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SECREÇÃO 1 SECREÇÃO FISIOLOGIA GASTROINTESTINAL https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 2 SECREÇÃO CONTEÚDO: ADA CORDEIRO DE FARIAS CURADORIA: DANIELA CARVALHO https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 SECREÇÃO SALIVAR..................................................................................... 4 Glândulas salivares ................................................................................................. 4 Mecanismo de secreção ......................................................................................... 5 Controle da secreção salivar ................................................................................... 6 SECREÇÃO GÁSTRICA .................................................................................. 7 Secreção de ácido ................................................................................................... 7 Secreção de fator intrínseco ................................................................................... 9 Secreção de pepsinogênio ...................................................................................... 9 Secreção de muco e HCO3- .................................................................................... 9 SECREÇÃO PANCREÁTICA ........................................................................ 10 Mecanismo de secreção ....................................................................................... 10 Regulação da secreção pancreática ...................................................................... 12 SECREÇÃO HEPÁTICA E BILIAR ............................................................... 12 Produção e secreção da bile ................................................................................. 13 Referências..................................................................................................... 15 https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 4 INTRODUÇÃO O funcionamento do trato gastrointestinal (TGI) é dependente das secreções que este re- cebe, uma vez que cada segmento desse sis- tema recebe um ou mais tipos de secreção dis- tintos e específicos para a etapa de digestão e/ou absorção que realiza. As secreções, além de conterem enzimas e fatores de proteção da mucosa, contêm substâncias que tornam o pH adequado a atividade enzimática daquele lo- cal, garantindo o sucesso dos mecanismos de quebra de macromoléculas. Essas secreções podem ser produzidas por células especializa- das no epitélio de alguns segmentos, como também por órgãos anexos, como pâncreas e fígado. SECREÇÃO SALIVAR A saliva é uma secreção exócrina e hiposmó- tica que contém água, muco, proteínas, eletró- litos e imunoglobulinas, sendo produzida pelas glândulas salivares. Ela exerce um papel funda- mental no processo de digestão, pois lubrifica o alimento ingerido na dieta, possibilitando a formação do bolo alimentar e a deglutição. Além disso, por difundir as moléculas alimen- tares aos botões gustativos linguais, a saliva propicia a gustação e estimula o apetite. Ou- tras funções da saliva são proteção bucal con- tra bactérias, manutenção da integridade dos dentes e prevenção de lesões esofágicas cau- sadas por refluxo gástrico, isto devido a sua al- calinidade. Ademais, a saliva contém α-amilase, enzima responsável pela digestão de carboidratos. Em indivíduos saudáveis e com secreção ade- quada de suco pancreático, a α-amilase salivar exerce pouco efeito na digestão dessas macro- moléculas, pois as amilases pancreáticas estão em quantidade mais do que suficiente para re- alizar essa ação. Entretanto, em indivíduos com alterações na produção ou secreção da amilase pancreática, como neonatos ou paci- entes com insuficiência pancreática, a amilase salivar adquire bastante importância na diges- tão dos sacarídeos. Outros componentes importantes da saliva são lisozima e lactoferrina, importantes contra colonização bacteriana; IgA, essencial na de- fesa imunológica; mucinas e água, que exer- cem papel de lubrificação; e cálcio e fosfato, solutos que atuam na manutenção dos dentes. Glândulas salivares Localização das glândulas salivares. Anatomia e Fisiolo- gia de Seeley, 10ed. As glândulas salivares são compostas por áci- nos em formato de cacho de uva que drenam em um sistema de ductos progressivamente maiores – ductos intercalares, ductos intralo- bulares e ductos interlobulares – até desembo- carem no interior da cavidade bucal. Por causa disso, elas são denominadas glândulas tubulo- acinares. Os ácinos e os ductos salivares são https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 5 envolvidos por miofibroblastos, células contrá- teis que impulsionam a saliva para fora da glândula por diminuírem a resistência ao fluxo nos ductos. Histologia das glândulas salivares. Anatomia e Fisiolo- gia de Seeley, 10ed. Cerca de 90% da saliva é produzida por três pa- res de glândulas: glândulas parótidas, glându- las sublinguais e glândulas submandibulares. As glândulas parótidas localizam-se na região parotideomassetérica e drenam, pelo ducto parotídeo, na parte superior da boca. Elas são compostas por ácinos serosos e, portanto, têm secreção serosa e rica em proteínas, com quantidade expressiva de α-amilase. As glân- dulas sublinguais localizam-se abaixo da língua e possuem ácinos serosos e mucosos, sendo estes muito mais numerosos, de modo que a composição da secreção dessas glândulas é predominantemente de mucina (glicoprote- ína). Já as glândulas submandibulares possuem quantidades equivalente de ácinos serosos e mucosos e, portanto, têm secreção mista. Os outros 10% de saliva são produzidos por glân- dulas salivares menores da submucosa bucal, sendo a secreção delas basicamente mucosa. Mecanismo de secreção A secreção salivar produzida nos ácinos, cha- mada de secreção salivar primária, sofre modi- ficações ao longo do trajeto nos ductos até sua composição final, liberada na cavidade bucal. A secreção salivar primária é isotônica em re- lação ao plasma, com concentrações similares de Na+, K+, HCO3- e Cl-. O cotransportador Na/K/2Cl, a bomba Na-K-ATPase e os canais para K+ na membrana basolateral impulsio- nam a entrada desses íons na célula acinar e a consequente liberação de K+, Cl- e HCO3 por canais na membrana apical. Já o Na+ é trans- portado para o lúmen principalmente por via paracelular, levando água consigo, já que o epitélio é permeável a esta. Também há outros transportadores que estão envolvidos com a secreção acinar localizados na membrana ba- solateral, como o trocador Na-H. Mecanismos de secreção e absorção das células do ducto salivar. Fisiologia Médica: Uma abordagem Inte- grada [Série Lange], 1ed. Nos ductos salivares, o fluido isotônico libe- rado pelos ácinostorna-se hipotônico sob bai- xas taxas se secreção. Isso se deve pela absor- ção de Na+ e Cl- e pela secreção de K+ e HCO3- https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 6 pelas células dos ductos, cujo epitélio é pouco permeável à água, de modo que a secreção sa- livar possui maiores concentrações de K+ e Cl- em relação ao plasma. A reabsorção de Na+ ocorre por entrada do Na+ na célula do ducto através do canal ENaC e do trocador Na-H lo- calizados na membrana apical, com posterior saída desse íon pela bomba Na/K-ATPase na membrana basolateral. O H+ captado pelo tro- cador Na-H é reciclado pelo trocador H-K api- cal, promovendo a saída de K+ da célula, o qual entrou na célula por ação da bomba Na-K- ATPase e dos canais para K+ basolaterais. Já a reabsorção de Cl- ocorre por entrada do íon na célula através do trocador Cl-HCO3 e saída dele através de canais para Cl- na membrana basolateral. Importante ressaltar que parte do Cl- que entra na célula volta para o lúmen atra- vés de canais para Cl- apicais, como CFTR. Es- ses transportadores também estão envolvidos com a secreção de HCO3-, pois a saída de Cl- pelos canais apicais impulsiona a entrada desse íon pelo trocador Cl-HCO3, levando à se- creção de HCO3- para o lúmen. Importante ressaltar que o fluido acinar é mo- dificado nos ductos adequadamente sob bai- xas taxas de secreção. Sendo assim, em altas taxas de secreção, o fluido salivar fica mais iso- tônico em relação ao plasma, pois o fluido não permanece tempo suficiente nos ductos para sofrer modificações expressivas. Controle da secreção salivar O controle da secreção salivar é realizado pelo sistema nervoso autônomo parassimpático e simpático. O controle parassimpático é o prin- cipal estimulador da produção salivar, tanto quantitativamente quanto qualitativamente, e tem início no núcleo salivatório, localizado no tronco cerebral. O estímulo dele pela visão, odor ou gosto do alimento promove a secre- ção das glândulas salivares, podendo induzir a salivação antes mesmo de sua ingestão. As fi- bras parassimpáticas alcançam as glândulas através dos nervos cranianos facial (glândulas sublingual e submandibular) e glossofaríngeo (parótidas) e exercem seus efeitos mediante li- gação da acetilcolina ao receptor muscarínico M3. Além disso, a inervação parassimpática promove a dilatação dos vasos sanguíneos das glândulas, aumentando o suprimento metabó- lico para elas. Já o controle simpático tem um papel modulador da secreção salivar, Xerostomia ou “boca seca” é um sintoma característico da Síndrome de Sjögren. Nessa doença, anticorpos autorreativos lesionam as glândulas lacrimais e salivares, comprometendo a produção e secreção de saliva. Esses pacientes apresentam, portanto, queixas como dificuldade na mastigação e na deglutição, perda de paladar, dentição pobre e mucosa oral seca e eritematosa. Além disso, eles frequentemente desenvolvem ceratoconjuntivite seca, devido ao comprometimento das glândulas lacrimais. https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 7 facilitando o fluxo de saliva a partir da estimu- lação das células mioepiteliais. Controle parassimpático da secreção salivar. Fisiologia Médica: Uma Abordagem Integrada [Série Lange], 1ed. SECREÇÃO GÁSTRICA O estômago localiza-se no quadrante superior esquerdo do abdome e atua como câmara para armazenar e misturar o alimento, iniciar o processo de digestão proteica e secretar substâncias endócrinas e exócrinas. Nesse pro- cesso, o bolo alimentar proveniente da cavi- dade oral transforma-se em quimo, devido à atuação de substâncias exócrinas liberadas pela mucosa gástrica. O estômago é dividido em 4 regiões: cardia, fundo, corpo e antro, sendo que cada uma de- las possui características distintas no que se re- fere à composição celular e secreção de subs- tâncias exócrinas. As células da cardia e do an- tro secretam muco e HCO3-, enquanto as célu- las do corpo e do fundo, além de secretarem muco e HCO3-, secretam ácido clorídrico, pep- sinogênios e fator intrínseco. Secreção de ácido A secreção de ácido no estômago é realizada pelas células parietais localizadas nas glându- las gástricas da mucosa estomacal. Ela é essen- cial para a digestão de macromoléculas protei- cas, pois a conversão do pepsinogênio em sua forma ativa, pepsina, ocorre apenas em pH baixo. Além disso, tem função antimicrobiana, protegendo a mucosa do trato gastrointestinal contra possíveis infecções. Mecanismo de secreção de HCl. Fisiologia Médica: Uma Abordagem Integrada [Série Lange], 1ed. A secreção de HCl para a cavidade estomacal é realizada por atividade da bomba H-K-ATPase, localizada na membrana apical da célula parie- tal estimulada. Essa célula, sob estímulo, sofre um rearranjo em que as membranas tubulove- siculares, ricas em bomba H-K-ATPase, fusio- nam-se à membrana dos canalículos secreto- res. A bomba H-K-ATPase promove a saída de H+ em troca da entrada de K+, sendo este reci- clado de volta para o lúmen através de canais para K+. A elevação do pH intracelular devido à saída de íons H+ impulsiona a entrada de H2O e CO2 na célula, os quais são convertidos pela enzima anidrase carbônica em HCO3- e H+. Este deixa a célula pela bomba H-K-ATPase na membrana apical, enquanto o HCO3- deixa https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 8 a célula pela membrana basolateral através do trocador Cl-HCO3. A partir desse processo, ocorre a entrada de Cl- na célula, o qual é se- cretado pela célula por canais de Cl- na mem- brana apical. Dessa forma, as células apicais secretam HCl. A atividade da célula parietal é controlada por mecanismos neuroendócrinos. Acetilcolina (neurotransmissor vagal), histamina e gastrina estimulam a secreção de ácido, enquanto a so- matostatina inibe. A ACh estimula a célula pa- rietal diretamente ao ligar-se ao receptor M3 na membrana basolateral, dando início à transdução de sinal da via da PLC, e indireta- mente ao estimular a secreção de histamina. Esta estimula a célula parietal ao se ligar ao re- ceptor H2 na membrana basolateral, culmi- nando na geração de AMPc. A gastrina, assim como a acetilcolina, impulsiona direta e indire- tamente a atividade das células parietais atra- vés da ligação ao receptor CCKb, ativando a via da PLC, e da ativação das células enterocroma- fins, secretoras de histamina. Já a inibição da secreção ácida é responsabili- dade principalmente da somatostatina. Ela age diretamente ao se ligar a um receptor na mem- brana basolateral e inibir a adenilil ciclase, an- tagonizando a ação da histamina. Além disso, a somatostatina age indiretamente, inibindo a secreção de gastrina pelas células G e de hista- mina pelas enterocromafins. Outros hormô- nios entéricos com ação inibitória sobre a se- creção ácida são colecistocinina, secretina, peptídeo YY e GIP. Estímulo à secreção ácida em resposta à distensão. Fisi- ologia Médica: Uma Abordagem Integrada [Série Lange], 1ed. A secreção ácida ocorre tanto nos períodos in- terdigestivos quanto no momento das refei- ções, sendo mais expressiva, quantitativa- mente, durante estas. Nas refeições, a secre- ção de ácido ocorre em três fases: cefálica, gás- trica e intestinal. A fase cefálica é responsável pela produção de 30% de todo o ácido secre- tado e ocorre antes da chegada de alimentoao estômago. Olfato, visão, paladar, pensamento O inibidor da bomba H-K-ATPase gástrica omeprazol é bastante útil em pacientes com hipersecreção ácida e refluxo gastroesofágico, pois reduz a secreção de ácido pelas células parietais. https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 9 e deglutição estimulam o núcleo motor do nervo vago e, a partir deste, levam à secreção ácida. Isso ocorre tanto por liberação de ACh e estimulação da secreção de gastrina e hista- mina quanto por inibição da secreção de soma- tostatina. Quando o alimento entra o estômago, rico em proteínas parcialmente digeridas, provoca a distensão da mucosa gástrica e dá início a fase gástrica. Nesta, a ativação do reflexo vagova- gal e do sistema nervoso entérico promovem liberação de ACh, estimulando a secreção de HCl. Além disso, há estimulo à secreção de gas- trina, em resposta às proteínas parcialmente digeridas no antro estomacal. Na fase gástrica, entretanto, também ocorre inibição da secre- ção ácida, devido ao pH baixo estimular a se- creção de somatostatina no antro. A última fase é denominada intestinal e ocorre devido à presença de aminoácidos e peptídeos parcialmente digeridos no início do segmento intestinal, os quais estimulam a secreção de gastrina. Secreção de fator intrínseco A secreção de fator intrínseco é realizada pelas células parietais por exocitose, sendo estimu- lada pelos mesmos fatores que estimulam a secreção de HCl. Secreção de pepsinogênio Pepsinogênios são as proteínas precursoras inativas das pepsinas, sendo convertidos nes- tas por clivagem no peptídeo N-terminal em meio ácido. Eles são secretados pelas células principais estômago mediante exocitose com- posta, processo em que grânulos secretórios fundem-se a outros grânulos e à membrana plasmática para serem liberados das células. Isso permite que, após um pico inicial de libe- ração, devido à exocitose dos pepsinogênios pré-formados, a secreção dos pepsinogênios recém-sintetizados torne-se sustentada. Im- portante ressaltar que o armazenamento da forma inativa da enzima é um fator de prote- ção estomacal, pois evita a autodigestão do es- tômago. A secreção desses zimogênios é estimulada por aumento de AMPc e Ca2+ intracelular. Dessa forma, secretina, VIP, β2-adrenérgicos e PGE2 estimulam a secreção de pepsinogênio por se ligarem a receptores nas células parie- tais e ativarem a adenilil ciclase, levando ao au- mento do AMPc. Já a ACh e a gastrina/colecis- tocinina estimulam a secreção de pepsinogê- nio por promoverem aumento da concentra- ção intracelular de Ca2+, após ligarem-se, res- pectivamente, aos receptores M3 e CCKa e ati- varam vias de transdução que cursam com au- mento da concentração desse íon. Desses ago- nistas, o mais relevante é a secreção de ACh, neurotransmissor vagal. Secreção de muco e HCO3- Para proteger o epitélio estomacal contra os efeitos lesivos do pH ácido e da ação de enzi- mas, as células gástricas secretam muco. A ca- mada mucosa compreende mucina, fosfolipí- deos, eletrólitos e água, sendo a mucina, uma glicoproteína de elevado peso molecular, o elemento principal para o efeito protetor do epitélio. Ela é produzida constantemente pelas células mucosas superficiais, células mucosas do colo e células mucosas glandulares em https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 10 resposta à estimulação vagal e a irritação da mucosa gástrica. Outra substância importante na proteção da mucosa gástrica é o HCO3-, o qual é captado pelo cotransportador Na/HCO3- na membrana basolateral das células epiteliais e liberado por um canal na membrana apical, sob estímulo do nervo vago e da presença de ácido intralumi- nal. O HCO3- cria um microambiente abaixo da barreira mucosa, impermeável à difusão de H+ do lúmen para as células superficiais, que é ca- paz de neutralizar ácido proveniente da cavi- dade gástrica. SECREÇÃO PANCREÁTICA O pâncreas é um órgão localizado na região do epigástrio e que possui, devido a sua secreção exócrina, papel imprescindível na hidrólise de carboidratos, proteínas e lipídios no intestino delgado. Sua parte exócrina, assim como nas glândulas salivares, é composta por glândulas tubuloacinares, em que ácinos em formato de cachos de uvas se organizam em lóbulos e co- nectam-se a ductos progressivamente maiores até unirem-se ao ducto pancreático principal. A secreção exócrina pancreática, denominada suco pancreático, contém mais de 20 zimogê- nios diferentes e enzimas envolvidos com a digestão, além de bicarbonato, importante para a adequação do pH ácido do quimo à al- calinidade necessária no intestino delgado. Im- portante ressaltar que o armazenamento das enzimas inativas na forma de zimogênios é cru- cial para evitar a autodigestão do pâncreas. Além da secreção de proteases, amilase, lipa- ses e nucleases, o pâncreas secreta proteínas moduladoras dessas enzimas, como colipase e inibidores da tripsina. Outro peptídeo secre- tado pelo pâncreas é o peptídeo monitor, o qual exerce papel na adequação da secreção pancreática às necessidades da digestão intes- tinal. Mecanismo de secreção As células acinares são as responsáveis por se- cretar os componentes proteicos do suco pan- creático sob estímulo de secretagogos. Estes, especialmente colecistocinina e acetilcolina, li- gam-se a seus receptores na membrana baso- lateral das células acinares e, por meio da transdução de sinal vinculada à fosfolipase C, promovem a exocitose composta dos grânulos de zimogênios, liberando seu conteúdo no lú- men. Os ácinos, além das enzimas, secretam um flu- ido isotônico que hidrata o material proteico secretado, com concentração de Na+, K+, Cl- e HCO3- semelhante à do plasma. A bomba Na- K-ATPase na membrana basolateral da célula acinar gera um gradiente de Na+ que impulsi- ona a captação desse íon através do cotrans- portador Na/K/Cl. O K+ que entra na célula a partir desse cotransportador retorna ao inters- tício por canais para K+ na membrana basola- teral, enquanto o Cl- encaminha-se para o O HCl secretado emerge ao lúmen através da barreira mucosa sem direcionar-se para as laterais em um processo denominado digitações viscosas. https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 11 lúmen acinar através de canais para Cl- na membrana apical. A secreção de Cl- torna a voltagem transepitelial mais negativa, levando à secreção de Na+, acompanhado por água, para o lúmen acinar. Ao seguir para o ducto pancreático, a secreção acinar sofre modificações em sua composição, especialmente em relação à concentração de HCO3-. Este é captado pelas células dos ductos através do cotransportador Na/HCO3- locali- zado na membrana basolateral, além de ser produzido intracelularmente por ação da ani- drase carbônica. O Na+ que entra na célula por esse cotransportador é reciclado para fora da célula pela bomba Na-K-ATPase, enquanto o HCO3- é secretado pela membrana apical me- diante troca com o Cl-, através do trocador HCO3-Cl. O Cl- que entra na célula por esse tro- cador é reciclado para fora através do CFTR (regulador de condutância transmembrana da fibrose cística), um canal ativado por AMPc, e por canais para cloreto na membrana apical, mantendo a atividade do trocador HCO3-Cl. A secreção de HCO3- é acompanhada pelotrans- porte paracelular de Na+ e água para o lúmen do ducto, impulsionado pela voltagem lúmen negativa gerada pelo HCO3-. Transporte nos ductos pancreáticos. Fisiologia Médica: Uma Abordagem Integrada [Série Lange], 1ed. A secreção de HCO3- pelo suco pancreático é essencial para alcalinização do quimo Produtos das células acinares Precursores das proteases • Tripsinogênio • Quimiotripsinogênio • Proelastase • Procarboxipeptidase A • Procarboxipeptidase B Enzimas digestivas de amido • Amilase Enzimas digestivas de lipídios ou precursores • Lipase • Esterase inespecífica • Fosfolipase A2 Nucleases • Desoxirribonuclease • Ribonuclease Fatores reguladores • Procolipase • Inibidores de tripsina • Peptídeo monitor Indivíduos com fibrose cística possuem função anormal do canal CFTR, de modo que a secreção de bicarbonato e de água pelos ductos está comprometida. Isso pode causar retenção e ativação inapropriada das enzimas proteolíticas no pâncreas e, consequentemente, lesões nesse órgão. Para que possam ter nutrição adequada, essas pessoas devem receber suplementação com enzimas pancreáticas e antiácidos. https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 12 proveniente do estômago e, portanto, para a atuação das enzimas pancreáticas no intestino delgado. Regulação da secreção pancreática A secreção dos ácinos pancreáticos é estimu- lada principalmente pela CCK e pelo ACh, os quais se ligam, respectivamente, aos recepto- res CCKa e M3 na membrana basolateral da cé- lula acinar, desencadeando a via de transdu- ção de sinal através da fosfolipase C. Outros re- ceptores que estimulam a secreção acinar es- tão presentes na membrana basolateral dos ácinos, como: • Receptor para peptídeo de liberação da gastrina (GRP) • Receptor para somatostatina • Receptor para o peptídeo intestinal va- soativo (VIP) • Receptor envolvido com o gene da cal- citonina • Receptor para secretina Receptores das células acinares envolvidos com a se- creção. Fisiologia Médica: Uma Abordagem Integrada [Série Lange], 1ed. Em relação à secreção dos ductos, o principal regulador humoral é a secretina. A ligação desta ao seu receptor na membrana basolate- ral da célula ductal estimula a adenilil ciclase, aumentando a concentração intracelular de AMPc e, consequentemente, provocando se- creção de HCO3-. Isso ocorre porque a secre- tina estimula o canal apical CFTR e o cotrans- portador basolateral Na/HCO3-. Outros fato- res estimulantes da secreção de HCO3- pelos ductos são o GRP e a ACh, esta por aumento da concentração intracelular de Ca2+ e ativação das cinases dependentes desse íon. A substân- cia P, entretanto, inibe a secreção de HCO3-. Assim como a secreção gástrica, a secreção pancreática ocorre em fases: cefálica, gástrica e intestinal, sendo esta a mais relevante. Na fase cefálica e gástrica, os estímulos decorrem, respectivamente, do estímulo vagal colinér- gico e da distensão gástrica. Durante essas fa- ses, a secreção tem pouco volume e alta con- centração enzimática, pois são as células aci- nares as mais afetadas pelo estímulo. Já na fase intestinal, a secreção aumenta quanti e qualitavamente devido, em grande parte, ao estímulo da secretina nas células dos ductos. SECREÇÃO HEPÁTICA E BILIAR O fígado e a vesícula biliar estão relacionados à secreção de bile, solução que exerce papel importante na digestão e na absorção de lipí- dios dos alimentos por realizar solubilização micelar de ácidos graxos, facilitando a ação das lipases e a posterior absorção lipídica. https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 13 Produção e secreção da bile A bile é produzida pelos hepatócitos e armaze- nada na vesícula biliar, de onde é liberada para o intestino delgado através do ducto cístico e colédoco. Ela é composta por água, lecitina, colesterol, ácidos graxos, eletrólitos (Na+, K+, Ca2+, Cl- e HCO3-) e sais biliares, sendo estes um dos componentes mais relevantes para a ação emulsificante da bile. Os ácidos biliares são produzidos a partir do colesterol no fígado e, posteriormente, conju- gados ao grupo amino da glicina ou da taurina para que sejam transportados através da membrana canalicular, iniciando a secreção de bile. Como os ácidos biliares são osmotica- mente ativos, a bile nos canalículos, inicial- mente hiperosmótica, atrai água, cátions e ou- tros solutos – glicose, aminoácidos, ureia, glu- tationa – para igualar o gradiente osmótico, mudando sua composição. Além disso, a secre- ção de outros fatores pelos hepatócitos, espe- cialmente a fosfatidilcolina, também ajudam a modificar a composição da bile canalicular. A fosfatidilcolina forma micelas com os ácidos bi- liares. A bile move-se para fora dos canalículos em di- reção aos dúctulos biliares através dos canais de Hering. Os dúctulos são revestidos por co- langiócitos, os quais reabsorvem solutos que foram filtrados nos canalículos, como a glicose. Como os colangiócitos são permeáveis a água, mas pouco permeáveis aos solutos, a bile torna-se isotônica. Além disso, os colangióci- tos tem atividade secretora, liberando HCO3- no lúmen através do trocador Cl-HCO3 aco- plado à atividade do canal CFTR. O Na+ é secretado no lúmen via paracelular, levando consigo água. Entrada de solutos na bile canalicular. Fisiologia Médica: Uma Abordagem Integrada [Série Lange], 1ed. Os dúctulos biliares convergem para o ducto hepático comum, a partir de onde emerge a bile hepática. Esta é isosmótica em relação ao plasma, alcalina e sem glicose ou aminoácidos. Daí, a bile segue para a vesícula biliar, local em que é armazenada e concentrada até sua libe- ração no duodeno. Durante o período de armazenamento na vesí- cula biliar, a bile passa por modificações, como o aumento da concentração da bile devido à remoção de água do lúmen. Além disso, o epi- télio da vesícula absorve alguns solutos através https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 14 de transporte ativo, como Na+ e Cl-. O Na+ é reabsorvido por meio do trocador Na-H, libe- rando H+ na bile. Este reage com o HCO3-, pro- duzindo H2O e CO2, os quais são reabsorvidos. Apesar desses mecanismos, devido à formação de micelas que funcionam como apenas um componente osmoticamente ativo, a bile per- manece isotônica. Alteração na composição da bile durante armazena- mento na vesícula biliar. Fisiologia Médica: Uma Abor- dagem Integrada [Série Lange], 1ed. A chegada de lipídios no duodeno promove a liberação da CCK pelas células I intestinais. Esse hormônio atua na vesícula biliar ao se li- gar ao receptor CCKa das células musculares li- sas e promover a contração da vesícula biliar e o relaxamento do esfíncter de Oddi, levando à secreção de um bolo de bile no duodeno. A li- beração de CCK também dispara o reflexo va- govagal, liberando ACh em sinapses na vesícula biliar e impulsionando a atividade contrátil. Controle da contração da vesícula biliar. Fisiologia Mé- dica: Uma Abordagem Integrada [Série Lange], 1ed. https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home SECREÇÃO 15 @jalekoacademicos Jaleko Acadêmicos @grupoJalekoREFERÊNCIAS Fisiologia Gastrointestinal – Digestão – Secreções (Professor Pedro Sultano). Jaleko Acadaêmicos. Disponível em: < www.jaleko.com.br >. BORON, Walter E; BOULPAEP, Emile L. Fisiologia Médica. 2ed. Rio de Janeiro: El- sevier, 2015. HERSHEL, Raff; LEVITZKY, Michael. Fisiologia Médica: uma abordagem integrada [Série Lange]. 1ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia Humana: uma abordagem integrada. 7ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. VISITE NOSSAS REDES SOCIAIS https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.instagram.com/jalekoacademicos/?hl=pt-br https://www.jaleko.com.br/home https://www.youtube.com/channel/UCoGDzJkGOb2YfM-VQ9rJyMg https://www.jaleko.com.br/home https://www.facebook.com/grupoJaleko/