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ATIVIDADE DA AULA 05 03

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AULA 01- SAÚDE MENTAL 
ESTUDAR O PASSO A PASSO DO ROTEIRO DA AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA 
1. Dados da identidade do paciente: nome, idade, sexo, estado civil, situação 
conjugal, naturalidade, procedência, ocupação, renda pessoal e familiar, 
escolaridade. 
Esse primeiro passo tem o objetivo de situar quem é o paciente. 
2. Motivo da procura do tratamento: foi o que aconteceu para que o paciente 
resolveu procurar atendimento ou até internação hospitalar. Tentar entender o 
que desencadeou a procura. 
3. História da doença atual: deve ser feita pelo profissional uma descrição 
detalhada dos sintomas apresentados pelo paciente no episódio atual, seu início, 
assim como se houve episódios anteriores da mesma doença. 
4. História médica pregressa: buscar saber sobre tratamentos já realizados, a 
utilização de psicofármacos (dose, tempo de uso e resposta), tratamentos 
psicoterápicos, hospitalizações psiquiátricas anteriores, com seus benefícios e 
insucessos. 
5. História pessoal e social: incentivar que o paciente relate ao entrevistador sobre 
como fora seu desenvolvimento psicomotor, vida escolar e relacionamentos 
interpessoais, sexualidade, capacidade de intimidade e de envolvimento afetivo, 
uma vez que esses pontos podem ser desencadeantes do quadro atual e devem 
ser considerados. Um breve resumo da história familiar e a história ocupacional 
e profissional do indivíduo. A partir do comportamento, da forma como o 
entrevistado descreve sua história, o entrevistador faz deduções sobre 
consciência, orientação, memória, nível intelectual geral, afeto, pensamento, 
juízo crítico, conduta e linguagem, tudo isso contribui para o estabelecimento do 
diagnóstico clínico. 
6. Exame do estado mental: averígua-se a aparência, atitude ou comportamento 
na entrevista, forma de se expressar, contato com o entrevistador, humor 
predominante na entrevista, modulação afetiva, pensamento, sentimentos 
despertados no entrevistador. Além disso, é feita a listagem dos sintomas 
apresentados ou relatados pelo paciente, pelos familiares, enfermagem ou 
percebidos pelo profissional na entrevista, conforme o exame de onze funções 
psíquicas: C-A-S-O-M-I-A-PE-JU-CO-L. Questiona-se as funções psicofisiológicas 
do paciente (sono, alimentação e sexualidade). 
7. Diagnóstico multiaxial: de acordo com os sintomas do paciente são realizados 
exame físico, neurológico, laboratoriais, de imagem e testes psicológicos. 
8. Discussão diagnóstica e diagnóstico diferencial: avalia-se as razões pelas quais 
o médico opta por determinada categoria diagnóstica como diagnóstico 
principal, após a análise dos dados de anamnese e exames complementares. 
Discute-se outros diagnósticos possíveis e suas justificativas de exclusão. 
9. Considerações sobre a etiologia: discute-se sobre os diferentes fatores que 
podem ter contribuído para o surgimento e a manutenção dos sintomas, como 
por exemplo, a vulnerabilidade biológica + fatores sociais e ambientais + fatores 
psicodinâmicos. 
10. Plano de tratamento: avalia-se qual o tipo de diagnóstico apresentado pelo 
paciente e qual o tratamento ou a combinação de tratamentos mais apropriado; 
se há a indicação ou não do uso de psicofármacos e escolha da medicação mais 
apropriada; se há a indicação ou não de psicoterapia e qual a mais apropriada; 
as condições pessoas do paciente para o uso de psicofármacos e para as 
diferentes formas de psicoterapia; psicoeducação e manejo da família. 
ESTUDAR OS PRINCÍPIOS TÉCNICOS DA ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA 
A entrevista é aprendida e intuitiva, ou seja, o profissional que irá conduzi-la 
precisa estar apto em diversas habilidades, como por exemplo, saber formular 
corretamente as perguntas, saber quais questionamentos precisam ser evitados em 
determinados momentos, identificar os momentos certos e como direcionar as 
perguntas, ser empático com o estado psíquico de seu paciente. Esses quesitos são 
cruciais para o sucesso da entrevista e o estabelecimento do diagnóstico clínico e 
terapêutico, além de produzir a sensação de confiança e esperança no paciente. 
Os objetivos da entrevista são: formular um diagnóstico clínico, criar um vínculo 
terapêutico, realizar a anamnese (onde o profissional vai avaliar os sintomas objetivos + 
a vivência subjetiva do paciente em relação aos sintomas + cronologia dos fenômenos + 
dados pessoais e familiares → estando SEMPRE atento às reações do paciente), 
comunicar informações, orientar os familiares, implementar um plano terapêutico. 
É de suma importância ressaltar que nas primeiras entrevistas o entrevistador 
precisa assumir uma atitude ativa, ou seja, interrogando o paciente a fim de ter certeza 
que está compreendendo o que está sendo dito por ele. A coleta dos dados 
sociodemográficos básicos e o relato da queixa principal contribuem para o profissional 
se situar sobre quem é o paciente e seu estilo. Vale lembrar ainda, que é dever do 
profissional esclarecer ao paciente que todas as informações são sigilosas. 
Além disso, o entrevistador deve observar no paciente a aparência geral (olhar, 
expressão facial, aspecto doentio, marcas ou desfigurações, peso abaixo ou acima do 
normal, higiene, vestimenta...), seu comportamento motor, qualidade da fala, humor e 
a relação com o entrevistador. 
 O profissional deve sempre buscar fazer intervenções que auxiliem a 
continuidade da fala do paciente. Além disso, é necessário indagar o entrevistado sobre 
ideação suicida e tentativa prévia, assim como história familiar de suicídio. Ainda que 
possam existir temas difíceis ou constrangedores para o paciente o profissional não deve 
deixar de abordá-los. É válido lembrar, que dar ao paciente a possibilidade de perguntar 
é essencial e favorece a confiança na relação médico-paciente. 
 Por fim, é de suma importância relembrar o que o médico não deve fazer: 
demonstrar surpresa, espanto ou desaprovação sobre o que está sendo relatado pelo 
paciente; responder com pequenas palavras “sim” ou “não”; interromper o relato do 
paciente para solicitar informações ou tópicos que ficaram sem respostas; pôr em 
dúvidas sintomas ou fatos relatados; questionar opiniões ou sentimentos do paciente; 
fazer julgamentos morais ou opinar sobre convicções religiosas, morais ou políticas; 
discutir, mostrar-se ansioso, impaciente ou irritado; ser exageradamente otimista; 
firmar diagnósticos ou condutas sem ter elementos necessários. 
ESTUDAR OS SINAIS E SINTOMAS DOS TRANSTORNOS MENTAIS 
Qual razão justifica a ordem das letras no acróstico CASOMIAPEJUCOL? Por qual razão 
o acróstico CASOMILinAPenCo pode ser mais útil? 
A justificativa das letras em CASOMIAPEJUCOL se dá pelas funções (consciência, 
atenção, sensopercepção, orientação, memória e inteligência geral) ficarem alteradas 
em síndromes cerebrais orgânicas, as quais exigem conduta diagnóstica específica. O 
acróstico CASOMILinAPenCo é mais útil, pois lembra que os transtornos de linguagem 
podem derivar de síndromes cerebrais orgânicas e de uma alteração funcional sem lesão 
orgânica identificável.

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