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artigo - AAS - QF

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Página 1 de 5 
Síntese, purificação e teste de pureza 
de Ácido Acetilsalicílico 
Faculdade Independente do Nordeste - FAINOR 
Av. Luís Eduardo Magalhães, 1305 - Candeias, Vitória da Conquista - BA, 45055-030 
Maria Beatriz Almeida Pereira
1
*, Lívia Pereira Carvalho
2
, Ana Paula Coelho de Almeida Andrizen
2
, Elisandra 
dos Santos
2
, Soraia Carvalho
2
. 
 
 
RESUMO 
Objetivo: Obter como produto final a aspirina por meio da síntese, da cristalização e recristalização do 
ácido salicílico e testar a pureza do mesmo. Métodos: O estudo foi realizado no laboratório da FAINOR em 
Vitória da Conquista – Ba. A produção de AAS foi realizada em etapas de síntese, cristalização, 
recristalização, purificação e por fim, cálculo de rendimento da produção. Resultados: A principal diferença 
entre o ácido acetilsalicílico e o ácido salicílico, é a inexistência da hidroxila fenólica, a qual é pertencente 
da estrutura do AS e não do AAS. A produção rendeu 3,98 g de AAS e o rendimento da reação foi de 
98,51% Conclusão: A síntese do ácido acetilsalicílico foi efetuada com sucesso, foram obtidos cristais 
puros com coloração branca. 
Palavras-chave: Aspirina, Síntese, Pureza 
 
 
INTRODUÇÃO 
Aspirina é o nome comercial do medicamento que tem como base o ácido acetilsalicílico (AAS). A origem 
desse medicamento está no salgueiro, cujas cascas foram muito utilizadas na antiguidade para o tratamento 
de dores. A casca da árvore do salgueiro branco (Salix alba) foi usada como medicamento por milhares de 
anos e foi citada por Hipócrates em 400 a.C e por Dioscarides, cirurgião grego do exército romano 
(LUENGO, 2005). 
O ácido acetilsalicílico pertence ao grupo de fármacos anti-inflamatórios não-esteróides (AINE’s), com 
propriedades analgésicas, antipiréticas e anti-inflamatórias. Seu mecanismo de ação baseia-se na inibição 
irreversível da enzima ciclo-oxigenase (COX), envolvida na síntese das prostaglandinas (ANVISA, 2011). 
Também é empregado na prevenção de problemas cardiovasculares, devido à sua ação vasodilatadora. Um 
comprimido de aspirina é composto de aproximadamente 500 mg de ácido acetilsalicílico (BRASIL, 2010). 
A síntese do AAS é realizada através de uma reação de acetilação do ácido salicílico. Apesar de possuir 
propriedades medicinais similares ao do AAS, o emprego do ácido salicílico como um fármaco é 
severamente limitado devido aos seus efeitos colaterais, ocasionando profunda irritação na mucosa da 
boca, garganta e estômago (MENEGATTI; FRAGA; BARREIRO, 2011). 
Graças ao aumento do conhecimento científico e ao desenvolvimento da tecnologia, hoje em dia, é 
possível sintetizar em laboratório substâncias iguais ou semelhantes às substâncias que se podem 
encontrar na natureza, mas também substâncias com propriedades potenciadas, ou até mesmo com 
propriedades até agora inexistentes, o que contribuiu para a melhoria da qualidade de vida nas sociedades 
contemporâneas (SIMÕES et al., 2000). 
 
 
 
 
 
 Página 2 de 5 
Diante disso, este trabalho tem como objetivo obter como produto final a aspirina por meio da síntese, da 
cristalização e recristalização do ácido salicílico e testar a pureza do mesmo. 
 
MÉTODO 
Nesse experimento foram utilizados materiais e reagentes específicos. Os procedimentos realizados no 
laboratório da Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR) foram feitos em etapas. Como um todo para 
todas as etapas foram utilizados como reagentes 10mL de ácido sulfúrico concentrado, 200mL de anidrido 
acético, 150g de ácido salicílico, água, etanol, cloreto férrico, gelo. As vidrarias utilizadas se referem ao uso 
de pipetador, balão de 250 ml, pipeta de Pasteur, béquer,de diferentes volumes, proveta, funil de bunchner, 
kitassato, bomba a vácuo, papel filtro, bacia média, vidro de relógio, bastão de vidro. 
1ª etapa – Síntese do AAS 
Pesou-se e transferiu aproximadamente 3,1 g de ácido salicílico seco e 5 mL de anidrido acético em um 
béquer de 100 mL. Adicionou-se 5 gotas de ácido sulfúrico concentrado. Com um bastão de vidro, agitou-se 
no interior do béquer para assegurar uma mistura completa. Aqueceu-se a reação em banho-maria (por 
volta de 50-60 ºC), mantendo a agitação durante 15 minutos. Deixou-se a mistura esfriar e agitou-se 
ocasionalmente. Adicionou-se 50 mL de água gelada e esperou formar os cristais para filtrar no funil, 
lavando com água gelada. Separou-se uma pequena quantidade de amostra (5-10 mg) para posterior 
determinação do ponto de fusão. 
2ª etapa – Recristalização 
Primeiramente filtrou-se a vácuo os cristais produzidos na etapa anterior. Iniciou-se então o processo de 
recristalização. Dissolveu-se da substância em etanol aquecido. O ácido acetilsalicílico sintetizado foi 
dissolvido em álcool em ponto de fervura. 
Depois do preparo do processo de filtragem, transferiu-se o material do papel filtro para um béquer, 
adicionou-se um pouco de etanol em fervura utilizando a pipeta de Pasteur para retirar mais o material do 
funil. Filtrou-se em água destilada a 50ºC, com a proveta transferiu a água para um béquer de 250 ml com 
papel filtro pregueado. O processo de filtração desta forma ocorreu lentamente, sem muita agitação, dando 
continuidade à maturação, isolando todo o sistema para produzir cristais com grânulos maiores, sendo estes 
por sua vez filtrados e encaminhados para a próxima etapa. 
3ª etapa – Purificação 
Com EtOH/H2O: Transferiu-se o sólido obtido para um béquer, adicione cerca de 5-10 mL de etanol e 
aqueceu-se a mistura (50-60 C) até a completa dissolução. 
Após resfriar, adicionou-se água lentamente (até começar a turvar), e deixou o sistema em repouso 
durante alguns minutos. Filtrou-se usando funil de Buchner, secou e determinou o ponto de fusão do 
produto obtido. Calculou-se o rendimento percentual. 
4ª etapa – Teste de pureza do AAS 
O ácido acetilsalicílico foi mantido em lugar seco. Transferiu-se cerca de 20mg da amostra para um vidro 
de relógio. Em seguida, adicionou-se 5 gotas de solução alcoólica de cloreto férrico. Misturou-se e 
observou-se o que aconteceu. A positividade do teste se dar pelo aparecimento da coloração avermelhada 
a violeta, indicando presença de ácido salicílico. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 A principal diferença entre o ácido acetilsalicílico e o ácido salicílico, é a inexistência da hidroxila 
fenólica, a qual é pertencente da estrutura do AS e não do AAS. Esta hidroxila que torna ácida a molécula 
do ácido salicílico. A reação de síntese do ácido salicílico (C7H6O6) ocorre através do ataque nucleofílico do 
 
 
 
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grupo OH fenólico sobre a carbonila do anidrido acético (C4H6O3) ou cloreto ácido de acetila, seguido de 
eliminação de ácido acético, formado como um subproduto da reação, assim mostra a Figura 1 abaixo. 
 
Figura 1. Síntese de AAS 
Fonte: LUZ et al.,2019. 
 
Esta reação pode ocorrer tanto em meio básico quanto em meio ácido. Neste trabalho utilizou-se um meio 
ácido. A protonação do anidrido acético foi feita pelo ácido sulfúrico. Forma-se então um carbocátion com 
um grupo hidroxila. Este carbocátion é atacado pelo par de elétrons do oxigênio do grupamento hidroxila do 
ácido salicílico, agora com carga positiva. 
 No próximo passo o próton (átomo H+) é transferido para o átomo de oxigênio do éter. Por fim, 
ocorre uma reação de eliminação que origina o ácido acético. O outro produto converte-se no ácido 
acetilsalicílico apenas pela perda de um hidrogênio em excesso, o que permite, adicionalmente, a 
reconstituição do catalisador. 
Grande parte das reações químicas realizadas em laboratório necessita de etapas posteriores para 
a separação, purificação e pureza adequadas do produto. A purificação de compostos cristalinos impuros, 
geralmente é feita por cristalização a partir de um solvente ou de misturas de solventes. Essa técnica, 
conhecida por recristalização, baseia-se na diferençade solubilidade que pode existir entre um composto 
cristalino e as impurezas presentes no produto da reação (NETO, 2012). 
 Um solvente apropriado para a recristalização de uma determinada substância deve preencher os 
seguintes requisitos: possibilitar uma fácil dissolução da substância em altas temperaturas; proporcionar 
pouca solubilidade da substância em baixas temperaturas; ser quimicamente inerte; possuir um ponto de 
ebulição relativamente baixo, permitindo a sua fácil remoção da substância recristalizada e deve solubilizar 
mais facilmente as impurezas à substância recristalizada (NETO, 2012). O solvente utilizado foi o etanol, o 
qual atendeu as necessidades para a realização da cristalização. 
 O resfriamento durante o processo de recristalização deve ser feito lentamente para que se permita 
a disposição das moléculas em retículos cristalinos com formação de cristais grandes e puros. Caso a 
substância seja muito solúvel em um dado solvente e pouco em outro, combinações de solventes podem 
ser empregadas, porém, estes devem ser completamente miscíveis, exemplo o etanol e a água. 
Após a pesagem a massa de AAS produzida foi de xxxg (Figura 2) e posteriormente o produto final 
foi comparou-se com a massa teórica pela relação estequiométrica. A massa teórica de AAS para g de AS é 
obtida através da equação 1 balanceada da reação. 
 
1 C7H6O3 + C4H6O3 → 1 C9H8O4 + C2H4O2 Eq.(01) 
 
138 g de AS ---------------------- 180g de AAS 
3,1 g de AS ----------------- X g de AAS 
X= 4,04g de AAS 
 
 
 
 
 Página 4 de 5 
 
Figura 2. Massa de AAS obtida 
Fonte: Autoria própria 
 
 Deve-se levar em consideração que o rendimento não é de 100%, pois parte do AS, ficou 
impregnado no balão, o grau de pureza do AS, do anidrido acético e do ácido sulfúrico pode não ser 100%, 
ou seja, os reagentes não são absolutamente puros. Leva-se em consideração também que há perda de 
parte do material na pesagem e também no processo reacional. Todos estes processos implicam em uma 
queda no valor do rendimento. 
Sabe-se que a massa teórica pela estequiometria da reação, para a realização desse cálculo é de 
4,04 g. Após a pesagem dos cristais recristalizados, realizou-se os devidos cálculos para obtenção do valor 
de rendimento em porcentagem da síntese realizada através da seguinte Equação 2: 
 
R(%)= Mo x 100 Eq.(2) 
 Mt 
 
Onde, Mo é a massa obtida, Mt é a massa teórica da equação estequiométrica da reação. 
O rendimento desta produção de AAS implicou em 98,51%. 
Após a realização do teste de pureza obteve-se resultado negativo para a presença de fenol no 
AAS produzido. A positividade do teste é dada pelo aparecimento da coloração avermelhada a violeta na 
amostra testada. Em presença de umidade o acido acetilsalicílico é lentamente hidrolisado liberando ácido 
salicílico e ácido acético, sendo detectado pelo teste formando um complexo entre o cloreto férrico e o ácido 
salicílico. O resultado do teste está expresso na Figura 3 abaixo. 
 
 
 
 Página 5 de 5 
 
Figura 3. Resultado do teste de purificação com 
cloreto férrico 
Fonte: Autoria própria 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A síntese do ácido acetilsalicílico foi efetuada com sucesso, foram obtidos cristais puros com coloração 
branca.De acordo com os dados obtidos através dos cálculos de rendimento para a massa de ácido 
acetilsalicílico obtida foi de 98,51 %. Diversos fatores influem para a perda de produto durante o processo 
de síntese, tais como, aderência de material nas paredes das vidrarias, no processo de filtragem e erros 
instrumentais. Porém, a metodologia proposta e realizada mostrou-se eficaz na produção de AAS, sendo, 
reprodutível em laboratórios de pequeno porte, como de instituições de ensino. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ANVISA. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária / Ministério da Saúde. Setor Regulado.Registros de 
medicamentos: Aspirina. 2011. Disponível em:http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/BM/BM%5B25345-1-
0%5D.PDF> Acesso em 20 de junho de 2021 
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA. Farmacopeia Brasileira. 5ª 
ed. v.2, 2010. 
LUENGO, M. B. (2005). A historical revision of the main immunological events and pharmacology in the 
search of the understanding and treatment of inflammatory diseases. Revista Eletrônica de Farmácia. São 
Paulo. 2, (2), 64-72. 
LUZ, LESLIE TAUANY SCHNEIDER da et al . Avaliação e otimização das condições de obtenção do ácido 
acetilsalicílico para fins didáticos. Educ. quím, Ciudad de México , v. 30, n. 2, p. 54-69, 2019 . 
MENEGATTI, R.; FRAGA, C. A. M.; BARREIRO, E. K. (2011). A Importância da Síntese de Fármacos. 
Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola. 3. Consultado em junho, 2018 
NETO, A. P. dos S.; FILHO, J. G. da R.; ALVES, A. J. Síntese do Ácido Acetilsalicílico (AAS). Escola 
Técnica Estadual Professor Agamêmnon Magalhães, ETEPAM, 2012. 
SIMÕES, T; QUEIRÓS, M; SIMÕES, M. – Técnicas Laboratoriais de Química – Bloco I, Porto, 1.ª ed., Porto 
Editora, 2000.

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