Buscar

Urologia - Resumo da prova 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
Tumores renais 
EPIDEMIOL OGIA 
 2-3% de todas as neoplasias: É uma neoplasia não tão 
frequente diante das outras patologias e, até mesmo, 
dentro da urologia. 
 ♂/♀ : 1,5/1 
 Incidência: pico entre 60-70 anos. 
 Raro antes dos 20 anos de idade 
 2018: 6270 novos casos no Brasil (INCA) 
 
ETIOLOG IA 
• Exposição a: Nitrosaminas, Cádmio, Chumbo e 
Bromato (gasolina e tabaco). O Câncer de rim pode ser 
uma consequência de onde você passou a sua vida 
trabalhando. 
• Hereditariedade (Doença de Von Hippel-Lindau). É um 
percentual pequeno, mas a chance de desenvolver o 
câncer de rim é elevada. 
• Obesidade (Relacionada a um processo inflamatório 
crônico, que pode levar a uma transformação em 
qualquer célula) 
• Desequilíbrio hormonal 
• Irradiação (Relevante não só no câncer de rim). O 
paciente tem que ser acompanhado por um período 
de 10 anos, sendo que até 20 anos tem influência. 
 
PATOL OGIA 
• Carcinoma de Células Claras – 70% 
➢ 95% - Esporádico 
➢ 5% - Hereditário (S. Von Hippel- Lindau, esclerose 
tuberosa) 
• Carcinoma papilífero – 10% 
• Carcinoma cromófobo – 5% 
• C. Cístico-sólido – 1 a 4% 
• C. de Ductos Coletores de Bellini – 1% 
• C. Medular – 1% 
A partir do papillífero, todos aqueles que não são de células 
claras tem um componente mais agressivo, exceto o 
cístico-sólido. 
QU ADRO CL ÍNICO 
 Massa renal palpável* 
 Dor Lombar* 
 Hematúria macro ou microscópica (60% dos casos)* 
Causado pela invasão da pelve/ cálice renal. 
 Manifestações paraneoplásicas(anemia, febre, HAS) – 
principalmente nos tipos mais incomuns de CA de rim. 
* Tríade clássica(10% dos casos) 
Antigamente, tinha-se a arteriografia, que dava uma 
imagem de subtração. Atualmente, é possível detectar 
imagens de câncer de rim antes que o quadro clínico 
aconteça, com a USG. 
DIAGNÓSTICO 
Pode ser observado a característica heterogeneidade das lesões, 
onde existem várias cores na mesma lesão. A parte mais escura 
pode ser representando uma necrose. O crescimento 
desordenado da massa tumoral é devido a angiogênese e 
invasão do sistema coletor. É o causador damicro ou 
macrohematúria. 
Com o passar do tempo, o diagnóstico foi se tornando cada vez mais 
surpreendente. Ex: Ultrassonografia de rim mostrando uma massa 
renal. 
LAB ORATÓRIO 
Hematúria(60%); anemia(30%) 
ULTRASSONOG RAFIA 
Ótima para o rastreamento. A partir do momento que você 
tem uma suspeita diagnóstica ou diagnóstico de tumor renal, 
pela USG, ela não é suficiente para determinar algumas 
coisas importantes no que diz respeito a programação 
cirurgia do paciente. 
 
Invasão da parte branca do rim, que corresponde a parte 
coletora. Característica heterogênea da lesão. 
Seta amarela → Rim direito. Imagem de diferentes tipos de 
consistência (imagem com partes escuras – parte central 
do tumor – pode corresponder a necrose, partes claras). 
Necrose é uma característica interessante, que é causada 
por vascularização insuficiente. 
Crescimento desordenado da massa tumoral. Limites 
irregulares. Índice de vascularização diferente. Invasão do 
sisstema coletor (uma das características que podem gerar 
uma micro ou marohematúria). 
 Ultrassonografia para rastreamento é o melhor exame! 
 Não é necessário nem RNM nem TC. 
 
Neoplasias urogenitais 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
TC 
É um exame que vai dar mais detalhes da lesão para a 
programação cirurgia. Você tem que ver se o tumor invade o 
cálice ou pelve renal, qual a localização dele, e talvez AVALIAR 
SE ELE TEM ALGUM COMPONENTE EXOFíTICO. 
 
 
A partir do momento que você tem uma suspeita 
diagnóstica de tumor pela ultrassonografia, ela não é 
capaz de nos mostrar o que fazer numa programação 
cirúrgica. 
A tomografia é feita para anlálise dos limites da lesão e 
programação terapêutica. Dá um diagnóstico mais 
preciso. 
Avaliar se o tumor é intraparenquimatoso (dentro do rim) ou 
exofítico (ultrapassa o limite ranal). 
Se for fazer uma cirurgia laparoscópica e ele não tiver 
nenhum componente exofítico, você não vai saber 
exatamente onde a massa vai estar, tendo de lançar mão 
de uma ultrassonografia intraoperatória. 
Imagem 1 - Setas vermelhas: Nódulo esbranquiçado. 
Provavelmente uma seção T2 de tomografia. Nodulação 
intra... 
Imagem 2 – Lesão intraparenquimatosa, sem expansão 
para fora. Numa cirurgia laparoscópica ou robótica, é difícil 
a identificação. Mostra o componente exofítico a 
esquerda do polo superior. 
RNM 
Então você tem às vezes, um trombo entrando a veia renal 
e ainda na veia cava. Geralmente os pacientes que são 
submetidos a uma cirurgia com um trombo desse tem uma 
morbidade de 50%. 
Avalia com muita precisão (às vezes até mais do que a TC) 
o envolvimento vascular do tumor renal. O tumor de células 
claras renal tem um tropismo muito grande pela veia renal. 
Imagem da esquerda: trombo entrando na veia renal e 
saindo da veia cava. 
O trombo geralmente vai para cima (e não para baixo). O 
trombo, por incrível que pareça, permanece bem 
coeso/fixo). É de fácil remoção! 
O câncer renal metastásico é considerado incurável. Se for 
de testículo ou intestino, pode haver cura. 
 
RESUMINDO: 
 USG → Principal rastreamento. 
 Tomografia → Diagnóstico principal da localização do 
tumor. 
 RNM/angioressonância → Melhor programação 
cirúrgica. Bom para localização e vascularização do 
tumor. 
Tomografia ou Ressonância → Importância na 
programação cirúrgica. 
ESTADIAMENTO (TNM) 
TUMOR 
 TX O tumor primário não pode ser avaliado 
 T0 Não há evidência de tumor primário 
 T1a Tumor menor 7 cm limitado ao rim 
 T2 Tumor maior que 7 cm limitado ao rim 
 T3 Tumor estende-se para os grandes vasos ou invade 
a supra-renal ou os tecidos perinefréticos, mas não 
além da Gerota. 
 T3a Tumor invade a supra-renal ou os tecidos 
perinefréticos, mas não além da Gerota 
 T3b Tumor invade macroscopicamente a veia renal ou 
veia cava inferior 
 T4 Tumor invade tecidos além da Gerota 
Não é pra decorar o estadiamento. 
T1a que é uma classificação de um tumor inicial, significa 
um tumor renal menor que 7 cm limitado ao rim. Na prática 
isso quer dizer que até tumores grandes você tem 
condições de fazer uma abordagem e salvar a parte do rim 
que não está acometida por esse tumor. 
Até em tumores grandes, a gente pode fazer uma 
abordagem e salvar a parte que não está atingida pelo 
tumor. Existe uma margem de segurança preconizada na 
cirurgia oncológica (0,5 cm). Se for um tumor exofítico mas 
ainda limitado a cápsula renal, de até 7 cm, se você 
respeitar a margem de segurança, você tem condições de 
fazer uma nefrectomia parcial do paciente, salvando o 
resto do rim. 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
LINFONODOS REG IONAIS 
 NX Linfonodos regionais não podem ser avaliados 
 N0 Não há metástases para linfonodos regionais 
 N1 Metástase em um único linfonodo de até 2 cm 
 N2 Metástase em um único linfonodo, maior que 2 cm, 
menor que 5 cm, ou múltiplos nodos, nenhum maior 
que 5 cm 
Quando se faz uma nefrectomia total ou parcial é de praxe 
fazer a retirada das cadeias dos linfonodos regionais 
próximos ao hilo renal, para você saber se tem algum tipo 
de metástase linfonodal. 
Uma coisa muito importante é que a partir do momento que 
você faz um diagnóstico de CA de rim é mandatório vocês 
fazerem um estadiamento completo. Então não basta você 
fazer apenas a TC ou RMN do abdômen total e das vias 
urinárias, precisa-se fazer um scan do TÓRAX! 
NÃO ESQUECER DE VER O TÓRAX, de preferência com uma 
tomografia ou ressonância magnética. A radiografia, a 
princípio, não é o ideal. 
METÁSTASE À DISTÂNCIA 
 MX Metástase não pode ser avaliada 
 M0 Ausência de metástase 
 M1 Metástase à distância 
Se caso houver algum tipo de metástase já se podeconsiderar uma doença metastática, aí ela entra no 
estadiamento. 
TRATAMENTO 
Nefrectomia Radical ou parcial são as duas opções de cura 
para o CA de rim. Ela pode ser robótica, aberta ou 
laparoscópica. A diferença é que na robótica você pode 
trabalhar com uma margem de segurança bem melhor por 
conta da visualização triplicada. E ainda tem alguns 
recursos que possibilitam identificar alguns vasos 
intraoperatórios diferentemente da laparoscópica e da 
aberta. 
No entanto, do ponto de vista oncológico você não tem 
uma melhor técnica, depende de como você faz. 
O único problema da aberta é que para você chegar ao 
retroperitôneo para abordar o rim, você tem que seccionar 
a região lombar do paciente e causará uma dor 
considerável no paciente no pós operatório. 
NEFRECTOMIA RADICAL 
Consiste na ligadura tanto da artéria quanto da veia renal 
e retirada completa do rim de preferência com a fáscia de 
Gerota. 
Tratamento curativo. Robótica (condições de trabalhar 
com uma margem de segurança bem maior, por conta da 
visualização tridimensional. Recursos que favorecem a 
possibilidade de identificar vasos), aberta (pode causar dor 
importante no pós operatório) ou laparoscópica. 
Retirada do rim: Liga primeiro a artéria e depois a veia. Se 
você ligar a veia do paciente (drenagem do sangue), a 
artéria continua mandando, fazendo com que o rim 
comece a inchar e exploda com a força arterial. Nunca 
liguem a veia primeiro se você quer fazer a retirada 
completa no órgão. 
 
Imagem - Ligadura tanto da artéria quanto da veia renal. 
Retirada completa do rim. 
NEFRECTOMIA PARCIAL 
Pode retirar o lobo acometido ou retirar o tumor com uma 
margem de segurança. 
 
Tumor exofítico, excelente, pequeno, sem contato com o 
sistema pielo (não sei lá de quê). A parte preta é o sistema 
coletor rennal. 
Imagem: Tem uma margem perfeita para a retirada da 
tumoração sem abrir o sistema coletor. Quando se quer ter 
uma margem um pouco maior de sgurança, abre o sistema 
coletor e depois ajeita de volta. 
Imagem 2: O condicionamento do paciente na maca para 
a cirurgia laparoscópica, utiliza-se 4 trocanteres. 
TRATAMENTO PARA DOENÇA METÁSTICA 
Quase impossível a cura. Baseados na imunoterapia ou 
bloqueio da angiogênese (formação de vasos) vascular. As 
drogas usadas são as seguintes: IL-2, Sorafenib, Sunitinib, 
Nivolumab. É como se tivesse uma necrose do tumor com 
o uso de drogas (não é pra decorar) que tem uma 
afinidade por determinados receptores característicos do 
tumor renal, que vai promover uma necrose vascular. 
Para tumores acima de 10 cm, existe a preconização de 
você iniciar o tratamento com imunoterapia ou bloqueio 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
vascular, para redução do tumor renal, e em seguida, 
cirurgia. 
IMU NOTERAPIA 
▪ IL-2 
▪ Sorafenib 
▪ Sunitinib 
▪ Nivolumab 
 
CÂNCER DE BEXIGA 
O tumor de bexiga, geralmente começa de uma forma 
superficial e pode ser tratado apenas com ressecção do 
tumor. 
EPIDEMIOL OGIA 
 Segunda malignidade urológica 
 3.5 % das neoplasias em geral 
 Relação ♂/♀ : 5:1. Bem diferente da do rim. 
 Aumento da incidência com a idade 
 90% superficial. 70% dos superficiais são papilares. 5% 
acometendo TUS (Trato Urinário Superior). 
Importante: Acomete o urotélio. 
Pelve renal, cálice renal, ureter e bexiga tem urotélio. A 
avaliação pode ser feita com a TC ou urografia excretora. 
As estruturas que tem urotélio são predispostas a serem 
acometidas. 
FATORES DE RISCO 
• Tabagismo (importante na relação homem > mulher). 
• Ocupacional (aminas aromáticas, solventes, tintas, 
metais, hidrocarbonos, produtos de combustão e 
exaustão, poeira de couro). Fabricação de pneus. 
• Infecções crônicas (cistite intersticial e actínica – 
secundária a radioterapia). Relacionadas ao processo 
neoplásico. 
• Drogas (basicamente as drogas utilizadas que afetam 
a bexiga. Algumas medicações quimioterápicas que 
provocam uma inflamação crônica da bexiga) 
• Genética familiar (não se sabe exatamente qual é a 
relação). Genética familiar de 1º grau positivo aumenta 
a chance de desenvolvimento de câncer de bexiga 
em 1,5x mais do que a população em geral. 
 
HISTOPATOLOG IA 
• Carcinoma Urotelial (Cels Transicionais) - maioria 
• Variante escamoso (17-20%) 
• Variante Micropapilar (6%) 
• Variante Sarcomatóide (4%) 
• Variante Adenocarcinoma (1.4%) 
Os 3 últimos são muito agressivos. 
Essa imagem mostra o estadiamento das lesões possíveis. A 
coisa mais importante a ser observada são as camadas 
vesicais. 
Imagem 1: Analisar as camadas vesicais. A fina (de dentro) 
tem o urotélio. Logo abaixo do urotélio, tem a lâmina 
própria, que caracteriza o carcinoma in situ da bexiga 
(carcinoma que tende a ser agressivo e invasivo). Abaixo 
disso, vem a camada muscular (parte amarela – camada 
gordurosa e camada vermelha – camada externa, serosa). 
A partir do momento que esse tumor –(90% superficial) 
invade a lâmina própria ou a muscular (maior 
vascularização – relação com artéria e veia), o potencial 
de malignização desse tumor eleva significativamente. Se 
invade a camada muscular pode invadir a vascularização, 
podendo levar esse tumor a qualquer parte do corpo. A 
drenagem venosa do órgão é o que, na maioria das vezes, 
determina onde é que o tumor para. Se a drenagem vai 
basicamente para o fígado, tem- se a metástase hepático 
(Ex. tumor de intestino). 
Na maioria das vezes, as metástases são ósseas, 
pulmonares e hepáticas. 
Ex T2a → Ressecção do tumor. Fica um pedaço de tumor 
ainda. Se faz a raspagem e não tem a certeza absoluta 
(laudo histopatológico), daqui a 3 meses, o tecido volta a 
crescer e você só consegue visualizar a área que foi 
raspada. 
Quando se tem um carcinoma in situ, você é meio que 
obrigado a raspar novamente no local que ele foi achado 
anteriormente, pra ter certeza de que não ficou nenhuma 
célula lá que possa voltar a crescer de novo. No caso de 
tumor superficial., você não tem tanto essa preocupação. 
Faz a raspagem, manda para a patologia e se faz um 
controle cistoscópico do paciente depois de 3 meses e 
assim por diante, em momentos diferentes. 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
 
Imagem 2: tumores superficiais da bexiga. Todos eles estão 
no urotélio e, dificilmente, você vai ver uma invasão para a 
parte da lâmina própria. O tumor está representado pelas 
partes roxas. A parte branca fininha que está embaixo do 
urotélio é a lâmina própria e depois vem a muscular. 
Nenhum dos tumores da imagem chegam a lâmina própria 
ou a camada muscular. 
É mostrado tumores superficiais da bexiga, e se vocês 
olharem com cuidado, perceberão que eles estão no 
urotélio e, dificilmente você verá uma invasão para a parte 
da lâmina própria. 
Os tumores superficiais não chegam a camada muscular. É 
só você olhar que ele não passa das “linhas brancas”que é 
uma representação do urotélio, que divide o músculo da 
lâmina própria. 
Imagem 3: Ilhotas de células musculares. A tumoração tem 
células com núcleos bem maiores que invadem a 
musculatura. 
 Enquanto as lesões tiverem delimitadas ao urotélio, 
podendo acometer até a lâmina própria, elas podem 
ser tratadas com a ressecção/ raspagem do tumor. 
 A partir do momento que elas invadem a musculatura, 
a história muda completamente, podendo haver a 
necessidade de retirada da bexiga, pois representa 
alta chance de metástase. 
O que determina o tratamento agressivo do câncer de 
bexiga é a invasão muscular da parede vesical. 
Quando se tem um carcinoma in situ, não necessariamente 
se tem que fazer uma cistectomia no paciente. 
O câncer de bexiga afeta o urotélio, que está presente 
também na bexiga, ureter, cálice e pelve renal. Por esse 
motivo, sempre que o paciente tiver um câncer de bexiga 
deve-se avaliar essas outras estruturas. 
Dos tumores superficiais temosque prestar atenção se teve 
acometimento do TUS. Essa investigação pode ser feita 
através da TC com uma cistografia excretora baseada na 
TC. 
Se conseguir fazer a raspagem do tumor, depois de uns 3 
meses há um comprometimento da lâmina própria 
(Carcinoma in situ) todo o epitélio da bexiga é recuperado. 
A gente não sabe a extensão do tumor depois que ele foi 
raspado pela primeira vez. 
Toda vez que você resseca um tumor de bexiga, mesmo 
que seja superficial, você tem que atingir até a camada 
muscular para o patologista poder dizer no laudo que não 
houve comprometimento. 
APRESENTAÇÃO 
Geralmente igual ao câncer de rim. 
No primeiro momento, se o paciente apresentar hematúria 
deve-se fazer a exclusão do CA de bexiga, pensando em 
problemas a nível renal ou Trato Urinário Superior (TSU). 
Após a exclusão de tais problemas, se você não tiver 
conseguindo achar a causa de hematúria, deve-se 
investigar o CA de bexiga, pelve ou cálice renal. 
 Hematúria micro/macroscópica (80-90%) 
 Outros sintomas urinários: 
➢ Urgência, polaciúria, diminuição da capacidade 
vesical (acometimento mural da bexiga que limita 
o funcionamento da mesma. Ela se contrai pela 
presença do tumor), sintomas irritativos 
 Dor 
➢ Flancos – hidronefrose por compressão ureteral 
➢ Supra-púbica – invasão vesical ou do púbis. 
Acontece quando o tumor ultrapassa a serosa da 
bexiga e tem-se uma infiltração óssea do tumor. 
➢ Desconforto retal e dor perineal 
 
 Sintomas obstrutivos → Não consegue urinar. Há uma 
oclusão do colo vesical por conta do tumor. Jato fraco. 
Esvaziamento incompleto da bexiga. 
 Sintomas irritativos → Urgência, aumento da 
frequência urinária, dor pélvica, dor suprapúbica. 
Os sintomas irritativos e obstrutivas acontecem quando 
você tem massas tumorais grandes ou massas tumorais 
invasivas. 
OBS: como tem alguns pacientes que não tem nenhuma 
apresentação clínica, e fazem um quadro semi-oclusivo 
urinário ou apresentam dor. Aí quando você faz uma USG 
tem um tumor dentro da bexiga incluindo o colo vesical ou 
que está invadindo a cama da bexiga 
DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO 
▪ Citologia urinária (3 amostras) Sensibilidade 49%, 
Especificidade 96%. Urina 3 vezes, em momentos 
diferentes, leva para o laboratório de anatomia 
patológica. A técnica feita é a mesma do Papanicolau. 
Identificar se existem células com alterações nucleares 
ou citoplasmáticas, características das células tumorais 
da bexiga. Pouco utilizada no Brasil. Forma não invasiva 
de corroboração do raciocínio e suspeita de câncer de 
bexiga. 
 
▪ Cistoscopia (luz branca, Fluorescente, NBI – ver 
neovascularização) com biópsia; * Sensibilidade de 
quase 95%. É talvez o exame de escolha. Entra na 
bexiga e vê o que está acontecendo. Análise das 
características da lesão (se é grande ou pequena...). 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
Invasivo, porém com capacidade de diagnóstico na 
hora. Faz uma biópsia como se fosse uma resseção 
 
▪ Marcadores tumorais: Sensibilidade <70%, 
Especificidade <80% baseado em proteína – 
NMP22,BTA baseado em célula – Urovysion, Immunocyt. 
Não invasivo. Tem maior chance de detectar, mas 
chance de falso positivo também é maior. 
 
▪ TC com Urograma – fase de contraste que cora toda a 
parte dos cálices até o ureter, e uma imagem de 
subtração vai dizer onde e que tipo de lesão/ RNM / 
PET-TC (mais utilizada no estadiamento (principalmente 
linfonodal) do paciente em vez de no diagnóstico). 
Deve-se pensar em câncer de ureter ou câncer da 
pelve/cálice renal. Mostra a suspeita de uma lesão 
vegetante no trato urinário superior. 
As células cancerígenas tem um índice de metabolismo 
mais elevado, utilizando mais glicose do que as células 
normais, fazendo com que elas brilhem. Quando se faz 
uma PET, a gente vê áreas amareladas, brilhantes. 
Qualquer processo inflamatório causa aumento da 
luminescência dessa região, podendo alterar o resultado 
da PET-TC. Ex: pacientes com colite e doença de Crohn 
podem apresentar essa luminescência aumentada. 
• LEMBRAR: O padrão-ouro é a cistoscopia. 
O pulmão deve ser avaliada, pois pode haver metástases 
no diagnóstico inicial → Ressonância ou tomografia do 
tórax. 
TRATAMENTO 
SUPERFICIAL ( ATÉ T1) 
▪ Ressecção transuretral da bexiga (bipolar/monopolar) 
– Tratamento padrão-ouro. 
▪ Quimio/Imunoterapia intravesical (BCG, Mitomicina, 
Gencitabina). Se o tumor voltaria com 3 meses, demora 
mais pra voltar. Retarda o surgimento de um novo ou a 
recidiva do que já tinha. 
Câncer de bexiga tem grande chance de recidiva (quase 
100%). O paciente vai viver eternamente no médico 
fazendo cistoscopia de controle (mandatória). A repetição 
da cistoscopia é para saber se naquele local houve um 
novo crescimento. O tumor de bexiga pode surgir em locais 
diferentes. 
Já sabendo da recidiva, deve-se retardar o máximo a volta 
desse tumor. 
Para tumores superficiais e Carcinoma in situ, pode-se usar 
tanto a BCG quanto a Mitomicina ou Gencitabina para 
estender as recidivas. Se o tumor vem de 3 em 3 meses, isso 
vai estender para que ele venha daqui a 5 meses. Esses 
medicamentos são muito utilizados para tratar o CA de 
bexiga (tratamento realizado pelo oncologista). 
 
MÚ SCUL O INVASIVO (A PARTIR DE T2) 
▪ Cistectomia Radical: PADRÃO-OURO 
▪ Radioterapia (quem não tem condição de ser 
submetido a uma cistectomia radical - Multimórbidos, 
idosos). Alta chance de recidiva. 
▪ QT sistêmica neoadjuvante e adjuvante 
▪ Terapia trimodal (RTU, RTX, QT) 
Raspagem do tumor + radioterapia + quimioterapia 
sistêmica = quando não tem condições de fazer a 
cistectomia radical. Menos chance de recidiva do tumor. 
Resultador semelhantes a cistectomia radical. 
 Superficial SV (sobrevida) em 5 anos >80% 
 Invasivo SV em 5 anos 25-50% 
Quanto mais agressivo você for no tratamento, melhor para 
o paciente. Captação inicial + Cistectomia = melhor! 
▪ Cistectomia (Retirada da bexiga, Próstata (homens), 
Linfonodos da cadeia pélvica e derivação urinária). 
▪ Há o corte da ligação da bexiga com o ureter. 
▪ Os linfonodos devem ser retirados devido ao 
estadiamento. 
Aberta, Laparoscópica e Robótica 
DERIVAÇÕES URINÁRIAS 
CONTINENTE - TEM CONTINÊNCIA URINÁRIA 
 Neobexiga: ela é a mais complexa das derivações, 
porque você vai pegar cerca de 40cm de seguimento 
intestinal, posicionar em forma de "W", abrir a parede 
anterior toda dele, e anastomosar as laterais e depois 
fechar, fazendo uma bola intestinal; onde vai ficar duas 
orelhinhas: na parte de cima onde serão encaixados os 
ureteres e na parte de baixo é encaixado a uretra do 
paciente. O problema dela é, você não ter 
sensibilidade de intestino cheio, e para esvaziar a 
bexiga é necessário fazer uma forca abdominal e 
forçar o esvaziamento de 6/6 ou 8/8 hs. 
 
 
 
 
 Indiana Pouch: Você pega um segmento do intestino 
ascendente com a válvula íleo cecal e o íleo terminal, 
de preferência com o apêndice, você abre essa parte 
anterior dos dois, costura as laterais e fecha como bola, 
com essas laterais remanescentes. Anastomosam os 
ureteres, pegam esse apêndice e jogam no umbigo do 
paciente. Formando um ângulozinho com o abdômen. 
A angulação do apêndice mais a descida da bola 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
quando cheia comprime o apêndice para cima e não 
vaza urina. Mas para se esvaziar é de forma 
programada ... você pega uma sonda e coloca no 
apêndice, deixando a urina sair. 
 
 
 
 
 Ureterosigmoidostomia: Você pega o ureter e liga no 
sigmoide. A indicação é quando o paciente tem um 
esfíncter anal potente. Se ele não tiver um esfíncter 
potente pode ter incontinência fecal. 
 
INCONTINENTE – NÃO TEM CONTINÊNCIA U RINÁRIA 
Essa técnica cirúrgica pega o ureter e aboca a pele do 
paciente de um lado e do outro, ou ligam os dois ureteres 
e abocam na pele como um só. Essespacientes precisam 
de coletor de urina o resto da vida. 
Essa técnica é a derivação incontinente e chama-se 
ureterocutaneostomia. 
 
 
Outra técnica é a ureteroenteroanastomose. Ele pega 
15cm de intestino delgado, introduz na pele e pega os dois 
ureteres e liga na parte inferior desse segmento. 
Vocês excluem o segmento pediculado de 15cm do 
intestino delgado, refazem o trânsito, pegam os dois 
ureteres e abocam embaixo. E aí, você vai usar uma bolsa 
coletora na região da saída do estoma para coletar urina. 
 
Diferença entre ureterocutaneostomia e 
ureteroenteroanastomose: A ureterocutaneostomia se 
fecha mais rápido (devido ao crescimento da pele) do que 
a anastomose se sedimentar. 
 
Então tem uma estenose dessa região que o ureter está 
abocado. Paciente que faz uma ureterocutaneostomia ele 
tem que viver o resto da vida usando o Duplo J até o rim (de 
3 em 3 meses você tem que trocar ele) para que não haja 
o fechamento dessa região que você abocou o ureter na 
pele. 
 
Quando se usa o segmento de 
intestino(ureteroenteroanastomose), a pele não consegue 
crescer mais rápido e estenosar, ela evita que você use o 
duplo J. Essa técnica é semelhante a colostomia, só que ao 
invés de fezes irá sair urina. A escolha do tipo de técnica 
depende do paciente. 
 
Quando escolher qual o tipo de técnica? 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
1- A função renal do paciente: Nessas derivações 
incontinentes tem o esvaziamento contínuo de urina, não 
prejudicando o paciente em relação a função renal. Já as 
continentes, tem a possibilidade de fazer um resíduo de 
urina elevado, fazendo com que a sobrecarga para o 
esvaziamento da urina pelo rim seja elevada. Então 
paciente com IR (pode aumentar a volemia e levar a 
edema pulmonar) não pode fazer derivação continente. 
2- Paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica: 
Quando faz uma derivação continente você vai ter 
durante um bom período de tempo um acúmulo de urina 
no reservatório de intestino. Uma parte dessa urina é 
absorvida pelo intestino, aumentando a acidez corporal, 
sendo que o primeiro órgão que compensa a acidez 
metabólica é o pulmão. Haverá então um aumento da 
frequência respiratória para eliminar o CO2. 
Após, há a falência do equilíbrio pulmonar que você tem 
com o “pulfer" renal. Por isso é importante avaliar o quadro 
respiratório do paciente antes de decidir se a derivação 
será continente ou não. 
CÂNCER DE PÊNIS 
É até mais comum que o câncer de testículo aqui na nossa região. 
EPIDEMIOL OGIA 
 Muito raro em países desenvolvidos 
 Incidência: 0,3 a1/100.000 nos EUA; 4,2 a 4,4/100.000 
Paraguai e Uganda; Brasil 1,3 a 2,7/100.000 Norte e NE 
do Brasil. Incidência relativamente baixa em países 
desenvolvidos, sendo triplicada ou até quadruplicada 
em países subdesenvolvidos. 
 Incidência: pico entre 60-70 anos. 
 Raro antes dos 20 anos de idade. 
Relacionada a lesões penianas mal tratadas, sujeira 
propriamente dita. 
FATORES PREDISPONENTES 
• Fimose 
• HPV 
• Inflamação crônica (balanopostite, líquen escleroso e 
atrófico, balanite xerótica) 
• Tabagismo 
• Radiação Ultravioleta 
 
PATOL OGIA 
TIPOS DE CARCINOMA ESCAMO CELULAR: É o principal! 
• Clássico 
• Verrucoso 
• Basalóide 
• Sarcomatóide 
• Adenoescamoso 
 
 
QU ADRO CL ÍNICO 
Lesão peniana crônica ulcerada ou vegetante com ou sem 
linfadenopatia inguinal. O diagnóstico pode surgir após o 
afastamento de todas as DSTS. 
As lesões tem características ulceradas, profundas, com 
bordas irregulares, às vezes necrose de centro. Mais 
endurecida que o HPV. 
Não infrequentemente envolvendo uma linfadenomegalia, 
linfadenopatia inguinal importante. 
Se assemelham às vezes com HPV. 
 
DIAGNÓSTICO 
BIÓPSIA INCISIONAL DA L ESÃO 
Fazer a retirada o mais profundamente possível da lesão. 
Avaliar a profundidade de acometimento. No entanto, se a 
lesão for pequena, nós fazemos a retirada total da mesma 
com um corte profundo de bisturi frio, para sabermos o que 
fazer depois. 
Na maioria das vezes, se faz uma incisão completa da lesão 
com um corte profundo com o bisturi para ter uma noção 
do que será feito em seguida. 
 
TRATAMENTO 
Excisão completa da lesão: Está indicado pra aquelas 
lesões superficiais. Pode-se fazer reconstrução com retalho, 
reconstrução de glande, prepúcio. 
AMPU TAÇÃO PARCIAL DO PÊNIS 
No entanto, quando há um comprometimento mais 
profundo, das camadas da glande ou do pênis em si, a 
ressecção torna-se obrigatória. 
Identificação da lesão (figura 1), isolamento da lesão 
(figura 2), dissecção do prepúcio com exposição do corpo 
cavernoso e uretra (figura3), secção da uretra distal e do 
corpo cavernoso, rafia do corpo cavernoso, e 
neoinplantação da uretra. 
 
9 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
Quando se tem a indicação de ressecção parcial do pênis 
a linfoadenectomia inguinal e pélvica são necessárias. 
 
 
AMPU TAÇÃO TOTAL DO PÊNIS 
Quando é uma lesão bem infiltrava de corpo cavernoso e 
de uretra, com isolamento da base do corpo cavernoso, na 
sua inserção, secção, isolamento da uretra, com deixada 
do coto uretral. E feito uma ureterocutaneostomia. 
O orifício uretral fica localizado no períneo. 
 
 
LINFADENECTOMIA INGUINAL BIL ATERAL: ( RADICAL OU 
MODIFICADA) 
Uma vez achado linfadenomegalia deve-se fazer a 
linfoadenectomia de esvaziamento para ser feito o 
estadiamento. 
 
Segue a regra de classificação TNM (não é pra decorar, 
mas é pra saber). Segue o mesmo protocolo de 
estadiamento para o câncer de bexiga. 
B RAQUITERAPIA 
É radioterapia aplicada em pacientes com lesões 
pequenas. Serão inseridas aos níveis mais profundos da 
lesão. A tentativa é de provocar necrose tumoral completa. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
* Câncer de pênis é um câncer extremamente agressivo. 
Se não tiver a chance de operar ele de uma forma precoce, 
a chance de sobrevida do paciente é muito baixa, pois ele 
é muito pouco responsivo as quimioterapias atuais. 
Metástase linfonodal leva a um óbito precoce. 
Lesão ulcerada, verrucosa ou vegetante que não trata 
como se fosse uma DST ou não tem as características da 
mesma, é imprescindivel se fazer a biópsia (de preferência 
biópsia excisional) da lesão, a fim de que se for superficial, 
resolver o problema do paciente de imediato. 
Com a análise histopatológica, você vai ver se tem 
acometimento mais profundo do tumor. Se houver, seguir 
com a resescção penectomia parcial. Além disso, fazer o 
estadiamento pré operatório com a tomografia ou a 
ressonância ou até o PET TC para avaliar a presença de 
linfadenomegalia, realizando a linfadenectomia 
concomittantemente com a penectomia parcial para ter 
um estadiamento adequado. 
TUMORES TESTICULARES 
Na Alemanha, é muito comum em jovens. Acha-se que tem 
relação com o tratamento da água. 
EPIDEMIOL OGIA 
 É um tumor raro – 1 a 1,5% das neoplasias masculinas 
 Apesar disso, é o tumor sólido mais comum em ♂ entre 
os 15 e 35 anos de idade 
 Incidência: 2,2 casos/100.000 habitantes (Brasil) 
 Mais frequente em brancos que em negros e amarelos 
 Taxa de cura: >90% (mesmo em metasáticos) a partir 
dos anos 90 
DICA IMPORTANTE: Quando você encontrar uma lesão 
testicular num paciente mais idoso, nunca pense 
incialmente em câncer de testículo. Pense em linfoma com 
aparecimento testicular! 
 
 
10 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
FATORES DE RISCO 
• Criptorquidia (testículo que fica fora da região de 
temperatura adequada da bolsa testicular). Risco de 
30% de se tornar um câncer de testículo. É preciso uma 
cirurgia de reposição em crianças. 
• Atrofia testicular: De qualquer etiologia. 
• Infertilidade: Processos inflamatórios. 
• Desequilíbrio hormonal (principalmente nos tumores 
menos frequentes. Ex. tumores das células de Leydgi ou 
células de Sertoli).• História Familiar fraca, porém, presente. 
• Síndrome de Klinefelter (sempre avaliada, 
principalmente pela presença de calcificações 
intratesticulares) 
• Presença de tumor contralateral 
TIPOS 
TUMORES G ERMINATIVOS (97%) 
 Seminomas (40-45%) 
➢ Clássico (mais comum) 
➢ Anaplásico 
➢ Espermatocítico (mais comum em idosos) 
 
 Não seminomatosos (35-40%) 
➢ Carcinoma embrionário (15-20%) 
➢ Teratocarcinoma (20-25%) 
➢ Coriocarcinoma (0-1%) 
➢ Teratoma (8-10%) de difícil tratamento. 
* O tumor do saco vitelino, mais frequente em crianças, não 
será aqui discutido. 
TUMORES NÃO-GERMINATIVOS 
Muito mais infrequentes. 
Tumores de células de Leydig; tumor de células de Sertoli; 
Sarcomas; linfomas e metástases. 
Relacionados aos distúrbios hormonais e distúrbios 
espermatogênicos, pois as células de Sertoli e de Leydig 
são responsáveis pela produção da testosterona e a 
produção do espermatozoide. 
QU ADRO CL ÍNICO 
 Aumento do volume testicular – 51 a 61% 
 Dor local – 31 a 34%. O testículo tem cápsula, que 
quando distendida, dói. 
 Nódulo Testicular palpável– 23 a 31 % 
 Dor lombar e/ ou abdominal – 6%. Em casos de massas 
pélvicas ou retroperitoneais. 
 Antecedente de trauma escrotal – 3 a 5% 
 Hidrocele – 10%. Não tem nada a ver com causa, mas 
com consequência. 
 Massa abdominal – 4% 
 Gânglios Supraclaviculares e/ou inguinais - 2%. A 
drenagem dos testículo é para a região pélvica, 
através do cordão inguinal que passa pelo canal 
inguinal externo e vai para o retroperitôneo). 
 Ginecomastia – 2% 
A drenagem dos testículos não é pra região inguinal, e sim 
para a região pélvica, através do cordão inguinal. 
O paciente chega, na maioria das vezes, com sintomas de 
aumento testicular, com uma dor local, um nódulo 
testicular palpável, dor lombar e ou abdominal (em casos 
de massas pélvicas ou retroperitoneai), e a principal 
incidência é linfonodal. 
DIAGNÓSTICO 
ULTRASSOM 
É diagnóstico. De preferência com doppler, a fim de avaliar 
vascularização. 
 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NU CLEAR 
Utilizada principalmente nos casos em que há uma dúvida 
na ultrassonografia. 
Não é divisora de águas no diagnóstico. 
 
MARCADORES TU MORAIS 
Devem ser colhidos em caso de suspeita. 
 Alfafetoproteína 
 Beta-HCG: utilizado também como teste de gravidez. 
 LDH 
 
A alfafetoproteína não está presente nos tumores 
seminomatosos. Se você tem uma suspeita de tumor de 
testículo, pede os marcadores tumorais e vê uma 
alfafetoproteína zerada, isso vai estar dando indício a um 
 
11 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
quadro de tumor seminomatoso. Se positivo, carcinoma 
embrionário ou de saco vitelino. 
O Beta-HCG e o LDH são complementares a isso. 
A partir da definição histopatológica do tipo de tumor, a 
gente vai passar para o tratamento específico. 
D IAGNÓ STICO – EX AME S COM PLEMENT ARE S DE E STAD IA MENTO 
• TC de Tórax sem contraste 
• TC de Abdome ou RMN de Abdome: análise do 
acometimento de linfonodos peritoneais. 
• TC de Crânio: Só é utilizada quando o tórax tem 
resultado positivo de linfonodo. 
• Cintilografia Óssea: mais utilizada ao paciente do SUS, 
porém substituída pelo PET-TC. 
• PET-TC (Avaliação de massas linfonodais 
residuais>3cm): preferência de acompanhamento 
após tratamento adequado. 
TRATAMENTO 
ORQUIECTOMOIA RADICAL 
Principal. O mais adequado. 
 
 
Envolve a incisão ipsilateral da região inguinal com 
exteriorização do testículo, e abertura do anel inguinal 
externo até o interno, onde passa a coroa inguinal . E lá , 
haverá o clampeamento do mesmo, e a secção de lá da 
base do anel inguinal interno. Se faz isso porque toda 
aquela região tem uma drenagem linfática e vascular 
muito importante e quanto mais para cima você retirar mais 
fácil será de você fazer o estadiamento cirúrgico do 
paciente durante a orquiectomia. 
 
 
 
LINFADENECTOMIA RETROPERITONEAL 
 
Como já foi dito, é importante realizar a TC/ RNM/ PET de 
abdômen, porque os tumores testiculares tem drenagens 
diferentes a depender da localização de cada um deles. 
As figuras representam possíveis áreas de acometimento 
linfonodal. 
• Figura A: Quando se tem acometimento bem agressivo 
envolvendo os dois lados. 
• Figura B: Quando tem um tumor no testículo direito, 
onde tem que fazer a linfadenectomia retroperitoneal 
nessa região da demarcada 
• Figura C: Quando você tem apenas linfonodo a 
esquerda só se faz o prolongamento da ressecção 
linfonodal da área demarcada. 
 
▪ Orquiectomia Radical + R-X T/ LND Retroperitoneal / QT 
Índice de Cura ±95% em estádios iniciais 
*Índice de Cura ±95% em estádios iniciais 
Atentar para acervar os espermatozoides dos pacientes em 
idade fértil* 
O tratamento é extremamente complexo, que envolva 
muitas drogas quimioterápicas e que são resumidas da 
seguinte maneira: 
Prioritariamente, na suspeita de tumor testicular e após feito 
o estriamento por imagem a gente faz a orquietomia 
radical do paciente, indo até a região do canal inguinal 
interno. Isso vai demonstrar se há o acometimento de 
linfonodo, vaso e túnica. 
Havendo isso, na maioria das vezes você pode procurar 
linfonodos pelo abdômen, que ele provavelmente já se 
alastrou por essa região de drenagem linfonodal. Se for 
restrita ao testículo, na maioria das vezes, a retirada do 
testículo é suficiente para o tratamento. Existem, porém, 
sociedades que indicam que mesmo que o tumor seja 
localizado realiza-se o tratamento quimioterápico de ciclo 
único, para ser consolidado o tratamento definitivo do 
paciente. 
Caso haja um acometimento extenso de linfonodo 
retroperitoneais ou pélvicos, a depender do tipo histológico 
do tumor você vai partir para uma radioterapia, 
linfadenectomia retroperitoneal ou quimioterapia. 
 
 
 
 
12 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
A maioria dos traumas geniturinário podem ser tratados até 
conservadoramente a depender do trauma. 
Epidemiologia do TGU 
Incidência: 8-10% das lesões abdominais. 
Orgãos: Rins 84%, bexiga e uretra (15%), ureteres e outros 
órgãos (1%). 
O TGU isoladamente só promove risco de vida quando há 
lesão vascular (art/veia Renal) ou está em combinação 
com outras lesões. 
Conceitos gerais de abordagem 
Seguir sempre os preceitos do ATLS. 
• Sempre considerar a possibilidade de Trauma 
geniturinário (TGU) no Exame físico (EF) e diagnóstico. 
Prestar muita atenção no EF, olhar bem para o paciente, se 
possível muda-lo de decúbito, sempre atentando aos 
cuidados cervicais, bacia e fêmur. 
• Informe-se dos mecanismos que levaram ao trauma. 
Na maioria das vezes por desaceleração, trauma contuso 
e projétil de arma de fogo que pegam os órgãos 
retroperitoneais. 
• Atente a equimose em flancos e períneo. Avaliar se é 
possível palpar um bexigoma, sangramento uretral 
espotâneo. 
• Sinal de Gray Turner (12. Costela) – Trauma renal ou 
sangramento retroperitoneal, principalmente lesões 
vasculares: Aorta, cava, veia renal, artéria renal e veia 
testicular. 
• Toque retal para avaliar mobilidade prostática. 
Dedos e tubos em todos os orifícios - para avaliar 
mobilidade prostática irregular indicando um trauma de 
uretra com avulsão uretroprostática. Isso não é tão 
incomum quando se fala de trauma de bacia. O osso da 
sínfise se torna uma guilhotina e corta a uretra na sua região 
bulbar ou prostática. No toque retal, se perceber que a 
próstata está muito para cima ou que está difícil de tocá-la 
pode significar que houve um desacoplamento dela da 
uretra. No toque quando tem sangue na luva significa 
trauma de alça intestinal. 
 
 
Diagnóstico por imagem 
Do ponto de vista de diagnóstico por imagem o ATLS 
preconiza o USG fast na sala de exame (sala de admissão), 
para avaliar líquido livre na cavidade. 
Quando não tem-se esse exame faz a TC de abdome e 
pelve, principalmente pela rapidez.Do ponto de vista urológicas existem alguns pontos que 
devemos sempre ficar atentos: 
Pontos chaves 
• Falha de continuidade de contraste. 
Sempre que possível, dar o contraste para o paciente para 
conseguir ver oclusões e órgãos que não estão sendo 
visualizados, mostrando que o acesso vascular desses 
órgãos está bem comprometido. 
• Extravasamento de sangue abaixo da Gerota, fora da 
Gerota, retroperitoneal, se há extravasamento de urina 
quando há traumas de bexiga e pelve. 
 
• Oclusão renal e infarto renal (após 6-8h) 
Na possibilidade de haver um trauma renal ou se houver 
uma suspeita de infarto renal por baixa vascularização. 
• TC- cistograma (lesão vesical / angio TC (embolização). 
Muitas vezes é a salvação do paciente que tem um 
trauma de uretra. 
O diagnóstico de imagem também é importante 
visualizando a oclusão do rim, ou então oclusão parcial do 
rim por conta de um defeito de vascularização. 
Então a gente espera que essa TC de abdômen caso haja 
sugestiva lesão de pelve você tem que fazer um 
enchimento da bexiga para avaliar extravasamento de 
contraste para a cavidade ou para a pelve. 
Sempre mediante a uma suspeita uma TC-cistograma, 
sempre tentando passar a sonda no paciente, mas se não 
for possível, faz uma cistotomia e através da sonda você 
aplica o contraste diretamente na bexiga e será mostrado 
na imagem se há alguma lesão de bexiga ou não. 
• Avaliar status de órgãos adjacentes 
 
• Controle (48h em estabilidade) 
Sempre que você tem estabilidade do paciente após 48hs, 
está preconizado, caso mantenha a estabilidade, a 
repetição da TC para reavaliar o quadro. 
 
 
Trauma urogenital 
 
13 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
Trauma renal 
Traumas que envolvam lesão de 
genitália, contusão, lesão de pelve... 50% 
desses TGU podem gerar um trauma 
renal direto, indireto ou dilaceração. 
No trauma abdominal até 10% pode 
ocorrer TGU, e desse, 80% quando 
acontecem no trauma abdominal é um 
trauma renal. 
Se fossemos avaliar os traumas geniturinário, 50% deles 
teriam associação com o trauma renal, e o restante 
dividido pelos demais órgãos geniturinários. 
 28% das lesões de rim esquerdo associadas a lesão 
esplênica por compressão. 
 70% rim direito – lesão hepática. 
Se na avaliação do paciente for detectado um trauma 
renal, se for do lado esquerdo é importante analisar se o 
baço do paciente não tem algum tipo de 
comprometimento, e se for do lado direito é importante 
checar se as vias biliares e/ou o fígado tem algum tipo de 
comprometimento por conta disso. 
 Desaceleração: são os principais observados nos 
traumas renais 
 
 
Esse estudo foi realizado em 14 centros de trauma 
especializados nos US, onde foi analisado coortes e 
juntaram esse dados no banco de dados americano, 
chegando a conclusão que a nefrectomia corresponde ao 
maior preditor de mortalidade do paciente com lesão 
renal. Depois desses estudo, hoje em dia se faz todo o 
possível para não realizar a nefrectomia no paciente com 
trauma renal. 
Não é simplesmente pelo fato de você ter abordado o 
paciente por um trauma renal de grau elevado, é porque 
esse paciente estando em um processo de trauma, se você 
tive que tirar o rim dele, a possibilidade de 
recuperaçãodesse trauma é menor comparada aquele 
paciente que você conseguiu salvar o rim. 
Todos os aspectos de protocolos da Sociedade de Urologia 
estão direcionando no trauma renal a máxima conduta 
conservadora por conta disso. Os resultados dos estudos 
mostraram que a mortalidade do pacientes eleva em 
comparação aqueles pacientes que não tiveram o rim 
extraído e foi-se conseguindo salvar o rim do paciente. 
Classificação do trauma renal 
GRAU 1 
➢ Hematoma subcappsular ou contusão sem laceração 
 
A imagem mostra o rim contuso com presença de líquido, 
mostrando que é um hematoma, provavelmente 
subcapsular. Percebe-se ainda que o parênquima renal se 
encontra íntegro e ainda não se tem lesão de sistema 
coletor. 
GRAU 2 
➢ Laceração superficial do parênquima <=1cm de 
profundidade sem envolvimento do sistema coletor 
(ausência de extravasamento de urina) e/ou 
➢ Hematoma perineal confinado à fascia perineal. 
 
Imagem mostra uma laceração do rim esquerdo com um 
hematoma tomando a lateral toda do rim até a sua porção 
medial, circundando ele por completo. 
GRAU 3 
➢ Laceração >1cm sem envolvimento do sistema coletor 
(ausência de extravasamento da urina). 
➢ Lesão vascular ou sangramento ativo confinado à 
fáscia perineal. 
 
 
14 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
Até o grau 3 a gente tá falando somente de hematoma. 
No grau 3 ainda não tem envolvimento do coletor, apenas 
trauma vascular (precede o coletor). O hematoma 
encontrado é o subcapsular (abaixo da capsula de 
Gerota) e com lesão vascular ou sangramento ativo. 
Pode ser uma lasco estável, é quando é vascular e o 
hematoma conseguiu ocluir o extravasamento ou 
dinâmico/ativo, quando é um hematoma em crescimento. 
GRAU 4 
➢ Laceração envolvendo o sistema coletor com 
extravasamento de urina. 
➢ Laceração da pelve renal e/ou ruptura ureteropiélica 
(junção do ureter com a pelve renal) completa. 
➢ Lesão vascular segmentar de art ou veia renal. 
➢ Infarto segmentar sem sangramento ativo associado 
(por trombose) 
➢ Sangramento ativo estendendo além da fáscia perineal 
(para o peritônio ou no peritônio) 
 
No grau 4 não tem apenas envolvimento do sistema coletor 
mas também uma extensão do sangramento para além da 
cápsula de Gerota. 
GRAU 5 
➢ Rim despedaçado. 
➢ Avulsão do hilo renal ou laceração da art ou veia renal 
principal com devascularização renal. 
➢ Devascularização renal com sangramento ativo. 
 
Tem um trauma em toda a extensão renal do lado direito, 
pode-se perceber que o rim não é visualizado, é somente 
visto um emaranhado de coisas de difícil identificação 
renal, é visto somente uma parte pequena do parênquima. 
OBS: se o paciente tiver somente uma das características já 
classifica como o grau 5. 
EAU Guideline 2019 – imagem maior ao final do arquivo. 
 
https://uroweb.org/guideline/urological-trauma/#4 
Se há uma suspeita de trauma renal, primeiramente deve-
se determinar a estabilidade hemodinâmica do paciente 
após o atendimento primário. Depois de comprovado a 
estabilidade dele vai identificar se o paciente tem 
hematúria visível. Após a passagem da sonda, terá que 
drenar ele de alguma maneira, seja através de cistotomia, 
urina expontânea ou passagem de sonda no paciente. Se 
comprovada a hematúria, o paciente pode entrar em 
observação. 
Por outro lado, se ele tiver lesões maiores associadas ou 
lesões de desaceleração rápida você encaminha ele para 
a TC multifásica, com imagens retardadas para você ver a 
circulação venosa. Mas se o paciente já apresentar 
hematúria visível entra direto com a TC multifásica. 
A partir da TC que vem a observação dos graus de Lesão 
Renal. Se você tem na TC um sangramento ativo e for 
possível realizar uma embolização da região sangrante 
entrega ele para a hemodinâmica. Caso isso não seja 
possível ou você não tenha conseguido para o 
sangramento através da embolização endovascular esse 
paciente vai entrar na exploração renal com laparotomia 
no intuito de reconstruir o que foi lesado, tomando o lugar 
da nefrotomia. 
OBS: Sempre tentar salvar o rim! 
No entanto, se você conseguir ver na TC um sangramento 
ativo, pode-se classificar esse paciente entre grau 1 e 3. 
Lembrar que até grau 3 não tem acometimento de sistema 
coletor, não tem urina e todo o sangramento está abaixo 
da cápsula de Gerota. Nesses casos, o paciente deve ser 
observado com seriamento de exames laboratoriais, 
repouso absoluto e exame de TC sequencial a cada 48hs 
se for necessário. 
Se ele estiver entre grau 4 e 5 é um paciente que teve 
hematuria visível e que a TC não mostrou sangramento 
ativo,e devido o exame de imagem foi caracterizado 
como grau 4 ou 5. Deve observar o paciente repetindo TC 
e observando se há ou não persistência de extravasamento 
de urina. Caso haja essa persistência, é colocado um Duplo 
Jota ou drenagem ruinosa? do paciente. 
 
15 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
OBS: o Duplo Jota não deixado mais do que 3 meses no 
paciente, pois, pode calcificar. 
Então, a partir do momento que é identificado o grau da 
lesão, entende-se exatamente como será a conduta. 
IMPORTANTE: No trauma Renal, sempre que tiver urina 
presente na cavidade (grau 4 ou 5) precisa entrar com ATB. 
Enquanto tem sangue não tem problema, pois, é sistema 
fechado. 
Se for um trauma entérico com exclusão(?) o ATB indicado 
é o tratamento para ITU (Cefalosporina 3 geração, 
Levofloxacino, Ciprofloxacino, ampicilina com sulbactam). 
Basicamente isso é para evitar uma ITU em abcesso no 
retroperitôneo. 
Mensagem final 
• Abordagem cirúrgica imediata com tentativa de 
reconstrução vascular se o paciente apresentar 
sangramento com risco de vida. 
• Utilize parâmetros de controle protocolados no serviço 
e redefina conduta se necessário. 
• Use Duplo Jota para ruinosa dinâmico ou sintomático 
• Use embolização para sangramento estável 
• Avalie lesões de órgão adjacente 
• Pense em drenagem percutânea para persistentes e 
estáveis. 
Se voce pegou o paciente, tratou, estabilizou, mas ele 
continua com urinoma grande, drena, por favor! Porque a 
chance disso virar um abcesso é muito grande. 
Trauma ureteral 
• 1-4% dos TGU 
• 80% LAF (Lesão de arma de 
fogo) 
• Lesão do ureter distal – Fratura 
do anel pélvico 
Do lado esquerdo, é possível ver a 
região da pelve, junção 
ureteropiélica com 
extravasamento em toda essa 
região, evidenciando uma 
lesão de ureter... se fosse um 
trauma de parênquima o rim 
teria descido (?). 
Complicações 
• Urinoma – por isso que a fase tardia da tomografia com 
contraste é importante. 
• Fístulas – tem paciente que o professor atendeu, que 
tinha mais de 10L de urina dentro do abdômen, porque 
não se preocuparam em checar o ureter do paciente. 
• Estenose / necrose. 
• Hidronefrose – às vezes tem uma avulsão do ureter e 
como a musculatura dele acaba retraindo, fecha, um 
hematoma comprime e a urina não consegue descer, 
fazendo um quadro de hidronefrose. 
• Abscesso retroperitoneal - por conta da urina 
infectada. 
• Insuficiência renal – vê muito isso nas cirurgias 
ginecológicas, onde o ureter, na hora da 
histerectomia, é ligado, e depois de 7-10 dias a 
paciente chega com dor no flanco, e quando vai ver, 
tem uma hidronefrose, por conta da ligadura do ureter. 
 
Abordagem 
• Reconstrução (considerar interposição) 
• Nefrostomia 
• Duplo Jota (com ou sem ureterorrafia) 
• Uretero cutaneostomia/anastomose U-U 
• Reimplante ureteral 
Se você ver um ureter lesado na cavidade retroperitoneal, 
se for ureter distal, vai estar na pelve. Sempre que ver isso 
tem que abordar, seja como for. A forma mais simples de 
fazer essa abordagem é fazer uma nefrostomia, drena a 
urina para fora. Só que o processo de reconstrução não é 
fácil devido ao processo inflamatório que está na região e 
corre o risco do paciente perder o ureter. Quando há lesão 
de ureter parcial, existe uma tendência de tentar rafiar – 
costurar- o ureter, só que para fazer isso, é preciso colocar 
o duplo J no paciente, para desviar o fluxo da urina e evitar 
a pressão na sutura e evita extravasamento e abcesso. 
O objetivo principal é sempre reconstruir o ureter. Se você 
conseguir fazer uma anastomose primária, resseque as 
bordas do ureter que foram lesionadas e reanastomose nas 
duas bocas do ureter. Às vezes, no entanto, devido a 
grande perda de ureter, não é possível fazer. Ai, nesse caso, 
é preciso derivar para o ureter contralateral – uretero 
anastomose -, ou não consegue chegar até o outro lado e 
é necessário abocar diretamente o ureter na pele – uretero 
cutaneostomia – ou então pensa em fazer interposição de 
intestino delgado. Resseca o ureter todo até a pelve renal, 
aboca um pedaço do intestino delgado lá em cima, desce 
ele todo retroperitoneal, aboca na bexiga, e faz o neoureter 
com seguimento de delgado. Coisa rara, nem todo mundo 
sabe... esse procedimento é sempre a última escolha. 
Trauma de bexiga 
• 5-10% de fratura de pelve 
• Ausência de drenagem pós cateterismo – você faz um 
cateterismo no paciente e a urina não volta, isso 
porque ou a sonda foi passada errada ou essa urina 
deve estar vazando para o abdômen ou pelve. 
Não se esqueçam que a cúpula, as paredes laterais 
anteriores da bexiga são todas extraperitoneais e a parede 
posterior da bexiga, se aberta, vai para dentro da 
cavidade. 
 Se lesar cúpula anterior ou paredes laterais anteriores 
→ a urina extravasa para a pelve. 
 Se lesar parede posterior da bexiga → o 
extravasamento é para dentro da cavidade peritoneal. 
Por isso tem que sempre classificar qual o tipo de lesão na 
bexiga. 
 
16 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
Tipos: 
• Extraperitoneal 
• Intraperitoneal 
 
• Considerar TC cistograma → quando você aborda o 
paciente na sondagem, urina espontânea ou 
cistostomia, sempre considerar a possibilidade de usar 
contraste dentro da bexiga para ver se existe alguma 
lesão renal ou ureteral. 
• Considerar lesão retal associada. Sempre!!! 
• 11-44% mortalidade por conta dos abscessos que são 
formados, devido ao extravasamento de urina. 
 
Abordagem 
• Bexiga extraperitoneal – 
sondagem vesical (>18fr) 
- cúpula anterior, parede 
lateral, e se você 
observou a drenagem 
para a pelve, 
extraperitoneal, pode 
passar uma sonda que normalmente a bexiga fecha. 
• Bexiga intraperitoneal – cistorrafia ou sondagem 
(complicações) – existem alguns centros que 
preconizam também a sondagem, principalmente se o 
paciente chegar instável hemodinamicamente, não 
tem condições de fazer laparatomia, aí você sonda o 
paciente, sabendo que pode ser que não feche a 
bexiga e que pode gerar complicações no paciente. 
Mas o correto é, teve lesão intra peritoneal? Abre, e 
costura a bexiga, de preferência em dois planos. 
• Avaliar lesão de alça intestinal 
• Antibioticoterapia – sempre que tiver urina, não tenha 
dúvida que o atb é preconizado, porque devido a 
lesão, vai ter urina no abdômen. 
 
Trauma da uretra – sinais 
 
• Hematoma perineal – importantíssimo 
• Uretrorragia – não tente a sondagem, se houver 
uretrorragia. Vá para a cistostomia e derive a urina!! 
• Globo vesical – sem uretrorragia, tem que derivar de 
qualquer maneira porque existe um processo 
obstrutivo... alguns centros, preconizam, na presença 
de globo vesical, não mexer na uretra porque a 
chance de piorar a lesão de uretra é maior que 
conseguir derivar a urina. Se possível, faça também a 
cistostomia!!!!! 
• Edema genital – logo em seguida do trauma, pode ser 
urina, extravasamento de urina para a região genital e 
se tentar sondar pode piorar a situação do paciente. 
• Tentativa frustrada de micção – sempre que possível, 
ainda mais se houver estabilidade hemodinâmica do 
paciente. Se você tiver a suspeita e for fazer uma TC 
para avaliar, injete CONSTRASTE!! 
• Avaliar TC de pelve com contraste uretral 
 
Essa imagem é um raio X, tem a uretra, 
com contraste injetado, e quando 
chega bem antes da pelve, já é possível 
ver uma bola com extravasamento de 
urina importante. (circulado) 
 
 
Quando faz o toque retal e constatar que a próstata não 
está logo em cima, houve uma avulsão entre a uretra e a 
próstata. Eles se dissociaram por conta da guilhotina do 
osso do púbis. É quando o osso do púbis quebra, ele desce 
em direção a uretra, e secciona. Reparem na imagem, que 
há uma fratura no osso púbis (circulado). 
RESUMO - CISTOSTOMIA!!!!!!! 
• Alinhamento primário = estabilidadedo paciente ou 
laparotomia. 
• Cistoscopia só na intenção de realinhamento 
(Estabilidade) – para garantir uma uretra pérvia no 
futuro, e só deve ser feito na estabilidade 
hemodinâmica do paciente. 
• Abordagem combinada no realinhamento – tanto por 
baixo pela uretra, tanto por cima pela bexiga, se for 
necessário abrir a bexiga para isso. 
• Uretra peniana – abordagem primária (até 1,5cm) – por 
PAF ou lesão de arma branca e se tiver uma distância 
(gap) de até 1,5cm aborde o paciente no trauma e 
reconstrua ele. Não espere porque essa lesão tende a 
aumentar. 
• Impotência, incontinência, estenose, abscesso e fístula 
• Realinhamento 5-7 dias pós trauma 
• Uretroplastia 6-12 semanas pós trauma – reconstrução 
• Retirar sonda após 4-6 semanas e cistostomia 1 semana 
depois - depois que reabordar o paciente, que houve 
a reconstrução, ou também depois que você 
conseguir realinhar primariamente o paciente, a sonda 
deve permanecer em torno de 4 a 6 semanas para 
cicatrização completa. Depois disso tira a sonda e 
deixa a cistostomia para que ele urine e seja possível 
ver que tem a uretra pérvia. E depois de 1 semana que 
retirou a sonda e se ele estiver urinando bem, pode tirar 
a cistostomia dele e ela fecha sozinha. 
Se o paciente teve uretrorragia, não tente sondar o 
paciente, faça cistostomia! Teve globo vesical, não tente 
sondar, faça cistostomia. Fez o toque retal e viu que há 
uma dissociação da próstata, como se ela estivesse solta 
na pelve, não tente sondar, faça cistostomia!!! 
 
17 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
Independente de onde você estiver trabalhando, se 
chegar um trauma, a coisa mais prudente de se fazer, é 
fazer a cistostomia no paciente. 
Confirmada a lesão de uretra, existe uma discussão eterna 
de fazer a abordagem primária com realinhamento da 
uretra ou abordagem tardia de reconstrução. A tendência 
hoje é essa que o prof colocou no slide. Ou seja, se você 
tiver um paciente estável e principalmente, se ele vai ser 
submetido a uma laparotomia, alinhe primariamente a 
uretra. Como faz isso? Tenta passar a sonda, por dentro do 
abdômen, vê se consegue puxar a sonda e colocar dentro 
da bexiga e faz a reanastomose. Se não conseguir passar 
a sonda, entra com um cistoscópio pela uretra até o ponto 
de oclusão, olha dentro da barriga, pode abrir a bexiga 
para ver onde está o colo da bexiga e realinha, fazendo a 
anastomose primária. 
Chegou o paciente com trauma, qual a primeira coisa que 
tem que fazer? Cistostomia! 
¨Ah, mas irei abrir o abdômen do paciente e tenho como 
tentar realinhar a uretra¨. Pode fazer, tente mesmo!!! Mas 
se o paciente estiver instável hemodinamicamente, não 
tem com fazer. Tem até 7 dias para fazer abordagem no 
paciente. Depois disso não pode mais fazer devido ao 
processo de cicatrização. 
Trauma de genitália 
 
• Se houve Amputação = reimplante primário ou 
microcirurgia. Tenta reconstruir. A vascularização da 
glande não tem nada a ver com a vascularização do 
corpo cavernoso. As artérias cavernosas ficam no 
corpo cavernoso. O plexo dorsal do pênis é que é 
responsável pela glande. 
• Se Fratura = rafia primária 
• Se Perda de substância = rafia ou retalho 
SEMPRE derive a urina, não deixe nunca a urina ficar em 
contato com a superfície do trauma. Do lado direito da 
imagem tem uma fratura típica peniana. Do lado esquerdo 
é uma amputação peniana. 
Pênis 
Meta análise (2000 – 2014): O trauma de pênis está 
relacionado a: 
• Coito 46% 
• Flexão forçada (taqaandan) 21% 
• Masturbação 18% 
• Rolamento 8,2% 
Mecanismo mais comum – trauma contra sínfise e períneo. 
Fratura peniana – parceira por cima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
 
Litíase urinária é a formação dos cálculos urinários. A urina 
é um importante meio de excreção de sais que o nosso 
organismo tem, então, quando a urina fica muito 
concentrada, esses sais podem começar a se depositar em 
alguma área de estase ou numa área de obstrução ou nas 
partes mais baixas de alguma parte do aparelho urinário e 
começar a cristalizar. 
O diagnóstico de litíase vesical ou litíase urinária é muito 
antigo. O ser humano que se tem notícia que formou o 
cálculo urinário mais antigo foi uma múmia egípcia de 
4.800 a.c, identificado através de tomografia 
computadorizada. 
Epidemiologia 
 Entre 1-15% das pessoas no mundo terão cálculo. 
 2015 – 22 milhões de casos e 16.000 óbitos. 
 A sazonalidade é responsável por grande variação de 
incidência (20%). 
 Relação H/M 1:3. (mais frequente em mulheres) 
 Maior incidência 30-50 anos. 
É uma importante causa de morbidade, podendo causar 
cólicas renais e infecções urinárias de repetição. 
Classificação quanto a localização 
 
Não está por ordem de incidência! 
▪ Caliciais/calicinais (cálices renais). 
▪ Piélicos (pelve renal). 
▪ Coraliforme (Cálculos complexos que se assemelham 
grosseiramente a de um coral – árvore sem folha, com 
várias ramificações. A área mais espessa corresponde 
a pelve renal e se estende em direção aos cálices 
renais). 
▪ Ureteral (Proximais – mais próximos do rim; médio; 
distal). A forma de tratamento pode mudar um pouco 
em relação à altura que esse cálculo se instalou no 
ureter. 
▪ Vesical (bexiga). 
▪ Uretral (uretra). 
Cada localização requer um tipo de tratamento específico 
e pode ter uma origem específica. Nem todos os cálculos 
se formam no rim, alguns se formam dentro da bexiga. 
Muito raramente eles se formam em ureter, e quando 
ocorre, está relacionado a algum defeito anatômico ou 
alguma estenose que não permite a passagem adequada 
da urina. 
Ordem decrescente de frequência. 
1. Oxalato de cálcio puro – mais frequente. 
2. Oxalato de cálcio e fosfato. 
3. Fosfato de cálcio puro. 
4. Estruvita – Cálculos de infecção (formado de fosfato 
amoníaco magnesiano). 
5. Ácido úrico. 
6. Cistina. 
Composição, frequência, 
radiotransparência e PH 
 
É importante por conta da facilidade diagnóstica. 
▪ Cálculos de oxalato puro → 33%. Geralmente são 
radiopacos. 
▪ Oxalato com fosfato → Geralmente são radiopacos. 
▪ Fosfato puro → Radiopacos. 
▪ Estruvita → Moderada radiopacidade. Já não são tão 
densos. Às vezes não são tão fáceis de serem 
visualizados no raio X. 
▪ Ácido úrico → Radiotransparente (não aparecem na 
radiografia simples. Muitas vezes só podem ser vistos na 
tomografia). 
▪ Cistina → Leve radiopacidade. 
 
 
Litíase urinária 
 
19 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
Fatores de risco 
 Clima → Pessoas que moram em lugares de clima mais 
quente. Locais de clima frio a incidência não é tão 
grande. 
 Dieta → rica em sal de proteína. 
 Ocupação → Trabalhadores de locais muito quentes 
(Ex.padarias, siderúrgicas, fornos industriais). Suor em 
demasia e menor hidratação. 
 Obesidade → fator de risco e fator complicador. O 
tratamento cirúrgico dos cálculos é mais complexo. 
 Gota → Hiperuricemia (ácido úrico elevado). Fator de 
risco para formação de cálculos de ácido úrico. 
 Hereditariedade → histórico familiar. Ter o cuidado de 
aumentar a ingesta hídrica, diminuir a ingesta de sal, 
migrar a ingesta de proteína de carne vermelha para 
proteína de carne branca ou proteína de soja. 
 
 Medicamentos: 
➢ Medicações que podem se cristalizar na urina → 
Alopurinol, amoxicilina, ceftriaxone, quinolonas de 
modo geral, efedrina, indinavir, sulfonamidas) → 
➢ Medicações que fazem modificações na composição 
da urina → Acetazolamida (diurético), alopurinol 
(tratamento de gota), Hidróxido de alumínio 
(tratamento de azia, dores gástricas causadas por 
úlcera pépticas, hiperacidez), ácido ascórbido, 
laxativos, furosemida. 
Informações dadas sobre o Indinavir → antiretroviral 
utilizado no tratamento do HIV. É excretadona via urinária 
e provoca formação de cálculos que não são vistos nem a 
tomografia, sendo necessário um exame contrastado para 
mostrar falha de enchimento na parede urinária, com área 
de dilatação sugestiva de cálculo impactado. Pela 
radiotransparência pode vir a formar um cálculo que não é 
visto nem mesmo na tomografia computadorizada. 
 
 
O risco conferido a tais medicações contraindica o seu uso 
para quem tem histórico de litíase? Não necessariamente 
contraindica, mas você vai pedir que o paciente tente 
ingerir mais líquido e faça exames de controle com mais 
frequência, tendo maior cuidado. 
Fisiopatologia 
A urina é um meio de excreção de sais, então, quando 
existe uma concentração excessiva de sais, esses sais 
podem tender a se precipitar e a se cristalizar. 
Analogia → Imagine um copo com água com uma colher 
de sal. Ao mexer a solução, provavelmente eu vou 
conseguir dissolver todo aquele sal no copo com água. Se 
eu for aumentando progressivamente aquela quantidade 
de soluto e não aumentar a quantidade de água, vai 
começar a ter precipitação do sal no fundo do copo. Da 
mesma forma, acontece com o nosso sistema urinário. 
A urina, pela temperatura e composição, tem 
características que facilitam que ela consiga excretar uma 
grande quantidade de sal sem que tenha precipitação. 
Essa capacidade não é infinita e existem pessoas 
(formadores de cálculo) que tem história familiar de 
cálculo ou que tem uma formação clínica que aumenta a 
formação de cálculos na urina. 
Como não é possível mudar a forma como esse organismo 
se comporta, é preciso orientar algumas mudanças nos 
hábitos de vida, como maior ingesta de água. 
A formação de cálculo renal é um processo complexo, 
dependente da interação de diversos fatores, incluindo: 
• Concentração urinária de íons formadores de cálculo 
→ Quanto maior a concentração urinária dos sais que 
formam cálculo, maior a incidência do cálculo. 
• PH urinário → pacientes que tem hiperuricemia tem a 
formação de cálculos de ácido úrico. Ao alcalinizar a 
urina, nós podemos fazer com que esse cálculo 
diminua até que desapareça. 
• Fluxo urinário → Mais água → Menor chance de 
precipitação dos sais. 
• Balanço entre fatores de promoção e inibição da 
cristalização → O aumento do solvente e mudança do 
PH pode favorecer a diminuição da formação de 
determinados tipos de cálculos renais. 
• Fatores anatômicos que promovem estase urinária → 
Ex: Estenose de JUP (junção ureteropélvica). A urina é 
produzida dentro do rim e drenada para pelve, mas há 
um problema de drenar para o ureter de maneira 
adequada, levando a um aumento de pressão dentro 
do cálice renal e estase de urina e sais, levando a uma 
maior incidência de precipitação dos sais renais nos 
cálices inferiores. 
Excesso de vitaminas D e C geram aumento de absorção 
de Ca intestinal e hiperoxaluria respectivamente. 
 
 
20 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
Local de formação 
 
Placas de Randall. 
 
 
Teoria: Estágios de formação → Dentro das papilas renais 
existem alterações lá dentro do túbulo (néfron) em que já 
começam haver alterações causadas por infecções 
bacterianas e aumento do risco de formação e 
precipitação de sais, com formação de cálculos renais. 
 
Distúrbios metabólicos associados 
 
Condições que aumentam o risco da formação de cálculos 
 Oxalato de cálcio → Hipercalciúria, hiperoxalúria, 
hipernatriúria, hiperuricosúria e hipocitratúria. 
 Ácido úrico → Metabolismo de purinas, desidratação, 
baixo pH (<5,5), acidez tubular, gota (20%), QTX 
(linfoma e leucemia). 
 Estruvita (Infecção) → Bactérias produtoras de uréase 
(*proteus, *klebsiella, morganella, pseudomonas, 
corinebacterium). Cálculos extremamente colonizados 
por bactérias, em que o tratamento às vezes requer a 
esterilização da urina e uso de antibiótico. 
* Principais. 
 Cistina → Cistinúria (gene recessivo – SLC3A1 e 
SLC7A9), aconselhamento genético. 
 
Quadro clínico 
 
O paciente que tem cálculo na parte mais alta (pelve 
renal, cálice renal), de modo geral, tem uma dor alta, 
lombalgia que geralmente piora quando há ingestão de 
líquido e geralmente á causada por cálculos de maior 
volume. 
O paciente que tem um cálculo de 3-5 mm, dificilmente 
tem cólica renal. A cólica renal é causada pela obstrução 
da via urinária, sendo que a simples presença de um 
cálculo do rim não é suficiente para causar dor (não é 
como uma pedra dentro do sapato). Se o cálculo renal não 
for obstrutivo (ex. fundo do cálice), não obstruir aquela área 
afunilada onde ele desemboca na pelve ou se não tiver 
obstruindo a pelve renal não haverá dor. Os cálculos só 
causam dor quando tem volume maior do que 1cm, 
causando dor lombar, dor na região subcostal posterior. 
Pode haver hematúria e quadro de infecção urinária. 
Os cálculos podem ser colonizados por bactérias que 
podem ser de difícil tratamento, porque a infecção urinária 
pode ser tratada, a urina esterilizada (urocultura de controle 
negativa), e quando é cessada a administração de 
antibiótico ao paciente ... aquelas bactérias que estão 
dentro do cálculo voltam a se manifestar e o paciente volta 
a ter infecção urinária. Às vezes, o paciente só vai ficar livre 
da infecção quando for possível a remoção dos cálculos 
urinários. 
Ex: Estudo científico → Cálculo coraliforme (grande 
volume), retirado através de cirurgia aberta do rim de um 
paciente. O cálculo foi quebrado e verificou-se que dentro 
dele havia bactérias que estavam relacionadas com a 
infecção urinária que o paciente tinha. O cálculo foi 
colocado dentro de uma solução de gluteraldeído 
(solução de esterilização) por 24 horas e depois foi retirado 
e quebrado. Dentro do cálculo, ainda haviam bactérias 
que estavam presentes antes da sua inserção na solução, 
ou seja, se nem a solução de esterilização de material 
cirúrgico conseguiu exterminar as bactérias presentes no 
cálculo coraliforme, o antibiótico também não consegue 
fazer isso. Muitas vezes, o tratamento da infecção urinária 
só é possível depois do tratamento dos cálculos. 
 Rim: Cólica renal em cálculos >1cm; hematúria; ITU 
refratária. 
 Ureter: O cálculo ureteral é o responsável pelas 
famosas cólicas renais, dor lombar de grande 
intensidade, geralmente relacionadas a distensão 
abdominal, náuseas, vômitos (pelo reflexo vaso-vagal), 
hiperflatulência. A dor geralmente tem origem na 
região lombar e pode ter uma irradiação para os 
testículos (testalgia – dor testicular), lábios da vagina 
(paciente do sexo feminino) ou fossa ilíaca do mesmo 
lado em que o cálculo está presente. O quadro clínico 
é uma dor de difícil tratamento, forte intensidade, que 
pode ter relação com hematúria. À medida que o 
cálculo vai se deslocando para as partes mais baixas 
(distais), chegando perto da JUV (junção 
ureterovesical), de modo geral, o paciente começa a 
ter queixas urinárias irritativas (quadro semelhante e 
 
21 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
cistite: polaciúria, disúria, ardência, urgência 
miccional). 
 Bexiga: De modo geral, estão relacionados com 
sintomas irritativos também (Disúria, ardência, 
polaciúria). Os cálculos volumosos que conseguem 
obstruir o colo vesical, o paciente sente a sensação de 
uma rolha obstruindo, onde o paciente começa a urina 
com um bom fluxo/jato e depois tem uma abrupta 
parada da urina, porque o cálculo impacta e fica preso 
no colo vesical, impedindo o esvaziamento da urina. 
Pode haver sangramento urinário (hematúria) em um 
sumário de urina, ITU repetitivas (colonização por 
bactérias), sintomas de HPB (comum. Sintomas 
obstrutivos inferiores). 
Diagnósticos diferenciais 
Fatores obstrutivos. Estenose de JUP. 
Megaureter. Apendicite. 
Aneurisma. Pancreatite.Hérnia discal. Hérnia lombar. 
Gestação ectópica. Torção de cisto de ovário. 
 
- Pacientes com náusea e vômito podem ter pancreatite. 
- Paciente com dor em fossa ilíaca pode estar com 
gestação ectópica, torção de cisto de ovário, DIP. 
- O paciente com megaureter não vai apresentar 
exatamente os mesmos sintomas de uma pessoa com 
cálculo. 
Exames de imagem 
TC das vias urinárias 
▪ Padrão-ouro. 
▪ É o exame que tem maior 
valor/acurácia/especificidade/sensibilidade para 
avaliação de diagnóstico de cálculos por exames de 
imagem. 
▪ Sensibilidade de 95% e especificidade de 100%. 
▪ Protocolo de baixa dose. Alguns pacientes são 
operados múltiplas vezes pela recorrência de cálculos 
renais. Sobretudo nessas situações, é importante 
lembrar de pedir ao paciente que faça uma 
tomografia (obs: protocolo de tomografia de baixa 
dose), para diminuir a exposição à radiação do 
paciente ao longo da vida. 
A tomografia é parecida com a que é feita normalmente, 
com qualidade de imagem muito semelhante. Tem dose 
baixa de radiação, fazendo com que seja possível uma boa 
avaliação dos cálculos com uma menor exposição do 
paciente à radiação. 
▪ Permite calcular a densidade dos cálculos. Dá pra 
prever mais ou menos a composição. O cálculo duro 
tem menor chance de se conseguir tratar com litotrípsia 
extracorpórea. 
▪ Permite a visualização da posição, tamanho, formato, 
localização do cálculo. 
Obstrução com dilatação da pelve e dos cálices renais do 
rim esquerdo. Sistema coletor, ureter proximal dilatado. O 
ureter chega a fazer uma dobra. 
Imagem a seguir: dilatação do ureter de 2cm. Obstrução 
com dilatação da pelve e dos cálices renais do rim 
esquerdo. Dilatação de todo o sistema coletor. O ureter 
chega a fazer uma dobra por conta do peso ocasionado 
pela estase da urina provocado por um grande cálculo 
ureteral. Ajuda o cirurgião a decidir o tipo de tratamento. 
Neste caso, é necessária uma ureterocistografia com 
ureteroscópio semirrígido. 
A falha de enchimento vista no ureter do rim direito 
representa a peristalse normal do ureter. Nunca espere ver 
o ureter todo corado como está do lado esquerdo, pois ele 
tem uma grande peristalse. 
Hidronefrose a esquerda por conta do cálculo impactado 
em terço superior de ureter esquerdo. 
 
A ultrassom não é tão sensível. A ressonância magnética 
não tem tanto valor. Em casos de emergência, a radiografia 
simples é viável, porém não mostra as alterações. 
Às vezes o cálculo não é visível no raio X. A distensão 
abdominal empobrece o raio X simples e a ultrassom. A 
urografia excretora era muito utilizada antigamente, sendo 
um exame muito mais demorado e não utilizado na 
emergência. 
Ultrassonografia 
Barato, prático, rápido, altamente acessível, o paciente 
consegue ter acesso de maneira muito intensa, não tem 
radiação (pode usar em paciente gestante). 
▪ Técnico dependente. 
▪ Sensibilidade 95% para cálculos renais e 70% para 
cálculos ureterais. 
▪ Exame de controle: Principalmente quando acabou de 
fazer uma litotripsia extracorpórea. 
▪ Obsoleto: Completamente substituído pela tomografia 
computadorizada. 
▪ Consegue ver hidronefrose, aumento de volume, 
dilatação. Consegue comparar o calibre do ureter 
proximal com o calibre do ureter distal. 
 
22 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo da prova 
É muito melhor para avaliação dos cálculos proximais: 
terço superior de ureter, rins, terço inferior do ureter e 
bexiga. Não é bom para avaliação de cálculos no terço 
médio. 
O terço médio do ureter está atrás das alças intestinais, que 
geralmente estão bem dilatadas (distensão por gases) no 
paciente com cólica renal. Essa parte a ultrassonografia 
não enxerga bem. 
Na parte mais baixa (bexiga e terço inferior do ureter), um 
bom radiologista/ultrassonografista consegue detectar 
cálculos milimétricos se aproximando da JUV (junção 
ureterovesical). 
Imagens a seguir: 
A → Hiperecogênica. Sombras posteriores caracterizando 
os cálculos. Sem dilatação importante. 
B → Hiperecogênica com um pouco de sombra posterior. 
C → Hidronefrose de um cálice causada por um cálculo de 
mais ou menos 1 cm obstruindo e dilatando apenas um 
cálice do rim. 
D → Pelve renal dilatada e cálices renais bem grandes e 
visíveis. Ureterohidronefrose. 
 
Exames laboratoriais 
 Hemograma: avaliação do paciente com dor 
abdominal aguda. 
 Sumário de urina (hematúria, cristais) com urocultura e 
antibiograma. Quando o paciente chega com litíase 
renal, a gente solicita a urocultura com antibiograma 
logo no início, mas não se espera o resultado (3-5 dias), 
necessitando de tratamento da infecção (caso exista). 
Obstrução + infecção urinária → emergência!!! O 
paciente precisa ser desobstruído. 
 Função renal → Ureia e creatinina. 
Um paciente com cólica renal pode ter piúria estéril 
(aumento da contagem de piócitos sem infecção urinária). 
Pode acontecer na tuberculose urinária e a na litíase 
urinária. 
Mesmo no sumário de urina de uma pessoa sem cálculos 
renais pode haver cristais. Acontece muito frequente nos 
volumosos cálculos de bexiga e na hiperplasia prostática 
benigna. 
Pode haver hematúria microscópica na litíase. 
A conduta inicial é hidratação leve, analgesia (dipirona), 
antitérmico (se não for alérgico), anti-inflamatório), anti-
eméticos. Pede os exames de laboratório, mesmo que não 
tenha certeza se é uma coisa ou outra, mesmo com uma 
suspeita de que é cólica ou pielonefrite, e já vai tratando o 
paciente. 
• Analgesia imediata! Avaliar alergia e restrições. 
• Opioides: melhora a dor. 
• Anti-inflamatórios não esteróides: não usar em 
paciente com obstrução bilateral (ex. cálculo nos 2 
ureteres) para não piorar a função renal do paciente. 
Foi o que eu entendi o professor explicar, porém não sei 
se foi bem isso! 
• Anti-eméticos: para paciente que tem náusea. 
• Avaliar antibiótico 
• Alfa-bloqueadores! Efeito em melhorar o 
peristaltimo/relaxamento do ureter. 
• Evitar hiperidratação: É talvez a coisa mais importante 
da aula. Hidratar é depois que já passou a crise. No 
momento da emergência, na cólica renal, não se deve 
fazer hiper-hidratação. 
Tanto a cólica renal quanto a pielonefrite aguda podem 
causar dor lombar bastante intensa. A cólica renal, de 
forma geral, causa uma dor lombar bem mais intensa e 
mais violenta, podendo chegar numa escala de dor de 
grau 8-9 (paciente pode se contorcer, rolar na maca). A 
pielonefrite aguda causa uma dor menos intensa, menos 
aguda, bastante incômoda, relacionada a quadro 
infeccioso (febre, queda do estado geral, dor muscular 
generalizada, sintomas urinários prévios). Em algumas 
situações, a pielonefrite aguda pode abrir o quadro já com 
dor lombar e febre. Uma forma de diferenciar, é que o 
paciente com pielonefrite tem um quadro clínico mais 
infeccioso, enquanto que o quadro da cólica renal é uma 
dor abdominal mais aguda, que surge de uma hora pra 
outra, sem nenhum comemorativo prévio. 
No paciente com pielonefrite, cursando com dor e febre, a 
gente pode oferecer analgésico e antitérmico. 
A pielonefrite é um diagnóstico diferencial que você tem 
que ter sempre em mente quando está diante de um 
paciente com dor lombar. 
De modo geral, na emergência, o plantonista tende a pedir 
uma tomografia computadorizada e a rotina laboratorial 
(hemograma - VHS, PCR; beta-HCG – mulher em idade 
reprodutível; função renal). 
Tratamento cirúrgico 
 Desobstrução o mais rápido possível se refratário ao 
tratamento medicamentoso. 
Todas às vezes que temos um paciente com cólica renal 
refratária ao tratamento analgésico que continua sentindo 
dor mesmo após intervenção medicamentosa, está 
indicado o tratamento cirúrgico. 
 Cálculo ureteral de até 8 mm (no caso, 7mm ou menos) 
→ Até 90% de chance de ser eliminado 
 
23 
Beatriz Machado de Almeida 
Urologia – Resumo

Continue navegando