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P4 – micro imunologia Principais micoses São classificadas em → Superficiais propriamente ditas → Superficiais cutâneas → Oportunistas → Profundas subcutâneas → Profundas sistêmicas • Infecções fúngicas que atingem as camadas mais superficiais do estrato córneo • A resposta imune do hospedeiro é mínima • Geralmente não causam desconforto ao hospedeiro • Causam desconforto estético apenas • Originadas por microrganismos da própria microbiota normal ou por microrganismos adquiridos no ambiente • São facilmente diagnosticadas e tratadas Ptiríase versicolor Afetam a pele (camadas mais externas do extrato córneo) Tinea negra Piedra branca Afetam os pelos (apenas a cutícula) Piedra negra • Micose benigna • O fungo interfere na produção de melanina, alterando a coloração da pele • Nomes: tinha versicolor, pano branco, micose de praia, impingem de praia • Esses fungos fazem parte da microbiota normal e cerca de 97% dos indivíduos normais são portadores do fungo no couro cabeludo • Couro cabeludo e outras áreas cobertas por pelos são reservatórios do fungo • Agente etiológico: Malassezia spp • É um fungo lipofílico, por isso, depende dos ácidos graxos da pele • Condições que fazem a levedura sair da condição comensal e tornar-se patogênicas → Elevadas temperaturas → Pele gordurosa → Elevada sudorese → Nutrientes → Uso de terapias imunossupressoras • Normalmente assintomáticas, com exceção às formas eritematosas (pruriginosas) • São lesões hipopigmentadas e hiperpigmentadas • Localização: tórax, pescoço, abdome, face • São lesões levemente descamativa • Aspectos clínicos: apresenta-se por Sinais de Besnier – caracterizado por uma descamação da lesão quando é raspado com a unha; Sinal de Zileri – sinal clínico observado ao ser feito um leve estiramento com os dedos da região sugestiva de pitiríase, sendo observado nessa região um discreto esfarelamento da queratina • Diagnóstico microbiológico: exame direto que ocorre a partir da raspagem da lesão colocado em uma lâmina com algumas gotas de KOH, que irá digerir as células facilitando a observação das estruturas fúngicas. Outra forma de coleta é por meio da fita durex observado pelo corante azul de lactofenol algodão, visualizadas ao microscópio as leveduras (células esféricas com paredes espessas, podem ou não observar brotamentos – saprófitas) e as filamentações (fragmentos de hifas, chamados de “espaguetes com almôndegas” – parasita). Outra forma é a coleta de cultura acrescidos de azeite de oliva estéreo • Tratamento: → Itraconazol oral (200mg/dia por 7 dias ou 450mg dose única) → Azois tópicos – creme ou xampu → Sulfeto de selênio 5% - reduz a população de Malassezia spp do couro cabeludo → Profilaxia após a cura: uma a duas vezes por semana com produto tópico • Agente etiológico: Hortaea werneckii • Fungo filamentoso demácio (apresenta melanina na sua estrutura de parede), confere uma cor acastanhada • Fungo geofílico, por isso é amplamente distribuído na natureza (solo e em restos vegetais) • Cresce em temperaturas elevadas • Infecções assintomáticas e pouco frequentes • Lesões maculares com bordas bem delimitadas, não são descamativas, coloração marrom ou enegrecidas nas palmas das mãos ou planta dos pés (devido à umidade) • Exame micológico direto releva hifas septadas demácias • As Piedras caracterizam-se pela presença de nóculos irregulares presentes nos pelos • Agente etiológico da Piedra Negra: Piedraia hortae → Presença de nódulos escuros fortemente aderidos aos fios de cabelos → Benigna, porém muito contagiosa → Fungo demácio → Encontrado em regiões tropicais e subtropicais → Endêmica na Amazônia → Tratamento: uso tópico de azóis, se necessário, realizar um tratamento sistêmico com terbinafina (250mg/dia por 6 semanas) • Agente etiológico da Piedra Branca: Trichosporum beigelii → Presença de nódulos de consistência pastosa de cor creme → Fixa-se nas regiões axilares, pubianos, perianal, barba e bigode → Assintomático e comum em adultos jovens → Pouco contagiosa → Tratamento: uso tópico de cetoconazol • Acometem pele, pelos e unhas • Causadas por fungos filamentosos chamados de dermatófitos • Fungos queratinofílicos – produzem enzimas de natureza proteica que degrada a queratina e transformam-na como alimento para seu crescimento • Podem ser causadas também por leveduras do gênero cândida, fungos filamentosos não dermatófitos e algumas leveduras exógenas • Irá induzir uma resposta inata/celular, diferenciando- as das micoses superficiais propriamente ditas • Tipos: Tinea Capitis, T. Barbae, T. Corporis, T. Pedis, T. Mannum, T. Unguium, T. Cruris • Transmissão: contato direto ou indireto • Animais são reservatórios assintomáticos, principalmente os gatos • Tinea Pedis formam-se vesículas agudas, esfoliativas que geralmente ocorre por fungos não adaptados. Paciente relata prurido intenso. As interdigitais normalmente ocorrem por leveduras que podem ou não estar associadas com bactérias • Tinea corporis: contornos delimitados, bordas vesiculosas, às vezes postulosas, pruriginosas • Tinea barbae: intensa resposta inflamatória podendo atingir as camadas mais profundas da pele • Tínea unguium: os gêneros normalmente associados são o Epidermophyton e o Tricophyton devido à afinidade por queratina. O fungo se encontra na borda ungueal proximal. Outras espécies: Scytalidium hyalinum, Curvularia lunata • Tipos: Trichophyton spp (pele, pelo e unhas), Epidermophyton spp (pele e unhas), Microsporum spp (pele e pelos) • Grupo de fungos filogeneticamente relacionados entre si, capazes de degradar a queratina • São cerca de 45 espécies agrupadas em três gêneros acima • São fungos filamentosos queratinofílicos, hialinos, septados, passíveis de colonizar e causar lesões clínicas • Epidemiologia: três grupos importantes → Geofílicos: Microsporum gypseum (solos ricos em resíduos de queratina humana ou de animais) → Zoofílicos: Microsporum canis (parasita animais e infectam usualmente o homem) → Antropofílicos: Trichophyton rubrum • Patogênese: pele com algum tipo de lesão, inoculação do fungo, penetra na camada córnea da epiderme, começa a crescer e desenvolve uma resposta inflamatória. Existem bordos eritematoso, algumas microvesículas, placas descamativas • Existem dois tipos de parasitismo: endotrix (invade o interior do fio de cabelo) ou ectotrix (fica por fora do fio de cabelo) – a preocupação é quando se encontra na parte interna porque o folículo por perder sua função levando ao quadro de alopécia cicatricial • Tratamento tópico: preparados à base de antifúngicos em creme ou soluções • Tratamento sistêmico: derivados azólicos – cetoconazol, fluconazol e terbinafina • Fungos não adaptados ao hospedeiro levando a uma resposta imunológica intensa • Lesão purulenta, edema, rubor, dor • Paciente normalmente não apresenta febre • Pode ocorrer uma lesão secundária por bactérias • O parasitismo pode ser tanto do tipo ectotrix ou endotrix • Se aproveitam de uma resposta imune deficiente ou de quebra de barreiras naturais, alterando a microbiota (cirurgias, antimicrobianos, corticoides, alteração no pH etc) • Agente etiológico: Criptococcus neoformans (fungo de distribuição universal, isolado em solos contaminados com fezes de aves, além de madeira em decomposição. Associado principalmente em pacientes infectados com HIV) e Criptococcus gattii (está envolvido nas micoses superficiais, também considerado um patógeno primário, causa infecções em pacientes imunocompetente, restrito a regiões tropicais e subtropicais, encontrado em árvores) • São leveduras • Criptococoma: doença causada pelo C. gattii em pacientes imunocompetente. Simula uma massa tumoral encefálica • Pode ocorrer em animais: cães (pulmonar), gatos (pulmonar e SNC) e vacas (mastite) • No homem:causa infecção sistêmica (pulmonar ou SNC) → No caso da infecção pulmonar, pode permanecer latente até um desequilíbrio ocorrer, permitindo a reativação da infecção • Diagnóstico laboratorial: realização de pesquisa direta com uma gota de líquor + uma gota de tinta nanquim para que possa observar ao microscópio a presença da sua cápsula polissacarídea. Também pode realizar a cultura • Leveduras que transitam entre as micoses, observada em micoses cutâneas e micoses sistêmicas oportunistas • Na candidíase cutâneo-mucosa observa-se o acometimento de pele, unhas, mucosas orofaríngeas e genitais – candidíase intertriginosa, onicomicose, candidíase oral, vulvovaginite e balanospostite observa-se a invasão do fungo em área úmidas da pele (axilas, espaços interdigitais, virília, etc) tem formas variadas como quadros localizados (estomatites) a formas graves e generalizadas. Iniciam-se com pequenos pontos, podendo coalecer. Pode aparecer na bochecha, língua ou palato. Mais observada em recém-nascidos, conhecido como “sapinho” ocorre com frequencia em pacientes imunodeprimidos, as infecções são nosocomiais, observada muitas vezes a candidíase disseminada • Tratamento: derivados azólicos e nistatina. Nos casos de lesões intertriginosas uso tópico de nistatina ou azólicos. Uso sistêmico apenas em casos de reinfecção. Nas onicomicoses uso tópico de nistatina, se necessário, associar a um antimicrobiano. Em caso de candidíase oral buchecho de nistatina várias vezes ao dia. Para vulvovaginite, uso tópico e oral de imidazólicos • Fungos dispersos na natureza e em animais • Essa micose só irá acontecer após um traumatismo com objetos contaminados ou espinhos • Considerada uma doença ocupacional devido à falta de EPIs. Ocorre inoculação do fungo em regiões do corpo mais expostas • Agente etiológico: Sporothrix schenckii (esporotricose) • Responsável por infecções granulomatosas crônicas, na maioria das vezes são benignas, limitadas a pele e tecido celular subcutâneo • Considerada uma zoonose, com o principal afetado o gato • Esporotricose cutânea: lesões localizadas fixas, únicas (dificulta o diagnóstico). Possuem diversos tipos (pápulas, abscessos, eritematosa, etc). Muitas vezes em um primeiro momento se parecem com lesões bacterianas, suspeita-se apenas desse tipo de lesão após ausência de resposta com antibioticoterapia • Esporotricose linfocutânea: acomete pele, tecido subcutâneo, gânglios linfáticos regionais. Ocorre uma lesão inicial, normalmente situada no local da inoculação, podendo ser eritematosa, nodular e ulcerar com o tempo. A partir dessa lesão inicial seguindo o trajeto ascendente do membro, forma-se uma cadeia de nódulos. São indolores, podendo ou não ulcerar. É uma forma clínica de fácil diagnóstico • Diagnóstico laboratorial: exame microscópico direto de pus, observando leveduras esféricas com forma de charuto. Realiza-se também a cultura • Agente etiológico: Lacazia loboi • Decorrente de inoculação traumática do fungo em tecido subcutâneo • Observa-se as lesões principalmente em orelhas e membros • As lesões podem ser queloidais, nodulares, ulceradas e até verrucosas. Não invade mucosas • Não há relatos de transmissão inter-humana • Fungo dimórfico e demácio • Maior incidência na América do Sul e Central • Diagnótico laboratorial: realizado exame direto da amostra clínica ou histopatológico. Observa-se células leveduriformes globosas, membrana de duplo contorno, refringente, arranjo catenulado (de 3 a 8 ou mais células) • Tratamento: drogas azólicas e retirada das lesões (cirurgico) • Causadas por fungos oportunistas, podem estar envolvidos em qualquer infecção micócitcas • Causadas por patógenos dimórficos verdadeiros (fungos virulentos e que podem causar doença em indivíduo saudável) • Agente etiológico: Paracoccidioides brasiliensis • Patogênese: inalação dos conídios, podem ser destruidos ao atingir o parênquima pulmonar ou se multiplicar e produzir o foco primário atingindo o hilo pulmonar construindo o complexo primário pulmonar. Durante a instalação do complexo primário pode ocorrer disseminação via hematogênica com a instalação dos focos metastáticos em diferentes órgãos. A infecção nesse momento é assintomática podendo evoluir para resolução e cicatrização completa do complexo primário e involução em manutenção de focos quiescentes ou progredir para doença progressiva pulmonar ou multissistêmica • A doença manifesta-se principalmente em momentos posteriores à primoinfecção por reativação do foco quiescente, quando ocorrer uma ruptura do equilíbrio entre patógeno e hospedeiro, ou quando ocorrer uma reinfecção • Formas clínicas: mucocutânea, linfática ou ganglionar, forma mista (pulmão + mucosa oral e/ou cutânea) • Sexo mais afetado: masculino, em que não ocorre a transformação da fase micelial (M) para a leveduriforme (L) – inibida pelo 17-beta-estradiol que bloqueia a síntese de proteínas e consequentemente essa transformação, porém, não é inibido por testosterona (17-alfa-estradiol) • Idade: 30 a 50 anos (média de 45 anos) e mulheres a média é de 25 anos • Diagnóstico laboratorial: exame direto do espécime clínico (pus, escarro, secreções), observando estrutura em roda de leme (parede birefringentes com um ou dois brotos ligados à base estreita). Pode fazer cultura também • Agente etiológico: Histoplasma capsulatum ou H. Diboisii • Transmissão: inalação de conídios por mexer em terra rica em filamentos fúngicos, penetrar em cavernas habitatas por morcegos • Acomete humanos, animais silvestres e domésticos • Patogênese: inalação dos esporos do fungo, atingem os alvéolos pulmonares, transformando-se em leveduras, ocorre primeiro uma resposta imune tecidual neutrofilica e linfocitária, após 10 dias ocorre resposta imune específica do tipo granulomato com possível formação de necrose caseosa (se parece muito com a tuberculose), causando infecção primária no pulmão. A maioria dos casos tendem a ser autorresolutivos, formando calcificação no granuloma. Ele pode ficar quiescente, podendo ficar viável no parenquima pulmonar ou em outros tecidos, a reativação depende do desequilíbrio entre patógeno e hospedeiro • Diagnóstico: difícil visualização no exame direto do espécime, quando visualizada observa-se leveduras ovaladas (não fecha diagnóstico). Realiza-se cultura • Tratamento: drogas azólicas ou anfotericina B de uso hospitalar Mecanismos efetores frente às infecções fúngicas Os fungos podem ser classificados em macroscópicos e microscópicos (de interesse clínico, pois causam infecções nos seres humanos) Podem ser divididos em fungos filamentosos (várias células) e leveduras (unicelulares) • Eucariontes • Parede celular (proteção da membrana, rico em manose) → Considerada um fator de virulência dos fungos → É rica em quitina e manana = auxiliam na sua proteção • Membrana celular • Mitocôndrias • Núcleo (DNA) • Ribossomos • Retículo endoplasmático • Vacúolos • Cápsula polissacarídea (leveduras, rico em manose) • Lomassomos (síntese de glicogênio) → A manose da parede celular e da cápsula é difícil de ser reconhecida pela resposta imune do nosso organismo • Micélio vegetativo: composto por hifas, responsáveis por nutrir os fungos • Micélio aéreo: hifas que saem do local onde o fungo está inserido para projetar o micélio reprodutor formado por conídeos (macro ou micro) ou esporos → Conídeos: corpo de reprodução aberto → Esporos: corpo de reprodução fechado • Fungos hialinos: aqueles que não produzem melanina • Fungos demácios: aqueles que produzem melanina • Clamidoconídeos: estruturas arredondadas, tem como função principal reservar glicogênio em ambientes não propícios para seu crescimento • Artroconídeos: estruturas retangulares, dão origem a novas hifas • Aspecto cremoso ou pastoso • Lesões causadastem aspecto úmido macroscopicamente. Microscopicamente enxerga-se células ovaladas que tem tanto função vegetativa, quanto função reprodutiva (assexuada) • Formam-se brotos da célula-mãe (blastoconídeo) • Em 23ºC encontra-se na forma de filamentosos • Em 37ºC encontra-se na forma de levedura • A fase infectante acontece pelas estruturas do fungo filamentoso • A fase parasitária acontece pelas leveduras • Os fungos dimórficos não são transmitidos entre pessoas • Micoses: doenças infecciosas • Micetismo: são intoxicações pela ingestão de fungos, cogumelos, dependendo da espécie pode atingir sistema nervoso, distúrbios intestinais, vômito, diarreia, convulsões, alucinações e ser fatal • Micotoxicose: são intoxicações pela ingestão de alimentos contaminados com toxinas produzidas por fungos bolores, podendo causar câncer hepático, náuseas, vômito, em gestantes danos ao embrião ou feto, causando aborto, retardo mental e má formação e também ser fatal • Alergias: hipersensibilidades do tipo I (o indivíduo ja entrou em contato com essas toxinas do fungo, o organismo respondeu por uma resposta mediada por TH2, induzindo a produção de IgE. Possuem receptor para mastócitos e basófilos, se fixando nessas células. Liberam histamina, causando vasodilatação sistêmica, por isso, uma hipersensibilidade do tipo I) – pode levar ao choque anafilático, tenta-se controlar a secreção de histamina. Isso só acontece em um primeiro contato, em um segundo contato o corpo já libera IgM → Superficiais propriamente ditas → Superficiais cutâneas (não tem resposta imunológica) → Subcutâneas → Sistêmicas ou profundas → Oportunistas → Variabilidade fúngica e seus diferentes fatores de virulência – podendo ser doenças mais leves ou mais severas. Quanto mais adaptado o fungo ao seu hospedeiro, menor a resposta inflamatória → Aderência nos tecidos do hospedeiro → Produção de aflatoxinas → Enzimas hidrolíticas que degradam proteínas, lipídios, fosfolipídios para se nutrirem • Lesão fúngica → apresentação persistente → causa uma inflamação granulomatosa com mononucleares (mastócitos e macrófagos) → ativação de LT CD4 que liberam citocinas com ação próinflamatória atraindo mais mononucleares ao tecido lesado (liberação de INF- ) → causam quimiotaxia → a ativação de macrófagos formam granulomas • Na imunidade inata temos um macrófago que fagocitou um fungo (principalmente leveduras), porém, não houve resposta suficiente dessa estrutura, por isso, mononucleares vão recobrir esses macrófagos que estão fagocitando para formar os granulomas. O macrófago secreta IL-12 que irá estimular as células NK, passando a produzir INF- ativando o macrófago e com isso, consegue digerir a levedura. Imunógenos serão apresentados aos LTH1 • Na imunidade adaptativa, esses LTH1 irão secretar IL-2, TNF e INF- , vão agir sobre LT CD8, células NK e macrófagos, ativando essas células afetadas pelo fungo. O INF- irá induzir a troca de imunoglobulinas pelo LB, passando a produzir IgG2 (faz a ADCC com célula NK, por isso, reconhece o fungo e a NK libera citotoxinas para matar essa célula do hospedeiro modificada pelo fungo). Os macrófagos também serão ajudados por essa mudança de classe, pois o IgG2 irão neutralizar o fungo, assim, o macrófago consegue fagocitar a célula afetada, ocorrendo aumento da opsonização. O CD8 é mediado contra as células modificadas que estão apresentando o fungo com a molécula de MHC Classe I (os imunógenos tem que ser proteicos) • Mediada por macrófagos alveolares (pois atingem principalmente pulmões por ser o principal meio de entrada dos fungos) e sistema complemento (pode ser via lectina na presença de MBL se ligando à manose, a ativação dessa via levará à ativação dos fragmentos C4b, C3b e C5b (mantém o processo inflamatório por quimiotaxia) que são opsoninas; ou ativação da via alternativa ativando C3b, C5b e C5a) • Células inflamatórias • Linfócitos T (TH1 para liberar citocinas, principalmente INF- para ativar macrófagos) e citocinas • Linfócitos B e anticorpos (principalmente IgG2, colaborando não só para ativação da via clássica do sistema complemento, mas também para ativação da opsonização e fagocitose) • Os anticorpos colaboram para a opsonização e fagocitose, para a ativação da via clássica e para a cooperação com a resposta imune celular (não tem poder de prevenção) Resposta imune elaborada Imunologia aplicada a infecção viral No sistema imune inato há reconhecimento de padrões moleculares associados aos patógenos (RNAds, DNAss) – PUMP de vírus é seu genoma No sistema imune adaptativo há reconhecimento de sequências particulares presentes nos constituintes dos patógenos – sequência de aminoácidos (proteínas mais externas para bloqueá- lo) pelo LT e qualquer sequência pelo LB • Identificação do PUMP do vírus • Existem alguns TLR específicos para vírus, existem RLR que é semelhante ao TLR e existem os NLR – enxergam DNA e RNA viral • Servem para sinalizar a liberação de citocina, causarem inflamação • Possuem papel de rebocador, levando informação do vírus que se encontra no meio extracelular para o meio intracelular • Todo início de inflamação viral começa com sinais inespecíficos, lembra uma gripe. Depois que há inflamação específica começa os sinais mais específicos da doença em particular • Decorrente da imunidade inata • Tem por objetivo interferir na replicação viral • É produzido quando há identificação do PUMP viral • A ligação do INF com o receptor ativa a enzima 2’5’oligoadenilato sintetase que ativa a ribonuclease, responsável por quebrar o material genético viral (RNAm viral), bloqueando a produção proteica do vírus • Além disso, o INF induz a produção da proteína quinase que fosforila no fator de elongação, fundamental para o ribossoma trabalhar. Também inibe a síntese proteica • Quando identifica que a célula está doente se posiciona à célula infectada, liberando as perfurinas e as granzimas (indutora de apoptose) • Força a morte da célula infectada, logo, novos vírus deixam de ser produzidos • Fundamental para o momento de entrada de novas células infectadas, matando a produção de novos vírus • É a segunda linha que responde à presença do vírus • Para que ocorra precisa identificar a proteína do vírus por meio da apresentação de antígeno pelo LT • Para o LT trabalhar, há um tempo de resposta, cerca de 7 dias • Os anticorpos do LB demoram cerca 15 dias para se manifestar • O LT precisa primeiro produzir as citocinas para que depois o LB comece a agir, por isso essa demora • As subpopulações de LT CD4: Th1 (leva à produção dos mecanismos de produção) é o mais importante • O LT CD8 também atua semelhante à célula NK, porém precisa que seu subalvo seja apresentado por HLA Classe I – libera granzima e perfurina igual ao NK • O LB é a última célula a ser secretada, pois precisa das citocinas do CD4 para ser ativada. Uma vez ativado, produz plasmócito e assim, produz anticorpos • O anticorpo se liga ao vírus antes dele encontrar seu alvo e com isso não consegue fazer a infecção • É um mecanismo preventivo, pois não ocorre a infecção • A IgG é o grande alvo neutralizante que desejamos ter depois da infecção ou depois da vacinação • A citotoxicidade depende do anticorpo, porém, não é desejável para a primeira infecção, apenas para quem ja foi infectado ou quem foi vacinado • O vírus recoberto de anticorpos (imunocomplexo) também pode ser capturado pelo macrófago e ser digerido (pode ser maléfico para o organismo, por exemplo, em casos de dengue) • A presença de IgG pressupõe-se que o indivíduo está protegido do vírus HIV – Síndrome da imunodeficiência adquirida • Família: Retroviridae • Gênero: Lentivirus • Espécie: Human immunodeficiency virus • Possui duas moléculas de RNA • Cápside em forma de cone• Possui envoltório (membrana bilipídica) que estão alocadas as glicoproteínas – difícil fazer vacina, pois possuem diversas áreas de alteração → HIV-1: gp120 e gp14 → HIV-2: gp140 e gp41 • Possui quatro genes principais: GAG, PRO POL, ENV • Importante conhecer para entender os tipos de tratamentos • GAG: codifica proteína da matriz (MA – p17), capsídeo (CA – p24) e nucleocápside (NC – p6 e p7) – importante no passado para identificar os pacientes com HIV (presença de p17) • POL: codifica várias enzimas, são alvo dos antiretrovirais → Protease (p10), importante na maturação do vírus → Transcriptase reversa (p55 – p66), importante para transformar RNA em DNA → RNASE H, importante para a degradação do RNA viral nos híbridos depois da transcriptase reversa, liberando o DNA para molde → Integrase (p32), importante para ligar o DNA viral linear de cadeia dupla ao genoma da célula hospedeira • ENV: codificam as proteínas do envoltório viral, primeiro é produzida a gp160 e para funcionar precisa ser fragmentada. A gp120 se liga aos receptores celulares e a gp41 é responsável pela fusão vírus-célula e célula- célula • Pode bloquear o vírus na entrada, na transcrição reversa, na integração e na maturação • O inibidor de entrada inibe a GP120 e a GP41, é o mais difícil devido às diversas áreas de modificação • Permite que o portador de HIV tenha uma vida considerada normal • HIV-1 (origem de chipanzé): possui subtipos ou clades → Grupo M (major) com 11 subtipos → Grupo O (outlier) → Grupo N • HIV-2 (origem mangabeys africanos): possui subtipos ou clades A e E • O alvo da gp120 é o CD4, aproxima o vírus da membrana da célula alvo (LT), quando isso ocorre se liga ao correceptor (CCR2, CCR5, CXCR4) que são receptores para a quimiotaxia, assim ocorrendo a migração celular do vírus • Ciclo de vida: uma vez dentro do citoplasma libera o seu RNA fazendo a transcrição reversa. O DNA pode ser integrado ao genoma da célula (é péssimo que aconteça, pois o CD4 ao ganhar o genoma viral beneficia o vírus). Depois disso, a gp160 passa pela ação da protease formando gp120 e gp41 que infecta novas células • Transmissão sexual • Transmissão parenteral do HIV • Transmissão vertical (durante o nascimento ou após o nascimento por ingestão do leite materno) • Infecção aguda primária podendo ser sintomática ou não • Disseminação do vírus • Fase assintomática, fase de latência clínica (não é o vírus que entra, mas sim o paciente) • Linfadenopatia generalizada persistente (todos os seus linfonodos devem aumentar de tamanho) • Fase sintomática (fatores de piora por co-infecção por outros agentes) • Tropismo do vírus para as células T que expressam CD4 e para macrófagos • Disseminação para os linfodonos (Síndrome parecida com a da Mononucleose) • Resposta imune contra o vírus (o corpo não consegue disseminar o vírus, mas tem sim uma resposta imune) • Queda da viremia • Latência clínica • Se não tratado há redução de CD4 que dizima as funções auxiliares e de hipersensibilidade do tipo tardio (DTH) da resposta imunológica imunodeficiente • Fatores virais: subtipo, indução de sincício (quando uma célula funde-se com a outra, passando o patógeno sem a etapa extracelular), tropismo viral, citólise induzida pelo HIV • Fatores do hospedeiro: fatores imunológicos (imunidade celular específica, produção de fatores antivirais, produção de quimiocinas), fatores genéticos (de HLA B27 e B57 é o melhor prognóstico, polimorfismo genético em receptores celulares) • Fase aguda: → Alto índice de produção viral → Sintomas são inespecíficos: dor de garganta, mialgias, febre, perda de peso e fadiga → Exantema, adenopatia cervical, diarreia e vômitos → Variação de 3 a 6 semanas após a infecção • Fase crônica intermediária: → Contenção relativa do vírus – latência clínica → Pacientes são assintomáticos ou desenvolvem linfadenopatia → Infecções oportunistas leves: candidíase oral e herpes-zoster • Fase de crise final: → Desintegração da defesa do hospedeiro → Aumento abrupto do vírus plasmático → Doença clínica → Febre prolongada (>1 mês) → Fadiga → Perda de peso → Diarreia persistente → Infecções oportunistas graves: por vírus, bactérias, protozoários e fungos → Neoplasias secundárias como sarcoma de Kaposi → Doença neurológica clínica → Imuno-ensaio de 4ª geração: exame que detecta tanto anticorpos, quanto antígenos do vírus → Teste molecular: através do PCR o RNA viral é identificado → Testes rápidos: pode ser feita com uma amostra de sangue ou a partir de saliva, ambas identificando anticorpos IgG contra o vírus Hepatites virais Causas da hepatite: álcool, drogas, virus, drogas intravenosas e hereditariedade A hepatite A e B foram as primeiras a serem descobertas, depois foram a E, D e C • Paciente relata anorexia e mal-estar, náusea e vômito, diarreia e dores abdominais, febre e calafrios, icterícia • Pode ser aguda ou crônica • Evolução benigna ou não (hepatite crônica que pode evoluir para um quadro de cirrose, e muito raramente para carcinoma hepatocelular) • Família Hepadnaviridae • Helicoidal com envoltório (mais resistente ao ambiente) • Core (“coração”, “centro”): ácido nucleico + polimerase + cápside • DNA circular de fita dupla • Infecta apenas homem e chimpanzés • Resistem a -20ºC por muitos anos, 30ºC por vários meses, 60ºC por quatro horas • São inativados por aquecimento a 98ºC por um minuto (calor úmido), 160ºC por uma hora (calor seco), glutaraldeído 2% alcalinizado por 10 horas • Desinfecção de materiais contaminados deve ser feita com hipoclorito 1% dissolvido em NaOH 0,5% por 30 minutos Baixa ou ausente Moderada Alta Urina Sêmen Sangue Fezes Secreção vaginal Soro Suor Saliva Exsudato de feridas Lágrimas Leite materno • Transmissão parenteral, perinatal ou sexual • Sintomas iniciais inespecíficos – cansaço, mal estar, dor no corpo, aumento de temperatura – normalmente associados à produção de INF na tentativa de controlar a produção dos vírus • Posteriormente nota-se a alteração de aminotransferases, liberadas devido à lise dos hepatócitos devido à multiplicação viral ou ação de linfócitos. Ocorre aumento de ALT e AST • A icterícia ocorre devido à não conjugação da bilirrubina, não é excretada e com isso, acumula-se no fígado e retorna para a corrente sanguínea, acumulando-se nos tecidos epiteliais. Alguns casos os vírus podem levar à uma transformação celular (principalmente hepatite B e C). necessita-se de conjugação com ácido glicurônico para sua excreção • Oncogênese: até 4% em HC e até 0,2% em HB HBeAg e HBsAg – mostram qual é o prognóstico do indivíduo 90% dos adultos vão ter uma resolução espontânea Recém-nascidos 90-95% de fazer hepatite crônica Infância 30% de chance de fazer hepatite crônica 5-10% dos adultos fazem hepatite crônica • Pode não ter eliminado o vírus e continuar replicando, assim o HBeAg dará positivo nos exames. Ou o indivíduo pode ter vírus, porém evolui muito lentamente, por isso o HBeAg dará negativo • Cerca de 10-8% dos casos crônicos evoluem para cirrose. Destes apenas 2-5% fará carcinoma hepatocelular • Em relação aos quadros de cirrose, cerca de 20%/5anos evoluem para um quadro de descompensação, podendo chegar a fazer carcinoma hepatocelular • Um indivíduo é considerado curado quando faz negativação do antígeno em 6 meses até 1 ano. Porém, existem alguns indivíduos que estão com perfil crônico, não fizeram cirrose, mais tardiamente (>12 meses) fazem resolução espontânea • Os indivíduos que fazem resolução espontânea tariamente podem reativar o vírus, mudar o perfil para antígeno de replicação positivo. Podem evoluir para quadro de cirrose e posteriormente para carcinoma hepatocelular • Feita com subunidades do HBsAg • São feitas 3 doses (1-6 meses entreelas) • Garante >95% de proteção • Grupos de risco: recém-nascidos de mães infectadas, usuários de drogas endovenosas, indivíduos com vários parceiros sexuais, hemofílicos, profissionais da área de saúde, pacientes submetidos à hemodiálise, comunicantes domésticos, filhos de mães portadoras • Principalmente sorológico • Os marcadores começam a surgir de forma ordenada após a infecção • HBsAg: já positivo no período de incubação, deve se negativar antes do 6º mês • Anti-HBs: positiva após meses do início dos sintomas • Anti-HBc IgM: positiva-se no início do quadro clínico e permanece por cerca de 6 meses • Cura: HBsAg fica negativa, anti-HBc IgG é positivo, anti- HBs é positivo • Candidatos à vacina: indivíduo negativo para os marcadores do vírus, indivíduo deve positivar depois da vacina anti-HBs e testar HBsAg • Uma das melhores situações para fazer o diagnóstico é a quantificação do HBV-DNA quantitativo – melhor teste para caracterização de replicação viral, é útil para acompanhar o tratamento – PCR (sensibilidade de 400 cópias/ml), considera-se replicação clinicamente relevante de >100.000 cópias-ml • Família Picornaviridae • Gênero Hepatovirus • Icosaédrico, nu • RNA de cadeia simples • Tem um sorotipo e quatro genotipos • Infecta exclusivamente o homem e alguns primatas • Extremamente resistentes – resistem a pH ácido, detergentes, água salgada, ressecamento e variações de temperatura • São inativados por cloração da água potável e radiação UV • Infecção fecal-oral • Ingestão por água, alimentos e moluscos contaminados • Após a ingestão, o vírus é absorvido no estômago ou no intestino. Vai até o fígado e começa sua replicação, entra nos canalículos biliares, excretado nas fezes • Período de incubação é considerado longo • A infecção pode ser sintomática ou assintomática (>50%) • Baixa taxa de mortalidade (<0,5%) • Não existe infecção crônica e não existe estado de portador crônico • Existe vacina com vírus inativado • Detecção dos vírus nas fezes (também saliva, urina e soro) – 2 semanas antes da icterícia e até 2 semanas após o aparecimento. Possui baixa sensibilidade devido ao pequeno número de vírus presente nas fezes • O que mais se usa é a sorologia – ELISA detecta IgM anti-HAV. Alta sensibilidade e especifico, IgG positivo em 20-80% de adultos assintomáticos • Semelhante aos Calicivirus • Icosaédrico, nu • RNA fita simples • Transmissão fecal-oral • Apenas doença aguda • Mortalidade de 1-2% • Agente subviral ou vírus satélite • Gênero Deltavirus • RNA de fita simples de sentido delta • Envoltório com ag de superfície do HBV (HBsAg) • Para infectar vem junto com HB ou depois • Transmissão: igual ao HB, porém, tem duas possibilidades diferentes. Pode ser transmitido em coinfecção (transmitido junto com o HB, é um vírus citopático, pequeno risco de infecção crônica) ou superinfecção (geralmente desenvolve HDV crônica, mas pode ocorrer hepatite aguda. O paciente ja tem HB, alto risco de doença crônica severa) • Família Flaviviridae • Gênero Hepacivirus • RNA de cadeia simples • Com envoltório • Possui diversos genótipos (1a,1b,1c,2a,2b,2c,3a,3b,4,5,6) – dificulta muito o controle e a transmissão, logo, não é viável a produção de uma vacina – diferentes geografias, diferentes comportamentos patogênicos, diferentes comportamentos frente ao tratamento • Maioria dos casos infecção assintomática • Muitos portadores crônicos • Vírus citopático • Maioria das infecções são crônicas • Associação com carcinoma hepatocelular • Mudou-se a história natural dessa doença, pois há maior casos de cura e maior tratamento dos casos crônicos • Pesquisa de anticorpos – ELISA (testes de 3ª geração são mais sensíveis), positivação tardia • Biologia molecular: detecção do HCV-RNA – PCR quantitativo Pacientes que se curam Pacientes crônicos Infecções virais do trato respiratório Doenças: resfriado comum, faringite, laringotraqueobronquite aguda, sinusite, bronquite aguda, bronquiolite, pneumonia, SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) • Infecção viral autolimitada de trato respiratório superior caracterizada por coriza (não evolui para trato respiratório inferior) • Vírus mais frequentem: rinovírus → É um vírus de RNA, extremamente pequeno (pico), não tem envoltório, baixa replicação à 37ºC (por isso fica restrito ao trato superior), liga-se ao ICAM-1 e possui muitas variantes → ICAM-1: amplamente distribuidas no epitélio, no endotélio e nos fibroblastos → Se adere primeiramente ao epitélio nasal, replicam-se e são difundidos, provocando a lesão das células infectadas. Há bastante produção de secreção (rinorreia). Ela é controlada na medida que são formados os anticorpos + INF, regenerando o epitélio • Outros: adenovírus, enterovírus, VSR (Vírus Sincicial Respiratório) → Presença de envoltório, vírus de RNA, possui dois tipos, principal agente em infecções de trato respiratório inferior em crianças → Causam infecção com grande frequência em recém-nascidos → A presença de anticorpos maternos podem piorar a lesão, pois esses anticorpos vão tentar neutralizar o vírus, só que na medida que esses anticorpos vão neutralizando os vírus, o conjunto de imunocomplexo passa a se depositar no bronquíolo. Isso faz com que tenha-se uma exarcebação do processo inflamatório – formação de tampões leucocitários, necrose de células do epitélio brônquico, infecção do TRI, formação de sincícios → Transmissão por perdigoto, fômites e mãos • Vírus causador da gripe • Família: Orthomyxoviridae • Possui envoltório lipídico • Vírus de RNA com 8 segmentos de fita simples • São altamente mutáveis e transmissíveis • Extenso reservatório animal: humanos, aves, suínos, equinos e mamíferos marinhos • Influenza A: mais comum, severa, causa gripe sazonal e pandemias, possui maior variação genética → De origem animal (aves, porcos, cavalos, focas, baleias) → Possui 18 subtipos de hemaglutininas (chamadas de H), apenas 3 são características do ser humano → Possui 11 subtipos de neuraminidases (chamadas de N) → Mutações do tipo “antigenic drift” e “antigenic shift” • Influenza B: menos comum, dividido em duas linhagens, causa gripe sazonal e possui menor variação genética (reservatório humano) → Dividido em Victoria e Yamagata → Reservatório humano → Responsável por epidemias gripais → Mutações do tipo “antigenic drift” → Vacina trivalente possui dois subtipos de influenza A e uma linhagem de influenza B → Vacinas quadrivalentes contém as duas linhagens do tipo B • Influenza C: rara, quase sem variação genética (reservatório humano) Proteína M – responsável por causar as variações dos tipos de influenza Hemaglutinina – responsável por ligar o vírus na célula hospedeira Neuraminidase – funciona na saída do vírus depois da infecção na célula alvo. Quebra essa estrutura da célula do hospedeiro para liberar os vírus para o meio externo (tamiflu atua nessa estrutura para que o vírus não seja liberado) “ ” • Pequenas alterações antigênicas da hemaglutinina (os anticorpos das estações passadas não conseguem funcionar mais) • Mutações pontuais • Tipo A e B • Nova cepa (ocorre todos os anos) • Eventos comuns – sazonal “ ” • Grandes alterações antigênicas (Ag, H e N) • Rearranjo do genoma • Tipo A • Novo subtipo • Eventos incomuns – pandemias A Singapore 6 86 (H1N1) Tipo de influenza Cidade onde foi isolada a cepa Número do isolado hospedeiro Ano do isolamento Tipo de HA e NA – • Fase 1: vírus identificado apenas em animais • Fase 2: vírus animal com contaminação humana – risco potencial • Fase 3: casos esporádicos ou pequeno grupo sem transmissão sustentada entre hospedeiros humanos • Fase 4: identificada transmissãohumano-humano – risco de pandemia • Fase 5: transmissão humano-humano sustentada, infecção em dois ou mais países de uma mesma região • Fase 6: fase pandêmica. Infecções comunitárias em, pel menos, dois países de regiões diferentes das observadas pela OMS no nível 5 – pandemia • Pandemia devastadora • Teve 3 ondas entre 1918 e 1919 • Mais de 50 milhões de mortes em todo o mundo • Mesmo comportamento pandêmico de 2009 • Origem em 2003 vem causando surtos em humanos • Transmissível de aves para humanos • Não há relatos de transmissão humano-humano • Baixa infectividade e alta mortalidade • A hemaglutinina liga o vírus na célula do hospedeiro, promove a endocitose do vírus • Dentro da célula, o vírus libera seu genoma, podendo ser dentetores ou não de proteínas que protegem o vírus da ação do INF • Replica, forma-se suas proteínas, é remontado. Começa a ação da neuroaminidase que permite a liberação do vírus da célula do hospedeiro • A resposta imune é igual a para outros microrganismos Poliomielite Família: Picornaviridae Composto de RNA, sem envoltório, possui apenas capsídeo Gênero: Enterovirus O mais conhecido e estudado: Poliovírus Vírus altamente resistente • Portas de entrada: trato digestório (água contaminada ou alimento contaminado) • Os vírions não são afetados pelo ácido do estômago • Replicação inicial: tonsilas, mucosa da orofaringe • Replicação posterior: Placas de Peyer • Disseminação: por inervação de músculo esquelético, chegando ao SNC • SNC: lesão por ação lítica dos neurônios • A maioria dos pacientes são assintomáticos com infecção viral limitada à orofaringe e tubo digestivo • Cerca de 5% dos pacientes desenvolvem a polio abortiva ou Doença Menor, entre os sintomas estão febre, mal estar, vômito e cefaleia • Cerca de 1 a 2% dos pacientes desenvolvem a Polio Não Paralítica ou meningite asséptica – doença menor e mais dor nas costas e espasmos musculares • Cerca de 0,1 a 2% dos pacientes desenvolvem a Polio Paralítica ou Doença Maior – possui enfermidades bifásicas após doença menor ter regredido com lesão neuronal (paralisia flácida com perda de sensibilidade) • Patógeno exclusivamente humano • Distribuição ubíqua • Fatores positivos para transmissão – superpopulação, condições higiênico-sanitárias • Pólio eliminada no hemisfério ocidental • Pólio considerada doença de classe média • Casos de pólio paralítica são associados à reversão do vírus • Houve uma troca recente, pois temia-se que alguns pacientes adquiriam a forma grave da doença devido a vacina ter o vírus inativado • Agora a vacina tem o vírus morto, logo, não é capaz de causar a doença, porém, não é tão imunogênica quanto comparada a vacina do vírus atenuado • Contém os três sorotipos do vírus • Produzida com partículas do vírus selvagem cultivado em culturas de células vero, diploide humana ou rim de macaco • Inativada com formaldeído • Contém 2-fenoxietanol, neomicina, estreptomicina e polimixina B • Altamente efetiva em produzir imunidade – 1º ano de vida (3 doses, 2, 4 e 6 meses) • Efetividade: PV1 96-100%, PV2 96-100%, PV3 – 95- 100% • Duração imunidade não sabida • Eventos adversos locais: eritema, enduração e dor • Contraindicações: reações graves após dose anterior, alergia a neomicina, estreptomicina ou polimixina B • Polivirus 1, 2 e 3 atenuados • Vacina trivalente iniciada em 1962 • Produzida em células de rim de macaco • Contém neomicina e estreptomicina • Alta imunidade de mucosa • Menor custo e facilidade da administração (via oral) • Imunização secundária de comunicantes próximos não- vacinados • Risco de pólio por vírus derivado de vacina (VDPV) Rotavírus Vírus causador de gastrenterites Outros vírus: norwalk, enterovirus e adenovirus Vírus nu Família: reoviridae REO – respiratória, entérica e órfão Vírus de RNA Estáveis a pH 3,5 a 10, altas e baixas temperaturas e falta de umidade do ambiente Possui vários sorotipos e grupos: A (sorotipo G), B, C, D, E, F e G Contaminação de água, alimentos e contaminação direta • Via fecal-oral e também respiratória • Dose infecciosa pequena em lactantes e crianças • Sobrevivência do vírus em fômites • Período de incubação: 48 horas • Disseminação máxima de 2 a 5 dias • Adultos geralmente são assintomáticos • Lactantes e crianças de até 24 meses normalmente são sintomáticos • Infecção das células colunares do intestino delgado, levando a destruição dessas células, o que causa desabsorção das fezes • Redução e/ou desaparecimento das microvilosidades • Ação de proteína viral semelhante à toxina, o que causa alteração do influxo de cálcio (NSP4) • Água e sais não são absorvidos, levando a um quadro de diarreia aquosa. Pode causar um quadro de desidratação moderada a grave • A vacina/infecções prévias fazem anticorpos contra VP4, o que neutraliza o vírus • Complexo mioentérico: indivíduo apresenta náusea e vômito devido à toxina agir nessa região • IgA na mucosa intestinal • Falta de anticorpo leva a uma pequena dose infecciosa • Anticorpo não impede a reinfecção, porém, leva a um quadro de doença muito mais brando • Disponível vacina (com risco pós-vacinal) → Feita com vírus atenuado → Vacinal oral monovalente (VRH1) – contém um tipo de rotavírus vivo enfraquecido → Vacinal oral atenuada pentavalente (VR5) – composta por cinco tipos de rotavírus vivos enfraquecidos → Indicação: bebes de 6 semanas a 8 meses. A primeira dose deve ser obrigatoriamente aplicada até a idade de 3 meses e 15 dias, e a última dose até os 7 meses e 29 dias • Quadro clínico assemelha-se a outros vírus • Indivíduos sob risco: lactantes, crianças, imunossuprimidos, adultos hígidos • Distribuição mundial • Facilitação da disseminação: infecção assintomática • Doença predomina no outono e inverno • Reservatório: homem Verrugas ou papilomas (HPV) • Vírus icosaédrico, nu, DNA, possui mais de 400 tipos • Transmissão direta ou indireta • Cada genótipo possui tropismo celular definido: mucosa da boca, ânus, trato respiratório, vagina, cérvice e reto • Gênero alfa: lesão genital, principal causador de verrugas de pele • Gênero beta: verruga da pele, pode causar câncer de pele do tipo não melanoma • Gênero gama mi e ni: verrugas de pele • Dependendo da expressão do seu genoma, o vírus possui um determinado comportamento • Infecta a camada basal do epitélio, passando a expressar apenas os genes E • L (late) – constituintes estruturais do capsídeo (transcritos apenas quando o vírus atinge a camada córnea da pele) • E (early) – regula a replicação do genoma viral • Genotipos mais comuns: 16 e 18 – causam neoplasia cervical • Genotipos 6 a 11 podem causar papiloma laríngeo, oral e conjuntival • Vacina: formada por vírus vazio sem DNA • Tipos de vacina: bivalentes (16 e 18) e a tetravalente (6 e 11 contemplados) • Vacina bem tolerada e eficiente, inclusive para pessoas com HIV • Uso da vacina em indivíduos já infectados: ela estimula anticorpos, consegue controlar melhor a carga viral • O vírus provoca uma alteração do tecido epitelial com hiperqueratose e acantose – células do estrato córneo se sobrepõe de maneira irregular e com uma hiperqueratinização, característica da verruga • Quanto mais mecanismos de escape, mais virulento o vírus é • Mecanismos de escape: os genes E6 e E7 voltam a aparecer em diferentes HPVs. Esses genes codificam características virais em que o hospedeiro infectado perde a liberação de citocinas. A proteína E7 inibe os genes induzidos pela ação da INF-. • Células de Langerhans: a apresentação via MHC-1 e MHC-II cai muito nessas infecções. Essas células não conseguem responder para as citocinas e não conseguem fazer apresentação para os linfócitos CD4 e CD8 • Papel dos CD8 e MHC-1: a queda do MHC-1 deve-se ao efeito da citocina e efeito do vírus • Característicasda infecção: é uma infecção latente, podendo progredir de maneira abrupta, podendo evoluir para uma neoplasia • A pessoa tem contato com o vírus, ele vai até o epitélio. O indivíduo pode eliminar o vírus, persistir ou fazer uma infecção controlada latente • O indivíduo pode testar positivo, mas o vírus se encontra na camada basal • Pode perder o controle imunológico, levando a um quadro de ativação da infecção, positivando para o HPV – pode acontecer todo esse ciclo novamente • Pode ser usado INF • Pode ser usado métodos físicos (crioterapia, laser, eletrocirurgia) • Uso de BCG para chamar CD8, NK • Extrato de Truya occidentalis • Vacina • Cidofovir (nucleosídeo acíclico) • Podofilina (agente citotóxico) • Ácido glicirrínico • Preservativo é o mais importante para evitar todos os tipos virais Herpes simples, varicela e herpes zoster • São vírus DNA, icosaédrico, possuem envoltório • Homem é o único hospedeiro • Família: herpesviridae • Subfamília: alphaherpesvirinae • Herpes simples labial (HSV-1) e genital (HSV-2) – mesma família • Herpes zoster (VZV) – outra família • Replicação na porta de entrada de pele e mucosa, fazem infecção lítica (necrose) = é uma vesícula repleta de vírus • Normalmente as pessoas são assintomáticas ou com sintomas leves • Depois da lesão lítica, fazem latência (saem da pele, pega inervasão e vai se esconder dentro de neurônio) – invasão de células semi-permissivas • Grande número de portadores • Herpes labial (HHV-1) e herpes genital (HHV-2), porém, ambos podem infectar essas regiões • Transmissão por contato íntimo e pessoal, também é passado materno-fetal • Manifestações clínicas: mucosas (oral e genital), pele, neonatal, conjuntiva, SNC, latência (gânglios lombares e gânglios trigeminais) • Mecanismo de reativação viral: traumas teciduais, exposição UV, aplicação de ácido em pele – observa-se aumento de prostaglandinas que levam aumento de AMPc, ocorrendo ativação do genoma do vírus – não necessariamente o sistema imune está baixo • Patogênese: normalmente é branda/inflamatória seguida de um período de latência. Pode ocorrer reativação da infecção, levando a uma lesão da célula epitelial (necrose, lise celular) e propagação de célula- célula (anticorpo não protege contra o vírus) • Doenças infecciosas: gengivoestomatite (HSV-1), herpes labial (HSV-1), ceratoconjuntivite (HSV-1), encefalite (HSV- 1), herpes genital (HSV-2), herpes neonatal (HSV-2) • HHV-3 ou VZV • Manifestação tardia da varicela ou catapora • Transmissão: saliva, secreções respiratórias* e contato direto com as lesões • Infecção primária: geralmente em crianças e generalizada • Recidiva: geralmente localizada na forma de zoster (ou popularmente conhecido como cobreiro) • Patogênese: porta de entrada é o respiratório superior, carregado pelos macrófagos e vai para o linfonodo, fazendo uma primeira viremia (sintomas flu-like – febre, cansaço). Na sequência ocorre uma nova viremia, acometendo pele, mucosa e células endoteliais dos capilares (vesículas repletas de vírus que se rompem e formam crostas). Por fim, fazem latência nos neurônios • Vacina: de vírus vivos atenuados, idealmente seria indicada junto com a tríplice viral, porém, muitas crianças teriam efeito adverso grave, por isso, faz-se primeiro a tríplice viral para depois dar a varicela. Boa soroconversão (95%), porém, muitas crianças podem fazer a catapora depois de vacina (bem leve). É bom dar para imunodeprimidos também Rubéola • Família: togaviridae • Gênero: rubivirus • Vírus de RNA com capsídeo icosaédrico, possui envoltório • Possui apenas um sorotipo • Homem é o único hospedeiro • A porta de entrada é o trato respiratório superior, ocorre sua replicação nos linfonodos causando uma linfoadenopatia. Após, acomete a pele causando lesões, depois vai para o saco conjuntival, urina, líquido sinovial, pulmão e LCR. Pode acometer o feto por via placentária, esse quadro é muito complicado, pois diminui as mitoses, atrofia órgãos e quebra os cromossomos • Infecções subclínicas são comuns • Quando os anticorpos começam a ser produzidos, o vírus desaparece e o exantema aparece devido à presença de imunocomplexos • Os anticorpos da mãe protegem contra a infecção do feto • Não se pode vacinar a mulher sabidamente grávida • É duradoura após a infecção • Ocorre queda em 20 anos • Vacina tem imunidade por 15 anos Febre amarela • Família Flaviviridae • Gênero: Flavivirus • Possui apenas um sorotipo • Partícula viral tem 40 a 60 nm com capsídeo proteico e envoltório lipídico • Urbana: mosquitos do gênero Aedes aegypti e A. Albopictus – um trabalho foi feito e descobriu que a detecção do vírus em sua saliva se apresentou presente somente após 14 e 21 dias de infecção do mosquito. A taxa de disseminação é baixa e o A. Albopictus tem maior competência comparado ao aegypti • Silvestre: mosquitos do gênero Haemagogos janthinomys, H. Leucocelaenus e Sabethes sp • O ciclo silvestre acontece através da picada do mosquito em um primata e depois passa para o homem • O ciclo urbano acontece através da picada do mosquito em humano infectado, passado para outro humano (acontece em taxa menor, pois o mosquito não é muito afeito ao vírus) → Ocorrem surtos epizooticos a cada 7-10 anos → Mais comum em áreas com aumento de temperatura e índice pluviométrico para ter reprodução dos vetores → No Sudeste ocorre aproximação dos Haemagogus para a população que mora próximo a áreas silvestres → Elevada presença de hospedeiros primários (macacos) e vetores em determinadas regiões do Sudeste → Humanos virêmicos transitando entre regiões brasileiras → Variação da cepa viral – cepa 1E no lugar da 1D (veio da África, passou para a Ásia e chegou nas Américas) • Genoma de fita simples de RNA • Ligam-se a receptores em células-alvo (endoteliais, monócitos/macrófagos e hepatócitos) • Entra por endocitose em vesículas recobertas por clatrinas, seguido de liberação de nucleocapsídeo no citoplasma • Penetra através da pele após picada • Replicação nos nódulos linfáticos regionais • Disseminação por via sanguínea (fígado, rins, medula óssea, SNC, baço e linfonodos) • Lesões relacionadas com o órgão alvo e necrose tecidual • Fígado: aumento do volume, replicação nas células de Kuppfer (queda na formação de protrombina e icterícia), apoptose de hepatócitos • Possuem quadros assintomáticos (maioria) • Formas leves e moderadas (cerca de 20-30%) → Ocorrência em crianças e adultos com anticorpos prévios • Formas ictéricas graves (cerca de 10-20%) → Inicialmente síndrome febril, seguida de cefaleia, sintomas gastrointestinais e icterícia (leve) • Formas malignas (minoria – 5-10%) → Início súbito → Ocorre em duas fases, uma forma clássica (febre, icterícia, etc, melhora de horas até 2 dias) e uma forma toxêmica (quadro mais grave, com quadros hemorrágicos e encefalite, diminuição do volume urinário (anúria parcial ou total) e coma) → Vírus se localiza em fígado na fase do período de melhoria • Ocorre apoptose celular primária, ocorre pela presença de grande quantidade de Th3-TGF- • Ocorre ação lesiva de NK e CD8 + macrófagos e hepatócitos • Distúrbios vasculares provocados pela produção de TGF- e TNF-, desencadeia uma coagulopatia de consumo CID, levando a uma falência hepática e renal • Primeiros dias não é viável fazer sorologia, pois não há produção de anticorpos ainda • Aproximadamente 10º dia, pode fazer a sorologia. Procura-se IgM contra o vírus • Vacinação para febre amarela – 10 dias antes de viajar e reforços a cada 10 anos. Formada por vírus atenuado da cepa 17D (hoje em dia não precisa reforçar mais a vacina, uma vez vacinado o indivíduo tem proteção para o resto da vida) • Vestimentas apropriadas • Repelentes • Hospedar-se em locais com ar condicionadoou com mosqueteiros • Inseticidas Chikungunya • Família: Togaviridae • Gênero: Alfavírus • Vírus de RNA com envoltório • Transmitido pelo A. Aegypti e A. Albopictus • Como a dengue, seus vírus são arbovírus • Células alvo: epitelial, endotelial, fibroblasto*, macrófago e dendrítica • Pode se disseminar para fígado, músculo, fibroblasto, órgãos linfoides e SNC • Enxergado pelos PUMP e também indutor de liberação de IL-1 – provoca enorme resposta inflamatória • Amplamente distribuído pelo mundo – Ásia, África e Américas • Vírus atual sofreu fitness (se adequou muito bem às condições atuais) • Houve uma ótima adaptação do vetor, vive mais que outros vetores e bem adaptado ao ciclo silvático e urbano • Mosquito adquire o vírus e pica o homem • Ocorre um período de incubação de cerca de 6 dias e depois começa o quadro de viremia (do 21º dia até 28º dia de infecção, aproximadamente) Dengue Chikungunya África África, Ásia Chegada no séc XIX Chegada no Caribe em 2013 Várias formas clínicas distintas Uma forma clínica predominante X varia formas atuais Óbito Sem óbito relatado (no começo) Transmissão vetorial Transmissão vetorial e vertical • Febre depois de cair na corrente circulatória • Depois desse quadro, começa sua disseminação para outros tecidos/órgãos • Começa como uma doença aguda – febre e mialgia (mais relevantes), pode aparecer rash cutâneo, acompanhado como uma linfopenia (tem a ve com a redistribuição para os sítios acometidos) • Doença aguda grave – idosos, recém-nascidos e portadores de doença base (encefalopatia, miocardite, hepatite, doença respiratória, Guillain Barre) • Doença crônica – artralgia e mialgia (debilitante, de longa duração e que compromete a vida do hospedeiro) • Infiltração de monócito/macrófago • Infiltração de LT • Perfil do LT em casos de cronicidade – associada à produção de IL-17 em alguns pacientes • Febre • Dor nas articulações • Dor de cabeça • Rush cutâneo • Infecção crônica: sintomas articulares Zika vírus • Em 2014 houve uma epidemia no Brasil • Família: Flaviviridae • Gênero: Flavivirus • Localização do vírus: subsaariana • Vírus de RNA fita simples com envoltório • Induzidos por viajantes asiáticos em 2014 • Piora da epidemia em períodos de El Nino • Atualmente encontrado em mais de 30 países • Casos não autóctones: Europa, EUA, Austrália e Japão • Pandemia instaurada • Vetor se contamina ao se alimentar de hospedeiro contaminado • Vetor contamina hospedeiro ao se alimentar de hospedeiro saudável • Vetor se contamina ao se alimentar de hospedeiro contaminado → Pode ser transmitido por vias sexuais, via vertical, contaminação de animais domésticos → Outras vias: parenteral, perinatal, amamentação*, saliva*, transplante*, hemodiálise*, mordedura animal* e aerossois* (*identificado o genoma viral, mas não foi identificado o vírion) • Queratinócitos, células dendríticas, macrófagos e fibroblastos* → O vírus tem um mecanismo de escape para os INF-1, conhecido como autofagossoma (vai até o REG e sofre autofagocitose para dentro dessa estrutura, protegido contra a ação do intérferon) • Febre média, dor retrorbital, rash cutâneo • Mais raramente: febre alta, dor de garganta, hipotensão, linfoadenopatia → Comum exames laboratoriais darem normais → Outras complicações: Síndrome de Guillian Barre (resposta autoimune que foi desencadeada pela presença do vírus, sintomas como fraqueza, parestesia bilateral e paralisia são encontrados. Tem origem imunológica em citocinas, células T citotóxicas e anticorpos) e Síndrome Congênita do ZIKA (leva a microcefalia, alteração cardíaca, alteração muscular, retardo mental, disfunção neurosensorial, lesão oftálmica) • Dependente de reconhecimento imune de gangliosídeos presentes em bainha de mielina da inervação periférica • O sistema imune faz a resposta inflamatória no gangliosídeo presente na bainha de mielina levando a um quadro de inflamação e perda das conexões entre os neurônios Dengue • Também é um flavivírus • Família: Flaviviridae • Gênero: Flavivirus • Possui quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4 • É um vírus de RNA com envoltório • Ligam-se a receptores em células-alvo: células endoteliais, monócitos/macrófagos, células dendríticas, LB, LT, hepatócitos e células neurais • Transmitido pelo mosquito do gênero Aedes aegypti e Aedes albopictus • Surgiu na África entre o sec XV • Expandiu-se pela Ásia • Através de veículos de transporte trazendo formas imaturas e os ovos do mosquito • Intenso crescimento populacional na Ásia e Américas • Vírus RNA fita única positiva • Dengue possui 1 a 4 sorotipos • Ambiente urbano – mosquito/humano • Ambiente silvestre – mosquito/humano/outros primatas • Forma hemorrágica apenas em humanos • Vírus são genéticamente distintos (humanos/primatas) • Ocorre pela picada do mosquito fêmea infectado • Só é infectado quando o indivíduo está em quadro de viremia. O mosquito adquire o vírus e após o período de incubação é um potencial infector • Pica um ser humano saudável e injeta o vírus, após o período intrínseco o ser humano entra em viremia • A dengue é uma doença remergente devido à falta de controle do vetor • Idade, atualmente crianças e jovens adultos (porém, as mortes ainda acometem mais idosos) • Maior gravidade em crianças filhas de mães previamente infectadas • IMC – status inflamatório, alterações cardiovasculares • Cepa viral • MHC classe I e II • Amplificação da infecção mediada por anticorpos – multiplos sorotipos circulantes e infecções sequenciais → Amplificação por anticorpo: vírus se liga no receptor e confirma a infecção (porta natural). O vírus ja neutralizado por anticorpos não consegue se ligar no seu receptor, ou seja, não infecta o hospedeiro. Isso só ocorre se o hospedeiro for reinfectado pelo mesmo sorotipo • TNF promove uma mudança na célula endotelial, colocando-a em um padrão procoagulante • Citocinas liberadas: IL-6, IL-1 e INF • Também ocorre uma alteração do glicocálice, forma uma etapa de proteção para evitar o contato direto do microrganismo infectante com a célula do hospedeiro. Alguns genotipos liberam NS1 (proteína) que provocam um disturbio do glicocálice, facilitando a penetração do vírus • Fase febril • Fase crítica: dengue com sinais de alarme, dengue grave e choque • Doença que leva um desequilibrio hemodinâmico, faz com que o endotélio vascular induza a agregação plaquetária – consumo • Existe a infecção do tecido hematopoietico, ou seja, haverá menos hematopoiese • Infecção da plaqueta • Destruição da plaqueta • Diagnóstico sorológico – ELISA (IgM e IgG) • NS1 (uso recente no Brasil) • Diagnóstico por detecção de vírus ou antígenos virais – isolamento do vírus, imuno-histoquímica • Diagnóstico molecular – RTPCR Como pedir e como interpretar exames microbiológicos • O processo de diagnóstico se baseia em história clínica, exame físico, testes diagnósticos • Objetivos: reduzir a incerteza em relação ao diagnóstico ou prognóstico dos pacientes e auxiliar na conduta terapêutica • Diz se o patógeno é endógeno ou exógeno (fonte do microrganismo) • A virulência do microrganismo • O possível prognóstico • Qual o antimicrobiano para utilizar como terapeutica • Requisitar o exame – bacterioscópico (qual local você quer), cultura do material • Requisição – conter dados que possam auxiliar o laboratório (hipótese diagnóstica, especificar o sítio a ser coletado) • Interpretar corretamente os resultados – trata-se de microrganismo de microbiota? É colonização ou infecção? Qual o microrganismo epidemiologicamente mais relevante? Existe proposta terapêutica padronizada para o microrganismo isolado? • Fossas nasais – microbiota semelhante a da pele • Nasofaringe • Traqueia, bronquiose pulmões – sem microbiota normal • Coletar e transportar o material de forma adequada • Identificar as condições da amostra – critérios de rejeição • Selecionar técnicas mais adequadas para cada caso • Emitir laudos provisórios e definitivos • Podem ser solicitados após interpretação de exames de rotina → Urina tipo I: evidenciar piúria ou bacteriúria, solicitar urocultura e antibiograma → Pesquisa de BAAR – se positiva pode ser solicitada a cultura → Bacterioscopia e cultura • Suspeita clínica – NÃO É EXAME DE ROTINA → Solicito bacterioscopia e cultura de secreção vaginal → Solicito bacterioscopia e cultura de secreção traqueal → Solicitar ATB se necessário → Solicito pesquisa ou cultura para Streptococcus beta-hemolítico • Cultura qualitativa – presença ou ausência • Cultura quantitativa (UFC/ml) – diferenciar colonização de infecção • Cultura semi-quantitativa – para estimar microrganismos predominantes (resultados em porcentagens) • Urocultura - <105 UFC/ml (possível colonização), >105 UFC/ml (possível infecção)
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