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Semiologia do adulto

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Semiologia do Adulto I 
Juliana Vieira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no no nome do Senhor Jesus, 
dando por meio dele graças a Deus Pai”. 
Colossenses 3:17 (NVI). 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
2 
 
Sumário 
 
1. Introdução à Semiologia ......................................................... página 04 
2. Sinais Vitais ............................................................................ página 06 
3. Avaliação do Estado Nutricional ............................................ página 07 
4. Ectoscopia .............................................................................. página 10 
5. Cardiologia – pulsos ............................................................... página 14 
6. Semiologia Cardiovascular ...................................................... página 15 
a. Ausculta ........................................................................ página 17 
b. Estenoses ....................................................................... página 20 
c. Insuficiências + Resumo ................................................. página 21 
7. Principais Síndromes do Aparelho Cardiovascular ................... página 23 
a. ICC ............................................................................... página 29 
b. Alterações de ritmo ....................................................... página 31 
8. Aparelho Respiratório ............................................................ página 33 
a. Ausculta ........................................................................ página 36 
b. Sintomas Pulmonares Comuns ....................................... página 37 
9. Síndromes Respiratórias ......................................................... página 38 
a. DPOC & Asma brônquica .............................................. página 40 
b. Bronquite ...................................................................... página 42 
c. Doenças do Parênquima Pulmonar ................................ página 42 
d. Doenças da Pleura ......................................................... página 45 
10. COONG ............................................................................... página 47 
a. Crânio & Olhos ............................................................. página 47 
b. Ouvido ......................................................................... página 50 
c. Nariz ............................................................................. página 52 
d. Garganta & Pescoço ...................................................... página 53 
11. Linfonodos ............................................................................. página 54 
12. Aula Extra - SCV .................................................................... página 57 
13. Semiologia da Pele ................................................................ página 57 
a. Lesões elementares da Pele ............................................ página 60 
14. Semiologia Abdominal .......................................................... página 64 
a. Inspeção ....................................................................... página 65 
b. Ausculta e percussão ..................................................... página 68 
c. Palpação ....................................................................... página 70 
d. Casos Clínicos ............................................................... página 72 
15. Síndromes abdominais .......................................................... página 75 
a. Apendicite aguda .......................................................... página 75 
b. Colecistite e pancreatite aguda e pielonefrite ................. página 76 
c. Hepatite e gravidez ectópica ......................................... página 77 
d. Cancer de pâncreas ....................................................... página 78 
16. Dor abdominal ..................................................................... página 78 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
3 
 
a. Casos clínicos ................................................................ página 81 
17. Exame Neurológico ............................................................... página 82 
a. Consciência ................................................................... página 82 
b. Exame de memória e de linguagem ............................... página 84 
c. Equilíbrio ...................................................................... página 85 
d. Coordenação, propriocepção ........................................ página 86 
e. Motricidade, força muscular e reflexos ........................... página 87 
f. Sensibilidade ................................................................. página 88 
18. Pares Cranianos .................................................................... página 89 
19. Síndromes Neurológicas ........................................................ página 93 
a. Síndromes Medulares .................................................... página 94 
b. Síndromes Cerebelares e extrapiramidal ........................ página 95 
c. Epilepsia ....................................................................... página 96 
d. Tremor essencial ........................................................... página 98 
e. Doença de Parkinson .................................................... página 99 
f. Síndromes demenciais .................................................. página 100 
i. Doença de Alzheimer ......................................... página 100 
g. Ataque Isquêmico Transitório e AVE ............................ página 101 
h. Traumatismo Cranioencefálico ..................................... página 10 
i. Paralisia Facial .............................................................. página 102 
20. Síndrome do Aparelho Locomotor ...................................... página 104 
a. Coluna ........................................................................ página 104 
b. Ombro ........................................................................ página 105 
c. Cotovelo, punho e mão .............................................. página 106 
d. Quadril ....................................................................... página 107 
e. Joelho ........................................................................ página 108 
f. Tornozelo e pé ........................................................... página 109 
21. Síndromes do Aparelho Locomotor .................................... página 109 
22. Importante saber para a segunda prova ............................. página 113 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
4 
 
Semiologia do adulto 
1º Semestre 2019 
FAMINAS - Prof. Heber Augusto 
Estudante: Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
Introdução à Semiologia 
Semiologia: Ajuda a entender o paciente de diversos ângulos, a desvendar uma caixa de surpresas. Nem 
sempre é o esperado, devemos destrinchar tudo do paciente. 
 - Definição: Estudo e descrição dos sinais e sintomas de uma doença. 
 Maneira de examinas um paciente, especialmente os sinais e sintomas. 
 Tradução didática da coleta e registro de informações, através da anamnese e do exame físico 
na tentativa de chegar a um diagnóstico clínico. 
 
Sinais: é aquilo que pode ser percebido por outra pessoa sem o relato ou comunicação do paciente. 
 - São dados mais objetivos que se pode obter por instrumentos de aferição, como medidas objetivas, 
também estão no exame físico, como uma lesão hipercrômica ou uma deformidade. 
 # Pressão Arterial. 
Sintoma é a queixa relatada pelo paciente, mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, 
sujeitos à interpretação do próprio paciente. 
 - O que o paciente fala, como dor de cabeça, característicasde um sangramento, mal-estar. 
 
Anamnese: também pode ser chamada de raciocínio diagnóstico; significa “trazer a memória”, ou seja, 
trazer de volta à mente todos os fatos relacionados à doença é organizar o que o paciente fala também como 
método para chegar a um diagnóstico. Todo momento conversando com o paciente e acompanhante pode 
ajudar e fazer parte da anamnese, cada informação clareia mais. Pergunte tudo. 
 - É o núcleo em torno do qual se desenvolve a relação médico paciente, sendo a principal parte do trabalho 
médico. 
 - Paciente mudo: pode acontecer e se deve criar um modo de comunicação. 
 - Não se deve deixar o paciente com pressa ao atende-lo, bem ter pressa. Com a técnica certa de anamnese 
é mais rápido e ágil, mas isso não quer dizer que é mal feito. A pressa é o defeito mais grosseiro. 
 # Se deve voltar a anamnese só para a queixa do paciente? Depende você é uma médica de família? Você 
vai atender só a dor de cabeça? Situação de UPA, você vai precisar ser mais direcionado. Se você for um 
hematologista e ele tem plaquetopenia, é uma consulta direcionada. 
 - Uma anamnese bem-feita (anamnese dirigida, na qual o médico conduz a entrevista) é acompanhada de 
decisões diagnósticas e terapêuticas corretas. 
 - A anamnese é a parte mais difícil do método clínico. Seu aprendizado é lento, só conseguido após diversas 
tentativas. 
 - Certas coisas devem ficar claras na 1ª consulta (Trabalho, moradia), mas certas coisas se devem ser 
reforçadas (padrão de sangramento, por exemplo). Tudo deve estar no prontuário, esse é um documento 
para o paciente e ajuda os médicos a entenderem o caso. 
 - Nunca se esqueça: é no primeiro contato que se reside a melhor oportunidade para fundamentar uma boa 
relação médico paciente. 
 
Objetivos da anamnese 
1) Estabelecer boa relação médico-paciente. 
2) Conhecer os fatores da doença, sintomas significativos, pessoais, familiares e ambientais relacionados 
com o processo saúde/doença. 
3) Conhecer receios, medo e vivências. 
4) Obter os elementos para guiar o exame físico. 
5) Definir a estratégia de investigação complementar. 
6) Direcionar a terapêutica em função do entendimento global do paciente. 
 
Requisitos para fazer uma anamnese adequada 
1) Atitudes e hábitos adequados → envolve tanto a alimentação, quando sono, entre outros. 
2) Habilidades interpessoais. 
3) Conhecimentos gerais → não tem como parar de estudar nessa profissão. 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
5 
 
4) Fisiopatologia das doenças. 
5) Organização dos dados. 
6) Síntese dos dados. 
7) Avaliação clínica, exame físico. 
8) Ofereça um ambiente limpo, confortável, acolhedor, com sigilo e privacidade. 
9) Seja sincero, calmo, acolhedor → muitas vezes é necessário jogo de cintura; deve-se saber o limite 
(evitar falar de você e/ou criticar o paciente, seja neutro). 
10) Esteja adequadamente apresentável. 
11) Saiba como se relacionar com o acompanhante. 
12) Motivação para ouvir o paciente. 
13) Evitar interrupções e distrações. 
14) Dispor de tempo para a anamnese. 
15) Não desvalorizar precocemente as informações. 
16) Não demonstrar sentimentos desfavoráveis. 
17) Não opinar sobre assunto estranhos às moléstias: moral, comportamento, religião, política. 
18) Possuir conhecimentos teóricos sobre as moléstias. 
19) Observar comportamento/mensagens não verbais. 
 
Componentes da anamnese 
1) Identificação: nome, sexo, idade, estado civil, cor/etnia, procedência/residência, naturalidade, 
profissão, religião. 
2) Queixa principal: é a manifestação imediata de moléstia que faz com que o paciente procure 
atendimento médico; por ser o problema que mais preocupa o paciente deve ser sempre considerado 
pelo médico (independente da sua gravidade). Deve ser registrada com as palavras do paciente entre 
“aspas”. 
3) História da Doença Atual: 
4) História Patológica Pregressa: 
5) História Familiar: 
6) História Psicossocial: 
7) Revisão de Sintomas Agrupados em Sistemas: 
 
O dia-a-dia do médico 
 - 3 perguntas básicas: Qual é o problema do paciente? 
 O que posso fazer por ele? 
 Qual será o resultado? 
 - 3 respostas consistem: Processo diagnóstico (se baseia na anamnese [diálogo] + exame físico [observação 
e constatação de alterações físicas] e complementares [análises clínicas, estudos de imagem e outros]; é 
indispensável independente da ocasião). 
 Possibilidades terapêuticas. 
 Prognóstico (é a expectativa de evolução em relação a doença, pode ser bom, 
ruim, favorável...). 
 # “A clínica é soberana, o exame é complementar”. 
 - 4ª pergunta: Por que isto aconteceu? (é uma tentativa de prevenir problemas; a causa pode influenciar na 
terapia, sendo que causas estabelecidas levam a muitas ações. 
 
Semiotécnica 
 - O ideal é chamar o paciente na sala, olhar nos olhos, estabelecer uma relação. 
 - Deve-se ter cuidado com o que se diz, como “o que o senhor está sentindo” tende a induzir o indivíduo. 
Há formas melhores como “como posso te ajudar?”. Não fale “o senhor sente alguma dor?” e sim “o senhor 
sente algum incômodo?”. 
 - Há 2 técnicas de entrevista que serão discutidas, não havendo pior nem melhor, mas objetivos diferentes. 
Pergunte sabendo qual resposta você quer ter para obter uma história com início, meio e fim. 
 - Os sintomas do paciente devem ser definidos claramente antes de prosseguir a anamnese. 
 # Se a queixa é cansaço, defina se é perda de força, se é dispneia, perda da vontade de executar tarefas 
ou fatigabilidade. 
 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
6 
 
Princípios éticos para o contato com o paciente 
1) Abster-se de praticar quaisquer atos desnecessários que possam significar risco para a vida, assim como 
não permitir que outro membro da equipe de saúde da qual participe os pratique. Ou seja, não colocar 
o paciente em risco ou permitir que alguém faça isso (difícil pois medicamentos têm efeitos colaterais). 
2) Jamais participar de procedimentos desumanos e/ou cruéis contra pessoas ou fornecer informações ou 
meios que permitem a outros realiza-los. 
3) Não executar atos médicos sem treinamento prévio, supervisão médica e capacitação legal ou 
profissional. Ou seja, se há consequência e implicações o juiz só quer saber a formação do médico. 
4) Guardar segrego sobre fatos de seu conhecimento por tê-los visto, ouvido ou deduzido no exercício de 
sua atividade junto aos pacientes (desde que o segredo não interfira na segurança ou integridade de 
outrem). Ou seja, saber como discutir casos dentro de uma técnica e com quem e aonde (quem tá 
ouvindo), evitar revelar nomes. Deve-se ter cuidado com agentes comunitários (há coisas que somente 
você e o enfermeiro devem saber) e com comunicação por redes sociais. 
5) Tratar o paciente como sujeito e não como objeto de estudo. Ou seja, sempre que der dar o nome, 
evitar “leito 2”, entre outros. 
6) Demonstrar simpatia e respeito. Pode-se pensar que nem sempre o paciente está anestesiado. 
7) Ter calma e prudência. 
8) Jamais hostilizar o paciente ou familiares (mesmo quando observar nesses um comportamento hostil). 
Ou seja, finja que não está ouvindo, não bata boca, mesmo se ele estiver errado, fique quieto e calado. 
O juiz tende a ouvir o paciente, se você discutiu você provavelmente já perdeu. Tente chamar alguém 
para terminar a consulta ou alguma autoridade. Quando acabar a zona de empatia, peça ajuda. 
9) Compreender e tolerar manifestações agressivas exibidas pelo pc. Alguns pacientes já chegam 
estressados, tente entender e ter cabeça fria. Sempre releve, não falta paciente. 
 
Sinais Vitais 
Os sinais vitais costumam ser apresentados como parte inicial do exame físico, já que fornecem informações 
primordiais das funções básicas do organismo. Eles são imprescindíveis para detecção e monitorização das 
condições de saúde e doença de cada indivíduo. 
Eles sempre devem ser colhidos, mesmo se esses forem recebidos na hora da consulta (feita por um outro 
profissional)ou de um dia anterior. 
 - Os sinais podem estar errados, principalmente por avaliação rápida. 
 
Frequência Cardíaca: 
 - Método: de frente para o paciente, segure o punho do paciente com a mão livre, confortável, comprima 
a artéria radial com seus dedos indicador e médio, verifique se o pulso está regular ou irregular e verifique o 
número de batimentos em 15 segundos e multiplique por 4 (geralmente em adultos), se irregular (em casos 
em que se percebe arritmias, taqui- ou bradicardias) conte durante 60 segundos (pode confirmar com a 
ausculta do precórdio). 
 # Pacientes mais gordinhos: nem sempre se sente a radial, podendo pegar a. carótida. Pode-se também 
fazer ausculta direto no coração. 
 # Deve-se ter cuidado com arritmias, pois oxímetros, entre outros, não costumam detectar essas. 
 - Método em crianças: Deve-se fazer o método de adultos, porém deve-se contar 1 minuto (devido as 
prováveis variações). 
 - Interpretação: 
 # Normal: 50 a 100 bpm 
 # Bradicardia: menor que 50 bpm. 
 # Taquicardia: maior que 100 bpm. 
 # Crianças costumam apresentar frequência cardíaca mais elevada. 
 
Temperatura Corporal: 
 - A temperatura central (interior do corpo) permanece quase constante o tempo todo devido ao aparelho 
termorregulador no hipotálamo que manda para todo o corpo como se adaptar às variações de temperatura. 
 - A temperatura cutânea: sofre variações ambientais. 
 - A temperatura obedece o ritmo circadiano: temperatura máxima entre 18 2 22 horas e mínima entre 1 e 
4 horas da manhã. 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
7 
 
 - Valores térmicos fisiologicamente aumentados são encontrados na gravidez, ovulação e atividade física; 
também há um aumento da central nesses casos. 
 - Termostato hipotalâmico. 
 - Método: A temperatura pode ser medida em vários locais (axila, anus, ouvido, entre outros, havendo 
diversas técnicas), o mais usado é a região axilar, com o termômetro já friccionado em álcool 70%, é 
colocado sob a axila seca por 3 a 5 minutos. 
 - Interpretação: 
 # Normal: 35, 5ºC a 37,5ºC. 
 # Hipotermia: Menor que 35,5ºC 
 # Hipertermia ou febre: maior que 37,5ºC. 
 - A elevação da temperatura corporal (ou pirexia), pode ocorrer como Febre ou hipertermia: 
 # Febre: É quando algum mecanismo leva ao aumento da temperatura, por meio de um ajuste ao 
hipotálamo, como forma de proteção ao corpo, devido uma necessidade orgânica, sendo tratado com 
antitérmico (métodos de resfriamento). Ou seja, o ponto de ajuste térmico aumenta e os mecanismos de 
controle intactos são mobilizados para elevar a temperatura corporal até o novo ponto de ajuste. 
 Costuma ter limite de temperatura envolta dos 40ºC. 
 # Hipertermia: É algum comprometimento hipotalâmico onde se perde o ajuste feito por esse, produzindo 
um calor excessivo e, geralmente para se tratar deste, necessita-se de medidas de resfriamento físico 
(dissipação de calor). Ou seja, é a falha do mecanismo de controle térmico no qual a produção de calor 
excede a dissipação do calor. 
 Costuma não ter limite, passando dos 40ºC, mas a principal forma de diferenciação é a não ação dos 
antitérmicos para controle da hipertermia. 
 
Frequência Respiratória 
 - Método: o paciente não deve perceber que está sendo avaliada sua FR, deve ser avaliada logo após a 
avaliação do pulso, simulando estar contando a FC fixa-se em um ponto que se move durante um ciclo 
respiratório e conta-se o número de movimentos respiratórios por 15 segundos, e multiplica-se por 5, na 
dúvida ou em ritmo acelerados ou irregulares deve-se contar por 60 segundos. 
 - Método para crianças: costuma-se ser um dos primeiros sinais para fazer a leitura (em todos pacientes 
deve ser assim). 
 - Interpretação: 
 # Normal: 12 a 20 irpm. 
 # Bradipneia: menor que 12 irpm. 
 # Taquipneia: maior que 20 irpm. 
 # Dispneia: disfunção na respiração, uma certa dificuldade. 
 # Apneia: é uma pausa respiratória. Podendo haver apneia noturna, principalmente pela obesidade. 
 
Pressão Arterial 
 - Método mais usado: método auscultatório com 
estetoscópio e esfigmomanômetro aneroide ou de coluna 
de mercúrio. O paciente deve estar em repouso de 5 a 10 
minutos (descansado, sentado), em ambiente calmo → 
manguito colocado 2 a 3 cm da fossa ante-cubital, 
centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial 
→ manter o braço do paciente na atura do coração, livre 
de roupas, com a palma da mão voltada para cima e o 
cotovelo ligeiramente fletido → posicionar os olhos no 
mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mostrador do 
manômetro aneroide → palpar o pulso radial e inflar o 
manguito até o deu desaparecimento, para estimar a 
pressão sistólica → desinflar rapidamente e aguardar 1 a 
2 minutos para voltar a inflar no mesmo membro → posicione a campânula do estetoscópio suavemente 
sobre a artéria braquial, na fossa ante-cubital, evitando a compressão excessiva → faça o procedimento já 
conhecido. 
 # Se quer conferir em menos de 1 minuto, mude de membro. 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
8 
 
 # Há substâncias que podem aumentar a PA, principalmente o café (deve-se dizer a ele para não tomar 
30minutos a 1 horas antes da consulta). 
 - Registrar: PA sistólica e diastólica em mmHg ou cmHg completando com a posição do paciente e se aferiu 
em mais de uma posição registrar também. 
 # Gestante mede sentada. 
 # A Diretriz americana e 
brasileira são as mesmas, 
entretanto a europeia é 
diferente, de forma que a 
pré-hipertensão nessas 
são considerados valores 
normais lá. 
 # PAS é a pressão sistólica, PAD é a diastólica, de forma que ao olhar as duas, deve-se encaixar o paciente 
na que estiver mais alterada. Por exemplo, a diastólica é estágio 1 (98mmHg) e a sistólica é estágio 2 
(161mmHg, considera-se o paciente estágio 1. 
 
A dor nos dá um parâmetro melhor de como o paciente se encontra, pois ela é capaz de alterar os sinais 
anteriormente citados. 
 
Avaliação do Estado Nutricional 
O estado nutricional é o equilíbrio 
entre a ingestão e a necessidade de 
nutrientes influenciados por 
diversos fatores, sendo que o 
consumo adequado e suficiente de 
nutriente promove o crescimento e 
desenvolvimento normal 
(necessidades diárias do 
organismo atendidas). 
A avaliação do estado é feita para 
identificar os pacientes em risco nutricional, promover suporte nutricional adequado e monitoras sua 
evolução. 
 
Nutrição 
Dos pacientes hospitalizados, cerca de 19% a 80% possuem desnutrição proteico-calórica. 
O método para avaliação do Estado Nutricional (técnicas de antropometria, anamnese alimentar, história 
clínica, parâmetros bioquímicos e dados psicossociais). Alguns fatores importantes são os econômicos 
(renda e acesso), os socias (hábitos, modismos, estéticos, mídia, colegas), os culturais (descendência, 
costumes), os religiosos (mitos, tabus, crenças), os psicológicos (necessidade, prazer, desconforto, 
insegurança) e os fisiopatológicos. 
 
Definições 
Excesso de peso: peso acima do normal. 
 - Pode ser por edema, excesso de massa corporal, gravidez, entre outros. 
Obesidade: peso acima do normal decorrente do acúmulo de gordura. 
Desnutrição: peso abaixo dos valores normais, musculatura hipotrófica, panículo adiposo escasso, outros 
fatores. 
Desnutrição grau 1: déficit de peso superior a 10%. 
Desnutrição grau 2: déficit de peso superior a 25%. 
Desnutrição grau 3: déficit de peso superior a 40%. 
 
Desnutrição 
Pode ser o resultado de pouca alimentação (subnutrição) ou alimentação excessiva (hipernutrição), de 
forma que se pode ser obeso e estar desnutrido (carência de alguma vitamina ou macro- ou 
micronutrientes). Ambas as condições citadas são causadas por um desequilíbrio entre a necessidade do 
corpo e a ingestão de nutrientes essenciais. 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
9 
 
A causa mais frequente da desnutrição é uma má alimentação, porém outras patologias podem 
desencadear má absorção ou dificuldade de alimentaçãoe causar a desnutrição, como gastroenterites, 
doenças parasitárias, vômitos, diarreias, doenças inflamatórias crônicas. 
 
Estado de jejum 
Estado de jejum não complicado: falta de fornecimento de nutrientes ao organismo, na ausência de fatores 
de estresse, como infecção ou trauma (podendo ser feita a nutrição parenteral, via sonda, entre outros, para 
suprir essa falta de nutrientes). 
Estado de jejum complicado: presença de hiperatividade metabólica que determina alterações profundas 
nas respostas orgânicas, principalmente hormonais. 
 
Avaliação Clínica da Desnutrição 
Como exemplos de desnutrição podem ser citados: 
 - Marasmo: desnutrição proteico-energética. 
 # É uma desnutrição do ponto global, de forma que o indivíduo não tem acesso aos macronutrientes. 
Paciente costuma ser magrelo, com ossos visíveis. 
 # Também chamada de desnutrição seca, sendo uma forma crônica de desnutrição. 
 # O indivíduo sem disposição para realizar atividades diárias. 
 # Presente em locais subdesenvolvidos. 
 # Consequências: baixa estatura, xerose (pele seca), apatia, fraqueza, pouco peso, perda de tecido 
muscular e subcutâneo, perda de cabelo, entre outros. 
 - Kwashiorkor: desnutrição predominantemente proteica. 
 # É quando o indivíduo só come carboidrato, principalmente aqueles indivíduos da África, por exemplo, 
com barriga rechonchuda. 
 # “Mal do filho mais velho”. 
 # É típica de regiões mais pobres. 
 # Deficiência de ingestão proteica ou afecções de absorção proteica. 
 # Alto consumo de carboidrato. 
 # Abdome distendido, cabelos descoloridos, xerose, rosto edemaciado, irritabilidade, tristeza, apatia, 
perda de massa muscular. 
 - Obesidade 
 # É o acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo, sendo um fator de risco para uma série de 
doenças (hipertensão, doenças cardiovasculares, DM tipo 2, entre outros). 
 Lembrar de fisio 1, da liberação de adipocinas, entre outros, pelo tecido adiposo. 
 # O excesso de peso pode estar ligado ao patrimônio genético da pessoa, a maus hábitos alimentares ou, 
por exemplo, a disfunções endócrinas (onde há diminuição do gasto energético). 
 # A obesidade pode ser classificada segundo o número e volume de adipócitos em hiperplasia ou 
hipertrofia. 
 Hiperplásica: aumento do número e volume de adipócitos. Frequentemente inicia-se na infância, 
onde ainda há formação de células adiposas. 
 Hipertrófica: ocorre mais em adultos com mais de 20 anos, havendo apenas o aumento do volume 
dos adipócitos. Quando se atinge um grau extremo de obesidade, mesmo na idade adulta, pode ocorrer 
também hiperplasia. 
 Essa classificação tem implicações prognóstica já que no tipo hipertrófico puro, a facilidade de 
perder peso é uma a quatro vezes maior. 
 # Pode estar associada com outros sinais e sintomas: xantomas, xantelasmas, dermatite, por estase em 
pernas e tornozelos, sobras da pele com infecção fúngica e bacteriana superficial (região infra-mamária, das 
pernas), hirsutismo (excesso de peso por alterações humorais), acne, estrias. 
 # Por diferença de perfil hormonal entre homem e mulher, na mulher temos 
obesidade ginecoide (alusão a uma pera, com foco no quadril e perna), e no homem 
uma obesidade androide (alusão de maça, sendo mais centralizada na barriga). 
 # Anamnese: diversas doenças determinam déficit nutricional e este, por sua vez, 
dificulta a resposta terapêutica. É necessário, portanto uma avaliação mais 
detalhada. 
 Doenças crônicas: neoplasias, nefropatias, hepatopatias, úlcera gástrica, diabetes, ICC, AIDS, etc. 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
10 
 
 Anormalidade absortivas ou digestivas: doenças do pâncreas, doença inflamatória intestinal, 
síndrome do intestino curto, fístulas gastrintestinais, diarreia crônica, náuseas, vômitos, doença celíaca. 
 Fatores sociais como álcool, drogas e pobreza, fatores dietéticos como moda, e outros, como 
grandes queimados, sepse, cirurgias recentes, gravidez, lactação, quimio- e radioterapia. 
 Na avaliação alimentar procure analisar os grupos alimentares ditos como essenciais para que se 
tenha noção da qualidade dos nutrientes utilizados, como o grupo de carnes, de leite, de cereais e 
leguminosas e grupo das frutas e vegetais. 
 Recordatório de 24 horas: descrever o tipo de alimento, a quantidade e a hora de tudo, o que comeu 
nas últimas 24h. Tem como desvantagem que exige boa memória, o tamanho das porções é estimado pela 
pessoa, tendência a superestimas ou subestimas a ingestão de certos alimentos, pode não apresentar a 
dieta típica do indivíduo, e muitos alteram a ingestão nos fins de semanas, tendo assim 2 padrões 
alimentares (um durante a semana e um dos fins de semana). 
 O uso prolongado de medicamentos que possam interferir com digestão, absorção e excreção, 
como óleo mineral, fenolftaleína (laxante), colestiramina, cloreto de potássio, colchicina e biguanidas 
(metforminas). 
 
Métodos de Avaliação do Estado Nutricional 
Índice de Massa Corporal (IMC): 
peso (kg) / altura ²(m). 
Classicamente, é aceito como 
normal quando se encontra entre 
18 e 24,9. Sendo assim, IMC < de 
15,9: magreza grau III; IMC 16 – 
16,9: magreza grau II; IMC 17 – 18,4: 
magreza grau I; IMC 25 – 29,9: 
sobrepeso; IMC 30 – 34,9: 
obesidade grau I. IMC 35 – 39,9: 
obesidade grau II. IMC ≥ a 40: 
obesidade grau III. 
 
DEXA (também chamada de 
Absorciometria radiológica de 
deixe duplo): não é tão caro e é o 
mais fidedigno em medir 
quantidade de gordura. 
 - Varia um pouco com as raças. 
Medidas de pregas cutâneas: não é 
tão específico, mas é usado. 
Bioimpedância, RM, TC. 
Relação cintura-quadril: sendo de 
homem menor que 0,9 e mulher 
menor que 0,8. 
Medida de circunferência 
abdominal: homem menor que 90 
cm e mulher menor que 80 cm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
11 
 
Ectoscopia 
Introdução 
A ectoscopia é feita pela inspeção do indivíduo. Inicia, portanto, no primeiro contato com o paciente. 
 - É descrever o que a pessoa está enxergando em relação ao que não é normal. 
Realizar bem essa avaliação é uma tarefa complexa, sendo ela baseada, fundamentalmente, no 
conhecimento do observador, que pode atribuir maior ou menor importância aos achados; 
 
Dúvidas frequentes 
O problema desse paciente necessita de intervenção rápida? 
Isto que estou observando é normal ou anormal? 
Os achados sugerem um padrão diagnóstico? 
 
Roteiro 
Estado Geral 
 - Traduz a primeira impressão do paciente ao examinador, LOGO, é subjetiva. 
 - BEG, REG, MEG. 
 - Meu paciente está com cara de doente??? 
 
Nível de consciência 
 - Utilizamos quatro parâmetros; 
 - Perceptividade – capacidade de responder perguntas simples ou atender ordens; 
 - Reatividade – capacidade de reagir a estímulos inespecíficos; 
 - Deglutição; 
 - Reflexos; 
 - Alerta, sonolento, obnubilado (confuso), torporoso (inatividade física e mental, letargia não acentuada, 
inerte), coma superficial (conservação de alguns reflexos), coma profundo (respiração ruidosa e abolição 
total dos reflexos); 
 
Orientação no tempo e no espaço: gasglow 
 
Fácies típica 
 - É o conjunto de dados obtidos na face do paciente, sendo esses os traços anatômicos (proeminências, 
entre outros) + expressão fisionômica (cara de sofrimento); elementos estáticos + expressão do olhar + 
movimentos das asas do nariz + posição da boca; 
 - Fácies atípicas: 
 # Fácies leonina: Pele e nariz espessos, desabamento da ponte nasal, 
madarose (sem cílios, sobrancelha), etc. Imagem ao lado mais à esquerda. 
 # Fáceis parkinsoniana: cabeça inclinada para frente, olhar fixo, supercílios 
elevados, fronte enrugada. Imagem ao lado mais à direita. 
 # Fácies renal: edema periocular, palidez cutânea. Imagem abaixo no 
centro; pode ser uma doença renal crônica ou aguda. 
 # Fáceis acromegálica: saliência das maçãs do rosto e da 
mandíbula, aumento do nariz, aumento das orelhas e 
lábios. Imagem ao lado mais à esquerda. Provavelmenteum paciente que teve excesso de hormônio de 
crescimento ou um tumor e por isso teve acromegalia. 
 # Fácies cushingóide: rosto arredondado, atenuação dos 
traços faciais, aumento do número de acnes, há uma certa hiperemia. Imagem ao lado mais à direita. 
Costuma ocorrer devido a um excesso de produção de cortisol – Síndrome de Cushing –, de forma que o 
paciente tem aumento da densidade abdominal; mas pode indicar outras patologias. 
 # Ponte nasal reta (hipertelorismo), pescoço curto, 
implantação baixa das orelhas (abaixo da linha dos olhos), 
língua larga, queixo pequeno. Imagens ao lado. Esse tipo 
de fácie é mais comum na síndrome de Down. 
 
 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
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Biótipo 
 - Longolíneo: longo, mais alto. 
 - Normolíneo: intermediário. 
 - Brevilíneo: mais alargado. 
 - Podem ser vistos ao lado; é mais subjetico. 
 
Postura (ativa ou passiva) 
 - Boa postura, postura sofrível, má postura; 
 - Longilíneos frequentemente adotam má postura; 
 - Afecções da coluna costumam acompanhar as alterações posturais: 
cifose (corcunda), lordose, escoliose. 
 # Vemos ao lado coluna em S, desalinhada, nas duas imagens mais à 
esquerda. Na imagem do meio vemos uma lordose, e mais à direita vemos 
uma cifose. 
 - Postura ativa: paciente se mexe. 
 - Postura passiva: do jeito que você coloca o paciente ele fica; é involuntário. 
 
Desenvolvimento físico: deformidades físicas e assimetrias (ginecomastia) 
 - Desenvolvimento físico normal, hiperdesenvolvimento, hipodesenvolvimento, infantilismo. 
 - Levar em conta idade e sexo; 
 - Infantilismo: características infantis na vida adulta (adulto sem pelos, genitália externa não desenvolvida). 
 
Estado de Nutrição 
 - Avaliar desnutrição (queda de cabelo), subnutrição, obesidade: até os 18 anos deve-se usar o gráfico de 
IMC da criança e do adolescente; IMC em adultos (a partir de 18 anos). 
 - Avaliar os seguintes critérios: peso, musculatura, panículo adiposo, estado geral, pele e fâneros, olhos → 
quando não pode pesar, estime, pelo tecido adiposo é a melhor forma. 
 
Estado de Hidratação (+/++++) 
 - Observar consumo e ingesta de água (principalmente no dia em 
questão); 
 - Paciente hidratado (imagem mais à esquerda), desidratado 
(imagem mais à direita), hiperhidratado: os graus de hidratação 
acabam sendo um pouco subjetivos. 
 - Avaliar pela pele (de crianças é mais fácil, pois a pele perde um pouco a elasticidade), mucosas oral e 
conjuntiva (mais ressecada), salivação (mais fácil de ver), diurese (urina muito amarela ou pouco amarela), 
sudorese, fontanelas (em RN e crianças mais novas pode estar diminuída, mais fechada); é mais pelo exame 
físico, pois pela diurese não dá pra ter certeza – paciente pode estar retendo água devido a um edema, por 
exemplo –. 
 
Coloração das Mucosas (coloração) (+/4+) 
 - Cianose: pode ser visto na imagem ao lado. 
 - Icterícia: para ver o amarelão da icterícia é importante uma luz 
mais branca, mas é mais fácil diagnosticas pela esclera. 
 
Coloração da pele: 
 - O indivíduo pode ser melanodermo (negros), faiodermo (mestiços de branco e negro), leucodermo 
(brancos), xantodermos (mestiços de branco e índio, indicativo da cor amarela). 
 # Isso é para definição de etina, de forma que algumas doenças são mais prevalentes em algumas raças. 
 - Presença ou ausência de icterícia e cianose (+/++++): se faz de acordo com as zonas de Kramer (zona 1 – 
face e tronco –, zona 2 – antebraço para cima –, zona 3, zona 4 e zona 5) atingidas e a intensidade, sendo a 
forma mais objetiva de avaliação, mas ainda é um pouco subjetivo. 
 
Presença de edemas (+/++++) / Circulação colateral 
 
Linfonodos ou massas visíveis 
 
Fala e linguagem 
 - Fala depende do órgão fonador (laringe), músculos da fonação e elaboração cerebral; 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
13 
 
 - Disfonia: voz rouca; 
 - Dislalia: troca de letras (casa por tasa); 
 - Disritmolalia: gagueira; 
 - Disartria: alteração nos músculos da fonação (pode acontecer na doença de incoordenação cerebral, 
parkinsonismo, e em paralisias); paciente geralmente aprese nta voz arrastada, com elaboração meio lenta. 
 - Disfasia: perturbação da elaboração cortical da fala (não entende ou não consegue expressar); 
 
Marcha 
 - Deve ser observada desde o momento em que o 
paciente entra no consultório. 
 - A marcha normal sofre variações pois cada pessoa tem 
sua forma de caminhar; 
 - Marcha ceifante: marcha mais endurecida, sem muita 
articulação no joelho; pode estar relacionado a alguma 
hérnia; 1ª imagem da esquerda para a direita. 
 - Marcha anserina: também chamada de marcha da 
mulher gráfica ou de pato. Pela gravidez o peso da barriga 
faz a mulher tentar compensar entortando a coluna – sendo que na gráfica há alterações nos ligamentos da 
coluna de forma que eles ficam mais flexíveis para que haja a compensação do peso por meio da coluna para 
trás e apoio dos pés –. 2ª imagem da esquerda para a direita. 
 - Marcha parkinsoniana: paciente fica mais rígido. 3ª imagem da esquerda para a direita. 
 - Marcha espástica: joelhos mais valvos (valvismo), que pode ser por um espasmo muscular que o paciente 
está tendo. 4ª imagem da esquerda para a direita. 
 
Atitude (é praticamente a mesma coisa que postura): 
 - Voluntárias ou involuntárias. 
 - Voluntárias: atitude ortopnéica (aliviar dispneia), atitude genupeitoral / 
prece maometana (para remeter a Maomé, em casos de pericardite, por 
exemplo, para alívio da dor; imagem mais inferior à direita), atitude de 
córcoras (também pode ser para aliviar a dor; paciente em cólica renal fica 
todo encolhido, em posição fetal), atitude em decúbito. 
 # Postura antálgica: para tentar melhorar a dor. 
 - Involuntárias: atitude passiva, opistótono (contração involuntária da 
musculatura dorsal, até o pescoço, de forma que o paciente faz um arco por 
conta da contração; costuma ocorrer por acometimento do SNC por tétano, meningite, por exemplo; 2 
imagens mais à direita). 
 
Registro de ectoscopia / Caso clínico 
1. Paciente em bom estado geral, alerta (lúcido), bem orientado no tempo e no espaço, fácies atípica, 
normolíneo, postura ativa, sem deformidades físicas ou assimetrias, nutrido, hidratado, anictérico, 
acianótico, sem edemas ou circulação colateral, ausência de linfonodos ou massas visíveis. 
2. Paciente com estado geral regular, sonolento, desorientado no tempo e no espaço, fácies atípica, 
brevilíneo, postura passiva, sem deformidades físicas ou assimetrias, desnutrido, desidratado (++/4+), 
ictérico (+/4+), acianótico, sem edemas ou circulação colateral, ausência de linfonodos ou massas 
visíveis. 
3. Outras coisas possíveis: manchas eritematosas (acastanhadas; deve ser descrito tudo possível, se é 
descamativa, indolor, entre outros), difusas no tronco, na palma das mãos e na planta dos pés (muito 
comum em diagnóstico de sífilis secundária); indivíduo com abdome globoso, distendido, pele 
brilhante, circulação colateral mais evidente (descrições típicas de um paciente com ascite – isso deve 
ser colocado na hipótese diagnóstica, pois no registro se deve colocar a descrição). 
4. Em relação aos olhos: exoftalmia (globo ocular protuso), edema periorbital, hiperemia supraorbital e 
observações da esclera (seca, amarelada ou não, com ruptura de vasos), entre outros. 
5. Síndrome de Turner: acomete meninas, havendo pescoço alado, orelha de baixa implantação, tórax 
em escudo, baixa estatura; lembrando que o fenótipo é diferente. 
 
Importante: “Comete-se mais erros por não olhar do que por não saber” 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
14 
 
Cardiologia – pulsos 
Pulso 
O pulso arterial é uma onda de pressão gerada pela ejeção ventricular esquerda. 
O pulso é percebido à palpação como uma expansão da parede arterial que geralmente está sincronizada 
com o batimento cardíaco. 
Principais pulsos: 
 - Pulsos carótideos. 
 - Pulsos periféricos (braquial, radial, femoral, poplíteo, tibialposterior, dorsal dos pés). 
 - Pulso venoso jugular 
 # PVC – pressão venosa central - Pressão 
atrial direita, pressão nas veias cavas 
 # Cabeceira a 45º. 
 # Distância da altura do pulso jugular ao 
ângulo de Lui. 
 # Soma-se 5 → PVC. 
 # Norma = 8 a 12 cmH2O. 
 # Onda A: contração atrial direita. 
 # Onda C: fechamento da tricúspide. 
 # Descenso X: descida do assoalho tricúspide na 
ejeção ventricular 
 # Onda v: enchimento atrial com tricúspide fechada. 
 # Descenso Y: abertura da tricuspide e saida do 
sangue para o ventrículo. 
 # O aumento do pulso venoso jugular → aumento de pressão em 
câmaras direitas → ICC, estenose tricúspide, cor pulmonale. 
 # Pode haver ingurgitamento ou turgência da jugular. 
Imagem ao lado → podemos ver a diferença que a 
iluminação faz na hora da avaliação desta. 
 
Avaliação 
Estado da parede do vaso. 
 - Tortuosidade: não deve apresentar tortuosidades, irregularidades. 
 - Rigidez. 
 # A parede deve estar facilmente depressível. 
 # Aterosclerose: deposição de sais de cálcio na parede dos vasos → pulso endurecido, tortuoso, irregular 
→ “traquéia de passarinho” 
 
Frequência. 
 - Número de batimentos por minuto. 
 - Normal: 60 – 100bpm. 
 - Bradsfiguimia: < 60 bpm. 
 - Taquisfiguimia: > 100 bpm. 
 # Taquicardia é diferente de taquisfigmia, pois nem sempre o número de pulsações periféricas 
corresponde aos batimentos cardíacos. 
 - FC x frequência de pulso. 
 # A frequência cardíaca é o número de contrações que o coração tem em um determinado tempo. 
 # O pulso é a distensibilidade que causa nas artérias o sangue ejetado pelo coração (onda de pulso). 
 # Normalmente ambos deveriam ser iguais, uma onda de pulso para uma contração, mas em alguns tipos 
de arritmia, pode ter contração sem gerar uma onda de pulso, provocando a dissociação entre ambas. 
 
Ritmo. 
 - Sequência das pulsações: 
 # Intervalos iguais = pulsos regulares = pulso rítmico. 
 # Intervalos desiguais = pulsos irregulares = pulso arrítmico. 
 # Extrassistoles isoladas. 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
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 # Pares. 
 # Salvas. 
 # Bigeminismo 
 
Amplitude ou magnitude. 
 - Amplitude: intensidade mecânica do pulso. 
 - Imagem ao lado. 
 - Deve ser caracterizada em escala de 0 a 4+. 
 # Pulso ausente (não palpável): 0+. 
 # Pulso diminuído (pouco palpável): 1+. 
 # Pulso normal: 2+. 
 # Pulso aumentado: 3+. 
 # Pulso muito aumentado: 4+. 
 
Dureza ou tensão 
 - Avalia-se pela compressão progressiva da artéria. 
 - Pulso mole. 
 - Pulso duro. 
 - Tensão mediana. 
 - A dureza do pulso depende da pressão diastólica X endurecimento da parede vascular. 
 
Tipos de Pulso 
Avalia-se pelo contorno da curva de pulso e relação pressão x tempo. 
Baixa amplitude, fino ou filiforme: hipotensão, pressão convergente → 
choque, ICC grave, EAo grave. 
Parvus e tardus: ascenção lenta e amplitude baixa → EAo moderada a grave. 
Pulso amplo: estados hiperdinâmicos. 
Martelo D’água: ascenção e queda rápida → IAo crônica. 
Bisferiens ou bífido: IAo crônica associada a EAo, miocardiopatia 
hipertrófica. 
Dicróico: segunda onda menor que a primeira → baixo débito cardíaco, Ao 
com elasticidade preservada. 
Alternans: ICC grave com baixo debito cardíaco. 
Paradoxal: ICC. 
 
Importante 
Pressão diferencial: é a diferença entre a PAS e a PAD (entre 30 e 60mmHg). 
Sono: decréscimo na pressão diferencial. 
Hipotensão arterial aguda, estenose aórtica, insuficiência cardíaca grave: decréscimo na pressão diferencial 
(pressão convergente). 
Hipertireoidismo, fístula ateriovenosa, insuficiência aórtica, fibrose senil dos grandes vasos: aumento na 
pressão diferencial (pressão divergente). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
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Semiologia Cardiovascular 
Exame Físico 
A avaliação física deste sistema necessita desses 4 elementos: inspeção, palpação, percussão e ausculta. 
 
Inspeção e palpação: são feitas de forma simultânea. 
 - Primeiramente sempre se olha o paciente, deitado, com tórax desnudo a procura dos sinais/alterações 
anormais que serão citados a seguir. 
 - Pesquisa de abaulamento: uma protuberância que saia do plano anatômico. 
 # Deve-se observar a região precordial. 
 # Costuma ter 2 incidências: 
 Tangencial: examinador de pé do lado D do paciente. 
 Frontal: examinador junto aos pés do paciente deitado. 
 # As causas mais frequentes de abaulamento são cardiopatia congênitas (em crianças, como o tórax é fino 
e pequeno, é mais fácil de se avaliar; VE pode estar mais avançado), lesões valvares reumáticas, aneurisma 
de Aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria caixa torácica. A dilatação de VD, por 
ele ser mais anterior e ter relação direta com a parede do tórax, em um tórax que não seja muito obeso, se 
consegue avaliar isso. 
 # Análise de ictus cordis ou choque da ponta: o ictus cordis é uma 
região achada através de uma linha imaginária hemiclavicular à 
esquerda no 5º espaço intercostal. Ela é onde o ventrículo esquerdo 
bate/se choca na parede torácica, de forma que pode se sentir. Deve-
se investigar a localização, extensão, mobilidade, intensidade e força 
da impulsão, ritmo, frequência. 
 Isso ocorre em casos de câmara cardíaca aumentada, má 
formação cardíaca. 
O pontilhado na imagem mostra a parede do VE que está em 
mais contato com o tórax, ou seja, a região mais anterior do VE, que é onde há a 
possibilidade do VE se chocar com o tórax. 
A localização do Ictus cordis varia com o biótipo do paciente, de forma que nos 
mediolíneos esse se encontra no cruzamento da linha hemiclavicular e com 5º espaço 
intercostal esquerdo, nos brevilíneos ele desloca-se 2cm para fora e para cima (4º EIC), 
e nos longilíneos: 6º EIC, 1-2cm dentro da linha hemiclavicular. Podemos imaginar a 
localização olhando a imagem ao lado. 
O ictus pode não ser visível ou palpável em casos de enfisema pulmonar, 
obesidade, musculatura desenvolvida e grandes mamas. Além disso, esse pode estar 
deslocado quando há dilatação e/ou hipertrofia do VE, como em casos de estenose e 
insuficiência aórtica, Insuficiência mitral, HAS, miocardiopatias e cardiopatias congênitas. 
A extensão correta do Ictus é de 1 a 2 polpas digitais, sendo que em grandes dilatações e hipertrofias 
esse pode ser de 3 polpas digitais ou toda palma da mão. 
A mobilidade correta deve ser feita marcando o local do choque com paciente em decúbito dorsal e 
o ictus em DLD ou DLE. Assim, a ponta desloca-se 1 a 2 cm com mudança de posição. A casos em que o ictus 
não se desloca, como no da sínfise pericárdica (folhetos aderidos; casos de tumor e pericardite, sendo que o 
paciente deve ter outros sinais e sintomas, não sendo método diagnóstico). 
A intensidade do Ictus é mais forte em magros (se sente mais na parede devido a menor quantidade 
de gordura), após e durante o exercício físico, momentos de fortes emoções, indivíduos com DC aumentado 
(hipertireoidismo), hipertrofia de VE e em casos de insuficiência aórtica (ictus de grande intensidade). 
 X Isso é usado para descartar, assim como o paciente que não tem outros sinais e sintomas. 
Classificação Ictus Ictus difuso: – área 3 ou + polpas digitais – = dilatação Ictus cordis propulsivo: – 
Mão é elevada a cada contração – = hipertrofia 
 # Análise de batimentos ou movimentos visíveis ou palpáveis: pode-se ter na região supraclavicular 
batimentos transmitidos da ejeção de VE na aorta, se pode ter também batimentos na região do tórax. 
Levantamento em massa do precórdio: indica hipertrofia e dilatação do VD. Ao colocar a mão ele 
empurra sua mão devido ao impulso sistólico que movimenta uma grande área da parede torácica nas 
proximidades do esterno. 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
17 
 
Choques valvares: sensação tátil (bulhas hiperfonéticas) produzida pelo fechamento das valvas (por 
anormalidade dessas, como estenosa). 
Cliques: sensação tátil dos sons de timbre agudo, secoe de curta duração devido o aumento da sua 
intensidade. 
Pulsação epigástrica: indica hipertrofia e dilatação de VD, como em cardiopatia chagásica com 
dilatação de câmera direita. É comum sentir esse em pacientes mais magros, sendo essas normais – deve-
se fazer o diagnóstico diferencial. 
Pulsação supraesternal: indica HAS e aneurisma de aorta, esclerose senil e insuficiência da aorta, 
hipertiroidismo e anemia. É uma pulsação em cima do esterno. Comum de achar em pacientes mais magros 
(normal). 
 # Pesquisa de frêmito cardiovascular: frêmito é um som, como se fosse um ruído, que não é esperado. É 
uma sensação tátil das vibrações produzidas no coração ou nos vasos. 
 Um sopro cardíaco (é o mais comum) muito alto, de forma que ao se colocar a mão no tórax, pode 
se ter uma sensação tática desse som (frêmito). 
 Deve-se investigar para descobrir a localização (áreas de ausculta), situação no ciclo cardíaco e a 
intensidade (indicada por meio de cruzes, + a ++++, sendo de difícil marcação sem ter conhecido as outras 
cruzes anteriormente). 
 
Ausculta: 
 - Ela não é a primeira a ser feita, devendo ser feito primeiramente a palpação e inspeção. 
 - Estetoscópio e receptor adequados: importante serem bons, principalmente para iniciantes. 
 - Ambiente silencioso: até o próprio ventilador pode atrapalhar. 
 - Manobras especiais: 
 # Alteração da respiração: o ar passando nos pulmões pode ser confundido com um sopro, de forma que 
esse deve ser considerado (pedir o paciente para parar de respirar, voltar). 
 # Exercício físico: indivíduo pode estar em estado muito mais hiperdinâmico. 
 # Uso de medicamentos. 
 - Posição do paciente e examinador: examinador deve estar sempre do lado direito do paciente 
(padronização). 
 
Exame físico - Ausculta 
 - A avaliação da região torácica envolve todo precórdio e regiões proximais 
 - Regiões circunvizinhas: axilar E, dorso e pescoço. 
 - Focos de ausculta: 
 # Referência para regiões valvares: devido a região anatômica e proximidade a estruturas importantes. 
 # Não correspondem a localização anatômicas das valvas 
 # Foco aórtico: 2º EIC Direito justaesternal. 
 # Foco pulmonar: 2º EIC E, junto ao esterno com análise de desdobramentos e 
alterações nas valvas pulmonares 
 # Foco tricúspide: base do apêndice xifóide, ligeiramente para E. 
 # Foco mitral: 5º EIC E na LHC, devendo se observar o Ictus cordis e onde pode 
se detectar alterações originados da valva mitral. 
 # Foco de Erb ou foco aórtico acessório: 3º espaço intercostal paraesternal 
esquerdo e 1ª e 2ª bulhas são escutadas com clareza quase igual. 
 # Outros focos de ausculta são regiões infra e supraclaviculares 
(sopro aórtico), regiões laterais do pescoço (sopro estenose aórtica 
irradia para carótidas; se vê a gravidade do sopro, não podendo se 
apertar muito, pois se a carótida for comprimida forte e o paciente 
tiver uma obstrução nesta, você pode causar um AVC no paciente, 
sendo que é fácil palpar a carótida, logo não há necessidade de a 
comprimir, principalmente os dois lados ao mesmo tempo), regiões 
interescapulares vertebrais (sopro persistência do canal arterial). 
 # OBS: As vezes você ouve um sopro de qualquer lugar, mas para 
saber de onde ele está vindo, você deve colocar em cada local de 
ausculta a fim de descobrir sua origem. 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
18 
 
 - Objetivo da ausculta: deve-se tentar avaliar e ter em mente tudo isso ao auscultar. 
 # Identificar Bulhas cardíacas e alterações. 
 # Estabelecer Ritmo e frequência cardíaca. 
 # Estabelecer ritmo das tríplices. 
 # Sopros: tem que saber o que está procurando. 
 # Identificar ruído da pericardite constritiva. 
 # Identificar atrito pericárdico. 
 
Como fazer a Ausculta Cardíaca 
 - Iniciar a ausculta pela região apical (base do coração), passando sucessivamente para as outras áreas → 
identificar a primeira bulha e definir as suas características (componentes e intensidade) → auscultar o ritmo 
cardíaco → auscultar sistematicamente, com avaliação do início, meio e fim da sístole → auscultar a 
segunda bulha e definir suas características → auscultar sistematicamente, com avaliação do início, meio e 
fim da diástole. 
 
Localização no ciclo cardíaco 
 - Dividem-se a sístole e diástole nas seguintes partes: 
 # Devemos saber que o “tum tá” é o B1 (começando a sístole) e B2 (terminando a sístole e começando a 
diástole) 
 # Protossístole: 1/3 inicial da sístole. 
 # Mesossístole: 1/3 médio da sístole. 
 # Telessístole: 1/3 final da sístole. 
 # Protodiástole: 1/3 inicial da diástole. 
 # Mesodiástole: 1/3 médio da diástole. 
 # Telediástole: 1/3 final da diástole (pré-sístole). 
 # Holodiástole e Holossístole compreendem todo o período da sístole e da diástole. 
 - Bulhas cardíacas 
 # Formação: fechamento das valvas cardíacas. 
 # 1ª bulha (B1): “tum”; componentes mitral e tricúspide, nesta ordem. 
 O fechamento da M antecede T, sendo que geralmente no “tum” já se tem os dois componentes, 
quando se ouve as duas bulhas – quando há um atraso no fechamento da tricúspide – se houve um “trum” – 
sendo que geralmente esse é fisiológico, raramente é patológico. Ou seja, a sístole no VE inicia-se 
ligeiramente antes VD. Além disso, o B1 coincide com o ictus cordis e com o pulso carotídeo (sendo o 
momento que se pode palpá-los). 
O B1 é o timbre mais grave (TUM). 
O tempo de duração é um pouco maior que a B2, sendo que essa tem maior intensidade no foco 
mitral. 
Quando se tem um amplo no bloqueio ramo direito, ou seja, a condução elétrica direta do átrio com 
o ventrículo direito, quando se tem um bloqueio, atrasa, de forma que se ouve um “trum” muito mais 
separado, com desdobramento bem amplo. 
A hiperfonese dessa ocorre em condições que diminuem o enchimento ventricular, como 
hipertireoidismo, taquicardia, contrações prematuras, após exercício físico, febre. Já a hipofonese se dá em 
casos de miocardite, IAM, choque cardiogênico. 
 X Os fatores de transmissão também devem ser lembrados tórax muito delgado (B1 mais intensa) x 
obesidade, mamas volumosas, derrame pericárdico, enfisema pulmonar (hipofonese B1). 
 # 2ª bulha (b2): componentes aórtico e pulmonar. 
 O componente aórtico precede o Pulmonar, sendo que durante a expiração ambas se fecham 
sincronicamente, dando origem a um único ruído. Já na inspiração, por causa do aumento do retorno venoso 
para o VD, se tem um retardo na Pulmonar suficiente para perceber os dois componentes. Isso é um 
desdobramento fisiológico de B2 (é quando se houve o “tra”, sendo que esse deve sumir na expiração – se 
não sumir, pode ser patológico). 
Em condições normais o timbre é mais agudo (TA) em relação ao “tum”. 
Em condições normais a 2ª bulha é mais intensa nos focos da base (AO e P). 
Como alterações temos o desdobramento fixo de B2 > BRD (bloqueio de ramo direito), disfunção 
ventricular D, CIA e desdobramento paradoxal B2 > BRE, disfunção ventricular E. 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
19 
 
A hiperfonese de B2 em foco pulmonar ocorre em condições onde há aumento do débito cardíaco, 
como a persistência do canal arterial e comunicação interatrial. Quando há o aumento na pressão da aorta 
ou na pulmonar por HAS há hiperfonese, melhor identificada no foco aórtico. A Hipertensão pulmonar leva 
a uma hiperfonese melhor auscultada no foco pulmonar. 
Quando decresce o débito cardíaco o ruído será de menor intensidade, como na estenose aórtica. 
Ou seja, quando se sabe que o paciente tem algo, você deve esperar uma hipofonese, por exemplo. 
Na imagem ao 
lado vemos, 
primeiramente à esquerda 
que, na inspiração normal, 
se tem B1, com 
desdobramento de P2, 
sendo que na expiração, 
não se há desdobramento. 
Inferiormente a esse 
vemos as situações 
patológicas, sendo a 
primeira o desdobramento 
amplo, no qual o 
desdobramento 
permanece. No 
desdobramento 
paradoxal, 2º patológico, esse ocorre na expiração, não na inspiração.No desdobramento fixo, vemos que 
o desdobramento permanece em ambos, inspiração e expiração, devendo-se saber diferenciar este do 
desdobramento amplo. 
 # B3: é bem próxima ao B2, mas deve-se ter cuidado para não confundir com um desdobramento. Ele é 
um componente independente (o ritmo fica galopante; parece mais ou menos um batimento fetal – por ser 
bem rápido) e vai se percebendo com a prática. 
 Ele é protodiastólico, de baixa frequência, e melhor auscultado em foco Mitral. 
Ele origina das vibrações da parede ventricular durante transição fase de enchimento ventricular 
rápido para enchimento ventricular lento. 
Fisiológico em crianças e adultos jovens, em atividades físicas, estados hiperdinâmicos (anemia, 
hipertireoidismo, febre, etc), grávidas (aumento do volume sanguíneo). 
Patológico quando há sobrecarga de volume (IMi – insuficiência mitral – crônica, IAo – insuficiência 
aórtica – crônica, CIA, CIV), situações de redução da complacência ventricular (miocardiopatia dilatada, 
restritiva, hipertrófica) e descompensação da ICC. Pode-se pensar que tudo que sobrecarregar o VE, que 
leva a regurgitação da valva, leva a esses ruídos. 
 # B4: ele está mais próximo de B1, ocorrendo ao fim da diástole ou pré-sístolico. 
É de baixa frequência, mais audível com campânula, foco Mitral. 
É a vibração da parede ventricular causada pelo fluxo sanguíneo da contração atrial. 
Ocorre em situações de baixa complacência ventricular, como hipertrofia ventricular esquerda 
(HAS, estenose aórtica, miocardiopatia hipertrófica), isquemia 
miocárdica, cardiomiopatia dilatada ou restritiva. 
É considerado “fisiológica” ao ocorrer em atletas de 
alto rendimento secundária a hipertrofia ventricular 
concêntrica. 
 
Ritmo e frequência 
 - Ritmo: havendo apenas duas bulhas- ritmo de dois tempos 
ou binário; havendo um terceiro ruído, é chamado de itmo 
tríplice ou em 3 tempos (B3 ou B4). 
 - Frequência: 60-100 batimentos/minuto. 
 # Sendo menor de 60 bradicardia e maior que 100bpm 
taquicardia. 
 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
20 
 
Cliques ou estalidos 
 - São sons de timbre agudo, seco e de curta duração. 
 - Podem ser classificados em: sistólicos e diastólicos. 
 # Diastólicos: podem ocorrer nas estenoses das valvas mitral e tricúspide. 
 # Sistólicos: são ruídos de ejeção pelas vibrações nas paredes dos vasos da base - estenose Ao ou P. 
 
Sopros 
 - São vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo. 
 - Normalmente com duração maior que o som das bulhas, dos clicks e estalidos. 
 - Frequência varia de acordo com o tipo de alteração presente. 
 - Causas variadas: Valvulopatias (mais comum), Insuficiência cardíaca, Endocardite, Comunicações inter-
atriais e ventriculares, e anemias / Hipertireoidismo. 
 - Classificação: 
 # Ciclo cardíaco: sistólicos ou diastólicos. 
 # Anatômica: estenose ou insuficiência. 
 # Funcional: ejetivo ou regurgitativo. 
 - Avaliação do sopro 
 # Localização nos focos de ausculta 
 # Localização no ciclo cardíaco: proto, meso ou tele sistólico ou diastólico, podendo ser pansistólicos 
(sopro contínuo) ou holossistólicos. 
 # Irradiação: região axilar, cervical, tórax D e fossa clavicular. 
 # Intensidade: 
Grau I: Difícil de auscultar; 
Grau II: Facilmente auscultado, porém discreto. 
Grau III: Sopro mais intenso sem frêmito. 
Grau IV: Sopro intenso acompanhado de frêmito, ou seja, se tem frêmito é no mínimo Grau IV. 
Grau V: Sopro muito intenso, com frêmito (perceptível com palpação) e irradiação. 
Grau VI: Audível sem estetoscópio 
 
Posições semiológicas 
 - Se fazem essas para ter uma ausculta melhor e mais adequada. 
 - Deitado: deve ser a primeira posição. 
 - Sentado com tronco inclinado para frente: ausculta de fenômenos da base cardíaca que podem ser mais 
audíveis nessa posição. 
 - Decúbito lateral esquerdo: essa posição aproxima o VE da parede torácica, além de se aproximar o ictus 
da parede torácica (sendo mais fácil ver esse e sua extensão). 
 
Manobras semiológicas 
 - Para de aumentar o retorno venoso para o coração: 
 - Câmaras direitas e esquerdas: agachamento e decúbito dorsal (pois exacerba muitos sons) 
 - Somente câmaras direitas: Inspiração profunda seguida por apneia (Manobra de Rivero-Carvalho). 
 - Para aumentar o retorno venoso: Valsalva e Ortostátismo. 
 - Aumentam resistência vascular sistêmica: Handgrip (fechar a mão ou apertar um objeto por 1 minuto). 
 - Reduzem resistência vascular sistêmica: uso de vasodilatador 
 
Estenose aórtica 
 - Se tem uma valva estonosada oferecendo uma obstrução de fluxo local, de forma que 
se consegue auscultar um som mais audível no foco aórtico e que costuma irradiar para 
carótidas. Ele é mesossitólico, e em diamante (desenho ao lado, pela altura do som em 
cada um dos focos, de forma que há um pico e depois uma queda). 
 - Pode ser notado um B4, ictus propulsivo, desdobramento em B2, e o fenômeno de Gallavardin (vibração 
da válvula mitral). 
 - Sendo que a manobra de Handgrip reduz o sopro. 
 
Estenose pulmonar 
 - Mais audível no foco pulmonar. 
 - Mesossistólico, sendo que aumenta com inspiração profunda (manobra de RiveroCarvalho). 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
21 
 
 - Há o Desdobramento amplo de B2 (característica principal – tem que saber) 
 
Insuficiência mitral 
 - A válvula permite voltar sangue, o regurgitamento, e com isso há o sopro, 
sendo esse holossistólico (durante toda a sístole), sendo encontrada melhor no 
foco mitral e no ápice. 
 - O sopro atrapalha ausculta de B1 e B2 e irradia para região axilar esquerda, 
sendo exacerbado na manobra de Handgrip. 
 
Insuficiência tricúspide 
 - Semelhante ao da insuficiência mitral. 
 - Aumenta com inspiração profunda (RiveroCarvalho). 
 - Sinais de sobrecarga de VD (pulso venoso jugular, ictus de VD palpável...). 
 - Doença crônica que, sem troca valvar, tratamento, reflete em todo o sistema cardíaco. 
 
Insuficiência aórtica 
 - Protodiastólico. 
 - Foco aórtico acessório. 
 - Irradiação para foco mitral (sendo importante ouvir em 
todos os focos). 
 - Mais audível sentado com tronco para frente, sendo que Handgrip aumenta o sopro. 
 - Começa em B2 e vai diminuindo. 
 
Estenose mitral 
 - Ruflar diastólico. 
 - Baixa frequência mais audível com campânula. 
 - Mais audível em decúbito lateral esquerdo. 
 - B1 hiperfonética ou estalito de abertura da mitral (o estalido 
precede o sopro). 
 
Sopros sistodiastólicos 
 - Dupla lesão valvar aórtica ou dupla lesão valvar mitral. 
 - É encontrado na sístole e na diástole, sendo comum em síndromes cardíacas (será falado mais para a 
frente). 
 
Sopros contínuos 
 - Sem pausa 
 - Reforço geralmente na sístole. 
 - Permanência no canal arterial. 
 - Fístula arteriovenosa sistêmica ou pulmonar. 
 - Sopro inocente. 
 
Revisão de Sistema Cardíaco 
Sopro: Mostra que houve algum problema na passagem do sangue. 
Ejeção se pensa em estenose, na qual as válvulas estão rígidas e o sangue não passa totalmente. 
 - É mais rude, parece como se estivesse soprando mesmo. 
Regurgitação: valva incompetente, na qual o sangue passa e volta. 
 - Parece um “chupado”. 
Sistólico: entre B1 e B2. 
 - Na base: só pode ser de estenose: 
 - No ápice: só pode ser regurgitativo. 
Diastólico: entre B2 e B1. 
 - Na base: só pode ser regurgitativo: 
 - No ápice: só pode ser de estenose. 
 
Base: aórtico e pulmonar. 
 - Sopro sistólico: é de alta frequência, rude, com configuração em diamante, o que caracteriza ejeção pelas 
valvas semilunares com maior obstrução. 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
22 
 
 # Quanto mais tardio o pico do sopro, maior a gravidade da valvopatia. Paciente com estenose aórtica 
importante e calcificação da aorta pode apresentar irradiação do sopro para o foco mitral, com o timbre 
piante (fenômeno de Gallarvardin). 
 # Um sopro sistólico ode ser estenose Ao ou EP – Estenose Pulmonar –. 
 - Sopro diastólico: alta frequência, configuração emdecrescente, aspirativo, sendo resultado de 
regurgitação pelas valvas semilunares incompetentes, isto é, 
 # Quanto mais o sopro ocupar a diástole, maior a gravidade, sendo sopro holodiastólico marcador de 
regurgitação importante. 
 # Em casos de Insuficiência Aórtica importante, podem ocorrer sopro mesossistólico aórtico por 
hiperfluxo e sopro mesodiastólico mitral por fluxo direcionado para a valva mitral deixando-a semifechada 
durante a diástole ventricular (sopro de Austin-Flint). 
 
Ápice: tricúspide e mitral. 
 - Sopro sistólico: é em alta frequência, com configuração em platô, em jato de vapor, sendo caracterizado 
pela regurgitação pelas valvas atrioventriculares incompetentes, isto é, Insuficiência Mitral e Tricúspide. 
 # São sopros rudes e com duração mesotelessistólica (do meio ao final da sístole) representando 
regurgitação consequente a PVM (Prolapso de Valva Mitral) e, com manobra de Valsalva, tornam-se 
holossitólicos. Sopros piantes podem ocorrer por ruptura de cordoalha ou de prótese mitral. 
 Se a manobra de Valsalva for positiva, há o prolapso de Valva Mitral. 
 - Sopro diastólico: é em baixa frequência, com configuração em decrescendo-crescendo ( \/ ) de ritmo 
sinusal, ou apenas decrescendo de Fibrilação Atrail (FC), ruflar, sendo resultado de obstrução pelas valvas 
atrioventriculares, como característica da Estenose Mitral e Estenose Tricúspide. 
 # Quando de mitral costuma ter pouca intensidade e é precedido de estalido de abertura da valva (sinal 
patognomônico de sequela reumatismal – de febre reumática –). Quanto mais precoce o estalido e o início 
do sopro, mais importante a estenose. 
 
Ictus: presente mais ou menos no 5º espaço intercostal. 
 - Ocorre quando o VE encosta na parede abdominal. 
 
 
 
 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
23 
 
 
 
Principais Síndromes do Aparelho Cardiovascular 
Sopro inocente 
Conceito: sopro não-associado à anormalidade anatômica ou fisiológica detectável. 
 - Sintomas: assintomáticos. 
 - Exame físico: 
 # Ausculta: sopro mesossistólico, grau I (muito baixo, as vezes não auscultado) a II audível nos focos 
pulmonar e aórtico acessório, com pouca ou nenhuma irradiação.; 
 # Sem outras alterações no exame cardiovascular; 
 
Sopro fisiológico 
Conceito: sopros que aparecem em determinadas situações em que se percebe uma hiperdinamia cardíaca. 
 - Etiologias: Anemia (aumenta a FC por um déficit de carregadores de oxigênio – hemácias e globulinas –), 
febre, exercício, gestação (o volume de sangue na gestação aumenta em quase 50%, de forma que há uma 
certa sobrecarga do órgão), hipertireoidismo (descompensação) e outras. 
 - Sintomas: no geral não aparecem. 
 - Exame físico: 
 # Palpação: Ictus hiperdinâmico (ictus pode ficar exacerbado); 
 # Ausculta: sopro mesossistólico grau I a III audível nos focos pulmonar e aórtico acessório, com pouca ou 
nenhuma irradiação. 
 # Sem outras alterações no exame cardiovascular. 
 
Febre reumática 
A febre reumática (FR) é uma doença inflamatória, sistêmica, deflagrada pelo agente infeccioso 
Streptococcus β‐hemolítico do grupo A (EBGA) que ocorre em pessoas geneticamente predispostas. A 
manifestação clínica mais relevante da doença é cardíaca e se caracteriza, na maioria das vezes, por 
valvulite, em especial das valvas mitral e aórtica, que pode se cronificar e originar sequelas incapacitantes – 
costuma levar a uma deformidade da valva. 
 - É o principal causador de valvulopatia. 
 
Epidemiologia: O EBGA é o responsável por 15%-20% das faringoamigdalites ou faringite e pela quase 
totalidade daquelas de origem bacteriana. 
 - Valvopatia reumática: aproximadamente 70% dos casos no Brasil. Diretamente relacionado à países de 
baixo desenvolvimento social e econômico. 
 # Como forma de prevenção deve-se melhorar as condições socias e ambientais. 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
24 
 
 # Em países ricos, ocorre valvulopatia por degeneração e calcificação das válvulas devido a própria idade 
do paciente. 
 
Diagnóstico: Critérios de Jones (2015) – pode 
ser visto ao lado. 
 - Características peculiares às manifestações 
clínicas de febre reumática que, quando 
encontradas, elevam o valor preditivo 
positivo do respectivo achado. Embora não 
se possa dizer que haja um quadro clínico 
típico de febre reumática, as formas de 
acometimento mais comuns são: 
 # Artrite: as grandes articulações, como joelhos, cotovelos, punhos e tornozelos, são as mais afetadas. 
 # Cardite: o folheto atingido é o endocárdio em mais de 90% dos casos, na forma de insuficiência mitral, 
manifesta‐se como sopro sistólico apical. Em aproximadamente metade das vezes, pode ser acompanhada 
de sopro diastólico basal, decorrente de insuficiência aórtica. 
 # A concomitância de insuficiência mitral e aórtica em um paciente previamente sadio é altamente 
sugestiva de febre reumática. Ocasionalmente, miocardite e pericardite podem estar presentes. Na 
ausência de valvulite, essas manifestações são excepcionais na febre reumática. 
 # Coreia: movimentos desordenados, involuntários, abruptos, de grupos musculares estriados 
esqueléticos. 
 # Eritema marginado e nódulos subcutâneos: são raros, mas altamente específicos de febre reumática. 
 
Estenose Aórtica 
Conceito: Diminuição do orifício da valva aórtica (sopro encontrado no foco sistólico na base). 
 - Etiologias: malformação congênita, degeneração senil, febre reumática. 
 - Estenose aórtica isolada em pacientes jovens, quase sempre não é de origem reumática, mas sim 
congênita. 
 - Sintomas: os pacientes passam por um longo período assintomáticos. Apresentam-se em torno da sexta 
década de vida com quadro de síncope, dispneia ou angina, sendo sintomas mais tardios → pode ser 
recomendado a troca da valva antes de chegar a tal estado. 
 - Exame Físico: 
 # Palpação do precórdio: Ictus intenso (como se gera uma pressão ali, a câmara Esquerda tende a dilatar 
– paciente fica muito tempo com a estenose, ou seja, é crônico –), aumentado e desviado para a esquerda. 
Frêmito palpável em segundo espaço intercostal E com pcte sentado inclinado para frente em expiração 
total. 
 Sopros/patologias na base: para melhorar a ausculta se pede que o paciente se incline para a frente. 
 Sopros/patologias no ápice: paciente em 
decúbito esquerdo, de forma que se pode ouvir 
melhor a região. 
 # Ausculta: B2 geralmente hiperfonética, pode 
ocorrer desdobramento paradoxal de B2 em casos 
graves, presença de B4, CLICK sistólico de 
abertura da valva aórtica e sopro mesossistólico 
em foco aórtico com irradiação para a região 
apical e carótidas. 
 - Na imagem ao lado vemos um resumo da 
doença (não tem o sopro, mas tem que saber). 
 
Insuficiência Aórtica 
Conceito: Incapacidade de fechamento dos folhetos da valva aórtica. 
 - Etiologia: febre reumática, degenerativa, aterosclerose, endocardite infecciosa, espondilite anquilosante, 
congênita. 
 - Sintomas: sintomas de ICC (se há congestão em determinadas áreas), dispneia, angina, PA divergente 
(Diastólico e Sistólica divergentes, como 180/80). 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
25 
 
 # Falência do VE dentro de poucos anos. 
 - Exame físico: 
 # Inspeção: movimento da cabeça a cada batimento cardíaco (Sinal de Musset), pulsações sistólicas da 
úvula, pulsações visíveis nas carótidas. 
 # Palpação: pulso arterial amplo e rápido. 
ICTUS com dimensão aumentada e desviado 
para a esquerda e para baixo (dilat e hipertVE). 
 # Ausculta: B1 e B2 hipofonéticas, podendo 
haver B3 e B4. Sopro protomesodiastólico (o 
sopro de regurgitação costuma começar com 
a B2 – no caso da base – e vai descendo), grau 
I a IV (nesse há um frêmito, sendo perceptível 
a vibração), mais audível com o paciente 
sentado e inclinado para frente em expiração 
total, foco aórtico ou aórtico acessório, com 
irradiação para ponta do coração; 
 
 Estenose Mitral 
Conceito: Estreitamento do orifício atrioventricular esquerdo por diversasetiologias. 
 - Principal etiologia: febre reumática. 
 # Progressão lenta da doença. 
 # Quadro pode ser leve, moderado ou grave. 
 - Sintomas geralmente aparecem na 3ª e 4ª décadas com quadro sugestivo de insuficiência cardíaca. 
 # Pacientes podem apresentar hemoptise devido ao aumento na pressão pulmonar, com consequente 
extravasamento de sangue para os pulmões, bem como fenômenos tromboembólicos secundários à 
dilatação atrial. 
 # Rouquidão devido à compressão do nervo laríngeo recorrente pelo átrio e dilatado em alguns casos → 
já se tem sintomas de Insuficiência Cardíaca. 
 - Sinais: O aumento da pressão no AE pode gerar hipertensão pulmonar, e consequentemente, aumento 
na pressão do VD. 
 # Exame Físico: 
Inspeção: pulsação epigástrica. 
Palpação: ICTUS discreto e muitas 
vezes impalpável. Pode haver frêmito palpável 
em região apical. 
Ausculta: B1 hiperfonética em foco 
mitral, B2 hiperfonética, B4 em área de VD, 
click de abertura da válvula mitral seguido de 
sopro diastólico geralmente sem irradiação. 
 X Em geral, quanto mais longo o 
sopro, mais grave a obstrução. 
 
Insuficiência Mitral 
Conceito: Fechamento incompleto dos 
folhetos da valva mitral. Há o refluxo de 
sangue para o AE durante a sístole ventricular 
(dilatação do AE). 
 - Etiologia: febre reumática, prolapso mitral, 
IAM (necrose do músculo papilar), 
endocardite infecciosa. 
 - Pode ocorrer aumento da pressão intra- 
atrial, com congestão pulmonar, transudação 
de líquido para os alvéolos, dispneia intensa e 
até EAP. 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
26 
 
 - Sintomas: O pcte pode ser assintomático ou apresentar-se com ICC. 
 - Exame Físico: 
 # Palpação: Ictus não deslocado, mas de maior intensidade. Pode haver frêmito apical na IM grave. Pulsos 
periféricos diminuídos. 
 # Ausculta: B1 hipofonética (o sopro pode começar junto a B1, de forma que B2 é hipofonética), 
desdobramento amplo de B2, B3, sopro holossistólico de regurgitação em foco mitral iniciando logo após 
B1 e encobrindo B2 com irradiação para a axila e bordo esternal esquerdo. B4 pode aparecer devido a 
contração vigorosa do átrio esquerdo 
 
Prolapso de Valva Mitral 
Conceito: Protrusão de uma ou ambas as cúspides valvares para dentro do AE durante a sístole do VE; é 
como se a valva ficasse com uma “orelhinha” para trás. 
 - É a forma mais comum de disfunção mitral em adultos jovens e é mais comum em mulheres. 
 - Sintomas são variados, sendo na maioria dos casos assintomático. Pode evoluir para situações mais 
graves, como arritmias, dor precordial leve, sintomas de insuficiência mitral. 
 - Exame Físico: 
 # Ausculta: click mesossistólico (nem sempre se ouve) seguido de sopro telessistólico grau I a II. Os 
pacientes podem apresentar apenas click, apenas sopro ou nenhum dos dois. No prolapso com importante 
regurgitação mitral, os achados são os da IM; 
 # O prolapso gera sopro sistólico. 
 
Estenose Pulmonar 
Conceito: 
 - Etiologia: 10% dos casos de cardiopatia congênita. 
 - As valvas semilunares são malformadas havendo uma abertura anormal da valva. 
 - Sintomas: insuficiência cardíaca direita; hipertrofia de VD. 
 - Exame físico: 
 # Palpação: impulsões paraesternais direitas (por ser pulmonar, faz sentido ser do lado direito; são 
batimentos intensos de VD). Frêmito nos 2º e 3º espaços intercostais direitos (ou seja, o sopro é de pelo 
menos grau IV). 
 # Ausculta: Hipofonese de B2 (sopro abafa B2). Sopro mesossistólico (os de estenose constantemente 
começam no meio, os de regurgitação tendem a começar junto com a bulha) em foco pulmonar e aórtico 
acessório. 
 
Insuficiência pulmonar 
Conceito: 
 - Etiologias: dilatação do anel valvar primária ou secundária, endocardite e outras. 
 - Sintomas: insuficiência cardíaca direita. 
 - Exame Físico: 
 # Ausculta: B2 hiperfonética em pcTE com hipertensão pulmonar. Desdobramento amplo de B2, presença 
de B3 e de B4 junto ao bordo paraesternal inferior esquerdo. Sopro holodiastólico mais audível em foco 
tricúspide. 
 
Estenose tricúspide 
Conceito: 
 - Etiologias: febre reumática (é mais comum na 
mitral e aórtica, seguida pela tricúspide e 
raramente atinge a pulmonar). 
 - Sintomas: insuficiência cardíaca direita. 
 - Exame Físico: 
 # Inspeção: Ingurgitamento jugular (situações 
em que se há congestão por algum problema 
valvar costuma-se haver um acúmulo de sangue 
na jugular). 
 # Palpação: frêmito palpável em região foco 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
27 
 
tricúspide. 
 # Ausculta: click de abertura da válvula tricúspide seguido de sopro diastólico com reforço pré-sistólico 
audível no foco tricúspide. 
 
Insuficiência tricúspide 
Conceito: Fechamento incompleto da valva tricúspide. 
 - Regurgitação de sangue para o AD durante a sístole do VD. 
 - Etiologias: dilatação do anel valvar primária ou secundária, endocardite, febre reumática e outras. 
 - Sintomas: insuficiência cardíaca direita (palpitações, cansaço, dispneia, edema de MMII), ou 
absolutamente nada. 
 - Exame Físico: 
 # Inspeção: caquexia, cianose e icterícia. A 
FA e ingurgitamento jugular são frequentes. 
 # Palpação: o frêmito venoso em região 
cervical pode estar presente. 
 # Ausculta: B3 mais audível em foco 
tricúspide, com sopro holossistólico de 
regurgitação no mesmo foco com irradiação 
para bordo esternal direito e que encobre B2; 
OBS: todas valvopatias chegam a Insuficiência 
Cardíaca em algum ponto, quando não 
tratadas. 
 
CIA 
Conceito: É uma Comunicação Inter-Atrial. 
 - Segundo defeito cardíaco congênito mais frequente, havendo um orifício localizado na fossa oval que leva 
a um hiperfluxo pulmonar (desvio de muito sangue do AE para o AD, ocorre a maior saída do esquerdo para 
o direito pela pressão do esquerdo ser muito maior, sobrecarregando mais o direito). 
 - Sintomas: no geral a partir da terceira década de vida. Fadiga, batimento ventricular direito, dispneia. 
 - Exame Físico: 
 # Palpação: impulsões nos 3º a 5º espaços intercostais esquerdos. 
 # Ausculta: sopro mesossistólico de ejeção na área pulmonar e tricúspide. B1 normal ou com 
desdobramento. B2 com desdobramento fixo; 
 Para saber que não é uma estenose aorta ou pulmonar (na ausculta não consegue se fechar o 
diagnóstico) deve-se fazer um ECG. 
 
CIV 
Conceito: É uma Comunicação Inter-Ventricular. 
 - Cardiopatia congênita mais frequente, sendo que 1/3 dessas CIV se fecham sozinhas. 
 - Passagem de sangue do VE para o VD durante a sístole ventricular, levando a um hiperfluxo pulmonar 
(mesma razão da CIA). 
 - Impulsão ventricular D e E. 
 - Sintomas: insuficiência cardíaca global. 
 - Exame Físico: 
 # Palpação de frêmito nos 3º a 5º espaços intercostais esquerdos. 
 # Ausculta: sopro holossistólico em foco tricúspide com irradiação ampla e encobrindo B2. 
 Para diferenciar de uma Insuficiência de válvula tricúspide ou mitral, deve-se fazer um exame de 
imagem. 
 
Hipertensão pulmonar 
Conceito: Anormalidade circulatória caracterizada por redução do calibre dos vasos pulmonares 
(principalmente capilares; as vezes mesmo com o parênquima preservado se tem o aumento do volume de 
sangue) e/ou aumento do fluxo sanguíneo pulmonar. 
 - Os critérios diagnósticos são: pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP) > a 30 mmHg e a diastólica 
(PDAP) > a 15 mmHg, pressão média na artéria pulmonar (PMAP) > 25 mmHg em repouso, ou > 30 mmHg 
Juliana Vieira Queiroz Almeida 
 
28 
 
durante o exercício. 
 # Ela pode ser medida de forma indireta pelo ecocardiograma ou através de cateter central, não pelos 
esfigmomanômetro. 
 # Geralmente 1/5 da pressão aórtica é a pulmonar. 
 - Múltiplas etiologias: primária (idiopática), secundária (DPOC, TEP, lesões válvulas aórtica e mitral – o 
sistema começa a dar uma pressão anteriormente ao pulmão, do coração para o pulmão, de forma que há 
uma leve ou alta repressão do sangue, etc). 
 - Sintomas: Insuficiência cardíaca direita. 
 -

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