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Fisiologia do débito cardíaco

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Débito Cardíaco 
O que pode fazer o Debito Cardíaco variar: 
- Metabolismo: Quanto maior o metabolismo, maior o retorno venoso, maior o debito cardíaco 
- Idade: quanto maior a quantidade de tecido proteico na pessoa, maior será o seu debito 
cardíaco, logo, pessoas mais jovens tem maior debito cardíaco do que pacientes idosos (obs.: 
Jovens possuem maior quantidade de tecido muscular e o idoso tem maior quantidade de 
tecido adiposo) 
Porque a maioria dos atletas ou fisioculturismo tem a tendência de desenvolver a insuficiência 
cardíaca? Devido ao excesso de trabalho do coração, como tudo é músculo, chega uma hora 
que ocorre a saturação, o coração não consegue mais bombear aquela quantidade de sangue 
que era bombeada antes, é um desgaste natural fisiológico. 
- Sexo: Homem tem maior debito cardíaco do que mulher, devido ao homem ter maior 
quantidade de tecido proteico do que a mulher, devido a testosterona, ou seja, quantidade de 
tecido muscular presente no homem é superior do que na mulher (Gira em proporções de 1 de 
diferença, na mulher é 4,6 ml e o no homem 5,6 ml) 
Em função do Debito Cardíaco, que controla esse debito é o Retorno Venoso 
OBS.: Sistema Nervoso Simpático modula o Debito Cardíaco, se tirarmos o Sistema Nervoso 
Simpático a pessoa continua tendo Debito Cardíaco 
Como o Retorno Venoso controla o Debito Cardíaco? Bainbridge e Frank Sterling, ou seja, o grau 
de estiramento da musculatura do coração irá influenciar no debito cardíaco, se voltar muito 
sangue para o coração, irá ativar Bainbrigde, consequentemente ativará Frank Sterling, 
aumentando o Debito Cardíaco, logo, são princípios intrínsecos do próprio coração que irá 
controlar o debito cardíaco e quem ativa esses mecanismos é o retorno venoso 
Paciente com Trombose? Ocorre um aumento da resistência periférica, diminuindo o retorno 
venoso, diminuindo o debito cardíaco, logo, qualquer situação que aumente a resistência 
periférica interfere no Debito Cardíaco 
Resistência Periférica é inversamente proporcional ao Debito Cardíaco, logo: 
Aumento da Resistência Periférica  Diminuição do Debito Cardíaco 
Pode modular o Debito Cardíaco deixando o Coração: 
 
- Hipereficaz: ocorre um aumento do debito cardíaco, isso é causado por uma hipertrofia 
cardíaca, porém não a patológica e sim uma hipertrofia excêntrica, camada muscular cardíaca 
cresce de dentro para fora não alterando o tamanho da câmara cardíaca, tendo uma maior 
força de contração, outro fator que pode tornar o coração hipereficaz é o Sistema Nervoso 
Simpático (Beta 1), em condições de luta/fuga o coração libera muita mais sangue que o 
normal (no caso do sistema nervoso simpático é um fator agudo e hipertrofia cardíaca é 
crônico) 
OBS.: Isso ocorre quando praticamos exercícios aeróbicos, temos angiogênese quando 
aumentamos a capacidade de oxigênio do tecido (aumento do metabolismo), se fizermos um 
exercício aeróbico ocorre maior consumo de oxigênio, com isso, a criação de novos vasos e 
novas células) 
OBS.2: Pessoas com essa hipertrofia excêntrica tendem a ter Bradicardia, o Debito Cardíaco é 
Frequência Cardíaca x Volume de Ejeção, nesses casos ocorre um aumento no Volume de 
Ejeção e para não ter problemas no debito ocorre uma diminuição da Frequência Cardíaca, 
mantendo o debito em condições fisiológicas 
- Hipoeficaz: ocorre diminuição do debito cardíaco, isso ocorre em casos de problemas 
cardíacos, o coração somente fica hipoeficaz em casos patológicos (Ex.: Arritmias, Sopros, 
Tromboses, Insuficiência Cardíaca, etc.) 
OBS.: Podemos tornar o coração do paciente hipoeficaz através de fármacos antiarrítmicos, 
como por exemplo o Atenolol e Propanolol (Antagonista Beta-Adrenérgico) 
O aumento do Debito Cardíaco causa Aumento da Pressão 
Porém em uma situação fisiológica, quando aumentamos o debito cardíaco não queremos 
aumentar a pressão arterial, com isso, ocorre a ativação dos barorreceptores para que ocorra 
uma vasodilatação e diminuir a resistência periférica, então: 
Porque quando aumentamos o Debito Cardíaco, podemos manter a pressão arterial em pessoas 
normotensas? Não é regra aumentar a pressão arterial sempre que aumentamos o debito 
cardíaco, a pressão arterial é controlada por duas variáveis, Debito Cardíaco e Resistência 
Periférica, logo, quando o debito cardíaco tende aumentar, em um pessoa normal 
(normotensa), a resistência periférica diminui para manter a pressão arterial, isso ocorre porque 
quando aumenta o debito cardíaco, ocorre um aumento da pressão arterial, isso ativa os 
Barorreceptores presentes no Arco Aórtico, os quais mandam uma informação para o Centro 
Vasomotor presente no Tronco Encefálico, fazendo com que o Centro Vasodilatador iniba o 
Centro Vasoconstritor para manter a pressão normal. 
OBS.: Paciente na hipotensão, queremos aumentar o debito cardíaco, aumentando o volume 
do paciente, os barorreceptores atuam também no sentido de fazer a pressão subir, eles sentem 
a baixam pressão e mandar uma informação para o Centro Vasomotor estimular o Centro 
Vasoconstritor, com isso, aumentando a resistência periférica (contração de arteríolas) e 
contraindo as veias (aumentando retorno venoso), assim subindo a pressão do paciente 
No entanto, não é possível controlar essa Pressão Arterial por muito tempo, porque os 
Barorreceptores tendem a se adaptar aquela nova pressão com o tempo 
Temos Situações Fisiológicas onde o Debito Cardíaco da pessoa já é alterado perante a 
condição em que vive, 
Exemplos: 
Paciente com hipertireoidismo, significa que produz muito hormônio tireoidiano tendo uma taxa 
metabólica alta, ou seja, os tecidos estão consumindo muito oxigênio, então esse paciente 
precisa de muito mais fluxo sanguíneo, assim, esperado que tenha um aumento de debito e não 
necessariamente tem um aumento de pressão arterial, ou seja, apesar do hipertireoidismo a 
pessoa é normotensa. 
Em caso de alterações cardíacas devido a patologias (Ex.: Infarto) os pacientes possuem debito 
cardíaco abaixo 
Portanto: O corpo tende a se adaptar as condições fisiológicas da pessoa (mudanças na 
fisiologia), aumentando ou diminuindo o Debito Cardíaco 
Outra variável que altera o Debito Cardíaco é a: 
- Pressão Atrial Direita (Pressão Venosa Central): quando ocorre um aumento dessa pressão, o 
Delta P deixa de ser 0 mmHg e torna-se maior, com isso, ocorre uma diminuição do Retorno 
Venoso, logo, o Retorno Venoso é quem controla o Debito Cardíaco, se o Retorno Venoso está 
diminuído, diminui debito cardíaco (Ex.: Insuficiência Cardíaca Direita) 
Na Insuficiência Cardíaca Direita o Ventrículo Direito não possui uma alta força de contração, ou 
seja, todo o sangue presente nessa câmara não é ejetado para a Artéria Pulmonar, com isso, 
temos uma Reversa Cardíaca muito maior do que a fisiológica, assim, o Átrio Direito não 
consegue mandar sangue para o Ventrículo Direito, gerando um aumento da Pressão Atrial 
Direita (ou Pressão Venosa Central), alterando o Delta P, com isso os vasos não conseguem 
mandar sangue para o Átrio Direito, diminuindo o Retorno Venoso e o Debito Cardíaco 
Tamponamento Cardíaco: quando o paciente desenvolve tamponamento cardíaco, o Debito 
Cardíaco diminui, o tamponamento é quando acumula liquido no pericárdio (capsula), quando 
isso ocorre aumenta a pressão (pressão venosa central) naquele órgão, com isso, não tem Delta 
P para ter um Retorno Venoso 
OBS.: Tamponamento Cardíaco é dito como uma forma aguda de diminuição do Debito 
Cardíaco, enquanto Insuficiência Cardíaca é algo mais crônico, vai diminuindo com o tempo o 
Debito Cardíaco 
Retorno Venoso 
O retorno venoso controla o debito cardíaco, quem controla o retorno venoso são as Veias, 
quando são contraídas ocorre um aumento de pressão, com isso, aumentando o retorno venoso 
As 3 variáveis que interferem no Retorno Venoso são: 
- Pressão de Enchimento Sistêmico (Pressão Venosa Periférica) 
- Pressão Atrial Direita (Pressão Venosa Central)- Resistência Periférica 
A influência da Veia no retorno Venoso é chamada de “Pressão de Enchimento Sistêmico” (= 
Pressão Venosa Periférica), isso ocorre quando um vaso aumenta de volume passivamente (não 
precisa que o coração contraia para aumentar volume), se aumentarmos essa pressão, ocorre 
um aumento do Retorno Venoso 
Outra variável que pode influenciar o Retorno Venoso é a “Pressão Atrial Direita” (= Pressão 
Venosa Central), se aumentarmos essa pressão, ocorre uma diminuição do Retorno Venoso. 
A última variável que pode influenciar é a “Resistência Periférica” (das Arteríolas), quanto maior 
a resistência periférica maior será a retenção de sangue nas artérias, com isso, diminuindo o fluxo 
sanguíneo, assim, com o menor fluxo diminuímos o Retorno Venoso 
Portanto: 
A Pressão de Enchimento Sistêmico é diretamente proporcional ao Retorno Venoso 
A Pressão Atrial Direita e Resistência Periférica é inversamente proporcional ao Retorno Venoso 
 
A Linha Vermelha representa a “Pressão Enchimento Sistêmica”, a qual podemos considerar em 
torno de 8 mmHg 
Pressão Atrial Direito x Pressão de Enchimento Sistêmico 
As situações em que o Retorno Venoso está alto, é quando a Pressão Atrial Direita está baixa 
A Pressão de Enchimento Sistêmico é 8 mmHg, quando a Pressão Atrial direita é 0 ocorre um alto 
retorno venoso 
A Pressão de Enchimento Sistémico é 8 mmHg, quando a Pressão Atrial Direita aumenta para 4 
tem uma diminuição no retorno venoso 
Quando a Pressão de Enchimento Sistêmico e a Pressão Atrial Direita se igualam não tem Delta P 
(zerado), ou seja, não ocorre Retorno Venoso 
Se diminuir a Pressão Atrial Direita o Retorno Venoso não aumenta, podemos observar no período 
de “Platô” até a “Zona de Transição” que o Retorno Venoso é praticamente constante, não 
ocorre um aumento do retorno venoso, porque o coração é limitado, ou seja, a quantidade de 
sangue não caberia dentro do coração, o coração não conseguiria ejetar imensas quantidades 
de sangue 
Observações: 
Paciente com Insuficiência Cardíaca não tem muito Debito Cardíaco (pouca força), com isso, a 
Pressão Atrial Direita aumenta e começa a se aproximar a Pressão de Enchimento, com isso, 
diminuindo o Retorno Venoso, logo, esse paciente terá uma diminuição no Debito Cardíaco 
devido a uma diminuição na força e do Retorno Venoso 
Como o corpo fisiologicamente evita que a Pressão de Enchimento e a Pressão Atrial Direita se 
igualam e anulem o Delta P? Se o a Pressão Atrial Direita estiver alta significa que o coração está 
com pouco Debito Cardíaco e Retorno Venoso, assim o sangue começa fazer um fluxo 
retrógado, porém, pela própria estrutura das veias (capacidade de armazenar sangue) começa 
ocorrer um acumulo de sangue dentro delas, se aumenta o volume dentro das veias ocorre um 
aumento da Pressão de Enchimento, logo, ao passo que vai aumentando a Pressão Atrial Direita, 
aumenta a Pressão de Enchimento, isso é um mecanismo fisiológico do corpo que evita as 
pressões se igualarem, porém, chega um momento que a veia não aguento mais tanto volume, 
com isso, começa aparecer os edemas, portanto, o edema é um sinal de saturação das veias 
Variáveis que influenciam na Pressão de Enchimento 
- Volume: quanto maior a volume, maior a pressão de enchimento, quanto menor o volume 
menor a pressão de enchimento 
- Sistema Simpático: faz contração das veias, quando ocorre a contração ocorre um aumento 
de pressão dentro das veias 
OBS.: Durante o exercício físico ativamos simpático para ocorrer um aumento da Pressão de 
Enchimento, para aumentar o Retorno Venoso e o Debito Cardíaco 
Resistência Periférica no Retorno Venoso 
Aumentou a Resistencia Periférica, diminui o Retorno Venoso 
Diminuiu a Resistência Periférica, aumenta o Retorno Venoso 
Isso é para qualquer valor de Pressão Atrial Direita e para qualquer valor de Pressão de 
Enchimento Sistêmica, ou seja, podemos ter uma Pressão de Enchimento de 8 mmHg e uma 
Pressão Atrial Direita de 0 mmHg, se aumentarmos a Resistência Periférica, ocorrerá uma 
diminuição do Retorno Venoso 
Resistência Periférica é impedir o fluxo sanguíneo, ou seja, quando ela está alta, as Arteríolas 
impedem que o Sangue presente das Artérias passe, com isso, diminuindo o fluxo 
 
Linha Verde: Se tem o dobro da Resistência (2x), mesmo tendo uma Pressão Atrial Direita 0 mmHg 
e uma Pressão de Enchimento de 7 mmHg teremos um baixo retorno venoso 
Linha Azul: Se tem uma Resistência baixa (1/2), com um Pressão Atrial Direita de 0 mmHg e uma 
Pressão de Enchimento de 7 mmHg o Retorno Venoso será alta 
Porém, quando a Pressão Atrial Direita se iguala a Pressão de Enchimento, os vasos podem estar 
com nenhuma resistência, e mesmo assim, não terá retorno venoso 
Se a Pressão Atrial Direita for 4 mmHg e a Pressão de Enchimento for 7 mmHg o Retorno Venoso 
será baixo, independente da Resistência Periférica estar alta ou baixa 
Portanto: As duas principais variáveis são: Pressão Atrial Direita e Pressão de Enchimento, a 
vasoconstrição ou vasodilatação (aumento ou diminuição da resistência periférica) é um fator 
de escape, ou seja, vai ajudar em algumas situações 
Por exemplo: Em um paciente que a Pressão Atrial Direita é 5 mmHg e a Pressão de Enchimento 
é 7 mmHg, é melhor que ocorra uma vasodilatação (diminuição da resistência periférica), pois 
com a vasodilatação ocorrerá um aumento do fluxo sanguíneo para as veias, se chega mais 
sangue para as veias a Pressão de Enchimento aumenta, com isso, aumenta o Delta P, 
aumentando o Retorno Venoso 
 
 Quatro pacientes: Verde, Vermelho, Preto e Azul 
O que é esperado dos 4 pacientes se a Pressão Atrial Direita chegue a 4 mmHg? 
Resposta: O retorno venoso do paciente preto será zerado, pois sua Pressão de Enchimento é de 
2,3 mmHg, seu Delta P ficará negativo, isso mesmo se o paciente não tenha resistência alguma, 
podemos observar que em seus vasos tem 1/3 de resistência, nos outros pacientes ocorrerá uma 
diminuição do retorno venoso 
Porque no paciente azul o retorno venoso é maior que todos os outros? 
Resposta: Pois a sua Pressão de Enchimento está alta e a Resistência Periférica está baixa 
O que acontece no paciente verde? 
Resposta: O Retorno Venoso do paciente verde não está tão baixo, porque apesar de a 
resistência periférica dele estar muito alta, a Pressão de Enchimento também é muito alta, com 
isso, consegue manter o retorno venoso

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