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Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli • Observação direta + anamnese + relato de informações; Ectoscopia: •Aspecto externo: modo de andar, vestuário, higiene, atitude, humor e afeto, idade aparente, contato visual, sinais físicos (ex: polegar e indicador queimados por uso de crack). •Psicomotricidade: gesticulação, atenção, atitudes estereotipadas. Anamnese: •Método de Weed: identificação, QP, HDA, HPP, HF, HPS, revisão de sistemas e exame físico. •Realizar o exame do estado mental; •Atentar para simulações e omissão; Exame do Estado Mental: Consciência Atenção Sensopercepção Orientação Memória Inteligência Afetividade PEnsamento COnduta Linguagem CASOMI→ mais relacionada com síndromes cerebrais orgânicas APECOL→ mais relacionada com síndromes psíquicas Consciência: estado de lucidez ou alerta, medida por Glasgow, pacientes psiquiátricos têm no mínimo 13. Principais alterações: •Hiperalerta, lucidez, obnubilação, sonolência, confusão, estupor, coma; •Percepção e reatividade; •Estados crepusculares (dissociação): transe, dissociação, estados histéricos Atenção: tenacidade + vigilância + concentração Tenacidade: foco em uma tarefa, manter atenção; Vigilância: resposta a estímulos, direcionando atenção; Concentração: manter atenção em atividade mental Principais alterações: •Desatenção/hipotenacidade: dificuldade de direcionar atenção Ex: TDAH, episódios maníacos (hipotenaz e hipervigilante) •Hipovigilância: capacidade de responder a estímulos reduzida Ex: Depressão (hipotenaz e hipovigilante → hipoprosexia); •Aprosexia: total abolição da atenção. •Hiperprosexia: atenção exacerbada, obstinação por algo ou objeto Ex: autismo (hipertenaz e hipervigilante) Sensopercepção: relação entre o ambiente e o próprio corpo. Hipo ou hiperestesia: número limitado de modalidades sensoriais; Aula 1 Anamnese e Exame do Estado Mental Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli Hipo ou hiperpercepção: de todas as sensações; Principais Alterações: •Alterações qualitativas: ilusões e alucinações; ♦ Ilusão→ existe um objeto e o paciente altera a percepção dele; ♦ Alucinação→ não existe nada relacionado ao que o paciente refere, visuais, auditivas, táteis, vestibulares, olfativas, de presença, sinestésica, desrealização (em relação ao ambiente), despersonalização (em relação à própria pessoa, alucinações negativas (não vê algo que existe). Orientação: depende do tempo e espaço Alopsíquica (tempo e espaço) Autopsíquica (o próprio indivíduo) Ordem da desorientação: Tempo→ Espaço→Autopsíquica. Principais Alterações: •Delirante, apático, amnésia, oligofrênico (limitação cognitiva dentro de retardo mental ex), confusional. •Desorientação apática: demências, perda do interesse pelo ambiente que leva a desorientação. •Histérica: incoerência entre atitudes e suas falas. Processo de desorientação “proposital”. •Delirante: desorientação associada a uma possível justificativa que foge o fatídico. Memória: capacidade de adquirir, armazenar e reutilizar experiências (reconhecer objetos, pessoas, experiências). Sensorial: 0,5s Imediata: segundos; Recente: minutos a semanas; Remota: meses anos; Principais alterações: •Nas demências, as memórias recente e imediata são as primeiras perdidas. •Quantitativas: amnésia (retrógrada, anterógrada, lacunar) e hipermnésia (seletiva ou musical) •Qualitativas: confabulação (“restos de memórias” que te contaram e o cérebro preenche lacunas para solidificar uma memória), falsos reconhecimentos (deja vu e jamais vu), agnosia (não lembra das faces), paramnesias (memórias enxertadas, que pode ter cunho delirante) Inteligência: Pode ser inferida (que o médico pode fazer) ou aferida, pode estar na média, inferior ou superior. Na clínica: observar, provérbios, semelhanças, conhecimentos gerais, vocabulário, cálculos. Principais alterações: •Demências→ involução da inteligência; •Retardos→ patologias do desenvolvimento; •Assim, é fundamental identificar quando a inteligência foi prejudicada; Afetividade: capacidade de expressar emoções e sentimentos; Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli Humor/estado de ânimo: tonalidade constante dominante Afeto: experiência Principais alterações •Eutimia (normal), ansiedade, irritabilidade, euforia, hipertimia/mania/hipomania, depressão/distimia/tristeza/ •Neotimia, sentimentos inteiramente novos, comum na esquizofrenia; •Anedonia, perda de prazer em algo que antes era prazeroso), labilidade afetiva. •Euforia, comumente relacionada com os casos do espectro maníaco; •Puerilidade é o aspecto infantil, rir ou chorar por motivos banais; •Hipomodulação do afeto: rigidez da sua relação com o mundo, não existe diferença de emoções ao dizer que comprou algo ou que morreu um familiar. • Belle indifference: o paciente demonstra total indiferença sobre algo, age com frieza em relação aos seus sintomas. Pensamento: experiência imediata e subjetiva das emoções sentidas pelo paciente em relação ao que cerca. Analisar, abstrair, julgar Produção: pensamento lógico, ilógico ou mágico; Curso: fluxo de ideia (inibição, perseveração, bloqueio, pobreza, desagregação, incoerência, aceleração/fuga de ideia, tangencialidade, prolixidade. Conteúdo: delírios (paranoide, de grandeza, de infidelidade, ruína, erotomania, bizarros, persecutorio) niilista, cotard (acha que não tem órgãos) capgras (síndrome do impostor, as pessoas ao seu redor foram substituídas por espiões), fobias, obsessões, ideações. Juízo Crítico: capacidade de se autoavaliar adequadamente ter uma visão realista de si mesmo Principais Alterações: •Inconveniência, não mede consequências, gravidade… •Supracitadas, em cada etapa do pensamento, sugerem tipos específicos de transtornos. Conduta: comportamento do indivíduo, hábitos e atitudes Facilidade de mover-se, executar tarefas… Principais Alterações: Hiper/Hipobulia, abulia, impulsos, compulsões, perversões sexuais, hiper/hipoatividade, autismo Linguagem: maneira como a pessoa se comunica Linguagem verbal e não-verbal Quantidade: logorreia (muitas palavras), mutismo, taciturno (poucas palavras) Velocidade: bradilalia, taquilalia Qualidade: disartria, disgrafia, difonia, dislalia, gagueira, ecolalia, neologismo, coprolalia (palavrões), tiques. Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli Funções psicofisiológicas: sono, apetite e comportamento sexual •Explica o fenômeno mental como resultante do desenvolvimento de um conflito. •Tenta identificar os sintomas específicos de cada paciente; •Pré-consciente: conteúdos que podem ser trazidos ao consciente através do aumento da atenção; •Inconsciente: conteúdos mentais censurados moralmente, não sendo portanto, trazidos à consciência. Aparelho psíquico: Flutuam entre sí •Id: busca pelo prazer, desejo mais puro, instinto→sempre inconsciente; •Ego: mediador das ações, por vezes utiliza o superego para suprimir o id, ou permitir que o id extravase por vezes; Inconsciente, pré-consciente e Consciente. •Superego: regras sociais, leis (conscientes), culpa, “feio para minha família” (inconsciente) mais o componente pré-consciente. •Recalcados: pensamentos reprimidos que ficam presos ao inconsciente propriamente dito •Sonho: mascara desejos; •Parapraxias: atos falhos como, por exemplo, substituição de nomes ou palavras, esquecimento temporário. Revelam um sintoma do inconsciente. Ex: Esquecer ingressos do cinema que iria com alguém, pode indicar que inconscientemente sua preferência era não ir. Trocar nome de pessoas ou emoções ao se referir a uma pessoa. •Determinismo psíquico: sintomas e comportamentos são manifestações externas de processos inconscientes;Porém nem todos os comportamentos são fatores do inconsciente e nem somos vítimas passivas do inconsciente, assim cabendo possibilidade de reação. ♦Teorias do desenvolvimento infantil •Fase oral, anal e genital são as zonas corporais relacionadas a libido, satisfação. Se manter no seio após já ter mamado, uso de chupeta, pois isso deixa-a confortável; Reter o cocô; Aula 2 Psicodinâmica Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli Satisfação na manipulação dos órgãos genitais, sem maturidade para a atividade sexual. Aproximadamente com 5 anos, seguida de uma fase de latência que teria como fator de satisfação, o aprendizado. A satisfação com o outro retorna na adolescência. Sob um estresse, o adulto pode retornar a uma fase anterior de gratificação; Ex: Alcoolismo/tabagismo como fase oral. ♦O passado é prólogo •O ambiente de criação exerce influência na representação do indivíduo adulto. Ex: Estudos de Meaney Rata mãe que apresenta um maior cuidado com os filhos fornece proteção contra o estresse para o resto da vida ↑ da expressão de genes que regulam receptores de glicocorticoide e ↓ da expressão de genes que regulam a liberação de corticotrofina. (Ratos privados do cuidado tendem a apresentar um eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal hiper-reativo) (↑Cortisol = ↓ Serotonina=↑estresse) Filhotes femininos da mãe cuidadosa também expressam esse comportamento quando adultas Filhotes de ratas não afetivas criadas por ratas afetivas, agem de maneira afetiva quando adultas Isso indica uma transmissão ao longo de gerações, nesse caso da afetividade, por mecanismos epigenéticos, ou seja, modificação na expressão do gene sem modificar o DNA. ♦Interação paciente - terapeuta •Transferência: Percepção do paciente com o terapeuta. O paciente vivencia no médico uma figura de seu passado. Assim, por vezes de maneira inconsciente o paciente reencena o passado em vez de relembrá-lo. •Cotransferência: o que o paciente desperta no terapeuta. Deve ser vigilada e refletida silenciosamente. •Resistência: o paciente deseja preservar o status quo, forma de resistência. Pode ser consciente, pré-consciente ou inconsciente. Tenta evitar que o paciente sinta sentimentos como raiva, culpa, ódio, amor, inveja, vergonha, remorso, ansiedade. A resistência atua como advogada da doença, tentando impedir que esses sentimentos venham à tona, usando para isso mecanismos de defesa, mesmo quando eles são necessários para o entendimento de sua própria patologia. Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli ♦Mecanismos de Defesa •A maior parte da atenção vai para reprimir os sentimentos indesejados; Freud ♠Repressão: expulsão dos desejos, sentimentos ou fantasias da percepção consciente. Comum em neurose histérica. Forma de reprimir a realidade Ex: paciente realiza um ato que após o deixa envergonhado, o mecanismo faz com que o paciente “esqueça” que isso ocorreu. ♠Deslocamento: defesa inconsciente, os sentimentos de uma fonte passam para outra fonte Ex: desloco sentimento de raiva de uma pessoa do passado para uma do presente pois essa me lembra aquela. Outro exemplo é chutar um objeto após receber advertência de seu chefe. ♠Formação Reativa: desvio de um impulso ou desejo inaceitável através da adoção de um traço de caráter diametralmente oposta Ex: Homofóbico que na verdade é LGBT. ♠Isolamento do afeto: dissocia o afeto da ideação. Ex: uma memória que deveria ser emocional sendo relatada de maneira fria. Filho que fala da morte da mãe com naturalidade. ♠Intelectualização: afasta o problema do afeto por meio intelectual. Ex: eu já li muito sobre isso e não é o que indica. ♠Anulação: pensamento mágico com objetivo de anular ação inaceitável. Comum em paciente com toc Ex: realizar o sinal da cruz como forma de proteção. ♠Somatização: transferir sentimentos dolorosas para o corpo Ex: hipocondríacos. ♠Conversão: representação simbólica de um conflito intrapsíquico em termos físicos Ex: paralisia Vaillant ♠Supressão: simplesmente expulso determinada emoção inaceitável. ♠Altruísmo: subordinação das próprias necessidades e interesses àqueles dos outros. ♠Sublimação: demandas ou desejos conscientes inaceitáveis são canalizados para alternativas socialmente aprovadas. Ex: vontade por esfaquear o irmão, a pessoa torna-se cirurgião. ♠Humor: capacidade de fazer graça de si mesmo Anna ♠Dissociação: separa sentimentos da representação do self. Separar as partes boas e ruins. Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli Ex: Idealização de pessoas e após qualquer frustração, essa pessoa é descartada. Extremos ♠Identificação projetiva: projetar sentimentos e visões em outros. Ex: projeto meu lado mau em alguém (terapeuta) e depois me sinto perseguido por seu terapeuta, já que inconscientemente o terapeuta absorve essa projeção e altera sua forma de se comportar devolvendo um material psicologicamente processado ao paciente ♠Projeção: colocar sentimentos nos outros Ex: acusar alguém de desonesto quando na verdade o paciente apresenta esse defeito. ♠Introjeção: inconscientemente absorvo algo feito por outro como meu. Mecanismo infantil, e por isso patológico Ex: outra pessoa faz todo o trabalho e eu somente agradeço e recebo os méritos. ♠Negação: nega diretamente um dado sensorial traumático Ex: “O vírus é uma gripezinha” ♦ Psicose branca: aparentemente ele consegue manter a normalidade, mas internamente deixa- o afetado. ♦ Neurose a base da psiquê já existe, o que permite ao paciente não romper com a realidade. ID X Ego: quando o ego chega ao seu limite de pressão, ocorrem a sintomatologia. Pode ser histérica, fóbica ou obsessiva. Desejo da infância foi recalcado (reprimido ao inconsciente). Na vida adulta ele, ou sentimentos a ele relacionados, tentam repetidas vezes vir ao consciente, cada vez que isso acontece o Ego coloca uma máscara nesse sentimento (ID), máscara essa, chamada de neurose. Ex: Neurose obsessiva. O desejo recalcado fica no inconsciente, mas sentimentos a ele relacionados vem ao consciente, Esses sentimentos se tornam obsessivos e devem ser repetidos para satisfazer, de maneira vã, o desejo recalcado. EX: neurose fóbica, medos tolos como de “gatos fofos”. Na verdade o sentimento de medo foi deslocado do desejo que está recalcado no inconsciente para um novo objeto consciente. O paciente tem total noção de que esse medo é desnecessário. •O que seriam os desejos recalcados? Teoria da Sedução: as raízes das neuroses estão ligadas a experiências sexuais traumáticas. IMPORTANTE, sexual para psicanálise vai desde o relacionado aos genitais, perpassando o amor maternal, fraternal… Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli O desejo recalcado trazido à tona como um trauma sexual, na verdade é uma fantasia gerada pelo ego, que mascara o desejo recalcado. Essa máscara distorce o desejo original. Por quem esses desejos foram recalcados? Pelo medo, culpa e vergonha ♦ Psicose a pressão ocorre anterior a formulação da psiquê de maneira sólida, isso faz com que ocorra rompimento com a realidade. ID +Ego X realidade externa Aumento da atividade mesolímbica da dopamina e hipoatividade mesocortical. ♦Antipsicóticos: •Típicos: (bloqueio do receptor D2 de dopamina em todo o SNC), paciente pode cursar com anedonia, apatia, parkinsonismo (afeta dopamina na substância nigra), galactorreia (eleva prolactina por redução dopamina na região tuberoinfundibular), agravo em sintomas negativos como efeitos colaterais. Ex: haloperidol •Convencional: Apresenta efeito anticolinérgico,hipotensão, xerostomia, constipação, sedação. Ex: clorpromazina •Atípicos: bloqueio fraco D2, bloqueio de 5HT2. Reduz efeito adverso extrapiramidal, mas cursa com efeitos metabólicos (obesidade, hipercolesterolemia).Ex: olanzapina, risperidona, quetiapina, clozapina. •Principais efeitos adversos dos antipsicóticos: síndromes extrapiramidais (parkinsonismo), distonia aguda, acatisia. Para as duas primeiras, uso de anticolinérgicos associados ao antipsicótico: Biperideno ou prometazina (fenergan). Para acatisia, indica-se uso de benzodiazepínico associado. Em emergências de agitação: 2H e 1F (duas ampolas de haldol + 1 de fenergan). •Intensidade, frequência, duração e impacto no dia a dia são quesitos que devem ser avaliados para entender quando esse processo torna-se patológico; Aula 3 Ansiedade Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli •DSM5, remove o TOC dessa composição e o inclui nos transtornos de controle de impulso; •Prejuízo funcional imediato com diminuição da autoestima e desinteresse pela vida; •Três ou mais dos critérios: 1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele; 2. Fatigabilidade; 3. Dificuldade em concentrar-se ou sensação de branco na mente; 4. Irritabilidade; 5. Tensão muscular; 6. Perturbação do sono. •Medo excessivo de humilhação ou embaraço em vários contextos sociais; •Circunscrita: para algo específico. Ex: apresentar em multidões; •Generalizada: para muita coisa, várias situações; •História familiar de primeiro grau aumenta em 3 x as chances de ter o transtorno; •Relação com Transtorno depressivo maior; •Expressão consciente de conflitos inconscientes; •Quadro clínico: rubor facial, sofrimento por antecedência, tiques, contrações musculares, modificações de alimentação e sono; •TTO: psicoterápico + farmacológico •Reduzir a ansiedade antecipatória, reduzir sintomas fisiológicos, as autoavaliações, evitações sociais, comorbidades associadas e reduzir as limitações; •Farmacológico: generalizada (ISRS → remissão completa é incomum); restrita (beta bloqueadores); •Relacionado ao objeto ou exposição sem relação com exposição em público; •Reação desadaptativa que leva a reação de fuga, persistente e causa comprometimento funcional; •TCC: busca dessensibilização; •TTO farmacológico: sem muitos resultados •Medo sem objeto. •Caracteriza-se por crises de pânico recorrentes, com desenvolvimento de medo de novas crises, preocupação sobre perder o controle, a sanidade mental, ter um infarto; •Ataques agudos e graves de ansiedade de curta duração; •Pico em 5 – 10 min; Duram de 10 – 20 min; •Pode ser acompanhado de agorafobia (medo de ficar sozinho em lugares públicos, principalmente onde possa ser difícil sair caso ocorra ataque de pânico; Aula 3 Fobia Social Aula 3 Fobias específicas Aula 3 Transtorno de Pânico Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli •O início pode estar relacionado com um evento traumático; •O primeiro surto pode ser espontâneo, ou após exercício, trauma emocional, atividade sexual, uso de substâncias; •Sintomas: extremo medo, sensação de morte e catástrofe, medo de enlouquecer, perder o controle, desrealização e despersonalização. •Desrealização (o ambiente antes familiar agora é estranho); •Despersonalização: cabeça ficar “leve”, estranhar-se a si mesmo; ♦Pode ser associada à depressão, suicídio e abuso de substâncias; •Pode ocorrer aumento do tônus simpático com envolvimento de norepinefrina, serotonina e GABA •CO2, bicarbonato e lactato podem ser desencadeadores de crise; •Resposta: melhora de até 50% dos sintomas; •Remissão: melhora de 70% dos sintomas; ♦Sintomas: palpitações, sudorese, tremor, xerostomia, calafrios, sensação de calor, asfixia, dispneia, dor ou desconforto torácico, náuseas, dor abdominal, tontura, parestesia e síncope •Pelo menos um ataque foi seguido de um mês de uma ou ambas as situações 1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou suas consequências; 2. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionado ao ataque. •TCC: 1. Psico-educação; 2. Técnicas para enfrentar ansiedade; 3. Restruturação cognitiva; 4.Exposição interoceptiva e naturalística; 5. Exposição ao vivo a conduta fóbica. •Farmacológico: ISRS iniciado em dose baixa, devido possibilidade de piora dos sintomas. Podem ser associados aos benzodiazepínicos (principalmente nos primeiros dois meses); Usar por período curto e remover assim que possível. •Exposição a um acontecimento que ameace a integridade ou a vida, respondido com intenso medo, impotência ou horror. •O paciente evita falar, devido à presença de flashback do acontecimento; •TEPT é diagnosticado se esses sintomas persistirem por quatro semanas após a ocorrência do trauma e se redundarem em comprometimento social e ocupacional significativos •Tratamento com TCC demonstra maiores resultados. ♠Diagnóstico Aula 3 Transtorno estresse pós-traumático Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli ♦Sintomas de intrusão (≥ 1 dos seguintes): •Ter memórias recorrentes, involuntárias, intrusivas e/ou perturbadoras •Ter sonhos perturbadores recorrentes (p. ex., pesadelos) do evento •Agir ou sentir como se o evento estivesse acontecendo de novo, desde flashbacks até perda total de consciência do ambiente atual •Sentir sofrimento psicológico ou fisiológico intenso ao lembrar o evento (p. ex., aniversários do evento, sons semelhantes àqueles ouvidos durante o evento) ♦Sintomas de esquiva (≥ 1 dos seguintes): •Evitar pensamentos, sentimentos ou memórias associados ao evento •Evitar atividades, locais, conversas ou pessoas que desencadeiam memórias do evento ♦Efeitos negativos sobre a cognição e o humor (≥ 2 dos seguintes): •Perda de memória para partes significativas do evento (amnésia dissociativa) •Convicções ou expectativas negativas persistentes e exageradas sobre si mesmo, outros ou o mundo •Pensamentos distorcidos persistentes sobre a causa ou consequências do trauma que levam a culpar a si mesmo ou outros •Estado emocional negativo persistente (p. ex., medo, horror, raiva, culpa, vergonha) •Diminuição acentuada do interesse ou participação em atividades significativas •Sensação de distanciamento ou estranhamento em relação a outras pessoas •Incapacidade persistente de experimentar emoções positivas (p. ex., felicidade, satisfação, sentimentos amorosos) ♦Reatividade e excitação alteradas (≥ 2 dos seguintes): •Dificuldade para dormir •Irritabilidade ou explosões exacerbadas •Comportamento imprudente ou autodestrutivo •Problemas de concentração •Maior resposta de sobressalto •Hipervigilância Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli ♦TOC, transtorno dismórfico corporal, de acumulação… TOC •No CID 10 é e ansiedade; •Pensamento obsessivo e compulsivo; •Obsessão por ideia, objeto ou imagem; •A realização do ato obsessivo tende a reduzir a ansiedade; •Dúvidas constantes, preocupação com simetria, exatidão, limpeza, medo de imagens, impulsos de ferir insultar ou agredir e comportamentos impróprios como pedofilia, falar obscenidades, Preocupação com dinheiro, economia, roubar, armazenar. Pensamentos supersticiosos, datas, cores, números; •Compulsão são os atos que visam amenizar a ansiedade Repetição ou confirmação, lavagem, contagem, ordem simetria, sequência, colecionar, estalar os dedos de maneira mecânica, tocar, confessar, estalar os dedos, rezar, repetir palavras. •Pensamento obsessivo → comportamento compulsivo → ameniza ansiedade •Ex: Pensamento sexual → estalar os dedos três vezes → ameniza o pensamento obsessivo •Acomete na mesma escala homens e mulheres;•Principal neurotransmissor é a serotonina; •Apresenta componente genético; •Mecanismos de defesa: isolamento, anulação e formação reativa; •Quadro clínico: identificar a compulsão e a obsessão. Ele sabe que a compulsão é inadequada e fica constrangido com isso. •Insight: autoavaliação crítica, que no TOC é bem acentuado •Exame físico: erupções eczematosas, perda de cabelo (tricotilomania), escoriações. ♦Diagnóstico: obsessão + compulsão que traz sofrimento a vida do indivíduo e ocupa mais de uma hora no dia, o paciente deve perceber que isso é exagerado. No CID 10, precisa de mais de duas semanas de duração. ♦Tratamento: TCC, farmacológica em altas doses. Sertralina 200 mg/dia Paroxetina 60 mg/dia Fluoxetina 300 mg/dia Clomipramina 300 mg/dia Aula 3 Transtorno de Controle de Impulso Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli Combinação de IRS + antipsicótico (prometazina, clorpromazina, haloperidol) Transtorno Dismórfico Corporal •Indivíduos preocupados com um ou mais defeitos ou falhas percebidas em sua aparência física, que acreditam parecer feia, sem atrativo, anormal ou deformada; •Executam comportamentos repetitivos, comparações em resposta à preocupação Transtorno de Acumulação •Dificuldade de descartar ou se desfazer de pertences, independente do valor; •Tratamento: TCC Tricotilomania •Arrancar o cabelo de maneira recorrente; •Couro cabeludo, sobrancelhas e cílios; •Paciente apresenta sofrimento e constrangimento pela situação; •Podem ingerir esses cabelos; •Tratamento: TCC Transtorno de Escoriação •Beliscar a própria pele; •Causa sofrimento ou prejuízo ao paciente •Alteração do humor ou afeto, com alteração no nível global de atividade, tende a recorrer e o início é relacionado a eventos estressantes; ♠Depressão •Síndrome é o conjunto de vários sintomas somáticos enquanto a doença é caracterizada por alterações afetivas; •Diagnóstico clínico; •Fatores de risco: abuso de drogas, estresse, episódio anterior, história familiar, sexo feminino, luto ou parto e idade avançada. •Sinais e sintomas: expressão facial, múltiplas queixas, amargura, apatia, desânimo, corpo arqueado, respiração suspirosa, choro fácil, ideias suicidas, irritabilidade ou retardo psicomotor. •Depressão secundária: estresse psicológico por outra doença, uso de medicamentos como interferon, analgésicos, anti-hipertensivo, glicocorticoide. Pós AVC, IAM, paciente com hiper ou hipotireoidismo ♦Diagnóstico 5 ou mais sendo que 1 deve ser dos maiores, presentes por mais de 2 semanas Maiores: Humor deprimido Anedonia Menores: Sensação de inutilidade Aula 3 Transtorno de Humor Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli Culpabilidade Dificuldade de concentração; Fadiga Perda de energia Hipersonia ou insônia Agitação ou retardo Ganho ou perda de peso involuntárias Pensamento suicida Leve/Moderado/Grave: intensidade com que os episódios se apresentam Único/Recorrente: frequência dos episódios depressivos. > 2 é recorrente ♦Tratamento Psicoterapia; Atividade física; Antidepressivos (ISRS, tricíclicos, Inibidores MAO...); Ansiolíticos; Eletroterapia. •Fase Aguda: Dose mínima que forneça melhora 6 – 12 semanas, objetivo é o controle dos sintomas. Nas duas primeiras semanas podem ocorrer piora do quadro •Fase Continuidade: Dose plena 4 – 9 meses a partir do desaparecimento dos sintomas •Fase de Manutenção: Evitar recorrência, tempo maior indicado para pacientes com depressão grave Pensar em descontinuar medicamentos ♦Encaminhar ao psiquiatra Quadro clínico complicado com sintomas de outros transtornos psiquiátricos Se já teve sinal que precisou de avaliação psiquiátrica Suspeita de bipolaridade; Doenças/tratamentos concomitantes que levam contraindicação de medicamentos; Sinais e sintomas de ideação suicida; Transtorno de humor associado ao abuso de substâncias. ♦Internar Tentativa ou risco de suicídio; Delirante, psicótico; Desnutrição e ou desidratação; Condições sociais. ♦Prognóstico Alta taxa de recaída, além disso episódios depressivos são preditores de outros, ampliando o risco de novos episódios. ♠Distimia •Depressão crônica com sintomatologia mais leve que o quadro depressivo; •Período mínimo 2 anos; •Pessoas amarguradas, “na fossa”; •Além do humor deprimido deve ter até 3: Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli Redução de energia; Insônia Dificuldade de auto-confiança e de concentração; Choro; Diminuição do interesse sexual e em outras atividades prazerosas; Sentimento de desesperança, desamparo; Pessimismo, retraimento social e diminuição do discurso. ♠Transtorno Bipolar •Alternam episódios de euforia e depressão, com respostas desproporcionais; •Eleva mortalidade desse grupo populacional em relação com restante da população •Normalmente antes dos 30 anos •Crônico, com remissão incompleta. •Relação com fatores genéticos, em primeiro grau familiar •Aumento de cortisol; Aumento da noradrenalina nos episódios maníacos e reduz nos episódios depressivos; •Diagnóstico clínico; Tipo I: história atual ou passada de mania + depressão; predomínio de mania Tipo II: história prévia ou atual de hipomania + depressão. Predomínio da depressão •Quadros crônicos e recorrentes; •Familiares de 1 grau aumenta em 10 vezes a chance de ter a doença; •Kindling: cada episódio predispõe o próximo. •Hipótese das monoaminas: ↑ de noradrenalina na fase maníaca e cortisol na depressiva. ♦Mania •Insônia, euforia, grandiosidade, hiperatividade, pensamento rápido, fuga de ideias, inquietude, envolvimento excessivo em atividades; •Sintomas por mais de uma semana ♦Hipomania •Sintomas mais brandos; ♦Depressivo Bipolar •Depressão com resposta pior ao tratamento que o depressivo maior; ♦Ciclotimia: flutuação entre depressão subsindrômica e hipomania ♦Ciclagem rápida: em 12 meses > 4 alternâncias de humor; ♦Tratamento •Contraindicado uso de ISRS; Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli Na depressão bipolar, melhor uso de Bupropiona, seguido de ISRS e evitar tricíclicos •Uso de estabilizadores de humor; •Psicoeducação; •Carbonato de Lítio considerar nível sérico 0,6 a 1,2 mEq/L. Ideal 1 mEq/L. 1,5 já indica toxicidade; •Carbamazepina (8 a 12 µg/ml) •Ácido Valproico (45 e 125 mEq/l, boa resposta em quadro misto e profilaxia de mania). Dosagem sérica; •Risperidona, Olanzapina, Quetiapina; •Gabapentina, Topiramato, Lamotrigina. •Eletroconvulsoterapia: refratários, primeira opção se houver risco de vida ou contraindicação formal ao uso de medicações, além de episódios graves de agitação psicomotor. •Ideação: pensamento de cunho suicida com desejo pela morte; •Planejamento: elaboração de estratégia, seleção de métodos, locais, momento; •Tentativa: ato não consumado; •Um episódio suicida afeta em média seis pessoas em volta; •Fatores biopsicossocial; •Função seratoninérgica reduzida em pacientes que tentam suicídio; Quanto mais baixo o nível de serotonina mais brutal o mecanismo tentado. ♦Fatores de risco: comportamento ratraído, doença psiquiátrica, tentativa anterior, ansiedade, pânico… ♦Fatores de proteção: autoestima elevada, laços sociais, acesso a serviços de saúde, crenças religiosas; •A maioria dos suicidas comunica seus pensamentos e intenções, frequentemente dão sinais e comentários sobre sentimento de pouca valia, desejo de morrer. •Descobrir se a pessoa tem plano, tem meios, tem uma data marcante, ♠Baixo risco: pessoas com pensamento, mas sem nenhum plano; •Oferecer apoio, trabalhar os sentimentos suicidas abertamente, focalizar os pontos positivos da vida, falar de como ela encontrou a solução para problemasanteriores. Manter contato regular. ♠Médio Risco: pessoa com pensamentos e planos, mas não pensa executar imediatamente •Medidas dos de baixo risco. Explorar a ambivalência do sentimento suicida, o lado que diz para a pessoa não cometer o ato, explorar alternativas do suicídio. Faça um contrato, extraia uma promessa do indivíduo suicida de que ele não vai cometer suicídio sem que se comunique com a equipe de saúde, contate a família, amigos, colegas e reforce seu apoio. ♠Alto Risco: pessoa com plano, acesso ao meio e com planejamento imediato Aula 4 Suicídio Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli •NUNCA deixar sozinho, até hospitalização imediata. Contatar família. •Manejo do paciente que tentou: abordar as sequelas da tentativa. Questionar de novas intenções, identificar possíveis doenças mentais. •Diazepam 5 a 10 mg VO 1 a 3 x ao dia; •Clonazepam 0,5 a 2 mg VO 1 a 3 x ao dia •Antidepressivos não tem ação imediata •Sedação se necessária •4D: depressão; Desesperança; Desespero e desamparo •Sempre que possível conversar com o idoso antes do acompanhante; •Anedonia profunda, pensamentos suicidas, conduta impulsiva, delírios e alucinações além da confusão devem ser pesquisadas; •Aplicar escalas que facilitem a avaliação como o mini exame de estado mental. ♦Avaliação da Cognição •Perda da memória recente com dificuldade de lembrar detalhes, porém não compromete o todo da memória → esquecimento benigno da senescência; •Memória senil → deterioração da lembrança, mas reconhecimento preservado; •Demência → afasia, apraxia, agnosia, perturbação de funções de execução com planejamento, organização, sequência e abstração. •Alucinações paranoides focais, se iniciam com situações externas que evoluem para dentro da casa; •Transtorno delirante: com alteração do pensamento e sensopercepção normal. Ocorre entre os 40 a 55 anos, podendo ocorrer em idosos Delírios persecutórios são mais comuns. •Depressão: não é natural do envelhecimento, mas um transtorno associado, sintomatologia mais heterogênea. Sintomas melancólicos, poliqueixa, melancolia, somatização. TTO: ISRS ou ISRSN, reavaliar em 2 a 4 semanas. •Atentar para dependência de drogas lícitas e ilícitas; •Transtorno parafílio CID11: parafilia CID10 ♦Transtorno Parafílico •Fantasias sexuais especializadas, intensa necessidade, repetitivas e que trazem sofrimento ao indivíduo, apresenta exclusividade, ou seja, o prazer só vem por essa técnica; Aula 6 Psiquigeriatria Aula 7 Gênero e sexualidade Psiquiatria I ATM2024/02 Jackson Pagno Lunelli •Fetichismo, exibicionismo, frotteurismo (friccionar partes íntimas em outra pessoa), pedofilia, masoquismo (causar sofrimento), sadismo (sofrer), voyeurismo, SOE. ♦Disforia de Gênero •Sexo anatômico não corresponde com o sentimento interno da pessoa. •Transgênero
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