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2020 1 - Bloco 02 - Estudo do Sintagma 2

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- -1
ESTUDO DO SINTAGMA
CAPÍTULO 2 - COMO SE CARACTERIZA O 
SINTAGMA NOMINAL NO PORTUGUÊS 
BRASILEIRO?
Raquel Rossini
- -2
Introdução
Sabemos que as línguas são elementos essenciais para a comunicação humana. Elas são “o fenômeno biossocial
responsável pela organização mental da vida interna de um indivíduo e pela cooperação comunicativa que dá à
luz as sociedades organizadas” (OTHERO; KENEDY, 2015, p. 9). Mas, nem sempre, as línguas foram consideradas
como objeto formal de estudo científico.
Foi a partir do início do século XX, por meio do linguista Ferdinand de Saussure, que a língua passou a ser vista
como “fundamentalmente um instrumento de comunicação” (BARROS, 2010, p. 24). Por meio do seu Curso de
, o estudioso suíço aponta regras de funcionamento próprias às línguas, às quais, por sua vez,linguística geral
seriam “um sistema que conhece apenas sua própria ordem” (FIORIN; FLORES; BARBISAN, 2013, p. 7). A
corrente teórica do Estruturalismo, que surgiu na primeira metade do século XX, se vale da inspiração do
trabalho saussuriano e considera a gramática das línguas como objeto de estudo. Além disso, foram os
estruturalistas que introduziram conceitos da análise linguística (sintática) moderna, tais como a noção de
constituintes imediatos e de regras ao nível dos sintagmas (OTHERO, 2014).
Apesar de não ser uma tarefa fácil, devido à alta complexidade das línguas (FRANÇA; FERRARI; MAIA, 2016), o
estudo da gramática permite um conhecimento do modo como elas funcionam e se estruturam (PERINI, 2016, p.
31). Mas como será que podemos estudar essa forma de organização linguística? Por meio da área da ,sintaxe
estudamos como sentenças são estruturadas em uma língua; “é o estudo da organização das palavras em
unidades maiores – os – e a organização dessas unidades em frases” (OTHERO, 2014, p. 155).sintagmas
Você já parou para pensar em como se organizam os sintagmas em língua portuguesa brasileira? E como será
que eles ocorrem na prática? Neste capítulo, vamos compreender o conceito de sintagma nominal, analisando,
explicando e esquematizando a estrutura interna do português. Você também verá as funções sintáticas
exercidas por esse tipo de constituinte oracional.
Acompanhe com atenção e bons estudos!
2.1 Sintagma Nominal (SN): estrutura interna
Como você viu na introdução deste capítulo, a língua possui estruturas internas. O modo como elas se organizam
é estudado pela sintaxe. As sentenças que formamos em língua portuguesa, por exemplo, possuem constituintes
internos. Podemos partir de um nível um pouco menor, o das palavras, para um maior, o sintagma. Este, por sua
vez, seria “cada um dos blocos que compõem a oração” (GUIMARÃES, 2014, p. 74).
Assim, as relações entre elementos linguísticos (tais como as palavras) estabelecidas ao nível dos sintagmas
VOCÊ QUER LER?
No artigo intitulado , Eduardo Guimarães apresenta um breveA língua portuguesa no Brasil
panorama histórico da implementação do idioma no país. Também são apresentadas
características gerais do português brasileiro, nos âmbitos fonético-fonológico, morfológico e
sintático, em comparação com a variante europeia. Características lexicais, ou seja, vocabulário
utilizado no Brasil e em Portugal, também são abordadas.
- -3
Assim, as relações entre elementos linguísticos (tais como as palavras) estabelecidas ao nível dos sintagmas
estão relacionadas ao modo como as unidades se distribuem, de maneira linear, na estrutura sintática da língua
(COSTA, 2008). Observe o seguinte exemplo:
“O menino gosta de bolo” (COSTA, 2008, p. 121).
A sentença acima pode ser dividida, inicialmente, em seus constituintes mais imediatos: o de e o de sujeito
. Enquanto “o sujeito é o ser sobre o qual se faz uma declaração”, “o predicado é tudo aquilo que se dizpredicado
sobre o sujeito” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 136). Assim, no exemplo em questão, seria o sujeito e o menino gosta
, o predicado.de bolo
Mas tais elementos ainda podem ser divididos em unidades menores, que são os sintagmas. Em língua
portuguesa, eles são classificados em: sintagma nominal (SN), sintagma verbal (SV), sintagma adjetival (SAdj),
sintagma adverbial (SAdv), sintagma preposicionado (SP ou SPrep). Os sintagmas são classificados de acordo
com a classe de palavras que compõem o seu núcleo; ou seja, um sintagma que possui um substantivo ou
pronome como núcleo é um sintagma nominal, um sintagma que possui um verbo como núcleo é um sintagma
verbal, e assim por diante.
No caso do referido exemplo, há dois sintagmas principais: um sintagma nominal (SN), que compõe o sujeito
(com o substantivo , como núcleo), e um sintagma verbal SV (com o verbo , como núcleo). Nestamenino gosta
seção, vamos explorar a estrutura interna do sintagma nominal (SN).
2.1.1 Identificando o sintagma nominal (SN)
Como vimos, o sintagma nominal (SN) é um elemento constituinte das orações em língua portuguesa. Esse tipo
de sintagma possui como característica, a possibilidade de ocupar funções sintáticas, como a de sujeito de uma
oração, a de complemento verbal ou a de complemento de preposição (OTHERO, 2014), como veremos adiante,
no decorrer do capítulo.
Mas, como poderíamos identificar um sintagma nominal em uma oração? Quais seriam os principais elementos
que permitem a categorização de um sintagma como nominal? Como vimos anteriormente, o que caracteriza um
sintagma como nominal, verbal, adjetival, adverbial ou preposicionado é o elemento que constitui o seu núcleo.
Assim, se o núcleo for um substantivo (nome próprio ou comum) ou um pronome, o sintagma será classificado
como nominal (SN).
Pronomes pessoais também podem ser constituintes principais de um SN, pois “são palavras que substituem os
nomes e representam as pessoas do discurso” (CEGALLA, 1996, p. 171). Compare os seguintes exemplos:
“O da viu um excelente” (OTHERO, 2014, p. 172).tio Maria filme
“ chegaram ontem” (OTHERO, 2014, p. 172).Elas
Como você pode perceber, em ambas as sentenças acima, os elementos destacados (pelo autor) em negrito são
sintagmas nominais. Na primeira oração, há dois SNs no sujeito e um como complemento do verbo no predicado.
O sujeito possui como determinante e como núcleo seguido do sintagma preposicionado o tio da Maria o tio da
VOCÊ SABIA?
O termo diz respeito à frase que apresenta, necessariamente, um predicado e,oração
comumente, um sujeito. Porém, difere-se de e . A primeira é uma unidade defrase período
discurso caracterizada por maiúscula no início e ponto final em seu término, na modalidade
escrita, e por entoações específicas para marcar o seu início e o seu fim, na oralidade (PERINI,
2009, p. 61). Já o período seria uma “frase organizada em oração ou orações” (CUNHA;
CINTRA, 2017, p. 135).
- -4
O sujeito possui como determinante e como núcleo seguido do sintagma preposicionado o tio da Maria o tio da
, como pós-modificador. Já seria núcleo do SN, que complementa a preposição . No complementoMaria Maria, da
verbal, , o substantivo é o núcleo do sintagma, precedido de um determinante, o artigoum filme excelente filme
indefinido , e seguido de um modificador, o sintagma adjetival . Por sua vez, na segunda oração,um excelente
haveria apenas um SN, o qual atua como sujeito: o pronome pessoal . A Figura abaixo, apresenta aelas
representação arbórea da primeira sentença analisada.
Figura 1 - Representação arbórea de sentença.
Fonte: Elaborada pela autora, adaptada de OTHERO (2014, p. 173).
Desta forma, um sintagma nominal possui, como constituinte necessário, um substantivo ou pronome. Ele
também pode vir precedido de um determinante (DET – que pode ser constituído por artigos definidos,
indefinidos, numerais, pronomes adjetivos), de um pré-modificador (M – constituído por um sintagma adjetivo/
adjetival, por exemplo) e pode ser acompanhado de um pós-modificador (constituído, por exemplo, de um
sintagma adjetivo ou de um sintagma preposicionado). Observe o seguinte exemplo:
“Este aluno obteve ontem uma boa nota” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 137).
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“Este aluno obteve ontem umaboa nota” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 137).
Na sentença acima, há dois sintagmas nominais: e . O primeiro SN é composto por umeste aluno uma boa nota
determinante, , e um núcleo, . Já o segundo sintagma possui um determinante, , um modificador, este aluno uma
, e um núcleo, .boa nota
Apesar de haver características comuns que unem os diferentes sintagmas nominais, pode haver pequenas
variações entre os teóricos quanto às definições de SNs. Para Perini (2016), o SN seria constituído de “uma ou
mais palavras” (PERINI, 2016, p. 355), podendo exercer funções sintáticas de sujeito, complemento verbal e
complemento de preposição, além de possuir potencial referencial, de fazer referência a coisas e seres no
mundo.
Para Cindy Mery Gavioli-Prestes e Marina Chiara Legroski, em sua obra “Introdução à sintaxe e a semântica da
língua portuguesa”, não há uma perspectiva diferente de sintagma, mas há um olhar sobre as (teoricamente)
infinitas possibilidades de expansão dos sintagmas (GAVIOLI-PRESTES; LEGROSKI, 2015). Entretanto, segundo
as autoras, não haveria viabilidade para tal em termos práticos.
No livro “Nova gramática do português brasileiro”, Ataliba T. de Castilho (2014) apresenta uma classificação
mais detalhada dos sintagmas nominais, conforme o tipo de estrutura interna que apresentam. Os SNs são
classificados em quatro tipos (CASTILHO, 2014, p. 455):
• Sintagma nominal simples;
• Sintagma nominal composto por Especificador + núcleo;
• Sintagma nominal composto por núcleo + Complemententador;
• Sintagma nominal máximo.
Enquanto o sintagma nominal simples seria composto apenas pelo núcleo realizado por substantivo ou
pronome, o sintagma nominal composto por Especificador + núcleo seria uma construção do tipo: .este menino
Por sua vez, o sintagma nominal composto por núcleo + Complemententador seria uma estrutura como 
. Por fim, um sintagma nominal máximo teria os seus trêsacontecimentos verdadeiramente lamentáveis
constituintes preenchidos, como em: (CASTILHO, 2014, p. 455).os cofres públicos
Agora que você já sabe as principais características de um sintagma nominal, bem como diferentes abordagens
sobre o assunto, vamos estudar, com mais atenção, como pronomes formam um sintagma nominal.
2.2 Pronome como SN: SN e transposição
Na seção anterior, você viu como um sintagma nominal é identificado. A classificação está relacionada ao
elemento constituinte do núcleo do sintagma. Assim, quando este é um substantivo ou pronome, estamos diante
de um SN. É muito comum vermos substantivos (nomes próprios ou comuns) constituindo o núcleo desse tipo de
sintagma.
Entretanto, existem possibilidades de análise que consideram outras formas de realização de sintagmas
VOCÊ QUER VER?
No vídeo intitulado , do canal daWilian Cereja responde: a escola deve ensinar gramática?
Editora Saraiva (2013) no , o pesquisador e autor de gramáticas de língua portuguesaYouTube
Wilian Cereja explica que até mesmo a análise sintática pode ser explorada no ambiente
escolar. Porém, deveria haver enfoque apropriado aos alunos, sem o intuito de transformá-los,
nas palavras do autor, em . Acesse o vídeo: <especialistas https://www.youtube.com/watch?
>.v=USiXsZDoro8
•
•
•
•
https://www.youtube.com/watch?v=USiXsZDoro8
https://www.youtube.com/watch?v=USiXsZDoro8
- -6
Entretanto, existem possibilidades de análise que consideram outras formas de realização de sintagmas
nominais. O processo de transposição (AZEREDO, 2012) seria uma forma de sintagmas e outras unidades se
associarem e se transformarem em sintagmas e constituintes diferentes. Assim, surgem possibilidades ainda
mais amplas de análise das relações sintáticas entre constituintes.
Nesta seção, você vai analisar casos em que sintagmas nominais são compostos por pronomes, para
compreender como ocorre o processo de transposição com SNs.
2.2.1 Como pronomes constituem SN
Como você viu anteriormente, pronomes podem constituir o núcleo de um sintagma nominal (SN), além de
substantivos, como no SN que é o sujeito na sentença “ entendia disso” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 138).Matilde
Nesse caso, o nome próprio é o núcleo (e único constituinte) do SN que forma o sujeito da oração. Porém,Matilde
pronomes também podem formar um SN, independentemente da função oracional do sintagma (sujeito,
complemento verbal, etc.). Veja os exemplos a seguir:
1. “ não lhe arrefece o ânimo.” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 139).Isto
2. “ lhe disse isso?” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 139).Quem
3. “ parara ao redor de nós.” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 139).Tudo
4. “Os jornais publicaram.” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 154).nada
5. “Nunca interrompi.” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 154).o
6. “Visto- num instante e vou levar de carro”. (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 155).me te
7. “Estavam de braços dados, arrumava a gravata, ajeitava o chapéu.” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 139).ele ela
Conforme as sentenças acima ilustram, pronomes também podem constituir SNs, tanto em posições de sujeito,
quanto de objeto. No exemplo 1, o pronome demonstrativo é o núcleo do SN que constitui o sujeito daisto
oração. Já no exemplo 2, o pronome interrogativo é o núcleo do SN que constitui o sujeito da oração. Noquem
exemplo 3, o pronome indefinido é o núcleo do SN no sujeito. No exemplo 4, o pronome substantivo étudo nada
o núcleo do SN que exerce a função de objeto direto (complemento verbal) do verbo publicaram. Na sentença 5,
o pronome substantivo é o núcleo do SN que exerce função de objeto direto.o
Na sentença 6, há duas orações com SNs como objeto direto. Na primeira, , o pronomevisto-me num instante
substantivo é o núcleo do SN e, na segunda oração, , o pronome substantivo tambémme vou te levar de carro te
ocupa a função de núcleo do SN.
Por fim, na sentença 7, o pronome pessoal constitui o núcleo do SN do sujeito da oração ele ele arrumava a
 e constitui o SN do sujeito da oração . O Quadro abaixo, ilustra alguns exemplosgravata ela ela ajeitava o chapéu
de pronomes.
Figura 2 - Exemplos de pronomes do português.
Fonte: CUNHA; CINTRA (2017, p. 332).
No caso dos pronomes pessoais, aqueles que são utilizados como sujeito em uma oração, tais como , , ,eu tu eles
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No caso dos pronomes pessoais, aqueles que são utilizados como sujeito em uma oração, tais como , , ,eu tu eles
são pronomes do caso reto. Já os pronomes utilizados como objeto, como , , , são do caso oblíquome te nos
(PERINI, 2016, p. 153). O Quadro a seguir, ilustra a correspondência entre os pronomes pessoais retos e oblíquos.
Figura 3 - Pronomes retos e oblíquos.
Fonte: PERINI (2016, p. 154).
Desta forma, diferentes pronomes pessoais podem constituir um sintagma nominal em língua portuguesa.
Observe a seguinte sentença:
“Ele viu um filme excelente.” (GUIMARÃES, 2014, p. 172)
Este é mais um exemplo de como um pronome pessoal reto, , pode ser o núcleo de um SN que, neste caso,ele
exerce a função de sujeito da oração. Na Figura abaixo, podemos observar a representação arbórea da sentença.
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Figura 4 - Representação arbórea de oração com sujeito realizado por pronome como SN.
Fonte: Elaborada pela autora, adaptada de GUIMARÃES (2014, p. 172).
Observe que, na Figura acima, podemos visualizar de maneira mais clara os constituintes que organizam a
sentença. Fica ainda mais evidente, também, a possibilidade de sintagmas nominais exercerem mais de um tipo
de função nas orações. Enquanto o sujeito é realizado por um SN (que tem como núcleo o pronome ), oele
predicado ( ) possui um outro SN como complemento verbal (que tem como núcleo oviu um filme excelente
substantivo ).filme
Como você pode observar até o momento, pronomes podem realizar a função de núcleo do sintagma nominal
assim como os substantivos o fazem. Mas será que existem outras possibilidades de constituição de um sintagma
nominal que vão além de um núcleo nominal ou pronominal, possivelmente acompanhado de determinantes e
modificadores?
Na seção seguinte, você pode explorar o processo de formação de SNs sob a perspectiva teórica da transposição
VOCÊ O CONHECE?
O professor voluntárioda Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na área de
Linguística, Mário Alberto Perini, é autor de diversas obras relevantes para a literatura, tais
como (2009), Gramática descritiva do português Sofrendo a gramática: ensaio sobre a
 (2009) e (2016). O autor tem atuaçãolinguagem Gramática descritiva do português brasileiro
considerável nas áreas de sintaxe e desenvolve trabalhos sobre valência verbal (PERINI, 2018).
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Na seção seguinte, você pode explorar o processo de formação de SNs sob a perspectiva teórica da transposição
(AZEREDO, 2012).
2.2.2 Análises sintáticas alternativas: formação do SN por transposição
O linguista José Carlos de Azeredo, em sua obra “Iniciação à sintaxe do português”, propõe o que ele denomina
como processo de “transposição” (AZEREDO, 2012, p. 46) para explicar formações não convencionais de
sintagmas, entre eles, o sintagma nominal. No caso dos SNs, haveria a possibilidade de formação, por 
, a partir de orações.transposição
O autor ainda defende que elementos, tais como afixos e vocábulos, que realizam a transposição são
denominados . Alguns exemplos desses elementos seriam conjunções, proposições,transpositores
nominalizadores, pronomes relativos e “pronomes indefinidos interrogativos que introduzem SNs constituídos
de oração” (AZEREDO, 2012, p. 46).
Por sua vez, os sintagmas transpostos manteriam os seus constituintes oracionais e estes continuam com as
funções sintáticas que exercem. Veja o seguinte caso de transposição apresentado pelo autor:
“Sendo você meu amigo, vou confiar-lhe um segredo” (AZEREDO, 2012, p. 46).
Segundo Azeredo (2012), haveria uma oração com um SN, você, e um SV, sendo meu amigo. Então, ocorreria uma 
 , por meio do verbo . Na análise do autor, “ transpõe o SN ‘meu amigo’ à condição de transposição gerundial ser Ser
, e, na qualidade de verbo, está sujeito à transposição operada por .predicador –ndo
Para melhor defender a sua teoria, Azeredo (2012) estabelece uma clara distinção entre categorias sintáticas,
tais como os sintagmas, categorias lexicais, como substantivo, verbo, advérbio, e funções sintáticas, como sujeito,
predicado, objeto. Seria do âmbito da sintaxe a abordagem tanto das categorias sintáticas dos sintagmas, quanto
das funções exercidas por eles.
A transposição seria um processo que compensaria a falta de flexibilidade das categorias sintagmáticas, pois
sintagmas ou outros constituintes formariam outros tipos de sintagmas ou constituintes. Por exemplo, orações
passariam a fazer parte de outras orações. Veja a sentença a seguir:
“Ana tem procurado seus pais” (AZEREDO, 2012, p. 46).
Neste caso, o verbo seria responsável pela transposição do SV . A forma transpostater tem procurado seus pais
no particípio, , torna-se predicador. Vale salientar a permanência do SN como objeto de procurado seus pais tem
.procurado
Assim, nesta proposta teórica, não parece haver o intuito de tratar a transposição como instrumento de criação
de constituintes sintáticos. Para tanto, o autor argumenta a inviabilidade de identificação de ordem de derivação
entre as unidades transpostas. Assim, “a transposição constitui um meio de relacionar estruturas sincrônicas
VOCÊ SABIA?
O predicado é elemento constituinte imediato das orações, como é largamente apresentado na
literatura, em trabalhos conhecidos, como os de Perini (2009), Cunha; Cintra (2017) e Othero
(2014). Por sua vez, o sintagma associado ao predicado é o sintagma verbal (SV), devido à
presença de verbo (s). Azeredo (2012), por sua vez, não somente entende que o SV detém a
“função privativa” de ser predicado, mas também aponta que “ao verbo compete criar as
condições para que o sintagma que ele integra exerça a função de predicado. Associado a esse
papel gramatical, o verbo desempenha o papel lexical de ” (AZEREDO, 2012, p. 76,predicador
destaque nosso). Porém no caso do verbo , só há um papel gramatical desempenhado e aser
função de predicador passa a ser assumida pelos sintagmas que acompanham o verbo.
- -10
entre as unidades transpostas. Assim, “a transposição constitui um meio de relacionar estruturas sincrônicas
entre si e atuantes na língua” (AZEREDO, 2012, p. 46). E, por fim, esse processo permite uma gama maior de
possibilidades de análise das funções sintáticas exercidas por um sintagma, como veremos adiante, no capítulo.
Na seção seguinte, você verá uma outra possibilidade de realização do núcleo de um SN: o nome partitivo ou
quantitativo.
2.3 SN, formado de nome partitivo ou quantitativo
Os sintagmas nominais (SNs) não são constituídos apenas por substantivos e pronomes. Eles também podem
possuir, como constituintes, nomes partitivos ou quantitativos em geral. Em livros gramaticais, é comum ver
esses nomes na mesma seção, relacionada à quantificação de elementos em uma sentença, por exemplo, quando
se diz frases como , , , entre outros. Mas o que seriam,um terço da população metade dos recursos um copo d’água
exatamente, nomes partitivos ou quantitativos? Nesta seção, você aprenderá a identificá-los e a demonstrar o
modo como são utilizados em SNs.
2.3.1 Nomes partitivos
Os nomes partitivos são denominados assim por indicarem partes. Observe os seguintes exemplos: , porção
, , , , , , , . Todas essas expressões indicam parte. Agora,maioria minoria resto dezena milhão quinto punhado légua
veja as seguintes expressões: , , (AZEREDO,duas porções de batatas a maioria das pessoas a metade da maçã
2012, p. 67). Elas apresentam um sintagma preposicionado como modificador: , na primeirade batatas
expressão; , na segunda expressão e , na terceira expressão. A Figura abaixo, ilustra umadas pessoas da maçã
sentença em que um nome partitivo, , ocupa a posição de núcleo do SN, . Esse sintagmametade metade da equipe
nominal, por sua vez, constitui o sujeito da oração.
Figura 5 - Representação arbórea de oração com sujeito realizado por partitivo como núcleo do SN.
Fonte: Elaborada pela autora, adaptada de Marques (1993, p. 112).
- -11
Em seu artigo , Rui Pedro Ribeiro Marques explica que, emProcessos de quantificação e construções partitivas
uma sentença do tipo “Chegou metade da equipe” (MARQUES, 1993, p. 112, adaptado), haveria a identificação de
uma parte que constitui outro elemento. O processo de quantificação ocorrido não seria de medição, mas de
contagem.
Já outros estudiosos, como Fátima Silva, em seu artigo Quantificação na língua e no discurso: o caso de parte em
, preferem enfocar as “propriedades intrínsecas do funcionamento de várias expressões com valorportuguês
quantitativo ou partitivo” (SILVA, 2003).
A autora parece ter visão semelhante à de Marques (1993), apresentada acima, no que diz respeito à
determinação da quantidade de uma entidade em relação à sua totalidade por meio do uso de expressões
partitivas, tais como . Em termos estruturais, Silva (2003) descreve essas construções como “uma maior parte
conjunto constituído por uma estrutura nominal e uma expressão simples ou complexa através da qual opera
uma quantificação” (SILVA, 2003, p. 202). Observe os seguintes exemplos:
Um quinto dos eleitores estão indecisos.
A maioria dos alunos foi reprovada.
Como você pode ver, as duas sentenças apresentam sujeitos realizados por Sns, cujos núcleos são formados por
nomes partitivos. No primeiro exemplo, o núcleo é constituído pelo SN (comum quinto dos eleitores
determinante, ; núcleo, o nome partitivo ; e modificador, o sintagma preposicionado ). Já oum quinto dos eleitores
segundo exemplo possui o sujeito, , realizado por um SN que tem como núcleo o nomea maioria dos alunos
partitivo , precedido de determinante, o artigo definido , e seguido de modificador, o sintagmamaioria a
preposicionado s.dos aluno
Assim, os nomes partitivos denominam uma parte, fração de algum elemento ou quantidade. Eles são
acompanhados, de forma recorrente, por sintagmas preposicionados. Apesar de apresentarem essa
característica específica, a representação arbórea dessas estruturas não se destoa sintaticamente da análise
sintática feita com SNs prototípicos,realizados por substantivos e pronomes.
Você aprendeu os nomes partitivos e o modo como podem constituir sintagmas nominais. Então, vamos estudar
os nomes quantitativos e como eles também realizam o núcleo de um SN.
2.3.2 Nomes quantitativos
Agora que você aprendeu sobre os nomes partitivos, observe os seguintes nomes: , , , , copo caixa balde caminhão
. O que será que eles possuem em comum? Todos eles podem ser utilizados para indicar, metonimicamente, apá
quantidade de algo. Por apresentarem essa característica, eles são denominados nomes quantitativos.
Os nomes quantitativos, além de constituírem o núcleo de SNs, costumam ser modificados por sintagmas
VOCÊ SABIA?
Quando uma expressão partitiva (ex.: , ) exerce a função de sujeito da oração,parte de o resto de
o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural. Compare os seguintes exemplos: “A
maior parte deles já não vai à fábrica” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 513) e “A maior parte destes
quartos não tinham teto, nem portas, nem pavimento” (CUNHA; CINTRA, 2017, p. 513). Assim,
o falante pode escolher o elemento com o qual quer estabelecer a concordância verbal: com o
elemento partitivo, no singular, ou com o modificador realizado por um sintagma
preposicionado, que possui elemento pluralizado.
- -12
Os nomes quantitativos, além de constituírem o núcleo de SNs, costumam ser modificados por sintagmas
preposicionados. Veja as seguintes expressões: , , duas pás de cal duas caixas de laranjas dois baldes d’água
(AZEREDO, 2012, p. 67). Todas elas apresentam um sintagma preposicionado como modificador: , nade cal
primeira expressão; , na segunda expressão e , na terceira expressão.de laranjas d’água
Se observarmos com atenção, os nomes quantitativos parecem estar em campo semântico semelhante àquele
dos nomes partitivos. Afinal, ambos os tipos de nomes, de certa forma, parecem estabelecer, analogamente, a
quantidade de um determinado elemento ou entidade. Observe as seguintes manchetes, retiradas de um portal
de notícias de grande circulação no país (destaque da autora):
“ foram retirados das ruas de Paris” (JORNAL HOJE, 2018).Centenas de imigrantes ilegais
“Correios entregam durante greve dos caminhoneiros” (G1, 2018).metade das encomendas
“Sem ter como escoar produção, agricultor perdeu em Corumbá de Goiás” (JA 1ª3 mil caixas de tomate
EDIÇÃO 2018).
Como você pode ver, nas duas primeiras sentenças, há a presença de SNs realizados por nomes partitivos. No
primeiro exemplo, o SN, (que possui como núcleo o nome partitivo ),centenas de imigrantes ilegais centenas
exerce a função de sujeito da oração. No segundo exemplo, o SN, (com núcleo realizadometade das encomendas
pelo nome partitivo ), exerce a função de objeto (complemento verbal). Já na terceira sentença, o objetometade
do verbo é realizado pelo SN, . Por sua vez, esse sintagma possui o nomeperdeu, 3 mil caixas de tomate
quantitativo como núcleo.caixas,
Apesar de a noção de quantidade permear todos os exemplos, eles apresentam especificidades. Nas duas
primeiras manchetes, parece haver uma ênfase na parte de uma entidade, e centenas de imigrantes metade das
. Por outro lado, na terceira sentença, as seriam a forma de quantificarencomendas (3 mil) caixas de tomate
esses tomates de forma metonímica. Algo semelhante acontece em sentenças como Usei três baldes de água
. Neste caso, não se mede ou quantifica a água em litros, mas em baldes.para lavar o carro
Ao longo desta seção, foi possível observar que os nomes partitivos e quantitativos se diferem quanto às suas
especificidades sintático-semânticas. Os nomes partitivos se referem à parte de um conjunto de coisas ou
indivíduos, enquanto os quantitativos apresentam ênfase na expressão metonímica de quantidade. Porém, os
nomes atuam, sintaticamente, de maneira semelhante, como núcleos de sintagmas nominais.
Na seção seguinte, vamos entender as funções sintáticas exercidas por sintagmas nominais.
2.4 Funções sintáticas exercidas por SN
Agora que já conhece a estrutura e os possíveis constituintes de um sintagma nominal (SN) em português, você
consegue imaginar as funções sintáticas exercidas por esse sintagma? As funções sintáticas seriam as posições
que os constituintes ocupam nas sentenças, tais como sujeito, complemento verbal. Nesta seção, vamos
identificar as possíveis funções sintáticas exercidas por SNs em língua portuguesa.
VOCÊ QUER LER?
No artigo , Rui Pedro Ribeiro MarquesProcessos de quantificação e construções partitivas
apresenta, de maneira detalhada, as construções quantitativas e partitivas em língua
portuguesa. Apesar de a escrita do artigo ser em português europeu, os exemplos são
perfeitamente compreensíveis e aplicáveis na variante brasileira.
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2.4.1 Funções sintáticas do sintagma nominal
Como você pode ver ao longo das sessões anteriores, embora a função de sujeito seja comumente realizada por
um sintagma nominal, esse não é o único papel sintático de um SN. Na verdade, ele também pode atuar como: 
; ; ; ; ; sujeito objeto predicador modificador nominal aposto modificador verbal modificador oracional aposto
(AZEREDO, 2012, p. 67); complemento de preposição em sintagma preposicionado. A Tabela abaixo ilustra essas
funções dos sintagmas nominais.
Figura 6 - Funções sintáticas exercidas por Sns.
Fonte: Elaborada pela autora, adaptada de AZEREDO (2012, p. 67).
A primeira função sintática apresentada pela tabela é a de sujeito de uma oração. O exemplo correspondente é
um uso típico de SN que tem como núcleo um substantivo, . O Quadro a seguir ilustra algumas regras dedia
identificação do sujeito de uma oração (PERINI 2016). Nele, é possível perceber a relação entre a função de
sujeito e sintagmas nominais.
Figura 7 - Regra de identificação do sujeito.
Fonte: PERINI (2016, p. 97).
A segunda função sintática do SN, de objeto (ou complemento verbal), é também prototípica em língua
portuguesa. No exemplo apresentado, o núcleo do sintagma é realizado pelo substantivo .estrondo
A função de (AZEREDO, 2012) está relacionada ao papel lexical assumido pelo verbo principal.predicador
Porém, a situação é diferente no caso do verbo . Por cumprir apenas a função gramatical de verbo, nãoser
expressando ação e assumindo a função de predicador, cabe aos sintagmas que o acompanham, no predicado,
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expressando ação e assumindo a função de predicador, cabe aos sintagmas que o acompanham, no predicado,
assumir esta função. No exemplo em questão, o substantivo seria o núcleo do SN que exerceria a função denoite
predicador do verbo .é
O modificador nominal aposto (AZEREDO, 2012), teria função apositiva, ou seja, de explicação ou acréscimo de
informação sobre algum elemento da oração. No exemplo apresentado, modifica .credor que não perdoa terra
Esse modificador, que caracteriza, explica um pouco mais sobre , é um sintagma nominal que possui oa terra
substantivo credor como .núcleo
Já na função de modificador verbal (AZEREDO, 2012), no exemplo apresentado, o SN é utilizado com função
adverbial de tempo. Afinal, o sintagma indica o momento quando . O referidomadrugada alta conseguiu dormir
sintagma apresenta como núcleo o substantivo .madrugada
A função de modificador oracional aposto (AZEREDO, 2012), conforme o exemplo ilustra, diz respeito à
possibilidade de uma sentença modificar, com sentido adverbial, a outra. é aO que desapontou a polícia
consequência, o resultado de . Esse sintagma nominal em questão possui umaeles fugiram para o exterior
complexidade maior em relação aos outros exemplos discutidos, pois há o pronome como núcleo do SN,que
seguido de uma oração e, naturalmente, um sintagma verbal.
Por fim, a função de complemento de preposição em sintagma preposicionado é ilustrada em seu respectivo
exemplo: Os proprietários às vezes transigem com eles, coisa que nenhum poderia decentemente fazer com um
. O SP, , destacado para análise, é constituído por um núcleo (a preposição ) e umladrão de cavalos de cavalos de
complemento, que é o SN (cujo núcleo é o substantivo ).cavalos cavalos
Comovocê pode ver ao longo desta seção, sintagmas nominais podem exercer diferentes funções sintáticas. Na
literatura, parece ser bastante consensual que SNs possam exercer funções de sujeito, complemento verbal e
complemento de preposição, como explicado por Perini (2015), Cunha; Cintra (2017), Othero (2014), por
exemplo. Porém, abordagens alternativas permitem, inclusive, que exista uma gama ainda maior de
CASO
No Instituto de Ciência da Informação de uma grande universidade, observou-se o sistema
interno de recuperação de informação, nos casos de busca por documentos do acervo do
departamento, apresentava falhas. O coordenador do departamento, juntamente com a equipe,
observou que o problema era de natureza linguística, pois essa ineficiência na busca se dava
devido à inadequação do uso das palavras-chave utilizadas para a localização dos documentos
e livros registrados no sistema. Então, decidiu-se que a equipe iria pesquisar, na literatura,
alternativas para a solução do problema. Constatou-se, com os estudos realizados, que haveria
elementos sintáticos da língua portuguesa que poderiam auxiliar na solução do problema. Um
dos bibliotecários-chefe do departamento relatou ter conversado com professores da área de 
Linguística da universidade e ter sido recomendado o artigo Sintagmas nominais: uma nova
, de Hélio Kuramoto. O funcionário argumentouproposta para a recuperação de informação
que a discussão do artigo se relacionava ao desafio que estavam enfrentando, pois apresentava
a utilização de SNs como solução para o problema.
Assim, com base na discussão e proposta apresentadas pelo artigo de Kuramoto (2002), ao
invés de utilizarem palavras-chave, como , os profissionais do departamento optaramestudo
por implementar o registro dos documentos por unidades sintáticas; no caso, o sintagma
nominal, como no seguinte exemplo: . EssaO estudo moderno da ciência da informação
abordagem foi considerada a mais adequada para a solução do problema, uma vez, que a
estrutura sintática do SN permite uma identificação mais precisa do assunto dos textos, em vez
de uma simples palavra-chave, descontextualizada.
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exemplo. Porém, abordagens alternativas permitem, inclusive, que exista uma gama ainda maior de
possibilidades de papéis sintáticos de um constituinte.
A perspectiva de Azeredo (2012), que defende a existência de um processo de transposição entre sintagmas e
outras unidades sintáticas. Assim, um sintagma nominal transposto com uma oração pode realizar a função de
modificador de uma outra oração, por exemplo. São essas ricas análises e possibilidades, que tornam o estudo da
língua tão necessário, interessante e, sempre, com uma janela aberta para ser espreitada.
Síntese
Chegamos ao final do capítulo. Aprofundamos o nosso conhecimento sobre o conceito de sintagma nominal e
como ele se estrutura. Além disso, pudemos observar a importância do SN na formação de sentenças em língua
portuguesa brasileira. Percebemos que não somente substantivos, mas também pronomes e nomes quantitativos
e partitivos podem constituir o núcleo de um sintagma nominal. Analisamos, também, as diferentes funções
sintáticas exercidas pelo sintagma nominal em orações.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• entender o que é um sintagma nominal e as suas diferentes possibilidades de constituição, por meio de 
substantivos e pronomes;
• compreender como nomes partitivos e quantitativos podem constituir sintagmas nominais;
• estabelecer distinção entre as diferentes funções sintáticas exercidas por sintagmas nominais em 
orações.
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	Introdução
	2.1 Sintagma Nominal (SN): estrutura interna
	2.1.1 Identificando o sintagma nominal (SN)
	2.2 Pronome como SN: SN e transposição
	2.2.1 Como pronomes constituem SN
	2.2.2 Análises sintáticas alternativas: formação do SN por transposição
	2.3 SN, formado de nome partitivo ou quantitativo
	2.3.1 Nomes partitivos
	2.3.2 Nomes quantitativos
	2.4 Funções sintáticas exercidas por SN
	2.4.1 Funções sintáticas do sintagma nominal
	Síntese
	Bibliografia

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