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♡ Maria Júlia Reus – 192 Literatura: FEBRASGO e Sanar 1 PROCESSO DO PARTO • TP → aumento da atividade endometrial (alta intensidade e frequência) e esvaecimento progressivo e dilatação do colo uterino. • Importante: poder propulsor (contrações), mobilidade do feto e passagem. • Diminuição da resistência de tecidos moles da pélvis. Atividade contrátil uterina: • Fase 0: atividade miometrial inibida decorrente da ação de substancias inibidoras (como relaxina, progesteroba, óxido nítrico, etc). • Fase 1: atividade miometrial → útero começa a reagir a ações de substancias com poder uterotópico (estrogênios) próximo ao termo. Aumento da sincronia elétrica miometrial. • Fase 2: estimulação → útero devidamente preparado pode ser estimulado por agonistas uterotônicos (PGs E2 e F2-alfa, endotelinas- 1 e ocitocina). o Primeiro: contrações com frequencia, intensidade e duração maiores. o Segundo: dilatação atinge seu máximo o Terceiro: após o parto do feto, termina com a expulsão completa das placentas e membranas e tamponamento uterino. • Fase 3: involução uterina mediada pela ocitocina → evita hemorragias pós-parto. AVALIAÇÃO DA BACIA • A pelve está dividida em grande (pelve falsa) e pequena bacia ou escavação. • Pelve verdadeira é a parte da bacia mais importante do ponto de vista da parturição. Constituída por 4 ossos: 2 ilíacos, sacro e cóccix. Esses ossos articulam entre si e formam a sínfise púbica, articulações sacroilíacas e sacrococcígea. • Púbis é o osso anterior do quadril. Possui ramos superior e inferior que sustentam o corpo do púbis, que se articula com o púbis contralateral (sínfise púbica). • Bacia menor → estreito superior (+ importante diâmetro anteroposterior – do promontório até borda superior da sínfise e diâmetro promonto púbico mínimo – conjugata vera – do promontório até face posterior da sínfise), médio (diâmetros: sacro médio-púbico – anteroposterior – vai do meio da face anterior da terceira vértebra sacral até o meio da face posterior da sínfise e o bisquiático – transverso – da espinha isquiática até outra → ponto de maior estreitamento) e inferior (diâmetros: cóccix-subpúbico – da ponta do cóccix à borda inferior da sínfise púbica – conjugata exitus). • Exame da bacia: o Pelvimetria externa: instrumentos. o Pelvimetria interna: toque vaginal → mensuração da conjugata oblíqua/diagonalis, objetivo é obter a conjugata vera. o Pelvigrafia externa: avalia o ângulo subpúbico (arcada púbica). o Pelvigrafia interna: avalia configuração endopélvica. Comportamento das contrações uterinas durante o ciclo gravídico/puerperal • Gestação: até 28 semanas atv uterina é muito baixa. Após 30 semanas se tornam mais frequentes e perceptíveis, até 4 semanas pré-parto se tornam mais intensas e se difundem → para encurtar o corpo uterino e tracionar longitudinalmente o segmento e o colo uterino que gradativamente se dilata. A cada contração o corpo uterino, o segmento inferior é estirado no sentido longitudinal. • Contrações só são percebidas na palpação abdominal se passam de 10mmHg. São indolores até 15mmHg. • Parto: atingem 30mmHg até 40mmHg com frequencia de de 4 a 5 contrações em 10 minutos no período final. o os ligamentos redondos se contraem como o útero, tracionando o fundo para diante, colocando o eixo longitudinal da matriz na direção do eixo a escavação pélvica. o Útero vai encurtando e espessando na região do fundo e o colo uterino dilatando. o Istmo tracionado para cima. • Secundamento: após expulsão do feto, as contrações se mantem para promover o desprendimento da placenta (dequitação). ♡ Maria Júlia Reus – 192 Literatura: FEBRASGO e Sanar 2 • Puerpério: após 12h do parto, as contrações diminuem até a frequência de 1 a cada 10 minutos → inibe a hemorragia pós-parto. ESTÁTICA FETAL • Cabeça → suturas, fontanelas, diâmetros, circunferências e formações especiais: o 7 ossos: 2 frontais, 2 temporais, 2 parietais, 1 occipital, 1 esfenoide e 1 etmoide. No feto esses osos são separados pelas suturas que limitam as fontanelas. • Suturas → sagital (bregma ao lambda), metópica/mediofrontal/interfrontal (entre 2 ossos frontais), frontoparietal/coronária (encontro dos ossos frontais com os parietais) e occipitoparietal ou lambdoide (osso occipital e parietais). • Fontanelas → 4 anteroposteriores – bregma, lambda, obélio e mediofrontal – 4 laterais – 2 ptérios e 2 astérios. • Formações especiais → osso espactal, ossículo de kerkringio, cruz de santo André e charneira occipital de budin. • Cintura escapular: refere-se aos ombros fetais; cintura pélvica: refere-se ao quadril fetal; Atitude fetal: • Feto se aloja com encurvamento da coluna vertebral, cabeça levemente fletida, mento se aproxima do esterno. Membros se apresentam flexionados e anteriorizados. Assume postura ovóide. Situação • Relação entre maior eixo uterino e maior eixo fetal: o Longitudinal: maior eixo uterino e fetal se coincidem. Maioria das vezes. o Transversa: feto se dispõe perpendicularmente ao maior eixo uterino. o Oblíqua: fase de transição da situação fetal. Apresentação • Região fetal que ocupa o estreito superior da bacia da mãe. • Pode mudar durante a gestação o Transversa: córmica o Longitudinal: cefálica ou pélvica. • Maior apresentação cefálica: o Fletida/vértice/occipício: mento fetal se encontra aconchegado ao esterno. (A) o Defletida de 1º grau/bregmática: no centro da área do estreito superior surge o bregma. (B) o Defletida de 2º grau/fronte: glabela é o ponto de referencia que surge no centro do estreito superior. (C) o Defletida de 3º grau/face: surge o mento como ponto de referencia. (D) • Apresentação pélvica: o Modo de nádegas/agripina: membros inferiores estendidos e rebatidos sobre a parede ventral do feto. o Modo de joelhos completa: coxas se encontram estendidas e as pernas fletidas sobre a coxa. o Modo de joelhos incompleta: apenas um joelho é acessado pelo toque vaginal. o Modo de pés incompleta: apenas um pé se encontra em extensão. ♡ Maria Júlia Reus – 192 Literatura: FEBRASGO e Sanar 3 Posição: • Esquerda (mais frequente) ou direita Pontos de reparo e referencias fetais: • Ponto de reparo se identifica na apresentação e ponto de referencia se atribui para sua nomenclatura. NOMENCLATURA OBSTÉTRICA • Primeira letra: apresentação fetal (O, B, N, M, S, A). • Segunda: posição (D e E). • Terceira letra: variedade da posição → A (anterior), T (transversa), P (posterior), S (sacro). MECANISMO DO PARTO • OBS: Droga de indução ao parto: misoprostol • A insinuação: indica a passagem do maior diâmetro do polo cefálico pelo estreito superior da bacia materna (plano 0 de DeLee). o Nas primigestas, a insinuação do feto geralmente se dá cerca de 15 dias antes do parto; já nas multíparas, isso pode ocorrer a qualquer momento. o redução dos diâmetros fetais, o que no caso da apresentação cefálica, consiste na flexão (mais frequente) ou deflexão da cabeça. Há, ainda, movimentos de flexão lateral (assinclitismo). • A descida: é a passagem do polo fetal do estreito superior até o inferior, o que ocorre com movimentos rotacionais. o Rotação interna da cabeça, que tem o objetivo fazer com que o polo cefálico se alinhe com o púbis. O grau da varia de acordo com a variedade de posição da cabeça fetal. Ou seja, nas variedades anteriores, há rotação de 45°; nas transversais, de 90°; e nas posteriores, de 135°. • Insinuação das espáduas no estreito superior da bacia, que ocorre simultaneamente à progressão no canal de parto. • Por fim, o último tempo do mecanismo de parto, o desprendimento, consiste na saída do polo cefálico do canal de parto. o Rotação externa da cabeça, também chamada de restituição, que consiste em novo movimento logo após o desprendimento total da cabeça fetal, voltando para sua posição original na bacia. o O ombro anterior fica sobrea arcada púbica e o posterior fica em contato com o cóccix materno. • Por fim, há o desprendimento das espáduas, no qual, primeiramente, a espádua anterior aparece no orifício vulvar, seguida pela liberação da espádua posterior. • Com a saída das espáduas, há liberação de todo o tronco fetal. TP ♡ Maria Júlia Reus – 192 Literatura: FEBRASGO e Sanar 4 • O período premonitório é caracterizado pela descida do fundo uterino (cerca de 2 a 4 cm), possibilitando maior amplitude de ventilação pulmonar. • A insinuação do feto no estreito superior da bacia causa dores lombares com o estiramento das articulações da cintura pélvica. Há maior saída de muco via vaginal, que pode estar associada a pequena quantidade de sangue, além das percepções maternas das metrossístoles intermitentes. • As metrossístoles podem ser dolorosas e vão aos poucos diminuindo o tempo de intervalo, assim como aumentando sua intensidade; são chamadas de dores preparantes. Neste período, há o amolescimento e apagamento do colo, que podem ser verificados pelo toque vaginal. • Essa fase pode ser chamada de fase latente (não existe tempo máximo para essa fase) do parto, em que as contrações uterinas não determinam, ainda, a dilatação progressiva do colo. • Fase ativa: contrações dolorosas, aumento gradual de frequencia e intensidade, levando à dilatação do colo rápida. • Fase de expulsão: dilatação cervical que se estende até o nascimento. Evolução de descida do polo cefálico é representada por uma curva hiperbólica e divide-se em fase pélvica e fase perineal. o Pélvica: dilatação total do segmento do colo uterino com apresentação feta acima do plano de +3 DeLee o Perineal: inferior ao plano +3 de DeLee • Fase de dequitação: secundamento, período de nascimento do feto até expulsão da placenta e membranas. o BS: placenta encontra-se inserida posteriormente no fundo do útero → primeiro exteriorização pela face fetal da placenta para então ter eliminação do coágulo (85%). o BD: mecanismo periférico, menos comum, placenta encontra-se inserida na parede lateral do útero → descolamento pela face materna. • Primeira hora pós parto: Greenberg → retração uterina e formação de coágulos fisiológicos. Tamponamento. PARTOGRAMA • representação gráfica do trabalho de parto, permitindo acompanhar a evolução, documentar e diagnosticar alterações. • O eixo das abscissas (eixo X) representa o tempo em horas e as ordenadas (eixo Y), a dilatação cervical em centímetros. • A dilatação é progressiva, representada por uma linha ascendente, inicialmente com menor velocidade. • No partograma colocam-se duas linhas paralelas, a linha de alerta e a de ação. o Quando a dilatação atinge a linha de alerta, há maior necessidade de observação clínica, sendo que, a intervenção médica deve ser feita quando a dilatação atingir a linha de ação. • De forma geral, o registro no partograma começa a ser feito quando a parturiente estiver na fase ativa. • Os toques vaginais são feitos a cada 2-4 horas e deve-se anotar a dilatação, altura da apresentação variedade de posição e as condições da bolsa-das-águas e do líquido amniótico. • A linha de ação deve ser marcada na hora imediatamente após a dilatação cervical inicial, enquanto a linha de alerta estará paralela, 4 horas após a primeira. • Preenchimento do padrão das contrações uterinas (frequência em 10 minutos e duração de cada uma), dos BCFs, da infusão de líquidos e/ou drogas, além do uso ou não da analgesia; e da realização de amniotomia. ♡ Maria Júlia Reus – 192 Literatura: FEBRASGO e Sanar 5
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