Prévia do material em texto
1. Sobre oligopólios, responda os itens a seguir: a) Discorra sobre o conceito de oligopólios e suas consequências para o mercado (empresas e clientes). Oligopólio pode ser entendido como um mercado no qual há um número pequeno de empresas controlando significativamente algum mercado da economia. Tais empresas oferecem produtos similares e não competem entre si, prejudicando assim o consumidor. Quando o mercado é competitivo, as empresas estão constantemente reduzindo os preços e inovando nos produtos para atrair os consumidores. Vale destacar também que a entrada de novas empresas é dificultada pela ação do oligopólio. Por exemplo, no Brasil existe oligopólio no setor de telecomunicações, pois um pequeno número de empresas controlam os serviços oferecidos. b) Compare a quantidade e o preço praticadas em um oligopólio com as quantidades e preços praticadas em monopólios e em mercados competitivos. Em um mercado competitivo, o preço das mercadorias é sempre igual ao custo marginal de produção, que por sua vez, é igual ao custo total médio. No longo prazo, a entrada e saída das empresas levam o lucro econômico a zero. Por outro lado, em um oligopólio as empresas acordam em um preço (acima do custo marginal) e na quantidade (fixa), para a obtenção do maior lucro. Esse modelo é semelhante com a ideia de monopólio. Todavia, esse modelo na prática é complicado de ser executado, pois além da legislação antitruste, existem os interesses de cada empresa que interferem nas quantidades e nos preços. c) Como o número de empresas participantes de um oligopólio afeta o comportamento do mercado? Com o aumento no número de vendedores, é possível que a competição entre as empresas aumente, pois mesmo que os novos membros entrem no cartel, fica cada vez mais difícil chegar a um acordo devido ao tamanho do grupo. Outro ponto a ser considerado é que as empresas naturalmente vão adotar medidas para aumentar o próprio lucro. Cada empresa deve considerar dois tipos de efeito: efeito quantidade (se o preço for maior que o custo marginal, aumentar a produção resulta em um lucro maior) e efeito preço (aumentar a produção diminuirá o preço da mercadoria e o valor do lucro). Conforme o oligopólio aumenta de tamanho, o efeito do preço diminui, sobrando apenas o efeito quantidade. Nesse caso, cada empresa aumentará a produção enquanto o preço de venda for superior ao custo marginal. Desse modo, à medida que o número de empresas em um oligopólio aumenta, esse mercado fica cada vez mais parecido com um mercado competitivo. 2. Considere uma cidade pequena, na qual duas companhias “A” e “B” possuem poços profundos e vendem garrafões de água. As empresas devem decidir quantos garrafões de água oferecer (assuma que o custo marginal de bombear cada garrafão de água do poço profundo é igual à zero). Os dados do problema constam na Tabela 1. Como as empresas “A” e “B” se comportarão nesse mercado? Quais os preços e quantidades praticados? Justifique sua resposta. Tabela 1:Programação da demanda para o exemplo apresentado. Q P($) Rend. total ($) 0 300 0 25 275 6875 50 250 12500 75 225 16875 100 200 20000 125 175 21875 150 150 22500 175 125 21875 200 100 20000 225 75 16875 250 50 12500 275 25 6875 300 0 0 Caso a empresa A e B trabalhem em conluio, devem acordar um modelo que gere a maior rentabilidade possível para ambos. Sendo assim, a produção de 150 unidades poderia ser dividida na metade entre os dois (11250 dólares para cada). Caso a empresa A decida sair do conluio e aumentar sua produção em 25 unidades, o total de mercadorias em circulação seria de 175 unidades com o preço de 125 dólares. Multiplicando as 100 unidades produzidas por 125 dólares, notamos que o lucro da empresa A aumenta para 12500 dólares. Se a empresa B decidir também aumentar sua produção em 25 unidades (totalizando 200 unidades), notamos que o lucro para ambas as empresas é reduzido. 3. Defina Teoria dos Jogos e apresente dois exemplos do Dilema dos Prisioneiros. Teoria dos jogos é o estudo de como os indivíduos se comportam em situações estratégicas. Situações estratégicas são situações que ao decidir quais ações praticará, o indivíduo tem que considerar a maneira como as outras pessoas reagirão. Um desses jogos é o dilema dos prisioneiros, que permite entender a dificuldade de manter a cooperação entre as partes envolvidas. Em certas situações, as pessoas não cooperam umas com as outras mesmo que seja algo benéfico para todos, pois sempre vai haver uma preocupação maior com o próprio lucro do que com o lucro coletivo. Como exemplo de teoria dos prisioneiros, pode-se citar a publicidade feita pelas empresas. Uma empresa pode decidir fazer mais ou menos propagandas de acordo com a reação dos concorrentes. Outro exemplo é a corrida armamentista da guerra fria. Mesmo havendo uma necessidade para o desenvolvimento de armas nucleares, uma potência considerava a reação da outra potência. 4. Um dos princípios da Economia é que os governos às vezes podem melhorar os resultados do mercado. Existem algumas leis que visam garantir a livre concorrência (geralmente conhecidas como leis antitruste). Discorra sobre a intervenção governamental para a garantia da livre concorrência, apresentando aspectos positivos e negativos dessa prática. Um modo político de desestimular a cooperação entre empresas é por meio de leis: Lei Antitruste Sherman (Proibia formas de organização que limitavam, através do monopólio, o comércio) e a Lei Clayton (pessoas prejudicadas pela ação de manipuladores de mercado podem receber até três vezes o valor do prejuízo). Todavia, em certas situações, não é claro se há ou não práticas que tornam o mercado menos competitivo. Por exemplo, um artifício utilizado por certas empresas é a redução significativa dos preços com o objetivo de falir os concorrentes (após a falência dos concorrentes, a empresa passa a controlar o mercado). Entretanto, não é fácil determinar se essa redução nos preços é fruto de novas tecnologias ou ações ilícitas. Em outros casos, como fixação de preço de revenda e vendas casadas, geram controvérsias entre economistas se tais ações devem ou não ser proibidas por leis antitruste.