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ENGENHARIA_AMBIENTAL_E_SANITARIA_THIAGO

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1 
 
FACULDADE PITÁGORAS DE LINHARES 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E 
SANITÁRIA 
 
 
 
 
THIAGO FERREIRA VASCONCELLOS 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL: UMA REVISÃO DA LEI FEDERAL Nº 
12.305/2010 – REFERENTE AO PLANO DE GESTÃO DE 
RESÍDUOS SÓLIDOS - PGRS 
 
 
 
 
 
LINHARES 
2017 
 
 
THIAGO FERREIRA VASCONCELLOS 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL: UMA REVISÃO DA LEI FEDERAL Nº 
12.305/2010 – REFERENTE AO PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS 
SÓLIDOS - PGRS 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Faculdade Pitágoras 
Linhares, como requisito parcial para 
obtenção do título de graduado em 
Engenharia Ambiental. 
Orientador: D.s.C Laércio Francisco 
Cattaneo 
 
 
 
 
LINHARES 
2017 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL: UMA REVISÃO DA LEI FEDERAL Nº 
12.305/2010 – REFERENTE AO PLANO DE GESTÃO DE 
RESÍDUOS SÓLIDOS - PGRS 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Faculdade Pitágoras Linhares, como requisito 
parcial para a obtenção do título de graduado 
em Engenharia Ambiental. 
 
 
 
Aprovado em: __/__/____ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
 
 
Agradeço primeiramente a Deus, pois sem Ele, não teria forças pаrа 
atravessar essa longa jornada, e agradeço também aos meus professores que com 
maestria, compreensão e motivação puderam me transmitir o máximo de 
conhecimento ао meu colega pela paciência e dedicação que contribuiu na 
elaboração deste trabalho de conclusão de curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos tendo como principal instrumento, a 
Lei, desde sua promulgação veio para dar legalidade jurídica em relação a tudo 
sobre os resíduos sólidos e a sua criação se justifica justamente pois foi percebido 
que não se pode mais conviver com qualidade e sustentabilidade sem fazer o 
correto gerenciamento dos resíduos, visto que o mesmo, cresce em proporções 
alarmantes, sobretudo, os lixões, as doenças. Esta pesquisa pretende executar uma 
revisão literária da Lei Federal nº 12.305/2010 – referente à Política Nacional de 
Resíduos Sólidos - PNRS, no que se exige das entidades públicas e privadas a sua 
correta coleta, transporte e destinação. Para tanto, foi buscada obras da literatura e 
o uso da Lei propriamente dita, não foi necessário o uso de testes, ensaios ou 
qualquer outra forma de experimentação. Dessa forma, e analisando o estudo 
realizado por esta pesquisa, fica evidente que o problema está na burocracia que 
ocorre no Brasil de uma maneira geral, e a falta de educação ambiental por parte 
das pessoas físicas e jurídicas, pois desde muito tempo nunca houve uma 
preocupação com os impactos ambientais que seus aspectos podem causar ao meio 
ambiente. O excesso de burocracia em nosso país é notório quando nos deparamos 
com leis estrangeiras que mesmo contendo poucos procedimentos, funcionam de 
verdade. É preciso definitivamente acabar com isso pois tornam o processo mais 
dispendioso aos cofres públicos e sem haver resultados significativos no curto prazo. 
 
Palavras-chaves: Gestão de Resíduos; Legislação; Lei nº 12.305/2010; 
Sustentabilidade; Desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The National Policy on Solid Waste, having as its main instrument, the Law, 
from its promulgation to legal legality regarding everything about solid waste and its 
creation is justified precisely to not perceived that can’t live with quality and 
sustainability without doing The correct Waste management, as it grows in alarming 
proportions, above all, the dumps, such as diseases. Establishment of work for the 
purpose of reviewing Law No. 12305/2010 - regarding the National Solid Waste 
Policy - PNRS, in what is required of public and private entities and their correct 
collection, transportation and destination. This work aims to analyze how much 
potential the solid waste management can bring the character of solid waste 
management and solve sustainable development. In order to do so, literature was 
searched for and use of the Law as such, it was not necessary to use tests, tests or 
any other form of experimentation. In this way, and analyzing the study carried out by 
this research, they show that the problem lies in the bureaucracy that has occurred in 
Brazil in general, and lack of environmental education on the part of individuals and 
companies, there has been a long Impacts. The excess of bureaucracy in our country 
is notorious when we come across foreign laws that even working on procedures, 
really work. We must definitely conclude with this for the most costly process for 
public coffers and without significant results in the short term. 
 
Keywords: Waste Management; Legislation; Law nº 12.305 / 2010; 
Sustainability; Development. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABAL Associação Brasileira de Alumínio 
Abief Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis 
ABIVIDRO Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
Abras Associação Brasileira de Supermercados 
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento 
CETESB Companhia de Tecnologia do Saneamento Ambiental 
EPA Environmental Protection Agency 
GW.h Giga Watt hora 
INP Instituto Nacional do Plástico 
NBR Norma Brasileira 
OMS Organização Mundial da Saúde 
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos 
PGRS Plano de Gestão de Resíduos Sólidos 
RCC Resíduos de Construção Civil 
RS Resíduos Sólidos 
SGA Sistema de Gestão Ambiental 
SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente 
SINISA Sistema Nacional em Saneamento Básico 
SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária 
SUASA Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária. 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 8 
2 REFERENCIAL TEÓRICO __________________________________________ 10 
2.1 O CONCEITO DE LIXO __________________________________________ 10 
2.2 RESÍDUOS SÓLIDOS ___________________________________________ 11 
2.3 COLETA E DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ____________ 12 
2.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E RESÍDUOS SÓLIDOS ____________________ 15 
2.5 RECICLAGEM _________________________________________________ 16 
3. LEI FEDERAL N º 12.305/2010 ______________________________________ 18 
3.1 GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS _____________________ 26 
4. LEGISLAÇÃO SOBRE RESIDUOS SOLIDOS EM OUTROS PAÍSES ________ 31 
4.1 ALEMANHA ___________________________________________________ 31 
4.2 ESTADOS UNIDOS ____________________________________________ 32 
5. RESIDUOS: DE PROBLEMA A SOLUÇÃO ____________________________ 34 
5.1 PROBLEMAS AMBIENTAIS PROVOCADOS PELOS RESIDUOS ________ 34 
5.2 SOLUÇÕES ENVOLVENDO REUTILIZAÇÃO DE RESIDUOS ___________ 37 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS _________________________________________ 43 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ____________________________________ 46 
 
 
 
 
 
 
8 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Os Resíduos Sólidos – RS – (o popular lixo) são produzidos pelo homem 
desde os antepassados, assim o crescimento na produção destes vem 
acompanhando o crescimento exponencial da humanidade. 
 
Casos relacionados à produção excessiva de resíduos e da má gestão e que 
acabaram em tragédias, exemplo este, foi um colapso de talude que desmoronou 
em Niterói (RJ) em 2010 matando mais de 50 pessoas devido a uma área 
residencial ocupada irregularmente sobre um lixão mal consolidado. 
 
Contudo, a humanidade nunca esteve e nem tampouco está atualmente 
preocupada com essa problemática, haja vista, que mesmo com elevado grau de 
conhecimento sobre e as consequências negativas da superprodução e da má 
gestão de RS ainda não se interessou o suficiente para mudar esse comportamento. 
É percebido quandose observa o descarte inadequado de RS por parte da 
população e também das empresas que mesmo sob a jurisdição, não a pratica. 
 
Historicamente a espécie humana é marcada por eventos ligados diretamente 
aos RS e que foram compreendidos apenas há pouco tempo. A cólera, a peste 
bubônica, a dengue e muitas outras enterites se devem ao fato da má gestão de 
resíduos gerando um problema de saúde pública. Problemas de cunho ambiental 
também são observados, haja vista que o acúmulo de RS geram os famosos lixões 
que causam poluição de aspecto visual, poluição do solo e da água. Referente ao 
cunho econômico tem-se a desvalorização imobiliária devido à sujeira encontrada 
nesses locais. A própria Lei nº 12.305/2010 propõe instrumentos para os problemas 
supracitados, mas que se não executados em sua plenitude, deixa lacunas quanto à 
inobservância da referida lei. 
 
Assim, quando o assunto é gestão e sustentabilidade, o tema gestão de 
resíduos toma uma vertente de problema para uma possível solução mais que 
9 
 
meramente de caráter público, tornando-se imprescindível sua correta gestão e 
destinação de forma ambientalmente adequada. 
Diante da definição supra, as entidades privadas e públicas tem-se adequado 
com o que se exige pela Lei nº 12.305/2010? A princípio, mais da metade das 
entidades ainda não se atentaram para um problema que potencialmente pode ser 
fonte de capitalização e sustentabilidade. Dessa forma a correta execução e 
gerenciamento de resíduos podem trazer benefícios que corroboram para o correto 
Sistema de Gestão Ambiental – SGA, pois se cada empresa ou instituição pública 
adéqua-se ao disposto na legislação nº 12.305/2010 não teriam tantos danos 
ambientais, estes que comprometem a qualidade de vida do ser humano e sua 
condição de salubridade. 
 
Este trabalho pretende executar uma revisão da Lei Federal nº 12.305/2010 – 
referente à Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, no que se exige das 
entidades públicas e privadas sua correta coleta, transporte e destinação de 
resíduos. Como objetivos específicos, pretende-se comparar o modelo de legislação 
brasileira com os de países desenvolvidos no que tange a sua eficiência; 
estabelecer melhorias quanto ao proposto pela legislação; atentar as entidades 
públicas e privadas quanto o correto gerenciamento de seus resíduos; e discutir 
formas de tornar a referida legislação aplicável à necessidade dos problemas 
abordados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 O CONCEITO DE LIXO 
 
A palavra lixo deriva do termo latim LIX, que significa cinza. No dicionário, lixo 
é definido como: resto, despejo, sujeira, imundice, coisa ou coisas inúteis, sem valor. 
Tecnicamente pode ser usado como sinônimo de resíduos sólidos e é representado 
por matérias descartadas pelas atividades humanas. Desde os tempos mais remotos 
até meados do século XVIII, quando surgiram as primeiras indústrias na Europa, o 
lixo era produzido em pequena escala. A partir da revolução industrial o volume e a 
diversidade de resíduos gerados nas áreas urbanas aumentaram 
consideravelmente. O crescimento acelerado das metrópoles fez com que as áreas 
disponíveis para colocar o lixo se tornassem escasso. A sujeira acumulada no 
ambiente aumentou a poluição do solo, das águas e piorou as condições de saúde 
das populações em todo o mundo. (RODRIGUES E GRAVINATTO, 2003). 
 
Com a chegada da industrialização e sua expansão por todo o Planeta, o 
mundo começou a sofrer problemas jamais vistos ou sequer imagináveis, dentre 
todos esses problemas um deles vem se tornando um grande problema, para toda a 
População Mundial. É a questão do lixo urbano que é produzido em grande escala, 
mas não tem um local adequado para seu destino final (CARVALHO E TELLA, 1997, 
p.06 e 07). 
 
A chamada sociedade de consumo, na qual, para ser feliz não basta consumir 
o necessário, mas, se possível, também o supérfluo, acabou por conferir às relações 
do homem com o meio ambiente um caráter extremamente agressivo. A revolução 
industrial, o crescimento urbano desordenado e o apelo da propaganda aumentaram 
o volume de lixo produzido e intensificaram a poluição do ar, das águas e dos solos. 
(ALMEIDA E GIGOLIN, 2004, p.115). 
 
 
11 
 
2.2 RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
O resíduo sólido é um termo técnico e pode ser considerado como qualquer 
material que seu proprietário ou produtor não considera mais com valor suficiente 
para conservá-lo. Por outro lado, o resíduo sólido resulta da atividade humana, 
sendo, por isso, considerado inesgotável, além de diretamente proporcional à 
intensidade industrial e ao aumento populacional. Por esse motivo, uma das grandes 
preocupações da sociedade atual diz respeito aos resíduos sólidos. O crescimento 
desordenado da população e o aparecimento de grandes indústrias têm aumentado 
o consumo e com isso gerado maior quantidade de resíduos, que, geralmente, 
possuem manejo e destino inadequados, provocando, assim, efeitos indesejáveis ao 
meio ambiente. Segundo dados do ministério do meio ambiente, o Brasil produz 
cerca de 90 milhões de toneladas de resíduo sólido por ano e cada brasileiro gera, 
aproximadamente, 500 gramas de resíduo sólido por dia, podendo chegar a 1 kg, 
dependendo do local em que reside e de seu poder aquisitivo (NUNESMAIA, 1997; 
IBGE, 2012). 
 
Os resíduos sólidos são considerados perigosos quanto às suas propriedades 
físicas, químicas e infectocontagiosas. A inadequada remoção e coleta desses 
resíduos, sua destinação e seu tratamento final podem causar um grande impacto 
ao meio ambiente. O processo físico-químico de decomposição dos resíduos 
orgânicos, se não controlado de forma correta, irá produzir líquidos percolados (Cho 
rume), em sua maioria rica em metais pesados, chumbo, níquel, cádmio, dentre 
outros, que contaminam os veios hídricos e cursos d’água quando infiltrados no solo. 
A decomposição anaeróbica das frações orgânicas do resíduo sólido lança, no ar, 
compostos poluentes e gases de amônia, enxofre, gás carbônico, dentre outros 
(BIDONE; POVINELLI, 1999). 
 
 
 
12 
 
A disposição indiscriminada de resíduos sólidos no meio-ambiente pode 
causar danos sérios à vida, à natureza e à sociedade. A contaminação do solo e da 
água e o prejuízo grave a ecossistemas diversos, incluindo a vida humana, são 
alguns exemplos dos males que este tipo de prática pode ocasionar. 
 
2.3 COLETA E DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
A coleta dos resíduos sólidos é a parte mais sensível aos olhos da população, 
portanto, a mais passível de crítica. É necessário um bom planejamento dos 
serviços de coleta, pois eles representam cerca de 50 a 80% do custo de operação 
de limpeza pública. A coleta e transporte do resíduo sólido devem funcionar de 
forma sistemática, além de garantir os seguintes requisitos: a universalização dos 
serviços prestados e a regularidade da coleta, o que compreende periodicidade, 
freqüência e horário (LIMA, 1995). 
 
A destinação final do resíduo sólido é um problema em quase todos os 
municípios. Coletado pelo órgão público ou por empresas particulares, o resíduo 
sólido é levado a um depósito. Esses depósitos, muitas vezes, não possuem uma 
destinação final apropriada. A deposição a céu aberto, que causa grande prejuízo ao 
meio ambiente, continua sendo o destino da maior parte dos resíduos. O problema é 
que não existem grandes áreas disponíveis nos centros urbanos para instalação de 
aterros sanitários. Incentivando a reciclagem, evita-se que uma parcela dos resíduos 
produzidos seja lançada nos aterros, aumentando assim o tempo de utilização do 
local. É necessário desenvolver soluções que reduzam o volume dos resíduos (VAZ, 
CABRAL, 2005). 
 
A disposição final e adequada do resíduo sólido pode influir na qualidade do 
meio ambiente e na saúde do homem (saúde publica), além da preservação dos 
recursos naturais. Existem diversos tiposde disposição tais como vazadouro a céu 
aberto, aterro controlado, aterro sanitário, incineração e com postagem. 
13 
 
Vazadouro a céu aberto, vulgarmente conhecido como lixão, é a forma mais 
impactante ao meio ambiente e às populações vizinhas. É um tipo de disposição dos 
resíduos diretamente no solo, sem nenhum processo de controle que permita evitar 
a contaminação de lençóis freáticos e cursos de água, através dos líquidos 
percolados. 
 
O Chorume, oriundo da decomposição anaeróbica das frações orgânicas 
contidas nos materiais dispostos, gera liberação de gases voláteis ricos em enxofre 
(S), amônia (NH4), gás carbônico (CO2), dentre outros que são poluentes e alguns 
favoráveis à combustão. Portanto, percebe- se perfeitamente a grande contribuição 
à degradação ambiental sem contar os inúmeros indícios de comprometimento à 
saúde pública (LIMA, 2003). 
 
Aterro controlado é uma forma de disposição final em uma área previamente 
impermeabilizada, de resíduos sólidos urbanos no solo. Nos aterros controlados, os 
resíduos são compactados e formatados por um trator para melhor ordenamento. O 
resíduo sólido adensado é coberto por materiais de jazida (barro próprio para 
recobrimento) evitando dispersão de odores, presença de vetores de doenças 
(moscas, mosquitos, baratas, ratos, etc.), animais nocivos e combustão espontânea 
por anaerobiose, minimizando os riscos de impactos ambientais e à saúde publica 
(FALCÃO; ARAUJO, 2005). 
 
Aterro sanitário, diferentemente do aterro controlado, é uma forma de 
disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, baseada em critérios de engenharia 
e normas operacionais específicas. O local é normalmente recoberto por material de 
jazida, selecionado e compactado em níveis satisfatórios, evitando danos à saúde 
pública e minimizando os impactos ambientais. Os aterros sanitários possuem um 
sistema de drenagem periférica e superficial para captação de águas pluviais e um 
sistema de drenagem específica para captação e condução ao local de tratamento 
de líquidos percolados. Esse tratamento pode ser através de lagoas de estabilização 
que operam num sistema físico-químico de recuperação dos líquidos, objeto do 
14 
 
processamento. Nesses aterros, existe também um sistema de captação para os 
gases, principalmente o gás carbônico, o gás metano e o gás sulfídrico para que o 
terreno não fique sujeito a explosões, deslizamentos e combustão. 
 
Ao final de sua vida útil, o aterro sanitário pode ser reutilizado mediante 
abertura das células, para retirada do material bioestabilizado ou utilização do 
mesmo em outras situações tais como: áreas de lazer e praças (BIDONE; 
POVINELLI, 1999; FALCÃO; ARAUJO, 2005). Incineração é um processo de 
destruição térmica, pelo qual ocorre redução do peso, volume e das características 
de periculosidade dos resíduos, com conseqüente eliminação da matéria orgânica e 
características de patogenicidade (capacidade de transmissão de doenças) através 
da combustão controlada. 
 
A incineração tem que ser controlada para que não cause danos ao meio 
ambiente (VAZ; CABRAL, 2005). 
 
Com postagem é um processo biológico aeróbio de decomposição de matéria 
orgânica (animal ou vegetal), através do quais microrganismos convertem a parte 
orgânica dos resíduos sólidos urbanos num material bioestabilizado, conhecido 
como composto orgânico. O composto resulta da degradação biológica da matéria 
orgânica em presença do oxigênio do ar, sob condições controladas pelo homem. 
Os produtos gerados na decomposição são: gás carbônico, calor, água e matéria 
orgânica compostada. 
 
Esse material apresenta propriedades e características completamente 
diferentes do material que lhe deu origem e pode ser usado como enriquecedor do 
solo, minimizador de áreas erodidas e na própria compostagem, na cobertura das 
pilhas mais recentemente formadas, além de representar fonte de macro e 
micronutrientes para as plantas em geral (PLANETA, 2005). A compostagem, ou 
seja, a arte de produzir compostos orgânicos do resíduo sólido, embora seja uma 
15 
 
prática remota, surge atualmente como um extravasamento do modo de pensar do 
homem moderno. 
 
2.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
A educação ambiental constitui um processo informativo e formativo dos 
indivíduos, desenvolvendo habilidades e modificando atitudes em relação ao meio, 
tornando a comunidade educativa consciente de sua realidade global. Uma 
finalidade da educação ambiental é despertar a preocupação individual e coletiva 
para a questão ambiental com uma linguagem de fácil entendimento que contribui 
para que o indivíduo e a coletividade construam valores sociais, atitudes e 
competências voltadas para a conservação do meio ambiente. Assim, torna-se 
necessário mudar o comportamento do homem com relação à natureza, com o 
objetivo de atender às necessidades ativas e futuras, no sentido de promover um 
modelo de desenvolvimento sustentável. Um programa de educação ambiental 
eficiente deve promover, simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimento, de 
atividades e de habilidades necessárias à preservação e melhoria da qualidade 
ambiental (DIAS, 1992). 
 
Considerando que parte dos resíduos gerados pelas atividades humanas 
ainda possui valor comercial, se manejado de maneira adequada, deve-se adotar 
uma nova postura e começar a ver o resíduo sólido como uma matéria-prima 
potencial. Sendo assim, considerando a complexidade das atividades humanas, 
pode-se verificar que resíduos de uma atividade podem ser utilizados para outra, e 
assim sucessivamente. 
 
O material que não for consumido nesse ciclo será nomeado como resíduo 
sólido (D`ALMEIDA; VILHENA, 2000). Não há como não produzir resíduo sólido, 
mas podemos diminuir essa produção. 
 
16 
 
2.5 RECICLAGEM 
 
Os animais, quando morrem, assim como as folhas que caem das árvores, 
passam pelo processo de reciclagem da natureza. Todas as plantas e animais 
mortos apodrecem e se decompõem. São destruídos por larvas, minhocas, bactérias 
e fungos, e os elementos químicos e nutrientes que eles contêm voltam a terra. É 
um processo natural de reutilização de matérias. Enquanto a natureza se mostra 
eficiente em reaproveitamento e reciclagem, os homens o são em produção de 
resíduos sólidos. Os ciclos naturais de decomposição e reciclagem da matéria 
podem aproveitar os resíduos gerados pelo ser humano. Contudo, uma grande 
quantidade deste sobrecarrega o sistema. O problema agrava-se porque muitas das 
substâncias manufaturadas pelo homem não são biodegradáveis (JAMES, 1997). 
 
A sociedade consumista se preocupa apenas em descartar o resíduo sólido, 
não dando a devida atenção ao seu destino final. Com a finalidade de conscientizar 
a população sobre esse problema, a educação ambiental apresenta três princípios 
básicos para os resíduos: reduzir, reutilizar e reciclar (conceito dos três R’s). A partir 
desses princípios, o cidadão deve aprender a reduzir o resíduo sólido gerado, 
reutilizar sempre que possível os materiais antes de descartá-los e, só por último, 
pensar na reciclagem dos materiais. O conceito dos três R’s visa a diminuir o 
desperdício, valorizando as possibilidades de reutilização como meio de 
preservação ambiental (DUTRA, 2005; NUNESMAIA, 1997). 
 
Os materiais não biodegradáveis podem passar pelo processo de reciclagem. 
Reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os detritos e 
reutilizá-los no ciclo de produção de que saíram, sendo assim, a reciclagem permite 
retomar a origem, na forma de matérias-primas, os materiais que não se degradam, 
ou seja, materiais que se tornariam resíduo sólido, ou estão no resíduo sólido. Esses 
materiais são desviados, coletados, separados e processados para então serem 
usados como matéria-prima na produção de novos produtos. A reciclagem tem a 
17 
 
finalidade de aproveitar os resíduos para fabricar novos produtos,idênticos ou não 
aos que lhes deram origem (VALLE, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
3. LEI FEDERAL N º 12.305/2010 
 
A Lei Federal Nº 12.305, de Agosto de 2010, que dispõe sobre a Politica 
Nacional de Resíduos Sólidos e regulamentada pelo Decreto presidencial Nº 7.404, 
de Dezembro de 2010, logo em seu primeiro ato, trata de responsabilizar as pessoas 
físicas e jurídicas tanto de poder público ou privado pela geração de Resíduos 
Sólidos - RS (exceto rejeitos radioativos, que obtém legislação própria), e da 
aplicabilidade em concomitância com as leis 11.445/2007 que dispõe sobre o 
Saneamento Básico, as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do 
Meio Ambiente (SISNAMA), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do 
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA). 
 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS reúne um conjunto de 
princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações voltadas para uma 
correta gestão integrada e gerenciamento ambientalmente adequado dos RS, além 
de articular-se com outras leis correlatas, como a Lei do Saneamento Básico, da 
Educação Ambiental, todas integrantes da Política Nacional do Meio Ambiente. Essa 
articulação se faz necessária, pois o tema é abrangente e com certa 
complexibilidade e, envolvendo agentes públicos e privados, além de cooperativas. 
 
No artigo 3º da lei foram dispostas algumas definições para uma melhor 
compreensão de termos inerentes ao tema, tais como, Gerenciamento de Resíduos 
Sólidos, Gestão Integrada RS, logística reversa e responsabilidade compartilhada, 
termos que pela similaridade das palavras não refletem o mesmo em seus 
significados. Como por exemplo: 
 
X – gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta 
ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e 
destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e 
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com 
plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de 
gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei; 
19 
 
XI – gestão integrada de resíduos sólidos: conjuntos de ações voltadas para 
a busca de soluções para resíduos sólidos, de forma a considerar as 
dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle 
social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável. 
 
Dessa forma fica claro que enquanto a gestão integrada de RS busca 
soluções para os rejeitos sempre considerando as dimensões política, econômica, 
social e ambiental visando o desenvolvimento sustentável o gerenciamento dos RS 
são as ações diretas ou indiretas nas etapas de coleta, transporte, transbordo e 
destinação final, ou seja, gestão leva a uma conotação de política, estratégia, já o 
gerenciamento nos dá uma ideia de execução, operação. 
No artigo 6º, foram dispostos onze princípios, dentre os quais, para 
aproximar-se do objetivo dessa revisão, cabe salientar o princípio do 
reconhecimento de que os RS são reutilizáveis e recicláveis como um bem 
econômico e de valor social, gerando trabalho e renda promovendo a cidadania e da 
responsabilidade compartilhada. Sem esquecer claro que todos os demais princípios 
também têm o seu elevado grau de importância. Mas, entender esses princípios nos 
permitirá enxergar oportunidades onde até pouco tempo atrás isso não ocorria. Esse 
princípio nos permite enxergar que os resíduos sólidos possuem valor econômico, 
podendo para esse fim ser reutilizado ou reciclado. 
 
Assim, observamos que fica desde já estabelecido o princípio de 
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: 
 
Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto 
de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, 
distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos 
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para 
minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para 
reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental 
decorrentes do ciclo de vida dos produtos. (Lei n. 12.305/2010 – art. 3°, 
XVII). 
 
 
20 
 
Agora com tal entendimento, podemos perceber o qual difícil é a aplicação 
desse princípio, haja vista, que tal responsabilidade cabe da efetividade por parte 
dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e dos consumidores 
(MACHADO, 2012, p. 44). 
 
O princípio do reconhecimento do valor dos resíduos sólidos são reutilizáveis 
e recicláveis pode ser considerando o mais importante, pois é a partir desse 
princípio que podemos enxergar que os resíduos sólidos não são problemas no qual 
até pouco tempo atrás era considerado, mas sim ser solução sob a ótica dos 
aspectos ambientais, econômicos e sociais. 
 
Segundo Machado (2012), esse princípio afirma diretamente que o resíduo 
solido reutilizável e reciclável tem valor econômico e acrescenta ainda que esse bem 
tem valor social, gera trabalho e renda promovendo assim a cidadania. 
 
 No artigo 7º da PNRS, quinze objetivos foram propostos ao todo, mas é 
importante frisar o da não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento 
dos RS, bem como a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. É 
interessante esse objetivo, pois com ele pretende-se primeiramente a não geração 
de resíduos, algo no mínimo impensável nos dias atuais, porém ele nos dá uma 
segunda opção que é a da redução, isso sim é bem mais plausível. Contudo, ainda 
estamos na contramão dessa ideia, haja vista que, o consumismo está muito bem 
consolidado no cotidiano de nossas vidas. Como terceira via, caso não haja ou se 
mesmo havendo uma redução, temos a proposta da reutilização, que nada mais é 
do que encontrar uma forma de utilizar esse RS sem a necessidade de transformá-lo 
em algo totalmente novo. Em sequencia temos a ideia daquela que talvez seja a 
mais interessante, pois nos dá a oportunidade de transformar o RS em outro produto 
que necessariamente não precisa ser o mesmo de origem, é uma grande forma de 
reintroduzirmos no sistema econômico uma parte da matéria e/ou da energia, que se 
tornaria lixo ficando assim inaproveitada. Essa é a proposta da reciclagem, que é 
interessante, pois traz muitos benefícios para o objetivo geral, como: diminuir a 
21 
 
exploração de recursos naturais, redução da poluição do solo, da água e do ar, 
melhora a limpeza da cidade e da qualidade de vida dos munícipes, prolonga a vida 
útil dos aterros sanitários, gera emprego e renda pela comercialização dos 
recicláveis, reforça o aspecto ambiental da gestão dos RS e exercita uma atitude de 
respeito com relação a natureza, dentre outros. Por fim, aquilo que sobraria do 
processo de reciclagem, seria tratado e teria uma disposição final ambientalmente 
adequada. 
 
Outro objetivo que vale ressaltar é o de incentivar a indústria de reciclagem, 
fomentando o uso de matéria prima de origem reciclada. Esse objetivo pode ser 
alcançado por meio de políticas públicas adequadas. 
 
A Lei de Resíduos Sólidos em seu Artigo 8º estabeleceu alguns instrumentos 
dos quais objetivam contribuir e auxiliar na solução dos problemas. Todos esses 
instrumentos que constam na PNRS, são de extrema importância na construção 
eficaz e eficiente de uma gestão de resíduos, sem esses instrumentos ou a falta de 
quaisquer partes afetam diretamente em sua qualidade. 
 
O planos como instrumento estruturador de gestão é obrigatório em todos 
tipos de planejamento, e não seria diferente para os gerenciamento correto dos 
resíduos sólidos. Dessa forma tanto a Lei quanto o Decreto consideram que os 
planos, no âmbito da União bem como dos estados e dos municípios, devem definir 
as condições pelas quais os objetivos principais da Política possam ser alcançados 
(CRESPO e COSTA, 2012,p. 283). A coleta seletiva é um instrumento de gestão 
de resíduos sólidos proposto pela PNRS que pode contribuir significativamente para 
atender os objetivos da Lei, contudo, ela não é muito bem realizada seja por parte 
da população seja pelas empresas e até mesmo pelas entidades públicas que não 
cumprem com seus deveres referentes à questão. Há também um paradigma a 
respeito da coleta seletiva muita usada pela população apenas por questões 
culturais de educação ambiental que por vezes é utilizada como mera desculpa para 
22 
 
a não realização devido a inobservância da eficácia dos serviços de limpeza pública 
que costumam misturá-los novamente com sua atividade de transporte. 
 
Já a logística reversa como um instrumento de gestão propõe um novo 
conceito de redução para minimizar a quantidade de resíduos que iriam para os 
“lixões”, agora Aterro Sanitário. Porém, tal instrumento para implementação causa 
um impacto significativo na vida empresarial, devido a sua complexidade logística 
(LEITE, 2012, p. 343). 
 
Já quanto à proposta de incentivo a criação e ao desenvolvimento de 
cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais 
reutilizáveis e recicláveis como instrumento é interessante, pois a transforma 
fielmente numa ferramenta legal para obtenção dos muitos objetivos, sobretudo o 
social e econômico. 
 
A educação ambiental como instrumento da PNRS justifica-se, pois essa 
política propõe uma profunda mudança nos hábitos das partes envolvidas e para 
tanto se necessita de uma ferramenta legal para permitir tal reflexão, dessa forma a 
educação ambiental pode ser trabalhada em diferentes frentes no intuito de 
reeducar. 
 
Há a existência de muitos outros instrumentos propostos pela Lei 
12.305/2010, que passa desde a pesquisa, o uso de sistemas, instrumento da 
Politica Nacional de Meio Ambiente até acordos setoriais e incentivos a adoção de 
consórcios ou de outras formas de cooperação entre os entes federados. 
 
 
23 
 
Os instrumentos supracitados são as ferramentas nos quais os gestores 
poderão utilizar-se para o desenvolvimento dos trabalhos, obviamente que além 
destes pode haver muitos outros. 
 
Devido à importância dos objetivos propostos no inciso II do artigo 7º da Lei 
12.305/2010, agora no art. 9º temos as diretrizes aplicáveis aos RS que não 
obstante volta a priorizar esse objetivo supracitado, mas dessa vez com caráter de 
plano. São as diretrizes para a não geração, redução, reutilização, reciclagem, 
tratamento dos RS e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. 
 
Outra diretriz estabelecida é a incumbência da gestão integrada dos RS ser 
de responsabilidade dos estados e municípios gerados em seus respectivos 
territórios, sem prejuízo das competências de controle e fiscalização dos órgãos 
federais e estaduais do SISNAMA, SNVS e SUASA, Art. 10º. Isso permite a 
construção de planos com as peculiaridades do local de origem. 
 
O Sistema Nacional de Informações sobre Gestão dos Resíduos Sólidos 
(SINIR) é outra diretriz e articula-se com os sistemas supra, e alimentado pelos 
estados e municípios com todas as informações necessárias sobre resíduos sob sua 
esfera de competência. 
 
Adiante em seu artigo 13º a lei dos Resíduos Sólidos classifica-os em apenas 
duas formas, sendo quanto sua origem e periculosidade. Pela categoria de sua 
origem temos os Resíduos Sólidos Urbanos – RSU estes são compostos pelos 
rejeitos domiciliares e os de serviços de limpeza urbana, originários de varrição de 
logradouros e limpeza urbana. Existem os resíduos provenientes de 
estabelecimentos comerciais e de prestadores de serviços, estes se caracterizados 
como não perigosos, podem por razão de sua natureza, composição ou volume, ser 
24 
 
considerado domiciliar consequentemente estar sendo recolhido pelo poder público 
municipal, se assim o couber. 
 
Em contrapartida, temos os RS de serviços de saneamento básico, de 
indústrias, de serviços de saúde, de construção civil, de agrossilvopastoris, de 
serviços de transportes, de mineração, são classificações que responsabilizam seus 
geradores quanto à elaboração de um plano de gerenciamento dos RS, observando 
sempre as normas e regulamentos específicos para cada classificação acima citada. 
Vale ressaltar que a não elaboração e a ausência de informação passada para os 
órgãos competentes de controle e fiscalização pode acarretar em sanções penais e 
administrativas, previstas na Lei 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais. 
 
A classificação do RS quanto a sua periculosidade, são aqueles provenientes 
de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, 
patogenicidade, carcirnogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade apresentado 
considerável risco a saúde pública ou ambiental, conforme a lei, regulamento ou 
norma. 
 
Existem outras formas de classificação para os RS, e isso é importante, pois a 
correta caracterização dos mesmos permite um melhor encaminhamento adequado, 
e consequentemente uma disposição final economicamente viável e compatível em 
termos ambientais. Devido a essa importância instituições como a Associação 
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, assim como outras instituíram diferentes 
formas de classificar os RS conforme a necessidade e peculiaridade. Fato este que 
a Norma Brasileira - NBR 10.004/2004 foi estabelecida. Nota-se que a lei objeto 
dessa revisão literária foi estabelecida 6 anos após a criação dessa NBR, isso por si 
só mostra o quão importante é a caracterização dos RS. 
 
25 
 
Segundo a determinação da NBR 10.004/2004, os rejeitos são classificados 
em: 
 
a) resíduos classe I – Perigosos; 
b) resíduos classe II – Não perigosos; 
 - resíduos classe II A – Não inertes; 
 - resíduos classe II B – Inertes. 
 
Outras possibilidades de classificação também podem ser observadas 
conforme a conveniência de cada finalidade. Por exemplo, a classificação segundo a 
atividade que os produziu, pelo grau de biodegradabilidade, pela forma de 
operacionalização dos serviços de coleta ou ate mesmo os RS provenientes do setor 
sanitário, conforme determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS). 
 
Em sequencia a política resolve em seu capitulo II, dos planos de resíduos 
sólidos, estabelecendo que o mesmo seja dividido em plano nacional, regional, 
estadual, intermunicipal, municipal e do gerenciamento dos RS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
3.1 GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é a maneira de conceber, implementar 
e administrar sistemas de limpeza pública considerando uma ampla participação dos 
setores da sociedade sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável. A 
sustentabilidade do desenvolvimento é vista de forma abrangente, envolvendo as 
dimensões ambientais, sociais, culturais, econômicas, políticas e institucionais. Isso 
significa articular políticas e programas de vários setores da administração e vários 
níveis de governo, envolver o legislativo e a comunidade local, buscar garantir os 
recursos e a continuidade das ações, identificar tecnologias e soluções adequadas à 
realidade local. 
 
Especificamente com relação aos resíduos sólidos, as metas são reduzir ao 
mínimo sua geração, aumentar ao máximo a reutilização e reciclagem do que foi 
gerado, promover o depósito e tratamento ambientalmente saudável dos rejeitos e 
universalizar prestação dos serviços, estendendo-os a toda a população. 
 
Conforme o que foi citado, os planos vieram para colocar em prática a gestão 
dos RS de forma adequada sobre a premissa do desenvolvimento sustentável. Para 
tanto, a União estabeleceu que o acesso aos seus recursos fossem dada aos 
municípios que dessem prioridade em optar na elaboração de soluções 
consorciadas entre municípios, assim, teria um maior agilidade no controle de seus 
recursos e tornaria o processo mais econômicoe também à aqueles municípios que 
implantarem a coleta seletiva com participação de associações de catadores de 
materiais recicláveis e reutilizáveis (geração de renda e emprego). É notório que 
desde a criação da lei nos avançamos em seu objetivo, contudo, ainda estamos 
avançando muito timidamente. 
 
 
27 
 
Assim, foi determinada no artigo 19 da Lei que a gestão intergrada de 
residuos tivesse alguns conteúdos mínimos para sua correta funcionalidade, como 
diagnóstico, identificação de áreas para destinação ambientalmente adequada, 
identificação dos residuos e geradores, identificação da possibilidade de implantação 
de soluçoes consorciadas ou compartilhadas, indicadores, programas e ações, 
mecanismos, sistemas, metas etc. Sempre contemplando os conceitos propostos 
nos termos da Lei 12.305/2010. 
 
Portanto, é fundamental que esse plano seja realizado em sua totalidade, sem 
omissão dessas informações e que tenha a participação de todos as partes 
envolvidas com a proposta. 
 
O gerenciamento dos RS, conforme esclarecido anteriormente é a parte, no 
qual ela nos estabelece quem são os atores responsáveis pela sua elaboração e de 
como os mesmos irão elaborá-los. É importante frisar aqui, que a lei atrela o PGRS 
ao licenciamento ambiental, ou seja, na obtenção da licença o empreendedor fica 
obrigado a elaborar um plano condizente com sua atividade. Isso é de extrema 
importância, pois a obrigatoriedade permite que as informações sejam transmitidas 
aos órgãos reguladores e que o empreendimento seja estudado integramente para a 
obtenção da licença. 
 
Quanto às responsabilidades, a lei deixa claro que sem a participação efetiva 
do poder público, do setor empresarial, e da coletividade não haverá a observância 
da política, nem das diretrizes, e regulamentos. Essa iniciativa permite que todos 
obtenham certo grau de comprometimento. A lei por ela mesma não é solução para 
todos os problemas. 
 
 
28 
 
As pessoas físicas e jurídicas geradoras de resíduos são responsáveis pela 
elaboração e implementação do PGRS. Contudo, os geradores de RS domésticos 
ficam isentos dessa responsabilidade quando da disponibilização para a coleta ou, 
nos casos abrangidos pelo art. 33, com a devolução. 
 
Outro termo muito interessante e abordado com destaque dentro da política é 
o da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, nela fica 
estabelecido que todos os fabricantes, importadores, distribuidores, e comerciantes, 
os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana são 
responsáveis. Dentre os objetivos propostos pelo conceito vale citar o da 
reutilização, o de reduzir a geração de RS e de incentivo a boas práticas de 
responsabilidade socioambiental. A importância fica evidente quando da criação de 
outras ferramentas que tendem a fortalecer o conceito, como exemplo, a divulgação 
de informações relativas às formas de evitar, reciclar e eliminar os RS associados a 
seus respectivos produtos e do recolhimento dos produtos e dos resíduos 
remanescentes após o uso, (provenientes de produto de logística reversa). 
 
O conceito da logística reversa é outro mecanismo utilizado para a redução 
de matéria prima de origem natural e também de resíduos que poderiam ir para uma 
destinação final e consequentemente prolongando a vida útil de aterros sanitários, 
assim fica clara a importância desse mecanismo. Devido a isso, a logística reversa 
tem sua obrigatoriedade estabelecida no art. 33, deixando tal responsabilidade a 
cargo dos fabricantes, importadores, distribuidores, e comerciantes de: Agrotóxicos, 
pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes, produtos 
eletroeletrônicos e seus componentes. Para tanto, tais responsáveis devem 
assegurar a implantação e a operacionalização da logística reversa sem os prejuízos 
de acordo setoriais ou regulamento previamente estabelecidos por órgãos como o 
SNVS, criando assim, procedimentos de compra de produtos ou embalagens, 
disponibilizando postos de entrega de resíduos recicláveis e atuando em parceria 
com cooperativas de catadores. 
 
29 
 
Ainda segundo o artigo 33 em seu parágrafo 4º estabelece os consumidores 
como responsáveis pela devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, 
dos produtos e das embalagens. E obstante os comerciantes ou distribuidores 
também devem devolver aos fabricantes ou aos importadores dos produtos. E por 
fim os fabricantes e os importadores devem dar destinação ambientalmente 
adequada aos produtos. Observe a sequencia inversa, no qual os produtos 
percorrem segundo o conceito da logística reversa. 
 
O artigo traz também, algumas obrigações que os consumidores devem 
quando o município tem implantado um sistema de coleta seletiva pelo plano de 
gestão integrada de resíduos sólidos. Assim os munícipes são encarregados de: 
acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os RS e disponibilizar 
adequadamente os RS reutilizáveis e recicláveis para a coleta ou devolução. 
 
Interessante notar que o conceito de ciclo de vida dos produtos foi proposto 
com o intuito de responsabilizar todos os geradores de RS seja ele de natureza 
pública ou privada, e a palavra “ciclo” nos remete uma visão de que a vida desses 
produtos ou embalagens não termina quando chegam ao destino final, mas sim 
ganham uma nova vida, ou seja, podemos continuar a utilizarmos desse produto de 
outra maneira, logo daí retirou-se a ideia da logística reversa que nos permite 
agregar valor em algo que inicialmente não mais o teria e acabaria provavelmente 
num destino diferente daquele imposto pela lei. 
 
Devido à periculosidade e os impactos ambientais, econômicos que os 
resíduos perigosos causam a PNRS tratou-os com devido cuidado e para tanto, 
elaborou um capitulo apenas para os mesmos já que são produtos que causam 
danos muito severos ao meio ambiente. Dessa forma, considera-se que toda 
atividade ou empreendimento que gere ou opere com resíduos sólidos perigosos 
são obrigados a se cadastrar no Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos 
Perigosos, devendo também possuir responsável técnico e pessoal habilitado para 
trabalhar, sob pena de não obter a licença ambiental. Não obstante, as pessoas 
30 
 
jurídicas ficam obrigadas a elaborar e implantar um plano de gerenciamento de 
resíduos perigosos podendo este estar inserido no PGRS. 
 
Todas essas informações e procedimentos deverão ser submetidos aos 
órgãos competente do SISNAMA e na ocorrência de acidentes comunicarem estes 
órgãos. Caso contrário fica determinado que as pessoas jurídicas respondam por 
crimes de ambientais previstos na Lei de Crimes Ambientais Nº 9.605/1998, pois tais 
medidas desta Lei são consideradas obrigações de relevante interesse ambiental e 
sem prejuízo da aplicação de outras sanções cabíveis nas esferas penal e 
administrativa. 
 
Em seu art. 42 a política permite o poder público a instaurar medidas 
indutoras e linhas de financiamento para fomentar as empresas que deem prioridade 
as iniciativas de prevenção e redução da geração de RS, estruturação de sistemas 
de coleta seletiva e de logística reversa, descontaminação de áreas contaminadas, 
desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental voltados para melhoria dos 
processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos, além de outros. 
 
É interessante, pois a época da elaboração desta política também foi pensada 
a possibilidade do uso de recursos públicos em consideração ao objetivo geral. A 
questão dos recursos muitas vezes é considerada a maior dificuldade para 
elaboração de implantação de sistemas de um modo geral. 
 
Por fim, a PNRS deixa suas proibições no que diz respeito às formas de 
destinação ou disposição final de RS e ao impedimento de importação de resíduos 
sólidos perigosos mesmo que ainda seja para tratamento, reforma, reuso e 
reutilização ou recuperação. 
31 
 
4. LEGISLAÇÃOSOBRE RESIDUOS SOLIDOS EM OUTROS PAÍSES 
 
O intuito desse capítulo não é analisar a conjuntura completa das leis 
estrangeiras, mas sim uma breve síntese de como eles tratam a questão dos 
resíduos sólidos em seus territórios a fim de alcançarmos algumas similaridades na 
forma como eles os tratam para fim de solucioná-los 
Obviamente que os problemas eles têm, mas como alguns países procuram 
solucionar seus problemas causados pela má gestão dos RS 
 
4.1 ALEMANHA 
 
Segundo Juras (2005) atualmente na Alemanha a legislação vigente foi 
instituída em 1994 com a Lei da Gestão dos Resíduos e do Ciclo Fechado de 
Substâncias e segue a premissa básica de “prevenir – recuperar - destinar” desde 
1980. A gestão segue à risca essas premissas básicas, contudo, existem prioridades 
e sub etapas das ações para promover a gestão desses resíduos de forma 
sustentável seguindo a lógica: 
 
 Prevenção: prioridade máxima é dada para a prevenção da 
geração de resíduos; 
 Recuperação primária: preparação do produto para a 
reutilização; 
 Recuperação secundária: reciclagem do produto; 
 Recuperação terciária - disposição alternativa: priorização para a 
produção de energia e outros processos de recuperação dos materiais; 
 Disposição final em aterros. 
 
 
32 
 
Um ponto que devemos nos atentar é que o objetivo para qual a lei foi 
elaborada é bem simples e vemos que o governo alemão pretende ampliar a 
responsabilidade do fabricante a todo o ciclo de vida do seu produto, desde a 
fabricação passando pela distribuição e uso, até sua eliminação. O básico conforme 
e lei menciona é evitar a geração, valorizar os resíduos gerados e destinar aqueles 
que não são possíveis de se recuperar e isso precisa ser cumprido. E hoje a 
indústria de resíduos alemã emprega cerca 250.000 mil pessoas, inclusive existem 
universidades que possuem faculdade de gestão de resíduos (JURAS, 2005). 
 
Dessa forma, uma medida adotada pelos fabricantes e comerciantes foi a 
criação de uma sociedade sem fins lucrativos que é encarregada da organização da 
coleta, da seleção e da valorização de vasilhames e resíduos comerciais, o 
chamado sistema dual. E tal sistema deve cumprir metas fixadas. Os números 
resultantes dessa simplicidade são surpreendentes, cerca de 72,7% de embalagens 
foram recuperadas (JURAS, 2005). 
 
4.2 ESTADOS UNIDOS 
 
Ainda segundo Juras (2005), nos estados unidos aquele conceito praticado 
em quase todo o mundo foi deixado de lado já há alguns anos, portanto, hoje eles 
não adotam mais o conceito de ciclo integral do produto como principal base da 
legislação muito menos dos princípios do poluidor pagador ou da responsabilidade. 
Quem coordenada a política ambiental em nível nacional é a Environmental 
Protection Agency – EPA em português Agência de Proteção Ambiental. 
 
Em 1984, foram aprovadas emendas à Lei de Conservação e Recuperação 
relativas a resíduos sólidos e resíduos perigosos (Hazardous and Solid Waste 
Amendments to the Resource Conservation and Recovery Act). Foram revistos os 
critérios referentes aos aterros sanitários, para assegurar que os aterros municipais 
que recebem resíduos perigosos de origem doméstica ou de pequenos geradores 
33 
 
sejam gerenciados de forma a proteger a saúde humana e o meio ambiente. 
Passou-se a exigir a adoção pelos geradores de programa voltado à redução da 
quantidade e toxicidade dos resíduos. Além disso, passou-se a demandar dos 
estados a adoção de programas que incorporassem as revisões feitas na lei, 
programas a serem avaliados caso a caso pela EPA. Se o estado não se adapta aos 
requisitos legais, a EPA tem a atribuição de impô-los no âmbito do estado. Na sua 
forma consolidada ao longo desses anos, pode-se apontar como conteúdo principal 
da Lei de Resíduos Sólidos o disciplinamento de uma política nacional, definindo as 
competências da EPA e outros agentes em termos de regulação e fiscalização, e 
estabelecendo diretrizes nacionais mínimas a serem respeitadas, notadamente no 
que se refere aos resíduos perigosos. Esse foco nos resíduos perigosos cria um 
diferencial importante em relação, por exemplo, à legislação alemã. (JURAS, 2005). 
 
Ainda segundo JURAS, devem ser mencionadas outras duas leis. Em 1980, entrou 
em vigor a Lei de Responsabilidade, Compensação e Resposta Ambiental 
(Comprehensive Environmental Response, Compensation and Liability Act - 
CERCLA), que criou um vigoroso programa de descontaminação de sítios 
contaminados por produtos químicos. Para financiamento desse programa, criou-se 
o Superfundo (Superfund Trust Fund), com recursos iniciais de 1,6 bilhão de dólares, 
aumentados em 1986 para 8,5 bilhões de dólares. Como fontes de recursos, a partir 
do princípio do poluidor-pagador, incluíram-se uma série de taxas (environmental tax 
on corporations, tax on crude oil received at U.S. refineries, tax on petroleum 
products imported into the U.S. e tax on certain chemicals), assim como a 
recuperação dos custos da descontaminação dos responsáveis pela contaminação. 
Nos seus mais de vinte anos de aplicação, o programa já respondeu pela 
descontaminação de mais de 750 sítios contaminados com resíduos perigosos. 
Atualmente, estão em andamento reformas para tornar o Superfundo eficiente e 
mais justo, envolvendo, por exemplo, a maior participação da comunidade. Por fim, 
mencione-se que em 1990 entrou em vigor a Lei de Prevenção da Poluição 
(Pollution Prevention Act), que estabeleceu uma hierarquia de métodos preferíveis 
de gerenciamento para resíduos sólidos municipais e resíduos industriais. 
 
34 
 
5. RESIDUOS: DE PROBLEMA A SOLUÇÃO 
 
5.1 PROBLEMAS AMBIENTAIS PROVOCADOS PELOS RESIDUOS 
 
Os problemas ambientais relacionados com os resíduos sólidos podem 
ocorrer em diferentes vertentes, contudo, a forma mais grave é quando esses 
problemas ocasionam acidentes ambientais. Tais acidentes se manifestam de 
muitas formas desde pelo descarte dos produtos químicos, até de resíduos em vias 
públicas ou mesmo disposto indevidamente sob o solo e nas indústrias são 
acondicionados em galpões sem nenhuma forma de controle, colocando em risco a 
saúde pública e meio ambiente (RIBEIRO E MORELLI, 2009). 
 
Segundo Ribeiro e Morelli, a preocupação é maior quando se trata de 
resíduos industriais, pois estes são os grandes responsáveis pela destruição do 
meio ambiente. São considerados resíduos perigosos e, portanto, requerem uma 
atenção maior, pois os mesmos contêm substâncias químicas como cianureto, 
pesticidas, metais como o mercúrio, cádmio, chumbo, e solventes em geral. Tais 
resíduos são provenientes da produção industrial que sem um programa de gestão 
de resíduos sólidos são lançados in natura em córregos d’água (quando líquidos), no 
solo (quando sólidos) e no ar (quando são gases), afim de que o meio ambiente 
absorva tais substancias toxicas. 
 
Conforme Ribeiro e Morelli, a presença delas no meio ambiente causa grave 
transtornos ao meio e causando tragédias, pois muitos deles não são 
biodegradáveis. Segundo a Companhia de Tecnologia do Saneamento Ambiental – 
CETESB, a atividade de armazenamento de produtos químicos quando realizada de 
forma clandestina, ou seja, sem as licenças ambientais dos órgãos competentes, 
colocam em risco a segurança da população e o meio ambiente. 
 
 
35 
 
Segundo um levantamento de dados realizados pela CETESB no Estado de 
São Paulo outra atividade responsável por grande parcela de acidentes são os de 
transporte rodoviário, haja vista que muitos produtos são transportados por nossas 
rodovias que muita das vezes encontra-se em péssimo estado de conservação. 
 
Os resíduos perigosos são tradicionalmente produzidos pelas indústrias de 
metalurgia, de eletroeletrônicos, de fundição, química e as indústrias de couro e 
borracha (RIBEIRO E MORELLI, 2009). 
 
Ainda segundo os autores Ribeiro e Morelli, a preocupação, no entanto, volta-
se para as comunidadesvizinhas destes empreendimentos, que infelizmente são os 
mais atingidos. E temos diversos exemplos de acidentes pelo mundo, sobre tudo no 
Brasil, onde obtivemos recentemente, um acidente de dimensões incalculáveis 
quando uma barragem de rejeitos de minério de ferro da mineradora Samarco 
rompeu-se em novembro de 2015, despejando cerca de 35 milhões de metros3 de 
lama de rejeitos de minério de ferro e outros metais provenientes da extração 
mineral, destruindo cidades vizinhas, matando 17 pessoas e deixando milhares de 
desalojados (GLOBO, 2016). 
 
Além dos acidentes ambientais de grandes proporções, como este, existem 
também aqueles de menor impacto, e por isso menos divulgado, seja por sua baixa 
magnitude, pequena influencia em outras regiões, até mesmo, por acobertamento 
das autoridades locais. Esse último ocorre devido as fabricas instaladas gerarem 
emprego e renda para as comunidades e também arrecadação tributária para o 
município, assim discutir com as fabricas levaria sérios problemas econômicos e 
sociais para estas comunidades. Negligenciando assim a questão ambiental. 
 
Mudanças são necessárias e segundo Kraemer (2017), as mudanças ainda 
são lentas na diminuição do potencial poluidor do parque industrial brasileiro, 
principalmente no tocante as industriais mais antigas. Estas continuam contribuindo 
36 
 
com a maior parcela da carga poluidora gerada e elevado risco de acidentes 
ambientais, sendo, portanto, necessários altos investimentos de controle ambiental e 
custos de despoluição para controlar a emissão de poluentes, o lançamento de 
efluentes e o deposito irregular de resíduos perigosos. 
 
 Desta forma, fica claro que a proposta de reutilização e da reciclagem dos 
resíduos sólidos pode ajudar a diminuir parte destes problemas. Esses processos 
tendem a reduzir os resíduos armazenados nos pátios das empresas e 
consequentemente os acidentes provocados por vazamentos. Indiretamente, menos 
matéria prima será explorada caso haja menos desperdícios. 
 
Somos contumazes em continuar no comodismo quando o assunto é mudar 
de atitude para as questões ambientais, nos acostumamos a jogar nossos resíduos 
em qualquer lugar sem observar as consequências desse ato. Assim, construímos 
uma cultura carregada por costumes pouco inteligentes. 
 
Fato é que as empresas precisam cada vez mais procurar elaborar e 
implantar boas pratica de gestão adequada para com seus resíduos, buscando 
sempre alternativas para reutiliza-los minimizando as ocorrências dessas tragédias. 
 
Mas devemos manter o cuidado de não apenas criar um sistema de prevenção de 
acidentes ambientais ou de gestão adequada de resíduos apenas quando da 
ocorrência de uma catástrofe. Até porque, as multas aplicáveis nesses casos podem 
ser tão elevadas que a empresa pode ter que pedir a falência visto que a multa pode 
ser muito maior que o próprio valor da empresa. 
 
 
 
37 
 
5.2 SOLUÇÕES ENVOLVENDO REUTILIZAÇÃO DE RESIDUOS 
 
Percebemos até aqui que os resíduos causam sérios problemas ambientais 
quando dispostos em qualquer lugar e que os processos que dão origens aos 
mesmos dificilmente deixarão de existir, visto que nos necessitamos das indústrias 
para nossa existência. 
 
Sabemos que o certo seria a não geração destes resíduos, porem conforme o 
que foi supracitado nos resta duas alternativas plausíveis que se forem colocadas à 
prova com certeza nos traria alguma solução para os problemas até aqui 
comentado. A primeira e mais importante seria a redução dessa geração de 
resíduos. Essa proposta é inquestionavelmente a mais viável e certeira de todas, 
pois quanto menos resíduos gerados, menor serão os problemas. O homem desde a 
revolução industrial vem exacerbadamente produzindo resíduo cada vez mais e hoje 
já ultrapassamos a quantidade de 1 Kg per capita por dia de resíduo solido 
domiciliar. As indústrias também seguiram esse aumento significante, pois foram a 
partir do aumento de pessoas que mais indústrias foram sendo criadas e mais 
produtos foram produzidos. A falta de gestão ambiental contribuiu também para tal 
fato. A segunda e não menos importante é a busca por alternativas economicamente 
viáveis para reutilizar e/ou reciclar esses resíduos. 
 
A partir do momento em que as questões ambientais passaram a fazer parte 
da pauta das grandes empresas no que tange a solução para os resíduos gerados 
por elas, continuaram então a evoluir melhorando suas tecnologias e processos para 
redução de seus resíduos ou mesmo investindo em projetos que viabilizem utilizar 
seus resíduos em outros processos. 
 
 
 
38 
 
Hoje quando o assunto é reciclagem logo nos pensamos no alumínio e não a 
atoa a reciclabilidade é um dos principais atributos dele, podendo ser reciclado 
inúmeras vezes, sem alterar suas características no processo de reaproveitamento. 
Segundo a Associação Brasileira de Alumínio (ABAL), o índice de reciclabilidade de 
latinhas chega a 96,5%, o que gera uma economia de energia de 2,33 GW.h por ano 
(0,5% do consumo no Brasil), o suficiente para abastecer, por um ano inteiro, uma 
cidade com mais de um milhão de habitantes, como Campinas (SP). 
 
Ainda segundo a ABAL o país ocupa o primeiro lugar no ranking do índice de 
reciclagem com cerca de 95% do material consumido sendo reaproveitado. Um dos 
motivos para tal sucesso estão nos catadores, pois o recolhimento e venda de latas 
de alumínio é mais rentável do que qualquer outro material que possa ser reciclado, 
tal como papel, por exemplo. Ao todo a reciclagem do alumínio movimenta R$ 1,7 
bilhão e apenas na coleta são o equivalente a R$ 523 milhões para economia do 
país, gerando cerca de 180 mil empregos. 
 
Outro material passível de ser reciclado que existe em nosso cotidiano a 
muitos anos é o vidro, e este pode levar até 5 mil anos para se decompor, tornando-
o assim importante reciclá-lo até porque possui características que permitem que ele 
seja reciclado inúmeras vezes assim como é feito com o alumínio. 
 
No Brasil, estudos realizados pela Associação Técnica Brasileira das 
Indústrias Automáticas de Vidro (ABIVIDRO) mostram que das mais de 1 milhão de 
toneladas de vidro são produzidas por ano, apenas 47% são recicladas. 
 
Apesar de obter números bem mais modestos que o alumínio, o vidro é 
consideravelmente vantajoso à medida que, para cada tonelada de cacos de vidro, 
obtém-se uma tonelada de vidro novo, portanto, uma economia de 1,2 toneladas de 
matérias primas como a água, e de energia usada para fusão nos fornos industriais. 
39 
 
Bastante antigo e muito conhecido por todos, o papel desde sua criação 
sempre foi muito importante em nossas vidas. Esse material também pode ser 
reciclado, contudo, menos da metade do que é consumida no país passa por esse 
processo, muito se deve ao fato do papel ser um material pouco valorizado, mas 
também pelo seu uso na própria indústria de celulose gerando energia elétrica para 
o setor. 
 
Com o desenvolvimento tecnológico durante o século XIX os polímeros, mais 
conhecidos como plásticos passaram cada vez mais a fazer parte de nossas vidas e 
desde então seu uso foi se acentuando entre as pessoas, muito pela sua 
praticidade, leveza, mas no início seu processo de reciclagem não era realizado e 
não se encontrava nas pessoas e muito menos por parte das indústrias alguma 
preocupação, contudo, nos últimos anos a reciclagem do plástico passou a ser 
realizado em grande escala, muito devido à economia de energia que o processo de 
reciclagem do polímero traz, girando em retorno cerca de 50%. 
 
Às vezes, pequenas atitudes podem resultar em grandes resultados. Um 
programa desenvolvido em parceria entre a entidade Plastivida, o Instituto Nacional 
do Plástico (INP), a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis 
(ABief) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), intitulado “ Programa 
de Qualidade e Consumo Responsáveldas Sacolas Plásticas” apontou uma redução 
de 12%no uso de sacolas plásticas em São Paulo em apenas 30 dias. A única 
atitude tomada foi oferecer ao consumidor sacolas plásticas de melhor qualidade e a 
promoção do uso consciente. (RIBEIRO, 2009). 
 
No entanto, nos últimos anos também tem se observado a grande 
preocupação com a indústria de construção civil, que possui uma geração de 
resíduo de Construção Civil – RCC com cerca de 90 milhões de toneladas de 
resíduos anualmente. Tanto é que o CONAMA estabeleceu diretrizes, critérios e 
procedimentos para a gestão dos RCC com a Resolução 307, de 5 de julho de 2002. 
40 
 
Contudo, o setor também é um dos que possuem maior possibilidade de 
utilizar-se de seus próprios resíduos. Atualmente, A indústria da construção civil 
permite incorporar os resíduos nos mais diversos artefatos, por exemplo, telhas, 
blocos, meios fios, tubulações, bloquetes, argamassas e concretos. 
 
É importante frisar o quão significante esse tipo de indústria é quando 
relacionamos com RS, pois conforme a Resolução CONAMA Nº 307/2002, essas 
indústrias geram resíduos que envolvem os de todas as outras, tais como, 
componentes cerâmicos, plásticos, papelões, madeira, metais, vidros e outros. Além 
destes, temos os resíduos perigosos como, solventes, tintas, óleos e outros. 
 
Ou seja, a indústria de construção civil passou a ser vista de forma diferente, 
pois a mesma já possui elevado grau de impacto sobre o meio ambiente. Nos 
próprios cursos de graduação em engenharia civil muitos possuem alguma matéria 
relacionada com o meio ambiente e/ou economia nos processos de construção de 
edificações. 
 
Um exemplo da preocupação com os RCC é um projeto que foi iniciado em 
1996 que foi a construção de usinas de reciclagem para resíduos de construção civil 
na capital Belo Horizonte. A mesma em uma década gerou uma economia da ordem 
de R$ 10 milhões aos cofres públicos com a reciclagem de quase 1 milhão de RCC. 
 
Podemos perceber então que os macros setores da economia já se utilizam 
de resíduos que podem ser reaproveitados e que também possuem alto poder 
econômico, além de preservar os recursos naturais e na melhoria da qualidade de 
vida de todos. 
 
 
41 
 
Além destes macros setores produtivos também podemos notar que 
empresas passaram a enxergar essa possibilidade, porem essa visão não veio por 
mera espontânea vontade, mas sim devido a pressões de instituições financeiras de 
crédito, principalmente as internacionais como o Banco Interamericano de 
Desenvolvimento (BID), entre outros. 
 
Um exemplo de sucesso é o caso da Indústria Romi S.A, uma empresa do 
ramo de fundição, que usa a areia como matéria prima para fabricação de peças 
fundidas e de maquinas e ferramentas. No processo de fabricação das peças são 
utilizadas grandes quantidades de areia para confecção de moldes e machos que 
gira em torno de 800 a 1.000 Kg para cada 1000 Kg de peças produzidas e toda 
essa areia é extraída de jazidas de cavas ou rios. Devido às misturas com resina 
fenólica para a produção das peças tornavam a reutilização difícil e assim, gerando 
grande descarte de areia que muitas vezes alcançava valores na ordem de 1.000 
toneladas/mês e em atendimento as exigências da CETESB geravam um custo 
aproximado de R$ 500.000,00/ano para fazer a disposição final em aterro industrial. 
 
Como solução a indústria trocou a resina fenólica pela furânica assim, a 
empresa consegue reutilizar cerca de 98% da areia que seria descartada, para tanto 
a empresa precisou investir R$ 50.000 para obtenção das melhorias citadas e 
gastos ficaram por conta principalmente com treinamento, aquisição de dosadores 
para mistura de areia recuperada com a nova. 
 
O resultado foi surpreendente, já que o consumo de areia passou de 800 Kg a 
200 Kg para cada 1.000 Kg de peças produzidas, ou seja, uma redução de 80% e 
consequentemente no descarte. Além do enorme ganho ambiental a empresa 
passou a economizar cerca de R$ 1 milhão devido a redução na compra de areia 
nova e nos gastos com para disposição final em aterro. E segundo a empresa, ela 
pretende no futuro utilizar a areia de fundição na construção civil, evitando assim, o 
descarte em aterros. 
42 
 
Este caso mostra que o uso de resíduos, quando bem utilizados, podem gerar 
renda para as empresas de maneira ambientalmente responsável. 
 
Exemplos de sucesso, pessoas capacitadas e ideias inovadoras existem por 
todo o País. E necessário agora que as empresas acreditem ser possível encarar o 
resíduo como um subproduto que, se devidamente trabalhado e com investimentos 
consistentes, ode se tornar nova fonte de receita para as mesmas. (RIBEIRO, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Os resíduos sólidos são conseqüências das ações antrópicas desde que o 
homem começou a requerer para sua subsistência os recursos naturais, apesar de 
que a centenas de milhares de anos a ação humana era irrelevante diante da 
grandiosidade do planeta, contudo, após a revolução industrial houve uma 
necessidade gigantesca por mais recursos, tudo devido ao crescimento exponencial 
da população mundial e seguido de perto pelo êxodo rural. Apesar de todo esse 
contexto, nunca foi preocupação por parte dos governos, empresas e pelo homem, o 
tema. Até o momento em que tais resíduos passaram a incomodar a sociedade ora 
pelo aspecto da saúde, ora pelo econômico e social e por fim pelo aspecto 
ambiental. A partir de então, o homem começou a perceber que se continuasse 
dessa forma, não haveria como viver com qualidade de vida como todos almejam, 
então ocorreram diversas conferencias mundiais para discutir assuntos diversos, 
sobretudo o meio ambiente. 
 
O fato é que o tema resíduo sólidos, também muito conhecido simplesmente 
como lixo, vem sendo discutido apenas há pouco tempo, haja vista, que a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos, objeto dessa pesquisa só foi sancionada e decretada 
em 2010, apesar da mesma ter sido debatida por aproximadamente 20 anos, ou 
seja, o tema ainda é apenas um jovem de 27 anos que ainda precisa de tempo para 
amadurecer, e ainda se considerarmos apenas a partir do ano em que foi 
juridicamente legalizada, a Lei é apenas uma criança, portanto, é um tema 
consideravelmente atual e passível de muitas discussões e revisões. Moldou-se 
então o conceito de gestão de resíduos sólidos, muito popular nos dias de hoje, e 
sendo ferramenta substancial de base para o desenvolvimento sustentável. 
 
Diante do exposto e na pesquisa bibliográfica realizada por essa pesquisa de 
revisão, foi visto que a Política Nacional de Resíduos Sólidos se faz necessária e 
que ela por si só não é a solução de todos os problemas relacionados com os 
resíduos sólidos e assim se faz necessário a gestão integrada e o gerenciamento 
44 
 
correto destes na observância de diversas outras leis e regulamentos que 
normatizam as atividades relacionadas. Haja vista, que mesmo após alguns anos o 
Brasil ainda possuí cidades com lixões a céu aberto e que também não contam com 
um adequado gerenciamento de resíduos sólidos tanto por parte do poder público 
quanto das empresas. O desafio é enorme pois transcende uma cultura amarrada ao 
consumismo excessivo que o capitalismo impôs ao homem moderno de sempre 
querer mais e ligado na idéia de que a natureza se encarrega de repor o que o 
homem destrói. 
 
Como supracitado a integração também foi proposta devido à complexidade e 
abrangência do tema em questão e, portanto, necessária a articulação com outras 
Leis como a Política Nacional de Educação Ambiental, a de Saneamento Básico, de 
Vigilância Sanitária e de Saúde pensando nisso foi elaborada o conceito de Gestão 
Integrada dos Resíduos Sólidos, para dar o mínimo de organização e conteúdo e 
colocar em pratica essa articulação. 
 
A PNRS, apesar de ter levado quase vinte anos para sua promulgaçãofoi 
bem elaborada e estruturada trazendo bons conceitos que devem ser trabalhados 
com afinco e discutidos e reformulados sempre que houver necessidade. Importante 
frisar que alguns inclusive foram incluídos com tamanha ousadia, pois certamente 
enfrentarão algumas dificuldades em serem colocadas em pratica. 
 
Dessa forma e considerando todos estudos e pesquisas até aqui foi percebido 
que a Lei propõe uma mudança cultural muito profunda, pois não há mais espaços 
para hábitos irracionais, por isso, a PNRS traz em sua estrutura a Lei de Educação 
Ambiental, pois notou-se que a educação é o princípio para essa mudança. 
 
 
45 
 
Os problemas provenientes da má gestão dos resíduos sólidos são 
conhecidos, mas alguns nem tanto, devido seu efeito indireto, entretanto, 
entendemos que os próprios resíduos podem ser solução para muitos problemas 
que enfrentamos caso seja feito sua gestão correta e adequada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
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