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TDE - FASE POSTULATÓRIA - PETIÇÃO INICIAL Izabela Flávia da Silva DOUTO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE PARACATU-MG Antonio Augusto Silva, brasileiro, casado, pedreiro, inscrito no CPF sob nº 186.030.860-26, portador do RG nº 22806408 SSP/MG, endereço eletrônico <antonioagro@gmail.com>, residente e domiciliado à Rua Senador Domício Gondim nº 305, Paracatu\MG, filho de Antonia Maria da Silva e José Augusto Silva, por intermédio de seu advogado subscrito, com endereço profissional à rua Matias Mundim, nº 294, Paracatu-MG, endereço eletrônico <izabela.queiroz@adv.com.br> , vem respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAIS em face da fabricante MAX TV S.A, sociedade anônima, inscrita sob o CNPJ nº 88. 167.094\0001-85, neste ato representado por seu sócio administrador Thiago Reis Silva portador do RG nº 25709753 SSP/MG, endereço eletrônico maxtv@gmai.com.br com sede estabelecida na Avenida Olegário Maciel nº1000, Paracatu\MG, pelos fatos e fundamentos a seguir delineados. em face também do fornecedor Lojas de Eletrodomésticos Ltda, sociedade limitada, inscrita sob o CNPJ nº 75.731.012\0001-98, neste ato representado por seu CEO Agmar Queiroz Silva portador do RG nº 4596535787 SSP\SP, endereço eletrônico <samsungbrasil@gmail.com.br> com sede estabelecida na Avenida Paulista nº 108665, São Paulo\SP, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA mailto:antonioagro@gmail.com mailto:izabela.queiroz@adv.com.br mailto:maxtv@gmai.com.br mailto:samsungbrasil@gmail.com.br Requer a V.Exª que seja requerente que seja concedidos os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita ao Requerente, haja vista que ele é pobre no sentido legal, não possuindo condições financeiras para arcar com as custas processuais, honorários advocatícios, e demais despesas decorrentes do processo sem prejuízo do seu sustento e de sua família. Nesse sentido, junta-se, cópia da Carteira de Trabalho do requerente, e certidão de nascimento dos filhos. Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes. II. DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA O Autor é pessoa idosa, 62 (sessenta e dois) anos, razão pela qual requer a prioridade da tramitação da presente demanda, nos termos do Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741/2003 e os termos do art. 1.048, inciso I, do CPC/2015. III. DOS FATOS Ocorre que o requerente da presente demanda, ao se mudar para o seu novo apartamento, adquiriu da empresa\loja MAX TV S.A no dia 20 de outubro de 2015 diversos eletrodomésticos novos, dentre eles uma Televisão de LED com sessenta polegadas, full hd, da marca Samsung, com acesso a internet entre outras facilidades, nova, retirada da caixa, pelo valor de 5.000,00 (cinco mil reais), a qual funcionou sem qualquer indício de defeito,por trinta dias. Ao passar esse prazo, a TV apresentou um grave defeito de superaquecimento que ocasionou a explosão de sua fonte de energia e consequentemente afetou todos os demais eletrodomésticos que estavam conectados ao televisor como o videogame, que apresentaram falha de funcionamento e também na potência, causando a ele um prejuízo enorme. Amigavelmente, tentou procurar ambas as lojas do fornecedor e fabricante via e-mail, telefone, WhatsApp, todos em anexo e até presencialmente no dia 25 de novembro de 2015, apresentando sua reclamação pelo defeito do produto e buscando uma melhor maneira de solucionar o seu problema, mas todas as tentativas foram frustradas e a loja recusou a atender suas solicitações, não oferecendo nenhuma resposta, permanecendo totalmente inertes diante dos fatos ocorridos, apesar de estarem cientes e permanecem em suas atividades empresariais. Dessa forma, presumir-se-á desinteresse por parte das requeridas em resolver o presente litígio de forma extrajudicial, pacífica e amigável, pleiteia-se a referida ação judicialmente a fim de solucionar o impasse e trazer equilíbrio jurídico suprimido ocasionado pelo defeito\falha no produto que explodiu e danificou outros equipamentos ficando o requerente vulnerável. Busca-se tanto a reparação dos danos materiais de sua tv e demais equipamentos danificados em virtude da explosão, tanto seu abalo emocional pela explosão, susto de sua família, inclusive seus filhos que assistiam a um desenho. IV. DO DIREITO A relação jurídica que deu ensejo ao presente litígio se trata de uma relação consumerista, onde o requerente adquiriu um produto de um fornecedor nos termos dos arts. 3 e 4 do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078\90 CDC - Normas de Proteção e Defesa ao Consumidor). Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. Percebemos que, há uma relação jurídica verticalizada entre consumidor e fornecedor, visto que por ser menor, o consumidor fica a mercê do fornecedor, como no caso concreto, de sua resposta e de sua assistência ao problema. O CDC é categórico ao garantir a segurança e a qualidade do produto que será consumido, sob pena de responsabilização, notadamente, essa norma foi violada quando o produto consumido apresentou defeito explodindo danificando demais aparelhos e pela inércia de solução. O nexo causal da presente causa se dá pelo relatório técnico que aponta que a explosão se deu exclusivamente pela falha técnica de superaquecimento do produto. Dessa forma, entende-se que a responsabilidade civil das requeridas é objetiva,ou seja, independe de culpa, e terão que responder por sua omissão de vender o produto defeituoso e não atender as solicitações de tentar resolver o problema, gerando uma negligência. O Código Civil Brasileiro em seu art. 927 prevê que, independente de culpa, pelo risco de sua própria atividade empresarial (os produtos podem falhar), terão que responder e reparar pelo dano, independentemente de terem causado ou não. ‘’Art. 927. Aquele que por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” ‘’Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.’’ Nesse sentido, há algumas jurisprudências que entendem a procedência em relação ao fato aqui apresentado, sãoelas: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. QUEDA DE ENERGIA ELÉTRICA. DANOS EM ELETRODOMÉSTICOS. Sentença que condenou a Ré ao pagamento de indenização por danos morais em razão de interrupções no fornecimento de energia elétrica que provocaram danos em eletrodomésticos. Prova dos autos demonstra a verossimilhança das alegações iniciais. Ré não se desincumbiu do ônus de comprovar que o fornecimento de energia tenha sido regular no período indicado na inicial. Falha na prestação de serviço em virtude das sucessivas quedas de energia elétrica, além da recusa de reparo/indenização dos eletrodomésticos. Quantum indenizatório por danos morais de R$ 3.000,00 que se mostra adequado ao caso. DESPROVIMENTO DO RECURSO. (TJ-RJ - APL: 00070420420128190058 RIO DE JANEIRO SAQUAREMA 2 VARA, Relator: LEILA MARIA RODRIGUES PINTO DE CARVALHO E ALBUQUERQUE, Data de Julgamento: 09/03/2017, VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR, Data de Publicação: 10/03/2017) Apelação. Danos morais. Eletrodoméstico com defeito. 1. A relação jurídica estabelecida entre as partes é de consumo, nos termos dos artigos 2º e 3º, ambos do Código de Defesa do Consumidor. 2. Aquisição de refrigerador, bem essencial, com vício oculto. Ausência de solução do problema em tempo razoável por parte da fabricante e/ou da revendedora do produto, responsáveis solidárias pela garantia da qualidade do bem inserido no mercado, nos termos estabelecidos pelos artigos 14 e 18, ambos do CDC. 3. O recorrente foi privado de utilizar o refrigerador adquirido, sem que nenhuma solução ao seu problema fosse apresentada pela ré. Nem mesmo após a intervenção do órgão de defesa do consumidor (PROCON), ela dispôs-se a solucionar o problema do cliente, que teve de passar mais de 10 (dez) meses de espera até receber solução dada somente na esfera judicial, por ocasião de prolação de sentença, que determinou a restituição da quantia paga pelo consumidor para a aquisição daquele bem. Dano moral suportado pelo apelante restou devidamente comprovado no caso em questão, diante da nítida demonstração de que a apelada atuou sem qualquer cuidado para garantir a qualidade do produto que disponibilizou no mercado. Não se vislumbra estar diante de meros aborrecimentos, pois o consumidor foi despido do direito de utilizar produto essencial em sua residência por um longo período de tempo, sendo de conhecimento comum a ampla utilização de aparelhos de refrigeração para acondicionamento de alimentos perecíveis, além de outras utilizações que se tornam essenciais para o cotidiano familiar. 4. Danos morais caracterizados. Condenação no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais) que se mostra razoável para a situação em tela. O valor arbitrado a título de indenização por danos morais deve ser acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, que incidem desde a citação, nos termos do artigo 405 do CC, bem como de correção monetária desde a data do arbitramento, nos termos da Súmula nº 362, do STJ. 5. Invertidos os ônus da sucumbência e, nos termos do artigo 85, §§ 1º e 11º, do NCPC, majorada a verba honorária fixada em primeiro grau totalizando R$ 3.000,00 (três mil reais). Recurso provido. (TJ-SP - APL: 10018931720168260400 SP 1001893-17.2016.8.26.0400, Relator: Kenarik Boujikian, Data de Julgamento: 12/07/2017, 34ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 12/07/2017) VI. DOS PEDIDOS Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência: a) o deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 98 e seguintes do CPC/2015; b) a designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015; c) a substituição do televisor por outro do mesmo modelo ou superior em perfeito estado; d)indenização de aproximadamente trinta e cinco mil reais, correspondente ao valor dos demais aparelhos danificados; e) indenização por danos morais, no valor de dez mil reais em virtude de a situação não ter sido solucionada em tempo razoável, motivo pelo qual a família ficou, durante algum tempo, sem usar a TV, único meio de entretenimento de seus filhos que presenciaram a explosão; c) a citação do requerido por meio postal, nos termos do art. 246, inciso I, do CPC/2015; f) seja o réu condenado ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios; Dá-se a causa o valor de R $45.000.00. Termos em que, Pede deferimento. Paracatu, 24 de Agosto de 2021 Izabela Flávia Queiroz Silva Advogada OAB/MG 45.275
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