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T�icologi� I Introdução à Toxicologia 1 → O QUE É? É uma ciência que estuda os efeitos nocivos que ocorrem devido a interação de substâncias químicas com o organismo. O que ajudará a determinar a natureza bioquímica dos efeitos nocivos, serão as características físico-químicas das substâncias e biológicas do organismo. → HISTÓRIA ● Antiguidade - Acompanhou o próprio desenvolvimento da civilização; - O poder dos venenos era utilizado como instrumento de caça ou como arma contra os inimigos; - Papiro de Ebers (1500 a.c) - 800 ingredientes ativos; - Em 470 a.c, Sócrates ingeriu o extrato de cicuta (planta do oriente), um veneno muito utilizado para penas de morte com fins políticos; - Em Roma, ocorreu a primeira classificação dos venenos (dioscorides) Vegetais: Ópio (papoula), cicuta Animais: Veneno de cobra, sapos Minerais: Chumbo, cobre. Curiosidades: Segundo a literatura, Cleópatra realizou “ensaios in vivo” nas escravas, testando as substâncias tóxicas conhecidas na época para observar como era a morte com cada uma. No fim, a rainha optou pelo veneno de cobra por ter uma morte lenta e não provocar tantas deformações. Também era no Egito que existia o “beijo da morte’’, que consistia em adicionar chumbo nas formulações utilizadas na época para matar seus maridos. As egípcias não tinham noção de qual substancia era, mas sabiam do seu ‘’beneficio’’. ● A busca por antídotos se iniciou com Mitrídates (120-63 a.c), que realizou testes em seus escravos pois temia ser envenenado. Criou o Mithridaticum, uma mistura de enxofre e gordura de víbora, utilizado como neutralizante para algumas substâncias tóxicas da época. ● Em Roma, Sulla elaborou o chamado Lex cornelia (82 a.c), a primeira lei que puniria os envenenadores; ● A toxicologia se desenvolveu de forma lenta e mesmo nos séculos XVII e XVIII os métodos de estudos existentes ainda eram muito empíricos. ● PARACELSUS (1493 - 1541) - apresentou ideias altamente revolucionárias para a época. - Principal postulado: “todas as substâncias são venenos; não há nenhuma que não seja um veneno. A dose correta diferencia o veneno do remédio.” ● CURIOSIDADE: Os espanhóis quando chegaram na Amazônia, se depararam com os indígenas que utilizavam umas flechas que possuíam em sua ponta o curare (mistura de plantas que tem uma substância chamada tubocurarina, que é um bloqueador neuromuscular). Ao ser atingido pela flecha, o indivíduo paralisava devido a ação da substância bloqueando os receptores nicotínicos e impedindo a ligação da acetilcolina. → Séc. XX ● Ocorreu um avanço na síntese química: medicamentos, conservantes, praguicidas, corantes e etc; ● Por conta do contato, surgem as intoxicações; ● Ex: Talidomida (1950) - prescrito para enjoos matinais em mulheres grávidas - Teratogenicidade. A talidomida apresenta dois isômeros: levógiro e dextrógiro. O dextrogiro apresenta atividade antiemética; já o levógiro é teratogênico, o que causou uma série de má formações. Recentemente, a Anvisa notificou outra medicação que tem um efeito parecido com o da talidomida, o vonau. Alguns pediatras espanhóis observaram que as mulheres que utilizaram o medicamento nos três primeiros meses de gravidez, apresentaram os bebês com o lábio leporino. → Hoje… ● Tem ênfase na avaliação de segurança e riscos: ambientais, ocupacionais, farmacológicos, praguicidas, etc. ● Os estudos de teratogenicidade, carcinogenicidade e mutagenicidade são tópicos importantes da toxicologia contemporânea; ● É regulada por órgãos competentes: ANVISA, Ministério da agricultura e IBAMA. ● Como ciência social: propõe maneiras seguras para o ser humano se expor às substâncias químicas permitindo que ele se beneficie das conquistas da tecnologia atual. → RELAÇÃO COM OUTRAS CIÊNCIAS A toxicologia não trabalha sozinha, ela necessita da ajuda de outras ciências para sua total compreensão. Ela é associada com a: Fisiologia, farmacologia, bioquímica, biologia, química, patologia, saúde pública e física. → FINALIDADES Qualquer ramo terá como finalidade o diagnóstico, tratamento e principalmente a prevenção das intoxicações. → CLASSIFICAÇÃO Pode ser classificada em: toxicologia analítica, toxicologia clínica e toxicologia experimental. 1. Toxicologia analitica Trabalha na detecção de agentes tóxicos em substratos como fluidos orgânicos, alimentos, água, ar e entre outros. Por meio de métodos exatos e precisos com o objetivo de diagnosticar ou prevenir as infecções. Compreende os seguintes aspectos: - Forense; - Monitoramento terapêutico; - Monitoramento biológico; - Controle antidopagem; - Controle de farmacodependência. Aspectos da toxicologia analitica: a) Forense: detecção e identificação de agentes tóxicos para fins médico-legais. b) Monitoramento terapêutico: Acompanhamento de pacientes submetidos a tratamento prolongado com alguns tipos de medicamentos. c) Monitoramento Biológico: Monitorar a exposição ocupacional às substâncias químicas (ex.: chumbo, metanol) d) Controle Antidopagem: Competições esportivas e) Controle da Farmacodependência: Verificar o uso de drogas psicoativas, ilícitas ou não. 2. Toxicologia clínica ou médica Consiste no atendimento de um paciente que foi exposto ao toxicante, para prevenir ou diagnosticar a intoxicação e aplicar a terapêutica específica para o caso. Emergência médica 3. Toxicologia experimental Estudos para a elucidação dos mecanismos de ação dos agentes tóxicos sobre o sistema biológico e avaliação dos efeitos decorrentes dessa ação. ÁREAS DE ATUAÇÃO 1. Toxicologia ambiental: estuda os efeitos nocivos causados pela interação dos agentes químicos contaminantes do ambiente - água, solo e ar - 2. Toxicologia ocupacional: estudo dos efeitos nocivos produzidos pela interação dos agentes químicos presentes no ambiente de trabalho de alguns indivíduos. 3. Toxicologia de alimentos: efeitos nocivos provocados por substâncias químicas presentes em alimentos. 4. Toxicologia de medicamentos e cosméticos: os efeitos nocivos produzidos pela interação de medicamentos ou cosméticos com o organismo. 5. Toxicologia social: Estuda os efeitos nocivos decorrentes do uso não médico de drogas ou fármacos.
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