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Enxertos & Retalhos ENXERTOS CUTÂNEOS · Pele recobre todo o corpo humano · Superfície corporal de 2mts · Derme (anexos cutâneos) e epiderme (mais superficial). Pele → regulação térmica, proteção química, física e microbiológica. Espessura entre 1 a 4mm, dependendo da região e varia com a raça, idade e estímulos externos Definição → transferência de um segmento não vascularizado de pele de um local para outro, que pode ser de espessura parcial ou total, de uma área receptora para uma área doadora. Considerando a elastina e o colágeno presentes na derme apresentará: · Contração primaria: Secundária a ação imediata da elastina, sofrera maior contração quanto maior for a sua espessura de derme (tem mais elastina). · Contração secundária: Devido a ação de mi fibroblastos durante o processo de cicatrização. Quanto mais fina a camada de derme e pela sua menor capacidade estrutural por baixa densidade de colágeno, maior vai ser sua deformação por influência de forças externas. Classificação: - Quanto a origem · Autoenxerto (do mesmo indivíduo) · Homoenxerto (da mesma espécie) maior indicação em grandes queimados · Xenoenxerto - curativo biológico (de animais) - Quanto a espessura · Parcial: · Formado pela epiderme e somente parte da derme · Permite cobertura de extensas áreas corporais · Permite cobrir extensas áreas e quanto mais fino apresentara menor contração primária e maior secundaria pior resultado estético mas tem maior pega. · Total: · Toda derme e epiderme · Pode ser retirado apenas de pequenas áreas · Maior contração primaria (mais fibras de elastina e colágeno que lhe permite retrair imediatamente) e menor contração secundaria · Maior dificuldade de integração · Mais estéticos · Retorno sensitivo pelos anexos cutâneos - Quanto a forma: · Em malha: de espessura parcial, usados como um expansor de pele tipo Tanner ou Zimmer, que faz cortes em toda a superfície do enxerto, ampliando o fragmento até 9 vezes. Apresenta mal resultado estético, que piora com o grau de extensão porem são uteis para cobertura de áreas extensas. · Laminados ou em tiras: Enxertos de pele parciais que são obtidos com aparelhos próprios (faca manual) e implantados diretamente na área receptora. Melhor resultado estéticos com superfícies continuas. Indicações: · Cobertura temporária de extensos ferimentos · Cobertura de ferimentos secundários a tratamentos oncológicos · Opção de tratamento mais complexos em casos de pcts sem condições para grandes cirurgias Área doadora: - Pele parcial · Cicatriz por segunda intenção · Mais que uma vez – a derme nunca se regenera · Podem ser retirados de qualquer lugar do corpo - Pele total: · Retirada com extensão limitada · Não cicatriza por segunda intenção · Dar preferência a áreas com pouco comprometimento estético (retroauricular, pre-auricular, supraclaviculare, inguinal, palpebral, abdominal, areolar, dobras articulares e grandes lábios) Área receptora: · Boa vascularização · Precisa ser limpa e sem tecidos desvitalizados · Controle de hemostasia já que o hematoma é o principal responsável pela perda do enxerto. · Tecido de granulação · Levar em consideração morbidades clinicas do paciente. FASES DO ENXERTO (CAI NA PROVA): · Fase de embebidação plasmática → enxerto se nutre nas primeiras 48hrs por embebidação no plasma do leito receptor. Apresenta aumento de peso em decorrência do ainda inexistente sist. de drenagem venosos e linfático. · Fase de inosculação → Após 48h, se estabelece conexões vasculares entre o enxerto e o receptor. Se inicia a irrigação sanguínea com início da eliminação do edema. · Fase de neovascularização → Indução de angiogênese com formação de novos capilares. Fluxo sanguíneo com velocidade normal e regressão completa do edema e estabelecido entre o 7° e 10° dia. Complicações: · · Não integração · Alteração da pigmentação · Hipertrofia cicatricial · Infecção da área doadora RETALHOS Definição: Transferência de um segmento de pele de um local do organismo para outro, mantendo-se um pedículo vascular. Especialidade do cirurgião plástico é elaborar retalhos. Classificação: - De acordo com o suprimento sanguíneo: · Randomizados ou ao acaso: sem pedículo definido. · Axiais: com pedículo definido, recebem fluxo sanguíneo das artérias septocutâneas e cutâneas diretas, que enviam ramos para formar plexos subdermicos e dérmicos. · Peninsulares → tem continuidade da pele da base até a ponta do retalho · Ilha → não tem continuidade de pele, se leva somente o segmento de pele interposto por um segmento somente com o feixe neurovascular. - De acordo com o local: · Locais: adjacentes ao defeito, mantendo características da pele a ser reconstituída · Que rodam sobre seu próprio eixo → em rotação, transposição ou em interpolação · Em avanço → movem-se diretamente sobre o defeito, sem movimentos de rotação ou alteridade. Podem ser pedículo simples, bi pediculado ou V-Y · Distancias: a área doadora e distante do defeito. · Diretos → necessária uma etapa cirúrgica para a confecção do retalho e outra para a liberação do seu pedículo (2 etapas após autonomização ex: retalho frontal) · Indiretos → transferem-se tecidos através de um transportador (membro) ou de migração (tubo pediculados) - De acordo com a região anatômica · Retalho de cabeça e pescoço · Retalho de tronco · Retalho de MMII e MMSS - De acordo com a composição · Simples -> única estrutura anatômica ex: cutâneo, de mucosa, de fascia, muscular, tendinoso, de omento · Composto -> quando tem duas ou mais estruturas ex: fasciocutaneos, miocutaneos, osteomusculares, osteocutaneos. PRINCIPAIS RETALHOS · Retalho frontal mediano: fasciocutaneo do tipo c, o pedículo dominante e a artéria supratroclear e veia concomitante serve para reconstrução nasal, infra orbital e sobrancelhas · Retalho frontal: entre a linha do cabelo e a sobrancelha, retalho cutâneo ou fasciocutaneo do tipo a pedículo dominante e a artéria e a veia temporal serve para cobertura do terço médio e inferior da face, lateral da face, cavidade oral e seio maxilar, reconstrução da sobrancelha do nariz e língua · Retalho nasolabial: sulco nasolabial ou nasogeniano e um retalho cutâneo, axial ou ao acaso tipo c. Pediculo e a artéria angular. Utilizada para recontruçao do nariz, do lábio superior e inferior, do assoalho da boca e da região malar · Retalho deltopeitoral · Retalho inguinal · Retalho radial do antebraço · Retalho dorsal do pe · Retalho de musculo grande dorsal Hernias INTRODUÇÃO: · Hérnia: ruptura (latim). · Definição: protrusão anormal de um órgão ou tecido por um defeito em suas paredes circundantes. · Ocorrem apenas em locais onde a aponeurose e fáscia não são cobertas por músculo estriado. (Exceto hérnia incisional) CONCEITOS: · Colo ou orifício: localizado na camada musculoaponeurótica. · Saco herniário: constituído pelo peritônio, faz protusão pelo colo e é branco nacarado. · Redutível: seus conteúdos podem ser reposicionados por entre a musculatura circundante. · Irredutível / Encarcerada: quando não pode ser reduzida. · Estrangulada: comprometimento do suprimento sanguíneo para seus conteúdos; + freq nas hérnias grandes com pequenos orifícios; ESTRANGULAMENTO: · Complicação principal e mais grave; · Encarceramento (extrui pelo anel inguinal e não volta mais espontaneamente, mas sem comprometimento vascular) -> estrangulamento (evolução que compromete o componente vascular e linfático e leva a necrose). · Mais comum nos extremos de idade (idosos e crianças) · Maioria são INDIRETAS (por dentro do canal inguinal) · Maior taxa de estrangulamento ocorre nas FEMORAIS (15 a 20 %) > reparar no momento do Dx. Mais crianças. TIPOS: Externa: protusão por todas as camadas da parede abdominal. Interna: protusão do intestino por um defeito na cavidade peritoneal. · Hérnia de Littré (1700): presença de um divertículo de Meckel num saco herniário; · De Garengeot (1731 ): apêndice cecal no conteúdo de hérnia femoral;. · Hérnia de Spiegel: protrusão de um saco peritoneal ou gordura pré-peritoneal, por um defeito na aponeurose dotransverso abdominal, entre a linha semilunar e a borda lateral do reto abdominal. · Hérnia de Richter: borda antimesentérica do intestino é aprisionada, podendo ocorrer estrangulamento sem obstrução. HERNIA INGUINAIS INCIDENCIA: · ~75% das hérnias da parede abdominal. · Homens são 25 vezes + propensos que mulheres. · Hérnia inguinal indireta é a mais comum em ambos os sexos (2/3). · Hérnias femorais – 10 M x 1 H. · Hérnias umbilicais – 2 M x 1 H. · Hérnias incisionais – 2 M x 1 H. ANATOMIA: · Pele; · TCSC > a. circunflexa ilíaca superficial, a. epigástrica superficial, a. pudenda externa e as vv. acompanhantes; · M. oblíquo externo (limite superficial do canal inguinal) > nn. iliohipogástrico e ilioinguinal; · M. oblíquo interno (borda superior do canal inguinal); · M. transverso abdominal; · Fáscia transversalis (assoalho do canal inguinal); · Espaço pré-peritoneal (n. cutâneo femoral lateral e n. genitofemoral); · Peritônio; CANAL INGUINAL: · 2 a 4 cm acima do lig inguinal; · Na mulher só tem H. inguinal congênita (persistência do conduto vaginal) · Estende-se do anel inguinal interno ao anel inguinal externo (~ 4 cm de comprimento); · Conteúdo: H > cordão espermático; M > ligamento redondo; · Cordão espermático: elementos (prova) · M. Cremaster; · Processo vaginal; · A. E v. Testicular; · Ramo genital do n. Genitofemoral; · Ducto deferente; · Vasos cremastéricos; · Linfáticos; DIAGNÓSTICO · Abaulamento na região inguinal que pode estar associado a dor leve ou desconforto vago; · EF na posição supina e ortostática > pode ser facilitado pela manobra de Valsalva; · Direta X Indireta; · Ultra-som: melhor exame, alto grau de sensibilidade e especificidade para detecção de hérnias inguinais diretas, indiretas ou femorais ocultas; · Dx diferencial das massas inguinais: hérnia inguinal; hérnia femoral; hidrocele; adenite inguinal (íngua); varicocele; testículo ectópico; lipoma; torção testicular; entre outros; Classificação de Nyhus: prova-> REPARO CIRURGICO: Reparos anteriores: · Bassini: tendão conjunto ao ligamento inguinal (residiva muito) · Mc-Vay: borda do transverso abdominal ao ligamento de Cooper; necessidade de incisão de relaxamento na aponeurose do m. oblíquo externo; · Shouldice: embricamento de planos (Pouco realizada) · Lichtenstein: reparo sem tensão com tela > tensão no reparo das hérnias constitui a principal causa de recidiva; metanálise recente (2002) de 58 relatos comparando técnicas com e sem tela demonstrou de ~ 60% na recorrência com uso de tela. (sem tensão e produz fibrose que reforça a parede anterior) a. Dissecção cuidadosa do canal inguinal e separação das aponoreuroses do m. obliquo externo e interno numa altura suficiente para acomodar uma tela de 6 a 8 cm de largura. b. Retração do cordão espermático cefalicamente. Fixação da tela a aponeurose que recobre o tubérculo púbico (~2 cm). Sutura continua ascendente fixando a tela ao ligamento inguinal.~ c. Sutura da tela a aponeurose do m. oblíquo interno aproximadamente a 2 cm da borda aponeurótica d. União das bordas da tela ao redor do anel inguinal profundo. Posicionamento dos elementos do cordão espermático sobre a tela (dentro do canal espermático). Fechamento por planos. Tratamento Laparoscópico: · Método livre de tensão; · Maioria das publicações relata taxas de complicações <10% e uma taxa de recidiva de 0 a 3% · Hérnias bilaterais ou recidivadas Abordagens: · Transabdominal pré-peritoneal; · Extraperitoneal total > fornece acesso pré-peritoneal sem violar a cavidade peritoneal; Estudos: · O método VLP apresentou menor nível de dor, menos complicações pós-operatórias e retorno mais precoce às atividades com custo similar · O método laparoscópico deve ser o de escolha em casos de recorrência após tratamento convencional. HERNIAS FEMORAIS · Ocorrem através do canal femoral > limitado superiormente pelo trato iliopúbico, inferiormente pelo ligamento de Cooper, lateralmente pela v. femoral e medialmente pela junção do trato iliopúbico com o ligamento de Cooper. · Produz abaulamento abaixo do ligamento inguinal. · Opções de reparo: - Obliteração do defeito do canal femoral a McVay ou com Tela; - Abordagem pré-peritoneal; - Abordagem laparoscópica; · Sempre explorar o saco herniário devido a alta incidência de estrangulamento. HERNIA UMBILICAL · Frequentes nas crianças (congênitas) – fechamento espontâneo em torno dos 2 anos de idade na > dos casos. · Se persistir após os 5 anos > Cx. · Adultos: adquiridas (da Pressão Intra Abdominal); estrangulamento é incomum; pode culminar em ruptura (ascite crônica); Reparo: defeitos pequenos - fechamento primário. > 3 – 4 cm - tela. · Grandes defeitos podem ser reparados por via laparoscópica com colocação de tela (reduz recorrência e complicações) HERNIAS EPIGÁSTRICAS · Se localizam entre o processo xifoide e o umbigo (geralmente 5 a 6 cm acima do umbigo); · 2 a 3 vezes + comuns em H; · Defeitos geralmente pequenos com dor desproporcional ao tamanho > encarceramento de gordura pré-peritoneal; · São múltiplas em até 20% dos pacientes; · Reparo: fechamento 1º na maioria dos casos. HERNIAS INCISIONAIS · Podem ser as mais frustrantes e difíceis de tratar; · Etiologia: cicatrização inadequada devido a fatores como excesso de tensão no fechamento, infecção de sítio cirúrgico, DM, corticóides e DPOC entre outros; · Ocorrência relatada em laparotomias de até 10%; · Reparo 1º - defeito < 4 cm de diâmetro e tecidos vizinhos viáveis; · Reparo com tela (>4cm). · Técnica de Stoppa: colocação de tela de grandes dimensões, préperitoneal (retromuscular cobrindo a bainha posterior dos retos ou o peritônio); a tela deve se estender 5 a 6 cm além do defeito; · Recorrência de 10 a 50% (< com tela); COMPLICAÇOES APÓS REPARO DAS HÉRNIAS · Infecção de FO (1 a 2%); · Lesões nervosas: n. ilioinguinal, ramo genital do n. genitofemoral e n. iliohipogástrico são os + freqüentemente lesados; · Neuralgias residuais causa dor crônica e parestesia da parede abdominal · Sd do pinçamento de nervos: Tx com reexploração Cx e neurectomia; · Orquite isquêmica: trombose de pequenas vv. do plexo pampiniforme > congestão venosa do testículo > edema e dor (2º a 5º PO) > atrofia testicular (6 a 12 semanas); · Lesão do ducto deferente e de vísceras; · Recorrência: técnicas com tela têm ~60% menos recorrência.
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