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SO1- 5 1 Inotropismo, cronotropismo e circulação coronariana

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1 SO1 – Inotropismo e Cronotropismo- Prof. Marcos Barros, 
Eduarda Gonzalez 
Inotropismo 
Toda substância química que afeta a contratilidade é 
chamada de agente inotrópico, e sua influência é 
chamada de efeito inotrópico. Se uma substância 
química aumenta a força de contração, ela possui um 
efeito inotrópico positivo. Por exemplo, as 
catecolaminas adrenalina e noradrenalina e fármacos, 
como os digitálicos, aumentam a contratilidade e, 
portanto, possuem efeitos inotrópicos positivos. 
Substâncias químicas com efeito inotrópico negativo 
diminuem a contratilidade. 
O inotropismo cardíaco é o grau de contratilidade, a 
força de contração cardíaca. 
Efeito inotrópico positivo: Aumenta a força contrátil – 
SNA simpático. Ex: noradrenalina e epinefrina. 
Efeito inotrópico negativo: Diminui a força contrátil – 
SNA parassimpático Ex. Acetilcolina. 
 
Simpático: A rede simpática libera noradrenalina e 
epinefrina (adrenalina), atuando nos receptores Beta-1 nas células autoexcitáveis (predominantes nos 
nós cardíacos, que pode ser no nó sinusal ou nó sinoatrial. Usamos mais o nó sinusal porque ele é o 
marca-passo, o iniciador de tudo). Quando esses receptores beta-1 quando ativados por seus agonistas 
endógenos nas células autoexcitáveis dos nos cardíacos induzem o efeito celular, que é o aumento do 
influxo de íons positivos (sódio e cálcio), aumentando a velocidade de despolarização e a força dessa 
despolarização e consequentemente o aumento da FC. 
Parassimpático: A acetilcolina vai ser liberada sobre as células autoexcitáveis, os nós cardíacos, 
estimulando os receptores muscarínicos aumentando o efluxo de potássio. Como o potássio é um íon 
positivo e está saindo do meio intracelular, tornando esse meio mais eletronegativo, entrando em um 
estado de hiperpolarização, repouso. Sendo assim, é por isso que temos a ativação desses receptores 
muscarínicos induzindo uma redução da frequência cardíaca e redução de força. 
 
 Inotropismo positivo: 
Os neurônios pós ganglionares liberam o agonista, norepinefrina, que vai se ligar a receptores beta-1. 
ativando-o. Esse receptor beta-1 vai estar ligado a uma proteína G s (o s é de estimulante). 
Quando a norepinefrina se liga ao receptor beta-1, a proteína G vai ser estimulada e vai sofrer uma 
mudança conformacional, assim uma das subunidades se destaca e ativa 2º e 3º mensageiro a nível 
intracelular. Dessa forma, quando há o desprendimento de uma subunidade da proteína G quando o 
receptor beta-1 é ativado, vai ativar uma enzima chamada de adenilatociclase. 
Quando a adenilato ciclase é ativada, ela vai ativar outra molécula, vai converter ATP em AMP cíclico, 
então ela aumenta a concentração de AMPc a partir da conversão do ATP. 
 
 
2 SO1 – Inotropismo e Cronotropismo- Prof. Marcos Barros, 
Eduarda Gonzalez 
O AMPc vai ativar uma proteína PKA 
(proteína quinase), que tem como 
função fosforilar substratos, e no caso do 
coração vai fosforilar canais de cálcio do 
tipo L (ou canais de cálcio 
diidropiridínicos), são canais de cálcio 
voltagem dependentes que dependem 
de uma concentração especifica de cálcio 
para alterar sua carga e se abrirem. 
Assim, quando esses canais de cálcio do 
tipo L são abertos, vai permitir o influxo 
do cálcio extracelular. 
Esse cálcio que entrou na célula não vai 
ser suficiente para aumentar essa força 
de contração, para conseguir liberar 
mais sítios de ligação das pontes 
cruzadas das proteínas contráteis. E 
essas proteínas contrateis não atuam 
apenas no canal de cálcio da membrana 
citoplasmática da célula, mas também 
atuara nos canais de cálcio a nível de 
membrana do reticulo sarcoplasmático (é uma organela membranosa em forma de rede presente nas 
células estriadas). 
A proteína quinase fosforila canais de cálcio específicos do reticulo, que são os canais de cálcio do tipo 
receptores de rianodina e canais de cálcio do tipo IP3 (Inositol trifosfato). 
Como a PKA fosforila canais de cálcio do tipo L na membrana celular, além dos canais do reticulo 
sarcoplasmático, essa fosforilação pela proteína quinase vai aumentar rapidamente a concentração de 
cálcio intracelular a nível citoplasmático, permitindo um aumento rápido da força de contração. 
Quando coração está bradicárdico, vai ser aplicado adrenalina e rapidamente vai aumentar a força 
contrátil por meio desse mecanismo intracelular. 
Temos agentes usados para atuar nos receptores beta-1 induzindo um efeito inotrópico positivo, por 
induzir esse aumento do cálcio citoplasmático ou podemos ter o efeito inotrópico negativo, como no 
caso do proponolol que irá bloquear o receptor beta-1 e toda essa cascata. 
Para que o efeito inotrópico 
negativo seja induzido, deve 
ocorrer uma estimulação 
endógena autonômica a nível de 
neurônios parassimpáticos sobre 
o nó sinusal. Esses neurônios 
parassimpáticos vão induzir a 
diminuição da força de contração, 
porque vai reduzir a frequência 
de potenciais de ação sobre a 
musculatura ventricular. 
 
 
 
3 SO1 – Inotropismo e Cronotropismo- Prof. Marcos Barros, 
Eduarda Gonzalez 
Se reduzirmos a frequência de potencial de ação, vai reduzir a força e a velocidade de contração, porque 
são caraterísticas ligadas diretamente (frequência e força). 
Neurônios pós ganglionares vão liberar acetilcolina nas fibras autoexcitáveis do nó sinusal (ou 
sinoatrial) que vão se ligar a receptores colinérgicos muscarínicos do tipo M2 e assim, a acetilcolina vai 
desenvolver um efeito oposto ao que a noradrenalina vai desenvolver no receptor Beta-1. 
Quando a acetilcolina se liga a receptores muscarínicos M2 a nível de células autoexcitáveis cardíacas, 
vai desenvolver uma resposta de inibição da atividade da adenilatociclase (enzima estimulada pela 
proteína G que induziria o aumento do AMP cíclico e por consequência ativaria a PKA, que é a enzima 
que fosforila os canais de cálcio). Sendo assim a inibição da atividade da adenilato ciclase vai inibir a 
conversão de ATP, por diminuir o AMPc e reduzindo a ativação de proteínas quinases (fosforiladoras 
de canais e substratos) 
• Inotropismo positivo -estimula canais de cálcio do tipo L da membrana celular (voltagem 
dependente) 
• Inotropismo negativo – estimula canais de cálcio do tipo T da membrana celular (transiente) 
Na imagem podemos ver que a proteína G quando se solta do receptor muscarínico colinérgico, vai se 
ligar a canais de cálcio do tipo T, fechando esses canais e vai abrir os canais de potássio. O potássio 
possui uma concentração maior na parte extracelular, mas quando abre esse canal, por ser um íon 
positivo ele vai escapar da célula induzindo uma hiperpolarização (repouso absoluto) rápida. Além 
disso, vai diminuir cátions de potássio e também vai perder cálcio, reduzindo a força e frequência de 
contração. 
Ex: Metacolina vai ativar receptores M2 desenvolvendo um efeito inotrópico inativo, reduzindo força e 
velocidade. 
Atropina vai inativar o receptor M2, não desenvolvendo os eventos de inotropismo negativo, assim tem 
um inotropismo positivo. 
Na imagem a cima podemos ver o inotropismo negativo do lado direito e o inotropismo positivo do lado 
esquerdo (inibindo a adenilato ciclase). 
 
 
4 SO1 – Inotropismo e Cronotropismo- Prof. Marcos Barros, 
Eduarda Gonzalez 
O cálcio vai ser liberado do reticulo a partir da via de estimulação beta 1, assim teremos cálcio do meio 
extracelular como do reticulo sarcoplasmático e vai se ligar as proteínas contrateis no sarcômero, 
aumento o numero de pontes cruzadas, aumentando a força de contração e a frequência. 
Há outras vias de sinalização que atuam diretamente no canal de cálcio do tipo L, independente da 
participação de receptores beta-1, M2 ou da via da adenilatociclase. 
Um exemplo disso é o oxido nítrico, que não vai estimular o receptor beta-1, ele vai atuar diretamente 
nos receptores de cana de cálcio do tipo L na membrana, assim o canal se abre e o cálcio vai entrar, 
aumentandoo fluxo de íon positivo, estimulando a abertura dos canais de cálcio no reticulo e 
desenvolvendo um efeito inotrópico positivo. 
O glucagon também vai ter efeito inotrópico positivo, pois ele se liga a canais de glucagon, que quando 
se abrem vai permitir a entrada de cálcio e desenvolvendo o efeito positivo. 
Os efeitos das catecolaminas no coração: 
A adrenalina e a noradrenalina vão se ligar aos receptores Beta-1, que irão ativar o sistema de segundo 
mensageiro do APM cíclico, que ativado vai desenvolver a ativação das proteínas fosforiladoras, como 
a PKA. Assim vai ter uma indução dos canais de cálcio do tipo L controlados por voltagem, 
desenvolvendo mudança da carga e abrindo os canais, aumentando o influxo de cálcio. O aumento do 
cálcio vai induzir a abertura de canais de cálcio presentes na membrana do reticulo sarcoplasmático. 
 
 
5 SO1 – Inotropismo e Cronotropismo- Prof. Marcos Barros, 
Eduarda Gonzalez 
Vai aumentando o fluxo de cálcio por ambas as vias, o cálcio extracelular e o cálcio do reticulo 
sarcoplasmático caindo no citoplasma e mais força de contração. 
Outra proteína é a fosfolambam (proteína reguladora) que atua inibindo a enzima Serca, que é uma 
bomba de cálcio ATPase e ela fica no reticulo sarcoplasmático armazenando o cálcio, removendo o 
cálcio do citoplasma e jogando no reticulo. Quando a PKA fosforila a fosfolambam, ela deixa a Serca livre 
e ela vai aumentar a captura de cálcio no reticulo sarcoplasmático. 
Por ter muito cálcio no reticulo, quando ocorrer uma contração subsequente, como tem mais cálcio no 
reticulo e os canais de cálcio forem estimulados vai ter um efluxo de cálcio maior, aumentando a cada 
contração subsequente a força de contração. 
 
Resumindo: 
Catecolamina se liga ao receptor beta 1 e esse receptor ativa proteína G estimulatória, que vai ativar 
adenilato ciclase, que vai ativar AMP cíclico e vai ativar PKA (proteína quinase). A PKA vai fosforilar 
substratos e nesse caso, no inotropismo vai fosforilar canais de cálcio, pois quanto mais cálcio mais 
força. 
De um lado da imagem temos a atuação direta nos canais de cálcio coma PKA fosforilando os canais e 
induzindo a entrada de cálcio extracelular no citoplasma. Quando a concentração de cálcio no 
citoplasma aumenta, essa mudança de carga estimula canais de cálcio na membrana do reticulo, assim 
vai tendo mais cálcio no citoplasma e vai aumentar a força de contração. 
Além disso, a PKA ativa uma proteína citoplasmática que fica grudada no calcioATPase no reticulo, é a 
bomba que fica regulando o cálcio, colocando o cálcio dentro do reticulo, é a fosfolambam. A 
fosfolambam inibe a cálcio ATPase, a Serca. Assim, a Serca quando se desacopla da fosfolambam vai 
começar a puxar cálcio para dentro do reticulo de volta. Como o cálcio que está no citoplasma não é só 
do reticulo, também tem o cálcio extracelular, assim quanto mais cálcio ela conseguir pegar do 
citoplasma e armazenar no reticulo, na contração subsequente, quando esses canais de cálcio se 
abrirem no reticulo, a quantidade de cálcio vai aumentando cada vez mais e a cada contração vai 
aumentando a força e o inotropismo. 
A fosfolambam quando é fosforilada pela PKA ela aumenta a atividade do cálcio ATPase no reticulo, 
porque ela deixa a bomba livre. 
As catecolaminas vão reduzir o tempo de contração porque elas permitem o tempo de ligação mais 
curto entre o cálcio e a troponina, já que elas induzem a liberação de cálcio e quanto mais cálcio tem, 
mais estimula as pontes cruzadas, fazendo mais ligações e estimulando a troponina, além de contrair e 
desligar rapidamente. 
 Abalo muscular é uma contração isolada, uma resposta mecânica da célula, do músculo como todo a 
um único potencial de ação. Assim, as catecolaminas além de induzirem o aumento da força, também 
reduzem o tempo de abalo muscular e consequentemente o tempo de contração, auxiliando no aumento 
da frequência cardíaca. 
 
 
 
 
 
 
 
6 SO1 – Inotropismo e Cronotropismo- Prof. Marcos Barros, 
Eduarda Gonzalez 
Cronotropismo 
• O inotropismo é a força e o 
cronotropismo se refere a velocidade 
de contração, a frequência cardíaca. 
• É controlado pelo nó sinoatrial, o 
marcapasso natural do coração. 
O sistema nervoso simpático possui fibras e 
neurônios pré ganglionares, que emergem das 
regiões torácicas da medula espinhal e vão 
fazer sinapse com neurônios pós ganglionares 
do tronco simpático, essas fibras vão para o 
coração e vão liberar lá adrenalina e 
noradrenalina. Já a cadeia parassimpática 
teremos fibras pré-ganglionares emergindo 
do bulbo, na região do nervo vago indo fazer 
sinapse com neurônios pós-ganglionares no 
coração e lá as fibras vão liberar acetilcolina. 
Ambas as cadeias vão ter efeito antagônicos. 
Uma substância (agonista) que possua efeito 
cronotrópico positivo, vai aumentar a FC, estimulando efeito simpático causando uma taquicardia. 
Uma substância que diminua a frequência cardíaca vai atuar sobre componentes do sistema 
parassimpático, causando uma bradicardia. 
Endogenamente a norepinefrina ou epinefrina ou noradrenalina ou adrenalina liberadas por fibras 
simpáticas vão atuar sobre receptores beta 1. Já a acetilcolina, quando liberada por componentes 
parassimpáticos vai atuar sobre receptores M2 a nível de nó sinusal a acetilcolina vai diminuir a 
frequência. 
Cronotropismo Positivo: 
O canal de cálcio tipo T (transiente) é um canal de baixa condutância, então tem um baixo limiar 
despolarizante, ou seja, um pequeno estímulo faz o canal se abrir, não precisa um aumento da carga 
positiva muito grande para poder se abrir. Como ele precisa de pouco estimulo, ele é distinto do canal 
tipo L (voltagem dependente), que necessita de muito mais estimulo para poder abrir. 
Além de possui o canal tipo T, temos o canal de sódio Funny (IF), que é um canal com caraterísticas 
distintas, como a permeabilidade para sódio e potássio (pode passar sódio e potássio), além de serem 
ativados na hiperpolarização e terem uma cinética muito lenta, ou seja, demoram muito de abrir e de 
fechar. 
Esses canais são essenciais para manter o potencial de repouso instável durante a diástole, é como se 
mantivesse um estado de repouso de -40mV, mas não é no estado de hiperpolarização extremo 
(repouso extremo de – 70mV). Sendo assim, essa célula mesmo estando no estado de repouso, quando 
for contrair não vai precisar de um estimulo muito elevado de íons para poder voltar a despolarizar. 
Esses canais do tipo T e Funny vão facilitar o inicio da geração de uma nova onda T, ou seja, a contração 
atrial. Quando os canais estão atuando eles irão permitir que a membrana se mantenha, com essa região 
de voltagem que chamamos de fase do marca-passo é a fase de despolarização diastólica lenta. Essa 
despolarização será essencial porque após a diástole vai ser iniciada uma nova onda T, que começará 
 
 
7 SO1 – Inotropismo e Cronotropismo- Prof. Marcos Barros, 
Eduarda Gonzalez 
lentamente e será fundamental para manter o cronotropismo (ritmo) cardíaco, pois os átrios devem 
contrair e relaxar antes dos ventrículos contraírem, haja vista que os átrios e ventrículos não podem 
contrair ao mesmo tempo. 
Os canais do tipo IF (Funny) estão presentes nas regiões cardíacas mais autoexcitáveis, que 
permanecem no estado de ativação espontâneo, como no nó sinoatrial, nó átrio ventricular e fibras de 
purkinje. Assim, esses canais presentes na membrana vão fornecer um fluxo iônico que manterá a faixa 
de voltagem predispondo o início da despolarização e da onda T logo após a diástole. Assim, essa 
corrente é essencial para controlar a atividade de auto excitação dos miócitos sinoatriais que vão 
regular a FC. 
 
Quando um paciente necessita colocar um marca-passo sintético, ele será inserido na região do marca-
passo fisiológico, que é o marca-passo sinoatrial, já que é ele quem vai marcar a frequência cardíaca e 
quem possui a maior concentração decanais do tipo Funny. Esses canais vão permitir a passagem de 
sódio e de potássio, além de serem responsáveis pela despolarização inicial para geração dos 
batimentos cardíacos, vão manter as células naturais do marcapasso no estado basal de auto excitação 
para atividade espontânea. São fundamentais para o controle da automaticidade do nó sinoatrial além 
de termos também os canais do tipo T, que terão um controle sobre o ritmo sinoatrial. 
 
Resuminho 
Os canais do tipo T são canais transientes, com baixa condutância e limiar despolarizante, o menor 
estimulo faz com que eles se abram e permitam o influxo de íons (cálcio). Ademais, esses canais do tipo 
T são chamados de IcaT (canais de cálcio transientes) que vão auxiliar os canais do tipo Funny nessa 
despolarização adicional. Os canais do tipo Funny possuem uma maior representatividade porque ele 
permite a entrada de sódio e como tem mais sódio no meio extracelular do que cálcio, é ele que ao 
aumentar vai causar a despolarização rápida e vai permitir o potencial basal de auto excitabilidade do 
marca-passo. Assim, os dois canais vão ser essenciais para determinara FC, já que eles aumentam a 
velocidade de despolarização diastólica lenta. 
Essa fase de despolarização diastólica lenta é a primeira fase de geração e dispersão do potencial de 
ação nos nós cardíacos, principalmente no nó sinoatrial, já que ele quem gera o potencial por ter mais 
canais Funny. É o fim da diástole e inicio da despolarização lenta para que os átrios contraiam de fato. 
 
 
 
8 SO1 – Inotropismo e Cronotropismo- Prof. Marcos Barros, 
Eduarda Gonzalez 
Neurônios pós ganglionares simpáticos liberando adrenalina e noradrenalina, que vão se ligar aos 
receptores específicos Beta-1, principalmente nas células nodais do nó sinoatrial. Após a ligação e 
ativação do receptor beta-1, uma proteína G estimulante vai ativar a adenilato ciclase, que vai induzir a 
conversão de ATP em AMPc e esse AMPc vai ativar as proteínas quinases (PKA), que irão fosforilar 
canais de cálcio na membrana da célula. Assim teremos a abertura dos canais de cálcio do tipo T, os 
canais transientes, que vão permitir o influxo de cálcio extracelular para o meio intracelular. 
A proteína quinase vai fosforilar na membrana os canais do tipo Funny (IF), que são os canais que 
permitem o influxo rápido de sódio para o interior da célula, assim se há uma despolarização rápida vai 
aumentar o ritmo, cronotropismo positivo. Se entra sódio e cálcio, esse cálcio vai ter efeito sobre o 
inotropismo, pois ele vai estimular a actina a fazer ligação de pontes cruzadas, aumentando a frequência 
dos potenciais de ação, aumenta a FC e consequentemente vai aumentar ou manter a força de contração. 
 
Cronotropismo negativo: 
Temos os neurônios parassimpáticos atuando sobre as células autoexcitáveis do no sinusal diminuindo 
a frequência de potenciais de ação, consequentemente vai diminuir a velocidade de despolarização e a 
frequência da musculatura ventricular e atrial. Os neurônios pré ganglionares vão liberar acetilcolina 
que irão se ligar aos neurônios colinérgicos muscarínicos M2, que ativam proteína Gi (proteína G 
inibitória) que vão abrir canais de potássio, induzindo a hiperpolarização das células do nó, isto é, a 
hiperpolarização é o processo de manter mais tempo em repouso. 
Além disso, as proteínas Gi vai diminuir a atividade das proteínas quinases (PKA), diminuir a abertura 
dos canais de cálcio do tipo T (canais transientes) e dos canais Funny, logo menos cátions vão entrar e 
em contrapartida vai abrir mais canais de potássio. 
A proteína G vai se ligar a canais de potássio e o potássio de dentro da célula tende a sair devido ao 
processo de gradiente de concentração. Assim, temos a inibição da entrada de cálcio e aumenta a saída 
de potássio rapidamente, pois o potássio é um íon menor e sai em maior quantidade. 
A despolarização diastólica logo após a diástole, no inicio de uma nova onda P se torna mais difícil de 
iniciar, assim a despolarização diastólica lenta vai ser bem mais lenta do que o que acontece geralmente, 
assim o coração entra em um estado de bradicardia, inotropismo negativo. 
 
 
 
 
9 SO1 – Inotropismo e Cronotropismo- Prof. Marcos Barros, 
Eduarda Gonzalez 
Circulação Coronariana 
O que permite o fluxo coronariano é a vasodilatação das coronárias e de seus ramos, a nível miocárdico, 
pois durante a diástole, quando libera o fluxo sanguíneo, ele consegue percorrer todo os vasos 
coronarianos, entrar nos vasos e nutrir os tecidos. 
Temos uma regulação simpática e outra parassimpática. É o simpático por meio dos receptores alfa e 
beta2 que vai controlar o destino do fluxo no momento certo, além do acumulo das substâncias 
vasodilatadoras que advém do aumento da taxa metabólica dos músculos e vasos. 
Enquanto que a nível vascular, o sistema simpático vai por meio dos receptores alfa desenvolver 
vasoconstricção (principalmente nas camadas epicárdicas- camada mais externa do coração), a 
estimulação de receptores beta 2 do sistema simpático a nível vascular vai causar vasodilatação nas 
artérias intramiocárdicas. 
Quando aumenta a frequência cardíaca, vai aumentar também a taxa metabólica do coração e ele vai 
demandar um aporte sanguíneo maior. Com esse metabolismo acelerado se não entra sangue a taxa 
metabólica vai ficar elevada e vai ter uma geração de diversas substancias vasodilatadoras. 
Quando o coração entra em diástole, o acumulo dessas substancias vasodilatadoras em um 
microambiente tecidual onde o sangue não estava conseguindo entrar de forma adequada e tinha um 
metabolismo acelerado, vai ocorrer uma dilatação dos vasos sanguíneos intramiocárdicos durante esse 
período de diástole. 
Essa dilatação vai ocorrer devido a influência de 
noradrenalina e adrenalina, que a nível de receptores beta 
2 vai desenvolver vasodilatação nas artérias 
intramiocárdicas e como houve um aumento do 
metabolismo e da FC, vai ter no microambiente um 
acumulo de vasodilatadores e quando o coração volta a 
relaxar vai ter uma vasoconstricção nas artérias 
epicárdicas e destina esse fluxo para as artérias 
coronarianas, já que os vasos ali dilataram pelo acumulo de 
substancias vasodilatadoras e o efeito da estimulação de 
receptores beta 2. 
É como se jogasse o fluxo rapidamente durante a diástole 
para a região intracárdica que estava com o fluxo reduzido, 
como ali ocorreu o acúmulo de substancias 
vasodilatadoras, rapidamente o sangue sai de onde há mais 
tensão para onde tem uma menor tensão vascular. 
No sistema parassimpático temos poucas fibras aderidas aos vasos 
coronários e ele vai ter um efeito antagônico, reduzindo a frequência 
cardíaca, contratilidade e metabolismo. Contudo, o efeito 
parassimpático é menos importante do que o simpático, devido a 
proporção da quantidade de fibras simpáticas. 
Possui o efeito de induzir contração vascular e diminuir o fluxo 
sanguíneos. 
A vasodilatação esta associada a estimulação de receptores beta 2 pelo 
sistema simpático quanto pelo acumulo de substancias 
 
 
10 SO1 – Inotropismo e Cronotropismo- Prof. Marcos Barros, 
Eduarda Gonzalez 
vasodilatadoras. Durante a diástole o sangue tende a fluir para dentro do coração através das coronárias 
para as regiões intramiocárdicas. 
A proteína G sofre mudança conformacional após influenciado receptor beta 2 e vai se desacoplar, 
ativando a cascata de adenilato ciclase que vai converter ATP em AMPc, que vai ativar proteínas 
quinases que irão fosforilar canais iônicos, induzindo o relaxamento da musculatura lisa do vaso. A 
vasodilatação diminui a resistência vascular e permite um retorno de fluxo para essa região que antes 
estava comprimida por conta da sístole. 
 
Metabolismo 
Outro fator que influência no fluxo coronariano é a taxa metabólica, que vai condicionar o balanço de 
oxigênio em momentos distintos de atividade do coração. 
Com o aumento da taxa metabólica vaiter um consumo maior de oxigênio e consequentemente causa 
um estresse maior a nível celular, induzindo a liberação de metabolitos vasodilatadores, isto é, causa 
uma vasodilatação associada a estimulação simpática via receptores beta 2, ou seja, uma vasodilatação 
coronariana intramiocárdica que vai facilitar o fluxo durante a diástole para os cardiomiocitos. 
Quando tem um aumento do fluxo sanguíneo para a região intramiocárdica, a tendência é que ocorra 
uma redução da liberação de substancias vasodilatadoras, porque o aporte de oxigênio está bom. 
Contudo, nesse momento quando há a redução dos vasodilatadores, vai aumentar a resistência vascular, 
vasoconstricção e consequentemente tem uma redução do fluxo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A redução do fluxo vai aumentar a demanda por oxigênio e o metabolismo vai estar alto, logo com essa 
taxa metabólica aumentada e a demanda por oxigênio, vai ocorrer a estimulação do endotélio vascular 
a produzir e acumular uma quantidade de mediadores vasodilatadores no microambiente, que 
consequentemente vai diminuir a resistência vascular e aumentará o aporte de fluxo sanguíneo para 
aquela região, e esse ciclo vai permanecendo. 
Fatores vasodilatadores: 
São liberados a partir da redução dos níveis de oxigênio e aumento da taxa metabólica como: 
• Fosfato de adenosina 
• Potássio hidrogênio, gás carbônico 
• Bradicinina, prostaglandina e oxido nítrico. 
 
 
 
11 SO1 – Inotropismo e Cronotropismo- Prof. Marcos Barros, 
Eduarda Gonzalez 
Endotélio Vascular 
Camada de tecido vascular única composto por um epitélio simples pavimentoso, que irá revestir o 
lúmen dos vasos sanguíneos, linfáticos e do coração. Esse endotélio pode ser considerado um sistema 
orgânico devido a quantidade de funções regulatórias endócrinas, parácrinas e autócrinas associadas 
as células endoteliais do nosso corpo, como o controle do tônus arterial, induzem a proliferação da 
musculatura lisa, além de desenvolver o processo de agregação plaquetária, controle da cascata de 
coagulação, hemostasia e trombólise, além de processos inflamatórios e respostas imunes. 
 
 
 
 
 
12 SO1 – Inotropismo e Cronotropismo- Prof. Marcos Barros, 
Eduarda Gonzalez 
Essas substancias vasodilatadoras e vasoconstrictoras vão atuar na dinâmica do fluxo coronariano. 
Quando tem um aumento da atividade contrátil do miocárdio vai aumentar o metabolismo e 
consequentemente esse aumento do metabolismo vai fazer com que as células do tecido consumam 
rapidamente a pressão de oxigênio disponível, que vai tender a diminuir. A redução de oxigênio vai 
diminuir os ATP, que vai estimular a abertura de canais de potássio e essa abertura vai desenvolver 
uma repolarização celular, causando uma vasodilatação generalizada., posteriormente o fluxo voltara a 
fluir para a região mais interna. 
O vaso vai controlar esse processo de vasodilatação e vasoconstricção dependendo do aporte de 
oxigênio 
Cardiomiocitos: 
São células estriadas exclusivas da musculatura cardíaca e possuem uma alta taxa metabólica, quando 
comparado com a musculatura estriada esquelética. 
Os cardiomiocitos dos átrios e dos ventrículos são diferentes, quando comparados podemos perceber 
que o ventricular é muito maior e consome mais nutrientes, oxigênio e demandam mais do aporte 
coronariano do que o atrial. 
O miócito atrial é conectado lado a lado e de fim/fim, e é por isso que as paredes do átrio são mais finas 
e permitirão que o fluxo iônico durante a polarização e despolarização se dê de forma mais rápida do 
que nos miócitos ventriculares, que são ligados fim a fim apenas, não tem moléculas de adesão lado a 
lado como o atrial. 
Uma artéria coronária que tenha uma obstrução 
no lúmen menor que 50% vai ser capaz de 
aumentar o seu fluxo em até 4 ou 5 vezes do seu 
valor basal. Porem, com o passar dos anos e o 
aumento da obstrução, essa capacidade de 
aumento do fluxo basal vai reduzindo 
progressivamente até que essa capacidade seja 
extinguida completamente. Isso acontece quando 
a obstrução atinge valores superiores a 90%, o 
que decorre em comprometimento da capacidade 
de destinar fluxo além do valor basal. 
Reserva de fluxo: é a capacidade que o leito vascular das coronárias possui em aumentar a oferta de 
sangue diante de um aumento da taxa metabólica e de oxigênio que as células vasculares possuem. Isso 
acontece a partir da atuação do sistema nervoso simpático desenvolvendo vasodilatação, acumulo de 
substancias vasodilatadoras no microambiente de forma transitória, que vão garantir essa 
vasodilatação. 
O fluxo coronariano no estado de repouso não reduz, a não ser que o lúmen esteja ocupado em mais de 
90%. Quando o fluxo reduz por um estado de sístole (fisiológico) ou por uma obstrução menor que 
90%, a pressão de perfusão cai, causando uma redução drástica de oxigênio na área, hipoxia regional. 
Com isso vai acumular substancias vasodilatadoras e consequentemente uma vasodilatação 
compensatória das arteríolas, com uma queda da resistência coronariana a fim de manter uma pressão 
de fluxo sanguíneo no capilar constante. 
Esses mecanismos garantem a reserva de fluxo coronariano mesmo que a coronária esteja obstruída, 
ela vai conseguir aumentar o fluxo em 4 ou 5 vezes do seu valor basal por conta de mecanismos 
autonômicos e intrínsecos, dependentes de substancias vasodilatadoras.

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