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PROMOÇÃO DA BIOSSEGURANÇA NAS AÇÕES DE ENFERMAGEM MÓDULO II Docente: Enf. Daniele Santana de Souza NATAL/RN 2017 Promoção da Biossegurança nas ações de Enfermagem . INSTITUTO DE ENSINO E CULTURA – IEC Rua: Rua Apodi 392, Tirol - Natal – RN Telefone: (84) 3344-3686 e-mail: iecnatal@hotmail.com EQUIPE GESTORA Diretora Geral: Oscarina Saraiva Coelho Coordenadora Pedagógica: Nadir Soares Vila Nova Coordenadora Financeira: Maria José Fernandes Torres NORMALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA Zora Yonara Cândido Duarte dos Santos Dados Catalográficos AACR2 – Anglo-American Cataloguing Rules 2. Zora Yonara Cândido Duarte dos Santos Bibliotecária/Documentalista CRB 15ª Região / 457 S719p Souza, Daniele Santana de. Promoção da Biossegurança nas ações de Enfermagem - Módulo II / Daniele Santana de Souza. ___ Natal, RN: IEC, 2017. Instituto de Ensino e Cultura – IEC. 26p.: il. 1. Enfermagem. 2. Biossegurança. I. Souza, Daniele Santana de. II. Título. CDU 616.047 mailto:iecnatal@hotmail.com SUMÁRIO 1. REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE INFECÇÃO HOSPITALAR 04 1.1 HISTÓRICO 04 1.2 AS INFECÇÕES HOSPITALARES 04 2. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR 06 2.1 AMBIENTE HOSPITALAR 06 3. CLASSIFICAÇÃO DE ARTIGOS HOSPITALARES SEGUNDO O RISCO DE POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO 06 3.1 ARTIGOS CRÍTICOS 06 3.2 ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS 06 3.3 ARTIGOS NÃO-CRÍTICOS 07 4. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS HOSPITALARES 07 4.1 LIMPEZA 07 4.2 DESINFECÇÃO 08 4.3 PROCESSO FÍSICO DE DESINFECÇÃO 08 4.4 ESTERILIZAÇÃO 08 4.5 PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO 09 5. CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS HOSPITALARES 13 5.1 PRINCIPAIS DESINFECTANTES HOSPITALARES PARA SUPERFÍCIE 15 6. UNIDADE DO PACINTE 16 6.1 LIMPEZA E PREPARO DA UNIDADE DO PACIENTE 17 7. LAVAGEM DAS MÃOS 17 7.1 TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS 18 7.2 LUVAS ESTERILIZADOS E DE PROCEDIMENTOS 18 7.3 CALÇANDO E DESCALÇANDO LUVAS 19 8. PRINCÍPIOS GERAIS DE BIOSSEGURANÇA 19 9. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR 21 10. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR – CCIH 22 4 1. REFLEXÕES TEORICAS SOBRE INFECÇÃO HOSPITALAR 1.1 HISTÓRICO História das doenças e das causas de morte. • Princípio Bíblico: milagres (cegueira, paralíticos, surdos, mudos, lepra e epilepsia). • Princípio Científico – Homo Sapiens Impacto das doenças infecciosas • Medicina Primitiva • Crença do sobrenatural Apoiava-se na experiência e observação • Empírica--- Poder da magia Sem pesquisa e sem estudo científico. O conhecimento sobre a doença era escasso. Medicina Moderna • Avanço na genética, fármacos, tecnologia no diagnóstico e terapêutica. Medicina dos Filósofos • Pitágoras: Pai da Aritmética • Alcméon: Praticava dissecações anatômicas Experimentos em animais • Empédocles: Conhecedor de Fisiologia, Higiene e Epidemias. Idade Clássica • Surgem as Escolas Médicas. • 460 a.C. – Nasceu Hipócrates – Pai da Medicina • Medicina como Arte, Ciência e Profissão Criou o método baseado na semiologia Prognóstico e terapêutica Classificou as doenças em agudos e crônicos, endêmicos e epidêmicos Descreveu o mal de POTT. 1847 Ignaz Philips Semnielweis (importância da lavagem das mãos) • Lavagem das mãos com a solução cloradora • Lavagem das mãos com técnica orientada. • Faleceu de infecção hospitalar – piemia – sepsis 1853 Luis Pasteur – (pesquisas na atenuação do vírus da raiva). 1863 Florence Nightingale – (limpeza e desinfecção). 1867 Joseph Lister (antissepsia e assepsia cirúrgica). 1.2 AS INFECÇÕES HOSPITALARES 1940– Alexander Fleming – Medicina curativa (descoberta dos antibióticos). 1945– 1º. Hospital Geral – Santa Casa de Misericórdia em Santos. 1950– Registrados surtos de Staphylococos Aureus resistente a penicilina. 1956– Esterilização do material médico hospitalar. 1959– Uso indiscriminado de antibióticos. 1960– Primeira Escola de Enfermagem no Hospital Thomas – Londres. 5 1963– 1ª Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)-Hospital Ernesto Dornelles– RS. 1970– Criado as primeiras comissões multidisciplinares (Hospital das Clínicas–SP). • A Centers for Disease Control and Prevention(CDC) – publicou um manual detalhado sobre Técnicas para isolamento em hospitais. 1972– 1º Evento (Curso de Epidemiologia e Profilaxia das Infecções Hospitalares). • Hospital de Ipanema • ABEN - RJ 1976– INPS/Ordem de Serviço–SAM nº 39.24/76. (Exige e determina a criação de CCIH nos hospitais). 1983– Portaria-MS/196 de 24/06/1983. (Determina que todos os hospitais do país criem CCIH) 1985– Publicado o Manual de “Controle de Infecção Hospitalar’’ e guia das precauções padrão ou universal, uma vez que, na época, houve o aumento progressivo de casos de HIV e Hepatites. 1986– Uso de placas sinalizadoras no leito do paciente. 1989– 1º Congresso sobre Infecção Hospitalar – São Paulo. Na década de 90 surgiram os Manuais de Medidas de Biossegurança–MS HIV/AIDS Hepatites 1997– Lei nº 9431 de 6 de janeiro de 1997, que dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país, de Programa de Controle de Infecções Hospitalares. 1998– Entra em vigor a portaria n°2616-05/1998, no Artigo 1° fala sobre, diretrizes e normas para prevenção e o controle das infecções hospitalares e Artigo 2º compõe o Programa de Controle de Infecções Hospitalares. 2007– Revisão do manual de recomendação sobre precausão e isolamento para prevenção da transmissão de microrganismo em serviço de saúde. ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 6 2. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR 2.1 AMBIENTE HOSPITALAR O hospital, considerado um ambiente insalubre, pois concentra microorganismos resistentes e hospedeiros susceptíveis. O controle da infecção hospitalar visa reduzir o risco a que o paciente é exposto durante o processo de internação. O ambiente hospitalar e os artigos que tem grande variedade e as mais diversas finalidades podem ser permanentes ou descartáveis. Considera-se que o grau de risco potencial de transmissão de infecção está ligado a sua utilização ou o grau de contato e ou exposição do paciente as áreas e artigos, relacionados à grande infecção. 3. CLASSIFICAÇÃO DE ARTIGOS HOSPITALARES SEGUNDO O RISCO DE POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO Os artigos utilizados nos recursos de saúde foram classificados em três categorias conforme o grau de risco: 3.1 ARTIGOS CRÍTICOS São aqueles que penetram nos tecidos subepiteliais, no sistema vascular e em outros órgãos, bem como todos os que estejam diretamente conectados com eles. Os artigos críticos devem ser totalmente livres de microorganismos (bactérias, fungos, vírus e esporos) ao serem utilizados. Por isso requerem esterilização ou descartados. • Instrumentos de corte ou de ponta; • Outros instrumentos cirúrgicos (pinças, afastadores, próteses, fios, agulhas, laminas de bisturi, cateteres venosos, Scalpe, jelco, drenos, etc.); • Soluções injetáveis; • Roupas utilizadas nos atos cirúrgicos e obstétricos, na unidade de queimados e no berçário de alto risco. 3.2 ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS São todos aqueles que entram apenas em contato com mucosa e pele íntegra, capaz de impedir a invasão dos tecidos subepiteliais. Recomenda-se a desinfecção de alto nível ou esterilização. São submetidos à desinfecção de médio ou baixo nível. Entre outros se destacam: • Equipamentos de anestesia gasosa e de assistência ventilatória; • Endoscópios; • Otoscópio; • Equipamentos de terapia respiratória (traqueias, nebulizadores, máscara de venturi); • Medicamentos orais e inaláveis; • Pratos, talheres e alimentos; • Espéculo vaginal; • Sondas nasogástrica e vesicais; 7 Os artigos semi-críticos também deveriam estar totalmente livres de microrganismos ao serem usados. Todavia, nem sempre é possível submete-los a processos capazes de destruir esporos sem danifica-los. Exige-se, contudo, que os mesmos sejam isentos de bactérias, fungos e vírus. Os cateteres vesicais, nasogástrica e traqueias embora entrem em contato com mucosa em geral íntegra, devem estar isentos de quaisquer microorganismos (estéreis) para uso, devido à elevada incidência de infecção urinária e respiratória associadas à cateterização. 3.3 ARTIGOS NÃO CRÍTICOS São todos os que entram em contato apenas com a pele íntegra e ainda os que não entram em contato direto com o paciente. São submetidos a desinfecção de baixo nível. • Mesas de aparelho de raios-X; Microscópios; Monitores; Telefones; • Aparelho para aferir a pressão arterial (esfignomanômetro, estetoscópio, termômetro); • Mobiliário, refrigeradores; Artigos de higiene do paciente (comadres, bacias e papagaio); roupas de cama e de uso pessoal; Equipamentos, sanitário (pias, vasos, ralos); Recipientes de lixo, pisos e paredes. 4. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS HOSPITALARES Os procedimentos antimicrobianos utilizados podem ser classificados em três grupos: • Limpeza • Desinfecção • Esterilização 4.1 LIMPEZA A limpeza é o ato de remover a sujidade por meio de fricção e uso de água e sabão ou soluções detergentes. Há várias fórmulas de detergentes disponíveis no mercado, variando do neutro a específicos para lavadoras. Ainda nesta classificação, podemos apontar os enzimáticos utilizados para limpeza de artigos por imersão, bastante recomendados, atualmente, por sua eficácia na limpeza. são capazes de remover a matéria orgânica da superfície do material em tempo inferior a 15 minutos (em média, 3 minutos), não danificam os artigos e são atóxicos e biodegradáveis. A limpeza é o procedimento que deve sempre preceder a desinfecção e a esterilização; quanto mais limpo estiver o material, menor a chance de falhas no processo. A matéria orgânica, intimamente aderida ao material, como no caso de crostas de sangue e secreções, atua como escudo de proteção para os microorganismos, impedindo que o agente desinfetante/esterilizante entre em contato com a superfície do artigo, tornando o procedimento ineficaz. Para a realização da descontaminação e limpeza dos materiais, recomenda-se adotar as seguintes medidas: Os procedimentos só devem ser feitos por profissionais devidamente capacitados e em local apropriado (expurgo); Sempre utilizar sapatos fechados, para prevenir a contaminação por respingos; 8 Quando do manuseio de artigos sujos, estar devidamente paramentado com equipamentos de proteção: avental impermeável, luvas de borracha antiderrapantes e de cano longo, óculos de proteção e máscara ou protetor facial; Utilizar escovas de cerdas macias, evitando a aplicação de materiais abrasivos, como palhas de aço e sapólio; As pinças devem estar abertas quando de sua imersão na solução; Desconectar os componentes acoplados, para uma efetiva limpeza; Enxaguar os materiais em água corrente potável; Secar os materiais com tecido absorvente limpo, atentando para o resultado da limpeza, principalmente nas arranhaduras das pinças; Armazenar o material ou encaminha-lo para desinfecção ou esterilização. 4.2 DESINFECÇÃO Conceito: é o processo de destruição de microorganismos em estado vegetativo (com exceção das formas esporuladas, resistente ao processo), utilizando-se agentes físicos ou químicos. O termo desinfecção é aplicado tanto no caso de artigos hospitalares quanto de superfícies ambientais. Pode ser de níveis: alto, médio e baixo. Alto nível: quando há eliminação de todos os microorganismos e de alguns esporos bacterianos; Médio nível: quando há eliminação de micobactérias (bacilo da tuberculose), bactérias na forma vegetativa, muitos vírus e fungos, porém não de esporos; Baixo nível: quando há eliminação de bactérias e alguns fungos e vírus, porém sem destruição de micobactérias nem de esporos. 4.3 PROCESSO FÍSICO DE DESINFECÇÃO • PASTEURIZAÇÃO: É uma desinfecção realizada em lavadoras automáticas, com exposição do artigo em água a temperaturas de aproximadamente 60 a 90 graus centígrados por 10 a 30 minutos, conforme a instrução do fabricante. É indicada para a desinfecção de circuitos de respiradores. • FERVURA: A água em ebulição ou fervura é utilizada para desinfecção de alto nível em artigos termorresistentes. Consiste em imergir totalmente o material em água fervente, com tempo de exposição de 30 minutos, após o material é retirado com o auxílio de pinça desinfetada e luvas de amianto de cano longo. Em seguida, deve ser seco e guardado em recipiente limpo ou desinfetado, ressalve-se que esse procedimento é indicado apenas nas situações em que não se disponha de outros métodos físicos ou químicos. • IMERSÃO: Processo de desinfecção química que consiste em total mergulho de artigos sensíveis ao calor em soluções germicidas adequadas, em geral durante 10 a 30 minutos. Por exemplo: conexões e acessórios de respiradores artificiais, instrumentais odontológicos, equipamentos de anestesia gasosa e endoscópios. 4.4 ESTERILIZAÇÃO Conceito: É o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana inclusive os esporulados, presentes em qualquer artigo, mediante a aplicação de agentes físicos ou químicos e aplica-se especificamente a artigos críticos. A esterilização desempenha um papel fundamental na prevenção e controle de infecção hospitalar, em decorrência 9 da abrangência de utilização de material esterilizado nas atividades desenvolvidas para o atendimento ao paciente, nos diversos níveis de atenção à saúde. 4.5 PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO MEIO FÍSICO Autoclave As autoclaves são equipamentos que se utilizam vapor saturado sob pressão, para realizarem o processo de esterilização. O vapor saturado com alta temperatura, é o meio de esterilização mais econômico para materiais termorresistentes. O vapor úmido deve ser evitado, pois tem menos calor que o vapor saturado, sendo que produz gotículas de água em suspensão, o que pode causar problemas, tanto na esterilização como na secagem final do material. Os tempos, temperaturas e pressão das autoclaves deverão ser aquelas recomendadas pelo fabricante, pois tais autoclaves poderão ter ciclos para esterilização diferentes. Indicações de uso • Para esterilizaçãode todos os artigos críticos termorresistentes, este método é mais seguro e eficaz. • Alguns artigos semi-críticos, por facilidade operacional e de tempo, podem ser submetidos, se termorresistentes, à autoclavagem. • Artigos e substâncias que podem ser submetidos à autoclave são: materiais de superfície (bacias, cubas, bandejas e etc.) e materiais de densidade (campos cirúrgicos, aventais, algodão, gazes e etc.). Formas de uso: • Conforme a indicação do fabricante; • Manutenção preventiva, no mínimo semanal; • Conhecer e praticar a distribuição dos pacotes em relação à posição dos mesmos e ao tipo de material submetido ao processo. Invólucros para esterilização: • Tecido de algodão cru, duplo, com trama têxtil adequada; embalagem de papel grau cirúrgico; embalagem de papel Kraft com pH 5-8; filme poliamida entre 50 a 100 micras de espessuras. Monitorização: • Testes biológicos, no mínimo semanais com Bacilus stearothermophylus, sempre na primeira carga do dia e ao término de todas as manutenções realizadas, sejam elas preventivas ou corretivas; • Indicação visual dos pacotes com fita termossensível, para assegurar que o pacote passou pelo calor; • Registrar controles da pressão interna e externa das câmaras, da pressão negativa e temperatura a cada ciclo de esterilização, da temperatura interna e os defeitos, a cada esterilização. Estufa / forno pasteur Indicações de uso: Recomenda-se o uso da estufa somente para esterilização de óleos, pós e caixas de instrumentos. Os tempos de exposição e temperatura vão variar conforme o tipo de material a ser esterilizado. Os materiais indicados para este processo são: 10 • Pós: 100 gramas a 160ºC, por 120 minutos; • Óleos (considerar a altura de 0,5 cm): 160ºC, por 120 minutos; • Metais (necessário validar o processo): recomenda-se 200ºC a 220ºC por 120 minutos. Formas de uso: • Conforme indicação do fabricante; • Manutenção preventiva no mínimo mensal. MEIO QUÍMICO: Os esterilizantes químicos, descritos abaixo, são autorizados pela portaria n°30/92 do MS. Desinfetante -------- esterilizante Características Indicações Desvantagens Álcool (etílico e isopropílico) Ação rápida, fácil aplicação, viável p/ artigos metálicos; ação ótima na concentração de 70%. Desinfecção de nível médio de artigos e superfícies. Ex.: superfícies externas de equipamentos metálicos, termômetros,estetoscópios, ampolas, vidros, etc. Inflamável, resseca plásticos e opacifica artigos acrílicos. Cloro e compostos clorados Em forma líquida (hipoclorito de sódio) as soluções devem ser estocadas em frascos opacos; ação rápida e baixo custo. Desinfecção de nível médio de artigos e superfícies e descontaminação de superfícies. Ex.: materiais de inaloterapia e oxigenoterapia não metálicos, como máscaras de inalação e nebulização, circuitos ventilatórios; desinfecção de lactários, cozinhas, etc. É corrosivo para artigos e superfícies metálicas; irrita as mucosas; odor forte; redução de atividade em presença de matéria orgânica; incompatível com detergentes; solução pouco estável. Glutaraldeído Não danifica instrumentais, plásticos e borrachas; com atividade germicida em presença de matéria orgânica; não é indicado para superfícies. Esterilização e desinfecção de alto nível de artigos termossensíveis; indicado para endoscópios semicríticos (digestivos, braoncoscópios, laringoscópios, retossigmoidoscópio) e críticos (artroscópio e laparoscópio) em situações nas quais a esterilização não seja possível; artigos semicríticos, como espéculos vaginais, lâmina de laringoscópio Irritante para mucosas e pele (olhos, nariz, garganta, etc. 11 Fenólicos Toxicidade dérmica, podendo provocar a despigmentação cutânea. Desinfecção de nível médio e baixo; indicado para artigos não-críticos e superfícies. Podem ser absorvidos por materiais porosos, como plástico e borrachas, e o efeito residual pode causar irritação tecidual mesmo após enxágüe criterioso; contra-indicado em berçários e áreas de manuseio de alimentos Quartenário s de amônio Baixa toxicidade; são bons agentes de limpeza. Desinfecção de baixo nível; indicado para superfícies e equipamentos em local de manuseio de alimentos. Bactérias gram- negativas têm possibilidade de sobreviver nesses compostos. Formaldeído Requer tempo prolongado para agir Desinfecção de capilares do sistema de dialisadores, em solução aquosa, na concentração de 4% por 24 horas. Embora considerado desinfetante e esterilizante, seu uso é limitado devido a sua ação tóxica, irritante, odor forte e desagradável e comprovado potencial carcinogênio. Plasma de peróxido de hidrogênio Considerado o quarto estado da matéria, diferente dos estados líquido, sólido e gasoso. A esterilização por esse método é realizada através de equipamento automatizado e computadorizado . Esterilização de artigos sensíveis ao calor e à umidade. Alto custo do equipamento. Ácido peracético Não forma resíduos tóxicos. Formulações associadas a peróxidos de hidrogênio são indicados para reprocessamento de capilares de hemodialisadores. Instável após a diluição. Óxido de etileno Processo de esterilização combinado ao calor úmido da autoclave. Esterilização de artigos termossensíveis. Tóxico para pele e mucosas; os materiais necessitam de aeração prolongada para remoção do gás. Controle da eficácia da esterilização: O controle da segurança do processo de esterilização depende do tipo do equipamento, a natureza do artigo processado, do seu acondicionamento e do carregamento do material no equipamento. Parâmetros físicos e testes químicos e biológicos podem monitorar o processo. A observação e o registro de temperatura, 12 pressão, vácuo e temporizadores monitoram o funcionamento de autoclaves e esterilizadores a gás. Testes químicos Os testes químicos podem indicar uma potencial falha no processo de esterilização, por meio da mudança na sua coloração. A grande variedade, comercialmente disponível, oferece subsídios diferenciados: alguns são capazes de avaliar a temperatura atingida pelo equipamento sem se alterar com o tempo de exposição; outros respondem ao resultado da associação do tempo com a temperatura. A vantagem do uso dos testes químicos é a leitura imediata após o processamento do material. Além disso, o uso do teste químico na parte externa dos pacotes, permitem a distinção dos materiais submetidos ao processo de esterilização dos não submetidos. Existem diferentes tipos para autoclaves, estufas e óxido de etileno. Indicadores biológicos Os indicadores biológicos são reconhecidos como os que melhor retratam o processo de esterilização, pois são os únicos que consideram os parâmetros e, portanto, garantem a sua segurança. São utilizados um grande número de 24 esporos bacterianos. Para autoclaves, Bacillus stearothrmophilus e para óxido de etileno, Bacillus Subtiles var niger. Atualmente, o avanço tecnológico permite uma resposta biológica da segurança do processo dentro de 1-3 horas. Métodos: antissepsia Antissépticos são substâncias providas de ação letal ou inibitória da reprodução microbiana, de baixa causticidade e hipoalergênicas, destinados a aplicações em pele e mucosa. Os microorganismos encontrados na pele e nas mucosas são classificados em microbiota residente ou transitória. Microbiota Residente: é composta por microorganismos que vivem e se multiplicam nas camadas mais profundas da pele, glândulas sebáceas, folículos pilosos, feridas ou trajetos fistulosos. Transitória: compreende os microorganismos adquiridos por contato direto com o meio ambiente, considerados colonizantes. Estes microorganismos podem ser facilmente removidos como uso de água e sabão. No entanto, adquirem particular importância em ambientes hospitalares devido à facilidade de transmissão de um indivíduo à outro. Os antissépticos devem atender aos seguintes requisitos: amplo espectro de ação antimicrobiana; ação rápida; efeito residual cumulativo; não absorção sistêmica; não causar hipersensibilidade e outros efeitos indesejáveis, como ressecamento, irritação e fissuras; odor agradável ou ausente; boa aceitação pelo usuário e baixo custo. O Ministério da Saúde, no sentido de equacionar o grave problema das infecções hospitalares no Brasil, considerou, na Portaria 930/92 como princípios ativos adequados para os antissépticos: soluções alcoólicas (álcool etílico e isopropílico); soluções iodadas (iodo em álcool); iodóforos (polivinilpirrolidona I – PVPI); clorohexidina (biguanida); e outros princípios com comprovada eficácia frente S.aureus, S.choleraesuis e P. aeruginosa. • Álcool (etílico e isopropílico) O álcool possui muitas qualidades desejáveis dos antissépticos: barato, facilmente obtido e tem rápida ação contra bactérias e é também tuberculida e fungicida. Estudos “in vitro” demonstraram ação virucida, incluindo os vírus 13 respiratórios, o HBV e HIV. O nível ótimo de atividade microbicida acontece com álcool etílico na concentração 70% (p/v) pois, a desnaturação das proteínas dos microorganismos faz-se mais rapidamente na presença da água. Nesta concentração, o álcool etílico é viruscida. A concentração recomendada do álcool isopropílico é de 92% (p/v) e inativa a maioria dos picornavírus. Estudos em vivo demonstraram a redução de 99% da flora da pele, sendo de baixa irritabilidade cutânea, principalmente quando utilizado com um emoliente (1% de glicerol) e é irritante de mucosa. Está indicado como antisséptico de pele em procedimentos de baixo e médio risco e degermação das mãos da equipe entre os procedimentos quando da impossibilidade da lavagem das mãos. Neste caso, o álcool deve ser friccionado vigorosamente nas mãos até secar. O álcool não remove sujeira ou matéria orgânica. • Iodo e iodóforos O iodo tem imediata ação contra bactérias e vírus entéricos e contra cistos de protozoários. Micobactérias e esporos de bacilos e de clostrídios podem também serem eliminados pelo iodo. Além disso, foi observada atividade fungicida e tricomonicida do iodo. O iodóforo mais conhecido é o polivinilpirrolidona (PVPI). Em nosso meio as formulações disponíveis até o momento são: PVPI degermante para degermação das mãos e antebraços da equipe cirúrgica; PVPI alcoólico indicado para aplicação em pele íntegra e PVPI aquoso para curativos e aplicação sobre mucosas para antissepsia antes da sondagem vesical. O efeito residual das soluções à base de iodo, considerado como uma propriedade importante dos antissépticos depende, dentre outras coisas, da absorção do iodo pela pele, sem atingir níveis sistêmicos. O efeito residual dos compostos iodados traz significativas vantagens sobre outros tipos de antissépticos convencionais, especialmente como meio que pode reduzir a flora residente num nível muito maior que, o uso do álcool isopropílico. 5. CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS HOSPITALARES As áreas hospitalares foram classificadas de acordo com os riscos de infecção que possam oferecer ao paciente. Áreas Críticas São aquelas que oferecem maior risco de infecção, seja pela imunodepressão do paciente que as ocupa, seja devido às atividades que aí se desenvolvem, dividindo-se as áreas críticas em dois grupos: a) Áreas de risco aumentado devido à depressão da resistência antiinfecciosa do paciente, como por exemplo: Salas de operação ou de parto; Salas de recuperação pós-anestésica; Quarto de isolamento protetor (isolamento reverso); Unidade de diálise; Unidade de tratamento intensivo; Unidade de queimados. b) Áreas de risco aumentado de transmissão de infecções pelas atividades aí desenvolvidas, como, por exemplo: Quarto de isolamento de doenças transmissíveis; Laboratórios de anatomia patológica e de análises clínicas; Unidade de hemodinâmica; Sala de necropsia; Cozinha e lactário; 14 Lavanderia de hospitais de doenças transmissíveis. Expurgo. Áreas Semi-Críticas São todas as áreas que apresentam menor risco de transmissão, como as ocupadas por pacientes de: Doenças não infecciosas; Doenças infecciosas não transmissíveis; Central de material e de esterilização; Lavanderia de hospitais gerais. Enfermarias Áreas Não-Críticas São todas as áreas que teoricamente não apresentam risco de transmissão de infecção, ou seja, as não ocupadas por pacientes, ou cujo acesso lhes seja vedado. Exemplo: Serviço de administração; Gabinete do Diretor; Almoxarifado; Depósitos em Geral; Vestuários; Sanitários para o público, etc. Métodos e freqüência da limpeza, desinfecção e descontaminação De maneira geral, a limpeza é suficiente para reduzir os microorganismos existentes nas superfícies hospitalares, reservando-se os processos de desinfecção e descontaminação para as áreas onde há deposição de matéria orgânica. Para a descontaminação, indica-se a aplicação de desinfetante sobre a matéria orgânica; em seguida, aguardar o tempo de ação, remover o conteúdo descontaminado com papel absorvente ou tecido, e realizar a limpeza com água e solução detergente. Na desinfecção, remover a matéria orgânica com papel absorvente ou tecido, e aplicar o desinfetante sobre a área atingida, aguardar o tempo de ação, remover o desinfetante com papel absorvente ou pano e realizar a limpeza com água e solução detergente. O desinfetante habitualmente utilizado para a descontaminação e desinfecção de superfícies é o cloro orgânico (clorocide) ou inorgânico (hipoclorito de sódio a 1%) com tempo de exposição de 10 minutos. A limpeza das áreas hospitalares é um procedimento que visa remover a sujidade e detritos orgânicos de superfícies inanimados, que constituem ótimo habitat para a sobrevivência de microorganismos no âmbito hospitalar. O agente químico utilizado na limpeza é o detergente, composto de substância tensoativa que facilita a remoção da sujeira. A limpeza pode ser do tipo concorrente e terminal. O primeiro tipo é feito diariamente e consiste na limpeza do piso, remoção de poeira do mobiliário, limpeza completa do sanitário, reposição de material de higiene e recolhimento do lixo, repetido conforme a necessidade; o segundo, é realizado periodicamente, de acordo com a área de risco do hospital, e consiste na limpeza de paredes, pisos, tetos, janelas, portas e sanitários. O quadro abaixo apresenta a freqüência e tipo de limpeza por áreas críticas, semicríticas e não-críticas, e as observações pertinentes: 15 Área Limpeza concorrente Limpeza terminal Observações Crítica Unidades de internação Bloco cirúrgico Demais unidades críticas Duas vezes ao dia e quando se fizer necessário. A cada cirurgia Uma vez ao dia e quando se fizer necessário Após alta, óbito, transferência do paciente ou a cada 7 dias nos casos de permanência prolongada no mesmo ambiente. Ao término da programação cirúrgica do dia. Semanal Na limpeza terminal, deve- se limpar as grelhas do sistema de ar condicionado, janelas, teto, luminária e realizar troca de cortinas se houver. A limpeza do mobiliário e dos equipamentos é de responsabilidade da equipe de enfermagem, tanto na limpeza concorrente quanto na terminal; nas demais unidades críticas, a limpeza do mobiliário e dos equipamentos poderá ser feita pelo profissional de limpeza, desde que treinado para a função específica. Semicrítica Unidades de internação Ambulatóri o, serviço diagnóstico , consultório Uma vez ao dia e quando se fizernecessário. Uma vez ao dia e quando se fizer necessário. Após alta, óbito, transferência do paciente ou a cada 15 dias nos casos de permanência prolongada no mesmo ambiente. Semanal (devido ao alto fluxo) Equipamentos e artigos são de responsabilidade da equipe de enfermagem; o mobiliário é de responsabilidade do pessoal de limpeza. Na presença de carpetes e tapetes, deve-se efetuar aspiração diária e lavagem semestral. Não-crítica Uma vez ao dia e quando se fizer necessário. Mensal 5.1 PRINCIPAIS DESINFETANTES HOSPITALARES PARA SUPERFÍCIES Há vários produtos indicados para a desinfecção do ambiente hospitalar, dos quais apresentamos os principais: Desinfetante Indicações Contra- indicações Uso Álcool (etílico ou isopropílico) Mobiliário em geral Opacificação de acrílicos e ressecamento de plásticos e borrachas. Concentração a 70%; fricção por 30 segundos. Compostos fenólicos Desinfecção de superfícies fixas e mobiliários em geral. Em berçários e áreas de contato com alimentos; Concentração de uso de acordo com as recomendações do fabricante. 16 evitar contato com a pele ou mucosas; pode sofrer inativação na presença de matéria orgânica; são tóxicos e poluentes ambientais. Cloro inorgânico (hipoclorito) Desinfecção ou descontaminaç ão de superfícies fixas. Corrosivo sobre metais e tecidos; não deve ser associado a detergentes; inativado na presença de matéria orgânica. Concentração de 1% com tempo de exposição de 10 minutos. Cloro orgânico, pó ou pastilha (clorocide) Descontaminaç ão de superfície com matéria orgânica; para desinfecção, utilizar diluição. Corrosiva para metais e tecidos. Descontaminação entre 1,8% e 6%, com tempo de exposição de 10 minutos. Quartenário de amônio Superfícies fixas e mobiliário; áreas de alimentação e berçário. Pode sofrer inativação na presença de matéria orgânica. Concentração entre 2% e 3% com tempo de exposição de 10 minutos. 6. UNIDADE DO PACIENTE Esta unidade é o espaço físico hospitalar onde o paciente permanece a maior parte do tempo durante seu período de internação. É basicamente composta por cama, mesa de cabeceira, cadeira, mesa de refeições e escadinha. O paciente acamado deve ter sempre à disposição uma campainha para chamar o profissional de enfermagem, caso necessite. A unidade do paciente, seja ambiente individualizado (quarto) ou espaço coletivo (enfermaria), deve proporcionar-lhe completa segurança e bem-estar. Nesse sentido, lembramos que o estado de conservação do teto, piso e paredes, instalação elétrica e hidráulica, disposição do mobiliário e os espaços para a movimentação do paciente, da equipe e dos equipamentos são aspectos importantes a ser considerados. Outra questão é a influência do ambiente e dos fatores estéticos sobre o estado emocional e o humor das pessoas. Decoração atraente, cores de paredes e tetos agradáveis, iluminação adequada, ambiente arejado, calmo e silencioso, proporcionam maior aconchego às pessoas, especialmente quando doentes. Além das questões estéticas que ocasionam no paciente, familiares e profissionais uma sensação mais agradável, a prática da assistência humanizada pressupõe a preservação dos direitos dos pacientes e uma maior aproximação no 17 campo das relações humanas. Pressupõe, ainda, tratar das atividades cotidianas de forma a melhor atender às necessidades do paciente, como ampliação do horário de visitas, facilitação do uso de meios de comunicação com o exterior, conservação de objetos pessoais e possibilidade do recebimento de cartas. Isto permite que a pessoa, ao ser internada, possa considerar a unidade que lhe foi destinada como “seu” espaço, um local privativo e sob seu controle, onde lhe é possível expressar sentimentos e valores, dispondo de objetos relacionados ao seu “mundo” e que lhe despertam recordações, como fotografias, objetos religiosos, etc. A enfermagem deve zelar pela unidade do paciente sem, contudo, desrespeitar a privacidade que lhe cabe por direito. 6.1 LIMPEZA E PREPARO DA UNIDADE DO PACIENTE A limpeza da unidade objetiva remover mecanicamente o acúmulo de sujeira e ou matéria orgânica e, assim, reduzir o número de microorganismos presentes. Pode ser de dois tipos: limpeza concorrente: feita diariamente após a arrumação da cama, para remover poeira e sujidades acumuladas ao longo do dia em superfícies horizontais do mobiliário; normalmente, é suficiente a limpeza com pano úmido, realizada pelo pessoa de enfermagem; limpeza terminal: feita em todo o mobiliário da unidade do paciente; é realizada quando o leito é desocupado em razão de alta, óbito ou transferência do paciente, ou no caso de internações prolongadas. Na maioria dos estabelecimentos, realizada pela equipe de higiene hospitalar, desde que devidamente treinada, de modo que a enfermagem possa ter mais tempo disponível nos cuidados aos pacientes. A realização da limpeza da unidade requer conhecimentos básicos de assepsia e uso de técnica adequada, visando evitar a disseminação de microorganismos e a contaminação ambiental. Assim, o profissional responsável por essa tarefa deve ater- se a algumas medidas de extrema importância: • Executar a limpeza com luvas de procedimentos; • Realizar a limpeza das superfícies com movimentos amplos e num único sentido; • Seguir do local mais limpo para o mais contaminado; • Colocar sempre a superfície já limpa sobre outra superfície limpa; • Limpar com solução detergente e, em seguida, remover o resíduo; • Substituir a água, sempre que necessário. A limpeza da unidade deve abranger a parte interna e externa da mesa de cabeceira, travesseiro (se impermeável), colchão, cabeceira da cama, grades laterais, estrado, pés da cama, paredes adjacentes à cama, cadeira e escadinha. 7. LAVAGEM DAS MÃOS O ato de lavar as mãos é um importante habito de higiene pessoal a ser realizado antes das alimentações ou da manipulação de alimentos e após as excreções. A lavagem das mãos é essencial para prevenção e controle de doenças transmissíveis, devendo ser praticada por todo o pessoal hospitalar. É imprescindível a lavagem das mãos nas seguintes situações: Antes e após qualquer atendimento ao paciente; Antes e após o manuseio de artigos contaminados, tais como, material de curativos, cateteres, frascos de aspiração, comadres, patinhos, etc. Em sua forma mais simples, a higiene das mãos consiste em: molhar e ensaboar, friccionando toda a superfície das mãos, inclusive entre os dedos; remover 18 os dendritos depositados sob as unhas, enxaguar em água corrente, enxugar em toalha limpa ou papel toalha. Essa técnica é adequada para a higiene pessoal e para áreas não criticas do hospital. Black et al. comprovaram, através de estudo controlado, o efeito de um programa de higiene das mãos na incidência de diarréia infecciosa em quarto creches. Antes do inicio do programa, a incidência de diarréia em 100 crianças, por semana, era de 16, três, passando a 4,2 no decorrer de um ano de implantação do programa. Em áreas semicriticas e criticas, é recomendável substituir a higiene das mãos com sabão pela antissepsia com soluções detergentes antissépticas. A antissepsia requer agentes germicidas capazes de inibir ou de eliminar microorganismos sem provocar irritação ou sensibilização local, após repetidas aplicações. Os mais adequados são as soluções aquosas de PVPI a 10%, clorohexidina a 4%, hexaclorofeno a 3%, adicionado a 3% de clorofenol, associadas a detergentes compatíveis e a substancias protetoras da pele. 7.1 TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS Para que a lavagem das mãos seja eficaz, faz-se necessário utilizar uma técnica apropriada para a remoção mecânica da sujidade, suor, células descamativas e microorganismos transitórios em todas as partesda mão: palma, dorso, espaços interdigitais, unhas e punhos. Abrir a torneira; Ajustar o fluxo da água, mantendo-o constante até o termino da lavagem das mãos; Ensaboar as mãos, lavando cuidadosamente as bordas das unhas e os espaços interdigitais; Lavar as mãos, punhos e antebraços, realizando movimentos giratórios e mantendo as mãos em nível horizontal para evitar a contaminação dos braços; Enxaguar as mãos, punhos e antebraços em água corrente abundante, inclusive a torneira e o sabão; Secar completamente as mãos, punhos e antebraços com papel toalha ou fluxo de ar quente; Fechar a torneira. O processo de fricção repetida deve ser realizado com as mãos e os antebraços voltados para baixo, evitando-se que o sabão e a água, já sujos, retornem as áreas limpas. As fricções devem ser ‘’5’’ de cada tipo são suficientes para remover mecanicamente os microorganismos. Após esse processo, as mãos devem ser enxaguadas em água corrente, com as mãos posicionadas sob a torneira com os dedos voltados para cima, de modo que a água escorra das mãos para os punhos. Após a lavagem, mantendo os dedos voltados para cima, secar as mãos com papel-toalha descartável, começando pelas mãos e, depois, os antebraços. O uso de sabão é suficiente para a lavagem rotineira das mãos. Em situações especiais, como surtos de infecção ou isolamento de microorganismo multirresistente, seguir as orientações do setor responsável pela prevenção e controle de infecção hospitalar. 7.2 LUVAS ESTERILIZADAS E DE PROCEDIMENTO Outra barreira utilizada para o controle da disseminação de microorganismos no ambiente hospitalar são as luvas, esterilizadas ou não, indicadas para proteger o paciente e o profissional de contaminação. 19 As luvas esterilizadas, denominadas luvas cirúrgicas, são indicadas para a realização de procedimentos invasivos ou manipulação de material estéril, impedindo a deposição de microorganismos no local. Exemplos: cirurgias, suturas, curativos, cateterismo vesical, dentre outros. As luvas de procedimento são limpas, porém não esterilizadas, e seu uso é indicado para proteger o profissional durante a manipulação de material, quando do contato com superfícies contaminadas ou durante a execução de procedimentos com risco de exposição a sangue, fluida corporal e secreções. Não há nenhum cuidado especial para calça-las, porem devem ser removidas da mesma maneira que a luva estéril, para evitar que o profissional se contamine. 7.3 CALÇANDO E DESCALÇANDO LUVAS ESTÉREIS Antes de qualquer coisa, ressalte-se que a luva deve ter um ajuste adequado, cuja numeração corresponda ao tamanho da mão. Abra o pacote de luvas posicionando a abertura do envelope para cima e o punho em sua direção. Toque somente a parte externo do pacote, mantendo estéreis a luva e a área interna do pacote. Segure a luva pela dobra do punho, pois é a parte que irá se aderir à pele ao calçá-la, única face que pode ser tocada com a mão não enluvada. Desta forma, sua parte externa se mantém estéril. Para pegar a outra luva, introduza os dedos da mão enluvada sob a dobra do punho e calce-a, ajustando-a pela face externa. Calçando a luva, mantenha distancia dos mobiliários e as mãos em nível mais elevado, evitando a contaminação externa da mesma. Após o uso, as luvas estão contaminadas. Durante sua retirada, a face externa não deve tocar a pele. Para que isso não ocorra, puxe a primeira luva em direção aos dedos, segurando-a na altura do punho com a mão enluvada; em seguida, remova a segunda luva, segurando-a pela parte interna do punho e puxando-a em direção aos dedos. Esta face deve ser mantida voltada para dentro para evitar autocontaminação e infecção hospitalar. 8. PRINCÍPIOS GERAIS DE BIOSSEGURANÇA Precauções – Padrão e Isolamento: As normas relativas às precauções e ao isolamento constituem-se na adoção de medidas que possibilitam a prevenção da transmissão de microorganismos e que têm por objetivo principal proteger o paciente e o profissional de saúde. As mais utilizadas nos serviços de saúde, fundamentam-se no “Guideline” do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) de Atlanta e no HICPAC (Hospital Infection Control Practices Advisory Committee), nos EUA, publicado em 1996. Os microorganismos podem ser transmitidos por contato, sangue e outros líquidos corpóreos, gotículas e aerossóis. As Precauções-padrão é indicadas a todos os pacientes, baseadas no modo de transmissão dos agentes infecciosos; precauções de contato e precauções respiratórias para gotículas e aerossóis. Precaução por Contato: ocorre principalmente através das mãos dos profissionais ou por contato com artigos e equipamentos contaminados. Exemplos: herpes simples, diarreias infecciosas, escabiose, exposição a sangue e outros líquidos corpóreos. A transmissão ocorre quando estes estão 20 contaminados e entram em contato com mucosa ou pele não-íntegra. O vírus da imunodeficiência humana (HIV), os vírus da hepatite B e C; Precaução por Gotículas: ocorre através de gotículas produzidas pela fala, tosse, espirro e aspiração orotraqueal. As gotículas podem atingir até 1 metro de distância e rapidamente se depositam no chão não permanecendo suspensa no ar. Exemplos: coqueluche, difteria, rubéola, meningite bacteriana; vírus da gripe; Precaução por Aerossóis: pequenas partículas contendo microorganismos eliminados durante a respiração, tosse ou espirro ressecam-se, podendo permanecer durante horas suspensas no ar. As partículas ressecadas são capazes de atingir distâncias maiores que 1 metro. Algumas doenças, como a tuberculose, herpes zoster (catapora) e o sarampo, são transmitidas dessa forma. Precauções-Padrão As precauções-padrão devem ser utilizadas no atendimento de todos os pacientes sempre que houver risco de contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções e excreções, peles não-íntegras e mucosas. São ações das precauções-padrão: • Lavar as mãos: antes e após o contato com o paciente; após descalçar as luvas, pois nelas podem haver pequenos furos ou ocorrer contaminação durante a remoção; após contato com sangue, secreções e excreções, equipamentos e artigos contaminados; entre a realização de procedimentos com o mesmo paciente, como curativo, aspiração traqueal, coleta de sangue, etc.; entre a manipulação de um paciente e outro; entre a realização do mesmo procedimento em pacientes diferentes, como esvaziamento de urina do sistema de drenagem fechado; • Utilizar luvas estéreis: antes da execução de procedimento asséptico e luvas de procedimento sempre que existir a possibilidade de contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções e excreções, mucosa, pele não-íntegra e artigos, equipamentos e superfícies contaminados; retirar as luvas imediatamente após o uso e antes de tocar em outro paciente, ou qualquer material ou superfície, como cante, telefone, papeleta, maçaneta de porta, etc.; • Usar avental limpo não-estéril ou impermeável: nos casos de risco de contato com respingos de líquidos corporais e/ou sangue; retira-lo após o término do procedimento; • Utilizar máscara e óculos protetores: sempre que realizar procedimentos sujeitos a risco de respingos de líquidos corporais e/ou sangue, (aspiração de secreção traqueal); • Manter os cuidados adequados com os artigos e equipamentos de uso em pacientes, no tocante à limpeza, desinfecção ou esterilização; • Prevenir acidentes com materiais perfurocortantes: ter cuidado com o uso, manipulação, limpeza e descarte de agulhas, bisturis e similares; não remover as agulhas contaminadas das seringas; não realizar o reencape das agulhas; usar recipiente apropriado para o descarte de materiais perfurantes; • Realizar o controle ambiental: fazer a limpeza e descontaminação de superfícies ambientais e mobiliário, quando contaminados com sangue e/ou líquidos corporais, secreções e excreções,evitando o contato direto com pele e mucosas, bem como com a própria roupa; • Utilizar quarto privativo: nos casos em que haja risco de contaminação ambiental. 21 Precauções de Contato: As precauções de contato são indicadas para pacientes colonizados ou infectados por microorganismos veiculados por contato direto com o paciente (pele a pele) ou indireto (objetos contaminados-fômites), que tenham grande importância epidemiológica, como infecção por agentes multiresistentes. Além das medidas de precaução-padrão, as precauções de contato envolvem as medidas de usos de quarto privativo ou comum para pacientes que apresentem a mesma doença ou microorganismo; o uso de avental na possibilidade de risco de contato das roupas do profissional com área ou material contaminado, quando da realização de higiene do paciente com diarréia, incontinência fecal/urinária e ferida com secreção não-contida pelo curativo; manutenção do paciente no quarto/enfermaria, evitando sua saída; uso exclusivo de artigos e equipamentos pelo paciente; limpeza e desinfecção ou esterilização dos mesmos após a alta do paciente. Os familiares devem ser orientados quanto aos cuidados a serem tomados para evitar risco de contaminação. Precauções Respiratórias: As precauções respiratórias para aerossóis exigem as medidas de utilização das precauções-padrão; quarto privativo, sendo obrigatórios; manter a porta fechada; utilizar máscara apropriada (tipo N95) ao prestar cuidados a pacientes com suspeita ou doença confirmada de transmissão por aerossóis; manter o paciente no quarto, evitando sua saída, caso haja necessidade de transporta-lo, colocar máscara comum tipo cirúrgica. As precauções respiratórias para gotículas necessitam de medidas de utilização das precauções-padrão; quarto privativo ou comum para pacientes com a mesma doença; máscara comum, tipo cirúrgica, por todas as pessoas que entrem no quarto no período de transmissão da doença, sendo necessário despreza-la à saída do quarto; manter o paciente no quarto, evitando sua saída, caso haja necessidade de transporta- lo, colocar máscara comum tipo cirúrgica no mesmo. Precauções Empíricas: As precauções empíricas são indicadas para os casos de pacientes sem diagnóstico definitivo, porém com indícios de infecção por agentes que necessitem de precauções. Devem permanecer até que haja confirmação ou esclarecimento do diagnóstico. 9. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR No Brasil, o Ministério da Saúde (MS), considerando que as infecções hospitalares (IH) podem causar significativos danos à clientela dos serviços de saúde, expediu instruções para o controle e prevenção das IH através da publicação da Portaria 196 (24/06/83): “Todos os Hospitais do País, independente da natureza da entidade mantenedora, deveriam ter Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).” Em 1992, visando a uma maior profissionalização na prática do controle das infecções, o MS publicou a Portaria 930 (27/08/92): “Todos os hospitais do País, além das Comissões, deveriam também constituir Serviços de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), compreendendo, pelo menos, um médico e uma enfermeira para cada 200 leitos.” A última Portaria do MS publicada até o momento, a Portaria de 2.616 (12/05/98), revogou a Portaria 930 e reafirmou a importância da comissão de controle de infecção, determinando que todo hospital deve ter uma CCIH, composta por 22 membros consultores e membros executores (estes constituem o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar – SCIH). No caso do Hospital das Clínicas da UFMG, a CCIH que vinha funcionando regularmente desde a sua criação, em 1978, é atualmente composta de membros consultores e membros executores (SCIH). O cumprimento da Portaria 2.616 tem importante papel na qualidade de assistência ao paciente. Resultados do SENIC (Study of the efficacy of nosocomial infection control), importante estudo realizado pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention, EUA), evidenciaram uma redução de até 32% das IH nos hospitais com programas efetivos de controle de infecção. Dessa forma, o controle das IH nos hospitais é considerado um dos parâmetros da avaliação da qualidade da assitência hospitalar. Atualmente, o enfoque da qualidade representa uma necessidade premente, devido aos altos custos hospitalares e a importância do aprimoramento da qualidade dos serviços. Nesse sentido, a epidemiologia hospitalar tem atuação ampla no diagnóstico das situações de risco e no planejamento dos sistemas de informação que subsidiarão a tomada de decisões para as ações de prevenção e controle da infecção hospitalar. Infecção Hospitalar São graves as consequências de uma infecção hospitalar, não só do ponto de vista individual, como institucional. Um paciente com infecção hospitalar é submetido a tratamentos agressivos, sua permanência no hospital é prolongada e sua evolução pode ser fatal. Para a instituição, as perdas são enormes com o aumento da letalidade e mortalidade, aumento dos custos com a internação e diminuição da oferta de leitos à comunidade. Além das questões assistenciais, econômicas e éticas, o profissional de saúde tem de estar atento para as implicações legais do controle de infecção hospitalar. O resultado de uma infecção hospitalar poderá configurar não só os crimes de homicídio, lesão corporal ou ameaça da vida e da saúde, como também o dano à integridade física, sujeito à reparação, na forma determinada pelo Código Civil. Como Evitar Infecção Hospitalar? Uma das primeiras medidas que um hospital deve adotar é fazer cumprir a Portaria 2.616 do Ministério da Saúde e constituir a CCIIH. Esta elaborar um programa de prevenção e controle de infecção hospitalar (PPCIH), contendo metas prioritárias de ações preventivas e de controle. 10. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR – CCIH Organização: A comissão deverá ocupar um espaço físico próprio (sala mobiliada, contendo uma biblioteca com bibliografia básica e atualizada), onde serão realizadas reuniões periódicas, que deverão ser registradas em um livro de atas. Cada membro da CCIH deverá cumprir suas funções no seu setor específico. Composição: A CCIH é uma equipe interprofissional com representantes das áreas médicas, enfermagem, farmácia, laboratório e administração. No caso de um hospital de ensino, deverá também contar com um representante dentre os médicos residentes. Todos os profissionais têm a sua importância, mas o enfermeiro é peça fundamental no controle de IH e deve atuar em regime de dedicação exclusiva, pelo menos durante seis horas diárias, enquanto os demais profissionais devem cumprir pelo menos quatro horas diárias, de acordo com a referida portaria. 23 Funções da CCIH: A ação básica que toda comissão de controle de infecção deve exercer é a ação educativa, com ênfase na conscientização da comunidade hospitalar (profissionais de todas as categorias, pacientes e visitantes) quanto à importância da prevenção e controle das infecções. Dentre estes, a conscientização do administrador da instituição é fundamental para obtenção de êxito. Para isso, a CCIH deve divulgar dados da literatura e, principalmente, da própria instituição que confirmem a necessidade do controle de infecção. Dinâmica da atuação da CCIH: Para cumprir as funções supracitadas, a CCIH deverá conhecer a realidade da instituição em que atua, fazendo um diagnóstico da situação de controle de IH através de um sistema de vigilância epidemiológica, com identificação dos setores de maior gravidade. Em seguida, para um maior conhecimento desses setores, serão feitas visitas técnicas de acordo com o roteiro proposto no Anexo 22, Parte XV, deste Manual. Após análise da situação encontrada, esta será divulgada e discutida com a equipe do setor e, a partir daí em uma ação conjunta, entre CCIH e equipe (e administração, se necessário), serãotraçadas ações de prevenção e controle. O Fluxograma 2-1 demonstra a dinâmica de atuação da CCIH na instituição. Conforme evidenciado no Fluxograma 2-1, a implantação de um sistema de vigilância epidemiológica é o primeiro passo na implantação da PPCIH. A partir daí serão definidas metas semestrais ou anuais que deverão ser reavaliadas periodicamente pela CCIH e pela equipe hospitalar. Treinamento em serviço e Cursos de capacitação: Uma das funções mais importantes de uma comissão de controle de infecção é promover cursos de capacitação para os profissionais de diversos níveis e setores do hospital. Alguns hospitais do País, como o Hospital das Clínicas/UFMG, são credenciados pelo Ministério da Saúde como centros de treinamento em controle de infecção hospitalar, sendo responsáveis pelo treinamento de profissionais de outros hospitais. Convém enfatizar a importância cada vez maior de profissionalizar o trabalho da CCIH e de seus membros. O conhecimento de que nenhuma intervenção médica disponível até o momento é capaz de erradicar a infecção hospitalar e de que existem infecções não-previníveis (endógenas) não deve induzir uma postura de inércia. Estrutura Organizacional: Fluxograma 2 – 1 Roteiro da atuação da CCIH na prevenção e controle das IH CCIH (SCIH) PPCIH SISTEMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA VISITAS TÉCNICAS AOS SETORES CRÍTICOS 24 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE CONTROLE DE IH DIVULGAÇÃO/DISCUSSÃO COM EQUIPE AÇÕES CONJUNTAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO DE IH EDUCAÇÃO CONTINUADA CONTROLE DE QUALIDADE PPCIH - Programa de Prevenção e Controle das Infecções Hospitalares. PCIH - Programa de Controle das Infecções Hospitalares 25 26 ANOTAÇÕES: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________