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MED 112 - farmacologia 1

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Farmacologia I 
 
Giovana Arrighi Ferrari 
 
 
2 
Giovana Arrighi Ferrari 
Farmacologia ...................................................................................................................................................................... 3 
Introdução à farmacologia .............................................................................................................................................. 3 
Farmacocinética .................................................................................................................................................................. 9 
Conceitos e princípios gerais da farmacocinética ........................................................................................................... 9 
Vias de administração e seus fundamentos ................................................................................................................. 10 
Vias de administração enteral ...................................................................................................................................... 11 
Via de Administração Parenteral .................................................................................................................................. 12 
Absorção e Distribuição dos Fármacos ............................................................................................................................. 21 
Distribuição dos fármacos no corpo ............................................................................................................................. 21 
Fatores que afetam a distribuição ................................................................................................................................ 22 
Metabolismo e eliminação dos fármacos ......................................................................................................................... 30 
Eliminação ..................................................................................................................................................................... 30 
Biotransformação (Metabolização) .............................................................................................................................. 31 
Princípios gerais dos fármacos ......................................................................................................................................... 40 
Aspectos moleculares dos fármacos ................................................................................................................................. 51 
Tipos de Receptor ......................................................................................................................................................... 51 
Tipo 1: Canais Iônicos Controlados por Ligantes .......................................................................................................... 51 
Tipo 2: Receptores Acoplados à Proteína G (GPCR) ..................................................................................................... 52 
Tipo 3: Receptores Relacionados e Ligados a Quinases................................................................................................ 56 
Tipo 4: Receptores Nucleares ....................................................................................................................................... 59 
Mecanismos de Ação dos Fármacos ................................................................................................................................. 61 
Regulação do Cálcio Intracelular................................................................................................................................... 61 
Excitabilidade ................................................................................................................................................................ 63 
Contração Muscular ...................................................................................................................................................... 67 
Liberação de Mediadores Químicos ............................................................................................................................. 70 
Farmacologia do sistema nervoso .................................................................................................................................... 72 
Sistema nervoso autônomo simpático ......................................................................................................................... 75 
Sistema nervoso autônomo parassimpático ................................................................................................................ 81 
Introdução à farmacologia autonômica ........................................................................................................................... 84 
Organização do sistema nervoso periférico ................................................................................................................. 84 
Transmissão colinérgica .................................................................................................................................................... 96 
Transmissão adrenérgica ................................................................................................................................................ 116 
Catecolaminas ............................................................................................................................................................. 116 
 
 
 
3 
Giovana Arrighi Ferrari 
MED 112 – Farmacologia I 
Prof.ª Livia Beatriz Almeida Fontes - libafontes@yahoo.com.br 
Farmacologia 
Introdução à farmacologia 
É uma ciência multidisciplinar 
 
Divisão da farmacologia 
Farmacocinética x Farmacodinâmica 
 
Farmacocinética: diz respeito em relação a dose – concentração. Ex.: dipirona 500 mg, 6-6 horas. Isso é feito devido as características 
farmacocinéticas desse medicamento. Levando em conta o tempo demorado para absorver, distribuir, metabolizar e eliminar o 
medicamento. 
Diz respeito a como o corpo vai absorver, dividir, metabolizar. 
Farmacodinâmica: é o que o fármaco faz no organismo, o efeito que causa no organismo. Efeito fisiológico. Relação concentração-
efeito. Quanto do fármaco precisa estar naquele tecido para gerar um efeito benéfico (resposta, magnitude e sensibilidade do efeito 
em determinada situação) 
 
4 
Giovana Arrighi Ferrari 
Conceitos: 
*Farmacologia: Estudo da interação de drogas com organismos vivos 
-Propriedades dos medicamentos e seus efeitos nos seres vivos 
*Fármaco: Substância que existe na composição do medicamento, responsável por seu efeito terapêutico. Também pode ser 
chamado PRINCÍPIO ATIVO. 
Substância que tem ação farmacológica 
*Droga: qualquer substância que altere a fisiologia de um organismo vivo. 
Não necessariamente drogas ilícitas. Ex.: Maconha, cocaína tem a capacidade de alterar a capacidade fisiológica e 
fisiopatológicos, bem como os medicamentos. Esse processo de alteração da fisiologia pode ser terapêutico ou não. 
*Medicamento: produto industrializado, podendo conter um ou mais princípios ativos com ação terapêutica comprovada, associado 
a outros adjuvantes a fim de promover uma melhor conservação, liberação ou absorção dos princípios ativos. 
Medicamento tem princípio(s) ativo(s) + excipientes (substâncias que você administra, mas não são absorvidas – estão 
presentes para dar volume e para que seja possível deglutir o comprimido. Ex.: celulose, talco, gelatina) + conservante(s). 
Pode ter algum excipiente para melhorar sabor. 
Tem diferentes formas farmacêuticas: comprimido, drágea, suspensão, supositório, líquido, sólida, cápsula, sublingual e 
efervescentes. 
*Comprimido: tem controle de qualidade e faz teste em um tanque de solução que imita o suco gástrico que mede o tempo 
que o princípiovai ser liberado, o que deve acontecer em até 30 minutos. Formas farmacêuticas sólidas, demoram mais 
para fazer o efeito pois primeiro precisam ser dissolvidas, para depois serem absorvidas. 
*Formas farmacêuticas líquidas: são absorvidas mais rapidamente em comparação aos sólidos, o início de ação é mais 
rápido. 
A forma farmacêutica sólida é absorvida mais devagar em relação a forma farmacêutica líquida, mas a ação nos receptores 
é a mesma. A única diferença é no início da ação (tempo para começar a absorção). A quantidade absorvida é a mesma, a 
concentração absorvida não sofre interferência da forma farmacêutica. 
Posso afirmar que a forma do medicamento pode interferir na farmacocinética, mas não na farmacodinâmica? A forma 
farmacêutica do medicamento interfere no início de ação do medicamento, mas não interfere na ação com o receptor. 
Desse modo, a interferência da forma farmacêutica é maior na farmacocinética e não interfere na farmacodinâmica. O que 
interfere na farmacodinâmica é a concentração do medicamento. 
A forma farmacêutica de absorção mais rápida ou lenta, não necessariamente a duração do efeito do medicamento será 
menor, dependerá da concentração do fármaco. 
Todo comprimido passa pelo controle de qualidade e esse controle avalia a dosagem do comprimido. Fracionar o 
comprimido, pode ser prejudicial. Normalmente, quando pode fracionar, a concentração do princípio ativo ficam divididas 
igualmente, embora possa ocorrer erros e uma parte ficar mais concentrada que a outra. Quando puder ou não fracionar 
o comprimido, vem escrito na bula. 
*Remédio: é qualquer coisa que possa fazer bem. Um chá (tem muitos princípios ativos – então, dependendo do chá, pode dar 
problemas) pode fazer bem. Um medicamento pode fazer bem ou um abraço, que também pode fazer bem. 
*Placebos: preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição de um medicamento, com a finalidade 
de suscitar ou controlar as reações. 
Não se limita aos medicamentos. 
Essa substância não consegue alterar nenhuma função fisiológica, ex.: comprimido de farinha pura. 
O fato da pessoa estar administrando uma substância, aquilo já pode servir como um remédio (não necessariamente 
administrar um princípio ativo). Psicologicamente, traz conforto ao paciente. 
Em testes de desenvolvimento dos fármaco, o placebo é utilizado para comparar a real eficácia do medicamento. Algumas 
pessoas tomam placebo e outras tomam medicamento de teste. 
O placebo muitas vezes funciona. 
5 
Giovana Arrighi Ferrari 
Mas em doenças crônicas ou terminais, o placebo pode prejudicar e agravar o quadro do paciente. 
 
*Biodisponibilidade: Medida da quantidade de medicamento, contida em uma fórmula farmacêutica, que chega à circulação 
sistêmica e da velocidade na qual ocorre esse processo. 
Biodisponibilidade – o que está disponível biologicamente. 
A forma que o medicamento estará disponível na circulação sistêmica e como será absorvido. Muitas vezes, a via oral, a 
biodisponibilidade do medicamento é menor. Enquanto a via IV, a biodisponibilidade é 100%. 
O quanto da formulação está disponível para o sistema biológico, bem como a velocidade, quantidade e extensão e 
absorção do princípio ativo a partir da dose da forma farmacêutica. 
O revestimento dos medicamentos altera a biodisponibilidade e modifica a farmacocinética. Ela é revestida justamente 
com o intuito de aumentar a biodisponibilidade. 
Todas as substâncias têm uma faixa de dosagem de concentração para ter um efeito benéfico, quando a 
substância é revestida, ela pode ser altamente degradada pelo ácido do estômago, oq eu prejudicaria a 
biodisponibilidade do medicamente, bem como a farmacocinética. 
A farmacocinética altera muito a biodisponibilidade, na via de absorção. 
*Bioequivalência: consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma 
farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável 
biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental. 
Bioequivalência – substância equivalente do ponto de vista biológico. 
O teste de bioequivalência é feito para demonstrar que um medicamento similar e genérico tem a mesma disponibilidade 
no organismo que o medicamento referência. Comparam duas formas farmacêuticas iguais, contendo a mesma composição 
quantitativa e qualitativa. 
Ele avalia a produção da indústria. 
O teste de bioequivalência, garante exatamente que os comprimidos têm exatamente 500 mg de comprimido e se 
dissolvem no mesmo tempo e velocidade. 
 
*Medicamento de referência: medicamento inovador registrado (ANVISA) cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovados 
cientificamente. 
Passam por inúmeros estudos de fase. Inicialmente, o medicamento vai estar sob patente, a qual pode durar 10-20 anos. 
Pode acontecer da indústria lançar o medicamento, mas ela pode dar efeitos colaterais não vistos antes e retira o 
medicamento do mercado. 
Todo princípio ativo tem um medicamento de referência. 
 
*Medicamento genérico (intercambiável com o de referência): geralmente produzido após a expiração ou renunciada proteção 
patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade. Designado pela (DCB) ou, na 
sua ausência, pela (DCI). 
-É intercambiável – se na prescrição tive o nome do medicamento de referência, o farmacêutico pode oferecer o 
medicamento genérico, porque por lei, a ANVISA assegura que é passível de troca. Mesmo se for antibiótico. 
Vem com o nome do princípio ativo e um G de genérico. 
-Geralmente produzido após a expiração ou renúncia de proteção patentária ou outros direitos de exclusividade. 
-Tem COMPROVADA a sua eficácia, segurança e qualidade 
-Passa por testes de biodisponibilidade e bioequivalência 
-Apresentam a mesma receita do medicamento de referência 
6 
Giovana Arrighi Ferrari 
-O nome é designado pela DCB – Denominação Brasileira Comum, ou na sua ausência, pela DCI – Denominação Comum 
Internacional 
-Apresentam o mesmo princípio ativo de que o medicamento de referência, a qual deve ser assegurada por testes e 
apresentados para ANVISA. 
O genérico é mais barato pois não precisa recuperar o investimento, pois quem investiu foi a empresa que fez o 
medicamento de referência. Quem precisa fazer propaganda e ganha o mercado, é o medicamento de referência. 
*Um fármaco é mais do que bioequivalência e biodisponibilidade, é a interação com receptor, sítio de ação. 
 
*Medicamento similar: aquele que contém os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via 
de administração, posologia e indicação. 
É idêntico ao medicamento de marca, mas tem outro nome. Precisa esperar finalizar a patente para ser comercializado. 
Identificado: nome comercial ou marca 
Diferença: prazo de validade, rótulo, validade, nome, marca. 
-Atualmente, todos os similares passam por testes de biodisponibilidade e bioequivalência. 
ANTIGAMENTE: não tinha estudo nenhum para esse medicamento, não passavam por testes de bioequivalência e 
biodisponibilidade. Bem semelhante ao medicamento manipulado. Entretanto, por volta de 2007, a ANVISA começou a 
requerer testes de biodisponibilidade e bioequivalência. 
Normalmente, é mais caro que o genérico, também vai precisar de propaganda. Só pode substituir o medicamento de 
referência, depois que expira a patente. Teoricamente, o genérico é melhor, pelo preço. 
Não é intercambiável com o medicamento de referência. 
 
*Atualmente, a diferença entre medicamento genérico ou similar: nome e custo. 
*O medicamento similar não precisa ter exatamente a mesma constituição de excipientes que o medicamento de referência. Mas 
todos tem o mesmo princípio ativo, todavia, eles podem não ter o mesmo disponibilidade farmacológica. 
Clinicamente, o medicamento genérico e similar podem trazer efeitos diferentes. 
 
*Medicamentomanipulado 
A farmácia de manipulação não faz testes de bioequivalência e biodisponibilidade. Não fazem teste. 
 
*Homeopatia 
Se baseia no princípio da diluição, você trata a doença pelo similar dela. Você pega uma substância que pode dar dor de cabeça para 
tratar a dor de cabeça. 
Dilui esse princípio ativo muitas vezes e coloca em diferentes formas farmacêuticas. 
Homeopatia funciona em até 80% dos casos. 
 
Formas de obtenção dos fármacos 
Os princípios ativos podem ter diferentes origens: podem ser substâncias químicas sintéticas, obtidas de animais, plantas ou obtidas 
por meio de engenharia genética. 
 
7 
Giovana Arrighi Ferrari 
AÇÃO DOS FÁRMACOS – conceito farmacodinâmico 
*Para que um fármaco produza o efeito biológico esperado no organismo, é necessário que as moléculas desse fármaco se liguem a 
estruturas celulares específicas e module ela. 
O fármaco não cria a função, ele altera nossas funções fisiológicas. Essa interação se faz por interação química e agem por 
questão de afinidade por determinada estruturas específicas. 
*A ligação das moléculas do fármaco a estruturas celulares se dá por interações químicas. 
*Seletividade da droga → determina os efeitos indesejáveis depende da natureza química, dose e via adm., e fatores intrínsecos do 
paciente (genética, idade, patologias, etc.). 
Quanto mais seletiva for a droga, menos efeito colateral ela vai ter. Não vai se ligar a outros receptores, que não aqueles 
farmacolóticos. 
-- Nenhum fármaco é totalmente específico para o sítio de ação, por isso ocorrem os efeitos Adversos molécula age onde 
não era para agir 
-- A seletividade depende da natureza química da droga, da dose e da via de administração além de fatores intrínsecos do 
paciente (genética, idade, rala, patologia etc) 
*RECEPTOR → Proteínas possuidoras de um ou mais sítios de ação que, quando ativados por substâncias, são capazes de desencadear 
uma resposta fisiológica. 
*SÍTIOS DE AÇÃO → Locais onde as substâncias endógenas ou exógenas (fármacos) interagem para promover uma resposta 
fisiológica ou farmacológica. 
 
COMO PRESCREVER UM FÁRMACO 
-Ao prescrever um fármaco é importante levar em consideração os diversos fatores que envolvem a natureza do fármaco, bem como 
as peculiaridades individuais de cada paciente. 
•Situações fisiológicas: Idade, Sexo, Peso, Gestação 
Gestante e população pediátrica tem poucos estudos, poucos dados para avaliar eficácia, efeito colateral. Idosos também 
possuem características fisiológicas diferentes. 
Indivíduos com o peso corporal maior, pode precisar de uma dose maior para ter o mesmo efeito terapêutico. 
•Hábitos do paciente: Fumo, Álcool 
•Doenças: Insuficiência renal, Insuficiência hepática – esses dois órgãos são importantes para metabolizar e secretar o fármaco. 
•Características da droga: Via de administração, Toxicidade, Tempo de eliminação, Seletividade do fármaco. 
 
NOVAS DROGAS E PESQUISA CLÍNICA 
Pesquisas Pré-Clínicas 
- Deve-se considerar os aspectos da molécula escolhida: 
- Afinidade e seletividade com o alvo, propriedades farmacocinéticas, síntese e segurança 
- Avaliar a dose letal e efetiva 
- Testes de toxicidade em animais devem ser realizados (avaliar carcinogenicidade, toxicidade reprodutiva). 
Testes: Cultura de célula, depois o estudo parra para animais roedores (geneticamente similares aos seres humanos) – cada trabalho 
utiliza um tipo de roedor; a partir daí, passa para estudos em mamíferos de grande porte. Depois, tem os ensaios clínicos. 
 
ORGANIZAÇÃO DE TESTES CLÍNICOS: 
- Constitui um dos principais custos no desenvolvimento de um novo fármaco 
8 
Giovana Arrighi Ferrari 
•FASE I: pequeno número de pessoas, administrando-o a pessoas saudáveis ou pacientes. 
Vai testar: via de administração, dose, testes de segurança em relação a outros fármacos, interações 
medicamentosas. Tem que ser indivíduos saudáveis para não trazer mais prejuízo aos pacientes e, se tive algum 
dano, é mais fácil de reverter e tratar. 
•FASE II: número maior de pessoas que apresentam uma doença ou condição em particular. 
Fase maior; o medicamento começa a ser testados em indivíduos que tem a doença. Não é testado em crianças 
e gestantes. É testado em adultos. 
•FASE III: Um número grande de pessoas com a doença ou condição apropriada. O medicamento em investigação passa 
por testes adicionais para determinar a sua segurança e a sua eficácia, monitorar efeitos colaterais indesejáveis e compará-
lo aos tratamentos comumente usados ou a um placebo. 
Fase que dura muito tempo. O medicamento pode ser comparado com um placebo. Fase definitiva. 
•FASE IV: São os estudos realizados depois que um medicamento se torna disponível para prescrição, com a intenção de 
se obter informações adicionais sobre os riscos, os benefícios e o uso de um medicamento – começa a comercialização – 
fármaco vigilância (medicamento foi lançado e ainda está sob observação). 
Fase de fármaco vigilância – pode durar vários anos. Dura até obter registro definitivo. 
O tempo de farmacovigilância depende da ANVISA. 
Pode acontecer do medicamento chegar no mercado, começar a ser comercializado. E, começarem a observar 
indivíduos com efeitos colaterais exacerbados e, consequentemente, retira-se o medicamento no mercado. 
 
Os parâmetros farmacocinéticos são importantes, inclusive, para verificar a segurança do medicamento. 
Quando o estudo vai ser em animal, tem que passar pelo “CEUA” e quando é em humanos, tem que passar pelo “CEP”. 
 
 
 
9 
Giovana Arrighi Ferrari 
Farmacocinética 
Conceitos e princípios gerais da farmacocinética 
É o movimento do fármaco pelo organismo e o que o corpo faz com ele. 
Uma vez administrado, o fármaco é absorvido para a corrente sanguínea e distribuído pelo organismo. Ao encontrar seus receptores 
específicos nos órgãos, realiza a sua função. Após isso, esse fármaco sofre metabolização com posterior excreção. 
Farmacocinética: Absorção → Distribuição → Metabolização (Biotransformação) → Excreção 
 
*Farmacocinética determina relação entre dose-concentração. Como será absorvido. 
*Farmacodinâmica é a relação com os receptores. 
*Receptores iguais podem estar espalhados por vários órgãos. Desse modo, quando o fármaco exerce sua função nos receptores do 
órgão alvo, ele está realizando sua função farmacológica. Quando o fármaco exerce sua função em receptores de outros órgãos, 
temos os efeitos adversos. 
 
*Disponibilidade farmacêutico – bioequivalência. 
*Disponibilidade biológica – biodisponibilidade – depende dos parâmetros farmacocinética 
 
Considerações Gerais 
Disponibilização (disponibilidade biológica - biodisponibilidade) do fármaco é dividida em quatro estágios denominados "ADME": 
*Absorção a partir do sítio de administração – é determinada de acordo com a via de administração; 
*Distribuição pelo organismo – essa distribuição não é ao acaso, é nos rins ou fígado; 
*Metabolização – depende muito da via de administração. A molécula é absorvida e metabolizada em seguida. 
*Eliminação – temos diferentes vias de eliminação do fármaco, a mais comum é a renal e ela determina por quanto o tempo o 
fármaco vai ficar biodisponível. 
Esse processo é dinâmico. Ocorre os processos ao mesmo tempo. Essa divisão é didática. 
 
10 
Giovana Arrighi Ferrari 
Vias de administração e seus fundamentos 
A via como o medicamento é administrado é fundamental. É o método pelo qual o fármaco vai adentrar no organismo (via de 
administração). 
*Novos fármacos são planejados e testados em forma posológica administrada por uma via específica. 
*As vias de administração são escolhidas para tirar proveito das moléculas de transporte e de outros mecanismos que possibilitem a 
entrada do fármaco nos tecidos corporais. 
*A via de administração é determinada primariamente pelas propriedades do fármaco e pelos objetivos terapêuticos. 
 
Ação local 
*Quando queremos ação LOCAL, a administração do medicamento é tópico. Efeitobom local e pouco efeito sistêmico. A 
absorção sistêmica é menor. 
Ação sistêmica 
*Via parental – (Não passam pelo TGI - Tratogastrointestinal); p. ex.: via IV, IM. Via intratecal (é uma via de administração 
que consiste na injeção de substâncias no canal raquidiano). Via pulmonar (efeito tópico no pulmão, ex.: remédios para 
asma, o medicamento age direto no pulmão). 
*Via Enteral – o fármaco passa pelo TGI, obrigatoriamente, é via enteral. 
Via sublingual varia de acordo com o autor a sua classificação – alguns autores classificam como via enteral e outros como via 
parental. Mas, é mais comum ver o autor classificar como VIA PARENTERAL, uma vez que é absorvida pelos vasos sanguíneos 
sublinguais, não passam pelo TGI. 
 
11 
Giovana Arrighi Ferrari 
Vias de administração enteral 
Administração oral 
É uma das vias mais utilizadas, pois são autoadministrados. Isso é uma vantagem dessa via. 
*São autoadministrados. 
*Têm baixo risco de infecções sistêmicas (mecanismos físicos da imunidade inata, ex.: pele, ácido do estômago, mucosas – o risco de 
infecção por essa via são baixos) 
*Toxicidade e as dosagens excessivas por via oral podem ser neutralizadas com antídotos 
No medicamento oral, quando há uma superdosagem, existe a possibilidade de reversão – fazer lavagem e administrar um 
antídoto. Na via parenteral, é mais difícil. 
*Ambientes ácido (estômago) e básico (duodeno) → limitar sua absorção. 
Temos vias com pHs muito diferentes, que favorecem a absorção de moléculas com características físico-químicas 
diferentes. 
*Ocorre pouca absorção até que o fármaco chegue ao intestino delgado. 
Absorção é a passagem da molécula para o local de administração (TGI) para a corrente sanguínea. Vários fatores estão 
envolvidos: pH e superfície de absorção. 
*Tipicamente, cerca de 75% de um fármaco administrado oralmente é absorvido em 1 a 3 horas. 
Uma parte pode ser absorvida e outra não. A biodisponibilidade não é 100%. 
A maior parte desses fármacos são absorvidos no intestino. A absorção no intestino e é metabolizado no fígado. 
*Todos os fármacos administrados por via oral estão sujeitos ao metabolismo de primeira passagem no fígado. 
 
Fatores que afetam a absorção gastrintestinal 
Absorção é a passagem da molécula do fármaco do local de administração para a circulação. Ela depende de alguns fatores, como: 
*Motilidade gastrintestinal. 
Os fármacos são absorvidos principalmente pelo intestino, dessa forma, a motilidade gastrointestinal pode interferir 
diretamente na absorção os fármacos. 
Alguns medicamentos alteram a motilidade. 
Domperidona (motilium) – aumenta a motilidade do TGI, pode chegar mais rápido no intestino e tem efeito mais 
rápido. 
Dor também pode diminuir a motilidade do TGI, fazendo com que o fármaco demore mais para chegar no 
intestino e consequentemente, pode demorar a fazer efeito. 
*Fluxo sanguíneo. 
Quando mais vascularizado for o tecido, maior é a absorção. Desse modo, superfícies mais vascularizadas, com maior fluxo 
sanguíneo, a absorção é maior. 
*Tamanho da partícula e formulação . 
As moléculas passam pela membrana da célula, logo o tamanho, formulação das partículas interferem. 
Logo, no similar, não garante o mesmo efeito farmacológico. Uma vez que as molécula pode ser maior, ter um grupo 
orgânico a mais. O SIMILAR garante a mesma bioequivalência e mesma biodisponibilidade, e não garante o mesmo efeito 
farmacológico. 
*Fatores físico-químicos. 
Todo fármaco é ou uma base ou um ácido fraco. Tem características físico-químicas diferentes que interferem na absorção: 
polar, ácido, base. 
12 
Giovana Arrighi Ferrari 
Moléculas mais básicas, são absorvidas mais facilmente no meio básico (intestino); moléculas mais ácidas, são absorvidas 
mais facilmente no meio ácido (estômago) 
 
Vantagens e desvantagens da via oral 
Vantagem: Seguro/Econômico (mais baratas) 
Desvantagem: Patologias do sistema digestivo, pH gástrico e presença de alimentos/absorção 
Pode desenvolver gastrites, propiciar outras patologias do sistema digestivo. 
 
 
 
 
A via retal não é uma via muito utilizada. Era mais utilizada na pediatria devido à dificuldade de administrar via oral. Atualmente, 
alguns medicamentos já saíram dessa forma farmacêutica. Mas a via retal, ainda é utilizada em algumas situações, como por exemplo 
antieméticos. Uma desvantagem, é que não é possível prever quanto do fármaco é absorvido. Há uma diminuição do metabolismo 
hepático primário. 
É uma via de administração enteral. 
Retal: Uso em quadros de vômitos, tratamento local ou inconscientes. Evita 1ª Passagem (Fígado): Fármacos (Veia Cava Inferior). 
Supositórios: absorção irregular e irritação local. 
 
Via de Administração Parenteral 
*O medicamento não passa pelo TGI, é introduzido diretamente na circulação sistêmica. A biodisponibilidade desse medicamento é 
maior, bem como a velocidade de metabolismo e resposta. 
Esse medicamento nunca é sólido. 
13 
Giovana Arrighi Ferrari 
*A velocidade de início de ação dos fármacos administrados por essa via é frequentemente rápida. É uma via bem mais rápida, 
quando comparada com a via enteral. 
*Introdução direta de um fármaco na circulação sistêmica, no líquido cefalorraquidiano (p. ex. em procedimentos anestésicos; não é 
uma via usual), em tecido vascularizado (facilita do contato do fármaco com a corrente sanguínea) ou em outro espaço tecidual. 
*Velocidade de início de ação do fármaco que difere entre os vários tecidos do corpo, dependendo da velocidade de fluxo sanguíneo 
para o tecido. 
*Maior risco de infecção e necessidade de administração por um profissional de saúde (passa álcool e faz assepsia antes de 
administrar um medicamento e coletar material biológico para diminuir a chance de lançar esses microrganismos na circulação, 
evoluindo para infecção). 
Na via parenteral, a molécula supera imediatamente a barreira que é capaz de limitar a absorção do fármaco, que ocorre 
na via enteral (oral). 
O fabricante sempre fala na bula o local de aplicação (ex. via muscular – deltoide e vasto lateral); é importante levar isso 
em consideração, pois algum músculo pode estar menos preparado que o outro para receber aquele volume de fármaco e 
também é levado em conta a vascularização do músculo. Deltoide (suporta 5 mL). 
 
IV–Intravenosa 
Em geral, a injeção subcutânea ou intramuscular de fármacos produz um efeito mais rápido do que a administração oral, porém a 
velocidade de absorção depende muito do local de injeção, bem como do fluxo sanguíneo local. É uma das vias mais utilizadas. 
A absorção (passagem do fármaco para a circulação). Não tem absorção na IV, uma vez que o fármaco já está direto na circulação. 
As moléculas estão prontamente disponíveis para serem distribuídas, não precisa passar pela membrana. Biodisponibilidade é de 
100%. 
•Difusão através do tecido; 
•Remoção pelo fluxo sanguíneo local – não depende do fluxo sanguíneo local, o calibre do vaso é relacionado com a 
capacidade do vaso de receber o fármaco sem colabar. A veia fina, vai romper mais fácil. Pega-se acesso central, quando 
vai ficar muito tempo administrando o medicamento, para a veia não colabar. 
Existem formulações para serem administrados em vias específicas: IV, intra-arterial, IM 
*As únicas vias que não tem o processo de absorção são a via intravenosa e intra-arterial; as outras vias têm absorção. Absorção: 
Passagem do fármaco da via de administração para a corrente sanguínea. 
 
IM–intramuscular 
O início de ação está ligado a vascularização tecidual. Quanto maior a vascularização, mais fácil é a absorção e mais rápido você terá 
o efeito. 
Intra-arterial, intraperitoneal, subcutânea. 
 
Vias de Administração 
Sublingual: Absorção através de pequenos vasos sanguíneos. Exemplo: Nitroglicerina(Angina) 
Alguns autores não consideram com parenteral; mas a professora considera como via parenteral. É questionável. 
Intratecal: A injeção de um fármaco no espaço subaracnoideatravés de agulha de punção lombar é utilizada para alguns fins 
específicos. Não é usual, tem algumas restrições e pode ser utilizada em casos específicos, devido ao risco de infecções. 
Administração por inalação: constitui a via utilizada para anestésicos voláteis e gasosos, em que o pulmão serve como via tanto de 
administração quanto de eliminação. A rápida troca resultante da grande área de superfície e do fluxo sanguíneo permite a obtenção 
de rápidos ajustes na concentração plasmática. 
Fármacos administrados por inalação geralmente sofrem absorção parcial na circulação, e, consequentemente, podem 
ocorrer efeitos colaterais sistêmicos 
14 
Giovana Arrighi Ferrari 
Tem efeito local, mas pode ter efeito sistêmico também. Depende da dose administrada. Pulmão é mito vascularizado e 
tem uma rápida absorção. Tudo que tem efeito sistêmico, pode gerar efeitos colaterais a nível sistêmico. 
Administração cutânea: Utiliza-se a administração cutânea quando é necessário obter um efeito local na pele (por exemplo, aplicação 
tópica de esteroides). Entretanto, pode ocorrer absorção apreciável, resultando em efeitos sistêmicos. Em sua maioria, as substâncias 
são pouco absorvidas através da pele intacta. 
Administração tópica, efeito local (principal vantagem), a absorção sistêmica não é muito efetiva. A dose é bem pequena. 
Gotas oftálmicas: absorção através do epitélio do saco conjuntival para produzir seus efeitos. Os efeitos locais desejáveis no olho 
podem ser obtidos sem provocar efeitos colaterais sistêmicos. Administração tópica, efeito local (principal vantagem), a absorção 
sistêmica não é muito efetiva. A dose é bem pequena. 
Sprays nasais: Peptídeos são inativos quando administrados por via oral, uma vez que são rapidamente destruídos no trato 
gastrintestinal; todavia, a sua absorção através da mucosa nasal é suficiente para produzir um efeito terapêutico. 
 
A via de administração está muito relacionada com a biodisponibilidade do fármaco ativo que vai chegar na corrente sanguínea. 
 
A eliminação do fármaco depende de outras características (físico-químicas) além da biodisponibilidade, a principal via de 
eliminação é via renal. Vai depender da característica da molécula e a afinidade dela com a água para garantir sua eliminação 
rápida. Se o composto for lipossolúvel, vai demorar mais para ser eliminado. 
 
Absorção dos fármacos e vias de administração 
A absorção de um medicamento é a passagem da droga do seu local de aplicação para a corrente sanguínea. 
*Fatores relacionados com a absorção: via de administração, características fisiopatológicas, idade, sexo, peso corporal e raça do 
paciente. 
A raça do paciente está relacionada com determinadas alterações do DNA, síntese e composição das proteínas. Isso está 
envolvido com absorção e metabolismo do fármaco. 
*Fatores envolvidos a absorção relacionados aos medicamentos: concentração, lipossolubilidade, peso molecular e grau de 
ionização. 
15 
Giovana Arrighi Ferrari 
*Fatores envolvidos a absorção relacionados ao organismo: vascularização, superfície de absorção e permeabilidade capilar. 
As formulações líquidas, normalmente, tem absorção mais rápida. A via e formulação do fármaco são fundamentais para determinar 
a velocidade que o fármaco vai ser absorvido. 
Todo fármaco são bases ou ácidos fracos, normalmente, são ionizadas ou ionizáveis. Só são absorvidas nos pH semelhantes e em 
locais que a membrana plasmática tem carga oposta. 
As substâncias básicas, são melhores absorvidas no intestino; já substâncias ácidas são absorvidas no estômago. A maioria dos 
fármacos são absorvidas no intestino. 
 
O fármaco tem que ter lipossolubilidade o suficiente para passar pelas membranas biológicas celulares. Não pode ser muito solúvel 
e nem totalmente lipossolúvel, tem que ser suficiente para passar pela célula e fazer sua ação. 
*Dupla camada (lipídeos) com cadeias de hidrocarboneto orientadas para dentro, (característica hidrofóbica). 
As proteínas exercem função de receptores que proporcionam vias de sinalização elétricas ou químicas e alvos seletivos para a ação 
de fármacos. 
*Tem que levar em conta a gravidade da doença para escolher a via de administração do medicamento. 
Os fármacos polares penetram através das proteínas transmembrânicas, canais. 
 
Movimento das moléculas de fármacos através das barreiras celulares 
 
16 
Giovana Arrighi Ferrari 
 
 
*Moléculas pequenas atravessam as membranas biológicas de quatro maneiras principais: 
Difusão através de lipídeos da membrana (tem que ter afinidade físico-química com a membrana – tem que ser mais 
lipofílicas). 
Transportadores de membrana (ocorre para moléculas mais polares normalmente). 
Difusão por poros (aquaporinas). 
Pinocitose – engloba partículas líquidas. 
 
 
Moléculas apolares (lipofílicas) – por afinidade química, apolar dissolve apolar – ela tem afinidade química na membrana, maior a 
penetração na membrana biológica por difusão. Quanto maior a penetração, maior o coeficiente de permeabilidade. Mais permeável 
a molécula é em relação a membrana. 
O coeficiente de permeabilidade depende da afinidade pela polaridade e de outros fatores, como tamanho da molécula 
Solubilidade lipídica depende da permeabilidade da membrana, solubilidade e coeficiente de partição. 
*Membranas celulares formam as barreiras entre os compartimentos aquosos do corpo. 
*No sistema nervoso central e na placenta, existem junções estreitas entre as células, e o endotélio é envolvido numa camada 
impermeável de células periendoteliais. 
Dificuldade para absorção dos medicamentos. 
A placenta não é uma barreira, ela faz a absorção, embora atrase a absorção dos medicamentos via-placentária 
No SNC, não há absorção. Tem barreiras. Tem que ter características bem específicas para adentrar no SNC. Condições que 
rompem a barreira hematoencefálica: inflamação, infecção (ex.: meningite), trauma. 
*Em outros órgãos o endotélio é descontínuo, permitindo livre passagem entre as células. 
 
Difusão lipídica 
As moléculas apolares (nas quais os elétrons estão distribuídos uniformemente) dissolvem-se livremente na camada lipídica da 
membrana, difundindo-se prontamente através das membranas celulares. O número de moléculas que atravessam a membrana por 
unidade de área na unidade de tempo é determinado pelo coeficiente de permeabilidade, P, e pela diferença de concentração nos 
dois lados da membrana. 
*Dois fatores físico – químicos contribuem para P: 
*Solubilidade na membrana (que pode ser expressa como coeficiente de partição para a substância distribuída entre a fase da 
membrana e o ambiente aquoso). 
*Difusibilidade → mobilidade das moléculas no interior do lipídio. 
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Giovana Arrighi Ferrari 
Moléculas menores, tem uma maior difusibilidade, passam mais facilmente pela membrana. 
Muitas características farmacocinéticas de um fármaco podem ser prevista através do conhecimento da solubilidade lipídica do 
fármaco 
*A maioria dos fármacos é ácido fraco ou base fraca – conceito de Lewis. 
 
A absorção vai levar em consideração pH e pKa 
Quanto maior a concentração de hidrogênio, mais ácido é o meio e menor o pH. Quanto mais ácida a substância, menor o seu pKa. 
*Ácidos (HA) → liberam um próton (H+) causando a formação de um ânion (A-): 
 
Ácido na forma molecular, esta neutro. E se dissocia. O ácido é mais bem absorvido na sua forma neutra, na forma associada (HA). 
*As bases fracas (B) → receber prótons (H+) causando a formação de um ânion (BH+): 
 
A base, dissociada não tem carga, todavia, ela apresenta carga na sua forma associada. A base apresenta melhor absorção na sua 
forma dissociada, na forma neutra. 
Uma coisa é o pH do tecido e outra coisa é o pH do fármaco, o pH do fármaco é representado pelo pKa. O pH do tecido é determinado 
pelo pH mesmo. 
 
Partição pelo pH e aprisionamento iônico 
*Ionização → velocidade com a qual os fármacos atravessam as membranas e a distribuição de equilíbriodas moléculas dos fármacos 
entre compartimentos aquosos; 
Substâncias não ionizadas, são mais bem absorvidas, são mais lipossolúveis. 
O fármaco é mais bem absorvido na sua forma neutra – sem carga – independentemente se forma ácido ou base. A molécula 
neutra é mais lipossolúvel, ela tem maior facilidade de penetrar na membrana biológica. 
 
*A relação entre substância ionizada e não ionizada é controlada pela pKa da substância e pelo pH do compartimento. 
 
A partição pelo pH não é o principal determinante do local de absorção de fármacos no trato gastrointestinal. Isso ocorre em razão 
da enorme área de absorção das vilosidades e microvilosidades do íleo, comparada com a área de absorção do estômago, que é 
muito menor, diminuindo, assim, sua importância. Desse modo, a absorção de um fármaco ácido, como a aspirina, é aumentada por 
fármacos que aceleram o esvaziamento gástrico (p. ex., metoclopramida) e retardada por fármacos que o reduzem (p. ex., a 
propantelina), apesar de o pH ácido do estômago favorecer a absorção de ácidos fracos. 
18 
Giovana Arrighi Ferrari 
 
 
pKa = 3 
A primeira substância, com o pKa igual a 3, quando estiver o meio em que o pH 3, 50% das substâncias vão estar na forma dissociada 
e 50% na forma associada. 
Quanto menor o pH, mais saturado o meio pelo íons de hidrogênio. 
No pH igual a 6, vai doar todos seus prótons para o meio, o equilíbrio é deslocado no sentido da dissociação, na forma eletricamente 
dissociada. No caso, vai ser menos absorvido, pois vai ter pouco a forma associada. 
Quando estiver no pH 1,5, o equilíbrio da reação vai ser deslocado para a forma molecular, eletricamente neutra. Mais bem absorvida 
pelas membranas biológicas. 
O meio que esse fármaco (pKa 3) tem melhor absorção, é no meio ácido. Fármacos ácidos tem melhor absorção nos meios ácidos. 
pKa = 8 
Base, substância aceptora de prótons. 
No pH 5, o fármaco vai ficar na forma mais associada. 
No pH 8, tem 50% dissociado e 50% associado 
No pH 10, o equilíbrio vai estar deslocado para forma dissociada. 
Fármacos básicos são melhor absorvidos no meio básico. 
O interesse é absorver a forma neutra do fármaco. 
 
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Giovana Arrighi Ferrari 
Aprisionamento iônico – A molécula passa pela membrana na forma neutra, todavia, no citosol que tem um pH ligeiramente 
diferente do meio extracelular, a substância adquire carga, de modo que ela não fique passando de um lado para o outro da 
membrana, indefinidamente. 
O meio intracelular é mais básico que o meio extracelular. 
Na distribuição não interfere muito, pois não há uma mudança brusca de pH do meio interno e externo. 
 
*A partição do pH não constitui o principal determinante do local de absorção de substâncias a partir do trato gastrintestinal. 
*A absorção de uma substância ácida é promovida por substâncias que aceleram o esvaziamento gástrico e retardada por substâncias 
que tornam o esvaziamento gástrico lento. 
*pH ácido do conteúdo gástrico favorecer a absorção de ácidos fracos. 
 
Substâncias como a metoclopramida que aceleram o esvaziamento gástrico, aumenta a absorção do medicamento. 
Quanto maior a quantidade de água que ingerimos com o comprimido, maior a absorção dele, tendo em vista que aumenta a diluição 
do comprimido, capsula, drágea. Formas farmacêuticas sólidas, a quantidade de água auxilia na velocidade da absorção. 
 
A partição do pH tem várias consequências importantes: 
*A acidificação da urina acelera a excreção de bases fracas e retarda a de ácidos fracos. 
*A alcalinização da urina tem o efeito oposto. 
*Na eliminação pela urina ocorre o aprisionamento iônico. 
O pH tem uma consequência importante na eliminação do medicamento. Substâncias ácidas são mais bem eliminadas em urinas 
básicas e substâncias básicas são mais bem eliminadas em urinas ácidas. 
A acidificação ou basificação da urina, promove o aprisionamento iônico, uma vez que o composto vai passar pela membrana de 
modo neutro e, na urina, vai adquirir carga e não vai conseguir mais voltar. 
 
Fatores que influenciam a absorção 
*Efeito do pH e pKa. 
*Fluxo de sangue no local de absorção. 
*Área ou superfície disponível para absorção. 
*Tempo de contato com a superfície de absorção. 
 
Transporte mediado por transportadores 
*Sistemas de transporte envolvem uma molécula transportadora: difusão facilitada e transporte ativo. 
20 
Giovana Arrighi Ferrari 
*Do ponto de vista farmacocinético, entretanto, existem apenas alguns locais no corpo onde o transporte de fármacos mediado por 
transportadores é importante, sendo os principais: 
•o túbulo renal; 
•o trato biliar; 
•a barreira hematoencefálica (dificilmente o medicamento tem penetração na barreira hematoencefálica – é verificada 
pela lipossolubilidade); 
•o trato gastrintestinal 
A molécula polar não consegue ter absorção por difusão lipídica, não consegue passar pela membrana, ela passa por transportador. 
 
Dois outros fatores exercem uma importante influência na distribuição e eliminação da substância. São eles: 
•a ligação às proteínas; 
•a partição no tecido adiposo e outros tecidos do corpo (distribuição não é feita ao acaso). 
 
Substâncias lipofílicas tem dificuldade de passar pelo corpo, uma vez que o sangue, plasma tem matriz aquosa. Desse modo, essas 
substâncias passam por proteínas, se ligam as proteínas para serem distribuídas e secretadas. 
 
Ligação dos fármacos a proteínas plasmáticas 
*No plasma muitos fármacos encontram-se principalmente na forma ligada (ligado a proteínas para aumentar a polaridade da 
molécula do fármaco – mas a forma do fármaco biologicamente ativa é a forma livre). 
Tem uma parte ligada a proteína e uma parte livre, que desencadeia a resposta biológica. 
*A substância livre constitui a forma farmacologicamente ativa. 
*A quantidade de uma substância que se liga à proteína depende de três fatores: 
• a concentração da substância livre; 
• sua afinidade pelos sítios de ligação; 
• a concentração de proteína 
 
Partição no tecido adiposo e em outros tecidos do corpo 
*Representa um grande compartimento não-polar. 
*Fator que limita o acúmulo de fármacos no tecido adiposo corporal é seu baixo suprimento sanguíneo. 
*Partição no tecido adiposo corporal após a administração aguda de fármacos só é importante para algumas substâncias altamente 
lipossolúveis – por afinidade físico-química, o fármaco fica retido em algum tecido por algum tempo. 
 
*A gordura corporal não constitui o único tecido onde as substâncias podem acumular-se: 
*Cloroquina → alta afinidade pela melanina 
*Tetraciclinas → acumulam-se lentamente nos ossos e nos dentes, em virtude de sua alta afinidade pelo cálcio. 
*Amiodarona → no fígado e nos pulmões, bem como no tecido adiposo 
 
Substâncias que ficam retidas em tecido adiposo, pode ser liberado na circulação em momentos indesejáveis. Pode ficar retida por 
anos. 
21 
Giovana Arrighi Ferrari 
Absorção e Distribuição dos Fármacos 
Distribuição dos fármacos no corpo 
 
Ao falar de distribuição do fármaco, é necessário lembrar dos compartimentos de líquido corporais: líquidos extracelular (plasma e 
líquido intersticial) e intracelulares. Os quais são responsáveis por essa distribuição. 
A quantidade de água corporal dos indivíduos, está relacionada com os aspectos farmacocinéticos. População pediátrica e idosa tem 
muita diferença na farmacocinética, em relação ao metabolismo e excreção. 
 
• A distribuição de um fármaco ocorre primariamente através do sistema circulatório, enquanto o sistema linfático contribui com 
um componente menor. 
Vascularização do tecido é determinante para a velocidade de absorção e distribuição do fármaco. 
Um dos fatores que afeta a distribuição do fármaco é o débito cardíaco, além disso, a perfusão, circulação, vascularização 
do tecido. 
O sistema linfático é menos importante no processo de distribuição. Na via intramuscular, que o fármaco vai ser jogado 
diretamente no líquido intersticial,o sistema linfático tem uma maior participação na distribuição do medicamento no 
organismo. 
• A concentração do fármaco no plasma é frequentemente utilizada para definir os níveis terapêuticos do fármaco e monitorá-los, 
visto que é difícil medir a quantidade de fármaco que é realmente captada pelo órgão-alvo. 
Um fármaco, para chegar em um tecido menos perfundido, ele precisa ser capas de ficar mais tempo na circulação 
sanguínea. 
Para medir biodisponibilidade (fração do fármaco ativa que chega nos tecidos) e a meia vida, é utilizado o nível sérico, ou 
seja, o nível sanguíneo do fármaco. 
A concentração do fármaco no plasma é muito utilizada para definir os parâmetros farmacocinéticos. É difícil monitorar o 
fármaco no órgão e no receptor. 
• Os órgãos e os tecidos variam acentuadamente na sua capacidade de captar diferentes fármacos (fluxo sanguíneo e distribuição 
de água são diferentes em cada órgão), bem como na proporção de fluxo sanguíneo sistêmico que recebem. 
Os medicamentos, ao chegarem na corrente sanguínea, vão para os órgãos que são melhores perfundidos, tem uma maior 
circulação (ex.: fígado, rim, cérebro). Nesses órgãos que têm maior circulação, dessa forma, além do fármaco chega mais 
rápido, eles vão receber uma maior concentração. Músculo e outras vísceras têm uma distribuição menor, quando 
comparado ao fígado, rim e cérebro. E, apenas em um terceiro momento, após um tempo mais elevado na circulação é que 
o fármaco chega no tecido adiposo, osso, pois eles são bem menos irrigados. 
Ordem: 1º o fármaco chega no fígado, rim e cérebro. 2º músculo e vísceras; 3º tecido adiposo, osso. 
 
• As moléculas de substância encontram-se habitualmente em solução livre e na forma ligada (em proteina); 
22 
Giovana Arrighi Ferrari 
Para o fármaco ser absorvido pela membrana celular por difusão lipídica, ele precisa ter afinidade por essa membrana. 
Desse modo, o fármaco tem que ser lipossolúvel. 
Para transportar moléculas lipídicas no sangue, a molécula se liga a proteína, para que aumente a sua polaridade. Desse 
modo, as moléculas lipídicas são carreadas por proteínas. As proteínas têm um caráter mais polar, devido ao grupamento 
amino (carga +) e o ácido (carga -). Do mesmo modo, o colesterol são transportados pro proteínas. 
• Substâncias/os fármacos que são ácidos fracos ou bases fracas encontram-se numa mistura de equilíbrio de forma com carga e sem 
carga, dependendo da posição do equilíbrio do pH. 
• Por conseguinte, o padrão de equilíbrio de distribuição entre os vários compartimentos irá depender dos seguintes fatores: 
permeabilidade através das barreiras de tecidos, ligação no interior dos compartimentos; partição do pH e partição lipídeo: água. 
O fármaco de desconecta da proteína e vai para sua forma livre em um padrão de equilíbrio. À medida que a fração de 
princípio ativo vai sendo consumido, a fração ligada a proteína vai sendo liberado aos poucos. Isso faz com que a duração 
do efeito do fármaco dure por mais tempo. 
Os fármacos são ácidos ou bases fracas, que podem estar ionizados, eles se ligam as proteínas para “neutralizar” a carga. 
A fração ativa do fármaco é a fração livre e não a fração ligada a proteínas. 
Fármaco que tem boa permeabilidade: fármacos lipossolúveis, com molécula menor, que não estiver ionizado, essas 
características fazem com que seja mais fácil penetrar pela membrana plasmática. 
A distribuição dos fármacos no organismo, não é feita ao acaso, o fármaco vai ter uma afinidade maior por algum tipo de 
tecido. Isso pode ser explicado ao recordar que o corpo humano, tem muito mais moléculas que a molécula do fármaco 
que é administrada. Desse modo, a distribuição deste no organismo, tem que ser direcionada para atuar em determinados 
tipos de receptores em determinado tecido e garantir o seu efeito biológico. 
Fatores que afetam a distribuição 
• Perfusão sanguínea: relacionado à vascularização de cada tecido - em órgãos de melhor perfusão sanguínea (cérebro, fígado, rins, 
coração) o fármaco chega e sai com mais facilidade. Órgãos com menor perfusão (pele, musculo esquelético, tecido adiposo) o 
fármaco chega e sai com menos facilidade. 
A perfusão está relacionada também com o débito cardíaco (quanto maior o débito cardíaco, maior a perfusão), 
vascularização do tecido. 
 
• Ligação às proteínas plasmáticas; 
• Propriedades físico-químicas da droga – hidro ou lipossolubilidade (afeta a distribuição e também a quantidade de fármaco ativo 
presente na circulação), peso molecular (apresenta relação inversamente proporcional com a velocidade de transferência da droga); 
• Afinidade por tecidos: Exemplos: digoxina (coração), CO (hemoglobina), chumbo (ossos). Alguns fármacos têm afinidade maior por 
alguns tipos de tecidos. 
• Permeabilidade à membrana: facilidade de o fármaco atravessar ou não a membrana plasmática. Fármacos lipossolúveis 
atravessam a membrana com maior facilidade. Fármacos hidrossolúveis não conseguem atravessar diretamente a membrana 
plasmática, por isso dependem de transportadores 
23 
Giovana Arrighi Ferrari 
• Barreiras: existem barreiras celulares que impedem certas moléculas de atingirem alguns órgãos importantes. Por exemplo a 
Barreira Hematoencefálica (BHE) e a barreira placentária. 
• Reservatório de fármacos: alguns fármacos lipossolúveis podem ficar armazenados no tecido adiposo. Esse fármaco, que estava 
armazenado vai sendo liberado - lentamente - para a corrente sanguínea, prolongando seu efeito. 
 
Perfusão sanguínea 
*Determina a quantidade máxima de droga/fármaco que pode ser distribuída por minuto para órgãos e tecidos específicos, para uma 
dada concentração plasmática. 
*Tecidos mais ou menos irrigados receberão diferentes quantidades da droga; também o tempo de permanência das drogas nos 
tecidos irá variar. 
*Volume/fluxo sanguíneo que determinado tecido ou órgão recebe do coração 
 
Os primeiros órgãos a receber o fármaco quando este chega na circulação é o cérebro, fígado e rim. Uma vez que eles tem uma maior 
perfusão, logo, uma maior distribuição. Todavia, o SNC recebe apenas os fármacos que ultrapassam a barreira hematoencefálica de 
forma eficiente. Esses fármacos precisam ser lipossolúveis e massa molecular pequena. Se o fármaco possuir essas características, 
ele vai diretamente para o SNC. 
1ª fase – maior perfusão e maior vascularização – cérebro, fígado e rim 
2ª fase – perfusão menor e volume tecidual maior- músculo e vísceras 
3ª fase – menor perfusão e irrigação – pele, tecido adiposo e osso – depende das características físico-químicas do fármaco, bem 
como o tempo de exposição para chegar nesses tecidos. 
 
Fatores anatômicos e fisiológicos 
A segunda fase também envolve uma parte maior de massa corporal que a inicial e geralmente responde pela maior parte do fármaco 
distribuído. 
A lipossolubilidade é um importante fator para a difusão do fármaco, para que ele consiga sair da corrente sanguínea e chegar no 
tecido que precisa ter o efeito farmacológico. 
O pH gradiente de pH entre líquido intra e extracelular (7,0 versus 7,4). 
O principal fator é a ligação do fármaco com proteínas plasmáticas. 
 
Ligação a proteínas plasmáticas 
No compartimento vascular, as moléculas dos fármacos existem sob duas formas: 
• Forma livre – forma ativa do fármaco. 
• Ligada a proteínas plasmáticas – vai promovendo a liberação do fármaco de forma gradual – fármacos ligados não exercem ação 
farmacológica. A ligação a proteínas plasmáticas e a liberação do fármaco par sua forma livre é um processo reversível. 
24 
Giovana Arrighi Ferrari 
 
As principais proteínas são: Albumina (fármacos ácidos são carreados pela albumina) e α1-glicoproteína ácida (fármacos básicos são 
carreados pela α1-glicoproteína ácida) – as duas proteínas são produzidas pelo fígado. Tem a função de carrear substâncias no corpo. 
Albumina é produzida pelo fígado e não é excretada pelo rim. A albumina é a principal proteína carreadorado corpo. 
*O grau de ligação proteica das proteínas pelo fármaco depende de: 
•Afinidade entre o fármaco pelas proteínas/locais de ligação – essa informação está na bula; 
•Concentração sanguínea do fármaco livre; 
•Concentração sanguínea das proteínas. 
Algumas situações patológicas podem influenciar na quantidade de proteínas na circulação e se tem menos 
proteína para o fármaco ligar, acarreta uma maior fração do fármaco livre e maior será o efeito do fármaco, 
consequentemente, maior a toxicidade. 
Ex.: tenho mil receptores para o fármaco X, mas para ter o efeito terapêutico, não é preciso que o fármaco se 
ligue em todos, pois o individuo pode sofrer intoxicação. Para o efeito terapêutico desejado, basta a ligação em 
alguns, como por exemplo, cem receptores tem que estar recebendo o fármaco e não os mil. 
Ex. concentração de albumina pode ser alterada por alguns estados. A albumina é produzida pelo fígado, mas não 
é eliminada pelo rim, que vai filtrar o plasma sanguíneo, mas não vai filtrar proteínas e nem células. Se o paciente 
tive alguma patologia que prejudique a produção de albumina pelo fígado, como cirrose, hepatite, vai diminuir a 
concentração da albumina e consequentemente, vai aumentar a fração livre do fármaco no sangue. Ou, se o 
paciente tive um problema renal, que fizer com que a albumina seja eliminada por essa via, diminuirá sua 
concentração no sangue e consequentemente, vai ter mais fármaco livre e ativo na corrente sanguínea. 
*Em casos de proteinúria persistente, vai diminuir a concentração de albumina circulante e, consequentemente, 
vai ter uma maior concentração do fármaco livre no sangue, podendo gerar um efeito tóxico. 
*Estado de desnutrição, também pode prejudicar a produção de albumina devido a carência de aminoácidos 
obtidos da dieta. 
*A α1-glicoproteína ácida é uma proteína de fase aguda. Ela é produzida principalmente em situações 
inflamatórias. Se o individuo tive alguma inflamação, vai aumentar a produção dessa proteína α1-glicoproteína 
ácida e, consequentemente, vai diminuir o efeito terapêutico, uma vez que uma maior concentração do ácido vai 
se ligar a essa proteína. 
Ex.: Lidocaína – anestésico local, que também pode ser utilizada como fármaco antiarrítmico, principalmente no 
processo pós-infarto. O infarto, gera morte celular, o que gera os DAMPs, ativa o sistema imunológico e gera 
inflamação. Desse modo, o fígado vai aumentar a síntese de proteínas de fase aguda, como a produção de α1-
glicoproteína ácida. Assim, a lidocaína vai se ligar a essa proteína, levando a uma diminuição do seu efeito, uma 
vez que ela não vai ter a concentração adequada na corrente sanguínea e sim ligada a proteína. 
 
Quando administramos um fármaco, ele vai ser carreado pela corrente sanguínea ligado a proteínas plasmáticas (ex. Albumina). No 
transporte de 50% do fármaco estará ligado às proteínas e 50% estará livre no plasma sanguíneo. O fármaco livre é o fármaco que 
consegue fazer efeito, uma vez que consegue atravessar o endotélio e chegar ao órgão alvo. Quando uma molécula livre sai do vaso 
sanguíneo, altera o equilíbrio 50%/50%, dessa forma uma molécula que estava ligada à proteína vai desligar para realizar a passagem, 
mantendo sempre uma proporção 50%/50%. Isso vai durar até que o fármaco seja excretado completamente. 
 
O que acontece quando se associa 2 fármacos e um desse fármacos apresenta maior afinidade pela albumina? No exemplo abaixo, 
o fármaco amarelo tem maior afinidade pela albumina. Dessa forma, o fármaco verde está livre em maior quantidade na corrente 
sanguínea. Assim, o fármaco verde exercerá um efeito mais pronunciado do que se fosse administrado sozinho. Se um fármaco com 
janela terapêutica estreita devemos tomar cuidado com as interações medicamentosas. Por exemplo, a varfarina tem janela 
terapêutica estreita e diclofenaco não. Dessa forma, a varfarina estará mais livre no plasma tendo seu efeito pronunciado. 
*Ligações não específicas – competição entre os fármacos gera interações medicamentoras. 
Ex.: a fenilbutazona (AINE) desloca a varfarina dos sítios de ligação na albumina, desse modo, a varfarina vai ficar mais livre na 
circulação, o que gera um maior risco de sangramento, uma vez que a varfarina é um anticoagulante. O efeito farmacológico 
25 
Giovana Arrighi Ferrari 
considera a fração livre do fármaco. Para ter o efeito da varfarina é necessário apenas 1% do fármaco livre na circulação, assim, ao 
ser deslocado, vai aumentar essa porcentagem e gerar efeito adverso – interação medicamentosa. 
Em indivíduos que não tem acometimento hepático (essa hepatopatia pode ser induzida por medicamento ou não) ou renal, essa 
condição é mais rara, pois temos uma grande quantidade de proteína no distribuída no organismo. Além disso, a albumina tem 4 
sítios de ligação, sendo mais difícil de saturá-la. 
 
*Contribui para as diferenças nas concentrações das drogas em diferentes compartimentos corporais – o fármaco, que é uma 
molécula pequena, está ligado a uma proteína grande. Dessa forma, ligado as proteínas, o fármaco não consegue passar pela 
membranas e nem passar pelo fígado ou ser filtrado pelo rim. 
A maior parte dos fármacos não é liberado via filtração e sim via secreção tubular. O 
*A ligação a proteínas impede a ação do fármaco e geralmente limita o transporte e o metabolismo do mesmo. 
*Geralmente não limita a secreção tubular renal e a biotransformação. 
*Em baixas concentrações de fármaco, a parte ligada é proporcional à concentração nos locais de ligação e à constante de 
dissociação. 
A ligação do fármaco a proteína vai sendo desfeita a partir de uma constante de dissociação e depende da concentração 
do fármaco no organismo. O fármaco, mesmo ligado a proteína, tem maior afinidade ao seu receptor, desse modo, se o 
receptor estiver disponível, ele vai se desligar da proteína e se ligar ao receptor. 
*Em altas concentrações de fármaco, a parte ligada é proporcional ao número de locais de ligação e à concentração do fármaco. 
*A ligação plasmática é um processo saturável e não-linear. 
 
*A extensão da ligação plasmática (proteínas) também podem ser alterada por fatores relacionados com a doença. 
*Hipoalbuminemia secundária a doença hepática grave ou a síndrome nefrótica levam à diminuição da ligação e o aumento da fração 
livre. 
Albumina é produzida no fígado, desse modo, se o fígado está doente, não há produção suficiente de albumina, logo o 
fármaco fica mais livre. Além disso, a albumina normalmente não é eliminada via filtração glomerular no rim, mas se o rim 
estiver com alguma patologia, pode permitir essa eliminação e consequentemente diminuirá a concentração de albumina 
na corrente sanguínea e aumentará a fração do fármaco livre na corrente sanguínea. 
*Afecções que levam a uma resposta de reação de fase aguda (câncer, artrite, infarto do miocárdio) levam a altos níveis de α1- 
glicoproteína ácida e aumento da ligação de fármacos básicos. 
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Giovana Arrighi Ferrari 
O fármaco: 
*Em sua forma livre → farmacologicamente ativa, pois e capaz de atravessar 
membranas biológicas e atingir os receptores-alvo. 
*Ligada as proteínas plasmáticas → farmacologicamente inativa → não pode 
sair da circulação sanguínea sem antes se “desligar” da albumina ou de outras 
proteínas do plasma 
 
 
Consequência da ligação às proteínas 
Limita a concentração dos fármacos nos tecidos e no local de ação; 
Retarda a eliminação dos fármacos; 
Ligação não específica – competição dos fármacos no sítio de ligação – interações medicamentosas. 
 
 
 
*O fármaco com pouca afinidade pela albumina, tem um efeito mais pronunciado em um primeiro momento, mas ele é de menor 
duração. Isso ocorre, pois, o fármaco passa mais facilmente pela membrana, chega no tecido alvo, pode ser secretado por filtração 
mais facilmente. Para ter o efeito farmacológico necessário, é preciso administrar mais doses diárias. 
*Já o fármaco com maior afinidade, oefeito é menor em um primeiro momento, mas é mais prolongado, uma vez que vai ficar a 
circulação mais tempo. Efeito mais duradouro e, muitas vezes, mais benéfico. Dependendo do medicamento, basta uma dose diária 
para ter o efeito farmacológico necessário. 
 
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Giovana Arrighi Ferrari 
Barreira 
Barreira hematoencefálica 
• Função → proteger o sistema nervoso central (SNC) de substâncias “estranhas”. 
• Fármacos apolares e com pequena massa (e tamanho) molecular podem rapidamente atingir os tecidos encefálicos, enquanto 
drogas polares, ionizadas e de grande massa molecular (e tamanho) tendem a ser impedidas. 
Em estados de inflamação (gera vasodilatação – ex. meningite) ou trauma ou alguma lesão, faz com que moléculas mais polares ou 
maiores consigam penetrar no SNC, pois rompem a sua integridade da barreira hematoencefálica, aumentando a permeabilidade do 
fármaco. Meningite gera uma vaso dilatação no SNC, fazendo com que fármacos que não tivessem como atravessar a barreira, agora 
tenha. A penicilina não tem penetração no SNC, mas em casos de meningite, ela consegue ultrapassar a barreira e terá penetração. 
 
A barreira consiste em uma camada contínua de células endoteliais unidas por junções de oclusão e cercadas por pericitos. 
Consequentemente, o cérebro é inacessível para a maioria dos fármacos, incluindo muitos antineoplásicos e alguns antibióticos como 
os aminoglicosídeos, cuja lipossolubilidade é insuficiente para possibilitar sua passagem pela barreira hematoencefálica. Entretanto, 
a inflamação pode romper a integridade dessa barreira, possibilitando a entrada no cérebro de substâncias que não costumam 
atravessá-la. Consequentemente, a penicilina pode ser dada pela via intravenosa (em vez da via intratecal) para o tratamento da 
meningite bacteriana (que é acompanhada de intensa inflamação). 
Células endoteliais unidas entre si por zônulas de oclusão (células justapostas) e cobertas por um involucro celular (camada de 
astrócitos). 
 
Placenta 
Está perdendo a denominação de barreira, uma vez que é o fármaco da circulação materna chega até a circulação fetal, porém, chega 
com atraso de aproximadamente 1 minutos. Desse modo, farmacoterapia em gestantes é difícil, pois pode gerar efeitos no bebê e 
no seu desenvolvimento. 
• Conjunto de tecidos localizados entre a circulação materna e a fetal. 
• Apenas retarda a passagem de drogas da circulação da mãe para o feto. A maioria das substâncias que está na circulação fetal, 
atinge a circulação fetal 
• Os requisitos para a travessia: lipossolubilidade maior, não polaridade e pequena massa molecular. 
• Substâncias como antibióticos, anestésicos, álcool etílico e certas drogas ilícitas podem atravessar a barreira placentária e gerar 
efeito no desenvolvimento fetal. 
 
Volume de distribuição 
O volume de distribuição aparente, Vd, é o volume de líquido necessário para conter todo o fármaco do organismo na mesma 
concentração mensurada no plasma. 
O fármaco que tem volume de distribuição pequeno, fica mais retido no endotélio vascular. Fármaco com alto volume de distribuição, 
é mais amplamente distribuídos nos tecidos. 
*Vd pequeno → captação pelos tecidos limitada – volume retido no tecido endotelial. Características: se liga muito a proteína 
plasmática, alto peso molecular, é mais polar. Essas características faz com que o fármaco fique mais retido no endotélio vascular. 
*Vd grande → ampla distribuição nos tecidos → fármacos lipofílicos - captação tecidual extensa. Características: fármaco com baixo 
peso molecular, mais lipossolúvel, menor ligação em proteína plasmática. Essas características faz com que o fármaco se distribuam 
mais pelos tecidos. 
Quanto maior o Vd, haverá mais fármaco nos tecidos e vice-versa. 
*Drogas lipossolúveis possuem um alto volume aparente, pois atravessam facilmente a membrana, se concentrando nos tecidos. 
*Drogas ligadas ou hidrossolúveis, possuem um baixo volume aparente, uma vez que ficam mais concentradas na corrente sanguínea 
e passam pela membrana com mais dificuldade. 
 
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Giovana Arrighi Ferrari 
A proporção de fármaco captada pelo corpo como um todo é maior quando o fármaco se distribui amplamente pelos tecidos 
corporais. Por conseguinte, o volume de distribuição é relativamente baixo para fármacos que são principalmente retidos no 
compartimento vascular e relativamente alto para aqueles que sofrem ampla distribuição no músculo, tecido adiposo e outros 
compartimentos não-vasculares. 
Com efeito, para fármacos cuja distribuição é acentuadamente alta, o volume de distribuição é, com frequência, muito maior do que 
o volume de água corporal total, refletindo as baixas concentrações do fármaco no compartimento vascular, no estado de equilíbrio 
dinâmico. 
 
É importante evitar a identificação, de modo muito rígido, de uma determinada faixa de Vd com um determinado compartimento 
anatômico. Os fármacos podem atuar em concentrações muito baixas no compartimento específico que dá acesso aos seus 
receptores. Por exemplo, a insulina tem um Vd semelhante ao volume da água plasmática, mas exerce seu efeito no músculo, tecido 
adiposo e fígado por meio de receptores que são expostos ao líquido intersticial, e não ao plasma. 
 
Distribuição no compartimento aquoso do organismo. 
• Logo que o fármaco entra no organismo, ele tem o potencial de distribuir-se em: 
Compartimento plasmático. 
• Se um fármaco apresenta massa molecular muito elevada ou se liga extensamente às proteínas plasmáticas → se distribui em um 
volume (o plasma) que é cerca de 6% da massa corporal ou, em uma pessoa com 70 kg, cerca de 4 L de líquido (exemplo: heparina - 
anticoagulante). Nesse caso, o volume de distribuição é pequeno, se distribui pouco nos tecidos. 
Líquido extracelular 
• Se um fármaco apresenta baixa massa molecular, mas é hidrofílico → não se movem através das membranas celulares lipídicas 
para entrar na fase aquosa do interior da célula, mas podem passar por receptor ou proteína de membrana → se distribuem em um 
volume que é a soma da água plasmática e da água intersticial, as quais, juntas, constituem o líquido extracelular. Isso corresponde 
a cerca de 20% da massa corporal ou cerca de 14 L em uma pessoa com 70 kg (exemplo: aminoglicosídeos). O volume de distribuição 
é um pouco maior em relação ao primeiro. 
Água corporal total. 
• Se um fármaco apresenta baixa massa molecular e é hidrofóbico → se distribui para o interstício e para o líquido intracelular através 
das membranas celulares → se distribui em um volume de cerca de 60% da massa corporal ou cerca de 42 L em uma pessoa com 70 
kg (exemplo: etanol – peso molecular pequeno, lipofílico). Possui um alto volume de distribuição. Tempo de meia vida maior. 
 
O fármaco que tem maior tendencia de penetrar no SNC, é o que tem maior volume de distribuição, menor peso molecular e mais 
hidrofóbico. O fármaco que tende a ter uma meia vida maior, que tem maior tempo de duração é o mais lipofílico, que tem maior 
volume de distribuição. 
 
Os principais compartimentos de distribuição são: 
– plasma (5% do peso corporal); líquido intersticial (16%); líquido intracelular (35%); líquido transcelular (2%); gordura (20%) 
 
• O volume de distribuição (Vd) é definido como o volume que poderia conter todo o conteúdo corporal do fármaco em uma 
concentração igual à do plasma. 
• Fármacos que não são lipossolúveis ficam confinados principalmente no plasma e no líquido intersticial; a maioria não penetra no 
cérebro após uma dose aguda. 
• Os fármacos lipossolúveis chegam a todos os compartimentos, podendo acumular-se na gordura. 
• Para os fármacos que se acumulam fora do plasma (p. ex., na gordura ou ligados nos tecidos), o Vd pode exceder o volume corporal 
total. 
 
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Giovana Arrighi Ferrari 
O volume de distribuição é importante para o tempo de meia vida – que é o tempo gasto para que a concentração plasmática de um 
fármaco no organismo se reduza a metade.Desse modo, quando o Vd for alto, o tempo de meia vida também é alto. 
*Vd alto = aumenta o tempo de meia vida – fármaco mais nos tecidos, demora mais tempo para sair do organismo. Se está na 
corrente sanguínea (Vd baixo), ele é eliminado mais rapidamente. 
 
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Giovana Arrighi Ferrari 
Metabolismo e eliminação dos fármacos 
O processo de metabolização e eliminação são vistos juntos, pois o processo de eliminação do organismo, muitas vezes envolve o 
processo de metabolização. Para o corpo conseguir eliminar a substância, ela precisa ter passado pelo processo de metabolização. 
Eliminação 
O fármaco pode ser liberado de forma inalterada ou ter que passar pelo processo de metabolismo. 
 
A eliminação pode ocorrer por dois processos: 
*Metabolismo: Conversão enzimática de uma substância em outar dentro do organismo; Objetivo da metabolização é converter a 
substância em substâncias mais polares ou hidrossolúveis para serem mais fáceis de serem eliminadas. Os fármacos mais 
lipossolúveis não são eliminados até que eles sejam metabolizados e convertidos em compostos mais polares. 
Biodisponibilidade – dose administrada de um fármaco que atinge a circulação sistêmica. 
Biotransformação – Classicamente, para inativar o fármaco (lipofílico em polar hidrofílico) facilitando a excreção. 
Fase I – fármaco Lipofílico (quanto mais lipofílico mais facilmente é absorvido, se for menos lipofílico, vai ser 
menos absorvido e auxiliar a excreção) vai ser convertido em fármaco polar ou hidrofílico – CYP450 e os 
mecanismo são: Redução, oxidação ou hidrólise. 
Fase II – é útil e utilizada quando a fase I não é o suficiente; Característica: Reações de conjugação (conjuga a 
molécula do fármaco para ajudar na excreção); Reação mais comum e importante: glicuronidação (ácido 
glicurônico – adiciona esse ácido a molécula do fármaco e ele vai ser mais facilmente excretado). 
Os que possuem o grupo funcional OH, NH2 ou COOH, podem ir direto para a fase II. 
*Eliminação: saída do fármaco do organismo (quimicamente inalterado ou através de seus metabólitos – o que define é a 
característica físico-química da molécula) ou reabsorção do fármaco. 
Clerence ou depuração – quantidade de fármaco depurada do organismo por unidade de tempo. 
Filtração glomerular: pH e lipossolubilidade não influenciam a passagem; passagem do fármaco livre. 
Secreção tubular proximal: tudo que não foi filtrado anteriormente; baixa especificidade; pode ocorrer 
competição por transporte. 
Reabsorção tubular distal: reabsorção passiva de fármaco não ionizado (não se tornou hidrossolúvel), é 
lipossolúvel. Ex.: pH da urina pode evitar a reabsorção dos fármacos (como: fenobarbital + bicarbonato = alcaliniza 
a urina = ioniza) 
 
*Principais vias de eliminação das quais as substâncias e seus metabólitos são removidos do corpo são: 
Os rins (o rim é o órgão principal e mais importante para o processo de excreção dos fármacos e seus metabólitos e a substância tem 
que ter polaridade suficiente para permitir essa eliminação); 
Sistema hepatobiliar (substâncias mais lipossolúveis e que tem um metabolismo mais difícil – a bile tem função de emulsificar os 
componentes lipídicos da dieta, para que sejam absorvidos e alguns compostos mais lipossolúveis podem ser eliminados com a bile 
– é uma via que não faz uma eliminação significativa, pois a maioria das substâncias serão reabsorvidas); 
Pulmões (importantes para anestésicos voláteis/gasosos) – substâncias mais lipossolúveis tem afinidade de eliminação pelo pulmão. 
Compostos gasosos são mais lipossolúveis e, desse modo, tem afinidade com membranas biológicas e possibilitam a sua utilização 
como anestésicos e facilmente eliminados por via pulmonar. 
Com exceção do pulmão, os órgãos excretores eliminam mais facilmente substâncias polares do que substâncias apolares. 
Há também outras vias de eliminação – secreções, suor, leite materno – todas as secreções corporais servem de via de eliminação 
de substâncias. A principal diferença é que por essas vias, não conseguimos definir a quantidade de substância está sendo eliminada. 
A eliminação via leite materno é de extrema importância e faz com que vários medicamentos não possam ser administrados 
em mulheres que amamentam. 
 
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Giovana Arrighi Ferrari 
•O metabolismo das substâncias ocorre predominantemente no fígado, sobretudo sobre o sistema do citocromo P450 (CYP) – 
conjunto de enzimas hepáticas. 
A característica lipofílica do fármaco é importante para que ele tenha absorção, distribuição e penetração do órgão. Mas é 
exatamente essa característica que dificulta a sua eliminação no organismo. 
A excreção renal é a principal via e ela elimina substâncias mais polares. Os agentes mais lipofílicos, mesmo que sejam 
filtrados nos glomérulos, seriam reabsorvidos. Desse modo, o metabolismos dos fármacos e de outros compostos, como os 
xenobióticos, são feitos com o intuito de transformar essas substâncias em substâncias mais hidrofílicas e mais polares, 
para que elas sejam eliminadas do organismo. 
O metabolismo, além de transformar a substância em um composto mais polar, ele pode acabar com a atividade biológica 
da substância. O metabolismo pode gerar metabólitos inativos, que são substâncias mais polares e, consequentemente, 
mais fácil de serem eliminadas. NÃO É SEMPRE QUE ACONTECE. 
Esse metabolismo acontece primariamente no fígado por um conjunto de enzimas hepáticas, uma família de enzimas: 
família do citocromo P450. 
•Algumas enzimas P450 são extra-hepáticas e desempenham um importante papel em diversas vias de síntese. 
O sistema de metabolismo não é desenvolvido para fármacos, é uma coisa endógena. O metabolismo é feito para 
metabolizar os compostos endógenos, que nós produzimos, ex. a bilirrubina (substância altamente lipossolúvel). O fármaco, 
substância exógena, se utiliza dessa via metabólica. 
Tem importâncias no metabolismo de algumas substâncias exógenas. 
 
Biotransformação (Metabolização) 
Mecanismos enzimáticos complexos (metabolismo) que tem como objetivo inativar compostos endógenos ativos (hormônios, 
enzimas, neurotransmissores, etc.) e eliminar substâncias estranhas ao organismo (xenobióticos: fármaco, venenos, pesticidas). 
Objetivo da biotransformação: Transformação biológica da molécula com o objetivo de eliminação da substância do corpo. O produto 
desse metabolismo pode ser compostos inativos ou ativos. 
 
 
É qualquer alteração que ocorra na estrutura do fármaco dentro do organismo. Quando o fármaco sofre alguma reação no organismo, 
falamos que ele foi biotransformado. Isso ocorre com quase todos os fármacos. O objetivo maior é facilitar a excreção desse fármaco. 
Para isso, as reações que acontecem na molécula possuem a intenção de torná-lo mais hidrossolúvel. Em certos casos, a 
biotransformação pode alterar a molécula de determinados fármacos, ativando-os. A biotransformação acontece, principalmente, 
no fígado. Pode acontecer também no intestino, pulmões e rins. 
Consequências: geralmente, ocorre facilitação da excreção. Alterações na atividade do fármaco (que podem ocorrer ou não). 
 
*Local de maior absorção dos fármacos é intestino, onde tem a circulação entero-hepática, fazendo com que a substância caia 
diretamente no sistema porta e vai para o fígado, local em que vai ser metabolizada. Esse metabolismo pode inativar a substância 
do ponto de vista biológico, o que vai diminuir a biodisponibilidade, uma vez que a biodisponibilidade determina a quantidade de 
fármaco ativo que chega à circulação. Se a molécula for muito metabolizada, ela pode perder essa atividade biológica e diminuindo 
a sua biodisponibilidade. 
Tendo em vista que alguns fármacos poderiam ser inativados ao serem metabolizados, diminuindo significativamente a sua 
biodisponibilidade, a indústria farmacêutica lançou os PRÓ-FÁRMACOS. 
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Giovana Arrighi Ferrari 
*Pró-fármacos – são substâncias que precisam passar pelo metabolismo hepático para se tornar

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