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PCC METODOLOGIA DO ENSINO DE NATAÇÃO

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
JANAINA EDUARDO
MATRÍCULA: 201908404566
ANÁLISE CRÍTICA DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM DA
NATAÇÃO COM CRIANÇAS
RIO DE JANEIRO
JANAINA EDUARDO
MATRÍCULA: 201908404566
ANÁLISE CRÍTICA DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
DA NATAÇÃO COM CRIANÇAS
Atividade acadêmica apresentada ao
Curso de Licenciatura em Educação
Física da Universidade Estácio de Sá
para requisito de Prática como
componente Curricular, na disciplina
de Metodologia do Ensino da
Natação, sob a orientação da Profª
Juliana de Souza Soares
RIO DE JANEIRO
2021
JANAINA EDUARDO
ANÁLISE CRÍTICA DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
DA NATAÇÃO COM CRIANÇAS
Atividade acadêmica apresentada ao
Curso de Licenciatura em Educação
Física da Universidade Estácio de Sá
para requisito de Prática como
componente Curricular, na disciplina
de Metodologia do Ensino da
Natação, sob a orientação da Profª
Juliana de Souza Soares
Rio de Janeiro, 27 de maio de 2021
Aprovado em:
_____________________________________________________ ____________
Profª Juliana de Souza Soares
Universidade Estácio de Sá
OBJETIVOS
 Analisar os efeitos da natação para o desenvolvimento motor de crianças;
 Estabelecer comparações entre o aprendizado acadêmico e a vivência prática.
 Estimular à auto-aprendizagem e à aproximação do discente com a prática
profissional no espaço de intervenção profissional, mediada pela reflexão crítica
sobre a inter-relação teoria e prática.
INTRODUÇÃO
A prática da natação é tão antiga quanto à humanidade. O ato de deslocar-se na
água já era utilizado por comunidades antigas nos primórdios da humanidade, desde
fugir de predadores, no ato de caça ou por mera atividade de diversão e a origem se
confunde com a da própria humanidade, referindo-se à necessidade de sua prática
para subsistência e sobrevivência (Catteau e Garoff , 1990). O meio aquático
representa um ambiente fascinante para a maioria das crianças.
A natação tem uma importância grande nas aulas de educação física, como uma
ferramenta no desenvolvimento motor dos alunos e por ser um esporte considerado
completo. A natação está diretamente relacionada ao movimento, favorecendo que a
criança explore bem suas potencialidades, o que contribui para a estruturação do seu
esquema corporal. A boa capacidade de movimentação favorece a uma coordenação
mais eficiente.
A natação proporciona melhor desenvolvimento
motor, o aluno que pratica esse esporte tem um
aumento no seu domínio corporal, outro benefício
que constatou-se foi em relação ao equilíbrio que
pode ser melhorado com a prática da natação, pois
para nadar o aluno passa por um momento de
desiquilíbrio para depois equilibrar-se em outra
posição a horizontal. (OLIVERIA et al., 2015).
Não podemos esquecer dos aspectos sociais da prática da natação que
conforme diz Damasceno (1992) um programa de natação infantil deve ir além do
apenas saber a nadar, deve considerar o processo evolutivo do aluno,
proporcionando e estimulando o espírito de curiosidade, a observação da criança
para iniciá-la na compreensão e interpretação do mundo que a rodeia.
A Prática como Componente Curricular sem orientação adequada do professor
com apoio da universidade não produz efeito benéfico para o aluno. A simples leitura
de textos acadêmicos sem uma formação anterior sobre como fazê-lo é ineficaz.
Faz-se necessário uma introdução de como se deve ser feita a leitura, quais as
partes que contêm um artigo, como devemos analisá-lo e como podemos fazer uma
resenha crítica. O ser humano evoluiu e chegou ao século 21 por conta de sua
capacidade de aprender junto, de dividir o seu conhecimento. Não quero aqui
diminuir a necessidade de leitura de textos acadêmicos, pois eles são essenciais
para a formação adequada de qualquer bom profissional, mas precisamos dos
professores para nossa orientação.
DESENVOLVIMENTO
Para a reaização deste trabalho foi indicado a leitura de dois trabalhos científicos
e sua comparação quanto a metodologia e resultados. O primeiro trabalho lido foi de
Pereira e colaboradores em que a amostra do estudo foi constituída de 20 crianças
de ambos os sexos, na faixa etária de 7 a 10 anos de idade cronológica. Foi utilizada
para a avaliação a Bateria Psicomotora de Gislene de Oliveira (2008), com o intuito
de verificar o nível psicomotor das crianças, obtendo um perfil de desenvolvimento do
grupo. Os testes foram aplicados com a ordem indicada a seguir: Coordenação
Motora Fina, Equilíbrio, Esquema Corporal (imitação de posturas e rapidez), Tônus
Muscular.
Na coordenação e equilíbrio foram avaliados: coordenação global, dissociação
de movimentos – avalia a capacidade da criança em coordenar dissociadamente os
movimentos sequenciais e simultâneos das mãos e dos pés realizando com ambos
os lados do corpo; coordenação fina e óculo-manual – avalia a habilidade de manter
a visão ao executar os movimentos na realização grafomotora de labirintos, recortes
e exercícios manuais; equilíbrio estático – avalia a capacidade da criança em manter
o equilíbrio postural numa posição fixa e estática unipedal. O esquema corporal foi
avaliado por meio do desenho de si mesmo (sua figura humana), identificação e
controle das partes do corpo, e imitação de atitudes. Foi feita a análise descritiva dos
dados com frequência, porcentagem e test “T” de Wilcoxon, na qual foi utilizado o
programa SPSS for Windows, versão 17.0.
O segundo trabalho foi o artigo científico de Martins e colaboradores (2015). A
amostra do estudo foi constituída por 140 crianças portuguesas do 1º ciclo do ensino
básico (1º ano, n=34 crianças; 2º ano, n=28; 3º ano, n=41; 4º ano, n=37). As crianças
foram divididas entre alunos sem experiência prévia em programas de ensino da
natação: (i) 53 crianças (31 meninos e 22 meninas); e alunos com experiência prévia
(ii) 87 crianças (53 meninos e 34 meninas). A avaliação do desenvolvimento motor
global foi realizada através da aplicação da bateria de testes “Test of Gross Motor
Development” (TGMD-2) proposta por Ulrich e Sanford (2000), composta por 12
habilidades divididas em 2 subconjuntos (locomotor e controle de objetos) que
medem as habilidades motoras globais que se desenvolvem cedo na vida. O
subconjunto locomotor avalia as habilidades motoras que exigem movimentos fluidos
e coordenados do corpo quando a criança se move numa ou noutra direção: corrida,
galope, salto com um pé, salto com obstáculo, salto horizontal e deslize. O
subconjunto de controle de objetos mede as habilidades motoras que demonstram
movimentos eficientes de agarrar, lançar e bater: bater em bola parada, driblar
estático, agarrar/apanhar, pontapear, lançar superior e inferior.
Os resultados foram agrupados e analisados estatisticamente. Assim, para todas
as variáveis numéricas procedeu-se ao tratamento estatístico descritivo básico
através de medidas de tendência central e de dispersão. Foi testado o pressuposto
da normalidade das distribuições das variáveis, com o teste K-S
(Kolmogorov-Smirnov com a correção de Lilliefors) no sentido de optar pelo
procedimento estatístico mais adequado aquando da análise bivariada. Não se
verificando o pressuposto da normalidade das distribuições, recorreu-se ao teste de
Mann-Whitney U para a comparação de médias de duas amostras independentes,
como alternativa não paramétrica ao teste T-Student. Recorreu-se ao teste não
paramétrico de Kruskall-Wallis para o estudo da igualdade das medianas pelo
quadriênio escolar. O nível de significância foi estabelecido em 5%. Todos os
procedimentos estatísticos foram efetuados com recurso ao software SPSS
(Statistical Package for the Social Sciences, versao 21.0).
Ambos os trabalhos tem o mesmo objeto de estudo, realizando uma
avaliação psicomotora das crianças para verificar se a idade cronógica está em
consonancia com as ahabilidades motoras das crianças. Cada trabalho escolheu as
baterias de estes diferentes de acordo com sua realidadede país.
Os universos amostrais são compostos de crianças de escolas públicas do Brasil
e Portugal. O universo amostral do trabalho de Martins e colaboradores é 7 vezes
maior que o de Pereira e colaboradores, o que pode significavamente alterar os
níveis comparativos. No trabalho de Martins e colaboradores não foi especificado as
idades das crianças, dizendo somente que elas fazem parte do 1º ao 4º ano do
ensino básico. Comparativamente ao Brasil, vou considerar que essas crianças
tenham entre 6 e 10 anos de idade cronológica. Pereira e colaboradores descreveu
que seu grupo de análise era compostos de crianças na faixa etária de 7 a 10 anos.
Ambos os grupos estão dentro da mesma fase de desenvolvimento motor, final da
fase motora fundamental e início da fase motora especializada (Gallahue & Ozmun,
2005)
.
Fases do desenvolvimento motor (GALLAHUE e OZMUN, 2005)
Foram feitos testes estatísticos para os dois trabalhos, sendo que para o trabalho
de Martins e colaboradores foram feitos mais testes para validar e confirmar os
resultados obtidos.
Os resultados de cada trabalho levam a conclusões ora concordantes, sim a
prática de natação melhora o desenvolvimento psicomotor das crianças e
discordantes, porque as crianças do trabalho de Martins e colaboradores ainda tem
um desenvolvimento psicomotor apenas dentro da média da idade e muitos abaixo
da média com diferenças entre os grupos que praticam natação e os que não
praticam, enquanto que as crianças do trabalho de Pereira e colaboradores tem um
desenvolvimento psicomotor acima da média que sua idade cronológica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através das leituras realizadas para fazer este trabalho pude perceber a
importância da prática da natação na Educação Física Escolar como ferramenta que
auxilia significativamento o desenvolvimento psicomotor das crianças.
Nas escolas que dispõe de piscina a prática da natação deve ser incentivada e
apoiada pela direção, evitando que apenas as modalidades esportivas (handebol,
voleibol, basquete e futebol) mais difundidas na mídia tenham espaço nas aulas de
Educação Física Escolar.
Também foi pontuado por Martins e colaboradores a necessidade de realização
de mais estudos em Portugal para avaliar o desenvolvimento psicomotor das
crianças, dado que os resultados demonstraram que muitas crianças apresentam um
desenvolvimento abaixo da média.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CATTEAU, R. & GAROFF, G. O ensino da natação. 3. ed. São Paulo, Manole, 1990.
DAMASCENO, L. G. Natação, psicomotricidade e desenvolvimento. Brasília:
Secretaria dos Desportos da Presidência da República, 1992.
GALLAHUE, D. L., & OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor:
bebês, crianças, adolescentes e adultos (3a ed.). São Paulo: Phorte, 2005.
MARTINS, V.; SILVA, A. J.; MARINHO, D. A. & COSTA, A. M. Desenvolvimento
motor global de crianças do 1º ciclo do ensino básico com e sem prática prévia
de natação em contexto escolar. Motricidade, v. 11, n. 1, pp. 87-97, 2015.
OLIVEIRA, G. C. Avaliação psicomotora a Luz da Psicologia e Psicopedagogia.
São Paulo: Vozes, 2008.
OLIVEIRA, D. et al. Os benefícios da natação escolar para a aprendizagem
motora de alunos do Ensino Fundamental I. EDFesportes.com, Revista Digital.
Buenos Aires. n. 202. Março, 2015.
(Comunicação Oral). PEREIRA, C. R.; CORREIA, S. T. & RIBEIRO, H. L. Natação
escolar: Estratégia de ensino dentro do ambiente Escolar para o
desenvolvimento psicomotor.
Ulrich, D. A., & Sanford, C. B. (2000). Test of Gross Motor Development:
Examiner’s Manual (2a ed.). Austin, Texas: Pro-Ed.

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