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LARA SANTIAGO MARC - 6º PERÍODO Asm� Definição A asma é uma doença das vias aéreas inferiores caracterizada por inflamação crônica do músculo liso dos brônquios, vias aéreas hiper-reativas e episódios de broncoespasmos que limitam o fluxo de ar. ● É uma doença heterogênea: existem formas leves e graves; podem começar na infância, fase adulta ou nos idosos → fenótipos. ● Processo inflamatório crônico das vias aéreas → estão sempre inflamadas, ora mais, ora menos. Devido a isso os sintomas são intermitentes, quando a inflamação piora por algum gatilho, eles são desencadeados. ● Quando a inflamação acomete mais significativamente a via aérea do paciente, causa uma obstrução variável do fluxo aéreo. Epidemiologia ● O Brasil compõe o rol de países do mundo que têm a mais alta prevalência de asma (>10%). ● O número de internações vem diminuindo devido a melhora do tratamento. Fenótipos da asma Asma alérgica (“extrínseca”): ● Forma predominante (>80% dos casos); ● Geralmente com início na infância: história pessoal ou familiar de atopia (eczema, rinite, alergia a alimentos ou medicamentos); ● Via aérea é infiltrada por eosinófilos (inflamação eosinofílica); ● Resposta ao corticóide inalatório costuma ser excelente. Asma não alérgica (“intrínseca”): ● Início tardio (adultos, princ. mulheres), não associada à atopia; ● Infiltração da via aérea por neutrófilos (inflamação neutrofílica), eosinófilos ou ter pouca celularidade (paucigranulocítica); ● Resposta ao corticóide tende a ser menor. Asma com obstrução aérea fixa: ● Asma de qualquer tipo, com longa duração e tratamento inadequado; ● A perda irreversível da função pulmonar eleva o risco de complicações e óbito. Asma relacionada à obesidade: ● Aumento do IMC: aumenta a prevalência asmática; ● Etiopatogenia desconhecida; ● Perda ponderal pode melhorar o quadro. Fatores de risco ● O principal fator de risco identificável para asma é a atopia: tendência (do sistema imunológico) à formação preferencial de anticorpos da classe IgE contra antígenos comuns no meio ambiente (chamados genericamente de alérgenos). ● Predisposição genética. ● A exposição a alérgenos, particularmente nos primeiros anos de vida, pode determinar inflamação crônica alérgica das vias aéreas de indivíduos geneticamente suscetíveis. ● Ocupação: a asma ocupacional acontece de maneira independente da presença de atopia e melhora com o afastamento das atividades laborativas. ● Obesidade. ● Dieta: deficiência de vitaminas C, D e E, selênio, magnésio, ricas em sódio e gorduras saturadas. ● Dietas com baixos teores de antioxidantes ou ácidos graxos poliinsaturados. ● Idade materna muito jovem, baixo peso ao nascer, prematuridade, não realização do aleitamento materno e uso de paracetamol na infância. Fatores desencadeantes ● Pacientes com asma bem controlada, conseguem permanecer livres de sintomas, mesmo quando em contato com desencadeantes. ● Exposição ou contato com alérgenos (partículas que causam alergia) como a poeira, mofo e pelo de animais, assim como, irritantes (odores fortes de perfumes, materiais de limpeza, etc.) e poluentes intradomiciliares (cigarro, fumaça de fogão, etc.) e de fora da casa (resíduos industriais e de queima de combustível), infecções (resfriados), mudanças de clima. ● Várias drogas podem causar o broncoespasmos em asmáticos. Principais: betabloqueadores e AAS. ● Exercício físico: associação do exercício com a hiperventilação, principalmente em clima seco e frio, desidrata a camada líquida na superfície da mucosa respiratória, aumentando sua osmolaridade. A hipertonicidade resultante estimula a degranulação dos mastócitos (IgE ligada em sua superfície). ● Dieta: alguns aditivos presentes em alimentos industrializados (metabissulfito-conservante) liberam dióxido de enxofre ao ser metabolizado no estômago. Esse gás acaba sendo inalado pelo paciente, causando efeito irritativo sobre a via aérea, podendo desencadear crises de asma. ● Hormônios: algumas mulheres, no período pré-menstrual (asma catamenial) fazem crises de asma (geralmente graves), relacionada com queda dos níveis de progesterona, podendo melhorar com a reposição desta em altas doses. Agravamento também por disfunção tireoidiana (hipo e hipertireoidismo). ● DRGE: muito frequente em asmáticos, já que as drogas broncodilatadoras relaxam o esfíncter esofagiano, aumentando os episódios de refluxo; Porém, tais episódios não têm relação direta com os sintomas da asma. ● Estresse: fatores emocionais podem se relacionar com as crises de alguns pacientes; Grandes estresses, como o luto, podem transitoriamente melhorar os sintomas asmáticos. Fisiopatologia ● Obstrução variável do fluxo aéreo: 1. Na via aérea normal: o músculo liso, o epitélio e a quantidade de glândulas estão normais. 2. Na via aérea asmática: o processo inflamatório crônico faz com que haja uma maior broncoconstrição, diminuindo o calibre da via aérea. Além disso, a formação de glândulas é estimulado, aumentando suas secreções e ocorrendo uma descamação do epitélio doente. Tudo isso leva aos sintomas de obstrução, que quando tratado, essa obstrução se desfaz. Via inflamatória: ● Justifica o motivo da asma ser tão heterogênea. ● Na asma alérgica eosinofílica: exposição ao aeroalérgeno → processo inflamatório montado → estimula a formação de eosinófilos e linfócitos B → os LB se ligam aos mastócitos → paciente se expõe novamente ao aeroalérgeno → degranulação dos mastócitos → sintomas ➤ Via TH2 do tipo alérgica. ● Asma não alérgica eosinofílica: não necessita do contato com aeroalérgeno → a formação de eosinófilos se dá a partir de IL-5 e IL-13. ● Asma neutrofílica: mais difícil de ser controlada → resposta menor ao corticoide. Se comporta como DPOC. É mais comum em mulheres obesas, associada ao tabagismo. Quadro clínico Sintomas típicos: sibilância, chiado, sensação de opressão torácica, tosse, dispneia. ● Os sintomas possuem variabilidade ao longo do dia e podem ser desencadeados por gatilhos ambientais. ● A tosse (geralmente não produtiva) é quase que constante na asma, podendo por vezes ser sua única manifestação. ● Os sintomas pioram no final do dia ou no começo do dia, relacionados com alteração no cortisol → ↓ cortisol ↑ risco e broncoconstrição. ● A sensação de opressão torácica, ou constrição, provém da estimulação de receptores vagais nas vias aéreas. Os sibilos são sons adventícios contínuos polifônicos, de caráter musical, predominantemente expiratórios na asma, produzidos pela aceleração e turbilhonamento do ar nas vias aéreas estreitadas, gerando oscilações de suas paredes. ● A obstrução é mais grave, quando da associação de sibilos inspiratórios e expiratórios. ● A ausência de sibilos em um paciente asmático, chamado de tórax silencioso, sinaliza como uma advertência de muita gravidade, sugerindo que os fluxos aéreos são tão baixos que não geram oscilações de parede brônquica, não determinando, portanto, manifestação acústica. ● Neste caso, há uma redução generalizada do murmúrio vesicular associado a importante esforço ventilatório. ● Roncos também podem ser auscultados, especialmente quando as vias aéreas estão cheias de muco. Pode-se encontrar também no exame físico: ● Taquipneia (frequentemente entre 25 ipm e 40 ipm); ● Tiragem intercostal: retração inspiratória dos espaços intercostais, fossa supra-esternal, regiões supraclaviculares e subcostais devido a obstrução; ● Utilização da musculatura acessória, principalmente nas grandes dispneias, mobilizando os músculos inspiratórios auxiliares como os esternocleidomastóideos e escalenos; ● Tempo expiratório forçado, prolongando a expiração ao mesmo tempo em que aperta os lábios, deixando apenas uma pequena fenda central na comissura labial (posição de “assovio”); ● Taquicardia; ● Pulso paradoxal (PP): consiste na diminuição acentuada da amplitude do pulso e até mesmo no seu desaparecimento, associado a uma diferença de pressão sistólica entre a inspiração e a expiração.Diagnóstico ● Anamnese completa incluindo um histórico ambiental detalhado, com a descrição dos potenciais desencadeantes das crises, além do exame físico cuidadoso, formulação do diagnóstico diferencial e monitoramento rigoroso. ★ Diagnóstico funcional: ● A confirmação do diagnóstico de asma em pacientes com idade maior ou igual a 6 anos envolve o reconhecimento clínico de um padrão sintomático compatível com a doença associado à demonstração objetiva variável e reversível ao fluxo expiratório. ● Os principais métodos utilizados são: ● Os dois primeiros métodos devem ser realizados no início da manhã, e podem ser repetidos na vigência de sintomas. ● Já a broncoprovocação é reservada aos pacientes que se encontram momentaneamente assintomáticos e com espirometria normal, mas têm forte suspeita diagnóstica em função de uma história clínica sugestiva. Só costuma ser realizado em adultos. Prova broncodilatadora: ● A espirometria é um exame que avalia a função pulmonar basal e serve para diagnosticar e monitorar pacientes com asma. ● O exame é realizado com o paciente sentado. ● Ele respira normalmente usando o volume corrente e, em determinado momento, faz uma inspiração máxima forçada. Logo em seguida, faz expiração com força máxima e esforço vigoroso continuado. Essa expiração deve durar pelo menos 6 segundos. ● Essa manobra deve ser realizada pelo menos três vezes, de modo a conseguir três amostras de qualidade. ● Como é um exame que exige esforço físico do paciente, pode haver dificuldade em conseguir essas três amostras. Porém, é essencial que sejam realizadas para a interpretação apropriada do exame. ● Ministra-se um agonista b2-adrenérgico de curta ação (ex.: salbutamol), medindo-se o VEF1 10-15 minutos depois. Se o paciente já estiver em uso de agonistas b2-adrenérgicos deve-se suspender a medicação pelo menos 4h antes (no caso de agentes de curta duração) ou 12h antes (no caso de agentes de longa duração). ● Após o broncodilatador o paciente consegue melhorar a sua expiração, provando que existe um tônus broncoconstrictor no paciente asmático. ● A espirometria é o método de escolha para o diagnóstico, devendo ser realizada sempre que possível. Contudo, dado o seu maior custo e menor disponibilidade, a OMS recomenda que sistemas de saúde com poucos recursos financeiros priorizem o uso de fluxômetros portáteis para diagnóstico e acompanhamento da asma. Este aparelho, inclusive, está incluso no chamado “Pacote de Intervenções Essenciais em Doenças Não Comunicáveis”. Variação diária média do pico de fluxo: ● Para cálculo da variação diária média do PFE, deve-se medir o PFE duas vezes (manhã e noite), aplicando a seguinte fórmula: [PFE máximo - PFE mínimo]/média dos dois valores x 100. Faz-se isso diariamente, e em seguida realiza-se uma média ponderada de todos os valores obtidos ao longo de 1-2 semanas. Recomenda-se que o mesmo fluxômetro portátil seja utilizado, haja vista que aparelhos diferentes podem fornecer valores significativamente discrepantes (diferenças de até 20% no PFE). Broncoprovocação: ● Caso a espirometria não tenha resposta e existe a presença de sintomas. ● Ministrar alguma substância que possa irritar a via aérea do paciente (ex.: correr em um ambiente frio e seco). ● Observar o comportamento do volume expiratório forçado no 1º segundo. ● Paciente que possui uma hiper-responsividade, ou seja, a via aérea necessita de pouco estímulo para sofrer o fenômeno de broncoconstrição, vai haver uma queda de VEF1. ● Se maior ou igual a 20% é positivo. Controle e classificação ● O controle da asma é baseado no nível de sintomas e nos fatores de risco para desfechos desfavoráveis da asma. ● Um questionário pode ser aplicado para obter essa informação. ● Asma não controlada é um fator de risco para exacerbações. Fatores de risco modificáveis para exacerbações, mesmo em pacientes oligossintomáticos: ● Medicação: não-uso de corticoide inalatório, má-adesão, técnica incorreta do uso do inalador, uso excessivo de β2-agonista de curta duração. ● Comorbidades: obesidade, rinossinusite crônica, DRGE, alergia a alimento confirmada, ansiedade, depressão, gravidez. ● Exposições: fumo, alérgeno, poluição atmosférica. ● Estabelecimento: más condições socioeconômicas. ● Função pulmonar: baixo FEV1, em particular se <60% do valor predito; reversibilidade mais intensa. ● Outros exames: eosinofilia do sangue ou escarro, FENO (Fração de óxido nítrico exalado) em adultos alérgicos em uso de CI inalatório. Fatores de risco independentes para exacerbações: ● Ter sido entubado ou internado em UTI devido a asma; ● Ter tido uma ou mais exacerbações graves nos últimos 12 meses. A gravidade da asma é definida pela intensidade do tratamento necessário para manter a doença sob controle. Estabelecida após o paciente estar com a doença sob controle utilizando a menor dose efetiva do tratamento de manutenção. Tratamento Exacerbação da asma (domiciliar): É altamente recomendado que o paciente com asma seja reavaliado periodicamente, e que tenha um “plano de ação” para quando houver exacerbação. Esse plano de ação deve conter: ● Os medicamentos em uso; ● Como e quando aumentar a dose dos medicamentos, bem como quando iniciar uso de corticoesteroide oral. Pode ser necessário aumentar a dose do medicamento inalatório de alívio, do medicamento de controle ou iniciar corticoesteroide; ● Como procurar ajuda médica se os sintomas piorarem ou não responderem à terapia. ● Esse plano de ação deve basear-se nos sintomas e, no caso de adultos, na PEF. ● Além disso, é necessário que o médico peça para o paciente usar o inalador na sua presença, para certificar-se de que a técnica de inalação está correta. Por fim, como orientamos o paciente em relação a exacerbações? ● O tratamento de alívio é: corticoide inalatório + β2-agonista de longa duração ● Outra opção: corticoide inalatório + β2-agonista de curta duração. Asma na unidade de emergência: ● Iremos avaliar o paciente em relação a dispneia, FR, FC, saturação de O2 e FEV, enquanto já iniciamos β2-agonista de curta duração e oxigênio. ● Iniciar tratamento com doses repetidas de β2-agonista de curta duração, corticoide oral e oxigênio. ● Reavaliar os sintomas e saturação frequentemente, e medir a função pulmonar após 1 hora. ● Avaliar também a necessidade de transferência do paciente se houver sinais de exacerbação severa, ou para unidade de cuidados intensivos se: sonolento, confuso ou com tórax silencioso. ● Se a exacerbação for severa, utiliza-se brometo de ipratrópio e considera-se administrar β2-agonista de curta duração pelo nebulizador. Sulfato de magnésio intravenoso pode ser administrado caso o tratamento inicial não funcione. ● A aminofilina, derivado da teofilina, que relaxa o músculo liso, é utilizada apenas em crises refratárias devido aos seus efeitos colaterais cardiovasculares, neurológicos e gastrointestinais. O paciente é liberado quando: ● Os sintomas apresentarem melhora, até não ser mais preciso o uso de beta2-agonista; ● O PEF estiver melhorando, ultrapassando 80% a 90% do valor predito ou do melhor valor basal do paciente (se conhecido); ● Se oxigenação maior que 94% em ventilação espontânea e soubermos que o paciente tem os recursos necessários em casa. ● Além disso, o paciente manterá o corticoide oral por 5 a 7 dias e irá retornar em cerca de uma semana – independentemente da gravidade da asma. É realizado o raio-x ou exame de gasometria em casos selecionados. ● Se saturação < 92%, realiza-se a gasometria arterial e, caso este aponte hipercapnia, temos um sinal de gravidade e de franca insuficiência respiratória. ● O raio-x pode ser utilizado para descartar outras patologias ou verificar condições associadas. Tratamento de controle: Primeiramente, precisamos saber que o tratamento da asma a longo prazo é baseado nos Steps. O que são esses steps? São “etapas” nas quais os pacientes asmáticos são classificados. Elas indicam a gravidade da doença e irão guiar o tratamento. Existem as etapasde 1 a 5. ● Via de regra, asma leve é aquela que, para um bom controle, precisa de baixa intensidade de tratamento (etapa 2); ● Asma moderada necessita de intensidade intermediária de tratamento (etapa 3); ● Asma grave, de alta intensidade (etapas 4 e 5). ● Se um paciente está com sintomas intensos, iniciamos o tratamento com base em uma das etapas e, após reavaliação em 2 a 3 meses, decidimos se reduzimos a dose para a de uma etapa abaixo. Etapa 1 ● Nessa etapa, o paciente não vai precisar tomar remédio todo dia. ● Utilizaremos apenas medicação de demanda, dessa forma: 1. Corticoide inalatório em dose baixa + β2-agonista de longa duração de demanda; 2. Ou corticoide inalatório em dose baixa + β2-agonista de curta duração de demanda. ● Existia desde 2014 a opção de utilizar corticoide inalatório em doses baixas diariamente, mas o GINA 2019 passou a não mais recomendar seu uso devido à baixa aderência de uso diário em pacientes com poucos sintomas. Etapa 2 ● Corticoide inalatório em doses baixas diário (padrão ouro); ● Ou corticoide inalatório em doses baixas + β2-agonista de longa duração de demanda. ● Ou uso isolado de anti-leucotrienos diário, embora menos efetivo que corticoide inalatório, ● Ou corticoide inalatório em doses baixas + β2-agonista curta duração de demanda. Etapa 3 ● Corticoide inalatório dose baixa + β2-agonista de longa duração diários; ● Ou seja, a partir da etapa 3, não tem para onde ir: o paciente vai precisar entrar com medicação diária necessariamente, não apenas de demanda. ● Outras opções incluem: corticoide inalatório dose moderada diário; ● Ou corticoide inalatório dose baixa + anti-leucotrienos diários; ● Ou corticoide inalatório dose baixa + imunoterapia sublingual diários com em pacientes com rinite e alergia a ácaros. Etapa 4 ● Corticoide inalatório dose moderada + β2-agonista de longa duração diários ● Ou corticoide inalatório dose alta diário; ● Ou corticoide inalatório dose alta + anti-leucotrienos; ● Ou corticoide inalatório em dose alta + tiotrópio diários ou corticoide inalatório dose alta + imunoterapia sublingual em pacientes com rinite e alergia a ácaros. Etapa 5 ● Corticoide inalatório em dose alta + β2-agonista de longa duração diários; ● Ou associar tiotrópio ou anti-IgE se asma alérgica (omalizumabe – anticorpo específico contra IgE); ● Ou anti IL-5 se asma eosinofílica (mepolizumabe); ● Ou corticoide oral dose baixa diário (mais barato, mas inúmeros efeitos adversos). ● Pacientes na etapa 5 devem ser encaminhados para avaliação mais detalhada. ● Realizamos o paciente após 2 a 3 meses do início do tratamento: checar sintomas, exacerbações, efeitos colaterais e satisfação do paciente. ● Consideramos reduzir para a terapia da etapa logo abaixo (step down) após 3 meses de sintomas controlados. Lista de medicamentos que podem ser utilizados na Asma: ● Beta-2 agonistas: Curta duração usa apenas na crise. Longa duração sempre associado com corticoide inalatório (aumento do risco de óbitos relacionados à asma na monoterapia). Beta de longa só em crianças acima de 5 anos. ● Corticoides inalatórios: sempre orientar higiene bucal após o uso na prevenção de candidíase e rouquidão. Paciente < 6 anos: Diagnóstico: ● Crianças <5 anos não possuem maturidade suficiente para compreender e colaborar com as manobras necessárias à realização das provas de função pulmonar (espirometria, medida de PFE); ● Diagnóstico baseado apenas em informações clínicas; ● Iniciar uma terapia de controle neste grupo - “teste terapêutico”. Uma boa resposta ao tratamento será apenas mais um dado a favor do diagnóstico da asma; ● Critérios para diagnóstico de asma em crianças < 6 anos: quanto maior o número de critérios presentes, maior a probabilidade de ser asma. Tratamento - terapia de controle: ● Os objetivos do tratamento são idênticos aos de pacientes mais velhos: supressão dos sintomas e diminuição dos riscos futuros;E ● Escada terapêutica para pacientes < 5 anos: ● A decisão de “subir” ou “descer” degraus dessa escada se baseia em um ciclo contínuo de: 1. avaliação da asma (grau de controle dos sintomas e riscos futuros); 2. prescrição do tratamento no passo adequado; 3. reavaliação (resposta clínica obtida). ● Asma em crianças < 5 anos: remissão com razoável frequência. Paciente deve ser acompanhado com mais regularidade do que as outras faixas etárias (3-6 meses, no máximo); ● Principais indicações para conduzir o tratamento em cada passo terapêutico: Tratamento: tratamento das exacerbações: Principais alterações que denunciam o início de uma exacerbação em < 5 anos: ● Aumento agudo ou subagudo da sibilância e da dispnéia; ● Aumento da tosse, especialmente a tosse noturna com a criança dormindo; ● Letargia ou diminuição da tolerância ao exercício; ● Redução nas atividades diárias, incluindo a alimentação; ● Diminuição da resposta habitual ao SABA inalatório. Assim como nos mais velhos, a abordagem da exacerbação pode ser iniciada no próprio domicílio do paciente, utilizando um “plano escrito de automanejo”. Situações que indicam urgência em procurar o hospital:
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