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Tronco encefálico - Resumo

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Maria Eduarda de Souza – NEUROLOGIA 
 
↪ Anatomia Macroscópica e Microscópica da 
Ponte e do Mesencéfalo 
MACROSCOPIA-PONTE 
• A ponte é a parte do tronco encefálico interposta 
entre o bulbo e o mesencéfalo. 
• Está situada ventralmente ao cerebelo e repousa 
sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da 
sela túrcica do osso efenóide. 
• Sua base apresenta estriação transversal em 
virtude da presença de numerosos feixes de fibras 
transversais que a percorrem. 
• Essas fibras convergem de cada lado para formar o 
pedúnculo cerebelar médio, que penetra no 
hemisfério cerebelar correspondente. 
• No limite entre a ponte e o pedúnculo cerebelar 
médio, emerge o nervo trigêmeo (V par). 
• Percorrendo longitudinalmente a superfície 
ventral existe um sulco, o sulco basilar que aloja a 
artéria basilar. 
• A parte ventral da ponte é separada do bulbo pelo 
sulco bulbo-pontino, de onde emergem o VI, VII e 
o VIII pares de nervos cranianos: nervo abducente, 
vestibulo-coclear, facial e o intermédio. 
• A parte dorsal da ponte não apresenta linha de 
demarcação com a parte dorsal aberta do bulbo, 
constituindo, em ambas, o assoalho do IV 
ventrículo. 
• O VI par, o nervo abducente, emerge entre a ponte 
e a pirâmide do bulbo. O VIII par craniano, o nervo 
vestíbulo-coclear, emerge lateralmente próximo a 
um pequeno lobo denominado flóculo. O VII par 
craniano, o nervo facial, emerge lateralmente com 
o VIII par craniano, o nervo vestíbulo-coclear, com 
o qual mantém relações íntimas. Entre os dois, 
emerge o nervo intermédio, que é a raiz sensitiva 
do VII par craniano. 
 
 
NÚCLEOS DA PONTE 
• Núcleo Motor do Nervo Trigêmeo (V par 
craniano) – está situado na margem lateral do 
quarto ventrículo. 
• Núcleos Sensitivos do Nervo Trigêmeo (V par 
craniano) – continuação cefálica da coluna 
sensitiva da medula espinhal. As fibras que 
penetram na ponte vindas do gânglio do trigêmeo 
dividem-se em ramos ascendentes e descendentes. 
• Núcleo do Nervo Abducente (VI par craniano) – 
forma parte da substância cinzenta dorsal da 
eminência medial do assoalho do quarto ventrículo, 
profundamente ao colículo facial. 
• Núcleo do Nervo Facial (VII par craniano) – está 
situado profundamente na formação reticular, 
lateralmente ao núcleo do nervo abducente. 
Emergem pela borda do caudal entre a oliva e o 
pedúnculo cerebelar inferior. 
• Núcleo do Nervo Vestíbulococlear (VIII par 
craniano) – o núcleo da divisão vestibular ocupam 
uma grande área na porção lateral do quarto 
ventrículo. O núcleo da divisão coclear localiza-se 
na porção caudal da ponte. 
 
QUARTO VENTRÍCULO 
• Está situado entre o bulbo e a ponte em sua face 
posterior e ventralmente ao cerebelo. 
• Continua caudalmente com o canal central do 
bulbo e cranialmente com o aqueduto cerebral, 
cavidade do mesencéfalo que comunica o III e o IV 
ventrículo. 
• A cavidade do IV ventrículo se prolonga de cada 
lado para formar os recessos laterais. 
• Este recesso se comunica de cada lado com o 
espaço subaracnoideo por meio das duas aberturas 
laterais do IV ventrículo, chamadas de forames de 
Luschka. 
• Há também uma abertura mediana do IV ventrículo 
denominada de forme de Magendie, ou forame 
 Maria Eduarda de Souza – NEUROLOGIA 
 
mediano, situado no meio da metade caudal do 
teto do IV ventrículo. 
• Por meio desta cavidade, o líquido cérebro-
espinhal, que enche a cavidade ventricular, passa 
para o espaço subaracnoideo. 
TETO DO QUARTO VENTRÍCULO 
 A metade cranial do tecto do IV ventrículo é constituída por 
uma fina lamina de substância branca, o véu medular 
superior, que se estende entre os dois pedúnculos 
cerebelares superiores. Na constituição da metade caudal 
temos as seguintes formações: 
• Uma pequena parte da substância branca do 
nódulo do cerebelo. 
• O véu medular inferior, formação bilateral 
constituída de uma fina lâmina branca presa 
medialmente às bordas laterais do nódulo do 
cerebelo. 
• Tela corioide do IV ventrículo, que une as duas 
formações anteriores às bordas da metade caudal 
do assoalho do IV ventrículo. 
A tela corioide é formada pela união do epitélio 
ependimário, que reveste internamente o ventrículo com a 
pia-máter e reforça externamente este epitélio. Esta tela 
emite projeções irregulares e muito vascularizadas para a 
formação do plexo corioide do IV ventrículo. Este plexo 
corioide tem a forma de “T” e produz líquido cérebro-
espinhal, que se acumula na cavidade ventricular passando 
ao espaço subaracnoideo através das aberturas laterais e da 
abertura mediana do IV ventrículo. 
A ponte tem um papel fundamental na regulação do padrão 
e ritmo respiratório. Lesões nessa estrutura podem causar 
graves distúrbios no ritmo respiratório. 
MICROSCOPIA-PONTE 
A ponte é formada por uma parte ventral, ou base, e uma 
parte dorsal, ou tegumento. O tegumento da ponte tem 
estrutura muito semelhante ao tegumento do bulbo e 
mesencéfalo. Já a base da ponte tem estrutura muito 
diferente das outras áreas do tronco encefálico. 
No limite entre o tegumento e a base, observa-se um 
conjunto de fibras mielínicas em direção tranversal, o corpo 
trapezoide. 
➢ Parte ventral (base) 
A base da ponte é uma área própria da ponte sem 
correspondentes em outros níveis do tronco encefálico. 
Mantém conexões íntimas com o neocerebelo e o 
neocórtex. Atinge seu máximo desenvolvimento no homem, 
onde é maior que o tegumento. 
Na base da ponte têm-se fibras: longitudinais, tgransversais 
e núcleos pontinos. 
• Fibras Longitudinais 
-Trato corticoespinhal: contituído por fibras da área motora 
do córtex se dirigem para os neurônios motores da medula. 
Seu trajeto pelo bulbo e medula já foi estudado. Na base, 
esse trato forma vários feixes dissociados, não tendo a 
estrutura copacta que apresenta nas pirâmides do bulbo. 
-Trato corticonuclear: Fibras que da área motora do córtex 
se dirigem para os neurônios motores situados em núcleos 
de nervos cranianos. Na ponte, os núcleos do facial, 
trigêmeo e abducente. 
-Trato corticopontino: Fibras que se originam em várias 
áreas do córtex e terminam fazendo sinapse com os 
neurônios dos núcleos pontinos. 
• Fibras Transversais e Núcleos Pontinos 
Os núcleos pontinos são pequenos aglomerados de 
neurônios dispersos em toda base da ponte. As fibras 
corticopinas terminam fazendo sinapse neles. Os axônios 
desses neurônios constituem as fibras transversais. Estas 
fibras cruzam o plano mediano e penetram no cerebelo pelo 
pedúnculo médio. 
➢ Parte Dorsal (tegumento) 
Esse tegumento apresenta fibras ascendentes, 
descendentes e transversais, substância cinzenta homóloga 
a da medula que são os núcleos dos pares: III, V, VI, VII e VIII, 
além da substância própria da ponte e formação reticular. 
• Núcleos do Nervo Vestibulococlear 
As fibras sensitivas que constituem as partes coclear e 
vestibular do nervo vestibulococlear (VIII), terminam, 
respectivamente, nos núcleos cocleares e vestibulares da 
ponte. 
-Núcleos cocleares, corpo trapezoide, lemnisco lateral 
Núcleos cocleares: dorsal e o ventral, situados ao nível em 
que o pedúnculo cerebelar inferior se volta dorsalmente 
para penetrar no cerebelo. Neste núcleo terminam as fibras 
que constituem a porção coclear do VIII par e são os 
prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos do 
gânglio espiral situado na cóclea. A maioria das fibras 
originadas nesses núcleos, cruza para o lado oposto, 
constituindo o corpo trapezóide, e a seguir, estas fibras 
contornam o núcleo olivar superior e infletem-se 
cranialmente para constituir o lemnisco lateral, terminando 
no colículo inferior, de onde os impulsos nervosos seguem 
para o corpo geniculado medial. 
Fibras dos núcleos cocleares dorsal e ventral → cruzamento 
→ corpo trapezóide → núcleo olivar superior → lemnisco 
lateral → colículo inferior → corpo geniculado medial 
Entretanto, um número significativo de fibras dos núcleos 
cocleares termina no núcleo olivar superior, do mesmo lado 
ou do lado oposto,de onde os impulsos nervosos seguem 
pelo lemnisco lateral. Todas essas formações são parte da via 
da audição. Através dela, os impulsos nervosos oriundos da 
cóclea são levados ao córtex cerebral, onde são 
interpretados. 
-Núcleos Vestibulares e Suas Conexões 
 Maria Eduarda de Souza – NEUROLOGIA 
 
Localizam-se no assoalho do IV ventrículo, onde ocupam a 
área vestibular: núcleos vestibulares lateral, medial, superior 
e inferior. Recebem impulsos nervosos originados na parte 
vestibular do ouvido interno e que informam sobre a posição 
e os movimentos da cabeça. Estes impulsos passam pelos 
neurônios sensitivos do gânglio vestibular e chegam aos 
núcleos vestibulares pelos prolongamentos centrais desses 
neurônios, que, em conjunto, formam a parte vestibular do 
nervo vestíbulo-coclear. Chegam ainda aos núcleos 
vestibulares fibras provenientes do cerebelo, relacionadas 
com a manutenção do equilíbrio. 
→ Fascículo vestibulocerebelar: formado por fibras 
que terminam no córtex do espinocerebelo 
→ Fascículo longitudinal medial: nos núcleos 
vestibulares origina-se a maioria das fibras que 
entram na composição do fascículo longitudinal 
medial. Está envolvido em reflexos que permitem 
ao olho ajustar-se aos movimentos da cabeça. As 
informações sobre a posição da cabeça chegam ao 
fascículo longitudinal medial através de suas 
conexões com os núcleos vestibulares. 
→ Trato vestibuloespinhal: suas fibras levam 
impulsos aos neurônios motores da medula e são 
importantes para a manutenção do equilíbrio. 
→ Fibras vestibulotalâmicas: levam impulso ao 
tálamo, de onde vão ao córtex. 
• Núcleos dos Nervos Facial e Abducente 
As fibras que emergem do núcleo do nervo facial tem 
inicialmente direção dorsomedial, formando um feixe 
compacto que, logo abaixo do assoalho do IV ventrículo, se 
encurva em direção cranial. Estas fibras, após percorrerem 
certa distância ao longo do lado medial do núcleo do nervo 
abducente, encurvam-se lateralmente sobre a superfície 
dorsal deste núcleo, contribuindo para formar a elevação do 
assoalho do IV ventrículo, denominada colículo facial. A 
curvatura das fibras do VII par em torno do do VIII par 
constitui o joelho interno do nervo facial. Após contornar o 
núcleo do VIII par, as fibras do VII par tomam direção 
ventrolateral, e ligeiramente caudal, para emergir no sulco 
bulbo-pontino. 
Fibras do núcleo do VII par → direção dorsomedial → 
assoalho do IV ventrículo → direção cranial → lado medial 
do núcleo do VIII par → curvação lateral → colículo facial → 
joelho interno do nervo facial 
• Núcleos Salivatório Superior e Núcleo Lacrimal 
Pertencem à parte craniana do SN parassimpático, dão 
origem a fibras pré-ganglionares que emergem pelo nervo 
intermédio, conduzindo impulsos para a inervação das 
glândulas submandibular, sublingual e lacrimal. 
• Núcleos do Nervo Trigêmeo 
Além do núcleo do trato espinhal, o nervo trigêmeo tem 
ainda, na ponte, o núcleo sensitivo principal, o núcleo do 
trato mesencefálico e o núcleo motor. O núcleo motor 
origina fibras para os músculos mastigadores, sendo 
frequentemente denominado núcleo mastigador. Os demais 
núcleos recebem impulsos relacionados com a sensibilidade 
somática geral de grande parte da cabeça. Delas saem fibras 
ascendentes, que constituem o lemnisco trigeminal que 
termina no tálamo. 
➢ Fibras Longitudinais do Tegumento da Ponte 
São os lemniscos lateral e trigeminal. Percorrem também o 
tegmento da ponte feixes de fibras ascendentes originadas 
nos bulbo, medula e cerebelo e que são: 
→ Lemnisco medial: ocupa na ponte uma faixa de 
disposição transversal, cujas fibras cruzam 
perpendicularmente às fibras do corpo trapezoide, 
sobem e terminam no tálamo. 
→ Lemnisco espinhal: formado pela união dos tratos 
espinotalâmico lateral e anterior. 
→ Pedúnculo cerebelar superior: emerge do 
cerebelo, constituindo inicialmente a parede 
dorsolateral da metade cranial do IV ventrículo. A 
seguir aprofunda-se no tegmento e, já no limite 
com o mesencéfalo, suas fibras começam a se 
cruzar com as do lado oposto, constituindo o início 
da decussação dos pedúnculos cerebelares 
superiores, que constituem o mais importante 
sistema de fibras eferentes do cerebelo. 
➢ Formação Reticular da Ponte 
Localiza-se o locus ceruleus, que contém neurônios ricos em 
noradrenalina, e os núcleos da rafe, situados ventralmente 
na linha média, contendo neurônios ricos em serotonina. 
↪ Nervos Cranianos da Ponte e Mesencéfalo 
 
 
↪ Síndromes da Ponte e Mesencéfalo 
PONTE 
 Maria Eduarda de Souza – NEUROLOGIA 
 
Os sinais e sintomas característicos das lesões da ponte 
decorrem do comprometimento dos núcleos de nervos 
cranianos ai localizados, ou seja, os núcleos do V, VI, VII e VIII 
cranianos. Assim, podem ocorrer alterações da sensibilidade 
da face (V), da motricidade da musculatura mastigadora (V) 
ou mímica (VII), do músculo reto lateral (VI), além de tontura 
e alterações do equilíbrio (VIII). A estes sinais podem 
associar-se paralisias ou perdas da sensibilidade no tronco e 
membros, por lesão das vias descendentes e ascendentes 
que transitam pela ponte. 
• Lesões do Nervo Facial 
Lesões do nervo resultam em paralisia total dos músculos 
da expressão facial na metade lesada. 
→ Estes músculos perdem o tônus (hipotonia), 
tornando-se flácidos e, como isso ocorre com o 
músculo bucinador, há, frequentemente, 
vazamento da saliva pelo ângulo da boca do lado 
lesado. 
→ Como a musculatura do lado oposto está normal, 
resulta desvio da comissura labial para o lado 
normal, particularmente evidente quando o 
indivíduo sorrir. 
→ Há também paralisia do músculo orbicularis oculi, 
cuja porção palpebral permite o fechamento da 
pálpebra. 
→ Como o músculo elevador da pálpebra (inervado 
pelo oculomotor III) está normal, a pálpebra 
permanece aberta, predispondo o olho a lesões e 
infecções, uma vez que o reflexo corneano está 
abolido. Entende-se também, porque o doente não 
consegue soprar, assoviar, pestanejar e nem 
enrugar o lado correspondente da testa. 
O tipo de paralisia descrito é denominada paralisia facial 
periférica e deve ser distinguida das paralisias faciais centrais 
ou supranucleares que resulta de lesões do trato 
corticonuclear. As diferenças entre esses dois tipos de 
paralisia são: 
→ As paralisias periféricas são homolaterais, 
enquanto que as centrais são contralaterais. 
→ As paralisias periféricas acometem uma metade 
toda da face, as centrais manifestam-se apenas nos 
músculos da metade inferior da face, poupando os 
músculos da metade superior, como o orbicularis 
oculi. Isto se explica pelo fato de que as fibras 
corticonucleares, que vão para os neurônios 
motores do núcleo do facial que inervam os 
músculos da metade superior da face, serem homo 
e heterolaterais, ou seja, terminam no núcleo do 
seu próprio lado e do lado oposto. Já as fibras que 
controlam os neurônios motores para a metade 
inferior da face são todas heterolaterais. Desse 
modo, quando há uma lesão do trato corticonuclear 
de uma lado, há completa paralisia da musculatura 
mímica da metade inferior da face do lado oposto, 
mas na metade superior os movimentos são 
mantidos pelas fibras homolaterais, que 
permanecem intactas. 
→ As paralisias periféricas são totais. Nas paralisias 
centrais, entretanto, pode haver contração 
involuntária da musculatura mímica como 
manifestação emocional. Assim, o indivíduo pode 
contrair a musculatura mímica do lado paralisado 
quando ri ou chora, embora não possa fazê-lo 
voluntariamente. Isto se explica pelo fato de que os 
impulsos que chegam ao núcleo do facial, para 
iniciar movimentos decorrentes de manifestações 
emocionais, não seguem pelo trato corticonuclear. 
• Lesão da Ponte ao Nível da Emergência do Nervo 
Trigêmeo 
Determina um quadro de hemiplegia cruzada com lesão do 
trigêmeo. 
➔ Lesão do trato corticoespinhal: hemiplegia contralateral, 
com SNMS. 
➔ Lesão do trigêmeo, causa perturbações motoras e 
sensitivas homolaterais:→ Perturbações motoras: lesão do componente 
motor do V causa paralisia da musculatura 
mastigadora homolateral. Por ação dos músculos 
pterigóideos do lado normal, há desvio da 
mandíbula para o lado paralisado. 
→ Perturbações sensitivas: ocorre anestesia da face 
homolateral, no território correspondente aos 3 
ramos do trigêmeo. Ocorre perda do reflexo 
corneano. 
A lesão pode ser estende ao lemnisco medial, determinando 
a perda da propriocepção consciente e do tato epicrítico 
contralateral. 
• Lesão da Base da Ponte (Millard-Gubler) 
Lesão situada na base da ponte, comprometendo o trato 
corticoespinhal e as fibras do nervo abducente (VIII), resulta 
em hemiplegia cruzada, com lesão do abducente. 
➔ Lesão do trato corticoespinhal: hemiparesia contralateral. 
➔ Lesão do nervo abducente: paralisia do músculo reto 
lateral homolateral, o que impede o movimento do olho em 
direção lateral (abdução). 
● Como o olho não afetado continua a se mover 
normalmente, os movimentos dos dois olhos deixam de ser 
conjugados. Por isso, os raios luminosos provenientes de um 
determinado objeto incidem em partes não simétricas das 
retinas dos dois olhos, levando a diplopia. 
 ● Além disso, nas lesões do VI par, há desvio do bulbo ocular 
em direção medial (estrabismo convergente) por ação do 
músculo reto medial não contrabalançada pelo reto lateral. 
Quando a lesão da base da ponte se estende lateralmente, 
compromete as fibras do nervo facial e, ao quadro clínico já 
descrito, acrescentamse sinais de lesão do nervo facial, 
caracterizando a síndrome. 
 Maria Eduarda de Souza – NEUROLOGIA 
 
MESENCÉFALO 
• Lesões da Base do Pedúnculo (Weber) 
Uma lesão na base do pedúnculo cerebral geralmente 
compromete o trato corticoespinhal e as fibras do nervo 
oculomotor (III). A lesão do trato corticoespinhal, determina 
hemiparesia do lado oposto. Da lesão do nervo oculomotor 
resultam os seguintes sintomas no lado da lesão: 
→ Impossibilidade de mover o bulbo ocular para cima, 
para baixo ou em direção medial, por paralisia dos 
músculos reto superior, inferior e medial; 
→ Diplopia; 
→ Desvio do bulbo ocular em direção lateral 
(estrabismo divergente), por ação do músculo reto 
lateral não contrabalançada pelo medial; 
→ Ptose palpebral (queda da pálpebra), decorrente de 
paralisia do músculo levantador da pálpebra, o que 
impossibilita também a abertura voluntária da 
pálpebra; 
→ Dilatação da pupila (midríase) por ação do músculo 
dilatador da pupila (inervado pelo SNS), não 
antagonizada pelo constritor da pupila cuja 
inervação parassimpática foi lesada. 
Manifesta-se por hemiplegia contralateral, com paralisia 
facial central (tratos corticospinal e corticobulbar, 
respectivamente) e oftalmoplegia homolateral (fibras 
radiculares do nervo oculomotor). Quando as fibras 
supranucleares para o olhar conjugado lateral são lesadas, 
ocorre a paralisia do olhar conjugado para o lado oposto à 
lesão com desvio dos olhos e da cabeça para o lado da lesão, 
como nas lesões hemisféricas (síndrome de Foville 
mesencefálica). 
-Lesão do nervo oculomotor: ptose, estrabismo divergente e 
midríase do mesmo lado da lesão. 
- Lesão dos tratos descendentes: hemiplegia completa e 
alterna do lado oposto ao da lesão. 
• Lesão do Tegmento do Mesencéfalo (Bendik) 
A lesão do tegmento do mesencéfalo compromete o nervo 
oculomotor, o núcleo rubro e os lemniscos medial, espinhal, 
trigeminal, resultando em: 
→ lesão do oculomotor 
→ lesão dos lemniscos medial, espinhal e trigeminal - 
anestesia da metade oposta do corpo, inclusive da 
cabeça, esta última causada por lesão do lemnisco 
trigeminal; 
→ lesão do núcleo rubro - tremores e movimentos 
anormais do lado oposto à lesão. 
Lesão do oculomotor: oftalmoplegia do lado oposto ao da 
lesão 
 - Lesão do lemnisco medial: perda da sensibilidade 
vibratória, da propriocepção consciente, do tato epicrítico e 
da estereognosia do lado oposto ao da lesão 
 - Lesão do lemnisco espinhal: perda da sensibilidade térmica 
e dolorosa do lado oposto ao da lesão 
 - Lesão do lemnisco trigeminal: perda da sensibilidade da 
face do lado oposto ao lado da lesão - Lesão do núcleo rubro: 
distúrbio de movimento (tremor) do lado oposto ao da lesão 
• Síndrome de Perinaud 
Geralmente decorrente de tumores da pineal, que 
comprime o colículo superior, causando a paralisia do olhar 
conjugado para cima. Com a evolução, a compressão pode 
causar oclusão do aqueduto, com hidrocefalia e paralisia 
ocular decorrentes da compressão dos núcleos dos nervos 
oculomotor e troclear. 
 Resulta de lesão das fibras oculomotoras supranucleares 
que terminam no núcleo do nervo oculomotor na região da 
comissura branca posterior, à frente da lâmina 
quadrigêmea. 
 - Paralisia do olhar conjugado na vertical (olhar do sol 
poente). 
 - Persistem os movimentos oculares do reflexo oculocefálico 
(“fenômeno dos olhos de boneca”).

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