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ORIENTAÇÃO AO TCC (TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO) Luci Carlos de Andrade AULA - 1 Unidade 1. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO Unidade 1 A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO 5 SENSO COMUM: CONHECIMENTO SUPERFICIAL 6 O CONHECIMENTO CIENTÍFICO: PRINCÍPIOS E VISÃO DA REALIDADE 10 A UNIVERSIDADE E A INICIAÇÃO CIENTÍFICA 14 Exercícios Propostos 18 Sumário 2 CONTEÚDO O conteúdo da disciplina concentra-se no estudo teórico sobre o TCC. Apresentamos considerações sobre o conhecimento científico e a importância da pesquisa. Discutimos os elementos básicos que devem constar em um processo de investigação, em que explicitamos o conceito da pesquisa tipo Mo- nografia, complementando com estudos explicati- vos sobre a estrutura para elaboração do trabalho monográfico. Faremos uso de textos e exercícios como recursos didáticos. COMPETÊNCIAS Ao término desta disciplina o aluno deverá ser capaz de compreender o processo de produção da ciência e a importância da pesquisa nesse contexto. Deverá também conhecer as especificidades do TCC, ou da monografia, ampliando sua visão sobre importantes considerações que irão servir de subsídios no mo- mento da investigação, bem como, inteirar-se dos aspectos que envolvem a estrutura do TCC. Plano de Estudos 3 Nesta unidade, estudaremos, inicialmente, as bases do conhecimento do senso comum, para posterior- mente conhecermos os princípios do conhecimento científico e sua importância no contexto da produ- ção da ciência e a universidade como espaço para a construção do saber científico. BOM ESTUDO! Caro(a) aluno(a), 4 1.01. A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO Podemos considerar que toda a vida intelectual da ci- ência tem como base o conhecimento. Pois, o homem é um ser posto no mundo para viver a sua existên- cia. Como ser existencial, é preciso interpretar a si e ao mundo em que vive, atribuindo-lhes significações. Cria, intelectualmente, representações com diversos significados da realidade. A essas representações cha- mamos conhecimento. (INÁCIO FILHO, 2007). Temos, então, o conhecimento, que, dependendo da forma pela qual se chega a essa representação por meio de significados, pode ser, em linhas gerais, clas- sificado em diversos tipos: mítico, ordinário, artístico, filosófico, religioso e científico. No entanto, as duas formas que estão mais presen- tes e que mais interferem nas decisões da vida diária do homem são o conhecimento do senso comum e o cientí- fico. Por isso, são objeto para análise nessa unidade. O homem utiliza a forma mais usual para inter- pretar a si mesmo, o seu mundo e o universo como um todo, produzindo e construindo interpretações sig- nificativas, isto é, o conhecimento do senso comum, também chamado de conhecimento ordinário, comum ou empírico. 5 1.02. SENSO COMUM: CONHECIMENTO SUPERFICIAL Falemos, então, do conhecimento do senso comum. Esse conhecimento surge como consequência da ne- cessidade de resolver problemas imediatos, que apare- cem na vida prática e decorrem do contato direto com os fatos e fenômenos, que vão acontecendo no dia a dia do homem, percebidos principalmente através da percepção sensorial, ou das sensações humanas. Na idade pré-histórica, observamos que o homem soube fazer uso das cavernas para abrigar-se das intempéries e proteger-se da ameaça dos animais selvagens. Grada- tivamente, foi aprendendo a dominar a natureza, inven- tando a roda, meios mais eficazes de caça e de pesca, tais como lanças, redes e armadilhas, canoas para nave- gar nos lagos e rios, instrumentos para o cultivo do solo e tantos outros. Alguns exemplos mostram a evolução histórica do homem na busca e produção de um conhecimento útil gerado pela necessidade de produzir soluções para os seus problemas de sobrevivência: O carro puxado por animais, o uso de remédios caseiros utilizando er- vas hoje classificadas como medicinais, os instrumentos artesanais utilizados para a construção de moradias e 6 para a confecção de tecidos e do vestuário, a fabricação de utensílios domésticos, o estabelecimento de normas e leis que regulamentavam a convivência dos indivíduos no grupo social. Desse modo, o conhecimento do senso comum, sendo resultado da necessidade de resolver os proble- mas diários não é programado ou planejado de forma antecipada. Ele se desenvolve, seguindo a ordem na- tural dos acontecimentos, na medida em que a vida acontece. Nesse tipo de conhecimento, há uma tendên- cia de manter o sujeito que o elabora como um espec- tador passivo da realidade, atropelado pelos fatos. É nesse sentido, que o conhecimento do senso comum caracteriza-se por ser elaborado de forma espontânea e instintiva, marcas fundamentais do conhecimento do senso comum. O conhecimento do senso comum estabelece-se num nível superficialmente consciencial, não tem um aprofundamento crítico e racionalista. Ao considerá- lo como um viver sem conhecer significa que o senso comum, quando busca informações e elabora soluções para os seus problemas imediatos, não apresenta e nem especifica as razões ou fundamentos teóricos que de- monstram ou justificam seu uso, sua confiabilidade, por não compreender e não saber explicar as relações que há entre os fenômenos. Observemos o que diz Inácio Filho, sobre o conhecimento do senso comum: 7 “É um conhecer e um representar a realidade tão colado, tão solidário à própria realidade, que o ho- mem quase não se distancia dela; é quase pura vida, de modo que, tomado isolado do processo da vida de quem o elaborou, resulta incôngruo, descabido, a-lógico. É um viver sem conhecer. Isso demonstra que esse conhecimento é, na maioria das vezes, vi- vencial e, por isso, ametódico.” (1995, p. 46) Então, no senso comum por ser um conhecimento produzido de forma espontânea e instintiva, não pos- sui métodos. Utiliza, geralmente, conhecimentos que funcionam razoavelmente bem na solução dos proble- mas imediatos, apesar de não se compreender ou de se desconhecer as explicações a respeito de seu sucesso. Assim, esses conhecimentos, pelo fato de darem cer- to, transformam-se em convicções, em crenças que vão sendo repassadas de um indivíduo para o outro e de uma geração para a outra. Um exemplo dessa verdade é o caso das ervas medicinais para a cura de doenças. Usa-se há séculos, mas se perguntar às pessoas que as usam, quais as pro- priedades, que componentes químicos estão presentes e como eles atuam no organismo, que doses devem ser ingeridas, que possíveis efeitos colaterais podem advir, com o seu uso indiscriminado, dificilmente se obterá respostas. Apenas, sabem que faz bem, mas não sabem o porquê. Somente, se alguém tiver obtido alguma in- 8 formação de fonte científica, sabe dizer por que as er- vas medicinais curam. Geralmente, as pessoas conhecem apenas os efei- tos benéficos do seu uso. No caso, da plantação se- guindo as fases da lua, em que se mantém a tradição e somente informações pertinentes ao seu uso, com base unicamente na percepção sensorial do homem, sem fundamentação científica. Muitos outros exemplos poderiam ser citados caracterizando o senso comum como conhecimento baseado principalmente na intui- ção das pessoas. Desse modo, a objetividade no conhecimento do senso comum é muito superficial e limitada, pois está demasiadamente preso à vivência, à ação e à percepção orientadas apenas pelo interesse prático imediatista e pelas crenças pessoais. Nessa perspectiva, os aspectos da realidade ou dos fatos que não se enquadram den- tro desse enfoque de interesse inteiramente utilitário, na maioria das vezes são excluídos, acarretando uma visão fragmentada e, até distorcida da realidade. Agora, conhe- ceremos as bases em que se ancoram o conhecimento científico e os princípios que diferem do senso comum. 9 1.03. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO: PRINCÍPIOS E VISÃO DA REALIDADE Com anecessidade do homem assumir uma posição mais ativa em relação aos fenômenos, com um poder maior de ação sobre os mesmos, surge o conhecimento científico, que capacita o homem no uso da sua racio- nalidade, propondo uma forma sistemática, metódica e crítica na função de desvelar o mundo e os fenômenos, compreendê-los, explicá-los e dominá-los. A necessidade, então, de compreender a cadeia de relações que se esconde por trás das aparências sen- síveis dos objetos, fatos ou fenômenos, captadas pela percepção sensorial e analisadas de forma superficial, subjetiva e a crítica pelo senso comum, impulsiona o homem a produzir ciência. O produzir ciência signifi- ca ir além da realidade imediatamente percebida para descobrir os princípios explicativos que servem de base para a compreensão da organização, classificação e or- denação da natureza, na qual o homem está inserido. Os princípios explicativos, ou a teoria sustentam e ca- racterizam o conhecimento científico somadas à orga- nização ou classificação (INÁCIO FILHO, 2007). Mediante tais princípios a realidade passa a ser percebida sob a luz da ciência não mais de forma de- 10 sordenada, esfacelada ou fragmentada, como ocorre no senso comum. Sob as bases de um critério orientador, de um princípio explicativo fundamenta-se a compreen- são do tipo de relação que se estabelece entre os fatos, coisas e fenômenos, integrando a visão de mundo. As- sim, o conhecimento científico expressa-se sob a forma de enunciados e tratados que explicam as condições e as determinações da ocorrência dos fatos e dos fenô- menos relacionados a um problema, evidenciando os esquemas e sistemas de dependência que existem entre suas propriedades (LAKATOS E MARCONI, 2003). 1.03.1. INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA Através da investigação científica temos o conhecimen- to científico. Além de buscar soluções para problemas de ordem prática da vida diária, marcas do conhecimen- to do senso comum, busca também explicações siste- máticas que possam ser testadas e criticadas através de provas empíricas, ou seja, através de experiências palpá- veis e de princípios explicativos. A investigação científi- ca procura alcançar um conhecimento seguro, por meio de um problema de investigação, ou das experiências e crenças do senso comum, cujos fatos ou fenômenos podem estar além da experiência vivencial imediata. 11 Quando se percebe que os conhecimentos exis- tentes que têm origem nas crenças do senso comum, das religiões ou da mitologia, ou das teorias filosóficas ou científicas, são insuficientes e impotentes para ex- plicar os problemas e as dúvidas que surgem, aparece a investigação científica. Ao reconhecer a ineficácia dos conhecimentos existentes, que não respondem com consistência aos questionamentos levantados, ocorre a investigação científica como meio de construir um sa- ber estruturado, criterioso e metódico, pautado em fun- damentações teóricas. É quando reconhecemos as limitações existentes no saber já estabelecido e verificamos a necessidade de encontarar respostas que possam esclarecer e propor- cionar a compreensão de uma dúvida. Dessa forma, se- gundo Lakatos e Marconi (2003) iniciar uma investiga- ção científica é reconhecer a crise de um conhecimento já existente com o objetivo de tentar modificá-lo, am- pliá-lo ou substituí-lo, criando um novo conhecimento que responda à questão proposta. A dúvida ou questão, ainda sem resposta, é por- tanto o marco inicial da investigação científica, em que se reconhece no conhecimento existente a insuficiên- cia ou meio inadequado para esclarecer uma dúvida. O conhecimento científico, ao pretender construir uma resposta segura e viável para responder às dúvidas exis- tentes, propõe-se atingir o ideal da racionalidade e o ideal da objetividade. 12 O conhecimento científico propõe um encadea- mento de enunciados que tendem necessariamente a ser coerentes entre si em um processo lógico e racional. Ligando o pensamento com a realidade, na busca de uma correspondência desses enunciados com a realida- de dos fenômenos. O conhecimento científico é o pro- duto, o resultado desse encadeamento (MOLES, 1971). 1.03.2. CONHECIMENTO CIENTÍFICO: FUNDAMENTOS SÓLIDOS A base da ciência é a ligação da teoria com os dados empíricos (ou pesquisa de campo), como mecanismos utilizados para justificar a aceitabilidade de uma teo- ria, o que não garante a objetividade do conhecimento científico. Embora, a ciência trabalhe com dados e pro- vas fatuais, está também sujeita a erros de interpretação dessas provas. Pois, a ideologia, a visão de mundo, a sua formação, os elementos culturais e o momento his- tórico sempre influenciam o cientista, o investigador, quando nas suas buscas por explicações. No conhecimento científico, a teoria é o marco teórico da investigação, proporcionando uma solidifi- cação para a pesquisa e um sentido único, consensual e universal. Os conceitos definidos através das bases 13 teóricas transformam-se em construtos, ou seja, em conceitos com significação única construídos conven- cionalmente e aceitos universalmente pela comunidade científica (LAKATOS E MARCONI, 2003). O fazer científico é ancorado no que se denomina de método científico, que é o conjunto de procedimen- tos, geralmente não padronizados que serão utilizados pelo investigador, cujas orientações pautadas por pos- turas e atitudes críticas devem ser adequados à natureza de cada problema investigado. A estruturação metodo- lógica de uma pesquisa, ou o método escolhido para a investigação irá proporcionar rigor e cientificidade na fundamentação da pesquisa garantindo solidez a pes- quisa empírica, em consonância com a teoria. 1.04. A UNIVERSIDADE E A INICIAÇÃO CIENTÍFICA Em pesquisas recentes, têm-se observado um baixo ní- vel intelectual dos ingressantes nas Instituições de En- sino Superior. Assim, a questão da Iniciação Científica, ou o início do processo de pesquisar para acadêmicos que adentram no curso superior fica complicada quan- do se depara com um público que mal sabe ler e escre- ver, que mal consegue entender o conteúdo de artigos 14 de jornal, ou mesmo o significado de termos corriquei- ros, vem-nos a seguinte pergunta: é possível promover a iniciação científica nos cursos de graduação (licencia- tura e bacharelado)? (INÁCIO FILHO, 2007) Considerando que todo saber é histórico, ao lem- brarmos que o que os gregos produziram era reflexo de seu tempo e de sua cultura, assim ocorreu com os romanos e quaisquer outros povos. Essa historicidade na verdade valida o aspecto de cientificidade do conhe- cimento, pois nos permite observar que sempre o saber está ligado a realidade objetiva. E embora, a ciência seja considerada moderna, a universidade é uma instituição criada no período me- dieval para atender às necessidades da sociedade feudal. Foi se adequando, mais tarde, às necessidades do mun- do burguês, introduzindo a pesquisa empírica, tornan- do-se um centro de pesquisa desde então. A universidade é considerada o lócus para a pro- dução da ciência. É o espaço que promove a incursão do acadêmico no campo da pesquisa. A produção do conhecimento científico dá-se a partir das necessidades e problemas emergentes da sociedade, que carecem de respostas e soluções em todas as áreas. O saber, ou o conhecimento científico, é assim construído no sentido de atender aos desafios e apelos do mundo atual, e os projetos de Iniciação Científica nas universidades são os primeiros passos em direção a instrumentalização do acadêmico para os caminhos da pesquisa. 15 Quando falamos da universidade brasileira ob- servamos que não possui tanta história, mas apesar de ser uma instituição recente, esteve integrada na luta pela conquista ou consolidação de uma sociedade moderna. Teve influência na construção e consolidação da de- mocracia, no entanto é atingida pela crisedo modelo econômico, base de seu financiamento. Além do mais, a sua produção ainda está voltada para responder a an- tigos desafios, alguns até superados. Para Inácio Filho (2007) é preciso repensar o papel da universidade no contexto da pesquisa, como campo de produção da ciência. Torna-se necessário estimular a avaliação de projetos que contemplem a intervenção na realidade, no atendimento a problemas reais e atu- ais. Trabalhar técnicas de redação, normas científicas. Estimular a elaboração de planos de estudos e de diag- nósticos através da mensuração estatística, da situação estudada e utilizar metodologias alternativas, como pes- quisa-ação, pesquisa-participante. Assim, verifica-se que a principal mudança no que se refere a iniciação científica na graduação diz res- peito ao professor. A própria vivência do professor na pesquisa contribui para estimular os iniciantes. É preci- so começar e envolver outros professores e alunos, do próprio curso e depois de outros cursos e departamen- tos, institutos ou faculdades. Nos cursos de graduação em ciências humanas especificamente, sejam licenciaturas ou bacharelados, 16 existe a possibilidade de realizar pesquisa bibliográfi- ca, quando se trata da iniciação à pesquisa do aluno de graduação, o que não exige custos elevados nem finan- ciamento externo. É importante dizer que nada subs- titui a pesquisa quando se trata de iniciação científica na graduação. “Considerado isto, de pouco ou de nada adianta ter uma disciplina denominada metodologia científica ou métodos e técnicas de pesquisa ou qual- quer outro nome, se os professores de graduação não realizam pesquisa” (INÁCIO FILHO, 2007, p. 48). O exercício da pesquisa inicia-se fundamentalmen- te na graduação e deve continuadamente percorrer tra- jetória no decorrer da formação do aluno. A busca, a investigação é um processo e deve estar engajada nos anseios e nos interesses do pesquisador. A vivência nos caminhos da pesquisa pode promover tanto nos alu- nos de graduação quanto de especialização, o gosto pela atividade de pesquisar, o que demanda principalmente, disciplina, estudo e persistência na busca em prol da produção da ciência para o bem da humanidade. 17 Exercícios Propostos 1. Em sua opinião, como poderíamos definir o conhe- cimento do senso comum? 2. Observe o trecho: “o senso comum, quando busca informações e elabora soluções para os seus problemas imediatos, não apresenta e nem especifica as razões ou fundamentos teóricos que demonstram ou justificam seu uso, sua confiabilidade...” Inácio Filho (2007) comple- menta esta questão. Esclareça o pensamento do autor. 3. Comente sobre a importância da Iniciação Científica para o futuro pesquisador. 4. Para Inácio Filho (2007) é preciso repensar o papel da universidade no contexto da pesquisa, como cam- po de produção da ciência. Comente esta afirmação de acordo com a sua opinião. 5. Aponte a base fundamental do conhecimento científi- co, que o diferencia do conhecimento do senso comum. 18 19 ORIENTAÇÃO AO TCC (TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO) Luci Carlos de Andrade AULA - 2 Unidade 2. A PESQUISA: CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES Unidade 2 PESQUISA: CONCEITOS, APLICABILIDADE E ELEMENTOS PRÓPRIOS DE UMA PESQUISA 4 POR QUE FAZER PESQUISA? 5 ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA FAZER UMA PESQUISA 6 ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA FAZER UMA PESQUISA 8 ELEMENTOS DE UM PROJETO DE PESQUISA 9 O PROBLEMA NA PESQUISA 11 Exercícios Propostos 16 Sumário 2 Nesta unidade, trataremos da pesquisa, seus concei- tos, importância e finalidades. O estudo trata tam- bém dos elementos necessários para realizar uma investigação e dos aspectos principais de um projeto de pesquisa. BOM ESTUDO! Caro(a) aluno(a), 3 2.01. PESQUISA: CONCEITOS, APLICABILIDADE E ELEMENTOS PRÓPRIOS DE UMA PESQUISA Ao pensarmos em pesquisa, podemos defini-la como o procedimento racional e sistemático, cujo objetivo é proporcionar respostas aos problemas de interesse a serem solucionados e que são propostos pelo pesqui- sador. Busca-se através da pesquisa elementos e res- postas, quando não se dispõe de informação suficiente para responder a um problema, ou então quando a in- formação disponível não apresenta uma estrutura ade- quadamente relacionada ao problema. Gil (2002) apresenta de forma clara algumas con- siderações importantes sobre pesquisa. É interessante iniciar conceituando a pesquisa, que se dá por meio de conhecimentos disponíveis e a utilização criteriosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Além disso, a pesquisa desenvolve-se por meio de pro- cesso composto por inúmeras fases, que começa funda- mentalmente pela formulação do problema percorren- do caminhos até chegar na apresentação dos resultados. 4 2.02. POR QUE FAZER PESQUISA? Existem basicamente dois grandes grupos que deter- minam a realização de uma pesquisa: por questões e interesses de ordem intelectual e de ordem prática. Ou seja, no primeiro caso, o pesquisador envolve-se com a investigação simplesmente pela própria satisfação de conhecer. Nas questões práticas, existem interesses em conhecer e aprofundar assuntos que possam contribuir com melhoras e soluções em todas as áreas para bene- fícios à sociedade de um modo geral. Pode-se dizer que as pesquisas originadas desses dois grupos são conhecidas como “puras” e “aplicadas” e discuti-las como se fossem mutuamente exclusivas e tanto o conhecimento em si mesmo, quanto as contri- buições práticas resultantes desse conhecimento são de interesse da ciência (GIL, 2002). Pode ocorrer de em uma pesquisa sobre proble- mas práticos resultar em princípios científicos, bem como uma pesquisa pura pode fornecer conhecimentos passíveis de aplicação prática imediata. É importante refletir sobre estratégias e táticas de pesquisa adequadas aos objetivos tanto das pesquisas “puras” quanto das “aplicadas”. Desse modo, daremos atenção aos estu- dos básicos tanto das pesquisas acadêmicas, quanto das pesquisas elaboradas para a solução de problemas. 5 2.03. ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA FAZER UMA PESQUISA Em um sentido geral, apontamos questões a serem es- tudadas ao elaborar-se um projeto de pesquisa, que en- globam qualquer investigação na sua totalidade. Alguns itens são importantes e devem fazer parte do perfil de um pesquisador, o que resultará no êxito ou não da pes- quisa. Por exemplo: a) conhecimento do assunto a ser pesquisado; b) curiosidade; c) criatividade; d) integridade intelectual; e) atitude autocorretiva; f) sensibilidade social; g) imaginação disciplinada; h) perseverança e paciência; i) confiança na experiência. Todos esses itens devem ser levados em conta no percurso de uma pesquisa ou nas práticas de investi- gação. O pesquisador deve estar imbuído de objetivos que o levem a persistir no sentido de alcançar as metas propostas para a pesquisa. É preciso o máximo de rigor em todas as etapas da pesquisa e estar consciente de 6 que não é um trabalho fácil. Demanda tempo, disponi- bilidade e empenho para enfrentar as dificuldades, que certamente surgem em todo percurso investigativo. 2.03.1. OS RECURSOS HUMANOS, MATERIAIS E FINANCEIROS De acordo com Gil (2002), o pesquisador tem papel fundamental no processo de produção científica, no entanto, é preciso pensar também nas questões relacio- nadas aos recursos de que dispõe o pesquisador no de- senvolvimento e na qualidade dos resultados da pesqui- sa. Isso indica que no campo da ciência não devemos associar invenções e descobertas como exclusividade da genialidade do cientista. A organização com amplos recursos tem maior probabilidade de ser bem sucedida num empreendimento de pesquisa, que outra cujos re- cursos sejam deficientes. Para ser bem sucedido, qualquer empreendimento de pesquisa, deverá levar em consideração a questão dos recursos disponíveis. É necessáriopensar nos equipa- mentos e materiais necessários ao desenvolvimento da pesquisa. Estar atento aos gastos que possam ocorrer na trajetória da investigação. Por isso, o pesquisador deve ter noção do tempo a ser utilizado. Em um projeto de pes- quisa, é preciso prever e considerar os recursos humanos, materiais e financeiros necessários a sua efetivação. 7 ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA FAZER UMA PESQUISA Toda pesquisa precisa ser devidamente planejada. O pla- nejamento, portanto, é a primeira fase, que deve com- por: a formulação do problema, a especificação dos ob- jetivos, a construção de hipóteses e a operacionalização dos conceitos. No planejamento, deve constar também os aspectos referentes ao tempo a ser despendido, os recursos humanos, materiais e financeiros necessários para sua realização. Existe uma concepção de planejamento sustenta- da por quatro elementos necessários a compreensão do pesquisador: processo, eficiência, prazos e metas. En- tão, podemos conceber o planejamento como um pro- cesso sistematizado, cuja base pode dar mais eficiência à investigação, para que em um determinado prazo alcan- ce o conjunto das metas estabelecidas. O planejamento de uma pesquisa fica assim explicitado por Gil: “O planejamento da pesquisa concretiza-se median- te a elaboração de um projeto, que é o documento explicitador das ações a serem desenvolvidas ao lon- go do processo de pesquisa. O projeto deve, portan- to, especificar os objetivos da pesquisa, apresentar a justificativa de sua realização, definir a modalidade 2.04. 8 de pesquisa e determinar os procedimentos de cole- ta e análise de dados. Deve, ainda, esclarecer acerca do cronograma a ser seguido no desenvolvimento da pesquisa e proporcionar a indicação dos recursos humanos, financeiros e materiais necessários para assegurar o êxito da pesquisa.” (2002, p. 19) O projeto de pesquisa apresenta o roteiro das ações a serem desenvolvidas ao longo de seu desenvol- vimento. Esse projeto constitui documento fundamen- tal para a investigação proposta. A elaboração de um projeto é que possibilita, em muitos casos, organizar e relacionar os tipos de atividades, experiências e estraté- gias de investigação. ELEMENTOS DE UM PROJETO DE PESQUISA Para a elaboração de um projeto de pesquisa não exis- tem regras específicas. A estrutura do projeto é deter- minada principalmente pelo tipo de problema a ser pes- quisado. Basicamente, é preciso que o projeto descreva como se processará a pesquisa, esclarecendo quais as etapas que serão desenvolvidas e os recursos que devem 2.05. 9 ser viabilizados para atingir os objetivos. O projeto pre- cisa estar detalhado para proporcionar a avaliação do processo de pesquisa. Na base de um projeto de pesquisa devem constar os seguintes itens: a) formulação do problema; b) construção de hipóteses ou especificação dos obje- tivos; c) identificação do tipo de pesquisa; d) operacionalização das variáveis; e) seleção da amostra; f) elaboração dos instrumentos e determinação da es- tratégia de coleta de dados; g) determinação do plano de análise dos dados; h) previsão da forma de apresentação dos resultados; i) cronograma da execução da pesquisa; j) definição dos recursos humanos, materiais e financeiros a serem alocados (LAKATOS E MARCONI, 2003, p. 20). Alguns fatores influenciam na elaboração de um projeto de pesquisa. Em primeiro lugar e o mais impor- tante deles refere-se à natureza do problema. No caso de uma pesquisa, cujo objetivo é investigar as intenções de voto em determinado momento, a elaboração do projeto é bastante simples. É possível, nesse exemplo, determinar com precisão as ações necessárias, assim como seus custos. Porém, em uma pesquisa que pre- tende conhecer os fatores que determinam os níveis de 10 participação política de uma população, a elaboração do projeto torna-se bastante complexo, pois é difícil deter- minar com precisão os procedimentos que serão adota- dos para a obtenção de respostas significativas. É possível que, nesse caso, seja necessário elabo- rar um anteprojeto, que deverá passar por alterações significativas para se chegar à elaboração definitiva do projeto. Outros inúmeros casos semelhantes devem ser analisados (GIL, 2002). O problema da pesquisa precisa estar bem defini- do, para que se proceda a elaboração do projeto. Tam- bém, é preciso ter clareza dos objetivos e da metodolo- gia a ser utilizada. O PROBLEMA NA PESQUISA Um problema ou uma indagação é o início de toda pes- quisa. O que Gil (2002) nos coloca é que nem todo pro- blema é passível de tratamento científico. Então, para realizar uma pesquisa é necessário, em primeiro lugar, verificar se o problema levantado pode se inserir na ca- tegoria de científico. “Com base nessas considerações, pode-se dizer que 2.06. 11 um problema é de natureza científica quando en- volve variáveis que podem ser tidas como testáveis: “Em que medida a escolaridade determina a prefe- rência político-partidária?” “A desnutrição determi- na o rebaixamento intelectual?” Todos esses proble- mas envolvem variáveis suscetíveis de observação ou de manipulação. É perfeitamente possível, por exemplo, verificar a preferência político-partidária de determinado grupo, bem como seu nível de es- colaridade, para depois determinar em que medida essas variáveis estão relacionadas entre si.” (GIL, 2002, p. 24) Considerando que um problema de pesquisa pode ser determinado por razões de ordem prática ou de ordem intelectual, conforme já dissemos anteriormen- te, inúmeras razões de ordem prática podem conduzir à formulação de problemas. Um problema pode ser formulado tendo em vista a necessidade de subsidiar determinada ação. Exemplo em dois casos: um candi- dato a cargo eletivo pode estar interessado em verificar como se distribuem seus potenciais eleitores, com vistas a orientar sua campanha. Ou, uma empresa pode estar interessada em conhecer o perfil do consumidor de seus produtos para decidir sobre a propaganda a ser feita. Os interesses práticos relacionados aos interesses intelectuais estão também no contexto das pesquisas desenvolvidas no âmbito dos cursos universitários de graduação. De acordo com Gil (2002, p. 25): “É fre- 12 quente professores sugerirem aos alunos a formulação de problemas com o objetivo de treiná-los na elabora- ção de projetos de pesquisa”. Existe uma diversidade de interesses em pesquisas de ordem intelectual que levam à formulação de proble- mas de pesquisa, principalmente quando um pesquisa- dor volte sua atenção para um objeto pouco conhecido. Freud, por exemplo, destacou-se quando pesquisou so- bre o inconsciente, uma área pouco explorada. Áreas já exploradas, também, são de interesse de pesquisadores, cuja finalidade é aprofundar a temática, abordando novos aspectos, com o objetivo de determi- nar ou especificar melhor as condições em que certos fenômenos ocorrem, ou como podem ser influenciados por outros. Um pesquisador pode também se interessar em testar uma teoria específica. Gil (2002) aponta um exemplo nesse sentido: Wardle (1961) um pesquisa- dor estudou crianças que frequentavam uma clínica de orientação infantil e constatou que os que furtavam, ou apresentavam outros comportamentos anti-sociais, pro- vinham, com frequência significativa, de lares desfeitos, observou que apresentavam incidência mais elevada de separação da mãe e com maior frequência tinham pais que provinham também de lares desfeitos. O interesse de um pesquisador pode residir apenas na descrição de determinado fenômeno. Exemplo: veri- ficar as características socioeconômicas de uma popula- 13 ção ou traçar o perfil do adepto de determinada religião. Diversos fatores influenciam na escolha de problemas de pesquisa. Contudo, não é fácil formular um problema científico. Lakatos reconhece: “Para alguns, isso implica mesmoo exercício de certa capacidade que não é muito comum nos seres humanos. Todavia, não há como dei- xar de reconhecer que o treinamento desempenha papel fundamental nesse processo”. (2010, p. 53) O exercício da pesquisa possibilita aos pesquisa- dores um domínio na elaboração de regras práticas que auxiliam na formulação de problemas científicos. São “dicas” simples e objetivas que direcionam o pesqui- sador na formulação do problema de pesquisa, quais sejam: a) o problema deve ser formulado como pergunta; b) o problema deve ser claro e preciso; c) o problema deve ser empírico; d) o problema deve ser suscetível de solução; e) o problema deve ser delimitado a uma dimensão viá- vel. (LAKATOS, 2010, p. 135) É preciso ressaltar que para formular o problema na pesquisa que se tem a intenção de averiguar é preciso em primeiro lugar ter clareza e relação com o objeto da investigação. Isto é, um objeto, uma inquietação, um questionamneto que faça parte da vivência do pesqui- sador. Além disso, é importante o minucioso estudo da literatura existente sobre a temática e discussão com 14 pessoas, que acumulam muita experiência prática no campo de estudo. Em linhas gerais, as considerações sobre a pes- quisa serviram de base para tratarmos em seguida das questões ou elementos específicos e próprios, em que teremos a oportunidade de observar as especificidades de uma pesquisa monográfica. 15 Exercícios Propostos 1. Descreva com suas palavras o conceito de pesquisa. 2. Aponte as dicas que segundo Lakatos (2010) podem direcionar o pesquisador na formulação do problema da pesquisa. 3. Um problema de pesquisa pode ser determinado por razões de ordem prática ou de ordem intelectual. Esclareça. 4. De que forma Gil (2002) orienta para a elaboração de um projeto de pesquisa? 5. É importante refletir sobre estratégias e táticas de pes- quisa adequadas aos objetivos tanto das pesquisas “pu- ras” quanto das “aplicadas”. Comente. 16 17 ORIENTAÇÃO AO TCC (TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO) Luci Carlos de Andrade AULA - 3 Unidade 3. TCC: A PESQUISA MONOGRÁFICA Unidade 3 O TRABALHO MONOGRÁFICO 4 MONOGRAFIA: CONCEITOS 5 A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA: BASE DA MONOGRAFIA 8 ESCOLHA DO TEMA 10 Exercícios Propostos 17 Sumário 2 Nesta unidade, estudaremos os conceitos e as espe- cificidades de uma monografia. Os objetivos e fina- lidades dos TCCs, complementando com considera- ções sobre a pesquisa bibliográfica, base teórica de uma monografia. BOM ESTUDO! Caro(a) aluno(a), 3 3.01. O TRABALHO MONOGRÁFICO Iniciando nossa conversa e estudos, nesta unidade, jul- gamos interessante compreender primeiramente a ex- pressão Monografia. Situando-a historicamente. A pala- vra monografia surgiu no final do século XVIII através do autor Frederico Le Play. Etimologicamente mónos quer dizer um só e graphein, escrever (SALOMON, 2004, p. 254). Trata-se de um trabalho científico em que se apre- sentam os resultados da pesquisa desenvolvida. Um documento, cujo estudo minucioso discorre sobre um determinado assunto. Existem vários tipos de mono- grafias. São trabalhos acadêmicos em geral que englo- bam o Trabalho de Graduação Interdisciplinar - TGI e o TCC contendo então a “monografia”. Isto é, a descri- ção de um determinado assunto, que não exige um es- tudo completo e exaustivo, pois se trata de um requisito para complementação de cursos em graduação e pós- -graduação. Diferenciam-se quanto ao nível de inves- tigação do assunto proposto. No caso das dissertações científicas de mestrados e teses de doutorados, que são estudos mais aprofundados. (HABERMANN, 2009) O estudo ou pesquisa monográfica é exigida tanto no nível da graduação, como no da pós-graduação. “Re- 4 fere- se, geralmente, ao trabalho de término de curso ou de unidade de programa de uma disciplina, como atividade de desempenho escolar a ser avaliada”. (SA- LOMON, 2004, p. 261) MONOGRAFIA: CONCEITOS Na conceituação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os trabalhos acadêmicos ou similia- res são: documentos que representam o resultado de es- tudo, e que devem expressar, conhecimento do assunto escolhido: “deve ser obrigatoriamente emanado da dis- ciplina, módulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um orientador”. (NBR 14724,2005, p.3) A dissertação exigida em mestrados, para se obter o grau de mestre, é um outro exemplo de monografia. No entanto, é um documento que representa o resul- tado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, mais aprofundado, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. O referido estudo deve necessariamente evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistemação do aluno. É feito sob a co- 3.02. 5 ordenação de um orientador (doutor), e visa à obtenção do título de mestre. (NBR 14724,2005) Com base nestas considerações, compreende- se que: as monografias são estudos investigativos que cumprem importante papel didático-pedagógico. Pois, oferecem ao estudante universitário a oportunidade de descobrir, iniciar na produção da ciência e conhecer gradativamente os métodos para desenvolvê-la. Compreendemos, então, que não há diferença específica quanto ao termo monografia e TCC, e sim quanto ao estilo de pesquisa, profundidade, nível de in- vestigação e originalidade do tema abordado, os quais classificam o grupo dos trabalhos científicos desenvol- vidos. (SALOMON, 2004) A monografia é um trabalho, que reúne a síntese de leituras, observações, reflexões e críticas, desenvolvidas de forma metódica e sistemática. Os relatos são feitos por um pesquisador sobre um determinado escrito, re- sultado de suas investigações. O que se investiga em uma monografia, inicia-se com as inquietações acadêmicas. Como todo trabalho de investigação ou trabalho científico, a monografia inicia-se por uma dúvida ou problema. Ao buscar os meios para resolver essa proble- mática, o pesquisador levanta dados em fontes específi- cas do conhecimento. Ou seja, busca fontes teóricas que dizem respeito ao assunto em questão. A revisão crítica de todos os achados serão somados, ou não, a uma pes- quisa empírica (de campo). Da busca, da reflexão crítica 6 resulta a monografla, que deverá colher mais fatos que opiniões. Esta é uma caracterização de monografia: “Localizamos, na origem histórica da monografia, aquilo que até hoje caracteriza essencialmente esse tipo de trabalho científico: a especificação, ou seja, a redução da abordagem a um só assunto, a um só problema. Mantém-se o sentido etimológico: mónos (um só) e graphein (escrever): dissertação a respeito de um assunto único...” “É preciso atentar (...) para o uso escolar da palavra monografia. Embora, tenha de comum com o em- prego científico o caráter de tratamento de um tema bem delimitado, difere na qualidade da tarefa: o ní- vel de investigação que a precede. As “monografias” de término de seminários ou atividades semelhantes não merecem a rigor a classificação que se lhes atri- bui, pois não são, em geral, autênticos trabalhos de investigação científica, mas apenas de iniciação na investigação.” (SALOMON, 2004, p. 219) A estruturação ou a preparação sistematizada de um trabalho científico, no caso a monografia, pressu- põem as seguintes etapas: 1) determinação do tema- -problema do trabalho (dúvida, questão, problema); 2) levantamento da bibliografia referente a esse tema (fontes); 3) leitura e documentação (tratamento com a bibliografia); 4) reflexão crítica; 5) construção lógica do trabalho e 6) redação do texto (monografia). 7 O trabalho monográfico é muito comum nas uni- versidades, fazendo parte da rotina das referidas insti- tuições. É uma forma de associar concretamente o en- sino e a pesquisa.Muitos cursos exigem monografias como trabalhos de conclusão de curso. Martins (2002) complementa: “A monografia é um documento que descreve um estudo minucioso sobre um tema relativa- mente restrito. Frequentemente é solicitada como “Tra- balho de Formatura” ou “Trabalho de Final de Curso” (p. 19)”. As dissertações de mestrado e teses de douto- ramento também são trabalhos monográficos. 3.03. A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA: BASE DA MONOGRAFIA Ao caracterizar um trabalho monográfico fica evidente a estruturação sistematizada desse documento, tendo como base a pesquisa bibliográfica, como parte fundamental da monografia. Pois, o levantamento ou revisão bibliográfi- ca é parte fundamental e inicial em uma monografia. A pesquisa bibliográfica é sempre realizada para fundamentar teoricamente o objeto de estudo de uma monografia. Apresenta elementos que subsidiam a aná- lise dos dados e imprime o aspecto teórico, com base na comprensão crítica do pesquisador. (MINAYO, 2001) 8 Através do pensamento de Lakatos (2010), com- preendemos a pesquisa bibliográfica como aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. É uma pesquisa que busca os dados ou as categorias teóricas, já trabalhadas por ou- tros pesquisadores e devidamente registradas. Assim, as contribuições dos autores tornam-se fontes para novos temas a serem pesquisados. Ao considerar que a pesquisa bibliográfica é utili- zada basicamente em todos os trabalhos científicos, é importante evidenciar que essa pesquisa tem como fi- nalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito sobre determinado assunto, com o objetivo de permitir ao cientista uma sustentação para a análise de sua investigação ou na manipulação das suas informações. Contribui com informações e pesquisas baseadas em acervos de diversos autores, que já estuda- ram sobre o tema em questão. Existem pesquisas produzidas somente a partir de fontes bibliográficas. Pois, é uma pesquisa que cobre uma imensa gama de fenômenos, oferecendo grande vantagem ao pesquisador. Isso é fundamental no caso de uma grande demanda de dados ou da complexidade do tema, para solucionar o seu problema de pesquisa. Para Severino (2007) e Lakatos (2010) existem na pesquisa bibliográfica oito fases distintas: 9 a) escolha do tema; b) elaboração do plano de trabalho; c) identificação; d) localização; e) compilação; f) fichamento; g) análise e interpretação; h) redação. ESCOLHA DO TEMA O tema é o assunto que se deseja provar ou desenvol- ver. É uma dificuldade ou problema que se deseja solu- cionar. Escolher um tema significa levar em considera- ção fatores internos e externos. Os internos consistem em: a) selecionar um assunto de acordo com as inclinações, as aptidões e as tendências de quem se propõe a elabo- rar um trabalho científico; b) optar por um assunto compatível com as qualifica- ções pessoais; c) encontrar um objeto que mereça ser investigado cien- tificamente e tenha condições de ser formulado e deli- mitado em função da pesquisa. 3.04. 10 Os externos requerem: a) a disponibilidade do tempo para realizar uma pesqui- sa completa e aprofundada; b) a existência de obras pertinentes ao assunto em nú- mero suficiente para o estudo global do tema; c) a possibilidade de consultar especialistas da área, para uma orientação, tanto na escolha, quanto na análise e interpretação da documentação específica. (LAKA- TOS, 2010, p. 26-27) Pode-se ter como fontes para a escolha do assunto, a própria experiência pessoal ou profissional, de estudos e leituras, da observação. O passo seguinte a escolha do assunto é sua delimitação. Nesse sentido, é interessante pensar que o sujeito é a realidade, a respeito da qual se deseja saber alguma coisa. É o universo de referência. Que pode ser constituída de objetos, fatos, fenômenos ou pessoas. O objeto de um assunto é o tema propria- mente dito, está relacionado àquilo que se deseja saber ou realizar a respeito do sujeito. 3.04.1. ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO É interessante elaborar o Plano de Trabalho antes do fichamento. Na elaboração do plano, deve-se observar a estrutura de todo o trabalho científico: introdução, de- 11 senvolvimento e conclusão. a) Introdução. Formulação clara e simples do tema, sua delimitação, importância, caráter, justificativa, metodo- logia empregada e apresentação sintética da questão. b) Desenvolvimento. Fundamentação lógica do trabalho, cuja finalidade é expor e demonstrar suas principais ideias. c) Conclusão. Consiste no resumo completo, mas sinteti- zado, da argumentação desenvolvida na parte anterior. Devem constar da conclusão a relação existente en- tre as diferentes partes da argumentação e a união das ideias e, ainda, a síntese de toda a reflexão. (LAKATOS, 2010, p. 28) 3.04.2. IDENTIFICAÇÃO É a identificação das obras ou a fase de reconhecimento do assunto pertinente ao tema em estudo. Deve-se par- tir, inicialmente, pela procura de catálogos onde se en- contram as relações das obras. Essas obras podem ser publicados pelas editoras, com a indicação dos livros e revistas editados, ou pertencer a bibliotecas públicas, com a listagem por título dos trabalhos. Existem, ainda, os catálogos específicos de alguns periódicos, com o rol dos artigos publicados anteriormente. 12 Em seguida, seria o levantamento, pelo Sumário ou Índice, dos assuntos nele abordados. Outra fonte de informações refere-se aos resumos das obras que ofere- cem elementos para identificar o trabalho. 3.04.3. LOCALIZAÇÃO Após o levantamento bibliográfico, com a identificação das obras que interessam, é preciso partir para a locali- zação das fichas bibliográficas nos arquivos das bibliote- cas públicas, nos de faculdades oficiais ou particulares e outras instituições. É um trabalho que demanda tempo, mas que posteriormente facilita a busca do pesquisador. 3.04.4. COMPILAÇÃO É o apanhado geral de todo o material selecionado, ou a reunião sistemática do material contido em livros, revis- tas, publicações avulsas ou trabalhos mimeografados. Esse material pode ser obtido por meio de fotocópias, xerox ou vídeos, microfilmes etc. 13 3.04.5. FICHAMENTO São as anotações e registros em forma de resumos das leituras realizadas com base no material selecionado. O pesquisador após minuciosa leitura transcrever resumi- damente o pensamento dos autores lidos. De posse das fontes de referência, o pesquisador deve transcrever os dados em fichas ou não, com o máximo de exatidão e cuidado. Pode-se utilizar fichas que levam o indivíduo a pôr em ordem no seu material. Possibilita, ainda, uma seleção constante da documentação e de seu ordenamento. 3.04.6. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO Essa fase é importante, pois o pesquisador terá condi- ções de verificar criticamente o material coletado para utilizá-lo ou não na elaboração do seu trabalho. A pri- meira fase da análise e da interpretação é a crítica do material bibliográfico, sendo considerado um juízo de valor sobre determinado material científico. De acordo com Salomon (2004, p. 115), é preciso analisar: 14 a) crítica do texto: averiguar se o texto sofreu ou não alte- rações, interpolações e falsificações ao longo do tempo. Investigar, principalmente, se o texto é autógrafo (escri- to pela mão do autor) ou não; em caso negativo, se foi ou não revisto pelo autor; se foi publicado pelo autor ou outra pessoa o fez; que modificações ocorreram de edição para edição; b) crítica da autenticidade: determina o autor, o tempo, o lugar e as circunstâncias da composição; c) crítica da proveniência: investiga a proveniência do tex- to. Varia conforme a ciência que a utiliza. Em História, tem particular importância o estudo de onde provie- ram os documentos; em Filosofia, interessa muito mais discernir até que ponto uma obra foi mais ou menos decalcada sobreoutra. 3.04.7. REDAÇÃO A redação da pesquisa bibliográfica varia de acordo com o tipo de trabalho científico que se deseja apresen- tar. Pode ser uma monografia, uma dissertação ou uma tese. No caso da monografia, é interessante que o autor tenha certo conhecimento sobre o que irá escrever e uma leitura apurada do material a ser pesquisado. A redação, na monografia exige cuidados necessários a todo trabalho científico: 15 a) Clareza - não deixa margem a interpretações diversas; não utiliza linguagem rebuscada, ter- mos desnecessários ou ambíguos; evita falta de ordem na apresentação das ideias; b) Precisão - cada palavra traduz exatamente o que o autor transmite; c) Comunicabilidade - abordagem direta e simples dos assuntos; lógica e continuidade no desenvol- vimento das ideias; uso criterioso da pontuação; d) Consistência - de expressão gramatical; de ca- tegoria, equilíbrio existente nas seções de um capítulo ou subseções de uma seção; de sequên- cia, ordem na apresentação de capítulos, seções e subseções do trabalho. (SALOMON, 2004 E MARTINS, 2002) No texto devem constar citações e suas respec- tivas referências bibliográficas, indicando as leituras existentes e devidamente fundamentadas em um texto apresentável. A coerência e articulação entre as partes são fundamentais, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão devem estar correlacionadas para melhor compreensão do trabalho como um todo. 16 Exercícios Propostos 1.Na sua compreensão, o que é um estudo monográfico? 2. Para Severino (2007) e Lakatos (2010) existem na pesquisa bibliográfica, oito fases distintas. Aponte-as e comente cada uma delas. 3. Esclareça a função da pesquisa bibliográfica em um trabalho científico. 4. De acordo com Salomon (2004), é preciso ter cuida- do ao elaborar a redação em um trabalho monográfico. Aponte-os. 5. Esclareça aspectos importantes a serem considerados na escolha do tema de uma monografia. 17 18 ORIENTAÇÃO AO TCC (TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO) Luci Carlos de Andrade AULA - 4 Unidade 4. TCC: O TRABALHO MONOGRÁFICO Unidade 4 O TRABALHO MONOGRÁFICO 4 CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DE UMA MONOGRAFIA 5 AS NORMAS DA ABNT 7 SOBRE A FORMATAÇÃO DA MONOGRAFIA 9 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS 12 ELEMENTOS TEXTUAIS 13 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS 13 Exercícios Propostos 14 Sumário 2 Nesta unidade, estudaremos itens relevantes para a ela- boração de uma monografia. Complementando com considerações sobre as normas da ABNT e informa- ções sobre a formatação do trabalho monográfico. BOM ESTUDO! Caro(a) aluno(a), 3 4.01. O TRABALHO MONOGRÁFICO Um trabalho científico requer disponibilidade do pes- quisador em buscar todo aparato para que torne pos- sível a realização da pesquisa. Demanda tempo, dedi- cação e organização, para que na medida do possível e mediante a clareza e objetividade da investigação, o pesquisador obtenha êxito na sua produção científica, seja ela qual for. Em princípio, realizar leituras de revistas especiali- zadas da área a ser estudada e a participação em cursos de especialização, extensão e aperfeiçoamento, em seminá- rios e congressos científicos muito contribuem, no mo- mento, em que se busca investigar um determinado tema. Outra questão importante em um projeto de pes- quisa é o interesse por algo , por uma questão que se queira investigar. Certamente, que só se conhece, só se é levado a investigar à medida que se precisa encontrar solução ou respostas a questionamentos ou dificuldades na área específica da temática. 4 4.02. CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DE UMA MONOGRAFIA Além disso, alguns outros pontos merecem atenção, quando se propõe uma investigação. São critérios que servem para reflexão do pesquisador. Pensar na pesqui- sa a ser realizada nos seguintes aspectos: originalidade, importância, viabilidade e conhecimento do assunto. É necessário pensar na originalidade do trabalho para evitar que se pesquise sobre um assunto já conhe- cido e, portanto, não se acrescente nada com o traba- lho de investigação. Mesmo uma pesquisa bibliográfica, quando se utiliza de outros autores, dispensando a pes- quisa de campo, é possível somar grande contribuição para a ciência no preenchimento de lacunas deixadas pelas pesquisas publicadas sobre o assunto. (INÁCIO FILHO, 2007) Um tema deve levar em conta também a sua im- portância. Refletir sober a relevância do trabalho para a comunidade científica e mesmo para a sociedade. A viabilidade é outro item que não se pode desconsiderar, pois o pesquisador pode correr o risco de perder tempo e recurso. O pesquisador deve atentar para realizar uma pesquisa sobre um determinado assunto, que ainda não foi objeto de estudos e publicações. Essa reflexão com 5 base em estudos requer também muita observação so- bre as produções já realizadas. Essa observação feita com base em leituras irá auxiliar o pesquisador para que tenha o conhecimento do assunto a ser estudado. Desse modo, terá condições de propor problemas relevantes no seu projeto de pesquisa. A Fundamentação teórica é outra questão impor- tante em qualquer elaboração científica, pois consiste em explicitar e embasar os conceitos fundamentais na utilização de procedimentos para as análises, assim como as categorias e os pressupostos teóricos, que sus- tentarão todo o desenvolvimento da pesquisa. Para Inácio Filho (2007), todo esse conjunto de categorias, conceitos e pressupostos deve constituir-se num todo articulado dentro do trabalho científico. O conhecimento sobre a estrutura da pesquisa também deve fazer parte do interesse do pesquisador, no senti- do de estruturar o trabalho dentro dos padrões exigidos para elaboração de um trabalho científico. Além de buscar um conhecimento sobre o assunto a ser pesquisado, fazendo um levantamento das obras já apresentadas sobre a temática, é necessário também que o pesquisador tenha acesso à estrutura do trabalho e à questão da normatização das elaborações científicas. Toda pesquisa deve atender as exigências da normas, para que seja aceito pela comunidade científica. Logo abaixo, seguem algumas considerações sobre as normas da ABNT, para que você pesquisador, possa 6 inteirar-se de forma breve de normas que regulam a ela- boração científica, sem contudo deixar de pesquisá-las e estudá-las de maneira mais criteriosa, para o êxito do seu trabalho, no caso a monografia. AS NORMAS DA ABNT Todo trabalho científico exige uma formatação com base nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas. É um padrão nacional de normas, que vale para todos as produções científicas. É interessante ter acesso a estas normas para formatar de forma prática e objetiva seus próprios trabalhos e, principalmente, a monografia. Nesse sentido, Habermann (2009) traz colabora- ções, que esclarecem questões importante relacionadas às normas, e que são na maioria das vezes, motivo de dificuldades na elaboração de trabalhos, por parte de pesquisadores. A ABNT foi fundada no ano de 1940. Trata-se de uma entidade privada de políticas públicas, sem fins lu- crativos, reconhecida por Lei, como órgão de utilidade pública dirigida por membros de um conselho delibe- rativo, conselho fiscal, conselho técnico e a diretoria executiva. 4.03. 7 Pode-se dizer que é o único órgão responsável de normalização técnica no Brasil, e é a única e exclusi- va representante no país de entidades internacionais, como: a ISO - International Oganization For Standar- dization, da qual é membro fundadora, bem como da COPANT - Comissão Pan-Americana de Normas Téc- nicas e da AMN - Associação MERCOSUL de Norma- lização. Também é representante da IEC - International Eletrotechnical Commission. Quando se refere aos trabalhos acadêmicos o co- mitê responsável pela elaboração e alteração é o da in- formação e documentação - ABNT/CB-14. A ABNT tem comofinalidade promover o desenvolvimento tec- nológico nacional e, neste caso, padronizar a forma de apresentação dos trabalhos acadêmicos, para que todos os trabalhos apresentados pelos alunos sigam o mesmo padrão. (HABERMANN, 2009) A ABNT apresenta várias normas que são referen- dadas com números chamados de NBR, que significa Normas Brasileiras, as quais estão sujeitas a revisões pe- riodicamente. O acadêmico precisa estar atento às mu- danças das normas por ocasião da elaboração do seu trabalho, considerando as constantes adequações que a ABNT processa. Abaixo, apresentamos as normas mais utilizadas em trabalhos acadêmicos: - ABNT NBR 6023:2002, que referencia sobre a elaboração das referências; 8 - ABNT NBR 6024:2003, que referencia sobre a numera- ção progressiva das seções de um documento escrito; - ABNT NBR 6027:2003, que referencia sobre o sumário; - ABNT NBR 6028:2003, que referencia sofre o resumo de trabalho; - ABNT NBR 6034:1989, que referencia sobre o índice de publicações; - ABNT NBR 10520:2002, que referencia sobre as citações em documentos; - ABNT NBR 12225:2004, que referencia sofre a lombada e; - ABNT NBR 14724:2005, que referencia sobre a forma- tação dos trabalhos acadêmicos como: a capa, página de rosto, dedicatória, agradecimentos, epígrafe, dentre outros itens. A formatação básica para elaborar um tra- balho acadêmico deve ser baseada nos princípios gerais da NBR 14724:2005. 4.04. SOBRE A FORMATAÇÃO DA MONOGRAFIA Ainda, em Habermann (2009), apresentamos basica- mente os padrões a serem seguidos na formatação de uma monografia, devendo-se considerar que a forma- tação básica para elaborar um trabalho acadêmico deve ser baseada nos princípios gerais da NBR 14724:2005: 9 • PAPEL: deve ser branco, formato A4 e o texto deve ser digitado no anverso da folha, ou seja, na frente, exceto para a folha de rosto que deverá conter a ficha catalo- gráfica, impressos na cor preta, podendo utilizar outras cores apenas para ilustrações; • MARGENS: a margem deverá obedecer 3 cm de borda superior e esquerda e 2 cm de borda inferior e direita; • ESPACEJAMENTO ENTRELINHAS: deve ser de 1,5 cm em todo o trabalho, exceto para as citações com mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas, ficha catalográfica, natureza do trabalho, nome da instituição e área de formação, que devem ser redigidos em espaçamento simples; • PARÁGRAFO: 1,25 cm em todo o trabalho, exceto para as citações; • TEXTO: deve ser justificado em todo o trabalho, exceto para as referências no final do trabalho e notas de ro- dapé, as quais deverão estar alinhadas à esquerda. Se no decorrer do texto utilizar termos de origem estrangeira, recomenda-se o uso de itálico; • FONTE E TAMANHO: é facultado ao acadêmico utilizar- se de qualquer tipo de fonte, porém as mais indicadas são a Arial ou Times New Roman, até mesmo a Courier New, pois o formato da letra contribui para que a leitura seja menos cansativa. O tamanho exigido é 12, exceto para citações com mais de 3 linhas, notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e tabelas, devendo ser redigidas em tamanho menor e uniforme. Nestes 10 casos, o tamanho indicado é 10; • PAGINAÇÃO: deve ser contada a partir da folha de rosto continuamente, mas não numeradas, só deve aparecer o número de páginas a partir da primeira folha da parte textual, ou seja, da introdução, em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha a 2cm da borda supe- rior. Se por ventura, o trabalho for em dois volumes, o número de páginas continua de onde parou o primeiro volume. Se houver apêndices e anexos, estes deverão ser numerados sequencialmente após a conclusão; • TÍTULOS DAS SEÇÕES E SUBSEÇÕES: trata-se dos elemen- tos textuais, que devem seguir o indicativo numérico, alinhado à esquerda separado por um espaço de carac- teres, destacados em letras maiúsculas, negrito, itálico ou sublinhado, devendo o texto iniciar após dois espa- ços de 1,5 cm entrelinhas; • TÍTULOS DAS SUBSEÇÕES: segue a mesma formatação dos títulos das seções, porém é opcional redigir em le- tras maiúsculas ou minúsculas, desde que seja padrão em todo o trabalho. (HABERMANN, 2009, p. 22) Vale ressaltar que nos elementos pré-textuais e pós-textuais, não se utiliza a indicação numérica de- vendo ser redigidos em letras maiúsculas, centraliza- das, em negrito, itálico ou sublinhado, com exceção da dedicatória e epígrafe, as quais não deverão conter os títulos e indicativo numérico conforme dispõe a NBR 6024:2003. 11 Além da formatação básica do trabalho acadêmico, é necessário compreender a divisão da estrutura desse trabalho. Ou seja, os elementos pré- textuais, textuais e pós-textuais descritos abaixo. ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS Nos elementos pré-textuais devem constar: - Capa; - Folha de rosto; - Folha de aprovação; - Dedicatória(s); - Agradecimento(s); - Epígrafe; - Resumo na língua vernácula; - Resumo em língua estrangeira; - Lista de ilustrações; - Lista de tabelas; - Lista de abreviaturas e siglas; - Lista de símbolos; - Sumário. Nestes elementos, estão os de caráter obrigatório e os de caráter opcional, que poderão ser melhor identifica- dos na unidade 5. 4.05. 12 ELEMENTOS TEXTUAIS Nos elementos textuais, configura-se o corpo do traba- lho, e deve constar: - Introdução; - Objetivo Geral; - Objetivo Específico; - Método; - Resultado; - Discussão; - Conclusão. 4.06. ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS Esta é a última parte da estrutura do trabalho e deve constar: - Referências (obrigatório); - Apêndice (opcional); - Anexo (opcional); - Glossário (opcional). 4.07. 13 Exercícios Propostos 1. Comente os critérios a serem pensados para a elabo- ração de uma monografia. 2. O que deve constar nos elementos pré-textuais de uma monografia? 3. No corpo da monografia existe o item - Títulos das seções e subseções. Esclareça. 4. Todo trabalho científico exige uma formatação com base nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Justifique esta afirmação. 5. Comente o pensamento de Inácio Filho (2007): “todo esse conjunto de categorias, conceitos e pressu- postos deve constituir-se num todo articulado dentro do trabalho científico. O conhecimento sobre a estrutu- ra da pesquisa também deve fazer parte do interesse do pesquisador, no sentido de estruturar o trabalho dentro dos padrões exigidos para elaboração de um trabalho científico”. 14 15 ORIENTAÇÃO AO TCC (TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO) Luci Carlos de Andrade AULA - 5 Unidade 5. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA Unidade 5 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA: ELEMENTOS FUNDAMENTAIS 4 A COMPOSIÇÃO ESTRUTURAL DA MONOGRAFIA 5 DISCRIMINAÇÃO DAS PARTES 7 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 27 Sumário 2 Nesta unidade, será apresentada a estrutura da mo- nografia com todos os elementos necessários para a formatação do trabalho monográfico de forma explicativa para melhor visualização do pesquisador. BOM ESTUDO! Caro(a) aluno(a), 3 5.01. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA: ELEMENTOS FUNDAMENTAIS Nesta unidade, apresentamos de forma explicativa, item a item da estrutura da monografia com a descrição de cada parte, para que o acadêmico identifique os ele- mentos na própria apresentação da estrutura projetada para melhor visualização do pesquisador. É um material elaborado por nós, por ocasião de trabalhos realizados com orientações de TCCs em cursos de graduação e especialização, cujo objetivo é oferecer ao aluno as con- dições visuais para a formatação correta de um trabalho científico, ou de uma monografia. Vale ressaltar que, embora tenhamos este padrão básico para a formatação de uma monografia, cada instituição pode proceder a adequações ou mudanças que julgar necessária, sempre afirmando que este é um modelo padrão de estrutura e formatação de uma monografia.O aluno deverá inteirar-se da formatação exigida pela sua instituição tomando como base este modelo para observar se existem elementos a serem modificados ou não. Estudar, também, as normas vi- gentes da ABNT, considerando as constantes mudan- ças nessa padronização. 4 5.02. A COMPOSIÇÃO ESTRUTURAL DA MONOGRAFIA É importante observarmos que toda a Monografia ou TCC devem ser compostas, de acordo com a ABNT/ NBR 14724:2002, das seguintes partes: 5 PRÉ-TEXTUAIS Capa Obrigatório Folha de rosto Obrigatório Folha de aprovação Obrigatório Dedicatória Opcional Agradecimentos Opcional Epígrafe Opcional Resumo Obrigatório Sumário Opcional Lista de ilustrações Opcional Lista de tabelas Opcional Lista de abreviaturas e siglas Opcional Lista de símbolos Obrigatório TEXTUAIS Introdução Obrigatório Desenvolvimento Obrigatório Conclusão ou Considerações finais Obrigatório PÓS-TEXTUAIS Referências Obrigatório Glossário Opcional Apêndice (s) Opcional Anexo (s) Opcional 6 5.03. DISCRIMINAÇÃO DAS PARTES 1.1. CAPA Deve conter: a) nome da Instituição e do autor ao alto da folha, em fonte 14, em letras maiúsculas e sem negrito; b) título do trabalho ao centro em fonte 16, em letras maiúsculas e com negrito; c) parte inferior com o nome da cidade e o ano de apre- sentação, em fonte 12, apenas as iniciais são maiúsculas e não todas as letras das palavras, e sem negrito. 7 UNAES - FACULDADE DE CAMPO GRANDE LUCI CARLOS DE ANDRADE MATERIALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE MUNICIPALIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE MATO GROSSO DO SUL NOS ANOS DE 1993 A 2002 Campo Grande 2005 8 1.2. FOLHA DE ROSTO Após a capa, aparece: a) nome do autor ao alto da folha, em fonte 14, em le- tras maiúsculas e sem negrito; b) título do trabalho ao centro em fonte 16, em letras maiúsculas e com negrito; c) logo abaixo, da metade da folha, à direita, aparece uma explicação rápida mais clara acerca dos objetivos institu- cionais, seguida da instituição, a que se destina a pesquisa; d) parte inferior, o nome da cidade e o ano de apresen- tação, em fonte 12, apenas as iniciais são maiúsculas e não todas as letras das palavras, e sem negrito. 9 LUCI CARLOS DE ANDRADE MATERIALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE MUNICIPALIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE MATO GROSSO DO SUL NOS ANOS DE 1993 A 2002 Campo Grande 2005 Monografia apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Especialista em Gestão e Políticas Públicas da Educação, apresentada à Banca Examinadora da UNAES – Faculdade de Campo Grande, MS, sob a orientação da Prof.ª MSc. Liliana Gonzaga de Azevedo Martins. 10 1.3. FOLHA DE APROVAÇÃO Deve conter o título completo da monografia ou TCC, nome completo do autor, nome do título, nota que ob- teve no trabalho, nome completo dos membros da ban- ca examinadora e local para assinatura dos membros e data de aprovação. 11 TERMO DE APROVAÇÃO A monografia intitulada: MATERIALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE MUNICIPALIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE MATO GROSSO DO SUL NOS ANOS DE 1993 A 2002, apresentada por LUCI CARLOS DE ANDRADE como exigência parcial para a obtenção do título de Especialista em Gestão e Políticas Públicas da Educação à Banca Examinadora da UNAES, Campo Grande, MS, obteve nota _______, para aprovação. BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ Prof.ª MSc. Liliana Gonzaga de Azevedo Martins (UNES) ORIENTADORA _________________________________________________ Prof.ª MSc. Zaira de Andrade Lopes (UNAES) CONVIDADA _______________________________________________ Prof. PhD. Francisco Trindade Leite (UNIDERP) CONVIDADO 12 1.4. PRÉ-TEXTUAIS São as páginas que antecedem ao sumário. Podem ser incluídas as seguintes partes, devendo constar cada uma em página separada. a) Dedicatória: essa folha não é obrigatória, mas contém texto, geralmente curto, no qual o autor dedica seu tra- balho a alguém. b) Agradecimentos: visa agradecer a pessoas que tenham contribuído para o sucesso do trabalho, prestar home- nagem aos que não estiveram diretamente relacionadas com sua realização e entes queridos. c) Epígrafe: trata-se de um pensamento de algum autor de preferência, que revele o objeto estudado, mas não, necessariamente, tenha alguma relação com o tema. d) Resumo: síntese dos pontos relevantes do texto, em linguagem clara, concisa, direta, com o mínimo de 200 e o máximo de 500 palavras. 13 DEDICATÓRIA Dedico à minha mãe, por tudo o que ela representa na minha vida. Ao meu marido, por me fazer feliz. Ao meu pai, por me mostrar o caminho do perdão. Aos meus irmãos, pelo apoio nas horas que precisei. Aos meus filhos, por serem pessoas tão belas. 14 AGRADECIMENTOS A realização deste trabalho só foi possível graças ao auxílio de professores e à compreensão de um grupo de apoio, aos quais manifesto valorosa gratidão. À Prof.ª Éster Senna, pela paciência, confiança e orientação segura, pela amizade e compreensão que me dispensou, principalmente nos meus momentos de ansiedade. À minha sobrinha Paula, pelo apoio no levantamento de material para o desenvolvimento da pesquisa, pela montagem de quadros, pela sua inteligência e habilidade em informática, especialmente pela paciência. À Profª. Regina Tereza Cestari de Oliveira, pelo estímulo, pela segurança, pela solidariedade, pelas críticas valiosas e pelo sorriso, com o qual sempre me acolheu. À Profª. Vera Maria Vidal Peroni, por aceitar fazer parte da minha banca e pelas contribuições no exame de qualificação, pela disposição ao atender-me, várias vezes, por telefone, pelo respeito à minha pessoa e ao meu trabalho. Ao Prof. David Victor-Emamnuel Tauro, pelas suas aulas maravilhosas e pela sua efetiva contribuição. Ao Prof. Antonio Carlos do Nascimento Osório, figura forte que nos impulsiona a continuar. À Tatiana e à Jacqueline, pela amizade, paciência, carinho e cuidado com todos os mestrandos, principalmente, na hora de resolver problemas. 15 Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob àquelas com que se defrontam direta- mente, legadas e transmitidas pelo passa- do. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos. E justamente quando parecem em- penhados em revolucionarem-se a si e às coisas, em criar algo que jamais existiu, precisamente nesses períodos de crise re- volucionária, os homens conjuram ansio- samente em seu auxílio os espíritos do pas- sado, tomando-lhes emprestado os nomes, os gritos de guerra e as roupagens, a fim de apresentar e nessa linguagem emprestada. (Karl Marx, 1814) 16 RESUMO O objeto de investigação é a materialização da política de descen- tralização, via municipalização do ensino fundamental no Estado de Mato Grosso do Sul, no período 1993 a 2002, cujo processo de municipalização iniciou-se em 1993 no governo de Pedro Pe- drossian (1991/1994), através Lei n.º 1.331, de 11 de dezembro de 1992 que efetivou a parceria entre o Estado e os Municípios, con- forme o artigo 1.º, que instituía o Programa de Descentralização e Fortalecimento do Ensino de 1.º Grau (hoje ensino fundamen- tal). Elegeu-se como objetivo geral investigar a concretização da política de municipalização do ensino fundamental desenvolvida no Estado de Mato Grosso do Sul, no período 1993 a 2002, para analisar o movimento da descentralização, via municipalização do Estado de Mato Grosso do Sul. A pesquisa documental foi realizada a partir de textos oficiais enviados à Assembleia Legis- lativa desde 1980, Diários Oficiais, Relatórios de Gestão dos anos 1992 a 2002, Decretos, Resoluções, Leis, Convênios assinados, projetos, programas e propostas dos governos: Pedro Pedrossian (1991/1994), Wilson Barbosa Martins (1995/1998) e José Orcírio Miranda (1999/2002). Foram realizadas nove entrevistas semi-es- truturadas, gravadas em fita cassete, com representantes da socie- dade política e sociedade civil. As categorias selecionadas foram: a de totalidade,a qual nos indica que a descentralização, por meio da municipalização precisa ser analisada numa perspectiva de re- lacionamento e multicausalidade, com destaque para o modo de produção da vida material; a de mediação indica que as relações no processo de municipalização da educação se estabelecem reci- procamente e não podem ser compreendidas por si mesmo, numa única direção determinista. Palavras-chave: Municipalização. Descentralização. Política pública. Gestão da Educação. 17 e) Lista de ilustrações: relação de tabelas, gráficos, fórmu- las, lâminas, figuras (desenhos, gravuras, mapas, foto- grafias, esquemas, fluxogramas, quadros etc), na mesma ordem em que são citadas no TCC, com indicação da página, onde estão localizadas. Lista de tabelas: elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome e acompanhado da página. f) Listas de abreviaturas e siglas: relações alfabéticas das abreviaturas e siglas, utilizadas na publicação, seguidas das palavras a que correspondem, escritas por extenso. g) Lista de símbolos: deve ser elaborado de acordo com a ordem que aparece no texto. h) Sumário: as divisões do trabalho, os capítulos e seções com a indicação das páginas. Não se deve confundir com índice, para designar esta parte. 18 LISTA DE ILUSTRAÇÕES QUADRO 1.1 - Estrutura de Financiamento da Educação por Unidade da Federação...............................................................41 QUADRO 1.2 - Recursos públicos para financiar a Educação no projeto original.....................................................................48 QUADRO 1.3 - Organização do Sistema Municipal de Educação – LDB 9394/96..........................................................52 19 LISTA DE TABELAS TABELA 3.4 – EVOLUÇÃO DE MATRÍCULAS DA REDE ESTADUAL.............................................................................116 TABELA 3.5 – EVOLUÇÃO DAS MATRÍCULAS DO ENSINO FUNDAMENTAL.................................................. 216 20 LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias APM – Associação de Pais e Mestres BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento BM – Banco Mundial BIRD - Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento CENESP - Centro Nacional de Educação Especial CF – Constituição Federal COAGRI - Coordenação Nacional de Ensino Agropecuário DF – Distrito Federal DIPLAN – Diretoria de Planejamento FETEMS – Federação dos Trabalhadores em Educação do Estado de Mato Grosso do Sul. FMI – Fundo Mundial de Investimentos FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional FPE – Fundo de Participação dos Estados FPM – Fundo de Participação do Município FUMPE - Fundo de Manutenção de Prédios Escolares FUNDEF - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério. 21 LISTAS DE SÍMBOLOS % - Porcentagem @ - Arroba R$ - Real 22 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. MUNICIPALIZAÇÃO NO ESTADO BRASILEIRO.......................................................................... 22 2.1. ESTADO E A MUNICIPALIZAÇÃO..............................................................23 2.2. MUNICIPALIZAÇÃO NO BRASIL APÓS A DÉCADA DE 1980.................................................................................... 29 2.2.1. MUNICIPALIZAÇÂO E A CONSTITUIÇÂO FEDERAL DE 1988.................................................................................... 34 3. MUNICIPALIZAÇÃO NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL.................................................................................... 56 3.1. GESTÃO DE HARRY AMORIM COSTA E A MUNICIPALIZAÇÃO............................................................. 57 3.2. GESTÃO DE MARCELO MIRANDA SOARES ............64 3.2.1.MUNICIPALIZAÇÂO NO MARCELO MIRANDA SOARES ...................................................................................70 REFERÊNCIAS........................................................................81 ANEXOS...................................................................................82 23 1.5. TEXTUAIS A organização do texto dos trabalhos científicos deve obedecer à sequência: Introdução, Desenvolvimento, que se dividindo em seções e subseções, conforme a natureza do assunto, e Conclusão. a) Introdução: conforme ABNT/NBR 14724 – 4.2.1: Parte inicial do texto, onde devem constar a delimita- ção do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho. b) Desenvolvimento: de acordo com ABNT/NBR 14724 - 4.2.2: Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto. Divide-se em seções e subseções, que variam em função da aborda- gem do tema e do método. c) Conclusão: conforme ABNT/NBR 14724 – 4.2.3. Conclusão: parte final do texto, na qual se apresentam conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóte- ses. NOTA: é opcional apresentar os desdobramentos relativos à importância, síntese, projeção, repercussão, encaminhamento e outros. 24 INTRODUÇÃO Esta pesquisa tem como objeto de investigação ... Parte-se do pressuposto que ... O processo de municipalização do Estado de Mato Grosso do Sul, originou-se ... Centralização dos programas educacionais nos últimos anos ganhou mais destaque por sua relevância como política educacional... A elaboração desta pesquisa justifica-se em razão ... Elegeu-se como objetivo geral ... A pesquisa documental foi realizada a partir de textos oficiais ... Foram realizadas nove entrevistas semi-estruturadas, gravadas em fita cassete com representantes da sociedade civil: ... Para investigar a política de municipalização do ensino fundamental do Estado de Mato Grosso do Sul, na etapa de fundamentação teórica alguns trabalhos trouxeram sua relevância sobre a temática discutida, a exemplo de Rocha (1992) que apresenta um estudo sobre a gestão pública no Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 1979 a 1990, Para ordenar esse rol de informações, este trabalho foi composto em três seções: na primeira ... Na segunda seção abordou-se ... Na terceira e última apresentou-se análise das medidas ... 25 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo teve como objetivo investigar a concretização da política de municipalização do ensino fundamental, de Mato Grosso do Sul, no período de 1993 a 2002, que está associada ao debate sobre as políticas sociais, principalmente sobre a Reforma do Estado, alicerçadas nas orientações do MARE (1995) que conduziu as políticas sociais, alicerçadas em três pilares: focalização; privatização e descentralização, determinando mecanismos de negociação nos campos político- institucional e econômico-financeiro, De fato, a análise da municipalização no período estabelecido demonstrou pelos documentos produzidos pela Secretaria de Estado de Educação e pela fala dos atores envolvidos neste processo, que esta política caminhou muito mais na direção da linha historicamente construída do descompromisso e a desresponsabilização e não na realização de um processo de democratização. Na prática, verificou-se que o processo de endividamento do Estado de Mato Grosso do Sul, já estava em andamento desde a sua criação e a falta de recursos para a área da Educação, foi decisivo para ... Dos nove entrevistados, sete acreditam que ... Na época em que foi dada a largada para a municipalização do ensino fundamental, em 1993, a realidade educacional era outra: ... 26 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1. Qual a sua compreensão sobre o seguinte trecho do texto: “O aluno deverá inteirar-se da formatação exi- gida pela sua insituição tomando como base este mo- delo para observar se existem elementos a serem mo- dificados ou não. Estudar também as normas vigentes da ABNT, considerando as constantes mudanças nessa padronização”. 2. Comente sobre a diferença entre Apêndice e Anexos. 3. Esclareça os elementos que compõem a parte textu- al da monografia. 27 28 ORIENTAÇÃO AO TCC (TRABALHO DE CONCLUSÃO
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