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JURISDIÇÃO 1.1 PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO A) PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL Em um Estado Democrático de Direito é vedado a utilização dos tribunais de exceções, ou seja, uma corte criada para o julgamento de um determinado caso específico e determina que o juiz deve ser competente para julgar, ou seja, ele deve ter a atribuição legal para julgar aquela matéria e pessoa naquele local. B) PRINCÍPIO DA INVESTIDURA Para a jurisdição ser exercida é necessário que alguém seja investido na função. A investidura ocorre através de concurso público de provas e títulos, em observância a CF/88. Contudo essa regra não é absoluta tendo algumas exceções, por exemplo, a escolha dos Ministros do STF ou ingresso nos tribunais pelo quinto constitucional, feitos que independem de concurso público. C) PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE A atividade jurisdicional é indelegável, somente podendo ser exercida, pelo órgão que CF/88 estabeleceu como competente. Assim sendo após o processo ser recebido por um Juiz, ele não poderá delegar o julgamento a terceiro ou outro juiz. D) PRINCÍPIO DA INEVITABILIDADE A lide, uma vez levada ao judiciário, não poderá às partes impedir a decisão do juiz. Existindo uma decisão as partes devem cumpri-la, independente da satisfação das partes sobre ela. E) PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE Determina que toda lesão ou ameaça de direito não poderá ser afastada do conhecimento do Poder Judiciário. Entretanto existe uma exceção a qual se refere às questões da justiça desportivas, onde há a necessidade do esgotamento das vias administrativas desportivas para a lide seja levada ao Judiciário. F) PRINCÍPIO DA INÉRCIA As partes devem provocar a jurisdição, pois ela não age de oficio. Exceção: inventário, previsto no artigo 989 do CPC. Esse princípio é considerado também uma característica da jurisdição. G) PRINCÍPIO DA ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO A jurisdição aderirá uma base territorial e será aplicada nessa base. Atenção, existem tribunais que sua aderência será em todo o território nacional como o STF. 1.2 CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO A) SUBSTITUTIVIDADE O magistrado (de forma imparcial), substituirá as vontades das partes, aplicando o bom direito, ou seja, a vontade Estatal que foi positivado (transformado em normas), através da lei que emana do povo. B) IMPARCIALIDADE O poder jurisdicional e decorrente da lei e não de critérios subjetivos, assim sendo, para a perfeita aplicação do direito é necessário que os membros pertencentes do Poder Judiciário atuem com imparcialidade, desprovidos de qualquer interesse particular sobre a lide. C) LIDE Trata-se do conflito de interesse. Uma das partes tem uma pretensão, ou seja, um desejo, que é resistido por outra parte, nascendo um conflito de interesse. D) MONOPÓLIO Somente, um órgão no Brasil possui o poder jurisdicional, o Poder Judiciário. Essa regra não é absoluta, existem várias exceções como a arbitragem (Lei 9.307/96). E) INÉRCIA A jurisdição deve ser provocada pelas partes para que ela se manifeste, ou seja, não se move por si só, de ofício. Entretanto temos exceções, por exemplo, o inventário (art. 611 do CPC). F) UNIDADE Apesar do amplo território brasileiro, a jurisdição é una. Isso quer disser que o mesmo direito é aplicado de forma uniforme em todo o Brasil. As divisões especificas por matéria ou território (Justiça Federal, Justiça do Trabalho), são separações administrativas, feitas de cunho organizacional. G) DEFINITIVIDADE As decisões que surgem em decorrência do poder jurisdicional, tem uma capacidade tornarem imutáveis, o que é chamado de coisa julgada. Tal fato, ocorre somente após o transcurso de toda fase recursal respeitando o princípio do duplo grau de jurisdição. 1.3 PODERES DA JURISDIÇÃO A) PODER DE DECISÃO Poder pelo qual é assegurado ao judiciário possibilidade de emitir decisões e determinar seu cumprimento. (acórdãos, sentenças, decisões interlocutórias, despachos). B) PODER DE POLÍCIA O judiciário tem poder de elaborar medidas coercitivas visando a não obstrução do processo (ex.: a penhora, busca e apreensão). E, ainda, o judiciário pode utilizar-se da força pública, a fim de que suas decisões sejam cumpridas C) PODER DE DOCUMENTAÇÃO É o dever de documentar as práticas processuais, visando a transparência e a segurança jurídica. Permite, outrossim, que se possa consultar os atos anteriormente praticados no processo. 1.4 DIVISÃO DA JURISDIÇÃO A) QUANTO AO OBJETO OU MATÉRIA • JURISDIÇÃO PENAL: Trata apenas das matérias penais. • JURISDIÇÃO CÍVEL: Tratará, com exceção das matérias penais, de todas as demais (trabalhista, família, etc.). B) QUANTO ORGANISMOS JUDICIÁRIOS QUE A EXERCEM • JURISDIÇÃO COMUM: a justiça federal da união (comum) é composta por juízes federais que atuam na primeira instância e nos tribunais regionais federais (segunda instância), além dos juizados especiais federais. Sua competência está fixada nos artigos 108 e 109 da CF. Ela se divide em civil e penal. • JURISDIÇÃO ESPECIAL SE DIVIDEM EM: JUSTIÇA ELEITORAL: Regulamenta os procedimentos eleitorais, a ela compete monitorar e apurar as eleições bem como diplomar os candidatos eleitos (arts. 118 a 121 CF). JUSTIÇA DO TRABALHISTA: Julga conflitos individuais e coletivos entre empregado e patrão, composta por tribunais regionais (TRT) e tribunais superiores (TST), regulada pelo art.114 da CF. JUSTIÇA MILITAR: Cabe a ela julgar e processar crimes militares definidos em lei (arts.122 a 124 da CF). C) QUANTO À POSIÇÃO HIERÁRQUICA DOS ÓRGÃOS • JURISDIÇÃO SUPERIOR: exercida pelos tribunais superiores. STF; STJ; TST; TSE; STM (militar) TRIBUNAIS DE APELAÇÃO: TJ; TRF; TRT; TRE • JURISDIÇÃO INFERIOR: Composta por juízes de primeira instância, como juízes estaduais, juízes eleitorais, juízes militares (onde houver). 1.5 ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO A) JURISDIÇÃO CONTENCIOSA ●Visa a composição de litígios ●Existe uma lide a ser resolvida ●Presença de partes ●A lide é composta mediante processo ●Aplicam-se os efeitos da revelia B) JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA ●Visa a integração do estado para validação do negócio jurídico ●Existe um negócio jurídico ●Presença de interessados ●A atuação da jurisdição ocorre mediante um procedimento ●Não se aplicam os efeitos da revelia. 1.6 TUTELA JURISDICIONAL Sempre que estivermos diante de lesão ou ameaça de direito é possível provocar através do exercício do direito de ação o estado Juiz para que este então, através do processo exerça a tutela Jurisdicional, ou seja, diga e aplique o direito ao caso concreto. 1.6.1 ESPÉCIES DE TUTELA JURISDICIONAL A) TUTELA DE URGÊNCIAUm provimento que o Juiz tem que entregar com uma certa urgência para não perder a utilidade. Ex: Uma pessoa com grave doença que precisa urgentemente de uma cirurgia. • ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA (300 CPC): A antecipação visa como o próprio nome já diz, antecipar o provimento que somente seria concedido a o final do processo com a sentença. OBS: Reversibilidade -reverter a situação-Cirurgia (não tem como reverter). • PROCESSO CAUTELAR (301 CPC): Tem como objetivo proteger o processo. Requisitos do processo cautelar: I-Fumus boni iuris ('fumaça do bom direito'): Isso significa que há indícios de que quem está pedindo a liminar tem direito ao que está pedindo. II-Periculum in mora ('perigo na demora'): Isso significa que se o magistrado não conceder a liminar imediatamente, mais tarde será muito tarde, ou seja, o direito da pessoa já ter á sido danificado de forma irreparável. B) TUTELA INIBITÓRIA Visa inibir / coibir a prática do ato ou a sua omissão (art. 536, §1° CPC). Nesta situação o juiz impõe as astreintes ou multa diária. Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. § 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. Ex: O juiz impõe uma tutela inibitória para coibir a pessoa de ligar o Som alto após as 22:00 hs. C) TUTELA DE REMOÇÃO DO ILÍCITO São as medidas mais graves determinadas pelo juiz para assegurar o resultado prático equivalente. Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. § 2º O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto no art. 846, §§ 1º a 4º, se houver necessidade de arrombamento. Ex: Sem o autor pedir, o juiz pode determinar o fechamento de uma boate até que o réu cumpra a determinação do isolamento acústico. D)TUTELA RESSARCITÓRIA Ocorre quando buscamos o ressarcimento de prejuízos sofridos. Ex: Indenização por perdas e danos e lucros cessantes. E) TUTELA DE EVIDÊNCIA É a que ocorre na hipótese prevista no artigo 311 do CPC.
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