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LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO - RESUMO

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POLIANA BEATRIZ GOUVEIA CASTRO|6ºSEMESTRE|2021.1
1
PROFESSORA ANA LIVIA – PROCESSUAL PENAL I
Lei Processual Penal no Tempo
Aplicação da Lei
O direito penal brasileiro impõe a regra da retroatividade da lei penal benéfica e da irretroatividade da lei penal gravosa à pessoa.
No processo penal, não há irretroatividade da lei processual penal, mas o princípio da aplicação imediata.
 Código Processual Penal (CPP) 
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
Considera-se a seguinte situação hipotética: o crime de roubo foi praticado sob a vigência da lei processual penal X, que dispunha sobre diversos aspectos do processo. Entretanto, ao longo da persecução penal, houve a formalização do inquérito policial e, em determinado momento, iniciou-se a ação penal, durante a qual a lei processual penal Y revogou a lei processual penal X. No direito processual, será aplicada a lei processual penal Y imediatamente, independentemente de ela ser mais gravosa ou mais benéfica ao réu. 
A expressão “desde logo”, constante no art. 2º, do CPP, significa desde a entrada em vigor da lei processual penal. 
Ainda tendo como base a situação hipotética apresentada acima, supondo que o delegado, no âmbito do inquérito policial, faça o reconhecimento pessoal do suspeito do crime de roubo. Segundo art. 226 do CPP, se possível, devem ser colocados ao lado do suspeito pessoas com características semelhantes às dele. Contudo, suponha que uma lei processual penal altere o art. 226, do CPP, para determinar que, no caso de reconhecimento pessoal, é necessário que haja o suspeito do crime e outras nove pessoas na linha de reconhecimento. 
Nessa situação, se o delegado vier a realizar o reconhecimento pessoal do suspeito após a nova lei processual, deverá observá-la, devendo obedecer à exigência de dez pessoas na linha de reconhecimento. Por outro lado, caso o delegado tenha realizado o reconhecimento pessoal do suspeito um dia antes da entrada em vigor da nova lei processual, o ato permanecerá válido, sem necessidade de ser refeito, mesmo tendo seguido a disposição legal anterior à nova lei. 
Assim, em relação à lei processual no tempo, aplica-se o princípio tempus regit actum (o tempo rege o ato). 
Nesse sentido, pode-se afirmar também que a novatio legis no direito processual é ex nunc, pois gera efeitos a partir da sua entrada em vigor. Cumpre ressaltar, porém, que a nova lei processual se aplica a fatos criminosos ocorridos antes de sua entrada em vigor, como na situação hipotética apresentada. 
No que concerne à aplicação da lei penal no tempo, existem três sistemas: 
• Sistema da unidade processual.
- Somente uma lei pode regular determinada persecução penal. Dessa forma, se uma determinada lei regulava a persecução penal, essa continuará sendo aplicada, ainda que surja uma nova lei processual. Isso significa que, no início do processo, o acusado deve conhecer todas as regras que regularão o processo. Esse sistema não é o adotado pelo CPP brasileiro. 
• Sistema das fases processuais. 
– Nova lei somente pode incidir em nova fase processual. Assim, se uma nova lei processual surgir durante a instrução da ação penal, ela somente poderia ser aplicada após essa fase, ou seja, na fase recursal. Enquanto não houver uma nova fase processual, mesmo com lei nova, aplica-se a lei anterior. Esse sistema também não é o adotado pelo CPP brasileiro.
• Sistema do isolamento processual. 
– A lei nova se aplica imediatamente aos atos processuais, ainda que a lei anterior já tenha sido aplicada no âmbito da mesma persecução penal, mantendo-se válidos os atos praticados sob a vigência da lei anterior. É o sistema adotado pelo Brasil, conforme art. 2º, do CPP. 
Outra distinção importante diz respeito às normas materiais e às normais processuais. Normas genuinamente processuais são aquelas que somente dizem respeito ao direito processual. Normas genuinamente materiais, por sua vez, são aquelas que somente dispõem sobre direito penal. 
Essa distinção é relevante porque, diante de uma norma genuinamente processual, aplica-se o art. 2º, do CPP. Em contrapartida, diante de uma norma genuinamente material, aplica-se o art. 2º, do Código Penal, que dispõe sobre a retroatividade da lei benéfica e da irretroatividade da lei gravosa.
Contudo, existe uma terceira espécie de normas, as normas processuais materiais, também chamadas de híbridas ou mistas. No caso de normas híbridas, valem as regras de direito material (retroatividade da lei benéfica e irretroatividade da lei gravosa ao réu). 
O art. 90, da Lei n. 9.099/1995, por exemplo, prevê: “as disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada”. Se se tratasse de uma norma genuinamente processual, não haveria problemas em tal previsão. No entanto, a lei em tela dispõe sobre outros aspectos, como a composição civil dos danos, a qual, nos crimes de ação penal pública condicionada à representação e de ação penal de iniciativa privada, gera a extinção da punibilidade do réu. Além disso, o art. 88 dessa lei altera as regras de procedibilidade dos crimes de lesão corporal leve e lesão culposa. Assim, a Lei n. 9.099/1995, em que pese ter trazido, em sua maior parte, regramentos de direito processual, dispõe também sobre regramentos de direito material.
Por esse motivo, o STF declarou a inconstitucionalidade do art. 90, da Lei n. 9.099/1995. Por se tratar de uma norma híbrida, devem ser observados os princípios do direito material. Assim, tratando-se de uma lei benéfica, existe a retroatividade da lei.
CPP 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
Obs.: apesar de estar no CPP, trata-se de uma norma híbrida, pois prevê disposição sobre o prazo prescricional, conteúdo de direito material. Esse artigo foi editado em 1996; por se tratar de uma nova lei gravosa ao réu, uma vez que suspende o curso do prazo prescricional, esse artigo é irretroativo a fatos anteriores a 1996. 
Não é simples distinguir uma norma de direito processual de uma norma de direito material, inclusive há profundos debates na jurisprudência e na doutrina sobre o assunto. Apesar disso, vale ter em mente que as normas de direito penal vão incidir sobre o jus puniendi, sobre o direito de o Estado punir, e não sobre o “caminho” a ser seguido para punir, situação em que se trataria de direito processual.
Nesse sentido, um exemplo clássico do direito material são as causas extintivas da punibilidade. 
Outro aspecto a ser levado em consideração é a prisão. Ainda que se trate de uma prisão processual, a prisão, em regra, também incide sobre o direito penal. 
· Normas Processuais Heterotópicas 
As normas heterotópicas são aquelas que estão “no lugar errado”. Ou seja, regras materiais (de direito penal) previstas em diplomas processuais penais ou regras processuais previstas em leis de direito penal. 
Nesses casos, aplicam-se as regras de acordo com a respectiva norma, isto é, se uma norma processual está em um diploma de direito penal, aplicam-se as regras do direito processual e vice-versa. 
Vale mencionar que a Constituição Federal é uma norma de direito material. Ainda assim, em seu art. 109, há regras de direito processual, sobre a competência da Justiça Federal. 
Considera-se a seguinte situação hipotética: um determinado crime foi praticado sob a vigência da lei processual X. O juiz tomou uma decisão e concedeu 20 dias para interposição de recurso, ainda sob a vigência da lei processual X. No décimo dia do prazo recursal, entra em vigor a lei Y, que revoga a lei X, e determina que o recurso para a mencionada decisão judicial tem o prazo de 15 dias. Nesse caso, não será aplicada a lei nova de imediato, pois o ato processual foi realizado antes daentrada em vigor da nova lei processual. Ou seja, o réu ainda terá mais 10 dias para interposição de recurso e não apenas mais cinco, como determina a nova lei. No caso de prazos recursais, aplica-se a lei processual em vigor à época da decisão que motivou o prazo recursal.
Questões
 No que diz respeito à eficácia da lei processual penal no tempo, considere: 
I – Como decorrência do princípio tempus regit actum, a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
II – Incide no processo penal o princípio da aplicabilidade imediata. 
III – Como decorrência do princípio tempus regit actum, os atos processuais praticados sob a vigência da lei anterior são considerados válidos. 
IV – As normas processuais têm aplicação imediata, regulando o desenrolar do processo. 
Está correto o que se afirmar apenas em:
A)I e II.
B)I, II e IV.
C)II, III e IV.
D)I, II, III e IV.
No curso de ação penal em que Roberto figurava como denunciado, entrou em vigor lei que versava sobre processamento de ação penal em procedimento comum ordinário, com conteúdo exclusivamente processual penal, prejudicial ao réu. O técnico judiciário, no momento de auxiliar no processamento do feito, deverá aplicar a:
A)lei processual penal em vigor na época dos fatos, em virtude do princípio da irretroatividade da lei mais gravosa, não admitindo o Código de Processo Penal interpretação extensiva ou analógica da lei processual;
B)lei processual penal em vigor na época dos fatos, em virtude do princípio da irretroatividade da lei mais gravosa, admitindo o Código de Processo Penal interpretação extensiva, mas não aplicação analógica da lei processual;
C)lei processual penal em vigor na época dos fatos, em virtude do princípio da irretroatividade da lei mais gravosa, admitindo o Código de Processo Penal interpretação extensiva e aplicação analógica da lei processual;
D)nova lei processual penal, ainda que desfavorável ao réu, respeitando-se os atos já praticados, admitindo o Código de Processo Penal interpretação extensiva, mas não aplicação analógica da lei processual;
E)nova lei processual penal, ainda que desfavorável ao réu, respeitando-se os atos já praticados, admitindo o Código de Processo Penal interpretação extensiva e aplicação analógica da lei processual.
Bárbara, nascida em 23 de janeiro de 1999, no dia 15 de janeiro de 2017, decide sequestrar Felipe, por dez dias, para puni-lo pelo fim do relacionamento amoroso. No dia 16 de janeiro de 2017, efetivamente restringe a liberdade do ex-namorado, trancando-o em uma casa e mantendo consigo a única chave do imóvel. Nove dias após a restrição da liberdade, a polícia toma conhecimento dos fatos e consegue libertar Felipe, não tendo, assim, se realizado, em razão de circunstâncias alheias, a restrição da liberdade por dez dias pretendida por Bárbara. Considerando que, no dia 23 de janeiro de 2017, entrou em vigor nova lei, mais gravosa, alterando a sanção penal prevista para o delito de sequestro simples, passando a pena a ser de 01 a 05 anos de reclusão e não mais de 01 a 03 anos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Bárbara, imputando-lhe a prática do crime do Art. 148 do Código Penal (Sequestro e Cárcere Privado), na forma da legislação mais recente, ou seja, aplicando-se, em caso de condenação, pena de 01 a 05 anos de reclusão. Diante da situação hipotética narrada, é correto afirmar que o advogado de Bárbara, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, deverá pleitear
A) A aplicação do instituto da suspensão condicional do processo.
B) A aplicação da lei anterior mais benéfica, ou seja, a aplicação da pena entre o patamar de 01 a 03 anos de reclusão.
C) O reconhecimento da inimputabilidade da acusada, em razão da idade.
D) O reconhecimento do crime em sua modalidade tentada.
Relativamente à aplicação da lei processual penal no tempo e no espaço e aos princípios processuais penais constitucionais, assinale a opção correta.
A)O Código de Processo Penal normatiza o processamento das relações processuais penais em curso perante todos os juízos e tribunais brasileiros, aplicando-se, em caráter subsidiário, as normas procedimentais que versem sobre matérias especiais.
B)Segundo entendimento expendido pelo STF, a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados constitui violação das garantias do juiz natural e da ampla defesa.
C)A gravação ambiental por meio de fita magnética, de conversa entre presentes, feita por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro é considerada prova ilícita, pois viola preceito constitucional.
D)O princípio da extraterritorialidade adotado pelo direito processual penal brasileiro não ofende a soberania de outros Estados, já que os ordenamentos jurídicos de todas as nações convergem para o combate às condutas delitivas.
E)A lei processual penal tem aplicação imediata e é aplicável tanto nos processos que se iniciarem após a sua vigência, quanto nos processos que já estiverem em curso no ato da sua vigência, e até mesmo nos processos que apurarem condutas delitivas ocorridas antes da sua vigência.
Quanto à eficácia temporal, a lei processual penal
A) Aplica-se somente a fatos criminosos ocorridos após a sua vigência.
B) Tem aplicação imediata, sem prejuízo da validade dos atos já realizados.
C) Vigora desde logo, tendo sempre efeito retroativo.
D) Tem aplicação imediata nos processos ainda não instruídos.
E) Não tem aplicação imediata, salvo para beneficiar o acusado.
Acerca da aplicabilidade da lei processual penal no tempo e no espaço e dos princípios que regem o inquérito policial, julgue os itens a seguir.
Nova lei processual que modifique determinado prazo do recurso em processo penal terá aplicação imediata, a contar da data de sua vigência, aplicando-se inclusive a processo que esteja com prazo recursal em curso quando de sua edição.
( )Certo
( )Errado
Com relação à aplicação da lei processual no tempo, assinale a opção correta.
A) Lei processual penal anterior à nova lei continuará a ser aplicada nos processos que se iniciaram sob a sua vigência.
B) Nova lei processual penal retroage para alcançar os atos praticados na vigência da lei processual penal anterior.
C) Nova lei processual penal tem incidência imediata nos processos já em andamento.
D) Atos processuais realizados sob a vigência de lei processual penal anterior à nova lei serão considerados inválidos.
E) Nova lei processual penal será aplicada apenas aos processos que se iniciarem após a sua publicação.
A respeito da lei processual penal no tempo, considere:
I. A lei processual nova não prejudicará, em regra, a validade dos atos praticados sob a vigência da lei anterior.
II. A lei processual nova não se aplicará aos processos em andamento, mas apenas aos que se iniciarem durante a sua vigência.
III. A lei processual entra em vigor da data da sua publicação se nela não houver disposição em contrário.
Está correto o que se afirmar APENAS em:
A)I.
B)I e II.
C)I e III.
D)II e III.
E)III.
 
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