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Dermatite Atópica, Seborreica e de Contato

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Dermatite Atópica, Seborreica e de Contato – AISCA II 
DERMATITE ATÓPICA 
DEFINIÇÕES: 
• A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória cutânea de curso crônica e recidivante, de 
etiologia desconhecida e início precoce – Geralmente é a primeira manifestação alérgica. É a 
dermatose mais frequente na infância. 
• Possui etiologia multifatorial que se manifesta clinicamente sob a forma de eczema. As pessoas afetadas 
apresentam, em geral, antecedente pessoal ou familiar de atopia. 
• Se caracteriza por prurido intenso, xerodermia e hiper-reatividade cutânea. 
• Doença que compromete de forma significativa a qualidade de vida dos pacientes e de toda a família. 
• A maioria dos pacientes possuem outras manifestações alérgicas como rinite, asma, alergia alimentar e 
IgE aumentados. 
• Pacientes com as formas moderada-grave de DA na infância tem maior predisposição para persistirem 
com a doença na vida adulta. 
*A presença de eczemas em topografia característica, o prurido, a história pessoal ou familiar de asma, rinite 
alérgica e conjuntivite, e/ou DA e o caráter recidivante das lesões durante a infância são os critérios maiores 
para o diagnóstico de DA. 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Início de DA é mais comum entre 3 e 6 meses (pode se manifestar em qualquer faixa etária). 
o 60% aparece no 1º ano de vida. 
o 90% antes dos 5 anos de idade. 
• Maioria dos indivíduos afetados têm resolução da doença na idade adulta. 
o 10 a 30% não tem resolução. 
o Pequena porcentagem desenvolve os primeiros sintomas na vida adulta. 
• Incidência de DA vem aumentando (poluição, infecções e exposição alergênica). 
• Não existe preferência por etnia. 
• Discreto predomínio no sexo feminino. 
FATORES DE RISCO DA DERMATITE ATÓPICA: 
• História Familiar: caso ambos os pais apresentem DA, o latente tem 70% de chance para desenvolver a 
doença. 
• Fatores Imunológicos: associação de DA com outras doenças alérgicas é comum. 
• Fatores Ambientais: maior prevalência em famílias pequenas, de nível socioeconômico elevado, 
ambientes urbanos → no Brasil hipótese ainda 
interrogada. 
 
ETIOPATOGENIA 
• Combinação de desregulação imunológica, 
disfunção da barreira da pele e alterações 
genéticas. A fisiopatologia da DA inclui: 
1. Deficiência na função de barreira cutânea em decorrência do metabolismo anormal de lipídeos, o que 
determina a pele seca. 
2. Disfunção da imunidade cutânea inata (queratinócitos e células de Langerhans), com geração de sinais 
de ativação linfocitária para um desvio Th2 e consequente produção de IgE. 
3. Alteração na microbiota cutânea – colonização por Staphylococcus aureus e Malassezia furfur. 
4. Influência psicossomática que resulta na alteração do sistema nervoso autônomo, com aumento de 
mediadores de diversas células inflamatórias, como eosinófilos e leucócitos. 
 
FATORES IRRITANTES: 
• Sabões, detergentes, tecidos sintéticos (lã), suor, temperaturas 
extremas; 
• Agentes infecciosos: Staphylococcus aureus e Malassezia furfur; 
• Aeroalérgenos: ácaros da poeira domiciliar, fungos, epitélios 
de animais; 
• Alérgenos alimentares: leite, ovo, trigo, soja, peixes, crustáceos, 
amendoim; 
• Fatores emocionais: estresse, privação de sono; 
 
*Alérgenos alimentares podem contribuir para a exacerbação dos sintomas em até 30% dos casos graves 
e principalmente em crianças < 3 anos. 
 
QUADRO CLÍNICO: 
• Prurido Intenso: consequência da liberação de mediadores inflamatórios e ressecamento. 
• Xerose (pele seca): decorrente do aumento da permeabilidade cutânea a fatores irritativos e alérgicos 
e de defeitos na barreira. 
• Eczema: lesão clássica, definido como uma inflamação cutânea – hiperemia (eritema), descamação 
variável, pápula, seropápula, vesículas, escamas, crostas e liquenificação. 
• Fase aguda: prurido + exulcerações + excsudato seroso + vesículas ou bolhas. 
• Fase subaguda: pápulas + placas eczematizadas sem exsudato (meses de evolução). 
• Fase crônica: espessamento EC + acentuação das pregas cutâneas. 
 
HISTÓRIA CLÍNICA: 
• A presença de prurido é essencial. Deve-se realizar uma anamnese minuciosa, incluindo alergopatias 
associadas, história familiar de atopia e fatores desencadeantes. O curso da doença é em surtos, muitas 
vezes sem detecção da causa. 
 
EXAME FÍSICO: LESÕES 
• A localização das lesões varia em cada faixa etária e divide-se em: 
1. Lactente (a partir do terceiro mês de vida): as lesões ocorrem na face, poupando a região central 
(triângulo nasolabial), no couro cabeludo, pescoço, tronco e na região extensora dos membros. 
2. Escolar e Pré-escolar (2 a 10 anos): áreas flexurais, nádegas, raiz posterior das coxas. Predomina o eczema 
subagudo e crônico. A pele é seca e áspera, o prurido ocorre nas pregas antecubitais e poplíteas, resultando 
na liquenificação (espessamento, escurecimento e acentuação dos sulcos da pele) e no aparecimento de 
placas circunscritas. A exsudação pode causar formação de crostas hemáticas e a infecção secundária 
por Staphylococcus é comum, determinando lesões mais úmidas e crostas melicéricas. 
3. Adolescente e adulto: flexuras, couro cabeludo, tronco, mãos e pés, pálpebras, punhos e tornozelos. As 
lesões são liquenificadas. 
 
 
DIAGNÓSTICO: 
• Clínico; 
• Envolvimento pregresso de pregas flexurais (cotovelos, 
joelhos, periocular, pescoço). 
• História pessoal de asma ou RA (ou em familiares como 
pais e irmãos, se < 4 anos). 
• Pele com tendência ao ressecamento no último ano. 
• Início antes dos 2 anos. 
• A maioria dos autores permanece utilizando critérios 
clínicos para o diagnóstico da DA. Deve haver prurido 
ou referência a ele nos últimos 12 meses, associado a 
pelo menos 3 dos seguintes critérios: 
1. Pele seca ou história de xerose no último ano. 
2. História pessoal de rinite ou asma ou familiar de rinite, asma ou dermatite nos menores de 4 anos. 
3. Idade de início precoce, em geral antes do segundo ano de vida. 
4. Presença de eczema com envolvimento das pregas cubital e poplítea e região anterior dos tornozelos, e 
nos menores de 4 anos, região malar e frontal e face extensora de membros. 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
• Exames laboratoriais não são necessários. Dosagem de IgE específica: útil para avaliar sensibilização a 
aeroalérgenos e alimentos → Só depois dos 2 anos de vida, pois antes disso o sistema imune da criança 
não está totalmente formado, podendo desencadear falsos-positivos. 
• Biópsia de pele: diagnóstico diferenciais → histiocitose das células de Langerhans (doença neoplásica); 
 
 
TRATAMENTO: 
• Pode-se embasar o tratamento em 4 pilares principais: 
1. Educação e autocuidado do paciente; 
2. Hidratação da pele; 
3. Controle dos desencadeantes; 
4. Medicamentos tópico-oral; 
HIDRATAÇÃO E HIGIENIZAÇÃO DA PELE: 
• Hidratantes: 
o Aumenta a hidratação da pele. 
o Principal medida para evitar perda transepidérmica de água. 
o Melhora prurido. 
o Devem ser isentos de fragrância, álcool e aplicados após o banho. 
o Os hidratantes devem ser aplicados com a pele ainda úmida, nos primeiros 3 minutos após o banho. 
Essas medidas evitam a desidratação da epiderme. Os emolientes representam a base da terapia 
de manutenção da DA. A pele ficará hidratada com no mínimo 2 aplicações ao dia de hidratantes 
com base hidrofílica. 
o O uso de hidratantes diminui a suscetibilidade da pele a irritantes e possibilita minimizar o uso de 
corticosteroides. Os hidratantes devem ser utilizados em quantidades suficientes em toda a pele, 
todos os dias; nos períodos de crise, devem ser associados aos corticosteroides tópicos, nas áreas 
com lesões. 
• Banho: 
o 5-10 minutos, água morna, evitar o uso de sabão com corantes e fragrância. 
o Evitar buchas, esponjas ou friccionar a pele. 
o No banho, a pele deve ser limpa com suavidade e cuidado para não irritar, no intuito de remover 
crostas e eliminar bactérias. Os agentes utilizados para limpeza devem ser suaves,são preferíveis os 
syndets (sabonetes sintéticos) e os com pH levemente ácido e semelhante ao da pele (entre 5 e 5,5). 
Os sabonetes líquidos tendem a ter pH mais ácido (fisiológico) do que os em barra, e são menos 
agressivos à função de barreira da pele. 
o Os principais emolientes classificam-se em emulsões tradicionais e não tradicionais. Dentre as 
tradicionais, as preparações em água-óleo são muito úteis. Estas preparações evitam a perda 
transepitelial da água e ajudam na manutenção da umectação cutânea. Exemplos do primeiro 
grupo são os unguentos, que contém vaselina e lanolina. As preparações óleo-água podem 
também ser utilizadas, mas nem sempre são suficientes para hidratar a pele de forma adequada; 
são interessantes nos casos de estágios subagudos, onde a quantidade de água presente na 
formulação pode determinar efeito calmante para a pele. 
CONTROLE DOS DESENCADEANTES/EDUCAÇÃO E AUTOCUIDADO: 
• Afastar fatores desencadeantes: 
o Vestimentas inadequadas om produtos irritantes (amaciantes ou tinturas) e que facilitem sudorese. 
o Sabonetes de preferência neutros e líquidos. 
o Controle Ambiental. 
o Dietas de exclusão caso se confirme alergia alimentar. 
CONTROLE DAS CRISES: MEDICAMENTOS TÓPICOS: 
• A primeira escolha são os corticoides tópicos. 
• Os inibidores tópicos da calcineurina (ITC), pimecrolimus e tacrolimus, são a segunda escolha, exceto na 
face e pregas quando os ITC são preferidos. 
• Os medicamentos tópicos podem ser utilizados de duas formas: tratamento reativo e proativo. 
o Tratamento reativo: o controle do processo inflamatório é obtido pelo uso de medicamentos tópicos 
apenas nas lesões e nos períodos de crises, durante 7 a 10 dias. O mesmo processo é repetido na 
recidiva das lesões e pelo tempo que elas durarem; indicado para pacientes leve e de fácil controle. 
o Tratamento proativo: após o uso da medicação tópica durante 7 a 10 dias na crise, a medicação é 
mantida em duas aplicações na semana durante um período de até 3 meses. Indicado para 
pacientes com dermatite moderada e grave. 
• Corticóide tópico: 
o Um dos pilares do controle da DA, pois conseguem controlar prurido e lesões eczematosas. 
o Agente anti-inflamatório importante: inibem atividade das células dendríticas e linfócitos, impedindo 
a síntese de interleucinas. 
o Para controle rápido dos sintomas: corticoide de potência moderada a alta. 
o Para uso prolongado: corticoide de potência baixa. 
o A incidência de efeitos colaterais é baixa – maior preocupação é atrofia da pele (estrias, alteração 
da pigmentação, telangiectasias...). Efeitos colaterais ocorrem pelo uso indevido da medicação, 
como a aplicação na área coberta pelas fraldas ou em grandes superfícies por tempo prolongado, 
o que causa uma maior absorção e potencial supressão do eixo hipotálamo-hipófise. As áreas de 
pele mais fina (face) têm maior risco de atrofia. 
o Corticosteroides tópicos (CTC) são aplicados uma vez ao dia e apenas nas áreas com lesões em 
atividade. 
o Os classificados com baixa potência, como a hidrocortisona, estão indicados para lesões na face, 
períneo e para dermatite leve. Os corticosteroides tópicos de média potência, como a mometasona, 
estão indicados para lesões no corpo e nos pacientes com dermatite moderada. 
o Os cremes determinam menor potência que as pomadas. Existem diversas formas de avaliar a 
potência dos corticosteroides tópicos e a medida da vasoconstrição é a mais utilizada em uma 
escala de 7 classes. 
o O uso correto dos CTC tópicos na DA exerce o efeito anti-inflamatório local e a absorção sistêmica 
é rara. 
o Ao escolher o corticosteroide tópico, deve-se considerar a fase da doença. No eczema agudo, 
aplicar veículo em creme ou loção e no eczema crônico com liquenificação, a pomada é preferível. 
A idade também influi na escolha da potência do corticosteroide. Nos lactentes, os corticosteroides 
menos potentes são os mais indicados. 
 
 
• Inibidores de Calcineurina: 
o Atuam no controle da inflamação da DA: tacrolimus e picrolimus. 
o Agem por inibição seletiva dos canais de cálcio dos linfócitos T e mastóci tos, impedindo a 
apresentação de antígenos, e inibem a produção de citocinas pró-inflamatórias, controlando a 
inflamação e o prurido. 
o Promovem menor número de crises agudas, diminuem o prurido rapidamente e não apresentam os 
efeitos colaterais locais dos corticosteroides. 
o São aplicados 2 vezes ao dia nas áreas com lesão ativa e devem ser sempre associados aos 
hidratantes. 
o O pimecrolimus creme 1% é indicado a partir do 2º ano de vida, e é efetivo para os casos de 
dermatite leve. 
o O tacrolimus pomada a 0,03% está indicado para crianças acima de 2 até 12 anos e para os casos 
de dermatite moderada e grave. Tacrolimus pomada a 0,1% está indicado acima de 12 anos. 
o O pimecrolimus pode ser utilizado como droga de primeira escolha nos casos de doença leve, diante 
dos primeiros sinais da doença, como tratamento de manutenção nos casos de doença moderada 
e, sobretudo, nas áreas da pele em que os corticosteroides apresentam maior risco de absorção, 
como a face. 
o A presença de infecções virais é contraindicação relativa para o uso dessas medicações. Sua 
vantagem sobre os corticosteroides tópicos é o fato de não provocar atrofia da pele, telangiectasias 
e pilificação. Por esse motivo, são preferidos nas áreas de pele mais fina, como pálpebra, região 
perioral, axila e região inguinal. 
• Hipoclorito de sódio: 
o Adição de hipoclorito à água do banho associado a aplicação de Mupirocina nasal durante 3 meses 
pode ser útil em doença moderada-grave com frequentes infecções bacterianas (previne infecções 
bacterianas), permitido a partir dos 6 meses de vida. 
• Anti-histamínicos: 
o Sistêmico e Tópico: benefícios clínicos ainda não comprovados. 
o 1ª geração podem ser úteis ao facilitar o sono e minimizar efeitos de coçadura. 
o 2ª geração: efeitos sedativos reduzidos. 
o Hidroxizina, cetirizina, loratadina; 
o O prurido é um sintoma determinado pela liberação de histamina e outros mediadores como 
neuropeptídeos e citocinas. Nos pacientes que apresentam prurido noturno de difícil controle, 
podem ser indicados os anti-histamínicos de primeira geração (dexclorfeniramina e hidroxizina) para 
melhorar o padrão do sono. Devem ser usados por períodos curtos, pois prejudicam o ganho 
cognitivo das crianças. 
• Outros: 
o Fototerapia: empregada em casos especiais com baixa resposta à terapêutica habitual. Se trata de 
terapêutica de segunda ou terceira linha, de caráter adjuvante, especialmente em pacientes 
pediátricos. Como efeitos colaterais apresentam ardor e queimação, e a preocupação com 
possíveis efeitos na carcinogênese futura limitam seu uso. 
o Ciclosporina: imunossupressão sistêmica → DA grave não responsiva ao tratamento habitual. Na 
faixa etária pediátrica com tendência evolutiva de melhora, é importante avaliar riscos e benefícios 
desses medicamentos, que por vezes podem apresentar efeitos colaterais irreversíveis. Atualmente 
as doses estão bem estabelecidas, variando entre 3 e 5 mg/kg/dia em cursos de até doze semanas, 
que podem ser repetidos com intervalos de sete dias. Deve-se monitorar, periodicamente, a função 
renal dos pacientes e os níveis séricos de ciclosporina. 
 
 
 
 
*diagnóstico clínico, a maioria ocorre no início da vida (1º de vida até o 5º ano), o tratamento pode ser 
iniciado desde cedo, somado as orientações. 
 
 
 
 
DERMATITE SEBORREICA 
DEFINIÇÕES: 
• É uma doença inflamatória da pele, autolimitada, que causa 
principalmente descamação e vermelhidão em algumas áreas do 
corpo sendo mais comum em face como por exemplo: sobrancelhas, 
couro cabeludo e orelhas. Se caracteriza por placas eritematosas com 
escamas amareladas de aspecto oleoso localizadas em áreas ricas em 
glândulas sebáceas. 
• É uma doença de caráter crônico, com períodos de melhora e piora 
dos sintomas. 
• A causa não étotalmente conhecida, e a inflamação pode ter origem 
genética ou ser desencadeada por agentes externos, como alergias, 
situações de fadiga ou estresse emocional, baixa temperatura, álcool, 
medicamentos e excesso de oleosidade. A presença do 
fungo Pityrosporum ovale também pode provocar a doença. Já a dermatite seborreica em recém-
nascidos, conhecida como crosta láctea, é uma condição inofensiva e temporária, na qual aparecem 
cascas grossas amarelas ou marrons sobre o couro cabeludo da criança. Escamas semelhantes também 
podem ser encontradas nas pálpebras, nas orelhas, ao redor do nariz e na virilha. Tanto em adultos 
quanto em crianças. A doença não é contagiosa e não é causada por falta de higiene. Também não 
é uma alergia e tampouco perigosa. 
• Ela acomete os extremos da idade pediátrica (lactentes e adolescentes). Em crianças, ocorre entre 3 
semanas e 12 meses de vida, com pico de prevalência ao redor dos 3 meses, diminuindo nos meses 
seguintes. 
QUADRO CLÍNICO: 
• De forma geral, os sintomas da dermatite seborreica são: 
o Oleosidade na pele e no couro cabeludo; 
o Escamas brancas que descamam – caspa; 
o Escamas amareladas que são oleosas e ardem; 
o Coceira, que pode piorar caso a área seja infectada pelo ato 
de “cutucar” a pele; 
o Leve vermelhidão na área; 
o Possível perda de cabelo. 
• Placas eritematodescamativas arredondadas, localizadas ou confluentes, ocorrem em áreas de maior 
concentração de glândulas sebáceas, como o sulco nasolabial, as pregas retroauriculares, cervicais, 
axilares, região umbilical e períneo. 
• o prurido está ausente ou é discreto, o que facilita sua diferenciação com a dermatite atópica 
*Pode ocorrer em diversas áreas do corpo. Normalmente, se forma onde a pele é oleosa ou gordurosa, 
como couro cabeludo, sobrancelhas, pálpebras, vincos do nariz, lábios, atrás das orelhas e tórax. 
* A distribuição das lesões difere da DA por acometer região inguinal, axilas, pescoço e couro cabeludo. A 
idade de início é mais precoce, nos primeiros meses de vida. É pouco pruriginosa, e não gera dificuldade 
para o sono ao lactente como ocorre na DA. A associação com DA dificulta a diferenciação inicial, mas a 
evolução da dermatite seborreica que melhora depois do primeiro ano de vida permite a distinção. 
TRATAMENTO: 
• Em alguns casos é necessária a realização de alguns exames clínicos, como o micológico, a biópsia e o 
teste de contato. 
• O tratamento precoce das crises é importante e pode envolver as seguintes medidas: 
o Lavagens mais frequentes; 
o Interrupção do uso de sprays, pomadas e géis para o cabelo; 
o O não uso de chapéus ou bonés; 
o O uso de xampus que contenham ácido salicílico, alcatrão, selênio, enxofre, zinco e antifúngicos; 
o O uso de cremes/pomadas também com antifúngicos e, eventualmente, com corticosteroide, 
dentre outros especificados pelo dermatologista. 
• Nos lactentes ou recém-nascidos → emoliente (amolecer as escamas do couro cabeludo e sua remoção 
suave); Sabonetes ou xampus à base de enxofre e ácido salicílico 3 a 5% ou xampus de cetoconazol a 
2%, utilizados 2 vezes/semana por 2 semanas, podem ser úteis para controle da descamação e do 
processo inflamatório, com cuidado pela absorção percutânea dessas substâncias (principalmente o 
ácido salicílico). 
• Nas lesões em outros locais, a aplicação de cetoconazol a 2% em creme, 1 vez/dia por 1 a 2 semanas, 
ou hidrocortisona creme a 1% pode ser utilizada para controlar o processo inflamatório de casos mais 
resistentes. 
• Imunomoduladores (tacrolimo e pimecrolimo) tópicos → casos persistentes ou para uso em 
adolescentes, de forma a evitar o uso prolongado dos corticosteroides. O corticosteroide sistêmico 
(dexametasona 1 mg/kg/dia via oral, por 5 a 7 dias) é utilizado nos casos de eritrodermia. 
PREVENÇÃO: 
• Não existe uma forma de prevenir o desenvolvimento ou o reaparecimento da dermatite seborreica. 
Entretanto, cuidados especiais com a higiene e o uso de xampu adequado ao tipo de cabelo tornam 
o tratamento mais fácil. 
• É necessário seguir o tratamento correto, o que irá depender da localização das lesões e da intensidade 
dos sintomas, bem como alterar alguns hábitos e eliminar os fatores reguladores, como má alimentação, 
tabagismo e consumo de bebida alcoólica. 
• Além disso, alguns cuidados podem ajudar na melhora dos sintomas, como não tomar banhos muito 
quentes; enxugar-se bem antes de se vestir; usar roupas que não retenham o suor (tecidos sintéticos 
costumam ser contraindicados para quem tem tendência à dermatite seborreica); controlar o estresse 
físico e mental e a ansiedade; retirar completamente o xampu e o condicionador dos cabelos quando 
lavar a cabeça. 
DERMATITE DE CONTATO 
DEFINIÇÕES: 
• Dermatite de Contato (DC) é uma inflamação 
da pele, caracterizada por eczema oriundo da 
exposição direta a substâncias do meio 
ambiente. 
• Existem dois tipos de dermatite de contato a 
irritativa e a alérgica: 
o Irritativa: causada por substâncias ácidas ou 
alcalinas, como sabonetes, detergentes, solventes ou outras substâncias químicas. Pode aparecer 
na primeira vez em que entramos em contato com o agente causador, o que ocorre com um grande 
número de pessoas. As lesões da pele geralmente são restritas ao local do contato. 
o Alérgica: surge após repetidas exposições a um produto ou substância. Depende de ações do 
sistema de defesa do organismo, e por esse motivo pode demorar de meses a anos para ocorrer, 
após o contato inicial. Essa forma de dermatite de contato aparece, em geral, pelo contato com 
produtos de uso diário e frequente, como perfumes, cremes hidratantes, esmaltes de unha e 
medicamentos de uso tópico, entre outros. As lesões da pele acometem o local de contato com a 
pele, podendo se estender à distância. 
QUADRO CLÍNICO: erupções eczematosas divididas em 3 estágios. 
• No exame físico, há áreas de eczema agudo, subagudo ou crônico, pruriginoso, cuja localização pode 
sugerir o contato com um alérgeno particular, por exemplo: brinco – lóbulo da orelha; botão de metal – 
ombro (encontrado nos “body”) ou região periumbilical; calçados – dorso dos pés; solução 
oftálmica/esmaltes – pálpebras. Lembrar que uma sobreposição entre os locais de eczema atópico e 
de contato podem ocorrer particularmente em lábios, pálpebras e pescoço. 
Agudo: vesículas e bolhas pruriginosas sobrepondo uma placa eritematosa. 
Subagudo: prurido e eritema menos intensos, vesículas e bolhas dificilmente visualizadas. 
Crônico: vesículas rompidas, descamação, hiperpigmentação, liquenificação com prurido mínimo. 
 
* As lesões são muito semelhantes àquelas da DA, mas a localização, formato e história de contato com o 
agente causal permitem o diagnóstico. A DCI é ocasionada por irritantes primários, como sabonetes ou 
detergentes, enquanto a DCA por sensibilização mediada por linfócitos T, sendo o níquel, presente em 
bijuterias e objetos de metal, o mais frequente. É importante salientar que crianças com DA podem 
apresentar associação com dermatite de contato, sobretudo quando ocorrem lesões resistentes ao 
tratamento, localizadas nas mãos e pés, região periocular e perioral. A anamnese acurada ajudará a 
descobrir possíveis agentes causais, e nos casos de DCA, a realização do teste de contato (patch test) é útil 
na identificação do alérgeno envolvido. 
DIGANÓSTICO: 
• Baseado principalmente no aspecto clínico das lesões, localização e no histórico de exposição a um 
irritante alérgeno. Confirmado pelo teste de contato. Em alguns casos, o exame histopatológico pode 
ser solicitado. 
• A indicação para a realização do teste de contato é a presença de eczema pruriginoso, resistente aos 
tratamentos tópicos (com tendência a cronicidade), nos quais a topografia sugere DCA. 
TRATAMENTO: 
• Identificar e afastar o agente causal; 
• Corticoide sistêmico em casos graves e extensos; 
• Anti-histamínicos aliviam o prurido; 
• Corticóide tópico;• Cuidados locais mais importantes que tratamentos sistêmicos. 
• Hidratação da pele;

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