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PROMOÇÃO DA BIOSSEGURANÇA 
NAS AÇÕES DE ENFERMAGEM 
 
MÓDULO II 
 
Docente: 
Enf. Daniele Santana de 
Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
Promoção da 
Biossegurança 
nas ações de 
Enfermagem 
 
. 
 
 
INSTITUTO DE ENSINO E CULTURA – IEC 
Rua: Rua Apodi 392, Tirol - Natal – RN 
Telefone: (84) 3344-3686 
e-mail: iecnatal@hotmail.com 
 
 
 
 
 
 
EQUIPE GESTORA 
Diretora Geral: Oscarina Saraiva Coelho 
Coordenadora Pedagógica: Nadir Soares Vila Nova 
Coordenadora Financeira: Maria José Fernandes Torres 
 
 
 
 
 
 
 
NORMALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA 
Zora Yonara Cândido Duarte dos Santos 
 
 
 
 
 
Dados Catalográficos 
AACR2 – Anglo-American Cataloguing Rules 2. 
Zora Yonara Cândido Duarte dos Santos 
Bibliotecária/Documentalista 
CRB 15ª Região / 457 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 S719p Souza, Daniele Santana de. 
 
Promoção da Biossegurança nas ações de Enfermagem - Módulo II 
/ Daniele Santana de Souza. ___ Natal, RN: IEC, 2017. 
 
 Instituto de Ensino e Cultura – IEC. 
 
26p.: il. 
 
1. Enfermagem. 2. Biossegurança. I. Souza, Daniele Santana de. II. 
Título. 
 
CDU 616.047 
 
 
 
mailto:iecnatal@hotmail.com
SUMÁRIO 
 
 
1. REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE INFECÇÃO 
HOSPITALAR 
04 
1.1 HISTÓRICO 04 
1.2 AS INFECÇÕES HOSPITALARES 04 
2. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E 
CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
06 
2.1 AMBIENTE HOSPITALAR 06 
3. CLASSIFICAÇÃO DE ARTIGOS HOSPITALARES 
SEGUNDO O RISCO DE POTENCIAL DE 
CONTAMINAÇÃO 
 
 
06 
3.1 ARTIGOS CRÍTICOS 06 
3.2 ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS 06 
3.3 ARTIGOS NÃO-CRÍTICOS 07 
4. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS HOSPITALARES 07 
4.1 LIMPEZA 07 
4.2 DESINFECÇÃO 08 
4.3 PROCESSO FÍSICO DE DESINFECÇÃO 08 
4.4 ESTERILIZAÇÃO 08 
4.5 PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO 09 
5. CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS HOSPITALARES 13 
5.1 PRINCIPAIS DESINFECTANTES HOSPITALARES PARA 
SUPERFÍCIE 
 
15 
6. UNIDADE DO PACINTE 16 
6.1 LIMPEZA E PREPARO DA UNIDADE DO PACIENTE 17 
7. LAVAGEM DAS MÃOS 17 
7.1 TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS 18 
7.2 LUVAS ESTERILIZADOS E DE PROCEDIMENTOS 18 
7.3 CALÇANDO E DESCALÇANDO LUVAS 19 
8. PRINCÍPIOS GERAIS DE BIOSSEGURANÇA 19 
9. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR 21 
10. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR 
– CCIH 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. REFLEXÕES TEORICAS SOBRE INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
1.1 HISTÓRICO 
 
 História das doenças e das causas de morte. 
• Princípio Bíblico: milagres (cegueira, paralíticos, surdos, mudos, lepra e 
epilepsia). 
• Princípio Científico – Homo Sapiens 
 
 Impacto das doenças infecciosas 
• Medicina Primitiva 
• Crença do sobrenatural Apoiava-se na experiência e observação 
• Empírica--- Poder da magia Sem pesquisa e sem estudo científico. 
 O conhecimento sobre a doença era 
escasso. 
 Medicina Moderna 
• Avanço na genética, fármacos, tecnologia no diagnóstico e terapêutica. 
 
 Medicina dos Filósofos 
• Pitágoras: Pai da Aritmética 
• Alcméon: Praticava dissecações anatômicas 
 Experimentos em animais 
• Empédocles: Conhecedor de Fisiologia, Higiene e Epidemias. 
 
 Idade Clássica 
• Surgem as Escolas Médicas. 
 
• 460 a.C. – Nasceu Hipócrates – Pai da Medicina 
• Medicina como Arte, Ciência e Profissão 
 Criou o método baseado na semiologia 
Prognóstico e terapêutica 
Classificou as doenças em agudos e crônicos, endêmicos e epidêmicos 
Descreveu o mal de POTT. 
 
 1847  Ignaz Philips Semnielweis (importância da lavagem das mãos) 
• Lavagem das mãos com a solução cloradora 
• Lavagem das mãos com técnica orientada. 
• Faleceu de infecção hospitalar – piemia – sepsis 
 
 1853  Luis Pasteur – (pesquisas na atenuação do vírus da raiva). 
 1863  Florence Nightingale – (limpeza e desinfecção). 
 1867  Joseph Lister (antissepsia e assepsia cirúrgica). 
 
1.2 AS INFECÇÕES HOSPITALARES 
 
 1940– Alexander Fleming – Medicina curativa (descoberta dos antibióticos). 
 1945– 1º. Hospital Geral – Santa Casa de Misericórdia em Santos. 
 1950– Registrados surtos de Staphylococos Aureus resistente a penicilina. 
 1956– Esterilização do material médico hospitalar. 
 1959– Uso indiscriminado de antibióticos. 
 1960– Primeira Escola de Enfermagem no Hospital Thomas – Londres. 
5 
 
 1963– 1ª Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)-Hospital Ernesto Dornelles–
RS. 
 1970– Criado as primeiras comissões multidisciplinares (Hospital das Clínicas–SP). 
• A Centers for Disease Control and Prevention(CDC) – publicou um manual 
detalhado sobre Técnicas para isolamento em hospitais. 
 
 1972– 1º Evento (Curso de Epidemiologia e Profilaxia das Infecções Hospitalares). 
• Hospital de Ipanema 
• ABEN - RJ 
 
 1976– INPS/Ordem de Serviço–SAM nº 39.24/76. (Exige e determina a criação de CCIH nos 
hospitais). 
 
 1983– Portaria-MS/196 de 24/06/1983. (Determina que todos os hospitais do país criem 
CCIH) 
 
 1985– Publicado o Manual de “Controle de Infecção Hospitalar’’ e guia das precauções 
padrão ou universal, uma vez que, na época, houve o aumento progressivo de casos de 
HIV e Hepatites. 
 
 1986– Uso de placas sinalizadoras no leito do paciente. 
 1989– 1º Congresso sobre Infecção Hospitalar – São Paulo. 
 
 Na década de 90 surgiram os Manuais de Medidas de Biossegurança–MS 
 HIV/AIDS 
 Hepatites 
 
 1997– Lei nº 9431 de 6 de janeiro de 1997, que dispõe sobre a obrigatoriedade da 
manutenção pelos hospitais do país, de Programa de Controle de Infecções Hospitalares. 
 
 1998– Entra em vigor a portaria n°2616-05/1998, no Artigo 1° fala sobre, diretrizes e normas 
para prevenção e o controle das infecções hospitalares e Artigo 2º compõe o Programa de 
Controle de Infecções Hospitalares. 
 2007– Revisão do manual de recomendação sobre precausão e isolamento para 
prevenção da transmissão de microrganismo em serviço de saúde. 
 
ANOTAÇÕES: 
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
6 
 
 
2. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA 
INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
2.1 AMBIENTE HOSPITALAR 
 
 O hospital, considerado um ambiente insalubre, pois concentra microorganismos 
resistentes e hospedeiros susceptíveis. 
 O controle da infecção hospitalar visa reduzir o risco a que o paciente é exposto 
durante o processo de internação. 
 O ambiente hospitalar e os artigos que tem grande variedade e as mais diversas 
finalidades podem ser permanentes ou descartáveis. 
 Considera-se que o grau de risco potencial de transmissão de infecção está 
ligado a sua utilização ou o grau de contato e ou exposição do paciente as áreas 
e artigos, relacionados à grande infecção. 
 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DE ARTIGOS HOSPITALARES SEGUNDO O RISCO DE 
POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO Os artigos utilizados nos recursos de saúde foram classificados em três categorias 
conforme o grau de risco: 
 
3.1 ARTIGOS CRÍTICOS 
 
São aqueles que penetram nos tecidos subepiteliais, no sistema vascular e em 
outros órgãos, bem como todos os que estejam diretamente conectados com eles. Os 
artigos críticos devem ser totalmente livres de microorganismos (bactérias, fungos, 
vírus e esporos) ao serem utilizados. Por isso requerem esterilização ou descartados. 
 
• Instrumentos de corte ou de ponta; 
• Outros instrumentos cirúrgicos (pinças, afastadores, próteses, fios, agulhas, laminas 
de bisturi, cateteres venosos, Scalpe, jelco, drenos, etc.); 
• Soluções injetáveis; 
• Roupas utilizadas nos atos cirúrgicos e obstétricos, na unidade de queimados e no 
berçário de alto risco. 
 
3.2 ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS 
 
 São todos aqueles que entram apenas em contato com mucosa e pele íntegra, 
capaz de impedir a invasão dos tecidos subepiteliais. Recomenda-se a desinfecção de 
alto nível ou esterilização. São submetidos à desinfecção de médio ou baixo nível. 
Entre outros se destacam: 
 
• Equipamentos de anestesia gasosa e de assistência ventilatória; 
• Endoscópios; 
• Otoscópio; 
• Equipamentos de terapia respiratória (traqueias, nebulizadores, máscara de venturi); 
• Medicamentos orais e inaláveis; 
• Pratos, talheres e alimentos; 
• Espéculo vaginal; 
• Sondas nasogástrica e vesicais; 
 
7 
 
 Os artigos semi-críticos também deveriam estar totalmente livres de 
microrganismos ao serem usados. Todavia, nem sempre é possível submete-los a 
processos capazes de destruir esporos sem danifica-los. Exige-se, contudo, que os 
mesmos sejam isentos de bactérias, fungos e vírus. 
 Os cateteres vesicais, nasogástrica e traqueias embora entrem em contato com 
mucosa em geral íntegra, devem estar isentos de quaisquer microorganismos (estéreis) 
para uso, devido à elevada incidência de infecção urinária e respiratória associadas à 
cateterização. 
 
3.3 ARTIGOS NÃO CRÍTICOS 
 
 São todos os que entram em contato apenas com a pele íntegra e ainda os que 
não entram em contato direto com o paciente. São submetidos a desinfecção de baixo 
nível. 
 
• Mesas de aparelho de raios-X; Microscópios; Monitores; Telefones; 
• Aparelho para aferir a pressão arterial (esfignomanômetro, estetoscópio, 
termômetro); 
• Mobiliário, refrigeradores; Artigos de higiene do paciente (comadres, bacias e 
papagaio); roupas de cama e de uso pessoal; Equipamentos, sanitário (pias, vasos, 
ralos); Recipientes de lixo, pisos e paredes. 
 
 
4. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS HOSPITALARES 
 
 Os procedimentos antimicrobianos utilizados podem ser classificados em 
três grupos: 
• Limpeza 
• Desinfecção 
• Esterilização 
 
 
4.1 LIMPEZA 
 
 A limpeza é o ato de remover a sujidade por meio de fricção e uso de água e 
sabão ou soluções detergentes. Há várias fórmulas de detergentes disponíveis no 
mercado, variando do neutro a específicos para lavadoras. Ainda nesta classificação, 
podemos apontar os enzimáticos utilizados para limpeza de artigos por imersão, 
bastante recomendados, atualmente, por sua eficácia na limpeza. são capazes de 
remover a matéria orgânica da superfície do material em tempo inferior a 15 minutos 
(em média, 3 minutos), não danificam os artigos e são atóxicos e biodegradáveis. 
 A limpeza é o procedimento que deve sempre preceder a desinfecção e a 
esterilização; quanto mais limpo estiver o material, menor a chance de falhas no 
processo. A matéria orgânica, intimamente aderida ao material, como no caso de 
crostas de sangue e secreções, atua como escudo de proteção para os 
microorganismos, impedindo que o agente desinfetante/esterilizante entre em contato 
com a superfície do artigo, tornando o procedimento ineficaz. 
 
 Para a realização da descontaminação e limpeza dos materiais, recomenda-se 
adotar as seguintes medidas: 
 Os procedimentos só devem ser feitos por profissionais devidamente 
capacitados e em local apropriado (expurgo); 
 Sempre utilizar sapatos fechados, para prevenir a contaminação por respingos; 
8 
 
 Quando do manuseio de artigos sujos, estar devidamente paramentado com 
equipamentos de proteção: avental impermeável, luvas de borracha 
antiderrapantes e de cano longo, óculos de proteção e máscara ou protetor 
facial; 
 Utilizar escovas de cerdas macias, evitando a aplicação de materiais abrasivos, 
como palhas de aço e sapólio; 
 As pinças devem estar abertas quando de sua imersão na solução; 
 Desconectar os componentes acoplados, para uma efetiva limpeza; 
 Enxaguar os materiais em água corrente potável; 
 Secar os materiais com tecido absorvente limpo, atentando para o resultado da 
limpeza, principalmente nas arranhaduras das pinças; 
 Armazenar o material ou encaminha-lo para desinfecção ou esterilização. 
 
 
4.2 DESINFECÇÃO 
 
Conceito: é o processo de destruição de microorganismos em estado vegetativo (com 
exceção das formas esporuladas, resistente ao processo), utilizando-se agentes físicos 
ou químicos. O termo desinfecção é aplicado tanto no caso de artigos hospitalares 
quanto de superfícies ambientais. Pode ser de níveis: alto, médio e baixo. 
 
 Alto nível: quando há eliminação de todos os microorganismos e de alguns 
esporos bacterianos; 
 Médio nível: quando há eliminação de micobactérias (bacilo da tuberculose), 
bactérias na forma vegetativa, muitos vírus e fungos, porém não de esporos; 
 Baixo nível: quando há eliminação de bactérias e alguns fungos e vírus, porém 
sem destruição de micobactérias nem de esporos. 
 
4.3 PROCESSO FÍSICO DE DESINFECÇÃO 
 
• PASTEURIZAÇÃO: É uma desinfecção realizada em lavadoras automáticas, com 
exposição do artigo em água a temperaturas de aproximadamente 60 a 90 graus 
centígrados por 10 a 30 minutos, conforme a instrução do fabricante. É indicada para a 
desinfecção de circuitos de respiradores. 
 
• FERVURA: A água em ebulição ou fervura é utilizada para desinfecção de alto nível 
em artigos termorresistentes. Consiste em imergir totalmente o material em água 
fervente, com tempo de exposição de 30 minutos, após o material é retirado com o 
auxílio de pinça desinfetada e luvas de amianto de cano longo. Em seguida, deve ser 
seco e guardado em recipiente limpo ou desinfetado, ressalve-se que esse 
procedimento é indicado apenas nas situações em que não se disponha de outros 
métodos físicos ou químicos. 
 
• IMERSÃO: Processo de desinfecção química que consiste em total mergulho de 
artigos sensíveis ao calor em soluções germicidas adequadas, em geral durante 10 a 
30 minutos. Por exemplo: conexões e acessórios de respiradores artificiais, 
instrumentais odontológicos, equipamentos de anestesia gasosa e endoscópios. 
 
4.4 ESTERILIZAÇÃO 
 
Conceito: É o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana inclusive 
os esporulados, presentes em qualquer artigo, mediante a aplicação de agentes físicos 
ou químicos e aplica-se especificamente a artigos críticos. A esterilização desempenha 
um papel fundamental na prevenção e controle de infecção hospitalar, em decorrência 
9 
 
da abrangência de utilização de material esterilizado nas atividades desenvolvidas para 
o atendimento ao paciente, nos diversos níveis de atenção à saúde. 
 
4.5 PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO 
 
 MEIO FÍSICO 
 
 Autoclave 
 As autoclaves são equipamentos que se utilizam vapor saturado sob pressão, para 
realizarem o processo de esterilização. O vapor saturado com alta temperatura, é o 
meio de esterilização mais econômico para materiais termorresistentes. 
 O vapor úmido deve ser evitado, pois tem menos calor que o vapor saturado, sendo 
que produz gotículas de água em suspensão, o que pode causar problemas, tanto na 
esterilização como na secagem final do material. 
 Os tempos, temperaturas e pressão das autoclaves deverão ser aquelas 
recomendadas pelo fabricante, pois tais autoclaves poderão ter ciclos para 
esterilização diferentes. 
 
 Indicações de uso 
• Para esterilizaçãode todos os artigos críticos termorresistentes, este método é mais 
seguro e eficaz. 
• Alguns artigos semi-críticos, por facilidade operacional e de tempo, podem ser 
submetidos, se termorresistentes, à autoclavagem. 
• Artigos e substâncias que podem ser submetidos à autoclave são: materiais de 
superfície (bacias, cubas, bandejas e etc.) e materiais de densidade (campos 
cirúrgicos, aventais, algodão, gazes e etc.). 
 
 Formas de uso: 
• Conforme a indicação do fabricante; 
• Manutenção preventiva, no mínimo semanal; 
• Conhecer e praticar a distribuição dos pacotes em relação à posição dos mesmos e 
ao tipo de material submetido ao processo. 
 
 Invólucros para esterilização: 
• Tecido de algodão cru, duplo, com trama têxtil adequada; embalagem de papel grau 
cirúrgico; embalagem de papel Kraft com pH 5-8; filme poliamida entre 50 a 100 
micras de espessuras. 
 
 Monitorização: 
• Testes biológicos, no mínimo semanais com Bacilus stearothermophylus, sempre na 
primeira carga do dia e ao término de todas as manutenções realizadas, sejam elas 
preventivas ou corretivas; 
• Indicação visual dos pacotes com fita termossensível, para assegurar que o pacote 
passou pelo calor; 
• Registrar controles da pressão interna e externa das câmaras, da pressão negativa e 
temperatura a cada ciclo de esterilização, da temperatura interna e os defeitos, a 
cada esterilização. 
 
 Estufa / forno pasteur 
 
 Indicações de uso: Recomenda-se o uso da estufa somente para esterilização de 
óleos, pós e caixas de instrumentos. Os tempos de exposição e temperatura vão variar 
conforme o tipo de material a ser esterilizado. Os materiais indicados para este 
processo são: 
10 
 
• Pós: 100 gramas a 160ºC, por 120 minutos; 
• Óleos (considerar a altura de 0,5 cm): 160ºC, por 120 minutos; 
• Metais (necessário validar o processo): recomenda-se 200ºC a 220ºC por 120 
minutos. 
 
 Formas de uso: 
• Conforme indicação do fabricante; 
• Manutenção preventiva no mínimo mensal. 
 
 MEIO QUÍMICO: Os esterilizantes químicos, descritos abaixo, são autorizados pela 
portaria n°30/92 do MS. 
 
Desinfetante 
-------- 
esterilizante 
Características Indicações Desvantagens 
Álcool 
(etílico e 
isopropílico) 
Ação rápida, 
fácil aplicação, 
viável p/ artigos 
metálicos; ação 
ótima na 
concentração de 
70%. 
Desinfecção de nível médio 
de artigos e superfícies. 
Ex.: superfícies externas de 
equipamentos metálicos, 
termômetros,estetoscópios, 
ampolas, vidros, etc. 
Inflamável, resseca 
plásticos e opacifica 
artigos acrílicos. 
Cloro e 
compostos 
clorados 
Em forma 
líquida 
(hipoclorito de 
sódio) as 
soluções devem 
ser estocadas 
em frascos 
opacos; ação 
rápida e baixo 
custo. 
Desinfecção de nível médio 
de artigos e superfícies e 
descontaminação de 
superfícies. Ex.: materiais 
de inaloterapia e 
oxigenoterapia não 
metálicos, como máscaras 
de inalação e nebulização, 
circuitos ventilatórios; 
desinfecção de lactários, 
cozinhas, etc. 
É corrosivo para artigos 
e superfícies metálicas; 
irrita as mucosas; odor 
forte; redução de 
atividade em presença 
de matéria orgânica; 
incompatível com 
detergentes; solução 
pouco estável. 
Glutaraldeído Não danifica 
instrumentais, 
plásticos e 
borrachas; com 
atividade 
germicida em 
presença de 
matéria 
orgânica; não é 
indicado para 
superfícies. 
Esterilização e desinfecção 
de alto nível de artigos 
termossensíveis; indicado 
para endoscópios 
semicríticos (digestivos, 
braoncoscópios, 
laringoscópios, 
retossigmoidoscópio) e 
críticos (artroscópio e 
laparoscópio) em situações 
nas quais a esterilização 
não seja possível; artigos 
semicríticos, como 
espéculos vaginais, lâmina 
de laringoscópio 
Irritante para mucosas e 
pele (olhos, nariz, 
garganta, etc. 
11 
 
Fenólicos Toxicidade 
dérmica, 
podendo 
provocar a 
despigmentação 
cutânea. 
Desinfecção de nível médio 
e baixo; indicado para 
artigos não-críticos e 
superfícies. 
Podem ser absorvidos 
por materiais porosos, 
como plástico e 
borrachas, e o efeito 
residual pode causar 
irritação tecidual mesmo 
após enxágüe criterioso; 
contra-indicado em 
berçários e áreas de 
manuseio de alimentos 
Quartenário
s de amônio 
Baixa 
toxicidade; são 
bons agentes de 
limpeza. 
Desinfecção de baixo nível; 
indicado para superfícies e 
equipamentos em local de 
manuseio de alimentos. 
Bactérias gram-
negativas têm 
possibilidade de 
sobreviver nesses 
compostos. 
 
 
Formaldeído Requer tempo 
prolongado para 
agir 
Desinfecção de capilares 
do sistema de dialisadores, 
em solução aquosa, na 
concentração de 4% por 24 
horas. 
Embora considerado 
desinfetante e 
esterilizante, seu uso é 
limitado devido a sua 
ação tóxica, irritante, 
odor forte e 
desagradável e 
comprovado potencial 
carcinogênio. 
Plasma de 
peróxido de 
hidrogênio 
Considerado o 
quarto estado da 
matéria, 
diferente dos 
estados líquido, 
sólido e gasoso. 
A esterilização 
por esse método 
é realizada 
através de 
equipamento 
automatizado e 
computadorizado
. 
Esterilização de artigos 
sensíveis ao calor e à 
umidade. 
Alto custo do 
equipamento. 
Ácido 
peracético 
Não forma 
resíduos tóxicos. 
Formulações associadas a 
peróxidos de hidrogênio 
são indicados para 
reprocessamento de 
capilares de 
hemodialisadores. 
Instável após a diluição. 
Óxido de 
etileno 
Processo de 
esterilização 
combinado ao 
calor úmido da 
autoclave. 
Esterilização de artigos 
termossensíveis. 
Tóxico para pele e 
mucosas; os materiais 
necessitam de aeração 
prolongada para 
remoção do gás. 
 
 Controle da eficácia da esterilização: 
 O controle da segurança do processo de esterilização depende do tipo do 
equipamento, a natureza do artigo processado, do seu acondicionamento e do 
carregamento do material no equipamento. Parâmetros físicos e testes químicos e 
biológicos podem monitorar o processo. A observação e o registro de temperatura, 
12 
 
pressão, vácuo e temporizadores monitoram o funcionamento de autoclaves e 
esterilizadores a gás. 
 
 Testes químicos 
 Os testes químicos podem indicar uma potencial falha no processo de 
esterilização, por meio da mudança na sua coloração. A grande variedade, 
comercialmente disponível, oferece subsídios diferenciados: alguns são capazes de 
avaliar a temperatura atingida pelo equipamento sem se alterar com o tempo de 
exposição; outros respondem ao resultado da associação do tempo com a temperatura. 
A vantagem do uso dos testes químicos é a leitura imediata após o processamento do 
material. Além disso, o uso do teste químico na parte externa dos pacotes, permitem a 
distinção dos materiais submetidos ao processo de esterilização dos não submetidos. 
Existem diferentes tipos para autoclaves, estufas e óxido de etileno. 
 
 Indicadores biológicos 
 Os indicadores biológicos são reconhecidos como os que melhor retratam o 
processo de esterilização, pois são os únicos que consideram os parâmetros e, 
portanto, garantem a sua segurança. São utilizados um grande número de 24 esporos 
bacterianos. Para autoclaves, Bacillus stearothrmophilus e para óxido de etileno, 
Bacillus Subtiles var niger. Atualmente, o avanço tecnológico permite uma resposta 
biológica da segurança do processo dentro de 1-3 horas. 
 
 Métodos: antissepsia 
 Antissépticos são substâncias providas de ação letal ou inibitória da reprodução 
microbiana, de baixa causticidade e hipoalergênicas, destinados a aplicações em pele 
e mucosa. Os microorganismos encontrados na pele e nas mucosas são classificados 
em microbiota residente ou transitória. 
 
 
 
 
 
Microbiota 
Residente: é composta por microorganismos que vivem e se 
multiplicam nas camadas mais profundas da pele, glândulas 
sebáceas, folículos pilosos, feridas ou trajetos fistulosos. 
Transitória: compreende os microorganismos adquiridos por 
contato direto com o meio ambiente, considerados colonizantes. 
Estes microorganismos podem ser facilmente removidos como uso 
de água e sabão. No entanto, adquirem particular importância em 
ambientes hospitalares devido à facilidade de transmissão de um 
indivíduo à outro. 
 
 Os antissépticos devem atender aos seguintes requisitos: amplo espectro de 
ação antimicrobiana; ação rápida; efeito residual cumulativo; não absorção sistêmica; 
não causar hipersensibilidade e outros efeitos indesejáveis, como ressecamento, 
irritação e fissuras; odor agradável ou ausente; boa aceitação pelo usuário e baixo 
custo. 
 O Ministério da Saúde, no sentido de equacionar o grave problema das 
infecções hospitalares no Brasil, considerou, na Portaria 930/92 como princípios ativos 
adequados para os antissépticos: soluções alcoólicas (álcool etílico e isopropílico); 
soluções iodadas (iodo em álcool); iodóforos (polivinilpirrolidona I – PVPI); 
clorohexidina (biguanida); e outros princípios com comprovada eficácia frente S.aureus, 
S.choleraesuis e P. aeruginosa. 
 
• Álcool (etílico e isopropílico) 
 O álcool possui muitas qualidades desejáveis dos antissépticos: barato, 
facilmente obtido e tem rápida ação contra bactérias e é também tuberculida e 
fungicida. Estudos “in vitro” demonstraram ação virucida, incluindo os vírus 
13 
 
respiratórios, o HBV e HIV. O nível ótimo de atividade microbicida acontece com álcool 
etílico na concentração 70% (p/v) pois, a desnaturação das proteínas dos 
microorganismos faz-se mais rapidamente na presença da água. 
 Nesta concentração, o álcool etílico é viruscida. A concentração recomendada 
do álcool isopropílico é de 92% (p/v) e inativa a maioria dos picornavírus. Estudos em 
vivo demonstraram a redução de 99% da flora da pele, sendo de baixa irritabilidade 
cutânea, principalmente quando utilizado com um emoliente (1% de glicerol) e é 
irritante de mucosa. Está indicado como antisséptico de pele em procedimentos de 
baixo e médio risco e degermação das mãos da equipe entre os procedimentos quando 
da impossibilidade da lavagem das mãos. Neste caso, o álcool deve ser friccionado 
vigorosamente nas mãos até secar. O álcool não remove sujeira ou matéria orgânica. 
 
• Iodo e iodóforos 
 O iodo tem imediata ação contra bactérias e vírus entéricos e contra cistos de 
protozoários. Micobactérias e esporos de bacilos e de clostrídios podem também serem 
eliminados pelo iodo. Além disso, foi observada atividade fungicida e tricomonicida do 
iodo. 
 O iodóforo mais conhecido é o polivinilpirrolidona (PVPI). Em nosso meio as 
formulações disponíveis até o momento são: PVPI degermante para degermação das 
mãos e antebraços da equipe cirúrgica; PVPI alcoólico indicado para aplicação em pele 
íntegra e PVPI aquoso para curativos e aplicação sobre mucosas para antissepsia 
antes da sondagem vesical. 
 O efeito residual das soluções à base de iodo, considerado como uma 
propriedade importante dos antissépticos depende, dentre outras coisas, da absorção 
do iodo pela pele, sem atingir níveis sistêmicos. O efeito residual dos compostos 
iodados traz significativas vantagens sobre outros tipos de antissépticos convencionais, 
especialmente como meio que pode reduzir a flora residente num nível muito maior 
que, o uso do álcool isopropílico. 
 
5. CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS HOSPITALARES 
 
As áreas hospitalares foram classificadas de acordo com os riscos de infecção 
que possam oferecer ao paciente. 
 
 Áreas Críticas 
 São aquelas que oferecem maior risco de infecção, seja pela imunodepressão 
do paciente que as ocupa, seja devido às atividades que aí se desenvolvem, 
dividindo-se as áreas críticas em dois grupos: 
a) Áreas de risco aumentado devido à depressão da resistência antiinfecciosa do 
paciente, como por exemplo: 
 Salas de operação ou de parto; 
 Salas de recuperação pós-anestésica; 
 Quarto de isolamento protetor (isolamento reverso); 
 Unidade de diálise; 
 Unidade de tratamento intensivo; 
 Unidade de queimados. 
b) Áreas de risco aumentado de transmissão de infecções pelas atividades aí 
desenvolvidas, como, por exemplo: 
 Quarto de isolamento de doenças transmissíveis; 
 Laboratórios de anatomia patológica e de análises clínicas; 
 Unidade de hemodinâmica; 
 Sala de necropsia; 
 Cozinha e lactário; 
14 
 
 Lavanderia de hospitais de doenças transmissíveis. 
 Expurgo. 
 
 Áreas Semi-Críticas 
 São todas as áreas que apresentam menor risco de transmissão, como as 
ocupadas por pacientes de: 
 Doenças não infecciosas; 
 Doenças infecciosas não transmissíveis; 
 Central de material e de esterilização; 
 Lavanderia de hospitais gerais. 
 Enfermarias 
 
 Áreas Não-Críticas 
 São todas as áreas que teoricamente não apresentam risco de transmissão de 
infecção, ou seja, as não ocupadas por pacientes, ou cujo acesso lhes seja vedado. 
Exemplo: 
 Serviço de administração; 
 Gabinete do Diretor; 
 Almoxarifado; 
 Depósitos em Geral; 
 Vestuários; 
 Sanitários para o público, etc. 
 
 Métodos e freqüência da limpeza, desinfecção e descontaminação 
 De maneira geral, a limpeza é suficiente para reduzir os microorganismos 
existentes nas superfícies hospitalares, reservando-se os processos de desinfecção e 
descontaminação para as áreas onde há deposição de matéria orgânica. 
 Para a descontaminação, indica-se a aplicação de desinfetante sobre a matéria 
orgânica; em seguida, aguardar o tempo de ação, remover o conteúdo descontaminado 
com papel absorvente ou tecido, e realizar a limpeza com água e solução detergente. 
 Na desinfecção, remover a matéria orgânica com papel absorvente ou tecido, e 
aplicar o desinfetante sobre a área atingida, aguardar o tempo de ação, remover o 
desinfetante com papel absorvente ou pano e realizar a limpeza com água e solução 
detergente. 
 O desinfetante habitualmente utilizado para a descontaminação e desinfecção 
de superfícies é o cloro orgânico (clorocide) ou inorgânico (hipoclorito de sódio a 1%) 
com tempo de exposição de 10 minutos. 
 A limpeza das áreas hospitalares é um procedimento que visa remover a 
sujidade e detritos orgânicos de superfícies inanimados, que constituem ótimo habitat 
para a sobrevivência de microorganismos no âmbito hospitalar. O agente químico 
utilizado na limpeza é o detergente, composto de substância tensoativa que facilita a 
remoção da sujeira. 
 A limpeza pode ser do tipo concorrente e terminal. O primeiro tipo é feito 
diariamente e consiste na limpeza do piso, remoção de poeira do mobiliário, limpeza 
completa do sanitário, reposição de material de higiene e recolhimento do lixo, repetido 
conforme a necessidade; o segundo, é realizado periodicamente, de acordo com a área 
de risco do hospital, e consiste na limpeza de paredes, pisos, tetos, janelas, portas e 
sanitários. 
O quadro abaixo apresenta a freqüência e tipo de limpeza por áreas críticas, 
semicríticas e não-críticas, e as observações pertinentes: 
 
 
 
15 
 
Área Limpeza concorrente Limpeza 
terminal 
Observações 
Crítica 
Unidades 
de 
internação 
 
 
 
 
 
Bloco 
cirúrgico 
 
 
 
 
 
 
 
Demais 
unidades 
críticas 
 
Duas vezes ao dia e 
quando se fizer 
necessário. 
 
 
 
 
 
A cada cirurgia 
 
 
 
 
 
 
 
Uma vez ao dia e 
quando se fizer 
necessário 
 
Após alta, óbito, 
transferência do 
paciente ou a 
cada 7 dias nos 
casos de 
permanência 
prolongada no 
mesmo 
ambiente. 
 
 
Ao término da 
programação 
cirúrgica do dia. 
 
 
 
 
 
Semanal 
 
Na limpeza terminal, deve-
se limpar as grelhas do 
sistema de ar condicionado, 
janelas, teto, luminária e 
realizar troca de cortinas se 
houver. 
 
A limpeza do mobiliário e 
dos equipamentos é de 
responsabilidade da equipe 
de enfermagem, tanto na 
limpeza concorrente quanto 
na terminal; nas demais 
unidades críticas, a limpeza 
do mobiliário e dos 
equipamentos poderá ser 
feita pelo profissional de 
limpeza, desde que treinado 
para a função específica. 
Semicrítica 
Unidades 
de 
internação 
 
 
 
 
 
Ambulatóri
o, serviço 
diagnóstico
, 
consultório 
Uma vez ao dia e 
quando se fizernecessário. 
 
 
 
 
 
Uma vez ao dia e 
quando se fizer 
necessário. 
Após alta, óbito, 
transferência do 
paciente ou a 
cada 15 dias nos 
casos de 
permanência 
prolongada no 
mesmo 
ambiente. 
 
Semanal (devido 
ao alto fluxo) 
Equipamentos e artigos são 
de responsabilidade da 
equipe de enfermagem; o 
mobiliário é de 
responsabilidade do pessoal 
de limpeza. 
 
Na presença de carpetes e 
tapetes, deve-se efetuar 
aspiração diária e lavagem 
semestral. 
Não-crítica Uma vez ao dia e 
quando se fizer 
necessário. 
Mensal 
 
5.1 PRINCIPAIS DESINFETANTES HOSPITALARES PARA SUPERFÍCIES 
 
 Há vários produtos indicados para a desinfecção do ambiente hospitalar, dos 
quais apresentamos os principais: 
 
Desinfetante Indicações Contra-
indicações 
Uso 
Álcool (etílico 
ou isopropílico) 
Mobiliário em 
geral 
Opacificação de 
acrílicos e 
ressecamento 
de plásticos e 
borrachas. 
Concentração a 70%; 
fricção por 30 segundos. 
Compostos 
fenólicos 
Desinfecção de 
superfícies fixas 
e mobiliários 
em geral. 
Em berçários e 
áreas de 
contato com 
alimentos; 
Concentração de uso de 
acordo com as 
recomendações do 
fabricante. 
16 
 
evitar contato 
com a pele ou 
mucosas; pode 
sofrer 
inativação na 
presença de 
matéria 
orgânica; são 
tóxicos e 
poluentes 
ambientais. 
Cloro 
inorgânico 
(hipoclorito) 
Desinfecção ou 
descontaminaç
ão de 
superfícies 
fixas. 
Corrosivo sobre 
metais e 
tecidos; não 
deve ser 
associado a 
detergentes; 
inativado na 
presença de 
matéria 
orgânica. 
Concentração de 1% com 
tempo de exposição de 
10 minutos. 
Cloro orgânico, 
pó ou pastilha 
(clorocide) 
Descontaminaç
ão de superfície 
com matéria 
orgânica; para 
desinfecção, 
utilizar diluição. 
Corrosiva para 
metais e 
tecidos. 
Descontaminação entre 
1,8% e 6%, com tempo 
de exposição de 10 
minutos. 
Quartenário de 
amônio 
Superfícies 
fixas e 
mobiliário; 
áreas de 
alimentação e 
berçário. 
Pode sofrer 
inativação na 
presença de 
matéria 
orgânica. 
Concentração entre 2% e 
3% com tempo de 
exposição de 10 minutos. 
 
 
6. UNIDADE DO PACIENTE 
 
 Esta unidade é o espaço físico hospitalar onde o paciente permanece a maior 
parte do tempo durante seu período de internação. É basicamente composta por cama, 
mesa de cabeceira, cadeira, mesa de refeições e escadinha. O paciente acamado deve 
ter sempre à disposição uma campainha para chamar o profissional de enfermagem, 
caso necessite. 
 A unidade do paciente, seja ambiente individualizado (quarto) ou espaço coletivo 
(enfermaria), deve proporcionar-lhe completa segurança e bem-estar. Nesse sentido, 
lembramos que o estado de conservação do teto, piso e paredes, instalação elétrica e 
hidráulica, disposição do mobiliário e os espaços para a movimentação do paciente, da 
equipe e dos equipamentos são aspectos importantes a ser considerados. Outra 
questão é a influência do ambiente e dos fatores estéticos sobre o estado emocional e 
o humor das pessoas. Decoração atraente, cores de paredes e tetos agradáveis, 
iluminação adequada, ambiente arejado, calmo e silencioso, proporcionam maior 
aconchego às pessoas, especialmente quando doentes. 
 Além das questões estéticas que ocasionam no paciente, familiares e 
profissionais uma sensação mais agradável, a prática da assistência humanizada 
pressupõe a preservação dos direitos dos pacientes e uma maior aproximação no 
17 
 
campo das relações humanas. Pressupõe, ainda, tratar das atividades cotidianas de 
forma a melhor atender às necessidades do paciente, como ampliação do horário de 
visitas, facilitação do uso de meios de comunicação com o exterior, conservação de 
objetos pessoais e possibilidade do recebimento de cartas. Isto permite que a pessoa, 
ao ser internada, possa considerar a unidade que lhe foi destinada como “seu” espaço, 
um local privativo e sob seu controle, onde lhe é possível expressar sentimentos e 
valores, dispondo de objetos relacionados ao seu “mundo” e que lhe despertam 
recordações, como fotografias, objetos religiosos, etc. A enfermagem deve zelar pela 
unidade do paciente sem, contudo, desrespeitar a privacidade que lhe cabe por direito. 
 
 
6.1 LIMPEZA E PREPARO DA UNIDADE DO PACIENTE 
 
 A limpeza da unidade objetiva remover mecanicamente o acúmulo de sujeira e ou 
matéria orgânica e, assim, reduzir o número de microorganismos presentes. Pode ser 
de dois tipos: 
 limpeza concorrente: feita diariamente após a arrumação da cama, para remover 
poeira e sujidades acumuladas ao longo do dia em superfícies horizontais do 
mobiliário; normalmente, é suficiente a limpeza com pano úmido, realizada pelo pessoa 
de enfermagem; 
 limpeza terminal: feita em todo o mobiliário da unidade do paciente; é realizada 
quando o leito é desocupado em razão de alta, óbito ou transferência do paciente, ou 
no caso de internações prolongadas. Na maioria dos estabelecimentos, realizada pela 
equipe de higiene hospitalar, desde que devidamente treinada, de modo que a 
enfermagem possa ter mais tempo disponível nos cuidados aos pacientes. 
 A realização da limpeza da unidade requer conhecimentos básicos de assepsia 
e uso de técnica adequada, visando evitar a disseminação de microorganismos e a 
contaminação ambiental. Assim, o profissional responsável por essa tarefa deve ater-
se a algumas medidas de extrema importância: 
• Executar a limpeza com luvas de procedimentos; 
• Realizar a limpeza das superfícies com movimentos amplos e num único 
sentido; 
• Seguir do local mais limpo para o mais contaminado; 
• Colocar sempre a superfície já limpa sobre outra superfície limpa; 
• Limpar com solução detergente e, em seguida, remover o resíduo; 
• Substituir a água, sempre que necessário. 
 A limpeza da unidade deve abranger a parte interna e externa da mesa de 
cabeceira, travesseiro (se impermeável), colchão, cabeceira da cama, grades laterais, 
estrado, pés da cama, paredes adjacentes à cama, cadeira e escadinha. 
 
7. LAVAGEM DAS MÃOS 
 
O ato de lavar as mãos é um importante habito de higiene pessoal a ser 
realizado antes das alimentações ou da manipulação de alimentos e após as 
excreções. A lavagem das mãos é essencial para prevenção e controle de doenças 
transmissíveis, devendo ser praticada por todo o pessoal hospitalar. 
 
 É imprescindível a lavagem das mãos nas seguintes situações: 
 Antes e após qualquer atendimento ao paciente; 
 Antes e após o manuseio de artigos contaminados, tais como, material de curativos, 
cateteres, frascos de aspiração, comadres, patinhos, etc. 
 
Em sua forma mais simples, a higiene das mãos consiste em: molhar e 
ensaboar, friccionando toda a superfície das mãos, inclusive entre os dedos; remover 
18 
 
os dendritos depositados sob as unhas, enxaguar em água corrente, enxugar em 
toalha limpa ou papel toalha. Essa técnica é adequada para a higiene pessoal e para 
áreas não criticas do hospital. 
Black et al. comprovaram, através de estudo controlado, o efeito de um 
programa de higiene das mãos na incidência de diarréia infecciosa em quarto creches. 
Antes do inicio do programa, a incidência de diarréia em 100 crianças, por semana, era 
de 16, três, passando a 4,2 no decorrer de um ano de implantação do programa. 
Em áreas semicriticas e criticas, é recomendável substituir a higiene das mãos 
com sabão pela antissepsia com soluções detergentes antissépticas. A antissepsia 
requer agentes germicidas capazes de inibir ou de eliminar microorganismos sem 
provocar irritação ou sensibilização local, após repetidas aplicações. Os mais 
adequados são as soluções aquosas de PVPI a 10%, clorohexidina a 4%, 
hexaclorofeno a 3%, adicionado a 3% de clorofenol, associadas a detergentes 
compatíveis e a substancias protetoras da pele. 
 
7.1 TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS 
 
Para que a lavagem das mãos seja eficaz, faz-se necessário utilizar uma 
técnica apropriada para a remoção mecânica da sujidade, suor, células descamativas e 
microorganismos transitórios em todas as partesda mão: palma, dorso, espaços 
interdigitais, unhas e punhos. 
 Abrir a torneira; 
 Ajustar o fluxo da água, mantendo-o constante até o termino da lavagem das 
mãos; 
 Ensaboar as mãos, lavando cuidadosamente as bordas das unhas e os espaços 
interdigitais; 
 Lavar as mãos, punhos e antebraços, realizando movimentos giratórios e 
mantendo as mãos em nível horizontal para evitar a contaminação dos braços; 
 Enxaguar as mãos, punhos e antebraços em água corrente abundante, inclusive 
a torneira e o sabão; 
 Secar completamente as mãos, punhos e antebraços com papel toalha ou fluxo 
de ar quente; 
 Fechar a torneira. 
O processo de fricção repetida deve ser realizado com as mãos e os 
antebraços voltados para baixo, evitando-se que o sabão e a água, já sujos, retornem 
as áreas limpas. As fricções devem ser ‘’5’’ de cada tipo são suficientes para remover 
mecanicamente os microorganismos. 
Após esse processo, as mãos devem ser enxaguadas em água corrente, com 
as mãos posicionadas sob a torneira com os dedos voltados para cima, de modo que a 
água escorra das mãos para os punhos. 
Após a lavagem, mantendo os dedos voltados para cima, secar as mãos com 
papel-toalha descartável, começando pelas mãos e, depois, os antebraços. 
O uso de sabão é suficiente para a lavagem rotineira das mãos. Em situações 
especiais, como surtos de infecção ou isolamento de microorganismo multirresistente, 
seguir as orientações do setor responsável pela prevenção e controle de infecção 
hospitalar. 
 
7.2 LUVAS ESTERILIZADAS E DE PROCEDIMENTO 
 
 Outra barreira utilizada para o controle da disseminação de microorganismos no 
ambiente hospitalar são as luvas, esterilizadas ou não, indicadas para proteger o 
paciente e o profissional de contaminação. 
19 
 
 As luvas esterilizadas, denominadas luvas cirúrgicas, são indicadas para a 
realização de procedimentos invasivos ou manipulação de material estéril, 
impedindo a deposição de microorganismos no local. Exemplos: cirurgias, 
suturas, curativos, cateterismo vesical, dentre outros. 
 As luvas de procedimento são limpas, porém não esterilizadas, e seu uso é 
indicado para proteger o profissional durante a manipulação de material, quando 
do contato com superfícies contaminadas ou durante a execução de 
procedimentos com risco de exposição a sangue, fluida corporal e secreções. 
Não há nenhum cuidado especial para calça-las, porem devem ser removidas da 
mesma maneira que a luva estéril, para evitar que o profissional se contamine. 
 
 
7.3 CALÇANDO E DESCALÇANDO LUVAS ESTÉREIS 
 
 Antes de qualquer coisa, ressalte-se que a luva deve ter um ajuste adequado, 
cuja numeração corresponda ao tamanho da mão. 
 Abra o pacote de luvas posicionando a abertura do envelope para cima e o 
punho em sua direção. Toque somente a parte externo do pacote, mantendo 
estéreis a luva e a área interna do pacote. 
 Segure a luva pela dobra do punho, pois é a parte que irá se aderir à pele ao 
calçá-la, única face que pode ser tocada com a mão não enluvada. Desta forma, 
sua parte externa se mantém estéril. 
 Para pegar a outra luva, introduza os dedos da mão enluvada sob a dobra do 
punho e calce-a, ajustando-a pela face externa. 
 Calçando a luva, mantenha distancia dos mobiliários e as mãos em nível mais 
elevado, evitando a contaminação externa da mesma. 
 Após o uso, as luvas estão contaminadas. Durante sua retirada, a face externa 
não deve tocar a pele. Para que isso não ocorra, puxe a primeira luva em 
direção aos dedos, segurando-a na altura do punho com a mão enluvada; em 
seguida, remova a segunda luva, segurando-a pela parte interna do punho e 
puxando-a em direção aos dedos. Esta face deve ser mantida voltada para 
dentro para evitar autocontaminação e infecção hospitalar. 
 
8. PRINCÍPIOS GERAIS DE BIOSSEGURANÇA 
 
 Precauções – Padrão e Isolamento: As normas relativas às precauções e ao 
isolamento constituem-se na adoção de medidas que possibilitam a prevenção 
da transmissão de microorganismos e que têm por objetivo principal proteger o 
paciente e o profissional de saúde. 
 
 As mais utilizadas nos serviços de saúde, fundamentam-se no “Guideline” do 
CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) de Atlanta e no HICPAC (Hospital 
Infection Control Practices Advisory Committee), nos EUA, publicado em 1996. Os 
microorganismos podem ser transmitidos por contato, sangue e outros líquidos 
corpóreos, gotículas e aerossóis. As Precauções-padrão é indicadas a todos os 
pacientes, baseadas no modo de transmissão dos agentes infecciosos; precauções de 
contato e precauções respiratórias para gotículas e aerossóis. 
 
 Precaução por Contato: ocorre principalmente através das mãos dos 
profissionais ou por contato com artigos e equipamentos contaminados. 
Exemplos: herpes simples, diarreias infecciosas, escabiose, exposição a sangue 
e outros líquidos corpóreos. A transmissão ocorre quando estes estão 
20 
 
contaminados e entram em contato com mucosa ou pele não-íntegra. O vírus da 
imunodeficiência humana (HIV), os vírus da hepatite B e C; 
 
 Precaução por Gotículas: ocorre através de gotículas produzidas pela fala, 
tosse, espirro e aspiração orotraqueal. As gotículas podem atingir até 1 metro de 
distância e rapidamente se depositam no chão não permanecendo suspensa no 
ar. Exemplos: coqueluche, difteria, rubéola, meningite bacteriana; vírus da gripe; 
 
 Precaução por Aerossóis: pequenas partículas contendo microorganismos 
eliminados durante a respiração, tosse ou espirro ressecam-se, podendo 
permanecer durante horas suspensas no ar. As partículas ressecadas são 
capazes de atingir distâncias maiores que 1 metro. Algumas doenças, como a 
tuberculose, herpes zoster (catapora) e o sarampo, são transmitidas dessa 
forma. 
 
 Precauções-Padrão 
 As precauções-padrão devem ser utilizadas no atendimento de todos os 
pacientes sempre que houver risco de contato com sangue, líquidos corpóreos, 
secreções e excreções, peles não-íntegras e mucosas. 
 
 São ações das precauções-padrão: 
 
• Lavar as mãos: antes e após o contato com o paciente; após descalçar as 
luvas, pois nelas podem haver pequenos furos ou ocorrer contaminação durante a 
remoção; após contato com sangue, secreções e excreções, equipamentos e 
artigos contaminados; entre a realização de procedimentos com o mesmo paciente, 
como curativo, aspiração traqueal, coleta de sangue, etc.; entre a manipulação de 
um paciente e outro; entre a realização do mesmo procedimento em pacientes 
diferentes, como esvaziamento de urina do sistema de drenagem fechado; 
• Utilizar luvas estéreis: antes da execução de procedimento asséptico e luvas 
de procedimento sempre que existir a possibilidade de contato com sangue, 
líquidos corpóreos, secreções e excreções, mucosa, pele não-íntegra e artigos, 
equipamentos e superfícies contaminados; retirar as luvas imediatamente após o 
uso e antes de tocar em outro paciente, ou qualquer material ou superfície, como 
cante, telefone, papeleta, maçaneta de porta, etc.; 
• Usar avental limpo não-estéril ou impermeável: nos casos de risco de 
contato com respingos de líquidos corporais e/ou sangue; retira-lo após o término 
do procedimento; 
• Utilizar máscara e óculos protetores: sempre que realizar procedimentos 
sujeitos a risco de respingos de líquidos corporais e/ou sangue, (aspiração de 
secreção traqueal); 
• Manter os cuidados adequados com os artigos e equipamentos de uso em 
pacientes, no tocante à limpeza, desinfecção ou esterilização; 
• Prevenir acidentes com materiais perfurocortantes: ter cuidado com o uso, 
manipulação, limpeza e descarte de agulhas, bisturis e similares; não remover as 
agulhas contaminadas das seringas; não realizar o reencape das agulhas; usar 
recipiente apropriado para o descarte de materiais perfurantes; 
• Realizar o controle ambiental: fazer a limpeza e descontaminação de 
superfícies ambientais e mobiliário, quando contaminados com sangue e/ou 
líquidos corporais, secreções e excreções,evitando o contato direto com pele e 
mucosas, bem como com a própria roupa; 
• Utilizar quarto privativo: nos casos em que haja risco de contaminação 
ambiental. 
 
21 
 
 Precauções de Contato: 
 As precauções de contato são indicadas para pacientes colonizados ou 
infectados por microorganismos veiculados por contato direto com o paciente (pele a 
pele) ou indireto (objetos contaminados-fômites), que tenham grande importância 
epidemiológica, como infecção por agentes multiresistentes. 
 Além das medidas de precaução-padrão, as precauções de contato envolvem as 
medidas de usos de quarto privativo ou comum para pacientes que apresentem a 
mesma doença ou microorganismo; o uso de avental na possibilidade de risco de 
contato das roupas do profissional com área ou material contaminado, quando da 
realização de higiene do paciente com diarréia, incontinência fecal/urinária e ferida com 
secreção não-contida pelo curativo; manutenção do paciente no quarto/enfermaria, 
evitando sua saída; uso exclusivo de artigos e equipamentos pelo paciente; limpeza e 
desinfecção ou esterilização dos mesmos após a alta do paciente. Os familiares devem 
ser orientados quanto aos cuidados a serem tomados para evitar risco de 
contaminação. 
 
 Precauções Respiratórias: 
 As precauções respiratórias para aerossóis exigem as medidas de utilização das 
precauções-padrão; quarto privativo, sendo obrigatórios; manter a porta fechada; 
utilizar máscara apropriada (tipo N95) ao prestar cuidados a pacientes com suspeita ou 
doença confirmada de transmissão por aerossóis; manter o paciente no quarto, 
evitando sua saída, caso haja necessidade de transporta-lo, colocar máscara comum 
tipo cirúrgica. 
 As precauções respiratórias para gotículas necessitam de medidas de utilização 
das precauções-padrão; quarto privativo ou comum para pacientes com a mesma 
doença; máscara comum, tipo cirúrgica, por todas as pessoas que entrem no quarto no 
período de transmissão da doença, sendo necessário despreza-la à saída do quarto; 
manter o paciente no quarto, evitando sua saída, caso haja necessidade de transporta-
lo, colocar máscara comum tipo cirúrgica no mesmo. 
 
 Precauções Empíricas: 
 As precauções empíricas são indicadas para os casos de pacientes sem 
diagnóstico definitivo, porém com indícios de infecção por agentes que necessitem de 
precauções. Devem permanecer até que haja confirmação ou esclarecimento do 
diagnóstico. 
 
 
9. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
 No Brasil, o Ministério da Saúde (MS), considerando que as infecções 
hospitalares (IH) podem causar significativos danos à clientela dos serviços de saúde, 
expediu instruções para o controle e prevenção das IH através da publicação da 
Portaria 196 (24/06/83): “Todos os Hospitais do País, independente da natureza da 
entidade mantenedora, deveriam ter Comissão de Controle de Infecção Hospitalar 
(CCIH).” 
 Em 1992, visando a uma maior profissionalização na prática do controle das 
infecções, o MS publicou a Portaria 930 (27/08/92): “Todos os hospitais do País, além 
das Comissões, deveriam também constituir Serviços de Controle de Infecção 
Hospitalar (SCIH), compreendendo, pelo menos, um médico e uma enfermeira para 
cada 200 leitos.” 
 A última Portaria do MS publicada até o momento, a Portaria de 2.616 
(12/05/98), revogou a Portaria 930 e reafirmou a importância da comissão de controle 
de infecção, determinando que todo hospital deve ter uma CCIH, composta por 
22 
 
membros consultores e membros executores (estes constituem o Serviço de Controle 
de Infecção Hospitalar – SCIH). 
No caso do Hospital das Clínicas da UFMG, a CCIH que vinha funcionando 
regularmente desde a sua criação, em 1978, é atualmente composta de membros 
consultores e membros executores (SCIH). 
 O cumprimento da Portaria 2.616 tem importante papel na qualidade de 
assistência ao paciente. Resultados do SENIC (Study of the efficacy of nosocomial 
infection control), importante estudo realizado pelo CDC (Centers for Disease Control 
and Prevention, EUA), evidenciaram uma redução de até 32% das IH nos hospitais 
com programas efetivos de controle de infecção. Dessa forma, o controle das IH nos 
hospitais é considerado um dos parâmetros da avaliação da qualidade da assitência 
hospitalar. Atualmente, o enfoque da qualidade representa uma necessidade premente, 
devido aos altos custos hospitalares e a importância do aprimoramento da qualidade 
dos serviços. Nesse sentido, a epidemiologia hospitalar tem atuação ampla no 
diagnóstico das situações de risco e no planejamento dos sistemas de informação que 
subsidiarão a tomada de decisões para as ações de prevenção e controle da infecção 
hospitalar. 
 
 Infecção Hospitalar 
 São graves as consequências de uma infecção hospitalar, não só do ponto de 
vista individual, como institucional. Um paciente com infecção hospitalar é submetido a 
tratamentos agressivos, sua permanência no hospital é prolongada e sua evolução 
pode ser fatal. Para a instituição, as perdas são enormes com o aumento da letalidade 
e mortalidade, aumento dos custos com a internação e diminuição da oferta de leitos à 
comunidade. 
 Além das questões assistenciais, econômicas e éticas, o profissional de saúde 
tem de estar atento para as implicações legais do controle de infecção hospitalar. O 
resultado de uma infecção hospitalar poderá configurar não só os crimes de homicídio, 
lesão corporal ou ameaça da vida e da saúde, como também o dano à integridade 
física, sujeito à reparação, na forma determinada pelo Código Civil. 
 
 Como Evitar Infecção Hospitalar? 
 Uma das primeiras medidas que um hospital deve adotar é fazer cumprir a 
Portaria 2.616 do Ministério da Saúde e constituir a CCIIH. Esta elaborar um programa 
de prevenção e controle de infecção hospitalar (PPCIH), contendo metas prioritárias de 
ações preventivas e de controle. 
 
 
10. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR – CCIH 
 
 Organização: A comissão deverá ocupar um espaço físico próprio (sala 
mobiliada, contendo uma biblioteca com bibliografia básica e atualizada), onde 
serão realizadas reuniões periódicas, que deverão ser registradas em um livro 
de atas. Cada membro da CCIH deverá cumprir suas funções no seu setor 
específico. 
 
 Composição: A CCIH é uma equipe interprofissional com representantes das 
áreas médicas, enfermagem, farmácia, laboratório e administração. No caso de 
um hospital de ensino, deverá também contar com um representante dentre os 
médicos residentes. Todos os profissionais têm a sua importância, mas o 
enfermeiro é peça fundamental no controle de IH e deve atuar em regime de 
dedicação exclusiva, pelo menos durante seis horas diárias, enquanto os demais 
profissionais devem cumprir pelo menos quatro horas diárias, de acordo com a 
referida portaria. 
23 
 
 Funções da CCIH: A ação básica que toda comissão de controle de infecção 
deve exercer é a ação educativa, com ênfase na conscientização da 
comunidade hospitalar (profissionais de todas as categorias, pacientes e 
visitantes) quanto à importância da prevenção e controle das infecções. Dentre 
estes, a conscientização do administrador da instituição é fundamental para 
obtenção de êxito. Para isso, a CCIH deve divulgar dados da literatura e, 
principalmente, da própria instituição que confirmem a necessidade do controle 
de infecção. 
 
 Dinâmica da atuação da CCIH: Para cumprir as funções supracitadas, a CCIH 
deverá conhecer a realidade da instituição em que atua, fazendo um diagnóstico 
da situação de controle de IH através de um sistema de vigilância 
epidemiológica, com identificação dos setores de maior gravidade. Em seguida, 
para um maior conhecimento desses setores, serão feitas visitas técnicas de 
acordo com o roteiro proposto no Anexo 22, Parte XV, deste Manual. Após 
análise da situação encontrada, esta será divulgada e discutida com a equipe do 
setor e, a partir daí em uma ação conjunta, entre CCIH e equipe (e 
administração, se necessário), serãotraçadas ações de prevenção e controle. 
 O Fluxograma 2-1 demonstra a dinâmica de atuação da CCIH na instituição. 
 Conforme evidenciado no Fluxograma 2-1, a implantação de um sistema de 
vigilância epidemiológica é o primeiro passo na implantação da PPCIH. 
 
 A partir daí serão definidas metas semestrais ou anuais que deverão ser 
reavaliadas periodicamente pela CCIH e pela equipe hospitalar. 
 
Treinamento em serviço e Cursos de capacitação: Uma das funções mais 
importantes de uma comissão de controle de infecção é promover cursos de 
capacitação para os profissionais de diversos níveis e setores do hospital. Alguns 
hospitais do País, como o Hospital das Clínicas/UFMG, são credenciados pelo 
Ministério da Saúde como centros de treinamento em controle de infecção hospitalar, 
sendo responsáveis pelo treinamento de profissionais de outros hospitais. Convém 
enfatizar a importância cada vez maior de profissionalizar o trabalho da CCIH e de seus 
membros. 
 
O conhecimento de que nenhuma intervenção médica disponível até o momento 
é capaz de erradicar a infecção hospitalar e de que existem infecções não-previníveis 
(endógenas) não deve induzir uma postura de inércia. 
 
 Estrutura Organizacional: 
 
Fluxograma 2 – 1 
Roteiro da atuação da CCIH na prevenção e controle das IH 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CCIH (SCIH) 
PPCIH 
SISTEMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
VISITAS TÉCNICAS AOS SETORES CRÍTICOS 
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DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE 
CONTROLE DE IH 
DIVULGAÇÃO/DISCUSSÃO COM EQUIPE 
AÇÕES CONJUNTAS DE CONTROLE E 
PREVENÇÃO DE IH 
EDUCAÇÃO 
CONTINUADA 
CONTROLE DE QUALIDADE 
PPCIH - Programa de Prevenção e Controle das Infecções Hospitalares. 
PCIH - Programa de Controle das Infecções Hospitalares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANOTAÇÕES: 
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