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Thais de Paula - Med 105 Casos clínicos sobre membro inferior Resumo da aula - prof. Ruy - Anatomia palpatória: É importante saber anatomia palpatória. Saber palpar: trocanter maior, maléolo medial, maléolo lateral, tuberosidade da tíbia, côndilos tibiais e femorais e epicôndilos do fêmur. É possível inclusive palpar o menisco onde termina o côndilo femoral e antes do côndilo tibial. - Artroscopia de quadril: Como achar o quadril? usando as referências de trocanter maior, espinha ilíaca ântero superior. Para chegar ao quadril entra com uma agulha em 60 graus com a coxa no cruzamento da linha que passa no topo do trocanter com a linha que desce da EIAS. - Meralgia parestésica: O n. cutâneo femoral lateral passa na EIAS, em casos de atletas, pessoa que sofreu trauma ou obesos e sedentários, a pessoa pode relatar parestesia (formigamento, queimação.. ou seja, alteração geral da sensibilidade) na região lateral da coxa em casos de compressão desse nervo quando passa na EIAS, já que nessa região existem muitos músculos que podem comprimi-lo. Tratamento: remoção do fator causal, orientar exercícios, uso de complexo B que melhora a bainha de mielina (para acelerar a recuperação) e tratamento da dor com analgésicos e antiinflamatórios. - Lesão do lábio do acetábulo: O lábio do acetábulo é uma estrutura que torna o acetábulo mais profundo para melhorar o encaixe com a cabeça do fêmur. A maioria dos indivíduos possui um encaixe bom entre 1 acetábulo e fêmur, mas em alguns casos a cabeça do fêmur é muito grande e em movimentos de rotação do quadril, a parte maior da cabeça vai se chocar com o acetábulo, fato que vai lesar o acetábulo e vai ainda gerar uma lesão na cabeça. Com isso, pessoas com cabeça do fêmur muito grandes, são pessoas com predisposição a desenvolver artrose no futuro já que a cartilagem da cabeça e do acetábulo sofrem um impacto maior do que na maioria. Condição chamada de “pincers” pois é como se a cabeça fosse pinçada pelo acetábulo. Ou então, a pessoa pode ainda ter uma cabeça muito profunda no acetábulo o que também vai gerar impacto e lesões, gerando predisposição para artrose. Essa condição é chamada de Gang, que em alemão significa engrenagem e recebe esse nome pois é como se fosse uma engrenagem dentada que bate e faz um ressalto, batendo um osso no outro. Essa condição é assintomática e quando a pessoa busca o ortopedista geralmente já tem algum grau de artrose. Obs: Existem poucos tratamentos para cartilagens, o que existe é glucosamina e condroitina, que são glicosaminoglicanos presentes na estrutura histológica da cartilagem e colágeno que também está presente. Com isso, oferecemos essas substâncias ao paciente para o organismo tentar fazer uma cartilagem melhor. - Fratura que envolve a articulação: são fraturas mais graves do que uma fratura diafisária (apenas no osso) por exemplo. A própria fratura lesa a cartilagem articular e com isso a recuperação não é muito boa. Nesses casos precisa de cirurgia, mas a chance é grande de evoluir para artrose (degeneração da cartilagem). 2 - Artroscopia: cirurgia por vídeo. Coloca-se uma câmera de vídeo junto com soro fisiológico para insuflar o joelho e em um outro orifício coloca-se o instrumento que vai tratar a lesão. Nessa abordagem temos uma visão diferente da anatomia, temos uma visão de “dentro para fora” ou seja é a estratimeria oposta quando temos a visão interna. - Lesões do ligamento cruzado anterior (LCA): existem vários testes para avaliar se teve lesão como por exemplo o teste da gaveta anterior, no qual o polegar é colocado na tuberosidade da tíbia e os outros dedos da mão na parte posterior da perna e com isso puxamos a perna anteriormente. As descrições da semiologia são todas dependentes da anatomia palpatória. A reconstrução do ligamento cruzado anterior pode ser feita retirando um pedaço do ligamento patelar, retira-se um pedaço de osso da patela e da tíbia, faz-se um túnel e coloca o lig. alí dentro, no final fixamos com parafusos. - Lesão meniscal: A parte do menisco que é colada na cápsula articular é muito vascularizada, então nesses casos a regeneração é melhor. Já na parte menos vascularizada, a chance de cicatrização é menor. Em lesões grandes, podemos dar alguns pontos no menisco na parte vascularizada, já na parte sem vasos isso não resolveria. Obs: existe uma associação muito comum entre lesão do ligamento cruzado com ligamento colateral medial junto com meniscomedial. Isso ocorre, pois o ligamento colateral tibial é um ligamento capsular, ou seja, é a própria cápsula e o menisco está grudado nela, então é lesado também. 3 - Disfunção patelofemoral: mais comum nas mulheres, é uma das queixas mais comuns no consultório. Mulheres possuem a pelve mais larga do que homens, já que é preparada para a gestação, com isso o fêmur é mais voltado para a linha média corporal, condição chamada de “valgo” (valgismo). Com isso, ao invés da patela se articula bem no centro do sulco intercondilar, ela fica voltada para lateral, apoiando mais a sua face lateral do que a face medial. Isso pode gerar dor anterior no joelho (para subir e descer escada, levantar depois de muito tempo sentada, andando em terreno irregular, quando usa saltos altos..). O tratamento é simples, feito com alongamentos e atividade física. - Artrose: degeneração da cartilagem articular. Sem a cartilagem os ossos vão se aproximar, com isso na radiografia aparece uma diminuição da linha articular. Na artroscopia vemos uma área faltando cartilagem. É de difícil tratamento, mas existem alguns indo desde medicamentos até a troca da articulação (substituindo por uma prótese). - Tendinopatia da “pata de ganso”: A pata de ganso é composta pelos m. sartório, m. grácil e m. semitendíneo. Eles ficam na parte medial, já que posterior da coxa e na parte lateral temos o m. bíceps femoral que se insere na cabeça da fíbula (o tendão do bíceps é fácil de palpar). A pata de ganso está no mesmo nível da tuberosidade da tíbia, mas mais para medial. Éum local muito comum de dor em pacientes que estão voltando a malhar. 4