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1 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova Tumores renais EPIDEMIOL OGIA 2-3% de todas as neoplasias: É uma neoplasia não tão frequente diante das outras patologias e, até mesmo, dentro da urologia. ♂/♀ : 1,5/1 Incidência: pico entre 60-70 anos. Raro antes dos 20 anos de idade 2018: 6270 novos casos no Brasil (INCA) ETIOLOG IA • Exposição a: Nitrosaminas, Cádmio, Chumbo e Bromato (gasolina e tabaco). O Câncer de rim pode ser uma consequência de onde você passou a sua vida trabalhando. • Hereditariedade (Doença de Von Hippel-Lindau). É um percentual pequeno, mas a chance de desenvolver o câncer de rim é elevada. • Obesidade (Relacionada a um processo inflamatório crônico, que pode levar a uma transformação em qualquer célula) • Desequilíbrio hormonal • Irradiação (Relevante não só no câncer de rim). O paciente tem que ser acompanhado por um período de 10 anos, sendo que até 20 anos tem influência. PATOL OGIA • Carcinoma de Células Claras – 70% ➢ 95% - Esporádico ➢ 5% - Hereditário (S. Von Hippel- Lindau, esclerose tuberosa) • Carcinoma papilífero – 10% • Carcinoma cromófobo – 5% • C. Cístico-sólido – 1 a 4% • C. de Ductos Coletores de Bellini – 1% • C. Medular – 1% A partir do papillífero, todos aqueles que não são de células claras tem um componente mais agressivo, exceto o cístico-sólido. QU ADRO CL ÍNICO Massa renal palpável* Dor Lombar* Hematúria macro ou microscópica (60% dos casos)* Causado pela invasão da pelve/ cálice renal. Manifestações paraneoplásicas(anemia, febre, HAS) – principalmente nos tipos mais incomuns de CA de rim. * Tríade clássica(10% dos casos) Antigamente, tinha-se a arteriografia, que dava uma imagem de subtração. Atualmente, é possível detectar imagens de câncer de rim antes que o quadro clínico aconteça, com a USG. DIAGNÓSTICO Pode ser observado a característica heterogeneidade das lesões, onde existem várias cores na mesma lesão. A parte mais escura pode ser representando uma necrose. O crescimento desordenado da massa tumoral é devido a angiogênese e invasão do sistema coletor. É o causador damicro ou macrohematúria. Com o passar do tempo, o diagnóstico foi se tornando cada vez mais surpreendente. Ex: Ultrassonografia de rim mostrando uma massa renal. LAB ORATÓRIO Hematúria(60%); anemia(30%) ULTRASSONOG RAFIA Ótima para o rastreamento. A partir do momento que você tem uma suspeita diagnóstica ou diagnóstico de tumor renal, pela USG, ela não é suficiente para determinar algumas coisas importantes no que diz respeito a programação cirurgia do paciente. Invasão da parte branca do rim, que corresponde a parte coletora. Característica heterogênea da lesão. Seta amarela → Rim direito. Imagem de diferentes tipos de consistência (imagem com partes escuras – parte central do tumor – pode corresponder a necrose, partes claras). Necrose é uma característica interessante, que é causada por vascularização insuficiente. Crescimento desordenado da massa tumoral. Limites irregulares. Índice de vascularização diferente. Invasão do sisstema coletor (uma das características que podem gerar uma micro ou marohematúria). Ultrassonografia para rastreamento é o melhor exame! Não é necessário nem RNM nem TC. Neoplasias urogenitais 2 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova TC É um exame que vai dar mais detalhes da lesão para a programação cirurgia. Você tem que ver se o tumor invade o cálice ou pelve renal, qual a localização dele, e talvez AVALIAR SE ELE TEM ALGUM COMPONENTE EXOFíTICO. A partir do momento que você tem uma suspeita diagnóstica de tumor pela ultrassonografia, ela não é capaz de nos mostrar o que fazer numa programação cirúrgica. A tomografia é feita para anlálise dos limites da lesão e programação terapêutica. Dá um diagnóstico mais preciso. Avaliar se o tumor é intraparenquimatoso (dentro do rim) ou exofítico (ultrapassa o limite ranal). Se for fazer uma cirurgia laparoscópica e ele não tiver nenhum componente exofítico, você não vai saber exatamente onde a massa vai estar, tendo de lançar mão de uma ultrassonografia intraoperatória. Imagem 1 - Setas vermelhas: Nódulo esbranquiçado. Provavelmente uma seção T2 de tomografia. Nodulação intra... Imagem 2 – Lesão intraparenquimatosa, sem expansão para fora. Numa cirurgia laparoscópica ou robótica, é difícil a identificação. Mostra o componente exofítico a esquerda do polo superior. RNM Então você tem às vezes, um trombo entrando a veia renal e ainda na veia cava. Geralmente os pacientes que são submetidos a uma cirurgia com um trombo desse tem uma morbidade de 50%. Avalia com muita precisão (às vezes até mais do que a TC) o envolvimento vascular do tumor renal. O tumor de células claras renal tem um tropismo muito grande pela veia renal. Imagem da esquerda: trombo entrando na veia renal e saindo da veia cava. O trombo geralmente vai para cima (e não para baixo). O trombo, por incrível que pareça, permanece bem coeso/fixo). É de fácil remoção! O câncer renal metastásico é considerado incurável. Se for de testículo ou intestino, pode haver cura. RESUMINDO: USG → Principal rastreamento. Tomografia → Diagnóstico principal da localização do tumor. RNM/angioressonância → Melhor programação cirúrgica. Bom para localização e vascularização do tumor. Tomografia ou Ressonância → Importância na programação cirúrgica. ESTADIAMENTO (TNM) TUMOR TX O tumor primário não pode ser avaliado T0 Não há evidência de tumor primário T1a Tumor menor 7 cm limitado ao rim T2 Tumor maior que 7 cm limitado ao rim T3 Tumor estende-se para os grandes vasos ou invade a supra-renal ou os tecidos perinefréticos, mas não além da Gerota. T3a Tumor invade a supra-renal ou os tecidos perinefréticos, mas não além da Gerota T3b Tumor invade macroscopicamente a veia renal ou veia cava inferior T4 Tumor invade tecidos além da Gerota Não é pra decorar o estadiamento. T1a que é uma classificação de um tumor inicial, significa um tumor renal menor que 7 cm limitado ao rim. Na prática isso quer dizer que até tumores grandes você tem condições de fazer uma abordagem e salvar a parte do rim que não está acometida por esse tumor. Até em tumores grandes, a gente pode fazer uma abordagem e salvar a parte que não está atingida pelo tumor. Existe uma margem de segurança preconizada na cirurgia oncológica (0,5 cm). Se for um tumor exofítico mas ainda limitado a cápsula renal, de até 7 cm, se você respeitar a margem de segurança, você tem condições de fazer uma nefrectomia parcial do paciente, salvando o resto do rim. 3 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova LINFONODOS REG IONAIS NX Linfonodos regionais não podem ser avaliados N0 Não há metástases para linfonodos regionais N1 Metástase em um único linfonodo de até 2 cm N2 Metástase em um único linfonodo, maior que 2 cm, menor que 5 cm, ou múltiplos nodos, nenhum maior que 5 cm Quando se faz uma nefrectomia total ou parcial é de praxe fazer a retirada das cadeias dos linfonodos regionais próximos ao hilo renal, para você saber se tem algum tipo de metástase linfonodal. Uma coisa muito importante é que a partir do momento que você faz um diagnóstico de CA de rim é mandatório vocês fazerem um estadiamento completo. Então não basta você fazer apenas a TC ou RMN do abdômen total e das vias urinárias, precisa-se fazer um scan do TÓRAX! NÃO ESQUECER DE VER O TÓRAX, de preferência com uma tomografia ou ressonância magnética. A radiografia, a princípio, não é o ideal. METÁSTASE À DISTÂNCIA MX Metástase não pode ser avaliada M0 Ausência de metástase M1 Metástase à distância Se caso houver algum tipo de metástase já se podeconsiderar uma doença metastática, aí ela entra no estadiamento. TRATAMENTO Nefrectomia Radical ou parcial são as duas opções de cura para o CA de rim. Ela pode ser robótica, aberta ou laparoscópica. A diferença é que na robótica você pode trabalhar com uma margem de segurança bem melhor por conta da visualização triplicada. E ainda tem alguns recursos que possibilitam identificar alguns vasos intraoperatórios diferentemente da laparoscópica e da aberta. No entanto, do ponto de vista oncológico você não tem uma melhor técnica, depende de como você faz. O único problema da aberta é que para você chegar ao retroperitôneo para abordar o rim, você tem que seccionar a região lombar do paciente e causará uma dor considerável no paciente no pós operatório. NEFRECTOMIA RADICAL Consiste na ligadura tanto da artéria quanto da veia renal e retirada completa do rim de preferência com a fáscia de Gerota. Tratamento curativo. Robótica (condições de trabalhar com uma margem de segurança bem maior, por conta da visualização tridimensional. Recursos que favorecem a possibilidade de identificar vasos), aberta (pode causar dor importante no pós operatório) ou laparoscópica. Retirada do rim: Liga primeiro a artéria e depois a veia. Se você ligar a veia do paciente (drenagem do sangue), a artéria continua mandando, fazendo com que o rim comece a inchar e exploda com a força arterial. Nunca liguem a veia primeiro se você quer fazer a retirada completa no órgão. Imagem - Ligadura tanto da artéria quanto da veia renal. Retirada completa do rim. NEFRECTOMIA PARCIAL Pode retirar o lobo acometido ou retirar o tumor com uma margem de segurança. Tumor exofítico, excelente, pequeno, sem contato com o sistema pielo (não sei lá de quê). A parte preta é o sistema coletor rennal. Imagem: Tem uma margem perfeita para a retirada da tumoração sem abrir o sistema coletor. Quando se quer ter uma margem um pouco maior de sgurança, abre o sistema coletor e depois ajeita de volta. Imagem 2: O condicionamento do paciente na maca para a cirurgia laparoscópica, utiliza-se 4 trocanteres. TRATAMENTO PARA DOENÇA METÁSTICA Quase impossível a cura. Baseados na imunoterapia ou bloqueio da angiogênese (formação de vasos) vascular. As drogas usadas são as seguintes: IL-2, Sorafenib, Sunitinib, Nivolumab. É como se tivesse uma necrose do tumor com o uso de drogas (não é pra decorar) que tem uma afinidade por determinados receptores característicos do tumor renal, que vai promover uma necrose vascular. Para tumores acima de 10 cm, existe a preconização de você iniciar o tratamento com imunoterapia ou bloqueio 4 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova vascular, para redução do tumor renal, e em seguida, cirurgia. IMU NOTERAPIA ▪ IL-2 ▪ Sorafenib ▪ Sunitinib ▪ Nivolumab CÂNCER DE BEXIGA O tumor de bexiga, geralmente começa de uma forma superficial e pode ser tratado apenas com ressecção do tumor. EPIDEMIOL OGIA Segunda malignidade urológica 3.5 % das neoplasias em geral Relação ♂/♀ : 5:1. Bem diferente da do rim. Aumento da incidência com a idade 90% superficial. 70% dos superficiais são papilares. 5% acometendo TUS (Trato Urinário Superior). Importante: Acomete o urotélio. Pelve renal, cálice renal, ureter e bexiga tem urotélio. A avaliação pode ser feita com a TC ou urografia excretora. As estruturas que tem urotélio são predispostas a serem acometidas. FATORES DE RISCO • Tabagismo (importante na relação homem > mulher). • Ocupacional (aminas aromáticas, solventes, tintas, metais, hidrocarbonos, produtos de combustão e exaustão, poeira de couro). Fabricação de pneus. • Infecções crônicas (cistite intersticial e actínica – secundária a radioterapia). Relacionadas ao processo neoplásico. • Drogas (basicamente as drogas utilizadas que afetam a bexiga. Algumas medicações quimioterápicas que provocam uma inflamação crônica da bexiga) • Genética familiar (não se sabe exatamente qual é a relação). Genética familiar de 1º grau positivo aumenta a chance de desenvolvimento de câncer de bexiga em 1,5x mais do que a população em geral. HISTOPATOLOG IA • Carcinoma Urotelial (Cels Transicionais) - maioria • Variante escamoso (17-20%) • Variante Micropapilar (6%) • Variante Sarcomatóide (4%) • Variante Adenocarcinoma (1.4%) Os 3 últimos são muito agressivos. Essa imagem mostra o estadiamento das lesões possíveis. A coisa mais importante a ser observada são as camadas vesicais. Imagem 1: Analisar as camadas vesicais. A fina (de dentro) tem o urotélio. Logo abaixo do urotélio, tem a lâmina própria, que caracteriza o carcinoma in situ da bexiga (carcinoma que tende a ser agressivo e invasivo). Abaixo disso, vem a camada muscular (parte amarela – camada gordurosa e camada vermelha – camada externa, serosa). A partir do momento que esse tumor –(90% superficial) invade a lâmina própria ou a muscular (maior vascularização – relação com artéria e veia), o potencial de malignização desse tumor eleva significativamente. Se invade a camada muscular pode invadir a vascularização, podendo levar esse tumor a qualquer parte do corpo. A drenagem venosa do órgão é o que, na maioria das vezes, determina onde é que o tumor para. Se a drenagem vai basicamente para o fígado, tem- se a metástase hepático (Ex. tumor de intestino). Na maioria das vezes, as metástases são ósseas, pulmonares e hepáticas. Ex T2a → Ressecção do tumor. Fica um pedaço de tumor ainda. Se faz a raspagem e não tem a certeza absoluta (laudo histopatológico), daqui a 3 meses, o tecido volta a crescer e você só consegue visualizar a área que foi raspada. Quando se tem um carcinoma in situ, você é meio que obrigado a raspar novamente no local que ele foi achado anteriormente, pra ter certeza de que não ficou nenhuma célula lá que possa voltar a crescer de novo. No caso de tumor superficial., você não tem tanto essa preocupação. Faz a raspagem, manda para a patologia e se faz um controle cistoscópico do paciente depois de 3 meses e assim por diante, em momentos diferentes. 5 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova Imagem 2: tumores superficiais da bexiga. Todos eles estão no urotélio e, dificilmente, você vai ver uma invasão para a parte da lâmina própria. O tumor está representado pelas partes roxas. A parte branca fininha que está embaixo do urotélio é a lâmina própria e depois vem a muscular. Nenhum dos tumores da imagem chegam a lâmina própria ou a camada muscular. É mostrado tumores superficiais da bexiga, e se vocês olharem com cuidado, perceberão que eles estão no urotélio e, dificilmente você verá uma invasão para a parte da lâmina própria. Os tumores superficiais não chegam a camada muscular. É só você olhar que ele não passa das “linhas brancas”que é uma representação do urotélio, que divide o músculo da lâmina própria. Imagem 3: Ilhotas de células musculares. A tumoração tem células com núcleos bem maiores que invadem a musculatura. Enquanto as lesões tiverem delimitadas ao urotélio, podendo acometer até a lâmina própria, elas podem ser tratadas com a ressecção/ raspagem do tumor. A partir do momento que elas invadem a musculatura, a história muda completamente, podendo haver a necessidade de retirada da bexiga, pois representa alta chance de metástase. O que determina o tratamento agressivo do câncer de bexiga é a invasão muscular da parede vesical. Quando se tem um carcinoma in situ, não necessariamente se tem que fazer uma cistectomia no paciente. O câncer de bexiga afeta o urotélio, que está presente também na bexiga, ureter, cálice e pelve renal. Por esse motivo, sempre que o paciente tiver um câncer de bexiga deve-se avaliar essas outras estruturas. Dos tumores superficiais temosque prestar atenção se teve acometimento do TUS. Essa investigação pode ser feita através da TC com uma cistografia excretora baseada na TC. Se conseguir fazer a raspagem do tumor, depois de uns 3 meses há um comprometimento da lâmina própria (Carcinoma in situ) todo o epitélio da bexiga é recuperado. A gente não sabe a extensão do tumor depois que ele foi raspado pela primeira vez. Toda vez que você resseca um tumor de bexiga, mesmo que seja superficial, você tem que atingir até a camada muscular para o patologista poder dizer no laudo que não houve comprometimento. APRESENTAÇÃO Geralmente igual ao câncer de rim. No primeiro momento, se o paciente apresentar hematúria deve-se fazer a exclusão do CA de bexiga, pensando em problemas a nível renal ou Trato Urinário Superior (TSU). Após a exclusão de tais problemas, se você não tiver conseguindo achar a causa de hematúria, deve-se investigar o CA de bexiga, pelve ou cálice renal. Hematúria micro/macroscópica (80-90%) Outros sintomas urinários: ➢ Urgência, polaciúria, diminuição da capacidade vesical (acometimento mural da bexiga que limita o funcionamento da mesma. Ela se contrai pela presença do tumor), sintomas irritativos Dor ➢ Flancos – hidronefrose por compressão ureteral ➢ Supra-púbica – invasão vesical ou do púbis. Acontece quando o tumor ultrapassa a serosa da bexiga e tem-se uma infiltração óssea do tumor. ➢ Desconforto retal e dor perineal Sintomas obstrutivos → Não consegue urinar. Há uma oclusão do colo vesical por conta do tumor. Jato fraco. Esvaziamento incompleto da bexiga. Sintomas irritativos → Urgência, aumento da frequência urinária, dor pélvica, dor suprapúbica. Os sintomas irritativos e obstrutivas acontecem quando você tem massas tumorais grandes ou massas tumorais invasivas. OBS: como tem alguns pacientes que não tem nenhuma apresentação clínica, e fazem um quadro semi-oclusivo urinário ou apresentam dor. Aí quando você faz uma USG tem um tumor dentro da bexiga incluindo o colo vesical ou que está invadindo a cama da bexiga DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO ▪ Citologia urinária (3 amostras) Sensibilidade 49%, Especificidade 96%. Urina 3 vezes, em momentos diferentes, leva para o laboratório de anatomia patológica. A técnica feita é a mesma do Papanicolau. Identificar se existem células com alterações nucleares ou citoplasmáticas, características das células tumorais da bexiga. Pouco utilizada no Brasil. Forma não invasiva de corroboração do raciocínio e suspeita de câncer de bexiga. ▪ Cistoscopia (luz branca, Fluorescente, NBI – ver neovascularização) com biópsia; * Sensibilidade de quase 95%. É talvez o exame de escolha. Entra na bexiga e vê o que está acontecendo. Análise das características da lesão (se é grande ou pequena...). 6 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova Invasivo, porém com capacidade de diagnóstico na hora. Faz uma biópsia como se fosse uma resseção ▪ Marcadores tumorais: Sensibilidade <70%, Especificidade <80% baseado em proteína – NMP22,BTA baseado em célula – Urovysion, Immunocyt. Não invasivo. Tem maior chance de detectar, mas chance de falso positivo também é maior. ▪ TC com Urograma – fase de contraste que cora toda a parte dos cálices até o ureter, e uma imagem de subtração vai dizer onde e que tipo de lesão/ RNM / PET-TC (mais utilizada no estadiamento (principalmente linfonodal) do paciente em vez de no diagnóstico). Deve-se pensar em câncer de ureter ou câncer da pelve/cálice renal. Mostra a suspeita de uma lesão vegetante no trato urinário superior. As células cancerígenas tem um índice de metabolismo mais elevado, utilizando mais glicose do que as células normais, fazendo com que elas brilhem. Quando se faz uma PET, a gente vê áreas amareladas, brilhantes. Qualquer processo inflamatório causa aumento da luminescência dessa região, podendo alterar o resultado da PET-TC. Ex: pacientes com colite e doença de Crohn podem apresentar essa luminescência aumentada. • LEMBRAR: O padrão-ouro é a cistoscopia. O pulmão deve ser avaliada, pois pode haver metástases no diagnóstico inicial → Ressonância ou tomografia do tórax. TRATAMENTO SUPERFICIAL ( ATÉ T1) ▪ Ressecção transuretral da bexiga (bipolar/monopolar) – Tratamento padrão-ouro. ▪ Quimio/Imunoterapia intravesical (BCG, Mitomicina, Gencitabina). Se o tumor voltaria com 3 meses, demora mais pra voltar. Retarda o surgimento de um novo ou a recidiva do que já tinha. Câncer de bexiga tem grande chance de recidiva (quase 100%). O paciente vai viver eternamente no médico fazendo cistoscopia de controle (mandatória). A repetição da cistoscopia é para saber se naquele local houve um novo crescimento. O tumor de bexiga pode surgir em locais diferentes. Já sabendo da recidiva, deve-se retardar o máximo a volta desse tumor. Para tumores superficiais e Carcinoma in situ, pode-se usar tanto a BCG quanto a Mitomicina ou Gencitabina para estender as recidivas. Se o tumor vem de 3 em 3 meses, isso vai estender para que ele venha daqui a 5 meses. Esses medicamentos são muito utilizados para tratar o CA de bexiga (tratamento realizado pelo oncologista). MÚ SCUL O INVASIVO (A PARTIR DE T2) ▪ Cistectomia Radical: PADRÃO-OURO ▪ Radioterapia (quem não tem condição de ser submetido a uma cistectomia radical - Multimórbidos, idosos). Alta chance de recidiva. ▪ QT sistêmica neoadjuvante e adjuvante ▪ Terapia trimodal (RTU, RTX, QT) Raspagem do tumor + radioterapia + quimioterapia sistêmica = quando não tem condições de fazer a cistectomia radical. Menos chance de recidiva do tumor. Resultador semelhantes a cistectomia radical. Superficial SV (sobrevida) em 5 anos >80% Invasivo SV em 5 anos 25-50% Quanto mais agressivo você for no tratamento, melhor para o paciente. Captação inicial + Cistectomia = melhor! ▪ Cistectomia (Retirada da bexiga, Próstata (homens), Linfonodos da cadeia pélvica e derivação urinária). ▪ Há o corte da ligação da bexiga com o ureter. ▪ Os linfonodos devem ser retirados devido ao estadiamento. Aberta, Laparoscópica e Robótica DERIVAÇÕES URINÁRIAS CONTINENTE - TEM CONTINÊNCIA URINÁRIA Neobexiga: ela é a mais complexa das derivações, porque você vai pegar cerca de 40cm de seguimento intestinal, posicionar em forma de "W", abrir a parede anterior toda dele, e anastomosar as laterais e depois fechar, fazendo uma bola intestinal; onde vai ficar duas orelhinhas: na parte de cima onde serão encaixados os ureteres e na parte de baixo é encaixado a uretra do paciente. O problema dela é, você não ter sensibilidade de intestino cheio, e para esvaziar a bexiga é necessário fazer uma forca abdominal e forçar o esvaziamento de 6/6 ou 8/8 hs. Indiana Pouch: Você pega um segmento do intestino ascendente com a válvula íleo cecal e o íleo terminal, de preferência com o apêndice, você abre essa parte anterior dos dois, costura as laterais e fecha como bola, com essas laterais remanescentes. Anastomosam os ureteres, pegam esse apêndice e jogam no umbigo do paciente. Formando um ângulozinho com o abdômen. A angulação do apêndice mais a descida da bola 7 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova quando cheia comprime o apêndice para cima e não vaza urina. Mas para se esvaziar é de forma programada ... você pega uma sonda e coloca no apêndice, deixando a urina sair. Ureterosigmoidostomia: Você pega o ureter e liga no sigmoide. A indicação é quando o paciente tem um esfíncter anal potente. Se ele não tiver um esfíncter potente pode ter incontinência fecal. INCONTINENTE – NÃO TEM CONTINÊNCIA U RINÁRIA Essa técnica cirúrgica pega o ureter e aboca a pele do paciente de um lado e do outro, ou ligam os dois ureteres e abocam na pele como um só. Essespacientes precisam de coletor de urina o resto da vida. Essa técnica é a derivação incontinente e chama-se ureterocutaneostomia. Outra técnica é a ureteroenteroanastomose. Ele pega 15cm de intestino delgado, introduz na pele e pega os dois ureteres e liga na parte inferior desse segmento. Vocês excluem o segmento pediculado de 15cm do intestino delgado, refazem o trânsito, pegam os dois ureteres e abocam embaixo. E aí, você vai usar uma bolsa coletora na região da saída do estoma para coletar urina. Diferença entre ureterocutaneostomia e ureteroenteroanastomose: A ureterocutaneostomia se fecha mais rápido (devido ao crescimento da pele) do que a anastomose se sedimentar. Então tem uma estenose dessa região que o ureter está abocado. Paciente que faz uma ureterocutaneostomia ele tem que viver o resto da vida usando o Duplo J até o rim (de 3 em 3 meses você tem que trocar ele) para que não haja o fechamento dessa região que você abocou o ureter na pele. Quando se usa o segmento de intestino(ureteroenteroanastomose), a pele não consegue crescer mais rápido e estenosar, ela evita que você use o duplo J. Essa técnica é semelhante a colostomia, só que ao invés de fezes irá sair urina. A escolha do tipo de técnica depende do paciente. Quando escolher qual o tipo de técnica? 8 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova 1- A função renal do paciente: Nessas derivações incontinentes tem o esvaziamento contínuo de urina, não prejudicando o paciente em relação a função renal. Já as continentes, tem a possibilidade de fazer um resíduo de urina elevado, fazendo com que a sobrecarga para o esvaziamento da urina pelo rim seja elevada. Então paciente com IR (pode aumentar a volemia e levar a edema pulmonar) não pode fazer derivação continente. 2- Paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica: Quando faz uma derivação continente você vai ter durante um bom período de tempo um acúmulo de urina no reservatório de intestino. Uma parte dessa urina é absorvida pelo intestino, aumentando a acidez corporal, sendo que o primeiro órgão que compensa a acidez metabólica é o pulmão. Haverá então um aumento da frequência respiratória para eliminar o CO2. Após, há a falência do equilíbrio pulmonar que você tem com o “pulfer" renal. Por isso é importante avaliar o quadro respiratório do paciente antes de decidir se a derivação será continente ou não. CÂNCER DE PÊNIS É até mais comum que o câncer de testículo aqui na nossa região. EPIDEMIOL OGIA Muito raro em países desenvolvidos Incidência: 0,3 a1/100.000 nos EUA; 4,2 a 4,4/100.000 Paraguai e Uganda; Brasil 1,3 a 2,7/100.000 Norte e NE do Brasil. Incidência relativamente baixa em países desenvolvidos, sendo triplicada ou até quadruplicada em países subdesenvolvidos. Incidência: pico entre 60-70 anos. Raro antes dos 20 anos de idade. Relacionada a lesões penianas mal tratadas, sujeira propriamente dita. FATORES PREDISPONENTES • Fimose • HPV • Inflamação crônica (balanopostite, líquen escleroso e atrófico, balanite xerótica) • Tabagismo • Radiação Ultravioleta PATOL OGIA TIPOS DE CARCINOMA ESCAMO CELULAR: É o principal! • Clássico • Verrucoso • Basalóide • Sarcomatóide • Adenoescamoso QU ADRO CL ÍNICO Lesão peniana crônica ulcerada ou vegetante com ou sem linfadenopatia inguinal. O diagnóstico pode surgir após o afastamento de todas as DSTS. As lesões tem características ulceradas, profundas, com bordas irregulares, às vezes necrose de centro. Mais endurecida que o HPV. Não infrequentemente envolvendo uma linfadenomegalia, linfadenopatia inguinal importante. Se assemelham às vezes com HPV. DIAGNÓSTICO BIÓPSIA INCISIONAL DA L ESÃO Fazer a retirada o mais profundamente possível da lesão. Avaliar a profundidade de acometimento. No entanto, se a lesão for pequena, nós fazemos a retirada total da mesma com um corte profundo de bisturi frio, para sabermos o que fazer depois. Na maioria das vezes, se faz uma incisão completa da lesão com um corte profundo com o bisturi para ter uma noção do que será feito em seguida. TRATAMENTO Excisão completa da lesão: Está indicado pra aquelas lesões superficiais. Pode-se fazer reconstrução com retalho, reconstrução de glande, prepúcio. AMPU TAÇÃO PARCIAL DO PÊNIS No entanto, quando há um comprometimento mais profundo, das camadas da glande ou do pênis em si, a ressecção torna-se obrigatória. Identificação da lesão (figura 1), isolamento da lesão (figura 2), dissecção do prepúcio com exposição do corpo cavernoso e uretra (figura3), secção da uretra distal e do corpo cavernoso, rafia do corpo cavernoso, e neoinplantação da uretra. 9 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova Quando se tem a indicação de ressecção parcial do pênis a linfoadenectomia inguinal e pélvica são necessárias. AMPU TAÇÃO TOTAL DO PÊNIS Quando é uma lesão bem infiltrava de corpo cavernoso e de uretra, com isolamento da base do corpo cavernoso, na sua inserção, secção, isolamento da uretra, com deixada do coto uretral. E feito uma ureterocutaneostomia. O orifício uretral fica localizado no períneo. LINFADENECTOMIA INGUINAL BIL ATERAL: ( RADICAL OU MODIFICADA) Uma vez achado linfadenomegalia deve-se fazer a linfoadenectomia de esvaziamento para ser feito o estadiamento. Segue a regra de classificação TNM (não é pra decorar, mas é pra saber). Segue o mesmo protocolo de estadiamento para o câncer de bexiga. B RAQUITERAPIA É radioterapia aplicada em pacientes com lesões pequenas. Serão inseridas aos níveis mais profundos da lesão. A tentativa é de provocar necrose tumoral completa. CONSIDERAÇÕES FINAIS * Câncer de pênis é um câncer extremamente agressivo. Se não tiver a chance de operar ele de uma forma precoce, a chance de sobrevida do paciente é muito baixa, pois ele é muito pouco responsivo as quimioterapias atuais. Metástase linfonodal leva a um óbito precoce. Lesão ulcerada, verrucosa ou vegetante que não trata como se fosse uma DST ou não tem as características da mesma, é imprescindivel se fazer a biópsia (de preferência biópsia excisional) da lesão, a fim de que se for superficial, resolver o problema do paciente de imediato. Com a análise histopatológica, você vai ver se tem acometimento mais profundo do tumor. Se houver, seguir com a resescção penectomia parcial. Além disso, fazer o estadiamento pré operatório com a tomografia ou a ressonância ou até o PET TC para avaliar a presença de linfadenomegalia, realizando a linfadenectomia concomittantemente com a penectomia parcial para ter um estadiamento adequado. TUMORES TESTICULARES Na Alemanha, é muito comum em jovens. Acha-se que tem relação com o tratamento da água. EPIDEMIOL OGIA É um tumor raro – 1 a 1,5% das neoplasias masculinas Apesar disso, é o tumor sólido mais comum em ♂ entre os 15 e 35 anos de idade Incidência: 2,2 casos/100.000 habitantes (Brasil) Mais frequente em brancos que em negros e amarelos Taxa de cura: >90% (mesmo em metasáticos) a partir dos anos 90 DICA IMPORTANTE: Quando você encontrar uma lesão testicular num paciente mais idoso, nunca pense incialmente em câncer de testículo. Pense em linfoma com aparecimento testicular! 10 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova FATORES DE RISCO • Criptorquidia (testículo que fica fora da região de temperatura adequada da bolsa testicular). Risco de 30% de se tornar um câncer de testículo. É preciso uma cirurgia de reposição em crianças. • Atrofia testicular: De qualquer etiologia. • Infertilidade: Processos inflamatórios. • Desequilíbrio hormonal (principalmente nos tumores menos frequentes. Ex. tumores das células de Leydgi ou células de Sertoli).• História Familiar fraca, porém, presente. • Síndrome de Klinefelter (sempre avaliada, principalmente pela presença de calcificações intratesticulares) • Presença de tumor contralateral TIPOS TUMORES G ERMINATIVOS (97%) Seminomas (40-45%) ➢ Clássico (mais comum) ➢ Anaplásico ➢ Espermatocítico (mais comum em idosos) Não seminomatosos (35-40%) ➢ Carcinoma embrionário (15-20%) ➢ Teratocarcinoma (20-25%) ➢ Coriocarcinoma (0-1%) ➢ Teratoma (8-10%) de difícil tratamento. * O tumor do saco vitelino, mais frequente em crianças, não será aqui discutido. TUMORES NÃO-GERMINATIVOS Muito mais infrequentes. Tumores de células de Leydig; tumor de células de Sertoli; Sarcomas; linfomas e metástases. Relacionados aos distúrbios hormonais e distúrbios espermatogênicos, pois as células de Sertoli e de Leydig são responsáveis pela produção da testosterona e a produção do espermatozoide. QU ADRO CL ÍNICO Aumento do volume testicular – 51 a 61% Dor local – 31 a 34%. O testículo tem cápsula, que quando distendida, dói. Nódulo Testicular palpável– 23 a 31 % Dor lombar e/ ou abdominal – 6%. Em casos de massas pélvicas ou retroperitoneais. Antecedente de trauma escrotal – 3 a 5% Hidrocele – 10%. Não tem nada a ver com causa, mas com consequência. Massa abdominal – 4% Gânglios Supraclaviculares e/ou inguinais - 2%. A drenagem dos testículo é para a região pélvica, através do cordão inguinal que passa pelo canal inguinal externo e vai para o retroperitôneo). Ginecomastia – 2% A drenagem dos testículos não é pra região inguinal, e sim para a região pélvica, através do cordão inguinal. O paciente chega, na maioria das vezes, com sintomas de aumento testicular, com uma dor local, um nódulo testicular palpável, dor lombar e ou abdominal (em casos de massas pélvicas ou retroperitoneai), e a principal incidência é linfonodal. DIAGNÓSTICO ULTRASSOM É diagnóstico. De preferência com doppler, a fim de avaliar vascularização. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NU CLEAR Utilizada principalmente nos casos em que há uma dúvida na ultrassonografia. Não é divisora de águas no diagnóstico. MARCADORES TU MORAIS Devem ser colhidos em caso de suspeita. Alfafetoproteína Beta-HCG: utilizado também como teste de gravidez. LDH A alfafetoproteína não está presente nos tumores seminomatosos. Se você tem uma suspeita de tumor de testículo, pede os marcadores tumorais e vê uma alfafetoproteína zerada, isso vai estar dando indício a um 11 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova quadro de tumor seminomatoso. Se positivo, carcinoma embrionário ou de saco vitelino. O Beta-HCG e o LDH são complementares a isso. A partir da definição histopatológica do tipo de tumor, a gente vai passar para o tratamento específico. D IAGNÓ STICO – EX AME S COM PLEMENT ARE S DE E STAD IA MENTO • TC de Tórax sem contraste • TC de Abdome ou RMN de Abdome: análise do acometimento de linfonodos peritoneais. • TC de Crânio: Só é utilizada quando o tórax tem resultado positivo de linfonodo. • Cintilografia Óssea: mais utilizada ao paciente do SUS, porém substituída pelo PET-TC. • PET-TC (Avaliação de massas linfonodais residuais>3cm): preferência de acompanhamento após tratamento adequado. TRATAMENTO ORQUIECTOMOIA RADICAL Principal. O mais adequado. Envolve a incisão ipsilateral da região inguinal com exteriorização do testículo, e abertura do anel inguinal externo até o interno, onde passa a coroa inguinal . E lá , haverá o clampeamento do mesmo, e a secção de lá da base do anel inguinal interno. Se faz isso porque toda aquela região tem uma drenagem linfática e vascular muito importante e quanto mais para cima você retirar mais fácil será de você fazer o estadiamento cirúrgico do paciente durante a orquiectomia. LINFADENECTOMIA RETROPERITONEAL Como já foi dito, é importante realizar a TC/ RNM/ PET de abdômen, porque os tumores testiculares tem drenagens diferentes a depender da localização de cada um deles. As figuras representam possíveis áreas de acometimento linfonodal. • Figura A: Quando se tem acometimento bem agressivo envolvendo os dois lados. • Figura B: Quando tem um tumor no testículo direito, onde tem que fazer a linfadenectomia retroperitoneal nessa região da demarcada • Figura C: Quando você tem apenas linfonodo a esquerda só se faz o prolongamento da ressecção linfonodal da área demarcada. ▪ Orquiectomia Radical + R-X T/ LND Retroperitoneal / QT Índice de Cura ±95% em estádios iniciais *Índice de Cura ±95% em estádios iniciais Atentar para acervar os espermatozoides dos pacientes em idade fértil* O tratamento é extremamente complexo, que envolva muitas drogas quimioterápicas e que são resumidas da seguinte maneira: Prioritariamente, na suspeita de tumor testicular e após feito o estriamento por imagem a gente faz a orquietomia radical do paciente, indo até a região do canal inguinal interno. Isso vai demonstrar se há o acometimento de linfonodo, vaso e túnica. Havendo isso, na maioria das vezes você pode procurar linfonodos pelo abdômen, que ele provavelmente já se alastrou por essa região de drenagem linfonodal. Se for restrita ao testículo, na maioria das vezes, a retirada do testículo é suficiente para o tratamento. Existem, porém, sociedades que indicam que mesmo que o tumor seja localizado realiza-se o tratamento quimioterápico de ciclo único, para ser consolidado o tratamento definitivo do paciente. Caso haja um acometimento extenso de linfonodo retroperitoneais ou pélvicos, a depender do tipo histológico do tumor você vai partir para uma radioterapia, linfadenectomia retroperitoneal ou quimioterapia. 12 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova A maioria dos traumas geniturinário podem ser tratados até conservadoramente a depender do trauma. Epidemiologia do TGU Incidência: 8-10% das lesões abdominais. Orgãos: Rins 84%, bexiga e uretra (15%), ureteres e outros órgãos (1%). O TGU isoladamente só promove risco de vida quando há lesão vascular (art/veia Renal) ou está em combinação com outras lesões. Conceitos gerais de abordagem Seguir sempre os preceitos do ATLS. • Sempre considerar a possibilidade de Trauma geniturinário (TGU) no Exame físico (EF) e diagnóstico. Prestar muita atenção no EF, olhar bem para o paciente, se possível muda-lo de decúbito, sempre atentando aos cuidados cervicais, bacia e fêmur. • Informe-se dos mecanismos que levaram ao trauma. Na maioria das vezes por desaceleração, trauma contuso e projétil de arma de fogo que pegam os órgãos retroperitoneais. • Atente a equimose em flancos e períneo. Avaliar se é possível palpar um bexigoma, sangramento uretral espotâneo. • Sinal de Gray Turner (12. Costela) – Trauma renal ou sangramento retroperitoneal, principalmente lesões vasculares: Aorta, cava, veia renal, artéria renal e veia testicular. • Toque retal para avaliar mobilidade prostática. Dedos e tubos em todos os orifícios - para avaliar mobilidade prostática irregular indicando um trauma de uretra com avulsão uretroprostática. Isso não é tão incomum quando se fala de trauma de bacia. O osso da sínfise se torna uma guilhotina e corta a uretra na sua região bulbar ou prostática. No toque retal, se perceber que a próstata está muito para cima ou que está difícil de tocá-la pode significar que houve um desacoplamento dela da uretra. No toque quando tem sangue na luva significa trauma de alça intestinal. Diagnóstico por imagem Do ponto de vista de diagnóstico por imagem o ATLS preconiza o USG fast na sala de exame (sala de admissão), para avaliar líquido livre na cavidade. Quando não tem-se esse exame faz a TC de abdome e pelve, principalmente pela rapidez.Do ponto de vista urológicas existem alguns pontos que devemos sempre ficar atentos: Pontos chaves • Falha de continuidade de contraste. Sempre que possível, dar o contraste para o paciente para conseguir ver oclusões e órgãos que não estão sendo visualizados, mostrando que o acesso vascular desses órgãos está bem comprometido. • Extravasamento de sangue abaixo da Gerota, fora da Gerota, retroperitoneal, se há extravasamento de urina quando há traumas de bexiga e pelve. • Oclusão renal e infarto renal (após 6-8h) Na possibilidade de haver um trauma renal ou se houver uma suspeita de infarto renal por baixa vascularização. • TC- cistograma (lesão vesical / angio TC (embolização). Muitas vezes é a salvação do paciente que tem um trauma de uretra. O diagnóstico de imagem também é importante visualizando a oclusão do rim, ou então oclusão parcial do rim por conta de um defeito de vascularização. Então a gente espera que essa TC de abdômen caso haja sugestiva lesão de pelve você tem que fazer um enchimento da bexiga para avaliar extravasamento de contraste para a cavidade ou para a pelve. Sempre mediante a uma suspeita uma TC-cistograma, sempre tentando passar a sonda no paciente, mas se não for possível, faz uma cistotomia e através da sonda você aplica o contraste diretamente na bexiga e será mostrado na imagem se há alguma lesão de bexiga ou não. • Avaliar status de órgãos adjacentes • Controle (48h em estabilidade) Sempre que você tem estabilidade do paciente após 48hs, está preconizado, caso mantenha a estabilidade, a repetição da TC para reavaliar o quadro. Trauma urogenital 13 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova Trauma renal Traumas que envolvam lesão de genitália, contusão, lesão de pelve... 50% desses TGU podem gerar um trauma renal direto, indireto ou dilaceração. No trauma abdominal até 10% pode ocorrer TGU, e desse, 80% quando acontecem no trauma abdominal é um trauma renal. Se fossemos avaliar os traumas geniturinário, 50% deles teriam associação com o trauma renal, e o restante dividido pelos demais órgãos geniturinários. 28% das lesões de rim esquerdo associadas a lesão esplênica por compressão. 70% rim direito – lesão hepática. Se na avaliação do paciente for detectado um trauma renal, se for do lado esquerdo é importante analisar se o baço do paciente não tem algum tipo de comprometimento, e se for do lado direito é importante checar se as vias biliares e/ou o fígado tem algum tipo de comprometimento por conta disso. Desaceleração: são os principais observados nos traumas renais Esse estudo foi realizado em 14 centros de trauma especializados nos US, onde foi analisado coortes e juntaram esse dados no banco de dados americano, chegando a conclusão que a nefrectomia corresponde ao maior preditor de mortalidade do paciente com lesão renal. Depois desses estudo, hoje em dia se faz todo o possível para não realizar a nefrectomia no paciente com trauma renal. Não é simplesmente pelo fato de você ter abordado o paciente por um trauma renal de grau elevado, é porque esse paciente estando em um processo de trauma, se você tive que tirar o rim dele, a possibilidade de recuperaçãodesse trauma é menor comparada aquele paciente que você conseguiu salvar o rim. Todos os aspectos de protocolos da Sociedade de Urologia estão direcionando no trauma renal a máxima conduta conservadora por conta disso. Os resultados dos estudos mostraram que a mortalidade do pacientes eleva em comparação aqueles pacientes que não tiveram o rim extraído e foi-se conseguindo salvar o rim do paciente. Classificação do trauma renal GRAU 1 ➢ Hematoma subcappsular ou contusão sem laceração A imagem mostra o rim contuso com presença de líquido, mostrando que é um hematoma, provavelmente subcapsular. Percebe-se ainda que o parênquima renal se encontra íntegro e ainda não se tem lesão de sistema coletor. GRAU 2 ➢ Laceração superficial do parênquima <=1cm de profundidade sem envolvimento do sistema coletor (ausência de extravasamento de urina) e/ou ➢ Hematoma perineal confinado à fascia perineal. Imagem mostra uma laceração do rim esquerdo com um hematoma tomando a lateral toda do rim até a sua porção medial, circundando ele por completo. GRAU 3 ➢ Laceração >1cm sem envolvimento do sistema coletor (ausência de extravasamento da urina). ➢ Lesão vascular ou sangramento ativo confinado à fáscia perineal. 14 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova Até o grau 3 a gente tá falando somente de hematoma. No grau 3 ainda não tem envolvimento do coletor, apenas trauma vascular (precede o coletor). O hematoma encontrado é o subcapsular (abaixo da capsula de Gerota) e com lesão vascular ou sangramento ativo. Pode ser uma lasco estável, é quando é vascular e o hematoma conseguiu ocluir o extravasamento ou dinâmico/ativo, quando é um hematoma em crescimento. GRAU 4 ➢ Laceração envolvendo o sistema coletor com extravasamento de urina. ➢ Laceração da pelve renal e/ou ruptura ureteropiélica (junção do ureter com a pelve renal) completa. ➢ Lesão vascular segmentar de art ou veia renal. ➢ Infarto segmentar sem sangramento ativo associado (por trombose) ➢ Sangramento ativo estendendo além da fáscia perineal (para o peritônio ou no peritônio) No grau 4 não tem apenas envolvimento do sistema coletor mas também uma extensão do sangramento para além da cápsula de Gerota. GRAU 5 ➢ Rim despedaçado. ➢ Avulsão do hilo renal ou laceração da art ou veia renal principal com devascularização renal. ➢ Devascularização renal com sangramento ativo. Tem um trauma em toda a extensão renal do lado direito, pode-se perceber que o rim não é visualizado, é somente visto um emaranhado de coisas de difícil identificação renal, é visto somente uma parte pequena do parênquima. OBS: se o paciente tiver somente uma das características já classifica como o grau 5. EAU Guideline 2019 – imagem maior ao final do arquivo. https://uroweb.org/guideline/urological-trauma/#4 Se há uma suspeita de trauma renal, primeiramente deve- se determinar a estabilidade hemodinâmica do paciente após o atendimento primário. Depois de comprovado a estabilidade dele vai identificar se o paciente tem hematúria visível. Após a passagem da sonda, terá que drenar ele de alguma maneira, seja através de cistotomia, urina expontânea ou passagem de sonda no paciente. Se comprovada a hematúria, o paciente pode entrar em observação. Por outro lado, se ele tiver lesões maiores associadas ou lesões de desaceleração rápida você encaminha ele para a TC multifásica, com imagens retardadas para você ver a circulação venosa. Mas se o paciente já apresentar hematúria visível entra direto com a TC multifásica. A partir da TC que vem a observação dos graus de Lesão Renal. Se você tem na TC um sangramento ativo e for possível realizar uma embolização da região sangrante entrega ele para a hemodinâmica. Caso isso não seja possível ou você não tenha conseguido para o sangramento através da embolização endovascular esse paciente vai entrar na exploração renal com laparotomia no intuito de reconstruir o que foi lesado, tomando o lugar da nefrotomia. OBS: Sempre tentar salvar o rim! No entanto, se você conseguir ver na TC um sangramento ativo, pode-se classificar esse paciente entre grau 1 e 3. Lembrar que até grau 3 não tem acometimento de sistema coletor, não tem urina e todo o sangramento está abaixo da cápsula de Gerota. Nesses casos, o paciente deve ser observado com seriamento de exames laboratoriais, repouso absoluto e exame de TC sequencial a cada 48hs se for necessário. Se ele estiver entre grau 4 e 5 é um paciente que teve hematuria visível e que a TC não mostrou sangramento ativo,e devido o exame de imagem foi caracterizado como grau 4 ou 5. Deve observar o paciente repetindo TC e observando se há ou não persistência de extravasamento de urina. Caso haja essa persistência, é colocado um Duplo Jota ou drenagem ruinosa? do paciente. 15 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova OBS: o Duplo Jota não deixado mais do que 3 meses no paciente, pois, pode calcificar. Então, a partir do momento que é identificado o grau da lesão, entende-se exatamente como será a conduta. IMPORTANTE: No trauma Renal, sempre que tiver urina presente na cavidade (grau 4 ou 5) precisa entrar com ATB. Enquanto tem sangue não tem problema, pois, é sistema fechado. Se for um trauma entérico com exclusão(?) o ATB indicado é o tratamento para ITU (Cefalosporina 3 geração, Levofloxacino, Ciprofloxacino, ampicilina com sulbactam). Basicamente isso é para evitar uma ITU em abcesso no retroperitôneo. Mensagem final • Abordagem cirúrgica imediata com tentativa de reconstrução vascular se o paciente apresentar sangramento com risco de vida. • Utilize parâmetros de controle protocolados no serviço e redefina conduta se necessário. • Use Duplo Jota para ruinosa dinâmico ou sintomático • Use embolização para sangramento estável • Avalie lesões de órgão adjacente • Pense em drenagem percutânea para persistentes e estáveis. Se voce pegou o paciente, tratou, estabilizou, mas ele continua com urinoma grande, drena, por favor! Porque a chance disso virar um abcesso é muito grande. Trauma ureteral • 1-4% dos TGU • 80% LAF (Lesão de arma de fogo) • Lesão do ureter distal – Fratura do anel pélvico Do lado esquerdo, é possível ver a região da pelve, junção ureteropiélica com extravasamento em toda essa região, evidenciando uma lesão de ureter... se fosse um trauma de parênquima o rim teria descido (?). Complicações • Urinoma – por isso que a fase tardia da tomografia com contraste é importante. • Fístulas – tem paciente que o professor atendeu, que tinha mais de 10L de urina dentro do abdômen, porque não se preocuparam em checar o ureter do paciente. • Estenose / necrose. • Hidronefrose – às vezes tem uma avulsão do ureter e como a musculatura dele acaba retraindo, fecha, um hematoma comprime e a urina não consegue descer, fazendo um quadro de hidronefrose. • Abscesso retroperitoneal - por conta da urina infectada. • Insuficiência renal – vê muito isso nas cirurgias ginecológicas, onde o ureter, na hora da histerectomia, é ligado, e depois de 7-10 dias a paciente chega com dor no flanco, e quando vai ver, tem uma hidronefrose, por conta da ligadura do ureter. Abordagem • Reconstrução (considerar interposição) • Nefrostomia • Duplo Jota (com ou sem ureterorrafia) • Uretero cutaneostomia/anastomose U-U • Reimplante ureteral Se você ver um ureter lesado na cavidade retroperitoneal, se for ureter distal, vai estar na pelve. Sempre que ver isso tem que abordar, seja como for. A forma mais simples de fazer essa abordagem é fazer uma nefrostomia, drena a urina para fora. Só que o processo de reconstrução não é fácil devido ao processo inflamatório que está na região e corre o risco do paciente perder o ureter. Quando há lesão de ureter parcial, existe uma tendência de tentar rafiar – costurar- o ureter, só que para fazer isso, é preciso colocar o duplo J no paciente, para desviar o fluxo da urina e evitar a pressão na sutura e evita extravasamento e abcesso. O objetivo principal é sempre reconstruir o ureter. Se você conseguir fazer uma anastomose primária, resseque as bordas do ureter que foram lesionadas e reanastomose nas duas bocas do ureter. Às vezes, no entanto, devido a grande perda de ureter, não é possível fazer. Ai, nesse caso, é preciso derivar para o ureter contralateral – uretero anastomose -, ou não consegue chegar até o outro lado e é necessário abocar diretamente o ureter na pele – uretero cutaneostomia – ou então pensa em fazer interposição de intestino delgado. Resseca o ureter todo até a pelve renal, aboca um pedaço do intestino delgado lá em cima, desce ele todo retroperitoneal, aboca na bexiga, e faz o neoureter com seguimento de delgado. Coisa rara, nem todo mundo sabe... esse procedimento é sempre a última escolha. Trauma de bexiga • 5-10% de fratura de pelve • Ausência de drenagem pós cateterismo – você faz um cateterismo no paciente e a urina não volta, isso porque ou a sonda foi passada errada ou essa urina deve estar vazando para o abdômen ou pelve. Não se esqueçam que a cúpula, as paredes laterais anteriores da bexiga são todas extraperitoneais e a parede posterior da bexiga, se aberta, vai para dentro da cavidade. Se lesar cúpula anterior ou paredes laterais anteriores → a urina extravasa para a pelve. Se lesar parede posterior da bexiga → o extravasamento é para dentro da cavidade peritoneal. Por isso tem que sempre classificar qual o tipo de lesão na bexiga. 16 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova Tipos: • Extraperitoneal • Intraperitoneal • Considerar TC cistograma → quando você aborda o paciente na sondagem, urina espontânea ou cistostomia, sempre considerar a possibilidade de usar contraste dentro da bexiga para ver se existe alguma lesão renal ou ureteral. • Considerar lesão retal associada. Sempre!!! • 11-44% mortalidade por conta dos abscessos que são formados, devido ao extravasamento de urina. Abordagem • Bexiga extraperitoneal – sondagem vesical (>18fr) - cúpula anterior, parede lateral, e se você observou a drenagem para a pelve, extraperitoneal, pode passar uma sonda que normalmente a bexiga fecha. • Bexiga intraperitoneal – cistorrafia ou sondagem (complicações) – existem alguns centros que preconizam também a sondagem, principalmente se o paciente chegar instável hemodinamicamente, não tem condições de fazer laparatomia, aí você sonda o paciente, sabendo que pode ser que não feche a bexiga e que pode gerar complicações no paciente. Mas o correto é, teve lesão intra peritoneal? Abre, e costura a bexiga, de preferência em dois planos. • Avaliar lesão de alça intestinal • Antibioticoterapia – sempre que tiver urina, não tenha dúvida que o atb é preconizado, porque devido a lesão, vai ter urina no abdômen. Trauma da uretra – sinais • Hematoma perineal – importantíssimo • Uretrorragia – não tente a sondagem, se houver uretrorragia. Vá para a cistostomia e derive a urina!! • Globo vesical – sem uretrorragia, tem que derivar de qualquer maneira porque existe um processo obstrutivo... alguns centros, preconizam, na presença de globo vesical, não mexer na uretra porque a chance de piorar a lesão de uretra é maior que conseguir derivar a urina. Se possível, faça também a cistostomia!!!!! • Edema genital – logo em seguida do trauma, pode ser urina, extravasamento de urina para a região genital e se tentar sondar pode piorar a situação do paciente. • Tentativa frustrada de micção – sempre que possível, ainda mais se houver estabilidade hemodinâmica do paciente. Se você tiver a suspeita e for fazer uma TC para avaliar, injete CONSTRASTE!! • Avaliar TC de pelve com contraste uretral Essa imagem é um raio X, tem a uretra, com contraste injetado, e quando chega bem antes da pelve, já é possível ver uma bola com extravasamento de urina importante. (circulado) Quando faz o toque retal e constatar que a próstata não está logo em cima, houve uma avulsão entre a uretra e a próstata. Eles se dissociaram por conta da guilhotina do osso do púbis. É quando o osso do púbis quebra, ele desce em direção a uretra, e secciona. Reparem na imagem, que há uma fratura no osso púbis (circulado). RESUMO - CISTOSTOMIA!!!!!!! • Alinhamento primário = estabilidadedo paciente ou laparotomia. • Cistoscopia só na intenção de realinhamento (Estabilidade) – para garantir uma uretra pérvia no futuro, e só deve ser feito na estabilidade hemodinâmica do paciente. • Abordagem combinada no realinhamento – tanto por baixo pela uretra, tanto por cima pela bexiga, se for necessário abrir a bexiga para isso. • Uretra peniana – abordagem primária (até 1,5cm) – por PAF ou lesão de arma branca e se tiver uma distância (gap) de até 1,5cm aborde o paciente no trauma e reconstrua ele. Não espere porque essa lesão tende a aumentar. • Impotência, incontinência, estenose, abscesso e fístula • Realinhamento 5-7 dias pós trauma • Uretroplastia 6-12 semanas pós trauma – reconstrução • Retirar sonda após 4-6 semanas e cistostomia 1 semana depois - depois que reabordar o paciente, que houve a reconstrução, ou também depois que você conseguir realinhar primariamente o paciente, a sonda deve permanecer em torno de 4 a 6 semanas para cicatrização completa. Depois disso tira a sonda e deixa a cistostomia para que ele urine e seja possível ver que tem a uretra pérvia. E depois de 1 semana que retirou a sonda e se ele estiver urinando bem, pode tirar a cistostomia dele e ela fecha sozinha. Se o paciente teve uretrorragia, não tente sondar o paciente, faça cistostomia! Teve globo vesical, não tente sondar, faça cistostomia. Fez o toque retal e viu que há uma dissociação da próstata, como se ela estivesse solta na pelve, não tente sondar, faça cistostomia!!! 17 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova Independente de onde você estiver trabalhando, se chegar um trauma, a coisa mais prudente de se fazer, é fazer a cistostomia no paciente. Confirmada a lesão de uretra, existe uma discussão eterna de fazer a abordagem primária com realinhamento da uretra ou abordagem tardia de reconstrução. A tendência hoje é essa que o prof colocou no slide. Ou seja, se você tiver um paciente estável e principalmente, se ele vai ser submetido a uma laparotomia, alinhe primariamente a uretra. Como faz isso? Tenta passar a sonda, por dentro do abdômen, vê se consegue puxar a sonda e colocar dentro da bexiga e faz a reanastomose. Se não conseguir passar a sonda, entra com um cistoscópio pela uretra até o ponto de oclusão, olha dentro da barriga, pode abrir a bexiga para ver onde está o colo da bexiga e realinha, fazendo a anastomose primária. Chegou o paciente com trauma, qual a primeira coisa que tem que fazer? Cistostomia! ¨Ah, mas irei abrir o abdômen do paciente e tenho como tentar realinhar a uretra¨. Pode fazer, tente mesmo!!! Mas se o paciente estiver instável hemodinamicamente, não tem com fazer. Tem até 7 dias para fazer abordagem no paciente. Depois disso não pode mais fazer devido ao processo de cicatrização. Trauma de genitália • Se houve Amputação = reimplante primário ou microcirurgia. Tenta reconstruir. A vascularização da glande não tem nada a ver com a vascularização do corpo cavernoso. As artérias cavernosas ficam no corpo cavernoso. O plexo dorsal do pênis é que é responsável pela glande. • Se Fratura = rafia primária • Se Perda de substância = rafia ou retalho SEMPRE derive a urina, não deixe nunca a urina ficar em contato com a superfície do trauma. Do lado direito da imagem tem uma fratura típica peniana. Do lado esquerdo é uma amputação peniana. Pênis Meta análise (2000 – 2014): O trauma de pênis está relacionado a: • Coito 46% • Flexão forçada (taqaandan) 21% • Masturbação 18% • Rolamento 8,2% Mecanismo mais comum – trauma contra sínfise e períneo. Fratura peniana – parceira por cima. 18 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova Litíase urinária é a formação dos cálculos urinários. A urina é um importante meio de excreção de sais que o nosso organismo tem, então, quando a urina fica muito concentrada, esses sais podem começar a se depositar em alguma área de estase ou numa área de obstrução ou nas partes mais baixas de alguma parte do aparelho urinário e começar a cristalizar. O diagnóstico de litíase vesical ou litíase urinária é muito antigo. O ser humano que se tem notícia que formou o cálculo urinário mais antigo foi uma múmia egípcia de 4.800 a.c, identificado através de tomografia computadorizada. Epidemiologia Entre 1-15% das pessoas no mundo terão cálculo. 2015 – 22 milhões de casos e 16.000 óbitos. A sazonalidade é responsável por grande variação de incidência (20%). Relação H/M 1:3. (mais frequente em mulheres) Maior incidência 30-50 anos. É uma importante causa de morbidade, podendo causar cólicas renais e infecções urinárias de repetição. Classificação quanto a localização Não está por ordem de incidência! ▪ Caliciais/calicinais (cálices renais). ▪ Piélicos (pelve renal). ▪ Coraliforme (Cálculos complexos que se assemelham grosseiramente a de um coral – árvore sem folha, com várias ramificações. A área mais espessa corresponde a pelve renal e se estende em direção aos cálices renais). ▪ Ureteral (Proximais – mais próximos do rim; médio; distal). A forma de tratamento pode mudar um pouco em relação à altura que esse cálculo se instalou no ureter. ▪ Vesical (bexiga). ▪ Uretral (uretra). Cada localização requer um tipo de tratamento específico e pode ter uma origem específica. Nem todos os cálculos se formam no rim, alguns se formam dentro da bexiga. Muito raramente eles se formam em ureter, e quando ocorre, está relacionado a algum defeito anatômico ou alguma estenose que não permite a passagem adequada da urina. Ordem decrescente de frequência. 1. Oxalato de cálcio puro – mais frequente. 2. Oxalato de cálcio e fosfato. 3. Fosfato de cálcio puro. 4. Estruvita – Cálculos de infecção (formado de fosfato amoníaco magnesiano). 5. Ácido úrico. 6. Cistina. Composição, frequência, radiotransparência e PH É importante por conta da facilidade diagnóstica. ▪ Cálculos de oxalato puro → 33%. Geralmente são radiopacos. ▪ Oxalato com fosfato → Geralmente são radiopacos. ▪ Fosfato puro → Radiopacos. ▪ Estruvita → Moderada radiopacidade. Já não são tão densos. Às vezes não são tão fáceis de serem visualizados no raio X. ▪ Ácido úrico → Radiotransparente (não aparecem na radiografia simples. Muitas vezes só podem ser vistos na tomografia). ▪ Cistina → Leve radiopacidade. Litíase urinária 19 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova Fatores de risco Clima → Pessoas que moram em lugares de clima mais quente. Locais de clima frio a incidência não é tão grande. Dieta → rica em sal de proteína. Ocupação → Trabalhadores de locais muito quentes (Ex.padarias, siderúrgicas, fornos industriais). Suor em demasia e menor hidratação. Obesidade → fator de risco e fator complicador. O tratamento cirúrgico dos cálculos é mais complexo. Gota → Hiperuricemia (ácido úrico elevado). Fator de risco para formação de cálculos de ácido úrico. Hereditariedade → histórico familiar. Ter o cuidado de aumentar a ingesta hídrica, diminuir a ingesta de sal, migrar a ingesta de proteína de carne vermelha para proteína de carne branca ou proteína de soja. Medicamentos: ➢ Medicações que podem se cristalizar na urina → Alopurinol, amoxicilina, ceftriaxone, quinolonas de modo geral, efedrina, indinavir, sulfonamidas) → ➢ Medicações que fazem modificações na composição da urina → Acetazolamida (diurético), alopurinol (tratamento de gota), Hidróxido de alumínio (tratamento de azia, dores gástricas causadas por úlcera pépticas, hiperacidez), ácido ascórbido, laxativos, furosemida. Informações dadas sobre o Indinavir → antiretroviral utilizado no tratamento do HIV. É excretadona via urinária e provoca formação de cálculos que não são vistos nem a tomografia, sendo necessário um exame contrastado para mostrar falha de enchimento na parede urinária, com área de dilatação sugestiva de cálculo impactado. Pela radiotransparência pode vir a formar um cálculo que não é visto nem mesmo na tomografia computadorizada. O risco conferido a tais medicações contraindica o seu uso para quem tem histórico de litíase? Não necessariamente contraindica, mas você vai pedir que o paciente tente ingerir mais líquido e faça exames de controle com mais frequência, tendo maior cuidado. Fisiopatologia A urina é um meio de excreção de sais, então, quando existe uma concentração excessiva de sais, esses sais podem tender a se precipitar e a se cristalizar. Analogia → Imagine um copo com água com uma colher de sal. Ao mexer a solução, provavelmente eu vou conseguir dissolver todo aquele sal no copo com água. Se eu for aumentando progressivamente aquela quantidade de soluto e não aumentar a quantidade de água, vai começar a ter precipitação do sal no fundo do copo. Da mesma forma, acontece com o nosso sistema urinário. A urina, pela temperatura e composição, tem características que facilitam que ela consiga excretar uma grande quantidade de sal sem que tenha precipitação. Essa capacidade não é infinita e existem pessoas (formadores de cálculo) que tem história familiar de cálculo ou que tem uma formação clínica que aumenta a formação de cálculos na urina. Como não é possível mudar a forma como esse organismo se comporta, é preciso orientar algumas mudanças nos hábitos de vida, como maior ingesta de água. A formação de cálculo renal é um processo complexo, dependente da interação de diversos fatores, incluindo: • Concentração urinária de íons formadores de cálculo → Quanto maior a concentração urinária dos sais que formam cálculo, maior a incidência do cálculo. • PH urinário → pacientes que tem hiperuricemia tem a formação de cálculos de ácido úrico. Ao alcalinizar a urina, nós podemos fazer com que esse cálculo diminua até que desapareça. • Fluxo urinário → Mais água → Menor chance de precipitação dos sais. • Balanço entre fatores de promoção e inibição da cristalização → O aumento do solvente e mudança do PH pode favorecer a diminuição da formação de determinados tipos de cálculos renais. • Fatores anatômicos que promovem estase urinária → Ex: Estenose de JUP (junção ureteropélvica). A urina é produzida dentro do rim e drenada para pelve, mas há um problema de drenar para o ureter de maneira adequada, levando a um aumento de pressão dentro do cálice renal e estase de urina e sais, levando a uma maior incidência de precipitação dos sais renais nos cálices inferiores. Excesso de vitaminas D e C geram aumento de absorção de Ca intestinal e hiperoxaluria respectivamente. 20 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova Local de formação Placas de Randall. Teoria: Estágios de formação → Dentro das papilas renais existem alterações lá dentro do túbulo (néfron) em que já começam haver alterações causadas por infecções bacterianas e aumento do risco de formação e precipitação de sais, com formação de cálculos renais. Distúrbios metabólicos associados Condições que aumentam o risco da formação de cálculos Oxalato de cálcio → Hipercalciúria, hiperoxalúria, hipernatriúria, hiperuricosúria e hipocitratúria. Ácido úrico → Metabolismo de purinas, desidratação, baixo pH (<5,5), acidez tubular, gota (20%), QTX (linfoma e leucemia). Estruvita (Infecção) → Bactérias produtoras de uréase (*proteus, *klebsiella, morganella, pseudomonas, corinebacterium). Cálculos extremamente colonizados por bactérias, em que o tratamento às vezes requer a esterilização da urina e uso de antibiótico. * Principais. Cistina → Cistinúria (gene recessivo – SLC3A1 e SLC7A9), aconselhamento genético. Quadro clínico O paciente que tem cálculo na parte mais alta (pelve renal, cálice renal), de modo geral, tem uma dor alta, lombalgia que geralmente piora quando há ingestão de líquido e geralmente á causada por cálculos de maior volume. O paciente que tem um cálculo de 3-5 mm, dificilmente tem cólica renal. A cólica renal é causada pela obstrução da via urinária, sendo que a simples presença de um cálculo do rim não é suficiente para causar dor (não é como uma pedra dentro do sapato). Se o cálculo renal não for obstrutivo (ex. fundo do cálice), não obstruir aquela área afunilada onde ele desemboca na pelve ou se não tiver obstruindo a pelve renal não haverá dor. Os cálculos só causam dor quando tem volume maior do que 1cm, causando dor lombar, dor na região subcostal posterior. Pode haver hematúria e quadro de infecção urinária. Os cálculos podem ser colonizados por bactérias que podem ser de difícil tratamento, porque a infecção urinária pode ser tratada, a urina esterilizada (urocultura de controle negativa), e quando é cessada a administração de antibiótico ao paciente ... aquelas bactérias que estão dentro do cálculo voltam a se manifestar e o paciente volta a ter infecção urinária. Às vezes, o paciente só vai ficar livre da infecção quando for possível a remoção dos cálculos urinários. Ex: Estudo científico → Cálculo coraliforme (grande volume), retirado através de cirurgia aberta do rim de um paciente. O cálculo foi quebrado e verificou-se que dentro dele havia bactérias que estavam relacionadas com a infecção urinária que o paciente tinha. O cálculo foi colocado dentro de uma solução de gluteraldeído (solução de esterilização) por 24 horas e depois foi retirado e quebrado. Dentro do cálculo, ainda haviam bactérias que estavam presentes antes da sua inserção na solução, ou seja, se nem a solução de esterilização de material cirúrgico conseguiu exterminar as bactérias presentes no cálculo coraliforme, o antibiótico também não consegue fazer isso. Muitas vezes, o tratamento da infecção urinária só é possível depois do tratamento dos cálculos. Rim: Cólica renal em cálculos >1cm; hematúria; ITU refratária. Ureter: O cálculo ureteral é o responsável pelas famosas cólicas renais, dor lombar de grande intensidade, geralmente relacionadas a distensão abdominal, náuseas, vômitos (pelo reflexo vaso-vagal), hiperflatulência. A dor geralmente tem origem na região lombar e pode ter uma irradiação para os testículos (testalgia – dor testicular), lábios da vagina (paciente do sexo feminino) ou fossa ilíaca do mesmo lado em que o cálculo está presente. O quadro clínico é uma dor de difícil tratamento, forte intensidade, que pode ter relação com hematúria. À medida que o cálculo vai se deslocando para as partes mais baixas (distais), chegando perto da JUV (junção ureterovesical), de modo geral, o paciente começa a ter queixas urinárias irritativas (quadro semelhante e 21 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova cistite: polaciúria, disúria, ardência, urgência miccional). Bexiga: De modo geral, estão relacionados com sintomas irritativos também (Disúria, ardência, polaciúria). Os cálculos volumosos que conseguem obstruir o colo vesical, o paciente sente a sensação de uma rolha obstruindo, onde o paciente começa a urina com um bom fluxo/jato e depois tem uma abrupta parada da urina, porque o cálculo impacta e fica preso no colo vesical, impedindo o esvaziamento da urina. Pode haver sangramento urinário (hematúria) em um sumário de urina, ITU repetitivas (colonização por bactérias), sintomas de HPB (comum. Sintomas obstrutivos inferiores). Diagnósticos diferenciais Fatores obstrutivos. Estenose de JUP. Megaureter. Apendicite. Aneurisma. Pancreatite.Hérnia discal. Hérnia lombar. Gestação ectópica. Torção de cisto de ovário. - Pacientes com náusea e vômito podem ter pancreatite. - Paciente com dor em fossa ilíaca pode estar com gestação ectópica, torção de cisto de ovário, DIP. - O paciente com megaureter não vai apresentar exatamente os mesmos sintomas de uma pessoa com cálculo. Exames de imagem TC das vias urinárias ▪ Padrão-ouro. ▪ É o exame que tem maior valor/acurácia/especificidade/sensibilidade para avaliação de diagnóstico de cálculos por exames de imagem. ▪ Sensibilidade de 95% e especificidade de 100%. ▪ Protocolo de baixa dose. Alguns pacientes são operados múltiplas vezes pela recorrência de cálculos renais. Sobretudo nessas situações, é importante lembrar de pedir ao paciente que faça uma tomografia (obs: protocolo de tomografia de baixa dose), para diminuir a exposição à radiação do paciente ao longo da vida. A tomografia é parecida com a que é feita normalmente, com qualidade de imagem muito semelhante. Tem dose baixa de radiação, fazendo com que seja possível uma boa avaliação dos cálculos com uma menor exposição do paciente à radiação. ▪ Permite calcular a densidade dos cálculos. Dá pra prever mais ou menos a composição. O cálculo duro tem menor chance de se conseguir tratar com litotrípsia extracorpórea. ▪ Permite a visualização da posição, tamanho, formato, localização do cálculo. Obstrução com dilatação da pelve e dos cálices renais do rim esquerdo. Sistema coletor, ureter proximal dilatado. O ureter chega a fazer uma dobra. Imagem a seguir: dilatação do ureter de 2cm. Obstrução com dilatação da pelve e dos cálices renais do rim esquerdo. Dilatação de todo o sistema coletor. O ureter chega a fazer uma dobra por conta do peso ocasionado pela estase da urina provocado por um grande cálculo ureteral. Ajuda o cirurgião a decidir o tipo de tratamento. Neste caso, é necessária uma ureterocistografia com ureteroscópio semirrígido. A falha de enchimento vista no ureter do rim direito representa a peristalse normal do ureter. Nunca espere ver o ureter todo corado como está do lado esquerdo, pois ele tem uma grande peristalse. Hidronefrose a esquerda por conta do cálculo impactado em terço superior de ureter esquerdo. A ultrassom não é tão sensível. A ressonância magnética não tem tanto valor. Em casos de emergência, a radiografia simples é viável, porém não mostra as alterações. Às vezes o cálculo não é visível no raio X. A distensão abdominal empobrece o raio X simples e a ultrassom. A urografia excretora era muito utilizada antigamente, sendo um exame muito mais demorado e não utilizado na emergência. Ultrassonografia Barato, prático, rápido, altamente acessível, o paciente consegue ter acesso de maneira muito intensa, não tem radiação (pode usar em paciente gestante). ▪ Técnico dependente. ▪ Sensibilidade 95% para cálculos renais e 70% para cálculos ureterais. ▪ Exame de controle: Principalmente quando acabou de fazer uma litotripsia extracorpórea. ▪ Obsoleto: Completamente substituído pela tomografia computadorizada. ▪ Consegue ver hidronefrose, aumento de volume, dilatação. Consegue comparar o calibre do ureter proximal com o calibre do ureter distal. 22 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo da prova É muito melhor para avaliação dos cálculos proximais: terço superior de ureter, rins, terço inferior do ureter e bexiga. Não é bom para avaliação de cálculos no terço médio. O terço médio do ureter está atrás das alças intestinais, que geralmente estão bem dilatadas (distensão por gases) no paciente com cólica renal. Essa parte a ultrassonografia não enxerga bem. Na parte mais baixa (bexiga e terço inferior do ureter), um bom radiologista/ultrassonografista consegue detectar cálculos milimétricos se aproximando da JUV (junção ureterovesical). Imagens a seguir: A → Hiperecogênica. Sombras posteriores caracterizando os cálculos. Sem dilatação importante. B → Hiperecogênica com um pouco de sombra posterior. C → Hidronefrose de um cálice causada por um cálculo de mais ou menos 1 cm obstruindo e dilatando apenas um cálice do rim. D → Pelve renal dilatada e cálices renais bem grandes e visíveis. Ureterohidronefrose. Exames laboratoriais Hemograma: avaliação do paciente com dor abdominal aguda. Sumário de urina (hematúria, cristais) com urocultura e antibiograma. Quando o paciente chega com litíase renal, a gente solicita a urocultura com antibiograma logo no início, mas não se espera o resultado (3-5 dias), necessitando de tratamento da infecção (caso exista). Obstrução + infecção urinária → emergência!!! O paciente precisa ser desobstruído. Função renal → Ureia e creatinina. Um paciente com cólica renal pode ter piúria estéril (aumento da contagem de piócitos sem infecção urinária). Pode acontecer na tuberculose urinária e a na litíase urinária. Mesmo no sumário de urina de uma pessoa sem cálculos renais pode haver cristais. Acontece muito frequente nos volumosos cálculos de bexiga e na hiperplasia prostática benigna. Pode haver hematúria microscópica na litíase. A conduta inicial é hidratação leve, analgesia (dipirona), antitérmico (se não for alérgico), anti-inflamatório), anti- eméticos. Pede os exames de laboratório, mesmo que não tenha certeza se é uma coisa ou outra, mesmo com uma suspeita de que é cólica ou pielonefrite, e já vai tratando o paciente. • Analgesia imediata! Avaliar alergia e restrições. • Opioides: melhora a dor. • Anti-inflamatórios não esteróides: não usar em paciente com obstrução bilateral (ex. cálculo nos 2 ureteres) para não piorar a função renal do paciente. Foi o que eu entendi o professor explicar, porém não sei se foi bem isso! • Anti-eméticos: para paciente que tem náusea. • Avaliar antibiótico • Alfa-bloqueadores! Efeito em melhorar o peristaltimo/relaxamento do ureter. • Evitar hiperidratação: É talvez a coisa mais importante da aula. Hidratar é depois que já passou a crise. No momento da emergência, na cólica renal, não se deve fazer hiper-hidratação. Tanto a cólica renal quanto a pielonefrite aguda podem causar dor lombar bastante intensa. A cólica renal, de forma geral, causa uma dor lombar bem mais intensa e mais violenta, podendo chegar numa escala de dor de grau 8-9 (paciente pode se contorcer, rolar na maca). A pielonefrite aguda causa uma dor menos intensa, menos aguda, bastante incômoda, relacionada a quadro infeccioso (febre, queda do estado geral, dor muscular generalizada, sintomas urinários prévios). Em algumas situações, a pielonefrite aguda pode abrir o quadro já com dor lombar e febre. Uma forma de diferenciar, é que o paciente com pielonefrite tem um quadro clínico mais infeccioso, enquanto que o quadro da cólica renal é uma dor abdominal mais aguda, que surge de uma hora pra outra, sem nenhum comemorativo prévio. No paciente com pielonefrite, cursando com dor e febre, a gente pode oferecer analgésico e antitérmico. A pielonefrite é um diagnóstico diferencial que você tem que ter sempre em mente quando está diante de um paciente com dor lombar. De modo geral, na emergência, o plantonista tende a pedir uma tomografia computadorizada e a rotina laboratorial (hemograma - VHS, PCR; beta-HCG – mulher em idade reprodutível; função renal). Tratamento cirúrgico Desobstrução o mais rápido possível se refratário ao tratamento medicamentoso. Todas às vezes que temos um paciente com cólica renal refratária ao tratamento analgésico que continua sentindo dor mesmo após intervenção medicamentosa, está indicado o tratamento cirúrgico. Cálculo ureteral de até 8 mm (no caso, 7mm ou menos) → Até 90% de chance de ser eliminado 23 Beatriz Machado de Almeida Urologia – Resumo
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