Handebol e SALTOS (hora do estudo)

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Handebol e saltos no atletismo 
Transformações das práticas corporais 
No primeiro volume, você conheceu melhor os aspectos históricos e alguns elementos 
básicos do futebol, das corridas e da ginástica para todos, sempre levando em 
consideração o tema do semestre: transformações das práticas corporais. Esse mesmo 
tema aparece novamente nos capítulos 3 e 4, que vão tratar do handebol, do atletismo, da 
capoeira e da ginástica artística. Mas o que essas práticas têm em comum? 
Como o tema sugere, todas são práticas que sofreram transformações ao longo do tempo, 
as quais ocorreram por motivos que serão analisados ao longo do volume. 
O objetivo principal é que você reconheça como se dá o processo de transformação das 
práticas corporais, entendendo que ele pode ser resultado de diferentes necessidades, 
como a inclusão de participantes com características diversas ou a adequação dos espaços, 
e percebendo como também ocorrem transformações no contexto sociocultural de cada 
prática corporal. 
No final desse semestre, você e seus colegas têm o grande desafio de realizar uma ação 
com a comunidade escolar em que o tema do semestre esteja presente. Para isso, vocês 
conhecerão ainda mais algumas etapas importantes do planejamento de um evento para 
colocar em prática tudo o que aprenderam ao longo desse período. 
Uma prática corporal, para ser definida como esporte, deve apresentar características 
básicas que aparecem em todas as outras atividades que recebem o mesmo nome. 
Os esportes, de maneira geral, assemelham-se principalmente por apresentarem 
competição entre dois ou mais oponentes e por terem como objetivo comparar o 
desempenho dos competidores para se obter um vencedor, registrando-se os recordes. 
Outra característica que as práticas esportivas apresentam é a presença de regras 
universais (como o tempo de uma partida e a presença de um árbitro para comandá-la) 
que visam garantir as mesmas condições de participação aos adversários durante as 
competições. As regras servem de base para organizar e definir o que é e o que não é 
permitido fazer para conquistar o objetivo da competição. 
Handebol – história e regras básicas 
Uma das características básicas do handebol é o fato de ser jogado em equipe. Desse 
modo, os jogadores de um mesmo time contam com parceiros para alcançar o objetivo de 
vencer a equipe adversária. Por isso ele é classificado como um esporte coletivo. 
Os jogadores de handebol têm como objetivo marcar mais gols do que a equipe 
adversária, chegando-se, assim, à vitória. 
As regras básicas do handebol 
O handebol, assim como qualquer esporte, apresenta um conjunto de regras que orienta o 
jogo. Essas regras são definidas pela Federação Internacional de Handebol, que realiza os 
campeonatos mundiais e rege a participação dessa modalidade nos Jogos Olímpicos. 
Confira, no quadro a seguir, regras do handebol em relação ao tempo, espaço, número de 
jogadores, manejo da bola e às formas de deslocamentos. 
 A partida tem dois tempos, cada um com duração de 30 minutos. Entre eles, há 
um intervalo de 10 minutos. 
 Os jogadores podem entrar na área de gol desde que estejam sem a bola. 
 Na linha de tiro livre (linha pontilhada), são cobrados os tiros livres, decorrentes 
de faltas menores. 
 A linha de 7 metros é usada para cobrança das penalidades máximas. 
 O tiro de lateral acontece quando a bola sai de jogo ultrapassando a linha lateral. 
Ao realizá-lo, o jogador deve permanecer com um pé sobre essa linha. 
 As equipes são compostas de seis jogadores de quadra e um goleiro. O goleiro 
pode jogar na quadra a qualquer momento, desde que saia e entre na área de gol 
sem a bola. 
 Dentro da área de gol, o goleiro pode tocar a bola com os pés. 
 É permitido: lançar, agarrar, parar ou golpear a bola usando mãos, braços, cabeça, 
tronco, coxas e joelhos; segurar a bola durante três segundos no máximo; dar no 
máximo três passos com a bola. 
As origens do handebol 
Assim como o futebol, o handebol passou por várias transformações até chegar à forma 
que tem atualmente. Trata-se de um esporte que apresenta características semelhantes a 
jogos muito antigos realizados com a bola nas mãos. 
A primeira versão do handebol surgiu em 1919 e foi criada com base em jogos 
semelhantes aos que eram praticados na Alemanha e no Uruguai. O responsável por 
modificar as regras desses jogos, que resultaram no handebol de campo, foi o alemão Karl 
Schelenz. 
O handebol de campo era realizado em um gramado, com onze jogadores para cada lado, 
que tinham como objetivo marcar o gol passando a bola entre as balizas. Esse foi um 
esporte de apresentação nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936. 
Com o tempo, o handebol de campo foi cedendo espaço para outra versão: o handebol de 
salão, cujos times passaram a ser compostos de seis jogadores de linha e um goleiro. Essa 
versão surgiu devido aos períodos de neve e frio intenso durante o inverno europeu, 
condições climáticas que inviabilizavam a realização dos jogos no campo. Aos poucos, o 
handebol de salão passou a ser o esporte dominante, até culminar com a completa extinção 
do handebol de campo. 
Nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, o handebol foi aceito definitivamente como 
esporte olímpico – em um primeiro momento, apenas com a modalidade masculina e, nos 
jogos seguintes, em 1976, também com a modalidade feminina. 
Atividades 
O jogo Urânia (realizado pelos gregos) e o jogo Haaddbold (realizado pelos 
dinamarqueses) eram jogos praticados com a bola nas mãos que apresentavam estruturas 
semelhantes às do handebol. Porém, tinham algumas regras diferentes: no jogo Urânia, 
não havia balizas e, no jogo Haaddbold, os jogadores podiam correr à vontade com a bola 
na mão. 
Atualmente, existem jogos parecidos com eles. Que tal experimentá-los e entender como 
se jogava antigamente? 
Esporte na escola ou esporte da escola? 
Como você pôde perceber, existem várias regras e vários equipamentos para jogar o 
handebol de forma profissional, como esporte. Existe também a necessidade de o atleta 
conhecer todas as regras e executar a técnica de forma que não as infrinja. Mas será que 
é necessário praticar o handebol na escola seguindo todas essas exigências? 
Para responder a essa questão, é preciso que você compreenda a diferença entre o esporte 
profissional e o esporte praticado na escola. O esporte realizado na escola seria a 
aplicação direta de todas as regras e exigências da prática esportiva oficial nas aulas de 
Educação Física: número de jogadores, separação entre meninos e meninas e uso das 
regras oficiais, por exemplo. Já o esporte da escola se refere às práticas esportivas 
adaptadas ao espaço escolar e às características dos alunos, possibilitando a participação 
de todos. 
Atividades 
Siga as orientações do seu professor e conheça alguns jogos adaptados para a escola. 
Recriando o handebol 
Como você aprendeu até o momento, existem diferenças entre o esporte que é praticado 
pelos atletas em competições e o esporte praticado nas aulas de Educação Física. Se, 
durante as aulas, fôssemos seguir o critério esportivo de seleção dos melhores jogadores, 
alguém ficaria de fora? E se dependêssemos dos equipamentos oficiais, seria possível 
praticar o handebol? 
Da mesma forma que acontece com o futebol, que é recriado por crianças e adultos nos 
mais diversos lugares e com o uso de todo tipo de material, os demais esportes podem ser 
recriados e adaptados aos espaços físicos existentes e às características das pessoas que 
vão realizá-los. 
 
Saltos no atletismo – em altura e em distância 
Nas aulas anteriores, aprendemos que o atletismo é uma modalidade esportiva que 
agrega várias provas que têm como base as ações de correr, saltar, arremessar e lançar. 
Em sua grande maioria, essas provas são modalidades esportivas individuais. 
Nos esportes individuais, todas as características do esporte coletivo permanecem, com 
a diferençade que o objetivo da vitória é buscado somente por um atleta, que tenta 
superar os adversários e melhorar suas próprias marcas em relação, por exemplo, ao 
tempo, à distância ou à altura. 
As modalidades esportivas individuais têm como característica o fato de não exigirem 
a colaboração entre os esportistas para a realização das ações e para alcançar o objetivo 
da competição. 
 
Neste capítulo, vamos conhecer dois tipos de saltos: salto em altura e salto em distância. 
 
Além deles, fazem parte do atletismo o salto triplo e o salto com vara. 
Assim como outras provas de atletismo, as competições de salto tiveram sua origem na 
Antiguidade e sofreram inúmeras transformações. Existem registros de provas de saltos 
desde os Jogos Olímpicos na Grécia Antiga. Segundo dados históricos, existiu um 
competidor espartano que, no ano de 656 a.C., teria saltado a distância de 7,05 m – 
marca que só foi igualada 2 530 anos depois, em 1884, pelo irlandês John Lane. 
Salto em distância 
O salto em distância encontra-se entre as mais antigas modalidades esportivas de que se 
tem registro, estando presente nos Jogos Olímpicos desde a Antiguidade. Nessa época, 
sua prática era realizada com o uso de pesos e halteres. Isso quer dizer que o atleta, ao 
realizar o salto, podia recorrer à ajuda de pequenas bolas que, primeiro, eram feitas de 
pedras, depois, de chumbo e, finalmente, de bronze, chegando a pesar cinco quilos. 
É fácil entender como funciona o salto em distância. Porém, é uma prova que exige dos 
atletas uma combinação de habilidades motoras – coordenação – e qualidades físicas – 
velocidade e força – para melhores resultados nas diferentes fases do salto. 
O Brasil tem bons resultados nessa prova. A primeira medalha de ouro na história do 
país em modalidades femininas foi conquistada pela saltadora Maurren Maggi, que 
alcançou a marca de 7,04 m, em 2008, nas olimpíadas de Pequim. 
Em uma competição de salto em distância, a sequência dos saltadores é sorteada e todos 
os competidores têm direito a três saltos. Após todos realizarem o terceiro salto, os oito 
melhores têm direito a mais três saltos. Vence a competição aquele que obtiver a melhor 
marca em toda a prova. 
Salto em altura 
A busca pela melhor maneira de saltar fez do salto em altura a prova que mais sofreu 
modificações desde que começou a ser disputada. Diversas técnicas foram criadas e 
aperfeiçoadas até a utilização daquela que hoje é considerada a mais eficiente – a 
fosbury flop –, o que não significa que as outras tenham sido deixadas de lado. 
Esse tipo de salto consiste em vencer determinada altura passando por cima de uma 
barra, comumente chamada sarrafo, presa horizontalmente a dois postes que servem de 
suporte. As maneiras de saltar são variadas. Entre as mais conhecidas, estão o salto 
tesoura, o fosbury flop, também conhecido como rolo dorsal, e o rolo ventral. 
Os melhores resultados foram obtidos com o salto fosbury flop, nome dado em 
homenagem a seu criador, o americano Dick Fosbury que, usando essa técnica, venceu a 
prova do salto em altura nos Jogos Olímpicos de 1968, na cidade do México. Devido 
aos bons resultados com esse tipo de salto, a técnica se tornou a preferida da maioria 
dos saltadores. 
 
 
 
 
As principais regras do salto em altura são: 
 o competidor tem três tentativas para transpor cada altura, sendo eliminado da 
prova se derrubar o sarrafo ou desistir em todas elas; 
 toda vez que mais de um saltador conseguir transpor uma determinada altura, o 
sarrafo sobe, no mínimo, dois centímetros; 
 não é permitido saltar com os dois pés juntos; 
 um saltador não é obrigado a saltar todas as alturas. Ele pode entrar na prova a 
qualquer momento, desde que pelo menos um atleta ainda a esteja disputando. 
Contudo, ele só terá três tentativas para ultrapassar a altura em que o sarrafo se 
encontra. 
 
 
Hora de Estudo 
 
1. As transformações nos esportes ocorrem, muitas vezes, em função de 
necessidades dos praticantes e da realidade na qual a prática está inserida. Qual 
foi o principal fator que levou o handebol de salão a tomar o lugar da versão 
praticada nos campos de grama? 
 
2. Ao longo desse capítulo, você pôde conhecer as características principais de 
alguns esportes, bem como estabelecer diferenças entre as regras e as formas de 
praticá-los no âmbito competitivo e nas aulas de Educação Física. Em alguns 
casos, as aulas de Educação Física repetem na escola o modelo esportivo, com 
os mesmos princípios. Porém, na maioria das vezes, existe a necessidade de a 
escola transformar e adaptar o esporte de acordo com sua realidade. Preencha o 
quadro a seguir com as características do esporte na escola e do esporte da 
escola. 
 Esporte na escola 
 
Esporte da escola 
Regras 
 
 
 
Quem participa/Formas de 
seleção 
 
 
 
Formas de jogar 
 
 
 
Tempo da partida 
 
 
Objetivo 
 
 
 
 
3. Relacione corretamente as colunas em relação ao conjunto de regras e técnicas dos 
saltos em distância e em altura. 
( 1 ) salto em altura 
( 2 ) salto em distância 
( ) O objetivo é vencer uma determinada altura passando por cima de uma barra. 
( ) É composto de quatro fases: corrida, impulso, voo e aterrissagem. 
( ) O objetivo é atingir a maior distância possível. 
( ) Existem três técnicas que podem ser utilizadas nesse salto: tesoura, rolo ventral e 
fosbury flop. 
( ) Segundo uma de suas regras, não é permitido que o atleta salte com os dois pés juntos.