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Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano FÁCIES E MARCHAS Este resumo segue o livro de Semiologia Médica, do Porto, 8ª edição. As imagens são do Porto ou do google. Marcha Para ser analisada, pede-se para o paciente caminhar por uma distância maior do que 5 m, descalço, com olhos abertos e fechados, indo e voltando. - Marcha de pequenos passos: diminuição do comprimento da passada, sendo que o paciente tem um deslocamento anterior do corpo e uma redução da potência no final do movimento da passada. Ela é resultado da perda da plasticidade de algumas estruturas cerebrais capazes de controlar a marcha, tendo uma maior tendência para quedas. CAUSAS: SENILIDADE, ALZHEIMER. - Marcha ceifante ou hemiplégica: paciente não consegue aumentar a velocidade do movimento ou se adaptar à irregularidade do solo, tendo uma dificuldade para elevar o pé durante a caminhada. Ao andar, o paciente levante o membro afetado para fora e depois para frente, realizando um movimento ao redor da coxa, como se ceifasse algo no chão. Ainda, há comprometimento da oscilação dos braços. CAUSA: AVE. - Marcha atáxica: pode ser por ataxia sensorial, por ataxia labiríntica (vestibular) ou por ataxia cerebelar. Há, assim, um comprometimento da postura e da coordenação dos movimentos. Portanto, o paciente fica cambaleando, como se fosse cair, e anda batendo o pé, alargando a base e olhando para o chão. CAUSAS: ESCLEROSE MÚLTIPLA, ATAXIA DE FRIEDREICH, POLINEUROPATIA PERIFÉRICA (DIABÉTICA E ALCOÓLICA) E LESÕES CEREBELARES. - Marcha propulsiva: paciente possui postura rígida, com a cabeça e o pescoço encurvados para frente, enquanto os braços permanecem estendidos e imobilizados, rentes ao corpo, enquanto os quadris e joelhos permanecem semiencurvados. Ao andar, o centro de gravidade do corpo se desloca para frente, o que prejudica o equilíbrio, obrigando o paciente a dar passos curtos e rápidos involuntariamente. NÃO É A MARCHA DE PEQUENOS PASSOS. CAUSAS: PARKINSON, ESCLEROSE MÚLTIPLA. - Marcha tabética ou talonante: base alargada e olhar fixo no chão (perda de noção de proximidade do solo em relação aos pés). Os pés são arremessados para Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano frente e batem no chão com forca. Os calcanhares tocam o solo pesadamente. CAUSAS: NEUROSSÍFILIS E POLINEUROPATIA PERIFÉRICA. - Marcha espástica ou em tesoura: uma das pernas fica esticada com flexão plantar do pé, enquanto um dos braços permanece imóvel e próximo ao corpo (hemiparesia espástica). Quando é bilateral, os MMII ficam enrijecidos, espásticos e semifletidos. Ao caminhar, os pés vão se arrastar e as pernas se cruzam, em um movimento que parece uma tesoura. CAUSAS: ESCLEROSE MÚLTIPLA, ENCEFALOPATIA CRÔNICA DA INFÂNCIA. - Marcha anserina: quando o paciente da o passo, o quadril oposto cai, pois há fraqueza dos músculos da cintura pélvica. CAUSA: DISTROFIA MUSCULAR. - Marcha claudicante: para aliviar o peso sobre um dos MMII, o paciente coloca a força no outro membro, de modo que um fique com menos força no chão. CAUSAS: AFECÇÕES ARTICULARES, MUSCULARES OU ÓSSEAS QUE SE ACOMPANHAM DE DOR. Fácies - Fácies hipocrática: olhos fundos, parados e inexpressivos. Nariz afila-se e os lábios se tornam adelgaçados. Observa-se o “batimento das asas do nariz”. Quase sempre o rosto está coberto de suor, há palidez cutânea e uma discreta cianose labial. INDICA DOENÇA GRAVE, INCLUINDO DESNUTRIÇÃO. - Fácies renal: edema ao redor dos dois olhos, somado com palidez cutânea. CAUSA: DOENÇA RENAL, PRINCIPALMENTE SÍNDROME NEFRÓTICA E GLOMERULONEFRITE AGUDA. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano - Fácies leonina: AS ALTERAÇÕES VISTAS SÃO PRODUZIDAS PELAS LESÕES PELA HANSENÍASE. A pele, além de espessa, fica com lepromas de tamanhos variados e confluentes, em maior número na fronte. Os supercílios caem, o nariz fica espessado e alargado. Os lábios ficam mais grossos e proeminentes. As bochechas e o mento se deformam pelo aparecimento de nódulos. A barba escasseia ou desaparece. - Fácies adenoidiana: nariz pequeno e afilado e boca sempre entreaberta. CAUSA: HIPERTROFIA DE ADENOIDES (dificuldade na respiração) - Fácies parkinsoniana: a cabeça se inclina um pouco para frente e fica nessa posição. O olhar fica fixo, os supercílios e a fronte enrugada (paciente com expressão de espanto). Há falta de expressividade facial. CAUSA: PARKINSON. - Fácies basedowiana: exoftalmia e olhos brilhantes, com rosto magro. A fisionomia indica vivacidade, mas as vezes apresenta um aspecto de espanto e ansiedade. Há bócio. CAUSA: HIPERTIREOIDISMO. - Fácies mixedematosa: rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada e com acentuação dos sulcos. As pálpebras se tornam infiltradas e enrugadas. Os supercílios são escassos e os cabelos secos e sem brilho. A fisionomia indica desânimo e apatia. - Fácies acromegálica: saliência das arcadas supraorbitárias, proeminência das macas do rosto e maior desenvolvimento do maxilar inferior, além do aumento do tamanho do nariz, lábios e orelhas. Olhos parecem pequenos. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano - Fácies cushingoide ou de lua cheia: rosto arredondado, com atenuação dos traços faciais. Pode aparecer acnes secundárias. CAUSA: SÍNDROME DE CUSHING POR HIPERFUNÇÃO DO CÓRTEX ADRENAL (primeira imagem); PACIENTES COM USO PROLONGADO DE CORTICOESTEROIDES (segunda imagem – observe o rubor). - Fácies mongoloide: prega cutânea (epicanto) torna os olhos oblíquos, bem distantes um do outro, lembrando o tipo de olhos dos chineses. Rosto arredondado, boca quase sempre entreaberta, expressão fisionômica de pouca inteligência ou mesmo de completa idiotia. CAUSAS: MONGOLISMO, SÍNDROME DE DOWN. - Fácies de depressão: cabisbaixo, com pouco brilho nos olhos e fixos em um ponto distante. O sulco nasolabial se acentual e o canto da boca se rebaixa. O conjunto fisionômico denota indiferença, tristeza e sofrimento emocional. CAUSA: transtornos depressivos. - Fácies pseudobulbar: crises de choro ou riso, involuntárias, mas conscientes (paciente tenta contê- las), dando aspecto espasmódico à fácies. CAUSA: PARALISIA PSEUDOBULBAR. - Fácies da paralisia facial periférica: assimetria da face, com incapacidade de fechar as pálpebras e com repuxamento da boca para o lado, com apagamento do sulco nasolabial. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano - Fácies miastênica ou fácies de Hutchinson: ptose palpebral bilateral, fazendo o paciente franzir a testa e levantar a cabeça. CAUSA: MIASTENIA GRAVE E MIOPATIAS DOS MÚSCULOS DA PÁLPEBRA SUPERIOR. - Fácies do deficiente mental: os traços faciais são apagados e grosseiros; a boca fica entreaberta, as vezes com salivação. Quando há hipertelorismo e estrabismo, há acentuação da morfologia. Na fisionomia, o olhar é desprovido de objetivo e os olhos se movimentam sem se fixarem em nada, traduzindo um constante alheamento ao meio ambiente. Meio sorriso sem motivação, que se acentua em resposta a qualquer coisa. - Fácies etílica: olhos avermelhados e ruborização da face, hálito etílico, voz pastosa e um sorriso meio indefinido. - Fácies esclerodérmica ou fácies de múmia: imobilidade facial por alterações na pele (apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos), repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e imobilização das pálpebras. Fisionomia inexpressiva.
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