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Lesões do Periodonto (Periodontopatias) Introdução Doenças periodontais são distúrbios relacionados ao periodonto, cujo diagnóstico deve ser fundamentado na junção de: EXAMES CLÍNICOS + EXAMES RADIOGRÁFICOS. “As radiografias fornecem apenas evidências do histórico da doença”. Doença Periodontal Doença infecto-inflamatória que acomete os tecidos: Suporte ou proteção (gengiva); Sustentação (cemento, ligamento periodontal e osso alveolar)- Áreas edêntulas precisam ser radiografadas Caracteriza-se pela perda de inserção do ligamento periodontal e destruição do osso adjacente. A evolução desse processo pode levar à perda dentária. ANATOMIA DO PERIODONTO Gengiva Tecido conjuntivo fibroso coberto por mucosa; Tonalidade variando do vermelho claro até mesmo o roxo; Normalmente apresenta um aspecto pontilhado Reveste o osso alveolar. Ligamento periodontal de um lado se insere no cemento e de outro no osso alveolar Cemento Tecido conjuntivo mineralizado Mesma densidade da dentina; Reveste toda raiz; Normalmente não é nítido na radiografia, exceto na hipercementose. Ligamento Periodontal Tecido conjuntivo mineralizado; Composto por fibras colágenas; Fina linha que contorna as raízes; Mais largo próximo à crista alveolar e ápice radicular. Apresenta-se como um espaço radiolúcido contornado por uma linha fina em torno de todas as raízes. Crista óssea alveolar Nível normal: 2-3 cm da junção amelo- cementária Indicativo de doença periodontal; O formato da crista depende do dente em questão (afilada nos anteriores e plana nos posteriores) Osso alveolar Dividido em: Trabéculas ósseas (radiopaco) Espaço medulares (radiolúcido) MAXILA Trabéculas finas e numerosas; Padrão granular; Aspecto de “teia de aranha” FONTE: Odontoapeles Ana Karolaine- Odontologia 2021 MANDÍBULA Trabéculas orientadas horizontalmente; Mais escasso que na maxila; Espaços medulares maiores EXAMES RADIOGRÁFICOS EM PERIODONTIA Radiografia periapical; Radiografia interproximal; Radiografia panorâmica (mas não dar o diagnóstico de doenças periodontais) RADIOGRAFIA PERIAPICAL Indicações na Periodontia Avaliação da estrutura dento-alveolar e seus tecidos de suporte; Espaço do ligamento periodontal; Osso alveolar; Cortical alveolar (crista+ lâmina dura) Técnicas BISSETRIZ Feixe de radiação vai incidir de forma perpendicular ao longo eixo do filme e da bissetriz. PARALELISMO Longo eixo do dente ficará paralelo ao longo eixo do filme e o feixe de raio-x incide perpendicular a ambos Mais indicada do que a bissetriz, pois a imagem é mais fidedigna. Solicita-se radiografia periapical de boca completa Avaliar perda óssea; Avaliar periodonto íntegro; Qual o tipo de defeito. RADIOGRAFIA INTEPROXIMAL Complementar as radiografias periapicais. Feixe incide perpendicular ao longo eixo do filme Indicações na periodontia Avaliação da distância entre a junção amelo- cementária e crista óssea; Avaliação da distância entre crista óssea e região de furca. RADIOGRAFIA PANORÂMICA Convencionalmente não é indicada para o diagnóstico Na avaliação de lesões relacionadas ao periodonto podem induzir o clínico ao erro. O feixe de raios x vem de baixo para cima (8º em relação ao plano horizontal); Filme e objeto distantes; Distorção da imagem; Sobreposição de estruturas Caso o Cirurgoão-Dentista já tenha uma radiografia panorâmica do paciente é possível observar alterações de grande magnitude, como: Avaliação de perdas ósseas horizontais e verticais; Visualização de lesões gerais no periodonto. ASPECTOS DE NORMALIDADE RADIOGRÁFICA DO PERIODONTO Relação entre a margem da crista óssea e a junção amelo-cementária entre 2 a 3 mm Cristas ósseas interdentais com corticais finas, lisas e uniformes na região posterior Cristas ósseas interdentais com corticais finas, lisas e afiladas na região anterior Crista óssea interdental contínua com as lâminas duras dos dentes adjacentes Largura uniforme dos espaços mesial e distal do ligamento 5 CARACTERÍSTICAS A SEREM AVALIADAS RADIOGRAFICAMENTE 1. Perda óssea horizontal “É a reabsorção da crista óssea paralela as junções amelo-cementárias dos dentes adjacentes- normalmente em mais de um dente Avaliação da extensão -Localizada (Poucos dentes envolvidos- Até 30%) -Generalizada (Muitos dentes envolvidos- > 30%) Avaliação quantitativa -Normal -Leve -Moderada -Severa Aspecto normal da crista Perda óssea horizontal leve “Desaparecimento da lâmina dura da crista óssea e pequena reabsorção da crista óssea.” Limite- porção cervical da raiz- se passa disso é moderada Às vezes só é possível ver um esfumaçamento/perda da densidade Perda óssea horizontal moderada “Reabsorção da crista óssea até o terço médio da raiz.” Exposição da área de furca nos molares Perda óssea horizontal severa “Reabsorção da crista óssea a partir do terço apical radicular.” Não é possível afirmar, radiograficamente, que nesse estágio o dente apresenta mobilidade, pois esta é uma característica clínica. 2. Perda óssea vertical “Reabsorção da crista óssea em uma das vertentes da crista óssea do dente envolvido tendo aspecto angular.” 3. Lesão endoperio “Reabsorção óssea que se estende ao ápice dentário gerando lesão periapical e comprometimento pulpar.” 4. Lesão de furca Furca- região na qual as raízes dos dentes multirradiculares começam a se separar do tronco radicular “Lesões periodontais que causam reabsorção da crista óssea inter-radicular de molares, tendo aspecto triangular. Pode ser que apenas uma tábua óssea esteja comprometida 5. Fatores irritantes locais Cálculo dentário “Imagem radiopaca com formato de espícula aderida na superfície dentária.” Restaurações em excesso “São restaurações que apresentam subcontorno ou sobrecontrono.” Pode estimular o desenvolvimento de cálculo devido ao acúmulo de alimentos. Forças excessivas em um dente -Acontece comumente em um dente que sustenta uma prótese do tipo ponte. LIMITAÇÕES NO EXAME RADIOGRÁFICO -As radiografias não revelam isoladamente a presença de bolsas periodontais e nem registram mobilidade dental. -Sobreposição de estruturas no sentido vestíbulo- lingual. Exame bidimensional. Bibliografia Whaites, E. Princípios de Radiologia Odontológica. 4ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009.
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