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( 7 )CIÊNCIAS 2o Semestre Exemplar do Professor Ensino Fundamental II Organizador: Mackenzie Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pelo Mackenzie ( ANO ) Mackenzie Educacional VOLUME 179 Elaboração de originais Alessandra Souza Santos Beatriz Mais Souza Lia Chaer Direção editorial Débora Bueno Muniz Oliveira Coordenação editorial e pedagógica Mônica Cotrin Huertas Noemih Sá Oliveira Edição de texto e revisão pedagógica Alessandra Souza Santos Bianca Alsina Moreira Patricia Giampaoli Simei Martins Lima Sales Conselho editorial André Henrique Fernandes Scordamaglio Filipe Costa Fontes Mauro Fernando Meister Projeto gráfico Arte Ação Edição de arte Tiago Alves Tepassé Diagramação e arte-final Arte Ação Imagens de capa Shutterstock.com Ilustração de capa Mariana Coan Ilustrações de miolo Estúdio Felix Reiners Ltda. Pesquisa iconográfica Tiago Alves Tepassé Revisão Eliete Macruz ( S237v Santos, Alessandra Souza. Viver : conhecimento e sabedoria : Ensino fundamental II : Ciências – 7 o ano : 2 o semestre : Exemplar do Professor / Alessandra Souza Santos, Beatriz Mais Souza, Lia Chaer ; organizador: Instituto Presbiteriano Mackenzie. – São Paulo : Ed. Mackenzie, 2016. 296 p. : il. ; 28 cm. – (Sistema Mackenzie de Ensino ; v. 179) Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pelo Mackenzie. ISBN 978-85-8293-492-0 1. Ensino Fundamental – 7 o ano. 2. Ciências. I. Souza, Beatriz Mais. II. Chaer, Lia. III. Instituto Presbiteriano Mackenzie. IV. Título. V. Série. CDD 372.3 )Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) A equipe do Mackenzie Educacional empenha-se para apresentar este material em conformidade com os mais altos padrões acadêmicos e editoriais. Em caso de dúvidas conceituais e questões relativas a tipografia e edição, a equipe encontra-se à disposição para a verificação e posterior correção do que for validado. Solicitamos que todos os apontamentos relativos a estes casos sejam enviados ao ME por e-mail (mackenzie.educacional@mackenzie.br) ou por carta endereçada ao Mackenzie Educacional – Dúvidas, Rua Itacolomi, 412, Higienópolis, São Paulo, SP. O Mackenzie Educacional não se responsabiliza pelo uso não autorizado desta publicação e se isenta de qualquer uso indevido do material didático, que desrespeite a legislação pertinente. Produção, impressão, acabamento e distribuição Rua da Consolação, 896 – Consolação São Paulo – SP CEP 01302-907 Todos os direitos reservados ao Mackenzie. Proibida a reprodução parcial ou total, inclusive de ilustrações e fotos. ( Prefácio )“Se você olhar a natureza profundamente, você conseguirá ver todo o resto muito melhor.” Albert Eistein, cientista alemão ( A )primeira página de um livro tem um nome especial: é a capa. Em um livro, todas as páginas são pensadas para dialogar com você. Isso significa que até a capa já lhe traz informações. Observe: Vamos acompanhar você durante todo o Fundamental II. Esse é o segundo ano da coleção para esse segmento. Você já percebeu que faz parte de um mundo preparado para abrigar a vida: é um mundo com água, com ar, com solo, com energia, e tantos outros elementos. Mas e a vida que todos elementos favorecem? Será que é só a sua vida? Nesse livro você investigará as várias formas de vida que existem em nosso planeta e será levado a pensar como cada uma delas também favorece a existência de vida como um todo. ( 4 ) ( 3 ) Essa coleção foi criada na defesa do desenvolvimento de quatro saberes: Ser Fazer Conhecer e Conviver. Com esses saberes acreditamos que uma pessoa consegue conciliar conhecimento e sabedoria em sua vida. Aqui você pode ver quem somos: a Equipe ME. ( Organização do livro ) Um livro tem uma forma de ser organizado. Conhecer essa organização lhe ajudará a lê-lo melhor! Nesse livro que você tem em mãos... Nosso tema geral será dividido em quatro subtemas relacionados: eles corresponderão às quatro unidades. O tema de cada unidade será dividido em três assuntos específicos: um para cada capítulo. No capítulo, conforme formos abordando o tema, você entrará em contato com vários conceitos específicos da disciplina que lhe ajudarão a pensar nesse tema. Sempre que você for apresentado a um conceito, haverá algumas questões para que você possa observá-lo ou colocá-lo em prática. Essas questões podem vir em forma de box ou seções. O box aparece em qualquer lugar de uma página. A seção sempre ocupa uma ou mais páginas inteiras. Elas são caracterizadas por uma tarja colorida no alto da página. Você terá boxes ao longo do livro que lhe convidarão a pensar no tema em discus- são no capítulo: ( PESQUISA ) ( Dica ) ( Saiba mais ) Fazendo pesquisas. ( Glossário ) Explicando as palavras novas relacionadas aos conteúdos. Vendo filmes, lendo livros ou visitando sites. ( Vamos fazer ) Exercitando ou dando sua opinião sobre o conteúdo estudado. Inteirando-se de curiosidades. ( Para lembrar! ) Relembrando conceitos. ( Experiência ) ( Agora reflita: ) Fazendo experiências. Refletindo. E terá também seções que discutirão como o tema em estudo… ... é registrado. ... tem a ver com o cotidiano. ... ajuda a estudar cientificamente o mundo. ... se relaciona com a arte. Por fim, quando aca- bar uma unidade, você sempre terá um resumo de to- dos os conceitos que aprendeu em uma seção assim: Como será um resumo que você só terá depois de responder às questões, essa seção recebeu o nome de Saber em Ação. Mas, além de um resumo dos conceitos, você pre- cisa chegar a uma con- clusão sobre o tema, não é mesmo? Por isso, você terá um momento para refletir sobre tudo o que aprendeu e registrar as conclusões a que chegou. Faremos isso na seção Refletindo. E se você precisar de materiais complementares durante a discussão dessas ideias, alguns deles estão disponíveis no fim de seu livro, no Material de Apoio. Agora, o que nós lhe desejamos é uma boa jornada de estudo! Equipe ME ( Sumário ) Unidade 3 Os invertebrados, os peixes e os anfíbios Captulo 1 Invertebrados: na terra, na água ou parasitas Os invertebrados 11 Poríferos 11 Reprodução 13 Função ecológica e utilidades 13 Cnidários 15 Reprodução 17 Função ecológica 19 Platelmintos 21 Planárias 22 Tênias 22 Esquistossomos 25 Nematelmintos 26 Ancilóstomos 27 Lombrigas 28 Oxiúros 28 Filárias 29 Anelídeos 30 Minhocas 31 Poliquetas 32 Hirudíneos 33 Moluscos 34 Gastrópodes 35 Cefalópodes 36 Lamelibrânquios 38 Equinodermos 40 Ciência em ação: Sanguessugas terapêuticas 44 Vendo um mundo melhor: Mariscos e ostras como fonte de renda sustentável 46 Como evitar as verminoses 48 Ciência e arte: Jeca Tatu e as verminoses da época 50 Captulo z Reino animal – Invertebrados II Artrópodes 52 Insetos 53 Características de um inseto 54 Reprodução 56 Aracnídeos 59 Escorpiões 60 Aranhas 61 Ácaros 63 Crustáceos 65 Reprodução 66 Miriápodes 68 Reprodução 69 Função ecológica e utilidades dos artrópodes 71 Ciência em ação: As drosófilas e os avanços da genética 77 Ciência e cotidiano: Ácaros, alergias e acne 79 Captulo 3 Cordados I Protocordados 80 Vendo um mundo melhor: Ascídias que comem seus próprios cérebros 83 Vertebrados 84 Os peixes 85 Ciclóstomos: os peixes mais simples 85 Chondrichthyes: peixes cartilaginosos 86 Osteichthyes: peixes ósseos 89 Anfíbios 96 Respiração 96 Reprodução 97 A diversidade dos anfíbios 97 Ciência e cotidiano: A piracema 103 Ciência em ação: Anfíbios e bromélias 105 Saber em ação 106 Refletindo 115 Unidade 4 Os vertebrados e a vida no meio terrestre Captulo 1 Reino Animal – Cordados II Répteis 119 A pele e a respiração dos répteis 119 Reprodução e excreção dos répteis 120 A variedade dos répteis 122 Quelônios 124 Escamados 125 Crocodilianos 128 Ciência em ação: Você sabe como é produzido o soro antiofídico? 131 Aves 133 Algumas características relacionadas ao voo 135Bicos, pés e alimentação: relacionados com o ambiente 139 A respiração e a circulação das aves 144 A reprodução das aves 145 Ciência e cotidiano: A biopirataria e o perigo da extinção de espécies 149 Ciência e arte: Passaredo 152 Captulo z Reino Animal –Mamíferos A diversidade dos mamíferos 155 Monotremados e Marsupiais 155 Placentários 157 A diversidade dos placentários 158 Quirópteros 161 Outros placentários 162 Vendo um mundo melhor: Peixes-bois em perigo 166 Glândulas mamárias, sudoríparas e sebáceas 167 Ciência e cotidiano: Mamíferos: o cuidado com os filhotes 169 Funções vitais e percepção do ambiente . 170 A respiração dos mamíferos 170 A alimentação dos mamíferos 171 Mamíferos herbívoros 171 Mamíferos carnívoros 173 Mamíferos onívoros 173 Os sentidos e a vida biológica dos mamíferos 175 Quem comanda o corpo? 176 Ciência em ação: Vítimas de derrame são tratadas com saliva de morcego na Grã-Bretanha 181 Captulo 3 Relações entre os seres humanos e outros seres vivos Seres humanos e plantas 183 As plantas na nossa alimentação 184 A importância dos cereais 184 A importância das verduras e dos legumes 184 A importância das frutas 184 As plantas medicinais 186 As plantas também podem ser tóxicas 188 As plantas e seus usos 191 As plantas na indústria de cosméticos 191 As plantas e os ambientes urbanos 191 Vendo um mundo melhor: A importância da Política Nacional de Plantas Medicinais e Práticas Complementares 193 Ciência e cotidiano: Cuidado com as plantas venenosas 195 Seres humanos e animais 197 Acidentes com animais 198 Acidentes com peixes 198 Acidentes com aranhas 199 Ciência em ação: Você sabe como se produz o soro antiaracnídico? 204 Saber em ação 206 Refletindo 210 Material de Apoio 217 ( 3 ) ( Os invertebrados, os peixes e os anfíbios ) ( 8 )IMAGENS: SHUTTERSTOCK.COM MONTAGEM: ADRIANO AGUINA Unidade “O belo é uma manifestação de leis secretas da natureza, que, se não se revelassem a nós por meio do belo, permaneceriam eternamente ocultas.” Goethe, escritor ( O )Reino Animal desperta muito o nos- so interesse. Quem não gosta de saber como vivem os bichos, de que se alimen- tam ou como se reproduzem? Quem nunca parou para pensar quantos deles existem e quais os mais numerosos? Nesta Unida- de algumas dessas perguntas começarão a ser respondidas, e você perceberá a beleza que existe em cada forma de vida e como é importante a sua preservação. Você sabe dizer qual é o grupo de animais que apresenta a maior va- riedade de espécies? Qual desses grupos de animais você acredita que exista em maior nú- mero no planeta? Por quê? Em sua opinião, com quais desses animais os seres humanos estão em contato com mais frequência? Com certeza você conhece muitos vertebrados e sabe como eles se defendem de predadores. Mas e os invertebrados? Você sabia que eles também possuem mecanismos de defesa supereficientes? 9 ( 100 ) ( 101 ) Capítulo 1 Inverterados: na terra, na ua ou parasitas Além dos seres vivos que fazem parte do Reino Monera, do Reino Protista, do Reino Fungi e do Reino Vegetal, vamos conhecer a partir de agora aqueles que são classificados no Reino Animal. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os animais não se caracterizam unicamente pelo tipo de locomoção, pela diferença entre macho e fêmea ou por terem sistemas complexos para desempenhar suas funções vitais. Os animais se caracterizam por serem pluricelulares, eucariontes e heterotróficos. Isso significa que eles são formados por muitas células; células que possuem o material genético envolto por uma membrana nuclear; além disso, os animais não produzem seu pró- prio alimento, por isso precisam buscá-lo. Este reino se divide em dois grupos: o dos animais vertebrados e o dos invertebrados. Observe as imagens a seguir: Invertebrados ( Lagostim-azul Medusa Minhocas Borboleta Planária H C Aranha R I T ) ( T ) ( H )Coral ( Estrela-do-mar C )Esponja ( G )Anêmona ( Glossário Invertebrados – são seres vi- vos que não possuem coluna vertebral. )Lacraia Lesma do mar ( H )Rã-verde Vertebrados ( T )Tartaruga gigante Araras-vermelhas Piranha Leão-marinho ( U ) ( T )Ser humano ( Glossário Vertebrados – são seres vi- vos que possuem coluna ver- tebral segmentada e crânio que protege o cérebro. ) Os invertebrados Os animais invertebrados, pelos quais começaremos nosso estudo sobre o Reino Animal, englobam nada menos que 95% de todas as espécies animais que existem. São encontrados nos mais diversos ambientes aquáticos e terrestres, além de exis- tirem espécies parasitas. Os invertebrados se dividem em 8 filos: poríferos, cnidários, platelmintos, nema- telmintos, anelídeos, moluscos, equinodermos e artrópodes. ( A complexidade dos invertebrados Os invertebrados, assim como os demais seres vivos, são organizados de acordo com caracterís- ticas de similaridade. Os organismos que possuem maior quantidade de atributos semelhantes são separados em determinados grupos. Dessa forma, temos grupos de animais mais simples e grupos mais complexos, assim diferenciados em relação à quantidade de estruturas físicas. Na teoria evolutiva os indivíduos mais simples são considerados mais primitivos e os mais com- plexos são mais evoluídos. ) Poríferos Em termos de estrutura corporal, os poríferos são os animais mais simples. Eles não possuem tecidos diferenciados, células sensoriais e sistema nervoso ou órgãos com funções específicas. Não podem se locomover. Podem ser monoicos (hermafro- ditas) ou dioicos (sexos separados). O termo porífero significa “poro” ou “corpo formado por poros”, pequenas aber- turas que fazem a comunicação da parte interna com a parte externa do animal. ( LAURAD/SHUTTERSTOCK.COM ) ( DIVE-HIVE/SHUTTERSTOCK.COM )As esponjas são representantes do Filo Porífera. ( DENNIS SABO.SHUTTERSTOCK.COM )O corpo das esponjas é revestido por muitas células com poros, por onde a água, o oxigênio e as partículas de ali- mento entram. Elas têm a forma de um vaso, cuja cavidade central é chamada átrio, que se abre para o meio externo por uma abertura chamada ósculo. O átrio é revestido por células chamadas coanócitos, especializadas em manter a corrente contínua de água no corpo do animal e capturar o alimento. Os coanócitos possuem um flagelo envolto por uma estrutura que lembra um co- larinho de camisa e, por isso, são também conhecidos como “células de colarinho”. As substâncias orgânicas e bactérias capturadas pelos flagelos são levadas para a digestão dentro da célula ou para os amebócitos, que farão a digestão do alimento no mesênquima, espaço que fica entre a face externa e a face interna das esponjas. No mesênquima existe uma substância gelatinosa onde se encontram mergulha- das as espículas. Essas estruturas semelhantes a espinhos são formadas por calcário ou sílica, o mesmo mine- ral que compõe a areia da praia. Como as esponjas são invertebradas, seu corpo se mantém no for- mato de um vaso, graças à existência das espículas. Enquanto a água cir- cula no corpo das espon- jas (entrando pelos poros e saindo pelo ósculo) são retidas algumas substân- cias da água. Por isso, podemos considerá-las animais filtradores. Reprodução Os poríferos podem se reproduzir de maneira sexuada (através de gametas) ou assexuada (sem o envolvimento de gametas). Na reprodução sexuada, cada esponja produz gametas femininos e masculi- nos. Os gametas femininos (óvulos) são mantidos no interior do corpo do animal, e os masculinos, após amadurecidos, são lançados no átrio onde circula a água, dali sendo levados para longe pelas correntes. Quando a água que contém os gametas masculinos entra pelos poros de outra esponja, os gametas são recolhidos com os nutrientes e levados até os gametas femininos. Após a fecundação, as larvas são lançadas na corrente e levadas livremente até que se fixemem outro substrato e ali se desenvolva outra esponja. A reprodução assexuada pode ocorrer de três maneiras diferentes: por brota- mento, por fragmentação ou por gemulação. O brotamento ocorre quando formam-se brotos no exterior do corpo das espon- jas. Esses brotos podem se soltar e continuar o desenvolvimento, dando origem a um novo indivíduo. ( RICHARD WHITCOMBE/SHUTTERSTOCK.COM )A fragmentação só é possível porque as es- ponjas possuem um alto poder de regeneração. Alguns pequenos fragmentos que se despren- dem podem se desenvolver e formar novas es- ponjas. A gemulação ocorre com esponjas de água doce. As gêmulas são estruturas resistentes, ca- pazes de sobreviver mesmo em condições ad- versas. São formadas por um grupo de células sem diferenciação (amebócitos) envoltas por uma capa protetora (formada por espongina). As gêmulas se formam no interior das esponjas e depois são lançadas no exterior. Em condições adversas elas permanecem na forma de cápsu- la, mas em condições propícias os amebócitos se diferenciam e novas esponjas se formam. Função ecológica e utilidades Esponja Por serem animais filtradores, as esponjas são importantes indicadores da qua- lidade das águas onde se encontram. Caso os níveis de poluentes estejam acima do tolerável, esses animais são facilmente afetados, pois todos os tipos de partículas e substâncias nocivas podem ser absorvidos por eles, levando a um rápido decréscimo na população local. Durante muito tempo, as esponjas foram comercializadas como acessórios para banho. Com a disseminação do uso das esponjas vegetais e, posteriormente, das esponjas sintéticas, essa utilização diminuiu significativamente, ajudando na preser- vação desses animais. ( PESQUISA Você já ouviu falar na doença de Alzheimer? Em caso afirmativo, conte o que sabe; se não souber, pesquise na internet e descreva no seu caderno alguns aspectos da doença. ) ( Vamos fazer Os animais são pluricelulares, eucariontes e heterotróficos. Pensando sobre isso, faça o que se pede. Com o auxílio de um dicionário, preencha os verbetes a seguir. Pluricelular adj. : Composto de várias células; multicelular. Unicelular adj. : Que só possui uma célula. b) Dos seres vivos abaixo, qual é heterotrófico e qual é autotrófico? Justifique suas escolhas. autotrófico heterotrófico Resposta pessoal. ) ( AMENIC181/SHUTTERSTOCK.COM ) ( DAVE MONTREUIL/SHUTTERSTOCK.COM ) ( Fontes naturais para a indústria farmacêutica Estudos atuais revelam uma nova função farmacológica para as esponjas marinhas da espécie Plakortis angulospiculatus . A partir dos extratos retirados dessas esponjas foi verificada a presen- ça de uma substância chamada anticolinesterásica , que é responsável por inibir processos de atuação de algumas enzimas, auxiliando na prevenção de algumas doenças, como o Alzheimer. Cientistas especialistas em química orgânica, da Universidade Federal Fluminense do Rio de Janeiro, pesquisam o efeito de inibidores da enzima chamada colinesterase no ser humano. Doenças como o Alzheimer são hoje tratadas com inibidores dessa enzima, os anticolinesterási- cos, atuando sobre o processo de declínio cognitivo, ou seja, a perda potencial de aprendizagem. Fonte: <h t tp://sec.sbq.org.br/cd29ra/resumos/T0812-1.pdf>. Acesso em: jan. 2016. ) c) Você já sabe diferenciar os dois tipos de células. Agora, desenhe uma célula eucarionte, apontando as estruturas que a diferenciam da célula procarionte. ( Espera-se que o aluno desenhe uma célula eucarionte destacando o material nuclear isolado do citoplasma por uma membrana. ) Célula eucarionte Célula procarionte 2. Indique com setas o sentido da água que circula no corpo das esponjas. 3. Identifique no desenho os poros, o átrio e o ósculo da esponja. 4. Que utilidades as esponjas podem ter para o ser humano? Podem ser usadas como utensílios de banho, em pesquisas de medicamentos e ainda podem indicar a presença de poluentes em um determinado local. Poro Átrio Ósculo 5. Correlacione as estruturas das esponjas com suas funções: a) Coanócitos ( C ) saída de água b) Amebócitos ( D ) parte interna da esponja c) Ósculo ( A ) células que capturam o alimento d) Átrio ( E ) lugar de armazenamento do alimento e) Mesênquima ( B ) células de digestão do alimento Cnidários ( Glossário Tecidos verdadeiros ou diferen- ciados – são aqueles formados por células que desempenham funções específicas. Podemos di- zer que essas células trabalham de maneira coordenada com o objetivo de realizar determinada função, importante para o funcio- namento do organismo. )Os cnidários também são animais bem simples, porém apre- sentam uma cavidade digestiva no corpo, células nervosas e tam- bém tecidos verdadeiros. A importância da cavidade digestória deve-se ao fato de esses animais poderem ingerir quantidades maiores de alimento, que será triturado e digerido na cavidade antes de ser absorvido pelas células. Os representantes desse filo são as hidras, medusas ou águas- -vivas, corais e anêmonas-do-mar. Alguns cnidários podem viver em colônias, como é o caso dos corais e das caravelas. Eles são todos aquáticos e podem ter desde pouca capacidade de locomoção até a capacidade de nadar livremente. Os cnidários que se movimentam pouco são chamados pólipos e os que podem nadar são as medusas. ( VLAD61/SHUTTERSTOCK.COM ) ( VIRUNJA/SHUTTERSTOCK.COM ) ( As águas-vivas são medusas. ) ( Os corais são pólipos. ) ( RICH CAREY/SHUTTERSTOCK.COM ) ( ARCHANA BHARTIA/SHUTTERSTOCK.COM )Os pólipos podem se locomover de uma forma interessante, conhecida como “mede-palmos” ou “cambalho- tas”. As medusas são ótimas nadadoras e sua movimentação se dá basicamente pela propulsão da água. A cavidade gás- trica fica cheia de água e, quando as paredes do corpo do animal se contraem, essa água é expulsa com força, dando-lhe propulsão. Tanto os pólipos como as medusas só podem modificar a forma do corpo e se locomover porque possuem células especializadas nessa função, que não são encon- tradas nos poríferos. O nome do filo deve-se ao fato de eles possuírem células urticantes chamadas cnidócitos. Elas podem ser encontradas em toda a superfície corporal desses ani- mais, mas se concentram especialmente nos tentáculos. · cnidócitos produzem e armazenam um líquido urticante em seu interior. Quando algum animal tem contato com o cnidário, os cnidócitos rapidamente o liberam. · nematocistos auxiliam esse processo por- que são estruturas perfurantes que inje- tam o líquido na presa. A presa é ime- diatamente paralisada e levada para o interior da cavidade digestiva do animal. ( Glossário Urticantes – que produz sensação semelhante à de irrita- ção provocada na pele pela urtiga Tentáculos – apêndices delgados e flexíveis encontrados em diversos invertebrados aquáticos. )Quando entram em contato com um desses animais, os seres humanos normalmente sofrem queimaduras que, apesar de serem doloridas, em geral não são graves. O esquema acima ilustra um cnidócito, célula característica de cnidários. Um peixe entre cnidários Existe um pequeno peixe que é imune ao veneno dos cni- dários, o peixe-palhaço. Esses peixes estabelecem uma relação harmoniosa de protocooperação com as anêmonas. Podem viver entre os tentáculos sem serem atingidos e em troca recebem proteção contra os predadores. Colocam seus ovos em meio aos tentáculos das anêmonas e, assim, asseguram a sobrevivência de sua prole. Em troca, os res- tos de alimentos desses peixinhos acabam sendo usados como fontes de nutrientes para as anêmonas. Sendo assim, os dois se beneficiam dessa relação. ( KRZYSZTOF ODZIOMEK/SHUTTERSTOCK.COM )Peixes-palhaçosse protegendo entre os tentáculos de uma anêmona. ( DIOMEDIA / NATURE PL / JURGEN FREUND ) ( DIOMEDIA / ARDEA / VALERIE & RON TAYLOR )Tanto os pólipos como as medusas possuem uma boca na entrada da cavidade gástrica, mas não apresentam ânus. A digestão desses animais ocorre em duas eta- pas: na primeira, o alimento é semidigerido na cavidade gástrica e, na segunda, as par- tículas restantes são levadas para o interior das células que recobrem a cavidade. Após a digestão, as partes do alimen- to que não foram utilizadas são liberadas para o exterior do corpo do animal pela boca. A respiração é realizada a par- tir do oxigênio dissolvido na água, que é retirado pela epi- derme. A eliminação de subs- tâncias de excreção também é realizada pela epiderme. Reprodução Cnidários se alimentando de pequenos peixes que são digeridos na cavidade gástrica. Nesse filo podemos encontrar animais que se reproduzem de forma assexuada ou sexuada; e outros que podem se reproduzir de maneira tanto sexuada como as- sexuada. É o caso da hidra. As caravelas e águas-vivas fazem a reprodução sexuada e os corais se multiplicam assexuadamente. ( Reprodução sexuada e reprodução assexuada A reprodução sexuada é aquela que envolve gametas masculinos e femininos, que, após a fe- cundação, formam a célula-ovo que dará origem a um novo ser vivo. A reprodução assexuada ocorre sem o envolvimento de gametas, e os seres formados possuem a mesma informação genética daquele do qual se originaram. ) Vamos ver a seguir alguns exemplos de formas de reprodu- ção desses animais. As águas-vivas, em geral, re- produzem-se sexuadamente. Elas liberam os gametas masculinos na água. Esses gametas nadam em busca de gametas femininos que também estão na água ou dentro da fêmea. Após a fecun- dação é formada uma larva que depois dará origem a uma água- -viva adulta. Já as hidras podem se re- produzir de maneira sexuada ou assexuada. Na reprodução asse- xuada, as hidras podem formar brotos em algumas partes laterais do corpo. Esses brotos se soltam e dão origem a um novo animal. Na reprodução sexuada, em certas épocas do ano, as hidras produzem vários testículos e um ovário. O ovário libera apenas um óvulo, que fica exposto no exte- rior do corpo. Os espermatozoides são libe- rados na água e nadam em busca de um óvulo. Quando o encontram, ocorre a fecundação e forma-se a célula-ovo ou zigoto. Essas células se multiplicam várias vezes e for- mam um embrião, que se solta do corpo da hidra fêmea, fixa-se ao substrato e se desenvolve em um novo animal. ( DIOMEDIA / BSIP )Ciclo de vida da água-viva Os corais normalmente se reproduzem assexuadamente formando brotos, os quais não se desprendem do organismo que lhes deu origem, por isso eles se ex- pandem horizontalmente pelo oceano, às vezes cobrindo grandes superfícies. Função ecológica Sabemos que todos os seres vivos são importantes para o ecossistema a que pertencem e, considerando aqueles que vivem em ambientes marinhos, pensamos logo nos corais. Eles são animais fixos, o que faz com que muitas pessoas nem sai- bam que são animais. Eles possuem cores e formas variadas e, junto com outros seres vivos marinhos, fazem dos recifes verdadeiros espetáculos de beleza. Os recifes são colônias de corais. Porém, os corais que formam essas colônias são aqueles que vivem em protocooperação com microalgas chamadas zooxantelas. Essas algas, ao realizarem fotossíntese, produzem substâncias orgânicas que servem de alimento para os corais. Elas também são importantes para o processo de calcifi- cação e crescimento desses animais. A cor de um coral depende da cor da zooxan- tela com a qual ele se associa. Nessa associação, os corais liberam gás carbônico e compostos ricos em nitrogênio e fósforo, que são utilizados pelas algas. Os recifes de corais são também importantes para outros seres vivos marinhos, pois se tornam um refúgio seguro para a reprodução e, logo, para a preservação de outras espécies. Porém, um estranho fenômeno tem sido observado em todo o mundo: os corais estão ficando brancos. Isso ocorre porque as zooxantelas estão morrendo. Acredita- ( DIOMEDIA / AURORA PHOTOS RM / PETER ESSICK )-se que as agressões ao meio ambiente têm alterado a composição das águas dos oceanos e levado essas algas à morte. A alteração na tem- peratura da água, na turbidez (que dificulta a entrada dos raios solares) e as mudanças químicas (aumento da acidez da água do mar) podem ser as causas da morte das zoo- xantelas, mas estudos ainda estão em andamento. ( DIOMEDIA / IMAGEBROKER RM / J.W.ALKER )A extinção dessas algas é responsável por prejuízos que vão muito além da perda das cores dos recifes: após certo tempo, os corais acabam mor- rendo, pois deixam de fazer as associações com as algas. A morte dos corais e a conse- quente diminuição dos recifes podem levar à morte muitas outras espécies marinhas, principalmente aquelas que dependem dos recifes para a reprodução. Vamos fazer 1. Complete o quadro abaixo com as principais diferenças entre os poríferos e os cnidários. Poríferos Cnidários Células características do filo Coanócitos Cnidócitos Localização das células características No átrio, câmara interna do corpo do animal. Na superfície do corpo, mas principalmente nos tentáculos. Funções das células características Captação de partículas de alimento e digestão. Captura de alimento e proteção do animal. 2. Identifique o tipo de reprodução que está ocorrendo na figura ao lado. Reprodução sexuada. 3. O que diferencia um pólipo de uma medusa? Os pólipos se locomovem pouco, enquanto as medusas nadam livremente nos oceanos. 4. Para os cnidários, qual é a importância da presença de uma cavidade digestiva? Na cavidade digestiva é feito o primeiro processo de digestão, em que o alimento é semidigerido. Assim, eles podem ingerir alimentos maiores. 5. Leia a notícia sobre os corais e responda às perguntas. “Cientistas da Sociedade Zoológica de Londres apresentam planos para sal- var corais da extinção. Estes pesquisadores identificaram 10 espécies que cor- rem maior risco de extinção. Um dos planos prioriza espécies ameaçadas que ocorrem em todo o globo, unindo esforços e priorizando regiões como Filipinas, Moçambique e Caribe. Nestas regiões, vão apoiar e treinar ambientalistas locais para realizar pesquisas e implementar medidas de preservação direcionadas.” Fonte de pesquisa: <http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/cientistas+revelam+planos+ para+salvar+corais+da+extincao/n1237942142274.html>. Acesso em: jan. 2016. a) De acordo com o que você estudou sobre os corais, cite três possíveis causas para a extinção desses animais. O aluno poderá citar o aumento da temperatura dos oceanos, da acidez da água do mar, a poluição etc. b) Que medidas de preservação os ambientalistas poderiam implementar com a população? Indique com as suas palavras. O aluno poderá responder, por exemplo, a conscientização de não jogar lixo nos rios, pois deságuam nos mares e nas margens dos mares. c) Qual é a especialização do cientista que cuida desse tipo de pesquisa? Iden- tifique no texto. Zoólogo. ( Vermes ”Vermes” é um nome que antigamente designava todos os organismos de corpo alongado e mole, que possuem simetria bi- lateral sem apêndices ar- ticulados, concha ou es- queleto interno. Vivem na maioria dos tipos de habi- tat e podem parasitar ou- tros organismos. Atual- mente, os vermes são or- ganizados em vários filos. ) Platelmintos Existem cerca de 15 mil espécies de platelmintos identificadas pela ciência. A maioria delas é aquática e pode viver em oceanos, rios e lagos. Mas também existem aquelas que vivem em ambientes úmidos, como os solos, ou espécies parasitas, que vivem à custa de outros seres vivos. O nome do Filo Platelminto deve-seao fato de esses animais pos- suírem o corpo achatado, já que plateo significa “achatado”. Os pla- telmintos possuem tubo digestório incompleto, ou seja, apresentam boca, mas não apresentam ânus. ( DIOMEDIA / SCIENCE SOURCE / NATURE’S IMAGES ) ( DIOMEDIA / SCIENCE SOURCE / JAMES H. ROBINSON ) ( JUBAL HARSHAW/SHUTTERSTOCK.COM )As planárias, as tênias e os esquistossomos são os mais comuns. As planárias são animais de vida livre, terrestre ou aquática. As tênias e os esquistossomos são parasitas. Planária terrestre Taenia sp. Schistossoma sp. Planárias As planárias possuem uma estru- tura semelhante a um olho, porém bem simples, chamada ocelo. Os oce- los são sensíveis apenas a variações de luminosidade, mas não formam imagens. Nas laterais da cabeça exis- tem projeções por meio das quais o animal pode perceber estímulos olfa- tivos ou gustativos, que o ajudam na localização de alimento. Esquema de reprodução das planárias Na parte posterior do corpo da planária encontram- -se a boca e o poro genital. Da boca, o animal propulsio- na a probóscide, ou faringe, para a captura do alimento. O intestino, onde ocorre a digestão, é todo ramificado e permite que os nutrientes cheguem a todas as partes do corpo do animal. As planárias são hermafroditas, ou seja, possuem tanto estruturas sexuais femininas como masculinas. Os óvulos ficam no interior das planárias e os esper- matozoides são trocados através do poro genital. Após o encontro dos óvulos e dos espermatozoides, os ovos são formados e lançados no meio externo. Dentro deles se forma um embrião e, posteriormente, surgem novas planárias. ( Poder regenerativo As planárias possuem um grande poder de rege- neração. Essa capacidade é muito explorada por planárias de água doce como forma de reprodu- ção assexuada. Quando são cortadas em várias partes, podem se originar, de cada uma, um no- vo indivíduo. ) Tênias As tênias possuem uma estrutura corporal um pouco diferente da estrutura das planárias. Elas são animais parasitas, ou seja, podem prejudicar a nossa saúde. A Taenia solium, ou tênia-do-porco, e a Taenia saginata, ou tênia-do-boi, podem con- taminar o ser humano quando este ingere carne malcozida, contaminada com larvas do verme. Popularmente, esses animais também são chamados solitárias, pois apenas um deles vive no intestino do hospedeiro. São herma- froditas e não precisam trocar gametas com outra tênia. Elas fazem a autofecundação (seus próprios espermatozoides fecundam seus óvulos). A estrutura do corpo das tênias é formada pela cabeça, seguida de uma série de segmentos que terminam em proglotes, onde se formam os gametas masculinos e os femininos. Os óvulos de uma proglote são fecundados pelos espermatozoides de uma proglote vi- zinha, ambos do mesmo animal. Em cada proglote podem-se formar até 80 mil ovos. No ciclo de vida das tênias incluem-se um hospedeiro interme- diário e outro definitivo. O hospedeiro intermediário pode ser o porco ou o boi, dependendo da espécie do verme. Se um desses animais ingerir proglotes com ovos ou os próprios ovos durante a alimentação, elas chegam ao intestino do animal, onde são liberados os embriões. Na corrente sanguínea, se tranformam em larvas, os cisticercos, que ficam instalados entre os músculos. Ao ingerir carne malcozida e con- taminada, as larvas continuam vivas e se desenvolvem em nosso in- testino, dando origem a uma tênia adulta. A pessoa contaminada com esse verme desenvolve uma doença chamada teníase. Quando o doente evacua libera, junto com as fezes, as proglotes cheias de ovos, capazes de infectar outros animais e de reiniciar o ciclo. Observe na imagem abaixo um detalhe da cabeça de uma Taenia solium. Nela existem ventosas e ganchos, estruturas usadas pelo ani- mal para prender-se às paredes do intestino do hospedeiro definitivo. ( BIOSPHOTO/AFP )A Taenia saginata não possui ganchos, mas possui quatro ventosas. ( Parasita de peixe Existe também a espécie de tênia Diphyllobothrium latum , que utiliza um pei- xe de água doce como hospedeiro intermediário. Essa tênia chega a medir 10 m de comprimento e pode infectar o ser huma- no quando ele consome a carne do peixe crua ou malcozida. ) ( Glossário Hospedeiro intermediário – é o organismo onde o parasi- ta não atinge a maturidade, ficando somente em estágio larval se reproduzindo ape- nas assexuadamente. Hospedeiro definitivo – é o organismo onde o parasi- ta permanece e desenvolve seu ciclo de vida completo, ou seja, o parasita se insta- la definitivamente e atinge a maturidade conseguindo reproduzir-se sexuadamente. ) Detalhe da cabeça de uma Taenia solium Cisticercose ( IMAGENS: DIOMEDIA/DEAGOSTINI/DEA PICTURE LIBRARY )Dentro do corpo do hospedeiro definitivo, os ovos da Taenia solium podem eclodir e dar origem aos cisticercos. Estes cisticercos causam a cisticercose, doença mais grave que a teníase, que pode ser fatal. Ciclo de vida da Taenia solium. O hospedeiro intermediário é o porco e o definitivo é o ser humano. Ciclo de vida da Taenia saginata. O hospedeiro intermediário é o boi e o definitivo é o ser humano. Esquistossomos O esquistossomo é um platelminto parasi- ta do ser humano. Em seu ciclo de vida tam- bém existem dois hospedeiros, um interme- diário e um definitivo. No Brasil, os casos de esquistossomose são causados pelo Schistos- soma mansoni. Quando uma pessoa contaminada elimi- na os ovos do esquistossomo nas fezes, eles podem eclodir, liberando uma larva chamada miracídio. Os miracídios podem entrar no cor- po de lesmas, caracóis ou caramujos, perma- necendo dentro desses animais por aproxima- damente 15 dias. Durante esse período eles se desenvol- vem em cercárias, larvas adultas liberadas na água que ficam viáveis por cerca de 3 dias. Se durante esse período as larvas tiverem contato com uma pessoa, elas podem perfurar a pele, penetrar e alcançar a corrente sanguínea. ( Vamos fazer 1. Qual é a característica dos platelmintos que dá nome ao grupo? Eles possuem o corpo achatado. 2. Observando o desenho, explique como as planárias se alimentam. As planárias são geralmente carnívoras. Elas propulsionam a probóscide, ou faringe, para a captura do alimento e por esse canal elas sugam os nutrientes. 3. Qual é a importância de as planárias terem ramos intestinais espalhados por todo o corpo? Como as planárias não possuem um sistema circulatório muito desenvolvido, as ramificações intestinais permitem que os nutrientes sejam levados para as partes do corpo e cheguem a todas as células. ) 4. ( HLPHOTO/SHUTTERSTOCK.COM ) ( SLAWOMIR FAJER/SHUTTERSTOCK.COM )Se você estivesse em um restaurante self-service e tivesse de escolher con- sumir uma das duas carnes abaixo, qual escolha seria mais segura para a sua saúde? Por quê? A segunda opção mostra uma carne bem passada. Nesse caso ela não ofereceria perigo quanto à transmissão das larvas da tênia. 5. Complete o esquema sobre o ciclo de vida dos esquistossomos. ( No intestino do hospedeiro definitivo (ser humano) Água Penetram o corpo humano pela pele Caramujo Miracídios Cercárias Ovos Verme adulto ) Hospedeiro intermediário Nematelmintos O nome desse filo de invertebrados tem origem nas palavras gregas nematos, que significa “filamento”, e helmin, que significa “vermes”. Atualmente são co- nhecidas cerca de 10 mil espécies de nematelmintos, que podem viver de diversas formas: livremente na água e no solo ou parasitando plantas ou animais. Os nematelmintos são animais um pouco mais complexos, pois possuem boca e ânus e, na maioria das vezes, sexos diferenciados. Várias espécies de nematelmintos são parasitas dos seres humanos: ancilósto-mos, lombrigas, oxiúros e filárias são os mais conhecidos. ( DIOMEDIA / SCIENCE SOURCE / SCIENCE SOURCE )Ancilóstomos atacando os tecidos da parede intestinal. Enterobius vermicularis, ou oxiúro, visto ao microscópio eletrônico. ( SEBASTIAN KAULITZKI/SHUTTERSTOCK.COM ) Ancilóstomos Ascaris lumbricoides ou lombriga, nematelminto que parasita o intestino humano. Wuchereria bancrofti, ou filária. ( DIOMEDIA / SCIENCE SOURCE / MICHAEL ABBEY ) ( CULTURA CREATIVE/AFP )O Ancylostoma duodenale mede em torno de 15 milímetros, mas é capaz de perfurar a parede do intestino de uma pessoa. Ele causa uma verminose, a ancilostomíase, que deixa a pessoa enfraquecida e anêmica. As pessoas infectadas liberam em suas fe- zes ovos do ancilóstomo. Esses ovos, ao che- garem ao solo úmido, eclodem e dão origem a larvas microscópicas, que penetram a pele das pessoas sem que elas percebam. ( BSIP/AFP )As larvas alcançam a corrente sanguínea e são levadas aos pulmões, de onde podem alcançar a traqueia e a faringe. A faringe faz parte tanto do sistema digestório como do respiratório, e, se as larvas chegarem até ela facilmente, serão engolidas e passarão ao estômago e ao intestino. No intestino elas encontrarão o ambiente necessário para se desenvolver e reiniciar todo o ciclo. Os ancilóstomos possuem em sua boca estruturas parecidas com ganchos, que perfuram a parede do intestino e permitem que os vermes se fixem nela e se ali- mentem do sangue do hospedeiro. As feridas que sangram constantemente fazem a pessoa ficar muito fraca e pálida. Por causa da palidez das pessoas doentes, devido à forte anemia, a ancilostomíase é popularmente conhecida como “amarelão”. Lombrigas A lombriga, ou Ascaris lumbricoides, também é um nematelminto que parasita o sistema digestório humano. Como as fêmeas adultas liberam diariamente milhares de ovos no intestino do hospedeiro, as fezes dos doentes são liberadas altamente infestadas deles. Esses ovos contaminam o solo e a água. Crianças que brincam com terra contaminada ou pessoas que trabalham no manejo do solo, como agricultores, por exemplo, se não lavarem bem as mãos com água limpa e sabão poderão se con- taminar pela ingestão dos ovos do verme e contrair ascaridíase. Quando os ovos chegam ao sistema digestório, dão origem a uma larva micros- cópica que perfura as paredes do intestino e chegam à corrente sanguínea. As larvas percorrem todo o corpo e, quando retornam ao intestino, se desenvolvem e se for- talecem, dando continuidade ao ciclo. Enquanto são levadas pelo sangue, as larvas podem atacar o sistema respirató- rio, prejudicando a respiração e causando coceira no nariz e na garganta. Ao mesmo tempo, os vermes adultos, ao se desenvolverem no intestino, liberam substâncias tóxicas que provocam vômitos, cólicas e até convulsões. Se a infestação for muito intensa, os vermes podem causar obstrução intestinal e, em crianças, podem provocar asfixia, caso se acumulem na faringe e na laringe durante o vômito. Oxiúros Os oxiúros são vermes que medem cerca de 1,5 cm de comprimento e causam uma doença conhecida como oxiuríase. Eles vivem e se reproduzem no intestino grosso do ser humano, local onde o processo de digestão se conclui antes da libera- ção das fezes. ( SEBASTIAN KAULITZKI/SHUTTERSTOCK.COM ) ( AFP ) Filárias Após o acasalamento, as fêmeas ficam cheias de ovos e migram para a região anal. O acúmulo dos vermes nessa região causa coceira e irritação intensas. É comum que principalmente crianças co- cem o local irritado e contaminem os dedos com os ovos do verme. Dessa forma, podem contaminar alimentos e objetos e, consequentemente, ingerir esses ovos. Ao chegarem ao intestino, os ovos dão origem a novos vermes adultos e o ciclo recomeça. Ilustração mostrando oxiúros com ovos dentro do intestino grosso. As filárias são vermes longos e muito finos que parasitam vários animais. Quando o ser humano é parasitado por filárias, desenvolve uma doença conhecida como filariose, que também é popularmente chamada “elefantíase”. Esse nome surgiu porque as pessoas doentes frequentemente apresentam um inchaço nos membros, sobretudo nas pernas, que ficam semelhantes às de um elefante. Isso acontece porque as filárias vivem nos vasos sanguíneos e linfáticos, prejudican- do a circulação linfática e o controle do acúmulo dos líquidos corporais em certas áreas do corpo. ( DIOMEDIA / SCIENCE SOURCE / MARK GILES )Existe uma diferença marcante entre a forma de transmissão des- se verme em relação aos anteriormente estudados. A contaminação das pessoas ocorre pela picada do mosquito Culex. O mosquito contrai as larvas quando pica uma pessoa infectada. Uma vez contaminado, os mosquitos as transportam para pessoas sadias, dando continuidade ao ciclo. Perna de uma pessoa que sofre de filariose. Vamos fazer 1. O que você entendeu a respeito do papel de um hospedeiro intermediário e um hospedeiro definitivo no ciclo de vida de alguns seres parasitas? O hospedeiro intermediário é um ser vivo em cujo corpo o parasita passa uma fase do seu desenvolvimento. No corpo do hospedeiro definitivo o ciclo de desenvolvimento do parasita se completa: ali ele se reproduz sexuadamente. 2. Em determinada cidade estavam ocorrendo muitos casos de filariose. O gover- no local investiu muitos recursos para tratar as pessoas infectadas, mas isso não resolveu, pois continuavam aparecendo novos casos. O que mais o governo deveria ter feito para realmente erradicar a doença? Espera-se que o aluno perceba que nada foi feito para controlar a população de mosquitos Culex, os transmissores da doença. Sendo assim, as pessoas eram tratadas, mas ainda havia mosquitos contaminados picando pessoas sadias. Estas, por sua vez, se tornavam hospedeiras dos vermes, fazendo com que mais mosquitos fossem contaminados ao ter contato com elas. 3. Relacione as colunas considerando os parasitas e os seus sintomas. a) teníase b) esquistossomose dores abdominais intensas c) ascaridíase coceira no ânus d) ancilostomíase inchaço nas pernas e) oxiuríase cansaço e dores pelo corpo f) filariose ( NATALIEJEAN/SHUTTERSTOCK.COM ) Anelídeos Existem aproximadamente 12 mil espécies de anelí- deos descritas. Esse grande grupo de invertebrados pode ser encontrado nos mais diversos ambientes: na terra e nas águas doce e salgada. É comum nos lembrarmos das minhocas quando pensamos em anelídeos, mas a verda- de é que esses animais possuem formas bem diferencia- das e alguns são muito bonitos e coloridos, como é o caso de certos poliquetas (anelídeos marinhos). Poliquetas Poliquetas O que marca os animais desse filo é o fato de possuírem o corpo formado por anéis. Porém, eles diferem bastante quanto à forma de alimentação. Existem anelídeos que se alimentam de detritos e de matéria orgânica, além dos herbívoros e carní- voros. Muitos são extremamente importantes para os seres humanos, como é o caso das minhocas, que fertilizam e aeram o solo, além de serem usa- das como iscas em pescaria, e também das san- guessugas, de grande interesse para a medicina. Na superfície de seus corpos os anelídeos possuem células que funcionam como glândulas, secretando um muco que lhes serve de proteção. Nessa região também são vistas as cerdas, peque- nas estruturas formadas por uma proteína chama- da quitina, que as torna relativamente rígidas. A importância dessas estruturas está no fato de elas servirem de apoio para promover a tração desses animais e auxiliá-los no deslocamento, uma vez que eles não possuem pernas. Os anelídeos possuem um pequeno cérebro e dois cordões nervosos que levam as informações do sistema nervoso para todo o corpo. Minhocas ( D. KUCHARSKI K. KUCHARSKA/SHUTTERSTOCK.COM )As minhocas são os anelídeos mais conhecidos. Elas se alimen- tam de detritos orgânicos, princi- palmente vegetais, que ingerem com a terra. Após ser ingerido, o alimento pode ficar armazenado no papo e depois ser levado para a moela, onde será triturado. Após digeridos, os restossão eliminados juntamente com grãos de areia, formando o húmus. As minhocas respiram pela pele. O oxigênio penetra a pele e passa para o sangue. Em seguida, A foto mostra uma minhoca, um dos anelídeos mais conhecidos. Observe que o corpo do animal é todo segmentado por anéis. ( NATALIEJEAN/SHUTTERSTOCK.COM )é levado para todas as células do corpo, onde ocorrerá a respiração celular. As minhocas não possuem olhos, mas um tipo especial de célula sensorial que permite ao animal perceber a diferença entre um ambiente mais claro e um mais escuro. Essas células se espalham por toda a superfície do corpo das minhocas. As minhocas são hermafroditas, mas elas não se reproduzem sozinhas. Quando duas minhocas se encontram para se reproduzir elas trocam espermatozoides. Esses gametas masculinos são estocados e depois depositados em um casulo, juntamente com seus próprios óvulos. Os espermatozoides fecundam os óvulos dentro do casulo, que fica em uma região diferenciada no corpo das minhocas, chamado clitelo. No ca- sulo existe uma reserva de alimento para os embriões, além de uma proteção contra o ressecamento. O casulo é liberado no solo e dele nascem minhocas semelhantes às adultas, ou seja, elas não passam pelo estágio de larva. Ao se deslocarem sob a terra, as minhocas escavam túneis que tornam o solo mais arejado. Além disso, enquanto elas se locomovem, ajudam a misturar os nu- trientes do solo. Poliquetas Os poliquetas são anelídeos que vivem no meio aquático, principalmente no marinho, e possuem esse nome por terem muitas cerdas no corpo. Existem em grande número, apresentam indivíduos de várias cores que po- dem ser encontrados vivendo de várias formas: cavando túneis, fixando-se em substratos, nadando ou perfurando conchas. Alguns secretam uma substância que forma um tubo, no interior do qual o animal vive, como é o caso dos sabelídeos, normalmente vistos em recifes de corais ou decorando aquários. Em geral, esses anelídeos são pequenos, mas alguns chegam a medir até 3 metros e podem ( ETHAN DANIELS/SHUTTERSTOCK.COM )ser grossos como o nosso dedo po- legar, como é o caso do poliqueta Eunice aphroditois. Como as minhocas, os polique- tas também respiram pela pele, mas muitos possuem uma estru- tura especializada na obtenção do oxigênio da água, as brânquias. Diferentemente das minhocas, os poliquetas hermafroditas são ra- ros. A maioria deles possui sexos se- parados. Eunice aphroditois Hirudíneos Existem hirudíneos de água doce, que se fixam em crustáceos, e também as co- nhecidas sanguessugas, que podem ser encontradas na água doce, no mar ou no solo úmido. Ao redor da boca, encontra-se a ven- tosa anterior e, na outra extremidade do corpo, a ventosa posterior. Elas são usadas Sanguessuga ( PHOTOCREA/SHUTTERSTOCK.COM )para que as sanguessugas possam se fixar e se movimentar. A ventosa anterior possui estruturas semelhantes a lâminas. Ao se fixarem em um animal, as lâminas cortam a superfície do corpo como se fossem pequenos bisturis. Da boca das sanguessugas é liberada uma substância chamada hirudina, que impede que o sangue coagule e permite a alimentação do anelídeo. Apenas um tipo de sanguessuga que se fixa em peixes apresenta brânquias; todas as outras espécies respiram pela pele. As sanguessugas são hermafroditas e se reproduzem da mesma forma que as minhocas. ( Vamos fazer 1. O esquema abaixo ilustra três filos de invertebrados. Identifique a qual filo per- tencem os animais 1, 2 e 3. 1. 2. 3. Anelídeo Nematelminto Platelminto 2. Ainda usando como base o esquema acima, identifique as estruturas A, B e C. A – boca; B – canal digestório; C – ânus. 3. Que característica marcante existe em todos os invertebrados do Filo dos Ane- lídeos? Todos possuem o corpo segmentado por anéis. ) 4. A minhoca é um anelídeo muito importante para a qualidade dos solos agricul- táveis. Discorra sobre o exemplo de outro anelídeo que também é importante para os seres humanos. Os alunos poderão retomar o exemplo das sanguessugas. 5. Dentre os anelídeos existem os poliquetas, que recebem esse nome porque possuem muitas cerdas pelo corpo. Qual é a importância dessas estruturas para o modo de vida desses animais? Os poliquetas cavam túneis e perfuram conchas, alguns ainda formam um tubo onde vivem saindo e retornando ao seu interior. As cerdas são essenciais para a movimentação desses animais quando desempenham essas funções. Moluscos ( Glossário Sésseis – organismos que vi- vem fixos a um substrato. )O nome desse filo significa “mole” e engloba animais que possuem esse tipo de corpo. Eles podem ser encontrados em vários ambientes e desenvolvem formas de vida diferentes. Alguns são nadadores eficientes, como os polvos e as lulas; ou- tros são sésseis, como as ostras e os mariscos, e crescem fixos em um substrato. Os caramujos se locomovem por rastejamento, seja sobre rochas e areia do fundo do mar ou sobre plantas e lama no fundo de lagos e riachos. Os caracóis e as lesmas são animais terrestres. Como forma de proteção, a maioria dos moluscos possui uma concha formada principalmente de calcário. As conchas possuem formas e cores variadas, e as ca- racterísticas dessa estrutura são muito importantes para auxiliar nos trabalhos de classificação desses animais. ( CBPIX/SHUTTERSTOCK.COM ) ( FMUA/SHUTTERSTOCK.COM )Normalmente, as conchas são externas e resistentes e possuem espaço sufi- ciente para que o animal se recolha em seu interior, como medida de proteção. Mas também existem moluscos que possuem uma concha interna parecida com uma lâmina. Nesse caso, ela não serve de proteção, mas de esqueleto, que sustenta a cabeça do animal. Molusco aquático Molusco terrestre Os moluscos possuem glândulas especiais, localizadas no manto, que secretam as substâncias que formam a concha. O manto envolve todo o animal. Isso é muito interessante, pois ele fabrica sua própria concha à medida que se desenvolve. A maioria das espécies de moluscos é hermafrodita, e ainda existem espécies de se- xos separados. Existem muitos grupos de moluscos, mas os mais conhecidos são os gastrópo- des, os lamelibrânquios e os cefalópodes. Gastrópodes Os representantes desse grupo são os caracóis e os caramujos. O nome significa “estômago nos pés“ (gastro = estômago; podos = pés). Eles podem ser bem peque- nos ou pesar vários quilos, dependendo da espécie. Os gastrópodes possuem cabeça, pé e massa visceral. Na cabeça são encon- trados os órgãos dos sentidos e a boca. Os tentáculos são de dois tipos: um deles especializado nos sentidos de olfato e tato e outro que possui olhos. Na boca existe um tipo de lixa, chamada rádula, que tem função de raspar o substrato para retirar o alimento. A massa visceral fica totalmente envolvida pela concha do caracol e é onde es- tão todos os órgãos que desempenham funções vitais, como o coração, a glândula digestória, o estômago e o órgão excretor. As gônadas, onde são produzidos os ga- metas, também se encontram na massa visceral. O pé é formado por uma musculatura forte, utilizada de formas diferentes, de- pendendo do modo de vida do animal. Eles são usados na locomoção por arrasta- mento, para cavar à procura do alimento e para fixar o animal nas rochas. Cefalópodes Os mais conhecidos representantes dessa classe são os polvos e as lulas. O nome cefalópodes significa “cabeça nos pés” (cefalo = cabeça; podos = pés). Os pés desses animais são como tentáculos que ficam unidos diretamente à cabeça do animal, mas, na verdade, são a junção da massa visceral com a cabeça propriamente dita. Nessa região são encontrados a boca, a rádula e o cérebro. Bem próximo à base da cabeça dos cefalópodes existe um tubo chamado sifão, que faz comunicação com uma câmara interna onde circula a água. Para realizar a natação, os músculos são fortemente contraídos, fazendo com que a água seja expulsa da câ- mara a partir do sifão com grande pressão e dando propulsãoao animal. ( PICTUREPARTNERS/SHUTTERSTOCK.COM )Lulas e polvos são bem parecidos. Para diferenciá-los devemos reparar em al- guns detalhes: os polvos possuem oito tentáculos, enquanto as lulas possuem dez, sendo dois deles mais longos. As lulas apresentam uma concha interna reduzida em forma de lâmina; os polvos não apresentam essa estrutura. Polvo: observe os oito tentáculos. Lula: repare na existência de dez tentáculos, sendo dois de tamanho diferenciado. ( VITTORIO BRUNO/SHUTTERSTOCK.COM )Tanto as lulas como os polvos são predadores e, nos seus tentáculos, existem muitas ventosas, que servem para o animal se fixar em locais estratégicos e, princi- palmente, para auxiliar na captura de suas presas. Mas eles também têm seus pre- dadores naturais e, para se defender deles, ambos possuem uma bolsa na região da cabeça, conhecida como “bolsa de tinta”. Quando se sentem ameaçados, eles con- traem a bolsa e liberam um líquido escuro, que se espalha rapidamente e despista o predador, enquanto eles fogem com grande rapidez. Os polvos possuem ainda outra eficiente estratégia para escapar dos predadores: eles podem mu- dar de cor em apenas alguns se- gundos e ficar camuflados onde se encontram. A foto mostra a substância escura liberada pelo polvo. ( Experiência Estudar sobre os moluscos nos traz muitas informações interessantes. Mas você já teve a oportunidade de analisar como é o corpo desses animais? Com a orien- tação do seu professor, realize a experiência proposta no Material de Apoio , página 218 e aprenda muito mais sobre esses animais. ) Em grandes proporções ( THE YOMIURI SHIMBUN/AFP )Os cefalópodes apresentam os maiores espécimes de invertebrados. As lulas-gigantes, Architeuthis sp, po- dem alcançar 20 metros de comprimento, o que é mais ou menos o tamanho de um cachalote. Existem relatos de que no Mar do Japão já foram avistados polvos gigantes cujos tentáculos mediam de 10 a 15 metros. ( DIOMEDIA / FLPA / COLIN MARSHALL )Mas esse interessante grupo de moluscos, embora pequeno, apresenta muita variedade. A lula Idiosepius pygmaeus mede apenas 1 cm de comprimento e é o menor cefalópode conhecido. Um exemplar da menor espécie de lula existente (Idiosepius pygmaeus) Um exemplar de lula-gigante (Architeuthis sp) Cefalópodes com conchas ( BLUEHAND/SHUTTERSTOCK.COM )O Nautilus é um animal que vive em águas muito profundas. Ele é raro atu- almente e possui uma concha externa de grande beleza. A concha desse molusco não é igual à concha de um caracol, pois ela é formada em um processo diferente. Como esses animais vivem sob uma pressão muito intensa da água, sua concha é mais forte, tem mais cama- das e é bem mais pesada. ( LRAFAEL/SHUTTERSTOCK.COM )Para contrabalancear o peso da concha, no interior dela existem câmaras que se enchem de ar e permitem que o animal se locomova. Entretanto, ele não é tão ágil quanto as lulas e os polvos. A foto mostra uma concha de Nautilus cortada ao meio. Observe as câmaras que se enchem de ar para permitir a flutuação desses animais. Lamelibrânquios O grupo dos lamelibrânquios engloba as ostras e os mariscos. O nome da clas- se significa “brânquias em forma de lâminas”. Eles também são conhecidos como bivalves, nome que significa “duas valvas”, ou uma concha formada por duas partes (valvas) unidas por uma musculatura. Essas conchas se abrem e fecham por contra- ção de músculos internos, que funcionam como dobradiças. Esses animais praticamente não possuem cabeça. Neles não encontramos ór- gãos sensoriais, como os tentáculos, e eles não possuem rádula. A massa visceral possui vários órgãos, como nos gastrópodes, e fica protegida dentro da concha. Eles são animais filtradores. Quando as valvas se abrem, uma corrente de água passa pelas brânquias, onde o oxigênio é absorvido. Ao passar pela boca, o molusco se alimenta de partículas de alimento suspensas na água. ( JIANG ZHONGYAN/SHUTTERSTOCK.COM )Esses animais são comu- mente encontrados fixados nas rochas. Isso é possível porque, no pé, eles possuem glândulas especializadas em secretar filamentos de pro- teínas que fixam o animal ao substrato. ( Vamos fazer 1. Leia o texto a seguir e responda às questões: Ostras podem acumular agentes causadores de doenças, comprova pesquisa A cidade de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, é a principal produtora dos moluscos conhecidos como ostras-do-pacífico, respondendo por 95% da produção brasileira. ) Sabemos que as ostras são animais filtradores e, por isso, podem acumular em seus corpos compostos químicos, além de vírus, bactérias e protozoários. Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) fez uma pesquisa para averiguar a qualidade dos mariscos consumidos pelas pessoas como alimento e tentar desenvolver uma maneira de diminuir a contaminação desses animais. ( PICTUREPARTNERS/SHUTTERSTOCK.COM )Na pesquisa eles utilizaram ostras da espécie Crassostrea gigas, que se alimen- ta de plâncton por meio da filtração da água. Verificaram que, mesmo estando em locais considerados adequados, as ostras se contaminaram com vírus e me- tais pesados. A concentração no corpo do animal pode chegar a ser maior que na água do mar. Uma maneira de se proteger du- rante o consumo é ingerir esses animais Crassostrea gigas cozidos à temperatura igual ou superior a 90 °C. Essa é uma forma de matar microrganismos, mas os pesquisadores alertam que a contaminação por substân- cias químicas e metais pesados, provenientes principalmente do petróleo, não pode ser retirada. Os pesquisadores da UFSC estão tentando desenvolver depuradores em forma de pequenos tanques, nos quais a água é purificada com radiação ul- travioleta, que mata os microrganismos. Ao mesmo tempo, esses depuradores, instalados em restaurantes, por exemplo, afastariam as ostras também da conta- minação química. Fonte de pesquisa: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/03/28/ostras-podem-acumular- agentes-causadores-de-doencas-comprova-pesquisa/>. Acesso em: jan. 2016. a) As ostras são moluscos. A que grupo elas pertencem? Elas pertencem ao grupo dos lamelibrânquios. b) O que há de especial na concha desses moluscos? A concha é formada por duas valvas, ou seja, duas partes que ficam unidas por uma musculatura. c) Considerando a maneira como esses animais se alimentam, por que eles são conhecidos como bons indicadores da qualidade da água? Por serem animais filtradores, quando a água do mar passa por suas brânquias, ficam retidos resíduos de substâncias orgânicas e compostos químicos. Ao estudar a contaminação desses animais é possível saber se o local de onde eles foram retirados está com a água contaminada. d) De acordo com o texto, qual é o estado brasileiro responsável pela maior produção das ostras-do-pacífico? O estado de Santa Catarina. e) Qual foi a espécie de ostra estudada pelos pesquisadores da UFSC? O que eles averiguaram quando avaliaram as ostras que estavam em locais consi- derados adequados para sua criação? Eles utilizaram ostras da espécie Crassostrea gigas e verificaram que, mesmo estando em locais considerados adequados, elas estavam contaminadas por vírus e algumas outras substâncias. f) O que pode ser feito para oferecer à população ostras adequadas para o con- sumo? Uma opção é consumir as ostras cozidas à temperatura superior a 90 ºC, para se proteger contra microrganismos. Porém, para se proteger da contaminação por compostos químicos, os pesquisadores estão desenvolvendo depuradores de água do mar em forma de tanques, que podem ficar fora do ambiente natural, como em restaurantes. ( PESQUISA Uma espécie de caramujo africano denominado Achatina fulica foi considera- da um dos cem organismos que mais se proliferam no planeta. Esse animal foi introduzido no Brasil para substituir outra espécie de caramujo que era servido na culinária francesa, chamadoescargot . Pesquise na internet quais estados do Brasil essa espécie já invadiu e como ela está prejudicando a bio- diversidade e gerando problemas de saúde pública. Registre essa pesquisa em seu caderno. Depois, disserte em até cinco linhas o que você pensa a respeito da intro- dução de espécies exóticas em países onde essas espécies originalmente não ocorrem. ) Equinodermos O nome desse filo significa “espinhos na pele” (echinos = espinho; derma = pele). Mas a grande marca desses animais não é o fato de na superfície de seu corpo existirem projeções calcárias que se assemelham a espinhos, e sim outra caracterís- tica marcante: a simetria radial ou, no caso específico dos equinodermos, a simetria pentâmera. Essa característica se refere ao plano do corpo. Os equinodermos não possuem cabeça, cauda, lado direito ou esquerdo. Seu corpo pode ser dividido em cinco partes iguais, que se arranjam em torno de um eixo central. ( KAMIRA/SHUTTERSTOCK.COM )Simetria Todos os equinodermos conhecidos são marinhos, mas eles não podem nadar nem flutuar. Eles são, portanto, animais bentônicos. Alguns vivem fixos, como os lírios-do-mar, e outros se arrastam sobre o substrato, que pode ser a areia ou rochas. Outra característica marcante dos equinodermos está na forma de movimen- tação de seus pés: eles apresentam o sistema ambulacrário – na região ventral do animal existem centenas de pés bem pequenos, semelhantes a ventosas, que ficam arranjados em fileiras. Internamente, existem tubinhos minúsculos e ampolas que servem de comuni- cação a esses pés. Por dentro desse sistema circula água do mar constantemente, e a pressão exercida vai variando à medida que isso ocorre. Quando a pressão é maior, o pé se enche e se estende; quando a pressão diminui, ele retorna ao tamanho original. Isso ocorre em todos os peque- nos pés de forma coordenada e, com os movimentos de ex- tensão e contração, os equino- dermos podem se locomover. Os equinodermos possuem boca e ânus, e, nos carnívoros, como as estrelas-do-mar, exis- tem glândulas internas que produzem sucos digestivos. ( alimento. ) ( Outras funções do sistema de locomoção O sistema ambulacral está envolvido também no de- sempenho de outras tare- fas, como nutrição, respi- ração e percepção de estí- mulos sensoriais do am- biente. )Os ouriços apresentam cinco estruturas rígidas na cavidade bucal, que se assemelham a pequenos dentes. Eles usam essas estruturas para raspar as rochas e retirar delas as algas, sua principal fonte de A reprodução desses animais é sexuada, mas a fecundação não ocorre no corpo da fêmea ou do macho, mas sim na água do mar. As fêmeas liberam os óvulos e os machos, os espermatozoides. Ao se encontrarem, ocorre a fecundação, formando a célula-ovo. Elas origi- nam larvas microscópicas, que fazem parte do plâncton. As larvas se desenvolvem e originam animais jovens. ( Os moluscos e a regeneração As estrelas-do-mar têm uma capacidade de regeneração muito grande. Quase todas as partes perdidas podem ser recompostas. Isso é muito importante para a preservação das espécies, pois, mesmo que um predador se alimente de parte de uma estrela, ela poderá se manter viva. ) ( TIAGO SÁ BRITO/SHUTTERSTOCK.COM ) ( ANDRE SEALE/PULSAR IMAGENS ) ( DIOMEDIA / SCIENCE SOURCE / TOM MCHUGH ) ( NATUREDIVER/SHUTTERSTOCK.COM )Estrutura bucal dos ouriços com cinco dentes Ouriços-do-mar ( VILAINECREVETTE/SHUTTERSTOCK.COM ) ( KASCHIBO/SHUTTERSTOCK.COM ) ( KAROLINE CULLEN/SHUTTERSTOCK.COM ) ( STUBBLEFIELD PHOTOGRAPHY/SHUTTERSTOCK.COM ) ( SPHINX WANG/SHUTTERSTOCK.COM )O Filo dos Equinodermos possui apenas cinco classes: asteroides, equinoides, holoturoides, crinoides e ofiuroides. Asteroides: estrelas-do-mar Equinoides: ouriços-do-mar Holoturoides: pepinos-do-mar Crinoides: lírios-do-mar Ofiuroides: ofiúros Vamos fazer 1. Os moluscos possuem o corpo mole, o que torna o animal muito desprotegido contra os predadores. No entanto, eles possuem estruturas e estratégias contra os ataques. Comente isso dando três exemplos e especificando em qual grupo de moluscos eles podem ser observados. Os alunos poderão citar os gastrópodes, que possuem uma concha feita de calcário. Também poderão lembrar-se dos cefalópodes, como os polvos, que possuem uma bolsa de tinta que libera um líquido escuro que confunde o predador e permite a fuga ou ainda sobre a capacidade de camuflagem desses animais. 2. No grupo dos moluscos lamelibrânquios encontramos as ostras, muito aprecia- das na culinária. Esses animais são sensíveis à poluição ambiental, pois são fil- tradores e estão se tornando raros. O que está sendo feito para que as espécies de ostras sejam preservadas? Espera-se que os alunos comentem a importância do cultivo sustentável das ostras, de forma que elas não desapareçam dos ambientes naturais, até mesmo porque muitos outros seres vivos da cadeia alimentar dependem delas. 3. ( SERGEY SKLEZNEV/SHUTTERSTOCK.COM )A imagem mostra com detalhes os pés ambulacrários das estrelas-do- -mar. Explique como esses animais se locomovem. No interior do sistema de pés existem tubinhos minúsculos e ampolas que se comunicam. Por dentro desse sistema circula água do mar constantemente e a pressão exercida vai variando à medida que ela circula. Quando a pressão é maior, o pé se enche e se estende e quando a pressão diminui ele retorna ao tamanho original. Isso ocorre em todos os pequenos pés de forma coordenada e com o movimento de extensão e contração dos mesmos os equinodermos podem se locomover. ( CIÊNCIA EM AÇÃO ) Sanguessugas terapêuticas Parece filme de terror, mas a cena de sanguessugas grudadas na pele não está apenas no cinema. Ela está também em diversos hospitais e centros de pesquisa espalhados pelo mundo. Os anelídeos de corpo achatado estão sendo usados, por exemplo, na remoção de sangue em áreas específicas de pacientes de cirurgias re- construtivas. A técnica é antiga. Há séculos que tais vermes, especialmente os da espécie de água doce Hirudo medicinalis, são empregados para promover sangrias ou em outras terapias. A novidade é que estudos recentes têm mostrado que a utilização é muito maior. Eles podem ser aplicados, por exemplo, para reduzir a dor em pacientes com osteoartrite ou até mesmo para restaurar a mobilidade perdida com a doença. Segundo uma reportagem na edição atual da revista Nature, Andreas Michalsen e Gustav Dobos, da Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha, têm realizado testes clínicos para estudar os efeitos da sanguessuga na osteoartrite, uma doença grave que causa inflamações e dores, afetando 20% das pessoas com mais de 65 anos. Em diversos experimentos preliminares, um incluindo 24 voluntários, os pes- quisadores colocaram até seis sanguessugas nas juntas dos pacientes, deixando-os ali por cerca de uma hora. Os vermes chegaram a ingerir sangue em quantidade correspondente a até dez vezes seu peso corporal. Após apenas uma semana de tratamento, houve uma redução de 64% na dor indicada pelos voluntários. Os benefícios, segundo os cientistas, permaneceram até três meses. “Após o tratamento, eu consegui até descer uma escada correndo”, disse Elfriede Klein, um dos pacientes. O tratamento é indolor. “Ao aplicá-las, os pacientes sentem uma leve fisgada, mas depois não sentem dor ou qualquer outra sensação desagradável”, explica Michalsen. Os pesquisadores alemães querem resultados mais conclusivos que indiquem os motivos do efeito verificado. “À medida que o verme morde, injeta um complexo coquetel de proteínas no hospedeiro por meio da saliva. Isso pode ser responsável pelos efeitos terapêuticos.” O que se sabe, segundo o cientista, é que a saliva do verme contém pelo me- nos uma substância anti-inflamatória. Outra substância conhecida produzida pelo ( EVRU/SHUTTERSTOCK.COM )animal é a hirudina, desco- berta há mais de umséculo. Trata-se de uma proteína que impede a coagulação do san- gue. Uma forma sintética de hirudina é vendida na forma de medicamento e os pesqui- sadores acreditam que muitos outros remédios derivados da sanguessuga serão descobertos no futuro. A tendência parece certa. Algumas empresas já estão criando sanguessugas em cativeiro. Elas chegam a vender mais de 70 mil desses animais anualmente para usos clínicos. Nos Estados Unidos, a Leeches USA comercializa mais de 10 mil por ano, a sete dólares cada uma. Disponível em: <http://agencia.fapesp.br/2804>. Acesso em: jan. 2016. De acordo com o texto, responda: 1. ( Glossário Gota: doença na qual um tipo de ácido (ácido úrico) se acumula nas articulações. A pessoa doente sente dores muito fortes e o local apre- senta um inchaço agudo. )Na Índia, as sanguessugas são utilizadas para trata- mento de artrite, gota, vertigem crônica e sinusite. O tratamento permite que o fluxo de sangue no lo- cal onde está o problema aumente e mais oxigênio chegue, aumentando as chances de melhora. Como as sanguessugas podem fazer o papel de auxiliado- ras na circulação sanguínea? As sanguessugas liberam uma substância chamada hirudina, que é anticoagulante. Essa substância impede que ocorra a coagulação no local da mordida e faz com que o sangue não pare de circular. 2. Algumas pessoas acham que os vermes não passam de seres asquerosos e que não possuem nenhuma função, por isso não fariam falta se fossem extermina- dos. Você concorda com isso? Após ler esse texto, como você passou a entender a importância desses animais? Espera-se que o aluno faça uma análise crítica de certas atitudes comuns entre as pessoas, mostrando entender que todos os seres vivos são importantes e nos auxiliam de alguma forma. Eles poderão exemplificar com a minhoca ou com a própria sanguessuga, por exemplo. ( Agora reflita: O exemplo das sanguessugas apresentado anteriormente mostra que até mesmo os seres a que não costumávamos atribuir utilidade de fato são úteis. Isso evidencia que devemos respeitar todas as formas de vida. Cada ser vivo tem o seu valor na natureza! ) ( VENDO UM MUNDO MELHOR ) Mariscos e ostras como fonte de renda sustentável Os bivalves são moluscos filtradores, e essa forma de alimentação faz com que esses animais estejam mais expostos à ação dos poluentes, pois potencializa a absor- ção dos mesmos. Outro problema que afeta bastante a sobrevivência desses animais é o extrati- vismo de espécies usadas na culinária. Os bivalves crescem lentamente e, como a extração de espécimes do ambiente nem sempre acontece de forma planejada, em alguns locais a preservação desses animais está seriamente prejudicada. Mas algu- mas estratégias muito eficientes têm permitido que eles continuem sendo utilizados, porém de forma sustentável. Um bom exemplo ocorre na comunidade Palateia, situada na Barra de São Mi- guel, no litoral sul de Alagoas. Os moradores dessa comunidade mantêm uma relação próxima com o ecossiste- ma de manguezal, local que serve de abrigo e berçário para muitas espécies nativas. Além do peixe e do caranguejo, amplamente explorados, a ostra coloca-se como uma alternativa para atender às necessidades nutricionais e se constitui em uma oportunidade de complementação de renda das famílias. A necessidade de extrair as ostras visando apenas à comercialização e ao lucro, tornou-se uma ameaça ao ambiente, porque esses animais eram retirados sem o menor controle. Eles teriam sido extintos se a população local não tivesse sido incentivada a fa- zer uma criação sustentável de ostras. A partir daí, os moradores locais aprenderam a cultivar esses animais no próprio manguezal e a planejar o manejo da população desses moluscos. Isso tem transformado a vida dessas pessoas, pois agora elas preservam o am- biente e também têm uma fonte de renda mais promissora. As ostras que crescem nessas condições recebem uma certificação de qualidade e de produto sustentável, o que aumenta o preço de venda. Além da criação de ostras para fins alimentícios, os caiçaras estão aprendendo a utilizar todas as partes do molusco. As conchas podem ser usadas na indústria de fármacos, na fabricação de tijolos, na adubação de jardi- neiras e no artesanato. ( IVONNE WIERINK/SHUTTERSTOCK.COM )Os moradores de Pala- teia passaram de catadores de ostras a produtores de os- tras. Isso mostra que a natu- reza pode ser explorada, mas também deve ser preservada. Fonte: <www.issuu.com/ojornalweb/ docs/27-marco-jornal>. pág. 13 a 16. Acesso em: jan. 2016. · Você acredita que iniciativas como essa podem melhorar a qualidade de vida das pessoas? Explique. Espera-se que o aluno comente sobre a geração de renda e também sobre a preservação da natureza. A preservação é a única forma de permitir que a população da comunidade continue sobrevivendo com essa atividade. Como evitar as verminoses ( AFRICA924/SHUTTERSTOCK.COM )As verminoses são doenças comuns, mas nem por isso deixam de ser graves. Elas ocorrem mais em países tropicais, onde o clima favorece a vida e a reprodução desses animais. Mas os países onde existe maior número de pessoas que vivem em condições deficientes de saneamento e higiene também registram muitos casos de doenças desse tipo, principalmente entre as crianças. Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, para controlar a ocorrência das verminoses não é suficiente tratar os doentes. O problema está na facilidade que as pessoas têm em contrair essas doenças. A falta de saneamento básico e de água tratada são problemas sérios que permitem que as verminoses se espalhem. O mau tratamento do lixo, que permite a proliferação desordenada de insetos e ratos, também é um grande agravante. ( MARIAN.P/SHUTTERSTOCK.COM )Enquanto problemas desse tipo não forem resolvidos, as pessoas continuarão expostas às formas de contágio e, ainda que sejam tratadas, não estarão fora de risco. ( ELENA ELISSEEVA/SHUTTERSTOCK.COM ) ( SUBBOTINA ANNA/SHUTTERSTOCK.COM )Contudo, medidas pessoais podem ser a forma mais eficiente de garantir a boa saúde. Os hábitos de higiene são indispensáveis para evitar contaminações: lavar as mãos com frequência, lavar bem os alimentos crus antes de ingeri-los, não ingerir carnes malcozidas, andar sempre calçado, não nadar em lagos e rios poluídos, e beber apenas água tratada e filtrada ou fervida. Cuidar bem do lixo, não o deixan- do exposto e jogado em qualquer lugar, também faz parte da responsabilidade de cada cidadão. ( YURIY RUDYY/SHUTTERSTOCK.COM ) ( JOSHUA RAINEY PHOTOGRAPHY/SHUTTERSTOCK.COM )Manter as mãos limpas, mesmo se não puder lavar com água e sabão. Lavar as mãos com frequência. ( BIKERIDERLONDON/SHUTTERSTOCK.COM ) ( VENUS ANGEL/SHUTTERSTOCK.COM )Lavar bem os alimentos crus. Não andar sem calçados. Jogar o lixo armazenado em sacos. Beber água filtrada. ( CIÊNCIA E ARTE ) Jeca Tatu e as verminoses da época Monteiro Lobato foi o precursor da literatura infantil em nosso país. Ele se dedi- cou a escrever obras marcadas por uma linguagem simples e atrativa. Foi autor de contos muito conhecidos, que fazem parte da vida de muitas crianças até hoje. A maioria desses contos acontece no Sítio do Picapau Amarelo. Lobato nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Em home- nagem ao seu nascimento, nesse dia comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil. ( MAURICIO SIMONETTI/PULSAR IMAGENS )Foi um escritor comprometido com causas sociais e aproveitava o espa- ço da sua arte para protestar contra a situação dos trabalhadores e da saúde pública no Brasil de sua épo- ca. Assim nasceu o personagem Jeca Tatu, criado por Monteiro Lobato em sua obra Urupês, que contém 14 his- tórias baseadas no trabalhador rural paulista. Simboliza a situação do ca- boclo brasileiro, abandonado às do- enças pelos
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