Doença do refluxo
gastroesofágico.
- Disfunções da tuba
auditiva.
➔ Tratamento :
- Antitérmicos
- Analgésicos
@Yasminfontenel�
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- Antimicrobianos
- Antibióticos
Quando tratar ?
❏ < 6 meses : Sempre tratar pois o
risco de meningite é alto.
❏ 6 meses - 2 anos : Tratar as
suspeitas, especialmente os casos
mais graves.
❏ > 2 anos : Tratar apenas os casos
graves e observar a evolução dos
outros casos.
Qual a relação da mamadeira com a
otite ?
A tuba auditiva das crianças é mais
horizontalizada, e quando a criança
toma mamadeira deitada ocorre um
aumento da probabilidade de passar
substâncias para a região do ouvido,
acumulando bactéria na tua auditiva,
podendo causar OMA.
● Sinusite :
➔ É visto como hipótese diagnóstica
quando ocorre quadro maior de 10
dias que evolui com a piora dos
sintomas e aumento da febre.
➔ Agentes etiológicos são os
mesmos da OMA.
➔ Exames : O padrão ouro é a TC
de face (também pode ser feito
RX da face).
Sempre é necessário fazer exame de
imagem ?
Não, a sinusite é feita com diagnóstico
clínico, os exames de imagem são feitos
em casos de suspeita de infecção
➔ Uma das complicações da sinusite
é a meningite (quando ocorre
acometimento dos seios frontais
da face)
➔ Patogênese : Sinusite viral causa
edema e inflamação, levando ao
bloqueio da drenagem dos seios e
resultando na proliferação
bacteriana.
➔ Quadro clínico :
- Congestão/ congestão
nasal e tosse.
➔ Diagnóstico da sinusite é clínico :
- História + Exame físico.
- História de IVAS por
10-14 dias ou febre +
descarga nasal purulenta
por 3-4 dias.
➔ Diagnóstico complementar :
- Cultura do aspirado dos
seios da face.
- Raio X (inflamação) - Sem
valor, não confirma o
diagnóstico de sinusite
bacteriana.
- TC (inflamação) é o padrão
ouro.
● Celulite orbitária :
Escolar de 8 anos, sexo masculino, dá
entrada na emergência com quadro de
@Yasminfontenel�
14
início há 4 dias de edema e eritema
palpebral, dor á movimentação ocular e
hiperemia conjuntival.
➔ Conduta inicial :
- Internação hospitalar para
antibioticoterapia IV.
➔ Agente etiológico :
- SGA (Streptococcus beta
hemolítico do grupo A).
➔ Exame :
- Cultura
➔ Complicações :
- GNPE
- Abscesso retrofaríngeo e
periamigdaliano.
- Febre reumática.
- Escarlatina.
- Síndrome do choque
tóxico.
➔ Diagnóstico diferencial :
- Mononucleose
- Herpangina
- Difteria
- Febre faringoconjuntival
➔ Exame da orofaringe :
- Abaulamento tonsilar e
desvio da úvula.
➔ Sintomas :
- Febre
- Trismo
- Disfagia
➔ Tratamento :
- Antibiótico
- Drenagem cirúrgica
(agulha).
● Faringite viral :
➔ Início gradual, com um quadro
gripal associado.
➔ Conjuntivite + febre + faringite =
Adenovírus.
➔ Úlceras e aftas = Coxsackie.
● Epiglotite aguda :
Pré-escolar, evoluindo com febre há
24h, odinofagia, disfagia, toxemia,
sialorréia e permanece sentada com as
mãos nos joelhos, pescoço
hiperestendido, queixo para cima e
mandíbula protusa. Observa-se estridor.
Vacinas incompletas. A mãe entrou
correndo desesperada alegando que seu
filho está com falta de ar, que ficou
roxo e não consegue falar.
➔ Agente etiológico :
- Haemophilus influenzae
tipo B (mais comum).
- Streptococcuspyogenes
- Streptococcus pneumoniae
- Staphylococcus aureus.
➔ Diagnóstico :
- Clínica + RX cervical
lateral.
➔ Tratamento :
@Yasminfontenel�
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- VA pérvias (IOT/
traqueostomia) + ATB EV
7-10 dias.
➔ Conduta correta do caso :
- 3 nebulização com
adrenalina e dexametasona.
(redução das secreções
respiratórias e do edema
da mucosa respiratória,
relaxamento do músculo
liso das vias aéreas e
inibição do processo
inflamatório).
Dermatoses mais comuns na
infância
● Impetigo :
➔ Inicia-se com uma vesícula
(lesões de conteúdo líquido
translúcido) ou pústula (conteúdo
amarelado com pus) sobre uma
base eritematosa que se rompe
com facilidade e cujo
ressecamento dá origem a uma
crosta aderente e amarelada.
➔ São causadas, na maioria das
vezes, por cocos Gram-positivos.
➔ Pode ser primária quando ocorre
em uma pele saudável ou
secundária quando é facilitada
por outra doença como a varicela
ou alguma queimadura.
➔ Impetiginização secundária :
Lesões da varicela (queimadura
de cigarro)
➔ Impetigo bolhoso : Tem como seu
principal agente etiológico o S.
aureus, produtor de uma toxina
epidermolítica, causando
síndrome da pele escaldada.
➔ Tratamento :
- Pequenas lesões :
Antibióticos tópicos.
(mupirocina).
- Maior número de lesões :
Tratamento sistêmico
(cefalexina VO ou
cefalotina EV)
● Celulite :
➔ É uma infecção aguda da pele, que
envolve os tecidos subcutâneos e
apresenta clinicamente :
- Eritema
- Edema
- Calor
- Dor
➔ Eritema da celulite : Não tem
limites nítidos, diferente da
erisipela, que apresenta
demarcação evidente do eritema.
➔ Porta de entrada : Trauma na
pele.
➔ Lesão : Eritematosa, endurecida e
dolorosa.
@Yasminfontenel�
16
➔ As bactérias mais comumente
relacionadas a esta infecção são
o Staphylococcus e o
Streptococcus.
➔ Tratamento :
- Não se usa pomada, é
sempre via oral ou
endovenosa, a depender da
localização e das
características da lesão.
- Lesões em face : Sempre
internar e fazer o
tratamento EV.
➔ Exames : hemocultura e aspiração
do pus para identificar a bactéria
causadora.
Obs : O impetigo é mais superficial e a
celulite é mais subcutânea.
● Dermatite atópica :
➔ Dermatose inflamatória de curso
crônico e recidivante.
➔ Etiologia desconhecida e início
precoce.
➔ Intenso prurido, xerose
(ressecamento) e lesões
eczematosas (vesículas e
crostas).
1. Deficiência na função da barreira
cutânea em decorrência do
metabolismo anormal dos lipídeos,
o que determina a pele seca.
2. Disfunção da imunidade cutânea
inata.
3. Alteração na microbiota cutânea:
Colonização por Staphylococcus
aureus e Malassezia furfur.
4. Influência psicossomática que
resulta na alteração do sistema
nervoso autônomo, com aumento
de mediadores de diversas
células inflamatórias, como
eosinófilos e leucócitos).
➔ Relaciona-se com história familiar
ou pessoal de rinite, asma e
alergias.
➔ Pré-puberal (2 a 10 anos) : Pele é
seca e áspera, o prurido ocorre
nas pregas antecubitais e
poplíteas, resultando no
espessamento e no aparecimento
de placas circunscritas.
➔ Fatores desencadeantes :
- Detergentes, alvejantes,
sabões, amaciantes, roupas
sintéticas, sabonetes,
etiquetas de roupas, cloro
de piscina, materiais
abrasivos, fumaça de
cigarros, poluentes,
produtos químicos,
condições extremas de
temperatura e umidade,
uso de emolientes
inadequados, fricção e
estresse.
➔ Tratamento :
- Educação e auto cuidados
do paciente.
@Yasminfontenel�
17
- Hidratação da pele.
- Controle dos
desencadeantes.
- Medicamentos tópico-oral.
● Dermatite de fraldas :
➔ Mais comum dermatite de
contato por irritante primário.
➔ Resulta da interação de múltiplos
fatores como :
- Aumento da umidade.
- PH elevado.
- Enzimas fecais.
- Microorganismos que se
desenvolvem pela condição
ideal proporcionada pela
oclusão.
➔ Prevenção e tratamento :
- Prevenção através da troca
frequente de fraldas,
limpeza suave e cremes de
barreira.
- Tratamento : Troca de
fralda mais frequente que
a habitual, limpar
suavemente a região, expor
a pele ao ar, aplicar cremes
de barreira.
● Escabiose ou sarna :
➔ É uma doença contagiosa causada
pelo Sarcoptes scabiei variedade
hominis.
➔ Contato direto pele a pele com
pessoas infectadas, sendo
descrita a transmissão por
roupas.
➔ As fêmeas penetram na epiderme
em um túnel e depositam os seus
ovos, que se tornam parasitas
adultos em 2 a 4 semanas,
desencadeiam uma reação de
hipersensibilidade, ocasionando
prurido intenso.
➔ Em geral, os familiares também
são contaminados.
➔ Caracterizada pela presença de
pápulas eritematosas, vesículas,
nódulos, túneis e pelo prurido
intenso, sinais de escoriações que
alteram o aspecto da lesão, com
impetiginização secundária
determinando o aparecimento de
pústulas.
➔ As lesões de pele incluem :
Pápulas, nódulos, túneis, pústulas
e vesículas.
➔ Nos adultos e adolescentes
localizam-se mais
frequentemente nos espaços
interdigitais, punhos, tornozelos,
axilas, virilhas, palmas e plantas.
➔ Quadros mais exuberantes nos
lactentes.
➔ Orientações gerais :
- Lavar as roupas com água
quente ou expô-las ao sol e
passar com ferro quente.
- Tratar os familiares,
independentemente de a
@Yasminfontenel�
18
sintomatologia estar
presente.
- Informar aos familiares a
possível continuação do
prurido por algum tempo
após o tratamento, para
evitar o uso excessivo ou
prolongado das medicações
escabicidas e suas
consequências.
➔ Tratamento :
- Permetrina loção.
- Ivermectina oral.
● Micoses superficiais :
➔ As infecções fúngicas :
- Superficiais.
- Profundas.
- Sistêmicas.
➔ As micoses superficiais
dividem-se em :
- Dermatofitoses ou tinhas.
- Ceratofitoses (pitiríase
versicolor = pano branco)
- Candidíase.
➔ Diagnóstico :
- Anamnese exame físico
adequado.
➔ Exames : Micológico direto,
cultura para fungos e exame
histopatológico.
Tinea capitis :
- Comum na infância, acomete o
couro cabeludo, alopecia
descamativa distribuída em
placas bem delimitadas.
- Quérion : É uma apresentação
inflamatória com placas
infiltradas, alopécia, pústulas e
frequentemente drenagem de
secreção purulenta.
- Resposta inflamatória intensa ao
dermatófito.
- Confunde-se com infecção
bacteriana, pode involuir
espontaneamente e não costuma
causar alopecia definitiva.
Tinea corporis :
- É uma dermatofitose que
acomete a pele da região do
tronco ou extremidades, exceto
palmas e plantas.
- A apresentação clínica
caracteriza-se por uma ou mais
placas circuncidadas, com halo
eritêmato-descamativo e cura
central que determina o centro
claro.
Tinea pedis :
- Conhecida como pé de atleta.
- O uso de calçados fechados
promovendo umidade predispõem
ao desenvolvimento do fungo.
- A transmissão pode ocorrer
também em áreas úmidas, como
vestiários e borda de piscina.
@Yasminfontenel�
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Larva migrans cutânea ou bicho
geográfico :
- Erupção cutânea autolimitada -
Penetração e migração das larvas
do Ancylostoma caninum ou
braziliensis.
- A larva penetra na pele e forma
uma pápula pruriginosa.
- Pela ausência de enzimas
necessárias para penetrar e
sobreviver na derme, a larva
migra, determinando um trajeto
serpiginoso e linear na epiderme,
- Prurido intenso resulta em
escoriações e em infecções
secundárias.
● Molusco contagioso :
➔ Agente etiológico : DNA-vírus do
grupo poxvírus.
➔ Incubação é extremamente
variável, 2 semanas até 6 meses.
➔ A transmissão : Contato direto
com lesões ou autoinoculação.
➔ Quadro clínico :
- Lesões assintomáticas
localizadas em qualquer
segmento da pele.
- São pápulas umbilicais, cor
da pele ou nacaradas,
únicas ou múltiplas, de
tamanho variável.
- Em pacientes atópicos, por
causa de alterações da
barreira cutânea, e nos
imunodeprimidos, as lesões
tendem a ser maiores e
mais numerosas e podem
apresentar eczematização
ao redor ou infecção
bacteriana secundária.
- A lesão clássica é
representada por uma
pápula semiesférica,firme
e geralmente com leve
depressão central.
➔ Diagnóstico : Clínico.
➔ Tratamento :
- Curetagem
- Crioterapia.
● Urticária papular
Revisão :
Não vai ser cobrado tratamento
específico, mas precisa saber falar se
tem indicação de antibiótico ou não.
Dermatologia não vai cobrar o nome do
remédio, só o agente etiológico.
Saber os agentes etiológicos.
Na tuberculose : Paciente isolado por 15
dias.
Fisiopatologia das doenças.
@Yasminfontenel�
20
Caso 1 :
Estridor é sinal de comprometimento de
vias aéreas superiores.
Asma é uma condição de vias aéreas
inferiores (sibilo).
Hipótese diagnóstica : Epiglotite,
laringite, pneumonia, tuberculose.
Trata-se de um caso agudo (início
súbito) - A TB não é súbita e nem aguda,
então é menos provável.
Pneumonia é acometimento de vias
aéreas inferiores e o estridor é
característico de superiores, então é
pouco provável.
O principal agente relacionado à
epiglotite é a influenzae, já que ela só
tomou vacina até 3 meses essa é a
hipótese principal. (a cianose é mais
comum na epiglotite).
Na laringite a tosse é mais presente e
vai piorando. Nesse caso o paciente tem
tosse, mas não é uma característica
principal.
Hipótese principal : Epiglotite pelo início
súbito, comprometimento do estado
geral, criança sem cobertura vacinal
adequada, cianose.
Agentes etiológicos : Haemofilus
influenzae tipo B - Hib (é uma bactéria,
diferente do vírus influenza), H.
influenzae, haemophilus parainfluenzae,
staphylococcus aureus, streptococcus
pneumoniae.
A epiglotite é mais comumente causada
por bactéria e a laringite costuma ser
mais viral.
4 sinais de desconforto respiratório
observados ao exame físico : Batimento
de asa nasal, retração da fúrcula
esternal, tiragem intercostal e
subcostal.
Exames nesse caso : Raio X cervical
lateral (observa-se o sinal do polegar -
epiglote edemaciada).
Conduta :
1. Garantir vias aéreas pérvias por
meio da intubação (primordial).
2. Início imediato do antibiótico.
Fisiopatogenia epiglotite : Edema da
epiglote que obstrui a passagem de ar.
Diagnóstico diferencial : Crupe
espasmódico, que geralmente apresenta
sintomas mais leves, sazonalidade, tosse
frequente e pouca sialorréia (aumento
da salivação).
Febre, posição preferencialmente
sentada, disfagia, sialorréia são mais
comuns na supraglotite, enquanto a
tosse foi mais comum na crupe.
Laringite : Tratar com corticóide e
inalação de adrenalina. Edema da
laringe, evidencia sinal de ponta do lápis
@Yasminfontenel�
21
ou chama da vela no exame de imagem
(estreita mais em cima, geralmente é
viral)
Epiglotite : Tratar com intubação e
antibiótico.
Faringite : É semelhante a amigdalite, é
bem alta, então não ocorre o mesmo
estreitamento superior por edema que
tem na laringite.
● Caso 2 :
Dermatite atópica
O que ajuda a confirmar a hipótese :
História familiar de atopia, parece ser
doença crônica recidivante, criança se
alimenta com mamadeira 3 vezes ao dia.
Diagnóstico : Quadro de IVAS (OMA) e
dermatite atópica.
Justifique as hipóteses diagnósticas :
Febre, uso de mamadeira 3 vezes ao dia
(deitada), rinorréia esbranquiçada e
espirros., linfonodo.
Obs : Não foi feita otoscopia. Toda
criança com quadro de IVAS deve
passar por otoscopia.
Fatores de risco para OMA : Uso da
mamadeira, idade, prematuridade.
Exclui a hipótese de resfriado pois
houve piora após 7 dias, coisa que não
acontece no resfriado.
Qual achado clínico confirmaria o
quadro de IVAS ? Otoscopia
evidenciando membrana timpânica
abaulada e hiperemiada.
Qual o tratamento usado para a
patologia cutânea ? Hidratação da pele,
não lavar a pele em excesso, evitar
sabão e produtos, evitar extremos de
temperatura.
● Caso 3 :
Diagnóstico : PAC
Justifique : Febre, tosse produtiva, dor
abdominal, crepitações em base de
hemitórax direito.
Conduta : Uso de antibiótico.
Qual a conduta após piora ? Internação
(saturação de 93 - insuficiência
respiratória), Tratamento endovenoso
(pela gravidade do caso) e exames de
imagem - hemograma, hemocultura, raio
x e PCR.
Agente etiológico : Pneumococo
(streptococcus pneumoniae).
Complicações comuns : Empiema pleural,
derrame pleural, abscesso pulmonar e
pneumatocele (paciente pode ter
piorado por complicação).
Complicações em caso de pneumonia :
- Raio X em Laurell : Quando o
líquido muda de lugar é derrame
pleural.
- Estudar pneumotórax ; Ar entre
a pleura e o pulmão.
- Pneumatocele.
@Yasminfontenel�
22
Celulite :
Causada por bactérias, Trata com
antibiótico.
Tuberculose : Criança abaixo de 10 anos
não transmite TB, ela recebe a doença,
havendo necessidade de encontrar o
caso fonte.
Em caso de TB, ao investigar os outros
membros da família para ver se estão
infectados ou latentes. Fazer primeiro o
exame físico. Caso esteja tudo normal,
solicitar PPD e raio X de tórax.
Em caso de sintomas, pedir baciloscopia
(do escarro ou lavado gástrico), teste
rápido molecular e outro raio X de tórax
e PPD (É um score no critério de
pontos).
Não tem padrão radiológico para TB em
crianças, costuma ter condensação,
derrame pleural, infiltrado
micronodular.
@Yasminfontenel�
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