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REVISAO HAM III

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1 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
Anamnese 
↠ Anamnese (ana: trazer de novo + mnesis: memória) 
significa trazer de volta à mente todos os fatos 
relacionados com a doença e o paciente. 
ELEMENTOS DA ANAMNESE 
1- Identificação: perfil sociodemográfico do 
paciente. 
IMPORTANTE: nas crianças colocar o grau do parentesco do 
acompanhante e/ou responsável. 
ATENÇÃO: Profissão: especificar qual. 
2- Queixa principal: o motivo que levou o paciente 
ao médico, colocar de forma breve. 
3- História da doença atual (HDA): registro 
detalhado e cronológico do motivo que levou o 
paciente a procurar assistência médica. 
Deve conter: início, características do sintoma, fatores de melhora e/ou 
piora, relação com outras queixas, evolução e situação atual. 
IMPORTANTE: Sempre colocar o que o paciente nega (relacionado ao 
quadro clínico – ex.; nega tosse seca. Colocar os medicamentos que 
o paciente está usando relacionado ao quadro clínico. Terminar a HDA 
perguntando “e agora o que o senhor está sentindo?” 
4- Interrogatório Sintomatológico: documenta a 
existência ou ausência de sintomas comuns 
relacionados com cada um dos principais 
sistemas corporais. 
Fazer em forma de tópicos: sintomas gerais, pele e fâneros, cabeça 
e pescoço, tórax, abdômen, sistema geniturinário). 
5- Antecedentes pessoais: fisiológicos 
(desenvolvimento sexual) e patológicos (alergias, 
cirurgias, medicamentos em uso). 
6- Antecedentes familiares; 
7- Hábitos e estilo de vida: alimentação, ocupação 
atual e ocupações anteriores, atividades físicas e 
hábitos. 
Cigarro e bebida colocar quantidade e tempo de uso. Parou de fuma 
há mais de 1 ano – ex-tabagista. 
8- Condições Socioeconômicas e Culturais: avaliam 
a situação financeira, vínculos afetivos familiares, 
condições de moradia e grau de escolaridade. 
Peculiaridades na anamnese da criança 
↠ Chamar o paciente pelo nome (nome da criança) e 
também o (a) acompanhante pelo seu nome. Convidar 
para entrar no consultório com simpatia e cordialidade, 
fazer as devidas apresentações e deixar paciente e 
acompanhante à vontade. 
1. Identificação: nome do informante, relação de 
parentesco com a criança, fidedignidade 
presumida do informante, data da entrevista. 
2. Queixa Principal: motivo principal que fez com 
que a mãe da criança ou outro responsável a 
trouxesse à consulta. Descrever utilizando os 
termos - as mesmas palavras - do paciente ou 
acompanhante. 
3. HDA: Certificar-se de que os sinais e sintomas 
descritos pelo paciente ou responsável 
correspondem àqueles utilizados na terminologia 
médica. 
 
 
4. Interrogatório Sintomatológico (IS): alguns 
acompanhantes têm dificuldade para informar. 
Nesses casos é conveniente uma anamnese 
mais direcionada. É válido fazer, no final da HDA, 
um interrogatório complementar à HDA, com a 
finalidade de investigar sintomas relacionados por 
setor ou sistema do organismo. Mesmo quando 
na consulta não houver uma queixa (como por 
exemplo na consulta de puericultura), pode-se 
fazer um interrogatório sobre os diversos 
sistemas orgânicos. 
5. Antecedentes Pessoais: fisiológicos e patológicos. 
Antecedentes Perinatais: Gestação: duração, consultas de pré-natal, 
intercorrências (sangramento, ITU, rubéola, HAS, DM), ferro, vitaminas, 
medicamentos, drogas ilícitas, fumo, álcool. Parto: tipo (cesário ou 
normal), local, sofrimento fetal, condições de nascimento, APGAR 
(primeiro e quinto minutos), manobras de reanimação, triagem 
neonatal. Dados antropométricos ao nascer: peso, comprimento, 
perímetro cefálico. Período Neonatal Imediato: problemas respiratórios, 
icterícia, medicação, oxigênio, fototerapia. 
2 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
HISTÓRIA ALIMENTAR: alimentação nos primeiros dois anos de vida 
(aleitamento exclusivo ou artificial), suplementação de ferro e vitaminas. 
DESENVOLVIMENTO: Idade de aquisição dos seguintes marcos: firmar a 
cabeça, sorriso espontâneo, segurar objetos, sentar sem apoio, 
engatinhar, andar sem apoio, controlar esfíncteres, primeiras frases, 
correr sem dificuldade, subir escadas, linguagem de adulto, beber em 
copo, usar colher, vestir-se. Rendimento escolar. 
HISTÓRIA VACINAL: solicitar e verificar o calendário vacinal da criança. 
HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA: Citar as doenças apresentadas 
anteriormente, atendimentos em emergência, internações (onde, 
porque, permanência, etc.). Questionar sobre acidentes, cirurgias, 
alergia a medicamentos e outras alergias, uso contínuo de 
medicamentos, exames realizados. 
6. Antecedentes familiares: Composição familiar 
(pessoas que vivem na mesma casa, nº de 
irmãos...); Dados paternos e maternos; principais 
doenças presentes em irmãos e outros 
membros da família com grau de parentesco 
mais próximo, com ênfase nas doenças 
hereditárias ou transmissíveis. 
7. Hábitos e estilo de vida: sono (agitado, dorme 
bem), lazer, atividade física (pratica algum 
esporte), quantas horas diárias assiste TV. 
8. Condições Socioeconômicas e Culturais: Tipo e 
condições da habitação. Quem toma conta da 
criança e onde? Relacionamento interpessoal. 
Registro Baseado em Problemas (ReSOAP) 
REGISTRO EM PRONTUÁRIO 
➢ Letra legível; 
➢ Evitar tinta colorida; 
➢ Evitar rasura; 
➢ Sigilo e privacidade das informações contidas; 
➢ Registro será validade se tiver data, assinatura, CRM. 
↠ É uma técnica para registro de informações em 
prontuário médico, de forma a apoiar o desenvolvimento 
do raciocínio clínico. 
↠ O nome SOAP vem dos 4 componentes básicos do 
prontuário, neste método: 
➢ S – subjetivo; 
➢ O – objetivo; 
➢ A – análise (ou avaliação); 
➢ P – plano. 
SUBJETIVO 
↠ Registra-se aqui as informações baseadas na 
experiência da pessoa que está sendo atendida. Podemos 
anotar além das queixas, os sentimentos. Motivo do 
atendimento, anamnese, problemas apresentados. 
OBJETIVO 
↠ Informações aferidas do ponto de vista médico ficam 
neste espaço. Dados do exame físico e/ou resultados dos 
exames complementares. 
AVALIAÇÃO 
↠ Este é o espaço para incluir os problemas evidenciados 
na consulta relacionando-os com sua resolução ou não 
(diabetes descompensada, hipertensão arterial controlada, 
etc.). 
↠ Caso não haja elementos para elaborar um diagnóstico 
preciso durante a consulta, aqui podem ser reproduzidos 
novamente os sinais/sintomas mais pertinente para sua 
linha de raciocínio clínico (ex.: febre isolada há três dias). 
PLANO 
↠ A proposta terapêutica elaborada pelo médico deve 
encontra-se neste item; medicações prescritas, 
solicitações de exames complementares, orientações 
realizadas, encaminhamentos e pendências para o 
próximo atendimento, ou seja, um plano de ação para o 
seu paciente. 
 
OBS.: O método SOAP é um exemplo de evolução mais rápido para 
a APS. O método SOAP é eficaz para o acompanhamento. 
Exemplo do ReSOAP: 
S → Vem para controle de diabetes; 
O → Valores de HGT e PA; 
A → Medida de PA elevada. Diabetes tipo 1; 
P → Solicito exames de controle (glicemia de jejum, microalbuminúria). 
Converso sobre a importância do tratamento com insulina. 
Hipertensão Arterial Sistêmica no adulto 
↠ O paciente deve sentar-se confortavelmente em um 
ambiente silencioso por 5 minutos, antes de iniciar as 
medições da PA. Explique o procedimento ao indivíduo e 
oriente a não conversar durante a medição. Possíveis 
dúvidas devem ser esclarecidas antes ou depois do 
procedimento. 
↠ Certifique-se de que o paciente NÃO: 
➢ Está com a bexiga cheia; 
3 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
➢ Praticou exercícios físicos há, pelo menos, 60 
minutos; 
➢ Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; 
➢ Fumou nos 30 minutos anteriores. 
↠ Três medidas de PA devem ser realizadas, com 
intervalo de 1 a 2 minutos; e medidas adicionais somente 
se as duas primeiras leituras diferirem em > 10 mmHg. 
Registre em prontuário a média das duas últimas leituras 
da PA, sem “arredondamentos” e o braço em quea PA 
foi medida. 
 
A PA deve ser inicialmente medida nos dois braços e idealmente 
estabelecida por medição simultânea. Caso ocorra uma diferença > 15 
mmHg da PAS entre os braços, há o aumento do risco CV o qual, 
pode estar relacionado com a doença vascular ateromatosa (DIRETRIZ, 
2020). 
Todas as medidas subsequentes devem ser realizadas no braço com 
valores mais elevados da PA (DIRETRIZ, 2020). 
Hipertensão Arterial Sistêmica na infância 
↠ Considera-se Hipertensão Arterial na Infância e 
Adolescência, valores de pressão arterial sistólica e/ou 
diastólica iguais ou superiores ao Percentil 95 para sexo, 
idade e percentil da altura em três ou mais ocasiões 
diferentes. 
↠ Aumento da prevalência, associação com sobrepeso 
e obesidade. 
Em quem medir? 
Todas as crianças maiores de 3 anos devem ter a sua pressão arterial 
medida pelo menos uma vez por ano. Para as crianças menores de 3 
anos, a avaliação da PA está indicada em condições especiais. 
HISTÓRIA NEONATAL - Prematuros < 32 semanas; 
- Muito baixo peso ao nascer; 
- Outras complicações no 
período neonatal requerendo 
internação em UTI. 
DOENÇAS CARDÍACAS - Cardiopatia congênita. 
DOENÇAS RENAIS - ITU de repetição; 
- Hematúria ou proteinúria; 
- Malformação urológica. 
TRANSPLANTES - Medula óssea; 
- Órgãos sólidos. 
OUTROS - Neoplasias. 
 
 
Como medir? 
↠ A medida da PA na criança segue as mesmas 
recomendações da medida em adultos. 
↠ Sendo preferencial o braço direito, para ser 
comparável com as tabelas padrão e evitar falsas medidas 
baixas no braço esquerdo no caso de Coarctação da 
Aorta. 
↠ Medir a circunferência do braço para a escolha do 
manguito: 
• 1º passo: Medir a distância do acrômio ao 
olécrano; 
• 2º passo: Identificar o ponto médio da distância 
entre o acrômio e o olécrano; 
• 3º passo: Medir a circunferência do braço nesse 
ponto médio. A partir dessa medida, seleciona-
se o manguito adequado para a medida, que 
deve cobrir 40% da largura e 80 a 100% do 
comprimento. 
 
Classificação da Pressão Arterial 
 
↠ Se à primeira medida, a PA for = P90, deve-se medir 
mais 2 vezes na mesma visita e calcular a média das 3 
medidas. Essa média deve ser usada para avaliação do 
estadiamento da pressão arterial. 
4 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
↠ A hipertensão arterial na faixa etária pediátrica, assim 
como nos adultos, pode ter causa primária ou secundária, 
sendo a última mais frequente em crianças do que em 
adultos. 
OBS.: Geralmente, a HAS primária ocorre em crianças acima de 6 anos, 
que têm sobrepeso ou obesidade ou história familiar positiva para HAS. 
Estratificação de risco do sistema cardiovascular 
↠ Está amplamente estabelecida a relação causal, linear 
e contínua entre o aumento da pressão arterial (PA) e o 
risco de doença cardiovascular (DCV) em ambos os 
sexos, todas as idades e todos os grupos étnicos. 
↠ A classificação do risco CV depende dos níveis da PA, 
dos FRCV associados, da presença de lesões em órgãos-
alvo (LOA), que são lesões estruturais e/ou funcionais 
decorrentes da HA em vasos, coração, cérebro, rins e 
retina, e/ou da existência de DCV ou doença renal 
estabelecidas. 
FATORES DE RISCO COEXISTENTES NA HA 
Sexo masculino; 
Idade > 55 anos no homem e > 65 anos na mulher; 
DCV prematura em parentes de 1º grau; 
Tabagismo; 
Dislipidemia; 
Diabetes melito; 
Obesidade (IMC > 30kg/m2). 
 
Insuficiência Cardíaca 
↠ A IC pode ser determinada de acordo com a fração 
de ejeção (preservada, intermediária e reduzida), a 
gravidade dos sintomas (classificação funcional da New 
York Heart Association − NYHA) e o tempo e progressão 
da doença (diferentes estágios). 
CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A FRAÇÃO DE EJEÇÃO 
IC com fração de ejeção 
reduzida 
FEVE < 40% 
IC com fração de ejeção 
intermediária ou levemente 
reduzida 
FEVE = 40 A 49% 
IC com fração de ejeção 
preservada 
FEVE ≥ 50% 
IC com fração de ejeção 
melhorada 
FEVE prévia < 40% e tiveram 
um aumento de 10 pontos 
percentuais atingindo taxas 
acima de 40% 
 
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL 
CLASSE NYHA DESCRIÇÃO 
I 
ASSINTOMÁTICO 
Sem limitações para realização 
de atividade física. Atividades 
habituais não causam dispneia, 
cansaço, palpitações. 
II 
SINTOMAS LEVES 
Discreta limitação para 
realização de atividade física. 
Atividades habituais causam 
dispneia, cansaço, palpitações. 
III 
SINTOMAS MODERADOS 
Importante limitação para 
realização de atividade física. 
Atividades de intensidades 
inferiores causam dispneia, 
cansaço, palpitações. 
IV 
SINTOMAS GRAVES 
Limitações para realização de 
qualquer atividade física. 
Sintomas de IC em repouso. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE ROSS PARA CRIANÇAS E LACTENTES 
CLASSES INTERPRETAÇÃO 
I Pacientes assintomáticos. 
II Lactentes: taquipneia leve ou 
sudorese às mamadas; sem 
atraso do crescimento. 
Crianças maiores: dispneia aos 
exercícios. 
III Lactentes: taquipneia 
importante ou sudorese às 
mamadas, tempo de mamada 
prolongado; atraso do 
crescimento. 
Crianças maiores: dispneia 
importante aos exercícios. 
IV Pacientes sintomáticos em 
repouso: taquidispneia com 
tiragem intercostal, gemidos e 
sudorese em repouso. 
 
TIPOS DE DISPNEIA 
Ortopneia é a dispneia que impede o paciente de ficar deitado e o 
obriga a sentar-se ou a ficar de pé para obter algum alívio. 
Trepopneia é a dispneia que aparece em determinado decúbito lateral, 
como acontece nos pacientes com derrame pleural que se deitam 
sobre o lado são. 
A platipneia (contrário da ortopneia) é a dispneia que aparece quando 
o paciente passa da posição deitada para sentado ou em pé. As causas 
mais frequentes são malformação arteriovenosa pulmonar, síndrome 
hepatopulmonar, forame oval patente ou um defeito no septo atrial 
(shunt direitaesquerda intracardíaco). 
SINAIS E SINTOMAS DA IC 
Sintomas tÍPICOS 
Falta de ar/dispneia 
Ortopneia 
Dispneia paroxística noturna 
Fadiga/cansaço 
Intolerância ao exercício 
SINAIS MAIS ESPECÍFICOS 
5 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
Pressão venosa jugular elevada 
Refluxo hepatojugular 
Terceira bulha cardíaca 
Impulso apical desviado para a esquerda (ictus cordis) 
 
SINAIS E SINTOMAS DE BAIXO DÉBITO CARDÍACO 
PAS < 90 mmHg 
PAS < 110 mmHg em pacientes previamente hipertensos 
Fadiga 
Extremidades frias com perfusão reduzida (> 3 segundos é 
anormal) 
Sudorese fria 
Desorientação 
 
CRITÉRIOS DE FRAMINGHAM – IC AGUDA 
CRITÉRIOS MAIORES CRITÉRIOS MENORES 
Dispneia paroxística noturna Edema de tornozelo bilateral 
Turgência jugular a 45º Tosse noturna 
Refluxo hepatojugular Dispneia aos mínimos esforços 
Estertores pulmonares 
crepitantes 
Derrame pleural 
Cardiomegalia ao raio X de 
tórax 
Taquicardia 
Edema pulmonar agudo 
Golpe de terceira bulha 
Para o critério da IC: dois critérios maiores e um menor, ou um 
maior e dois menores. 
 
As crianças podem apresentar as seguintes manifestações clínicas: 
gemidos, pulso fino, baixo ganho de peso. 
↠ Refluxo hepatojugular: comprimir o hipocôndrio direito 
com a cabeça do paciente elevada em 45º. Durante a 
compressão, deve observar se ocorre o aumento do 
volume e turgência da veia jugular externa, e se presente 
indica a congestão sistêmica 
 
↠ Sinal de Cacifo: avaliar a presença de edema. 
Comprimir estruturas ósseas, avaliar bilateralmente. 
 
Dor Torácica 
↠ A dor torácica aguda é uma das causas mais 
frequentes de atendimento nas unidades de emergência. 
↠ O sintoma de dor torácica constitui um grande desafio 
para o médico da emergência em decorrência da ampla 
lista de diagnósticos diferenciais. 
↠ Os cinco principais grupos de etiologias de dor 
torácica, por ordem decrescente de prevalência, são as 
causas musculoesqueléticas, gastrointestinais, cardíacas, 
psiquiátricas e pulmonares. 
 
↠ Diferentemente da população adulta, a dor torácica na 
infância raramente representa uma doença grave. 
Crianças: musculoesquelética, gastrointestinal. 
Adolescentes: psicogênica.SINAL DE FRANK: prega lobular – avançar da idade. 
 
6 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
Protocolo SPIKES 
 
↠ O protocolo SPIKES é um exemplo do novo modelo 
de comunicação com o paciente. É um mnemônico de 
seis passos que pode proporcionar mais segurança ao 
médico. 
 
 
Cardiopatias Congênitas 
↠ Manifestações clínicas no 1º ano de vida ou em 
qualquer momento. 
↠ Alteração estrutural do coração ou grandes vasos. 
↠ Principais manifestações: cianose, IC, sopro cardíaco, 
arritmia. 
↠ Podem ser classificadas em: 
CIANÓTICAS X ACIANÓTICAS 
HIPOFLUXO X HIPERFLUXO PULMONAR 
 
COMUNICAÇÃO INTERATRIAL – CIA 
 
↠ Shunt E → D, meninas > meninos; 
↠ Esporádica ou associada a síndromes (S. de Holt – 
Oram); 
↠ Manifestações: 
➢ Acianótica, hiperfluxo pulmonar, dilatação das 
câmaras direitas; 
➢ Cínica depende do tamanho da comunicação; 
➢ Redução da capacidade funcional aos esforços; 
➢ Sinais de IC: taquicardia, taquipneia, 
hepatomegalia, cardiomegalia, baixo ganho de 
peso, sudorese excessiva; 
➢ Infecções respiratórias de repetição. 
EXAME FÍSICO 
➢ Desdobramento fixo da B2 (TRÁ) – a valva 
pulmonar fecha depois que a aórtica. 
➢ Sopro sistólico de ejeção em borda esternal 
esquerda média alta (BEEM-A) / Fo. Pulmonar: 
estenose relativa. 
➢ Sinais de IC. 
Tratamento: depende do tamanho/repercussão. Fechamento 
cirúrgico: atriosseptoplastia ou oclusão por cateterismo. 
COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR – CIV 
 
7 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
↠ Mais comum – 25% das cardiopatias congênitas; 
↠ Associação com síndromes: Down (21) e Edwards (18); 
↠ Acianótica, hiperfluxo pulmonar, hipertrofia do VE; 
FISIOLOGIA DE EISENMENGER: A sobrecarga de volume 
esquerda pode desencadear uma hipertensão pulmonar 
que com o tempo pode aumentar a pressão do VD em 
comparação ao VE – pode gerar cianose. 
EXAME FÍSICO 
➢ Sinais de IC; 
➢ Abaulamento precordial esquerdo - desvio de 
ictus. 
➢ < CIV > SOPRO – maior turbilhonamento para 
passar por um espaço pequeno. 
➢ Sopro holossistólico em BEEB; 
➢ Frêmito paraesternal E; 
➢ Assintomáticos: CIV pequena. 
Tratamento: fechamento espontâneo de CIVs pequenas em 30-50% 
dos casos. Clínico: diurético, captopril. Cirúrgico: ventriculosseptoplastia. 
Oclusão por cateterismo. 
PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL (PCA) 
 
Fechamento funcional: 10-15h; 
Fechamento anatômico: até 21 dias. 
 
↠ Comum em prematuros e baixo peso; 
↠ Se RN a termo: defeito estrutural; 
↠ Síndrome de rubéola congênita; 
↠ Acianótica, hiperfluxo pulmonar; 
EXAME FÍSICO 
➢ IC moderada/grave; 
➢ Sangramento pulmonar/SNC, disfunção renal, 
dificuldade em reduzir PVs. 
➢ Sopro na sístole e diástole (lembra o trem – 
mais forte na sístole); 
➢ Pulsos amplos; 
➢ PA divergente (> 40 mmHg); 
➢ Sopro infraclavicular E com irradiação para 
dorso, contínuo (em maquinaria); 
➢ Precórdio hiperdinâmico; 
➢ B2 hiperfonética. 
OBS.: O que mantém o canal aberto é a prostaglandina – tratamento 
feito com antiflamatórios. 
Tratamento: medicamentoso: prematuros, com repercussão: 
indometacina e/ou ibuprofeno. Avaliar contraindicações. Invasivo: 
ligadura cirúrgica (clip). 
TETRALOGIA DE FALLOT (T4F) 
➢ Dextroposição da aorta; 
➢ Estenose da valva pulmonar; 
➢ CIV; 
➢ Hipertrofia do VD. 
↠ Cardiopatia cianótica mais comum, hipofluxo pulmonar; 
↠ Clínica: depende do grau de obstrução abaixo da valva 
pulmonar; 
↠ Se estenose grave: cianose intensa desde o 
nascimento; 
↠ Se estenose leve: pouco cianótico – Pink Fallot – 
Policitemia adaptativa. 
↠ Crises de hipóxia são comuns nos primeiros 2 anos de 
vida; 
↠ Causas: calor, esforço (choro, evacuação), febre, dor, 
anemia, infecção, desidratação, hemoconcentração. 
 
EXAME FÍSICO 
➢ Cianose progressiva; 
➢ Baqueteamento digital; 
➢ Sopro sistólico ejetivo BEEM-A (diminui na crise 
de hipóxia) 
➢ Crise de hipóxia: emergência. 
8 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
MANEJO DA CRISE DE HIPÓXIA: controle do fator desencadeante, 
posição genupeitoral, oxigênio, expansão, morfina, bicarbonato EV, 
betabloqueador EV, sedação + IOT, adrenaliva EV. 
Tratamento: cirúrgico (~6m). Pré-operatório: tto clínico com 
betabloqueador (propranolol). 
Referência e Contrarreferência 
↠ A Referência diz respeito ao encaminhamento do 
usuário a um atendimento com níveis de especialização 
mais complexos, os hospitais e as clínicas especializadas. 
↠ A Contrarreferência ocorre quando a necessidade do 
usuário mais complexa é sanada e a necessidade se torna 
mais simples. Então ele é reencaminhado para uma 
unidade de menor complexidade, ou seja, deve ser 
conduzido à Unidade Básica de Saúde mais próxima a sua 
residência. 
Sopro na infância 
↠ Turbulência do fluxo sanguíneo; 
↠ Achado frequente durante o exame pediátrico; 
↠ Avalição do sopro cardíaco: posição no ciclo cardíaco, 
características, intensidade, localização. 
SOPRO INOCENTE 
➢ Estados hipercinéticos (ex.: febre); 
➢ Sistólicos, suave, curta duração; 
➢ Nunca são diastólicos; 
➢ Sem ruídos acessórios/frêmitos; 
➢ Bulhas sempre normais; 
➢ Bem localizados, sem irradiação; 
➢ Alteração com mudança de decúbito. 
TIPOS DE SOPRO 
Localização durante o ciclo 
 
Intensidade do sopro 
↠ A intensidade do sopro pode ser descrita de forma 
subjetiva e classificada em graus que variam de I a VI. 
➢ Os graus I e II são sopros de fraca intensidade, 
sendo que o grau I só é detectado por meio de 
ausculta muito cuidadosa. 
➢ Sopros graus III e IV são sopros de intensidade 
moderada, sendo que o grau IV apresenta 
frêmito palpável. 
➢ Sopros graus V e VI são intensos, vêm 
acompanhados de frêmitos, sendo que o grau VI 
pode ser audível mesmo sem o estetoscópio. 
LOCALIZAÇÃO DOS FENÔMENOS ESTETOACÚSTICOS 
Quando se faz a ausculta do coração e se encontram outros sons que 
não sejam as bulhas, cumpre localizá-los exatamente na revolução 
cardíaca, tomando por base a 1ª e a 2ª bulha. Para isso, dividem-se a 
sístole e a diástole nas seguintes partes: 
➢ Protossístole = terço inicial da sístole 
➢ Mesossístole = terço médio da sístole 
➢ Telessístole = terço final da sístole 
➢ Protodiástole = terço inicial da diástole 
➢ Mesodiástole = terço médio da diástole 
➢ Telediástole = terço final da diástole 
Teste do Coraçãozinho 
↠ É um método de triagem cardiológica universal, não 
invasiva, de forma instantânea e sem necessidade de 
calibração. Além de apresentar sensibilidade de 75% e 
especificidade de 99%. 
↠ O teste do Coraçãozinho consiste em um exame de 
triagem neonatal que visa o diagnóstico precoce das 
cardiopatias congênitas graves, ou seja, aquelas onde há 
risco de vida imediato e que precisam de intervenção 
cirúrgica precocemente. 
↠ É realizado no período neonatal, após as primeiras 24 
horas de vida e antes da alta hospitalar, através de um 
aparelho chamado de oxímetro de pulso, o qual avalia o 
nível de saturação de oxigênio. 
↠ Sabe-se que, nas CC, há uma diminuição na saturação 
de oxigênio antes mesmo da manifestação de sinais 
clínicos como cianose, a oximetria de pulso detecta essa 
redução da saturação. 
↠ É um exame indolor, não-invasivo, de baixo custo, que 
exige apenas a presença do equipamento (oxímetro de 
pulso), o qual avalia o nível de saturação de oxigênio. 
9 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
↠ O oxímetro deve ser colocado primeiramente na mão 
direita e posteriormente em um dos pés do bebê, para 
verificação de níveis de oxigênio. 
ATUALIZAÇÃO NO PROTOCOLO DO TESTE DO CORAÇÃOZINHO 
A primeira mudança está no público rastreado, agora recém-nascidos 
com mais de 35 semanas. Eles diminuíram o valor de corte de SatO2 
de 95% para 89% para considerar um teste positivo. Além disso, agora 
existe a possibilidade do teste ser considerado duvidoso, que não 
existia no fluxograma antigo. 
Um grupo intermediário foi criado com valores de corte de SatO2 
entre 90 e 94% OU diferença entre as medidas >4%. É justamente 
os recém-nascidosque se encaixam nesse grupo na primeira 
oximetria de pulso que tem o teste considerado duvidoso e devem 
ser reavaliados com 1 hora. 
Se mantiver os parâmetros, um terceiro teste deve ser feita em 01 
hora. Se no terceiro teste mantiver satO2 entre 90 e 94% ou 
diferença entre as medidas >4%, o teste é considerado positivo. Se 
em algum desses testes adicionais a satO2 ficar menor que 89% o 
teste já é considerado positivo. Se der SatO2 > 95% e diferença 
<4%, o teste é considerado negativo. 
 
OBS.: O teste não detecta cardiopatias congênitas nas quais o nível de 
saturação de oxigênio é normal. 
 
Pulsos 
➢ Pulso célere ou em martelo d’água: sua 
característica fundamental é que aparece e 
some com rapidez, lembrando a sensação tátil 
provocada pelo martelo d’água. 
➢ Pulso pequeno ou parvus: a tensão do pulso 
apresenta-se diminuída, e o pulso parece fraco 
e pequeno, o contrário do pulso célere. A 
ascensão da onda de pulso é lenta, e o pico é 
prolongado. É observado na estenose aórtica 
grave, na insuficiência cardíaca e na hipovolemia. 
➢ Pulso filiforme: é um tipo de pulso ao mesmo 
tempo de pequena amplitude e mole. Indica 
quase sempre colapso circulatório periférico. 
Não confundir com pulso parvus. 
➢ Pulso alternante: percebe-se de modo sucessivo 
uma onda ampla seguida de outra mais fraca. A 
compressão da artéria deve ser calculada para a 
percepção da onda mais débil. 
➢ Pulso paradoxal: acentuada redução inspiratória 
da amplitude do pulso. Pode ocorrer, também, 
no derrame pericárdico volumoso e no enfisema 
pulmonar 
Valvopatias 
↠ A função das valvas cardíacas é promover o fluxo 
unidirecional do sangue pelas câmaras do coração. 
↠ Ainda que qualquer uma das quatro valvas possa estar 
sujeita a um distúrbio, as mais comumente afetadas são 
as valvas mitral e aórtica. 
ESTENOSE MITRAL 
 
➢ Facies mitralis – rubor cor de ameixa nas 
bochechas; 
➢ B1 e B2 hiperfonéticas; 
➢ Sopro diastólico em ruflar – pode irradiar para 
axila ou borda esternal esquerda inferior; 
➢ Sinais de congestão pulmonar e insuficiência 
cardíaca direita. 
INSUFICIÊNCIA MITRAL 
 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
➢ Ictus cordis desviado para a esquerda e para 
baixo; 
➢ B1 hipofonética; 
➢ B2 hiperfonética; 
➢ Sopro sistólico regurgitativo; 
➢ Sinais clínicos de IC direita; 
ESTENOSE AÓRTICA 
 
↠ O desenvolvimento da estenose aórtica é gradual, logo, 
o VE tem tempo para se adaptar. 
➢ Pulso parvus et tardus; 
➢ Sopro sistólico ejetivo; 
➢ Hipofonese de B1 e B2; 
➢ Fenômeno de Gallavardin – sopro de estenose 
aórtica se irradia para o foco mitral – vibração 
do anel; 
➢ Desdobramento paradoxal de B2 ou B2 única. 
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA 
➢ Sopro diastólico aspirativo decrescente; 
➢ B2 hipofonética; 
➢ Sopro de Austin-Flint – estenose mitral relativa 
a uma insuficiência mitral, fluxo e pressão do jato 
maior atinge a 1ª válvula da valva mitral, logo, 
restringe a abertura da sua valva anterior; 
➢ Pulso em martelo d’água; 
➢ PA divergente; 
➢ Sinais clínicos de aumento de pressão de pulso: 
Sinal de Musset (cabeça), Sinal de Quincke 
(unha). 
 
Pericardite na infância 
↠ Inflamação do pericárdio acometendo as membranas 
que envolvem o coração. 
↠ A pericardite em crianças tem uma etiologia variada. 
As principais causas são: pós-operatório de cirurgia 
cardíaca, neoplasias, doenças renais, doenças 
reumatológicas, viral e idiopática. 
CAUSAS 
As infecções virais provavelmente constituem a causa mais comum 
de pericardite, particularmente no primeiro ano de vida. 
A doença reumática aguda constitui causa comum de pericardite, 
especialmente em certas partes do mundo. 
A infecção bacteriana (pericardite purulenta) é uma forma rara e grave 
de pericardite. Os agentes comumente encontrados são S. aureus, 
Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Neisseria 
meningitidis e estreptococos. 
A tuberculose constitui causa ocasional de pericardite constritiva e 
apresenta um início insidioso. 
A doença do colágeno, como, por exemplo, a artrite reumatoide pode 
provocar pericardite. 
A pericardite pode constituir uma complicação da doença oncológica 
ou do seu tratamento, incluindo a radioterapia. 
A uremia (pericardite urêmica) constitui uma causa rara. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: são variáveis. Pode apresentar quadro febril 
acompanhado de dor retroesternal ou precordial e mialgia. 
ANAMNESE 
↠ O paciente pode apresentar uma história de infecção 
do trato respiratório superior. 
↠ A dor precordial (indistinta, constante, ou em 
punhalada) com irradiação ocasional para o ombro e 
pescoço, pode constituir a queixa de apresentação. A dor 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
pode ser aliviada inclinando-se para frente e pode se 
agravar com a posição supina ou a inspiração profunda. 
 ↠ A febre de graus variáveis pode estar presente. 
EXAME FÍSICO 
↠ O atrito pericárdico (um som de raspagem, em 
crescendo e decrescendo em sincronia com as bulhas 
cardíacas) constitui o sinal cardinal. 
OBS.: O atrito pericárdico é o sinal mais característico da doença 
pericárdica, porém nem sempre é fácil de ser auscultado já que o 
paciente pode estar taquicárdico e choroso em caso de crianças 
pequenas. 
↠ O coração encontra-se silencioso e hipodinâmico na 
presença de uma grande quantidade de derrame 
pericárdico. 
↠ O pulso paradoxal é característico do derrame 
pericárdico com tamponamento. 
↠ Em crianças com pericardite purulenta, febre alta (38,3 
a 40,5°C), taquicardia, dor torácica e dispneia estão quase 
sempre presentes. 
↠ Os sinais de tamponamento cardíaco podem estar 
presentes: bulhas cardíacas abafadas, taquicardia, pulso 
paradoxal, hepatomegalia, distensão venosa e, 
ocasionalmente, hipotensão com vasoconstrição 
periférica. O tamponamento cardíaco ocorre mais 
comumente na pericardite purulenta do que em outras 
formas de pericardite. 
PRINCIPAIS EXAMES 
ELETROCARDIOGRAMA: O ECG pode estar alterado em 60% 
dos casos. 
Pericardite com derrame (efusiva): 
• Complexos de baixa voltagem. 
• Alternância elétrica. 
Supradesnivelamento do segmento ST: 
• Geralmente é caracterizado 
supradesnivelamento difuso do segmento ST = 
pericardite. 
No IAM, o desnivelamento respeita paredes e existe imagem em 
espelho. Raramente o supradesnivelamento na pericardite aguda é > 
5 mm e a concavidade geralmente é para cima. 
Estágios da pericardite no ECG: 
• Estágio 1 (primeiras horas a dias): consiste em 
elevação do segmento ST com concavidade 
voltada para cima em todas as derivações, 
exceto aVR e V1, não respeitando a anatomia 
coronariana. Neste estágio as ondas T podem 
ser altas e pontiagudas. Em geral, o eixo do ST 
se situa entre +30 e +60º. 
• Estágio 2 (dias a várias semanas): ocorre retorno 
do segmento ST à linha de base e a onda T se 
achata. Neste estágio é possível observar, em 
alguns casos, a depressão do segmento PR 
(onda Ta), achado muito sugestivo de pericardite 
aguda, apesar de ocorrer em outras situações 
raras, como no infarto atrial. 
• Estágio 3 (final da segunda/terceira semana): há 
inversão da onda T, sem perda da voltagem do 
QRS. 
• Estágio 4 (pode durar até 3 meses): é a volta à 
normalidade, porém, dependendo da etiologia, a 
onda T pode ficar invertida por um grande 
período. 
RADIOGRAFIA DE TÓRAX: Um grau variável de 
cardiomegalia está presente. 
➢ Um coração em forma de pera ou de moringa 
é característico de um grande derrame. 
➢ A trama vascular pulmonar pode estar 
aumentada se ocorrer o tamponamento 
cardíaco. O tamponamento pode ocorrer sem 
aumento da silhueta cardíaca se este se 
desenvolver rapidamente. 
 
ECOCARDIOGRAMA: O derrame pericárdico aparece 
primeiramente na porção posterior, do saco pericárdico. 
A presença de uma pequena quantidade de derrame 
posteriormente, sem derrame anterior, sugere um 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
pequeno derrame pericárdico. Uma pequenaquantidade 
de líquido, que só surge na sístole, é normal. 
 
A ecocardiografia é muito útil na detecção do 
tamponamento cardíaco. Os achados ecocardiográficos 
bidimensionais de tamponamento são os seguintes: 
• Colapso do átrio direito (AD) no final da diástole 
(porque a pressão no saco pericárdico excede 
a pressão no interior do AD no final da diástole). 
• Colapso ou indentação da parede livre do 
ventrículo direito (VD), especialmente na via de 
saída. 
Tromboembolismo pulmonar 
↠ A embolia pulmonar se desenvolve quando uma 
substância transmitida pelo sangue se aloja em um ramo 
da artéria pulmonar e obstrui o fluxo sanguíneo. 
 
↠ A obstrução do fluxo sanguíneo pulmonar provoca 
broncoconstrição reflexa na área afetada do pulmão, 
perda de ventilação, comprometimento das trocas 
gasosas e perda de surfactante alveolar. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Os sinais clínicos de TEP são 
inespecíficos, como dispneia, dor torácica, hemoptise, 
síncope ou pré-síncope. Em alguns casos, pode ser 
assintomática e descoberta incidentalmente. 
 
 
ANAMNESE 
↠ Os sintomas da TEP são inespecíficos. Entretanto, a 
instalação aguda, muitas vezes súbita, de determinados 
sintomas, principalmente em pacientes com fatores de 
risco para TEP, deve fazer pensar nessa hipótese 
diagnóstica e iniciar a condução da investigação 
diagnóstica. 
↠ O sintoma mais frequente é a dispneia, seguida da dor 
torácica e depois da tosse. 
↠ A história clínica da EP caracteriza-se, normalmente, 
por um início agudo de dispneia e dor torácica, 
especialmente pleurítica. Outros sintomas também 
podem estar presentes como tosse, hemoptise síncope 
- sintomas também observados na TVP. Entretanto, 
arritmias e colapso hemodinâmico são apresentações 
menos frequentes. 
EXAME FÍSICO 
↠ O principal sinal na TEP é a taquipnéia (frequência 
respiratória acima de 20 respirações por minuto). 
↠ Ao exame físico, taquipneia e taquicardia são achados 
comuns em pacientes com EP. Também podem serr 
observados: edema nos pés e ánturrilhas, eritema, 
estertores, sons respiratórios diminuídos, sinais de 
hipertensão pulmonar, como distensão da veia jugular, 
componente B2 hiperfonético e elevação paraesternal 
ventricular. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
↠ Deve-se incluir alguns exames para avaliação inicial da 
patologia, como: oximetria de pulso, ECG, radiografia de 
tórax e gasometria arterial. Além de auxiliar na 
identificação da patologia, esses exames podem descartas 
outras suspeitas diagnósticas. 
OBS.: Os principais achados gasométricos da TEP são hipoxemia 
(PaO2<80mmHg) e hipocapnia (PaCO2 <33mmHg). A hipocapnia pode 
levar a alcalose respiratória (pH>7,45). Entretanto, a gasometria arterial 
normal não pode excluir TEP. (PINHEIRO; CARVALHO, 2007). 
↠ Após realizada a investigação inicial, pode-se realizar 
alguns exames para avaliação adicional objetivando-se a 
confirmação diagnóstica, dentre eles podemos citar: 
angiografia por tomografia computadorizada (angio-TC), 
dímero-d e troponina. 
 
 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
ACHADOS RADIOLÓGICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podemos definir o sinal da corcova de Hampton como uma imagem em 
cunha no parênquima do pulmão, cuja a sua base está voltada para a 
parte periférica do mesmo, enquanto a sua ponta é localizada em 
direção ao centro do pulmão. É uma área isquêmica na periferia do 
pulmão, porque ali não está chegando sangue adequadamente. 
O Sinal de Westermark é uma oligoemia que ocorre nos segmentos 
pulmonares, que estão mal perfundidos, devido à obstrução de alguns 
ramos segmentares ou lobares da artéria pulmonar. Oligoemia nada mais 
é do que uma diminuição do volume de sangue para aquela determinada 
região do pulmão. 
 
O sinal de Palla é uma dilatação da artéria pulmonar descendente à 
direita. 
Ainda nos pacientes com TEP, podemos encontrar áreas de atelectasia 
em determinados lobos pulmonares. A atelectasia é quando ocorre um 
colapso daquele pulmão, podendo ser total ou parcial. Isso ocorre porque 
aqueles alvéolos estão completamente vazios de ar. Pode se tornar uma 
situação extremamente grave se não for tratada de imediato. No TEP, o 
mais comum de encontrarmos são atelectasias laminares nas bases 
pulmonares. 
 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
 
 
ELETROCARDIOGRAMA 
↠ O achado de ECG mais comum no cenário de embolia 
pulmonar é a taquicardia sinusal. No entanto, o padrão 
“S1Q3T3” de cor pulmonale agudo é clássico; isto é 
denominado o Sinal de McGinn-White. 
 
↠ Uma grande onda S na derivação I, uma onda Q na 
derivação III e uma onda T invertida na derivação III juntas 
indicam tensão cardíaca direita aguda. Esse padrão ocorre 
apenas em cerca de 10% das pessoas com embolia 
pulmonar. 
ESCORE DE GENEBRA REVISADO OU WELLS 
 
Tuberculose 
↠ A tuberculose (TB) é uma doença pulmonar crônica 
e sistêmica grave. 
Afeta principalmente o pulmão (formas pulmonares), mas pode 
acometer outros órgãos (formas extrapulmonares). 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: As duas principais categorias 
de manifestações clínicas são: manifestações sistêmicas, 
relacionadas com a infecção; e manifestações locais, 
determinadas pelo órgão ou sistema acometido. 
↠ A tuberculose pulmonar primária é mais comum em 
crianças e adolescentes. Ela pode apresentar como uma 
forma clínica aguda e grave (menos frequente) ou como 
uma forma clínica lenta e insidiosa (mais comum). 
↠ O sintoma mais frequente da tuberculose pós-primária 
é a tosse. No curso inicial da doença ela pode ser não-
produtiva, mas subsequentemente ela se acompanha de 
expectoração, cujo aspecto pode ser mucóide ou 
purulento. A dispneia surge na doença avançada com 
comprometimento extenso do parênquima pulmonar. 
TUBERCULOSE NA INFÂNCIA 
↠ As crianças são particularmente vulneráveis à 
tuberculose. Os casos pediátricos de tuberculose 
representam 10% de todos os casos da doença. 
↠ Aproximadamente 90% das pessoas não fica doentes 
após a primoinfecção pelo M. tuberculosis, 
subsequentemente desenvolvendo infecção latente por 
tuberculose (ILTB). No entanto, as crianças apresentam 
maior risco de progressão da infecção tuberculosa para 
a tuberculose ativa e mais frequentemente desenvolvem 
formas extrapulmonares ou disseminadas da doença. 
↠ O risco de tuberculose ativa é maior em crianças com 
menos de 5 anos de idade, e evidências recentes 
sugerem que as crianças podem se infectar após apenas 
15-20 min de exposição ao M. tuberculosis. 
↠ Os principais sintomas da tuberculose pediátrica 
incluem fadiga, perda de apetite, sudorese noturna, 
fraqueza, perda de peso e febre (moderada, persistente 
por 15 dias ou mais, e frequentemente vespertina). 
ANAMNESE 
↠ A suspeita clínica é indicada principalmente pela 
presença de sintomas e pelo conhecimento de 
comorbidades e condições epidemiológicas que 
aumentam o risco de tuberculose em um determinado 
paciente. 
↠ O sintoma mais relatado na tuberculose pulmonar é a 
tosse persistente que, em geral, embora nem sempre, é 
produtora de muco e pode conter sangue. 
Sinal de Fleischner: dilatação da artéria pulmonar (surge em 20% dos 
casos). 
https://www.healio.com/cardiology/learn-the-heart/cardiology-review/topic-reviews/mcginn-white-sign
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
↠ Os aspectos sistêmicos da tuberculose incluem febre 
em aproximadamente 35% a 80%, mal-estar e perda de 
peso; pode ser uma variedade de anormalidades 
hematológicas, principalmente leucocitose e anemia. 
EXAME FÍSICO 
↠ Na maioria dos casos, os achados físicos não são 
particularmente úteis. As crepitações podem ser ouvidas 
na área do envolvimento, juntamente com os sons da 
respiração brônquica, quando a consolidação pulmonar é 
próxima da parede torácica. 
↠ Os sons de respiração anfórica (como o som baixo do 
sopro na porção superior de uma garrafa aberta) podem 
ser indicativos de uma cavidade. Os achados que incluemlinfadenopatia, sugestivos de tuberculose extrapulmonar, 
podem indicar também envolvimento pulmonar 
concomitante. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
➢ Baciloscopia direta (pesquisa de bacilos álcool-
acidorresistentes – BAAR) em duas amostras de 
escarro ou qualquer fluido corpóreo. Três 
coletas matinais de escarro, espontâneo ou 
induzido por aerossol com soro fisiológico (NaCl 
a 0,9%). Aspirado gástrico em crianças 
pequenas. 
➢ Testes de biologia molecular (testes rápidos – 2 
h): detecção de DNA do M. tuberculosis e 
investigação de resistência aos medicamentos, 
em amostras diretas de escarro. 
➢ Cultura quando a baciloscopia for repetidamente 
negativa ou quando há suspeita de cepa 
resistente, ou suspeita de infecção por 
micobactérias não tuberculosas ou nas formas 
extrapulmonares. M. tuberculosis apresenta 
crescimento lento. A cultura demora cerca de 6 
a 8 semanas. 
➢ Testes de sensibilidade em material obtido por 
cultura: quando houver suspeita de cepas 
resistentes, pacientes imunodeprimidos ou com 
baciloscopia positiva no final do 2º mês de 
tratamento 
➢ Radiografia do tórax: alterações dependem da 
fase da doença. Tuberculose primária: crianças 
com consolidações de resolução lenta sem 
predileção por lobos, especialmente com 
linfoadenomegalias hilares. Tuberculose pós-
primária: consolidações com predomínio nos 
lobos superiores e segmentos superiores dos 
lobos inferiores, com alta frequência de 
escavação, sendo que na doença ativa 
observam-se micronódulos que caracterizam a 
disseminação broncogênica. Na disseminação 
hematogênica (miliar), há micronódulos aleatórios 
disseminados nos pulmões. No acometimento 
crônico, há atelectasias e retração cranial dos 
hilos. Imunodeprimidos podem apresentar 
manifestações atípicas. A tomografia 
computadorizada demonstra melhor os achados, 
porém deve ser reservada para casos especiais. 
 
 
 
 
➢ Exames de imagem na tuberculose 
extrapulmonar: ecocardiografia, ultrassonografia, 
tomografia computadorizada e ressonância 
magnética. 
➢ Broncoscopia, laparoscopia: avaliação 
morfológica e coleta de material para exames 
microbiológicos e/ou histopatológico. 
➢ Exame histopatológico: utilizado no diagnóstico 
das formas extrapulmonares e formas 
pseudotumorais dos pulmões. Identificação de 
A radiografia frontal torácica em um jovem adulto mostra consolidação no segmento superior do 
lobo inferior direito associada à linfadenopatia hilar à direita (seta) por causa da infecção primária com 
Mycobacterium tuberculosis. A linfadenopatia branda paratraqueal à direita (cabeças de seta) também 
é visível. 
Tuberculose disseminada. A radiografia frontal do tórax em um paciente com tuberculose 
disseminada mostra inúmeros nódulos pequenos distribuídos randômica e bilateralmente, 
representando o padrão miliar. 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
granulomas com necrose caseosa com ou sem 
BAAR. 
➢ Prova tuberculínica. 
PROVA TUBERCULÍNICA 
TAMANHO DA INDURAÇÃO INTERPRETAÇÃO 
0 a 4 mm Não infectado, anérgico, 
imundeprimido, resultado 
falso-negativo ou 
tuberculose disseminada. 
5 a 9 mm Infectado com M. 
tuberculosis ou 
micobactérias não 
tuberculosas ou vacinado 
com BCG 
>10mm Infectado ou doente. 
 
Esquema básico para o tratamento da tuberculose em adultos e 
adolescentes: Rifampicina (R); isoniazida (H); pirazinamida (Z); etambutol 
(E) (PORTO & PORTO). 
BCG 
↠ A vacina BCG é indicada para crianças até os 4 anos, 
11 meses e 29 dias para prevenir as formas graves da 
tuberculose, como a meningoencefalite tuberculosa e a 
tuberculose miliar. 
↠ Não há recomendação de revacinar crianças que 
foram vacinadas com a vacina BCG e que não 
apresentem cicatriz vacinal independentemente do 
tempo transcorrido após a vacinação. 
↠ O esquema de vacinação com a vacina BCG 
corresponde à aplicação de dose única o mais 
precocemente possível após o nascimento. A 
administração da vacina BCG deve ser adiada quando a 
criança apresentar peso inferior a 2 kg ou quando 
apresentar lesões graves de pele. A administração da 
vacina é intradérmica, no braço direito, na altura da 
inserção do músculo deltoide, essa localização permite 
fácil verificação da existência de cicatriz. 
IMPORTANTE: A tuberculose é uma doença de notificação compulsória.

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