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TOXICOLOGIA Maria José Nunes de Paiva Fonte: www.glastonburyus.org Introdução 11 milhões de substâncias químicas catalogadas no CAS 80.000 usadas cotidianamente O slogan comemorativo do 75⁰ aniversário da Associação Americana de Química foi: “Chemistry, key to better living” Assim… Fibras sintéticas para vestuário Alimentos – fertlizantes e pesticidas Embalagens plásticas Combustíveis orgânicos No trabalho, vários produtos sintéticos ESTAMOS CERCADOS POR SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS USA Europa Japão China H2SO4 37 19 6,5 4,5 Polipropileno 8,1 6,9 3,0 1,1 Tabela 2. Produção de Ácido sulfúrico e polipropileno *Produção em milhoes de toneladas Galembeck, F. Chemical industry: recent developments, problems and opportunities. Química Nova, 30, 2007 4 www.gotmercury.org/ California Wants to Serve a Warning With Fries (NY Times, Sept 21, 2005) Fish-mercury risk underestimated (CNN.com, Apr 12, 2001) Ephedra Ban: What Took So Long? (CBSNews.com, Dec 30, 2003) A Toxicologia Afeta o Homem Todos os Dias Orla gengival de Burton - chumbo Úlcera - cromo 6 Dermatites - Arsênio Leucemia - Benzeno 6 A ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo. FINALIDADES Organismo Efeito nocivo Substância Química ELEMENTOS DA TOXICOLOGIA O QUE É TOXICOLOGIA? A ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo. Qualquer substância que ocasione uma alteração no funcionamento biológico por suas ações químicas DROGA Efeito Benéfico Fármaco Farmacologia Efeito Adverso Agente Tóxico Toxicologia Estuda substâncias que interagem com sistemas vivos por meio de processos químicos, ligando-se a moléculas reguladoras e ativando ou inibindo processos corporais normais Efeitos terapêuticos Efeitos colaterais Farmacologia Ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo Toxicologia TOXICOLOGIA CINCIA MULTIDISCIPLINAR Química Farmacologia Nutrição Bioquímica Outras áreas Povos pré-históricos: Conheciam os efeitos tóxicos e benéficos de materiais de origem vegetal e animal. Observação de qual alimento não produzia efeitos tóxicos ou doenças. Aspectos históricos Povos pré-históricos: 1500 a.C.: “Papiro de Ebers”800 ingredientes ativos Ópio, Metais(Pb, Cu, Sb) Alcalóides de plantas Aspectos históricos Aspectos históricos IDADE ANTIGA – Grécia 470-399 a.C. Sócrates – condenado a morte com cicuta A morte de Sócrates (470-399 a.C.) Jacques-Louis David, 1787 Coniun maculatum Aspectos históricos IDADE ANTIGA – Grécia 460-364 a.C. Hipócrates – Pai da Medicina – relação de venenos e princípios primitivos da Toxicologia clínica " 370-286 a.C. Theophrastus – referência as plantas tóxicas no livro de Historia Plantarum 204-135 a.C. Nicandro – fez poemas descrevendo venenos, envenenamentos e antídotos (Alexipharmaca e Theric) Aspectos históricos IDADE ANTIGA – Grécia 40-90 a.C. Dioscórides – Pai da Farmácia 1a. classificação dos venenos - 16 séculos animais, vegetais minerais Descrição de desenhos dos venenos; Uso de eméticos em envenenamentos Ventosas para picadas de cobras Aspectos históricos IDADE ANTIGA – Roma 120 – 63 a.C. – Mitrídates – Rei do Ponto – experimentos com envenenamentos agudos e modos de evitar seus efeitos: ingestão voluntária de mistura de 36 diferentes ingredientes. Século IV a. C. – LOCUSTA - envenenamentos em massa – Agripina, Cláudio Imperatriz Agripina Mãe de Nero Imperador Cláudio Pai de Britannicus Amanita phalloides LOCUSTA Envenenadora oficial Aspectos históricos IDADE ANTIGA – Roma Ano 82 a.C. – Sulla – Lex Cornelia, para punir envenenadores 37 – 68 d.C. – Nero – usou veneno para matar Britanicus (seu meio irmão) Aspectos históricos IDADE MÉDIA 1135-1204 – Maimonides (Moses bem Maimon) – escreveu um texto sobre tratamento dos envenenamentos por insetos, cobras e cachorros loucos. Venenos usados largamente com finalidade política Envenenadores “profissionais”: Spara (uso de veneno para fins matrimoniais e financeiros); Lucrécia Bórgia Água Toffana (arsênico) Giulia Toffana Catarina de Médicis Introducão na França Aspectos históricos IDADE MÉDIA Toffana (cosméticos à base de arsênio); Bórgias, como Alexandre VI e seus filhos Lucrecia e César. Catarina de Médicis – venenos da Itália para a França. IDADE MÉDIA Marquesa de Brinvillers – testava suas “receitas” em crianças, anotando seus efeitos (início dos efeitos, potência, local e modo de ação, sinais e sintomas) Catherine Deshayes, La Voisine – envenenadora na corte de Luís XIV – a qual é atribuída a morte de 2000 crianças Chambre Ardente – comissão judicial para punir envenenadores. Aspectos históricos “TUDO É VENENO. A DOSE CORRETA DISTINGUE UM VENENO DE UM REMÉDIO” PHILIPPUS AUREOLUS THEOPHRASTUS BOMBASTUS- VON HOHENHEIMPARACELSUS (1493-1541) Stormy Petrel of Medicine RENASCENÇA – IDADE MODERNA 1493-1541 – PARACELSUS – desenvolvimento do aspecto médico, científico da Toxicologia; necessidade de experimentação; dose diferencia remédio de veneno e outras idéias revolucionárias no campo da medicina e terapêutica. Publicou o primeiro tratado de doenças em mineradores. Aspectos históricos Aspectos históricos IDADE CONTEMPORÂNEA 1787-1853 – ORFILA “Pai da Toxicologia” escreveu o primeiro tratado voltado exclusivamente para a Toxicologia Aspectos históricos IDADE CONTEMPORÂNEA Traitè de Toxicologie – e este conhecimento passa a ser uma Ciência. Desenvolvimento do ASPECTO FORENSE DA TOXICOLOGIA, principalmente de métodos de detecção de toxicantes em material biológico. Aspectos históricos IDADE CONTEMPORÂNEA Século XIX – desenvolvimento extraordinário da Química Orgânica e síntese de novos compostos (fosgênio, gás mostarda – gases de guerra). Magendie (1783-1855) – brometo, ópio, estricnina na medicina; Claude Bernard (1813-1878) – ação tóxica do curare; Ehrlich (1845-1915) – mecanismos de ação de toxicantes. Aspectos históricos IDADE CONTEMPORÂNEA Segunda Guerra Mundial: síntese de SQ, organofosforados e organoclorados – visando uso na GUERRA. Paralelamente, houve o desenvolvimento de antídotos, como o BAL. Introdução dos aditivos para alimentos e seu controle Aspectos históricos IDADE CONTEMPORÂNEA Após a Segunda Guerra – desenvolvimento extraordinário da Toxicologia: condições da exposição, e não apenas a dose, como desencadeantes de efeitos tóxicos; estabelecimento do RISCO X SEGURANÇA no uso de SQ (padrões de segurança); conhecimento de mecanismos de ação tóxica; aspectos preditivos e preventivos da Toxicologia; Toxicologia comportamental, Imunotoxicologia, Toxinologia, Ecotoxicologia, entre outros. Aspectos históricos Século 20 oÁrea de alimentos: aditivos / contaminantes oÁrea agrícola: pesticidas / drogas veterinárias oÁrea farmacêutica: fármacos e excipientes Atualmente oAvaliação da segurança de uso oEstudos toxicológicos oEstudos farmacológicos Botica. Gravura colorida de Quiricus de Augustis - Dlicht d'Apotekers (Bruxelas, 1515) Toxicologia Moderna 1850 - : introdução de substâncias químicas na terapêutica Anestésicos (éter, clorofórmio, ácido carbônico); Desinfectantes; Farmacologia Experimental - Toxicologia Experimental; Final século XIX: benzeno, tolueno, xileno (escala comercial); radioatividade (Becquerel e Curies); I Guerra Mundial: vitaminas, arsenicais, TOCP, DDT, DES. II Guerra Mundial: antibióticos, sulfas. Marie Pierre Becquerel Arsenicais, TOCP, DDT, DES, Sulfanilamida,antibióticos, Organofosforados, radicais livres, dose-resposta, Cromatografia em papel, metabolismo, Talidomida Carcinogênese, mutagênese, teratogênese, Métodos analíticos sensíveis, Avaliação de risco e segurança OBSCURANTISMO LUZ 1500 a.C. Papiro de Ebers Ano zero Hippocrates (460-364 a.C.) Theophrastus (370-287 a.C.) Mitridates (120-63 a.C.) Dioscorides (40 -90 a.C.) 1500 d.C. Século 21 Paracelsus “Toxicon” / Experimentação Respostas terapêuticas vs tóxicas Dose vs resposta / Especificidade Farmacologia/Fisiologia Experimental Anestesia, anti-sepsia Magendie, Claude Bernard Toxicologia Moderna Benefícios, efeitos adversos, análise Orfila T O X I C O L O G I A - H I S T Ó R I A Tabuas suméricas; Textos védicos indianos; Testamentos dinásticos da China; Vestígios de índios americanos IDADE MÉDIA: Fase áurea da arte de envenenar Séc 18/19 Droga desenvolvida em 1954 por um laboratório alemão. Destinada a tratar a ansiedade e náuseas durante a gravidez. Década de 60: deformações congênitas. 1961 foi retirada do mercado. Apenas uma das formas enantioméricas (S) é responsável pela má formação dos fetos (focomelia) Falha: testes toxicológicos feitos apenas com 1 espécie de animal Farmacologia Toxicologia Talidomida Reconhecimento ligante - receptor Princípios farmacodinâmicos Resposta biológica Estereoquímica O campo da Toxicologia na época atual está consideravelmente aumentado, tornando-se uma verdadeira ciência social, que tem como principal objetivo proteger a população e permitir que a mesma se beneficie com segurança dos progressos da era contemporânea. (René Truhaut – Universidade de Paris) Áreas de Atuação Social Ambiental Ocupacional Medicamentos Alimentos TOXICOLOGIA OCUPACIONAL Monitorização do ambiente de trabalho (contaminantes no ar) NR-15 : Portaria 3 214, do MT, de 06/1978 Monitorização do trabalhador exposto NR-7: anexo 11, de 06/1983 e atualizada em 29/12/1994 TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS Praguicidas Hormônios Antibióticos Micotoxinas Metais pesados Migrantes de embalagens no alimento destinado à exportação no alimento destinado ao consumo interno Estudo de substâncias tóxicas presentes em alimentos, sejam elas de origem natural ou ou sintéticas, inerentes ou adicionadas ao alimento A toxicologia de alimentos vai determinar em que condições os alimentos podem ser ingeridos sem causar danos ao organismo Segurança de uso TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS TOXICOLOGIA DE MEDICAMENTOS ANÁLISES DE EMERGÊNCIA (hospitais, clínicas, CIFT/ MS) MONITORIZAÇÃO TERAPÊUTICA (níveis plasmáticos de fármacos) EFEITOS NOCIVOS NO USO DE MEDICAMENTOS TOXICOLOGIA AMBIENTAL Controle da poluição da atmosfera Controle da poluição de águas Controle da população exposta aos contaminantes TOXICOLOGIA SOCIAL Controle da farmacodependência: em ocupações diversas em clínicas de tratamento de farmacodependentes Análises forenses (aspecto legal) Controle da dopagem ELEMENTOS DA TOXICOLOGIA Substância Química Toxicante Organismo Intoxicação Efeito nocivo Toxicidade Analítica Clínica Experimental Urgência Monitorização DIVISÃO DA TOXICOLOGIA Toxicologia Mecanística Toxicologia Descritiva Toxicologia Regulatória Avaliação de Risco Avaliar Toxicidade elucidar mecanismos Decidir se uma substância possui risco suficientemente baixo para o uso pretendido DIVISÃO DA TOXICOLOGIA AGENTE TÓXICO: (toxicante): é a substância química que provoca um efeito, considerado nocivo, ao interagir com o organismo. CONCEITOS BÁSICOS Xenobiótico: Substância estranha ao organismo quali ou quantitativamente Todo toxicante é um xenobiótico, mas nem todo xenobiótico é toxicante. INTOXICAÇÃO É um conjunto de sinais e sintomas que evidenciam os efeitos nocivos provocados por uma substância química. Processo patológico CONCEITOS BÁSICOS Sinal: algo mensurável, concreto. Sintoma: impossível de mensurar, abstrato. ANTÍDOTO É um agente capaz de antagonizar os efeitos tóxicos de uma substância. TOXICIDADE é a capacidade inerente e potencial, que apresenta a substância química de produzir efeitos tóxicos ou morte aos organismos vivos. Avaliada pelo teste de DL50. CONCEITOS BÁSICOS Dose Via de administração Freqüência de exposição RISCO Probabilidade de que um efeito adverso ocorra devido à exposição a uma substância química RISCOS ACEITÁVEIS Probabilidade de que um efeito ou dano seja tolerado por um organismo. Ou seja, que o benefício real trazido pelo uso da substância seja maior do que o risco. CONCEITOS BÁSICOS
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