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Imaginologia- Abdome | Rayssa Mirelle Perceba que cada órgão guarda íntima relação com uma região e isso nos auxilia no diagnóstico. Obviamente que em alguns casos podemos ter alterações nervosas por parte do paciente e a dor não ser muito bem localizada. É o exame mais básico, mas muito utilizado para algumas patologias de urgência de abdome agudo. O raio X do abdome possibilitará, principalmente, a visualização em patologias que guardem 2 relações importantes do ponto de vista fisiopatológico: alterações gasosas ou calcificações. ÇÕ Patologias que calcificam ou que apresentam-se com componentes calcificados são muito bem vistos e possivelmente avaliados pelo exame de raio X simples de abdome. Dentre essas estão as pancreatites crônicas calcificada, cálculos renais e vesicais. 1- Costela; 2- Corpo vertebral; 3- Gás gástrico; 4- Gás no cólon (flexura esplênica); 5- Gás no cólon transverso; 6- Gás no sigmoide; 7- Sacro; 8- Articulação sacroilíaca; 9- Cabeça femoral; 10- Gás no ceco; 11- Crista ilíaca; 12- Gás no cólon (flexura hepática); 13- Margem do psoas; Imaginologia- Abdome | Rayssa Mirelle As lesões que cursam com achados hiperdensos (branco) e calcificados muitas vezes. ÇÕ Dentre as alterações gasosas podemos englobar uma grande quantidade de patologias que podem ir desde obstruções intestinais até mesmo torções, volvos, intuscepções, atresias (esofágicas, gástricas, etc), pneumoperitôneo, enterocolite necrotizante, hérnias diafragmáticas, etc. VÍSCERAS E ESTRUTURAS ANATÔMICAS NOS DIFERENTES CORTES Corte axial 1- Pulmão direito; 2- Veia hepática; 3- Fígado; 4- Veia hepática; 5- Estômago; 6- Flexura esplênica do cólon; 7- Baço; 8- Pulmão esquerdo; 9- Aorta; Imaginologia- Abdome | Rayssa Mirelle Í Devemos saber como observar e analisar corretamente as principais vísceras e tratos abdominais, pois muitas patologias cursam com alterações na densidade, tamanho ou formato dessas estruturas. Í Na tomografia: É necessário observarmos 3 parâmetros: 1- Comparar a sua tonalidade de tons de cinza com a de outras vísceras como, por exemplo, o baço: Abaixo, é possível observar na 1ª imagem um fígado normal, em que sua tonalidade esta semelhante ao do baço, diferente da segunda imagem, que estão em tonalidades diferentes. 2- Verificar a densidade do parênquima e compará-lo com o do baço: As densidades das vísceras abdominais tendem a ser semelhantes (especialmente do fígado e do baço). 3- Deve-se verificar a forma e o contorno do fígado: Existem patologias que podem cursar com distorção arquitetural, redução volumétrica e alterações nos contornos hepáticos. Um bom exemplo disso é a cirrose (hepatopatia crônica). 1-Pulmão direito; 2-Aorta; 3- Pulmão esquerdo; 4-Adrenal; 5- Baço; 6-Artéria esplênica; 7-Cólon; 8-Veia porta; 9-Veia hepática; 10- Fígado. 1-Diafragma; 3-Adrenal; 4-Polo superior do rim esquerdo; 6-Artéria esplênica; 8-Estômago; 11-Costela. 1-Veia cava inferior; 3-Adrenal direita; 4-Pilar do diafragma; 7- Rim esquerdo; 9-Pâncreas; 10- Cólon. Imaginologia- Abdome | Rayssa Mirelle Repare (à esquerda) uma imagem com forma e contorno normais, com tamanho e volume normais (inclusive podemos reparar o tamanho normal do lobo caudado marcado pela seta branca). Agora note (à direita) um fígado com redução volumétrica, distorção arquitetural e contornos nodulares. Era um caso de cirrose. Encontramos também a presença de ascite (marcada em verde) e hipertrofia do lobo caudado (apontado pela seta branca). Í Na USG: A primeira coisa que deve ser observada é se o conteúdo interno da vesícula encontra-se hipoecóico (ou anecoico). Isso irá nos remeter a uma bile normal ou não. Os componentes aquosos e os sais biliares estão em uma proporção adequada para que o líquido biliar possa se apresentar características radiológicas normais. Quando temos uma precipitação de solutos ou um desbalanceamento dos componentes aquosos da bile, tendemos a formar uma lama biliar. Na tomografia: Observa uma diferença de nível, quando há lama biliar. Outro ponto que deve ser observado em ambos exames são as paredes da vesícula. Normalmente, ela é hiperecóica (branco) ao redor de uma região anecóica. Vale ressaltar que a distensão da parede pode estar associada ao jejum prolongado e não representa uma patologia. Os casos patológicos, geralmente se associam mais ao espessamento e mudança de cor. Note na figura abaixo a parede da vesícula espessada e se tornando hipoecoica (preto). Imaginologia- Abdome | Rayssa Mirelle  O pâncreas nem sempre fica visível na imagem e, por isso é necessário observar vários níveis de corte para analisar toda sua extensão. Existem alguns parâmetros a serem analisados: 1- Tamanho da glândula: Importante para identificar se existem patologias associadas a uma possível atrofia ou aumento. Na imagem abaico é possível observar na primeira imagem temos um aumento difuso da glândula (apontado pela cabeça de seta) e na segunda imagem temos uma atrofia glandular com calcificações difusas na mesma. 2- Analisar se há dilatações de ductor: A pancreatite crônica e o tumor são as principais causas. 3- Observar se o pâncreas realçou: Caso o pâncreas não realce com o contraste, é possível que haja um caso de necrose. Ex.: Pancreatite necrozante. Na figura abaixo é possível perceber que todas as estruturas vizinhas realçaram, exceto o pâncreas. 4- Presença de tumoração: Um dos principais é o adenocarcinoma de cabeça de pâncreas. Ç Imaginologia- Abdome | Rayssa Mirelle É importante observar 2 parâmetros em especial: 1- Tamanho: Diversas patologias podem causar aumento do baço, especialmente as que cursam com hipertensão portal. Abaixo alguns casos de esplenomegalia: 2- Densidade: Essa característica é observada quando há contraste no exame, spbretudo na fase arterial, em que o baço vai ficar com aspecto tigroide. Na imagem abaico, é possível observar que na fase arterial o baço apresenta um realce heterogêneo, que vai tendendo a ficar mais homogêneo na fase portal. É importante saber que o baço se comporta dessa forma durante a fase arterial para que não cometamos o erro de diagnosticar alguma patologia em um órgão normal (como um infarto esplênico, por exemplo). É de extrema importância conhecer as principais fases que um exame contrastado de abdome possui. Cada fase tem sua devida importância e nos auxilia na detecção de alguma patologia. É importante ressaltar que nem sempre conseguimos a aquisição das imagens de uma fase no exato momento em que ela começa. Algumas vezes temos contraste nas artérias (fase arterial), mas dependendo do momento em que a imagem foi adquirida podemos ter resquícios de contraste em outras regiões. São 4 fases principais: Fase sem contraste, fase arterial, fase portal e fase tardia. FASE SEM CONTRASTE Pode ser reconhecida ao verificarmos que as tonalidades de tons de cinza das vísceras abdominais encontram-se semelhantes Imaginologia- Abdome | Rayssa Mirelle FASE ARTERIAL A fase arterial é a fase que ocorre após a injeção do contraste, que leva alguns segundos. Nessa fase o contraste se concentra principalmente nas artérias. Algumas características importante que são enconrtadas nessa fase é o baço tigroide e a aorta e córtex renal estão bastante contrastados. FASE PORTAL A fase portal (chamada de venosa por algumas literaturas) vem a seguir e alguns detalhes precisam ser observados. O baço tende a ficar com a densidade homogênea (e não mais com o aspecto tigroide da fase arterial), o parênquima hepático tenderá a realçar um pouco mais (junto com os componentes portais) e o córtex renal agora ficará mais isodenso. FASE TARDIA A fase tardia ocorre quando nós já temos uma fase de homogeneização dos componentes abdominais e pouquíssimocontraste circulante. O meio de contraste escolhido é então excretado pelo sistema coletor e vai encher a bexiga, densificando-a. Imaginologia- Abdome | Rayssa Mirelle As 4 fases, respectivamente:
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