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Unidade III PSICOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIAFISIOTERAPIA Profa. Ma. Rita Maciel Psicologia Aplicada à Fisioterapia Unidade III A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento. Paciente terminal e a morte. O fisioterapeuta e suas relações O fisioterapeuta e suas relações interdisciplinares. O fisioterapeuta na participação de projetos de prevenção de doenças e estímulo a melhor qualidade de vida. A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento Depressão: é um quadro psíquico sério e que, se não for adequadamente tratado, pode levar a pessoa a desenvolver comportamentos que trarão transtornos enormes tanto para si mesmo como para a famíliapara a família. A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento CID-10 – Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento (OMS): Depressão: transtornos de humor (afetivos). Código F32 – Episódio depressivo:Código F32 Episódio depressivo: leve, moderado ou grave. A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento Principais sintomas (CID-10): rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade; alteração da capacidade de experimentar o prazer; perda de interesse; diminuição da capacidade de concentração, associada, em geral, à fadiga acentuada, mesmo após um esforço mínimo; diminuição da autoestima e da autoconfiança e, frequentemente, ideias de culpabilidade e/ou indignidade, mesmo nas formas leves. A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento Episódio depressivo leve: Geralmente, estão presentes ao menos dois ou três dos sintomas descritos na CID-10. O paciente usualmente sofre com aO paciente usualmente sofre com a presença desses sintomas, mas provavelmente será capaz de desempenhar a maior parte das atividades. A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento Episódio depressivo moderado: Geralmente, estão presentes quatro ou mais dos sintomas descritos na CID-10. A pessoa, aparentemente, tem muita dificuldade para continuar adificuldade para continuar a desempenhar as atividades de rotina. A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos: Episódio depressivo no qual vários dos sintomas são acentuados e angustiantes, tipicamente a perda da autoestima e ideias de desvalia ou culpa. As ideias e os atos suicidas são comuns e observa-se, em geral, uma série de sintomas “somáticos”. A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos: Episódio depressivo correspondente à descrição de um episódio depressivo grave (F32.2), mas acompanhado de: alucinações; ideias delirantes; lentidão psicomotora ou de estupor de tal gravidade que todas as atividades sociais normais tornam se impossíveis;sociais normais tornam-se impossíveis; risco de morrer por suicídio, de desidratação ou de desnutrição. A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento Morris e Maisto (2004, p. 408) citam os sintomas para o diagnóstico da depressão de acordo com DSM-IV, que orienta que ao menos cinco dos sintomas abaixo, incluindo pelo menos um dos dois primeiros devem estarum dos dois primeiros, devem estar presentes: Temperamento deprimido: a pessoa se sente triste ou vazia na maior parte do dia, quase todos os dias. Perda de interesse no prazer: perda do interesse em desempenhar as atividades normais, como trabalhar ou ir a eventos sociais. A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento Perda ou ganho significativo de peso: a pessoa ganhou peso ou perdeu mais de cinco por cento do peso corporal em um mês. Transtornos de sono: a pessoa está com dificuldades para dormir ou, ao contrário, está dormindo demais. Transtornos nas atividades motoras: os outros observam uma mudança no nível de atividade da pessoa. Ela “fica parada” ou demonstra agitação e inquietação incomuns. A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento Fadiga: a pessoa se queixa de estar constantemente cansada e sem energia. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva: a pessoa expressa sentimentos como “você ficaria melhor sem mim” ou “sou o mal e arruíno tudo para todos que amo”. Incapacidade para se concentrar: a pessoa reclama de falta de memória (“simplesmente não consigo me lembrar de mais nada”) ou da incapacidade de concentrar a atenção em tarefas simples, como a leitura de um jornal. A depressão e sua repercussão no adoecimento e no tratamento Pensamentos recorrentes de morte: a pessoa fala em cometer suicídio ou expressa o desejo de estar morta. A depressão provoca instabilidade emocional na pessoa e dificuldade para aqueles que convivem com ela. Somente um profissional especializado, no caso, o psiquiatra, poderá fazer o diagnóstico e o acompanhamento medicamentoso. Tratamento psicológico. Interatividade Dentre os principais sintomas da depressão, podemos citar: a) Estado crescente de concentração e produtividade. b) Diminuição da capacidade deb) Diminuição da capacidade de concentração, associada, em geral, à fadiga acentuada, mesmo após um esforço mínimo. c) Elevação acentuada da autoestima. d) Rebaixamento do humor e aumentod) Rebaixamento do humor e aumento da energia. e) Alteração da capacidade de experimentar o prazer com aumento de interesses. Resposta Alternativa correta: “b”. Diminuição da capacidade de concentração, associada, em geral, à fadiga acentuada, mesmo após um esforço mínimo. Fatores motivacionais: a importância da motivação no tratamento O que é motivar? 1 Ato de motivar. 2 Exposição de motivos. 3 Psicol Espécie de energia psicológica ou tensão que põe em movimento o organismo humano, determinando um dado comportamento. 4 Sociol Processo de iniciação de uma ação consciente e voluntária. (Dicionário Michaelis, 2012) Somos sempre motivados para alguma coisa, seja para o trabalho ou para os estudos; algo sempre nos impulsiona para alguma ação. Fatores motivacionais: a importância da motivação no tratamento De acordo com Lindzey, Hall e Thompson (1977, p. 328): Teoria da redução dos impulsos: “Um motivo é qualquer coisa que inicia o comportamento. Há duas classes decomportamento. Há duas classes de motivos: impulsos (ou necessidades) e incentivos. Os impulsos (drives) são incitações à ação. Impulsos originados em processos orgânicos internos, identificáveis, são chamados impulsos não aprendidos ou primários. A fome é um exemplo. Outros impulsos são adquiridos através da aprendizagem; a competição é um tipo de impulso aprendido”. Fatores motivacionais: a importância da motivação no tratamento Conforme explicam Morris e Maisto (2004), sobre a teoria da redução dos impulsos: As necessidades corporais, como a fome, por exemplo, criam um estado de tensão ou estimulação chamado impulso. O comportamento será a busca da comida a fim de que o organismo retorne ao equilíbrio anterior. Fatores motivacionais: a importância da motivação no tratamento A teoria da redução dos impulsos classifica os impulsos em duas categorias: Impulsos inatos: não aprendidos, chamados também de primários. Presentes em todos os seres, garantem aPresentes em todos os seres, garantem a sobrevivência das espécies, inclusive a humana. Exemplos: sexo, fome e sede. Fatores motivacionais: a importância da motivação no tratamento Impulsos secundários: Adquiridos através da aprendizagem, podem mudar de uma pessoa para outra, pois cada indivíduo pode sentir-se motivado a buscar sua satisfação de diferentes maneiras e de acordo com os estímulos que recebeu. Fatores motivacionais: a importância da motivação no tratamento Teoria da ativação: “A ativação se refere a um estado de alerta. O nível de ativação que ocorre emum determinado momento se apresenta ao longo de um continuum. Numa ponta, está o estado de alerta extremo; na outra, está o sono. Às vezes, o comportamento parece ser motivado pelo desejo de reduzir o estado de ativação; em outros momentos, parece ser motivado pelo desejo de intensificarser motivado pelo desejo de intensificar esse mesmo estado. Por exemplo: quando você está cansado tira um cochilo. Quando está entediado, vê TV”. (MORRIS; MAISTO, 2004, p. 263) Fatores motivacionais: a importância da motivação no tratamento Abraham Maslow (1908-1970) hierarquizou os motivos que levam a pessoa a apresentar determinados comportamentos e, nesse caso, as necessidades corporais estão na base da sua pirâmidesua pirâmide. autoatualização Fatores motivacionais: a importância da motivação no tratamento O trabalho apresentado por Maslow nos leva a questionar a possibilidade de muitas pessoas não conseguirem, por diferentes razões, ter satisfeitas as suas necessidades básicas. Morris e Maisto (2004, p.265-266) explicam: “De fato, a dificuldade em satisfazer necessidades básicas pode, na verdade, promover a satisfação de necessidades superiores: um casal com dificuldades financeiras, para construir uma família, pode acabar se aproximando muito mais como resultado dessa vivência”. Fatores motivacionais: a importância da motivação no tratamento É importante conhecer as teorias da motivação porque os profissionais, principalmente da área da saúde, devem entender os mecanismos que levam a pessoa a apresentar determinados comportamentos principalmente quandocomportamentos, principalmente quando necessitam aderir a determinados tratamentos. Fatores motivacionais: a importância da motivação no tratamento É fundamental que o profissional conheça a motivação do seu cliente para o tratamento e sua recuperação. Use de seus conhecimentos técnicos, explicando a ele todas as etapas e condutas do seu trabalho numa linguagem que ele possa entender e sentir-se seguro e motivado. Interatividade Sobre a teoria da redução dos impulsos, podemos afirmar que: a) As necessidades profissionais fazem com que o sujeito sinta-se motivado. b) O comportamento da pessoa será ab) O comportamento da pessoa será a busca de proteção e defesa pessoal. c) Apresenta duas categorias: os impulsos inatos e secundários. d) Apresenta a hierarquização dos motivos que levam a pessoa à aprendizagemque levam a pessoa à aprendizagem. e) O nível de ativação que ocorre em um determinado momento se apresenta ao longo de um continuum. Resposta Alternativa correta: “c”. A teoria da redução dos impulsos apresenta os impulsos inatos – não aprendidos – e os impulsos secundários – adquiridos através da aprendizagem. Pouca ou nenhuma melhora dos “pacientes”; aspectos psicológicos do fisioterapeuta Sobre esse tema, Martins (2004, p. 21) afirma: “Assim como a preocupação com a qualidade técnica faz com que, em cada área, se desenvolvam temas específicos, que constituem parte do que chamamos de conhecimentos e habilidades relativos a áreas técnica, a abordagem da qualidade interacional também torna necessário o estudo de vários temas teóricos e a reflexão sobre o desenvolvimento de atitudes”atitudes”. Pouca ou nenhuma melhora dos “pacientes”; aspectos psicológicos do fisioterapeuta A autora afirma ainda que tão importante quanto o profissional conhecer os motivos do comportamento do cliente é ter conhecimento também sobre os efeitos que esses comportamentos provocam no profissional como aprovocam no profissional, como a angústia, a impotência e a raiva. As relações interpessoais carregam em si muito mais do que se pode esperar; afinal, nem sempre elas ocorrem no plano da objetividade e a subjetividadeplano da objetividade, e a subjetividade das relações traz emoções e sentimentos que são inerentes a ela. Pouca ou nenhuma melhora dos “pacientes”; aspectos psicológicos do fisioterapeuta De acordo com Martins (2004, p. 35), para que as relações possam acontecer num plano de compreensão e entendimento, a autora propõe a formação da “aliança terapêutica”, visto que ela é o elemento fundamental e a mola propulsora para ofundamental e a mola propulsora para o vínculo profissional-cliente. Outro ponto importante a ser observado é a relação de transferência e contratransferência que se dá entre cliente profissional e profissional clientecliente-profissional e profissional-cliente. Pouca ou nenhuma melhora dos “pacientes”; aspectos psicológicos do fisioterapeuta Perdicaris e Silva (2008) relatam que a relação profissional-cliente pode se apresentar seguindo três modelos básicos: Modelo ativo/passivo: surge quando os profissionais decidem o tratamento de forma praticamente unilateral. Modelo de cooperação: segundo esse modelo, o diagnóstico é estabelecido e as opções terapêuticas são apresentadas (inclusive com a participação de familiares) para que se busque a melhor solução. Pouca ou nenhuma melhora dos “pacientes”; aspectos psicológicos do fisioterapeuta Modelo de participação e consentimento mútuos: nessa modalidade, os profissionais têm o papel de ajudar o cliente a se ajudar. São parceiros, cada qual com atribuições e responsabilidades, no resgate do melhor de si na busca deno resgate do melhor de si, na busca de um equilíbrio psicossociobiológico. Aplicável nas chamadas doenças crônicas não transmissíveis, entre as quais se encontra o câncer. Nos países desenvolvidos cada vez mais osdesenvolvidos, cada vez mais os indivíduos exigem informações adequadas, inclusive para que se possa autoajudar e controlar a saúde, de maneira mais integrada e integradora. Pouca ou nenhuma melhora dos “pacientes”; aspectos psicológicos do fisioterapeuta Não há fórmulas para que a boa relação e a comunicação atinjam o seu ideal; a necessidade está justamente na compreensão da dinâmica que ocorre nas relações interpessoais. O reconhecimento de que a dor, tanto física quanto psíquica do cliente, pode atingir, de alguma maneira, o profissional é um meio de tornar mais amena a convivência com o sofrimento do outro. Todo preparo é necessário para o profissional, principalmente se ele optar por trabalhar com doenças graves e pacientes fora de possibilidade de cura. Paciente terminal e a morte Estudar e discutir a morte desperta incômodo na maioria das pessoas, principalmente quando se trata do adoecimento e da morte de crianças ou jovens. Existe, em grande parte das pessoas, a “fantasia” de que a morte é algo distante e que acontece somente na velhice. Paciente terminal e a morte De acordo com Kovács (2008), a questão da temporalidade é relativa, pois a afirmativa de que um idoso com doença grave está próximo da morte é constantemente contrariada; afinal, pessoas jovens e saudáveis morrempessoas jovens e saudáveis morrem antes daqueles que já estão próximos dela. Como o profissional enfrenta tal situação? Como lidar com a morte do outro? Paciente terminal e a morte A morte é algo inerente à condição humana e atinge a todos indiscriminadamente. Estar próximo de alguém que está partindo faz com que o profissional se aproxime da certeza da própria finitude. Uma das maneiras possíveis para minimizar a angústia do profissional é ele estar preparado para o trabalho especializando-se para isso, estar inserido em uma equipe que tenha como meta oferecer as melhores condições possíveis para o paciente e que saiba trocar entre si os momentos mais difíceis. Paciente terminal e a morte Conceito de paciente terminal descrito por Kovács (2004): “O conceito de paciente terminal é historicamente relacionado com o século XX, por causa da alteração na trajetória de doenças que, no passado, eram fulminantes; observa-se sua cronificação, graças ao desenvolvimento da medicina, da cirurgia e da farmacologia. Muitasainda não têm cura, como alguns tipos de câncer, Aids e moléstias degenerativas o que fazAids e moléstias degenerativas, o que faz com que alguns pacientes vivam anos com necessidade de cuidados constantes”. Paciente terminal e a morte “O rótulo ‘paciente terminal’ é usado de forma estereotipada para pacientes que apresentam doenças com prognóstico reservado, mesmo que estejam em fase de diagnóstico e de tratamento.” Á(KOVÁCS, 2004, p. 107) Em relação à família, é importante que ela seja observada e orientada, pois, conforme Carvalho (1996, p. 44), “o medo do sofrimento pela perda faz, muitas f ili itvezes, com que os familiares evitem entrar em contato explícito com o assunto morrer”. Paciente terminal e a morte Pessini (2007), citando a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) (2002), escreve: Cuidados paliativos – “uma abordagem que aprimora a qualidade de vida dos pacientes e família que enfrentam problemas associados com doenças ameaçadoras de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, por meios de identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas de ordem físicador e outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual”. Paciente terminal e a morte A família também é incluída nos cuidados paliativos, pois é sabido que a doença afeta diretamente a família, e ela precisa ser vista e cuidada pelos profissionais. Definição de cuidados paliativos pelo Ministério da Saúde (2012): “Conjunto de ações interdisciplinares, promovido por uma equipe de profissionais da saúde e voltado para o alívio do sofrimento físico, emocional, espiritual e psicossocial de doentes com prognóstico reservado, acometidos por condições ou doenças em estágio irreversível [...]”. Interatividade Sobre a relação profissional-cliente, aponte a alternativa incorreta: a) No modelo de participação e consentimento mútuos, o profissional ajudar o cliente a se ajudar. b) No modelo ativo/passivo, os profissionais decidem o tratamento de forma unilateral. c) No modelo de cooperação, o diagnóstico é estabelecido pelo médico, apenas.é estabelecido pelo médico, apenas. d) As relações interpessoais carregam em si muito mais do que se pode esperar. e) Não há fórmulas para que a boa relação e a comunicação atinjam o seu ideal. Resposta Alternativa correta: “c.” É incorreto: no modelo de cooperação, o diagnóstico é estabelecido pelo médico, apenas. Paciente terminal e a morte A OMS aponta os princípios fundamentais, conforme cita Pessini (2007, p. 167-168), e que apontamos: Os CP valorizam o atingir e manter um nível ótimo de dor e administração dos sintomas. Os CP afirmam a vida e encaram o morrer como um processo normal. Os CP não apressam e nem adiam a morte.morte. Os CP integram aspectos psicológicos e espirituais dos cuidados do paciente. Paciente terminal e a morte Os CP oferecem um sistema de apoio para ajudar os pacientes a viver tão ativamente quanto possível, até o momento da sua morte. Os CP ajudam a família a lidar com a doença do paciente e no luto. Os CP exigem uma abordagem de equipe. Os CP visam aprimorar a qualidade de vida.de vida. Os CP são aplicáveis no estágio inicial da doença, concomitantemente com as modificações da doença e terapias que prolongam a vida. O luto: fases de enfrentamento Tão difícil quanto falar sobre a morte é também falar sobre o luto, e como entendemos que o trabalho do profissional nem sempre se encerra com a morte do paciente, é necessário estar preparado para apoiar a famíliapreparado para apoiar a família. O luto: fases de enfrentamento Kovács (2007, p. 217) define luto como: “O luto é o processo de elaboração diante de uma perda de uma pessoa com quem vínculos e foram estabelecidos. É a vivência da morte consciente, é como se uma parte nossa morresse. Faz parte de nossa existência e nos configura como humanos, e dela nos recordamos, todos temos histórias de perdas para contar, e às vezes é mais sofrida que a própria morte. É um vínculo que se rompe de formaÉ um vínculo que se rompe de forma irreversível, quando se trata de morte concreta”. O luto: fases de enfrentamento Kovács (2007, p. 227) relata os sentimentos da pessoa que vive a iminência da morte, o luto pelas coisas perdidas e a própria vida a partir das seguintes dimensões: Profissional que tinha um trabalho ou atividade que não pode mais ser realizada. Identidade: de pessoa saudável, autônoma, em posse da sua vida. Familiar: não pode realizar as atividadesFamiliar: não pode realizar as atividades de cuidador ou de provedor. O luto: fases de enfrentamento Saúde: do ser saudável. Corporais: as eventuais mutilações resultantes da doença ou do tratamento, perdas de partes do corpo. Mudanças corporais, por exemplo: aumento ou diminuição de peso, inchaço, mudança de cor, perda de cabelo. Planos e projetos: poderão ser interrompidos pela doença ou pela morte. O luto: fases de enfrentamento Bowlby (1985, apud Kovács, 2007, p. 221) apresenta as principais fases para o enfrentamento do luto: Fase de choque: momento de conhecimento da perda, no qual podem ocorrer reações, da anestesia até um total descontrole. Fase de busca: ocorre o anseio pela pessoa perdida e também se processa o contato com a realidade, de que houve de fato uma perda, e que não há volta. Pode haver a ilusão de que a pessoa não tenha morrido, de que tudo não passa de um pesadelo. O luto: fases de enfrentamento Fase de desorganização e desespero: presente quando a perda já é vista como realidade. Podem estar presentes atuações contraditórias: manter tudo que recorde a pessoa, e se desfazer rapidamente de tudo que possa lembrárapidamente de tudo que possa lembrá- lo. É nessa fase também que uma depressão reativa pode se manifestar num processo mais duradouro ou como uma dimensão patológica que se torna mais evidente.mais evidente. Fase de reorganização: a vida pode ser reorganizada em novos patamares sem a existência daquele que morreu. O luto patológico Bowlby (1985 apud Kovács, 2007, p. 222) destaca alguns fatores que devem ser observados e que são complicadores do processo de elaboração do luto: O relacionamento com a pessoa perdida: relacionamentos carregados com ressentimentos e mágoas são mais difíceis de serem elaborados. Perdas de crianças e jovens podem ser muito difíceis de serem aceitas e elaboradas. Idade e sexo do enlutado: é importante considerar se é uma criança ou um adulto e também as especificidades de gênero. O luto patológico Causas e circunstâncias da perda: as perdas rápidas e inesperadas podem causar muitas dificuldades no início, pois não há nenhum preparo anterior. Por outro lado, mortes lentas podem envolver a convivência com muitoenvolver a convivência com muito sofrimento e dor, o que também pode ser penoso. Personalidade do enlutado: importante considerar como o enlutado viveu as suas experiências anteriores as formassuas experiências anteriores, as formas de enfrentamento escolhidas, características de personalidade e se existem distúrbios psiquiátricos. O luto: fases de enfrentamento Rede social e de apoio do enlutado: pessoas sozinhas ou com famílias desorganizadas ou pouco continentes estão sob maior risco de um luto complicado. Parkes (1998, p. 133-136) apresenta os seguintes tipos: Luto crônico: processo que se prolonga de forma indefinida, possivelmente mais presente em relações com forte conteúdo de dependência. A princípio, é difícil caracterizá-lo como tal, já que o processo de luto tem tempos variados para cada pessoa. O luto patológico Luto adiado: a pessoa não entra em contato com a perda, não consegue expressar os seus sentimentos e não procede à elaboração. Luto inibido: a expressão do luto está inibida e seus sinais parecem ausentes. Definir exatamente se o lutoestá seguindo para uma patologia ou se aquele é o tempo necessário para que a pessoa possa estar elaborando a perda é algo extremamente difícil, tendo em vista que a linha que separa o normal do patológico pode ser muito tênue. O fisioterapeuta e suas relações interdisciplinares O modelo biomédico de atendimento ainda é encontrado em muitos meios e remonta a um tempo da história advindo da influência da filosofia que discutia o dualismo mente-corpo. O fisioterapeuta e suas relações interdisciplinares A grande transformação proposta está na mudança do modelo biomédico para o modelo biopsicossocial, que hoje se faz presente na maior parte das relações e no cuidado com a pessoa doente. O fisioterapeuta e suas relações interdisciplinares Na perspectiva multidisciplinar, podemos entender que as informações de cada profissional a respeito do cliente se complementam, mas não há uma decisão conjunta, já que essa é, em geral tomada pelo médicogeral, tomada pelo médico. O trabalho desenvolvido pela equipe interdisciplinar é definido por Bruscato et al (2006, p35) como: equipe que busca uma superação de fronteiras disciplinares, com a construção de uma linguagem interdisciplinar consensualmente (cont.) O fisioterapeuta e suas relações interdisciplinares (cont.) construída entre os integrantes. Cada membro amplia seus referenciais específicos e desenvolve uma ação colaborativa com os demais. Podemos entender que, nas relações interdisciplinares, a avaliação e o planejamento caminham de maneira colaborativa, interdependente, complementar e coordenada. Todos os profissionais agem ampliando seu referencial e atuam colaborando uns com os outros; a identidade profissional é mantida, assim como o domínio específico da técnica. O fisioterapeuta: participação em projetos de prevenção de doenças e melhora na qualidade de vida De acordo com Lück (2003, p. 27), o projeto é: “[...] conjunto organizado e encadeado de ações de abrangência e escopo definidos, que focaliza aspectos específicos a serem abordados num período de tempo, por pessoas associadas e articuladoras das condições promotoras de resultados, com um determinado custo”. O fisioterapeuta: participação em projetos de prevenção de doenças e melhora na qualidade de vida Ao pensar em planejar ações para a saúde, é preciso entender que as intervenções devem ir de encontro com os problemas já existentes, sua recuperação e prevenção. Níveis a serem trabalhados: Prevenção primária: desenvolvimento de ações e programas destinados a evitar a ocorrência da doença. Prevenção secundária: aqui, a doençaPrevenção secundária: aqui, a doença pode estar em desenvolvimento, e as medidas devem estar voltadas para impedir o seu desenvolvimento através do atendimento e, se necessário, realizar um tratamento imediato. O fisioterapeuta: participação em projetos de prevenção de doenças e melhora na qualidade de vida Prevenção terciária: desenvolvimento de ações voltadas para a reabilitação da pessoa após a cura da doença ou o seu controle, reajustando o indivíduo a uma nova condição de vida. A fisioterapia é um exemplo com relação à colocação deum exemplo com relação à colocação de próteses, auxiliando o sujeito em sua readaptação a partir de seu ajuste ao ambiente. Interatividade De acordo com Bowlby (1985), citado por Kovács (2007), as principais fases para o enfrentamento do luto são: a) Choque, busca, desorganização, reorganização. b) Desespero, revolta, desorganização, aceitação. c) Negação, reorganização, desorganização. d) Euforia depressão ansiedade buscad) Euforia, depressão, ansiedade, busca. e) Choque, negação, revolta, ira, depressão, desespero. Resposta Alternativa correta: “a”. As principais fases para o enfrentamento do luto são: choque; busca; desorganização; reorganização, de acordo com Bowlby (1985). ATÉ A PRÓXIMA!
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