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1 BIOSSEGURANÇA APLICADA À ESTÉTICA Anna Carolline Prestes Vieira¹, Uriel Vinícius Cotarelli Andrade² 1. Acadêmica do Curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR). 2. Médico Veterinário. Professor Orientador, adjunto a Universidade Tuiuti do Paraná. Endereço para correspondência: Anna Carolline Prestes Vieira, carolasuper18@gmail.com RESUMO: O Tecnólogo em Estética, durante a execução de tratamentos faciais, corporais e capilares, está exposto a diferentes microorganismos patogênicos ou não, os quais podem infectar todo ambiente clínico e também os demais seres vivos fora deste. O contato com estes microorganismos é facilitado devido à utilização inadequada dos Equipamentos de proteção individual (Epi’s), dos Equipamentos de proteção coletiva (Epc’s) e no descarte dos resíduos dos serviços de saúde, desta forma aumentam-se as chances de contaminação na relação profissional-paciente pelo contato com fluídos orgânicos provenientes de alguma lesão causada por objetos perfurocortantes, escarificantes ou com algum ácido durante a realização de diversos tratamentos feitos dentro do ambiente clínico. Possuindo a ciência dos fatores de risco que os profissionais da estética estão sujeitos durante a rotina de trabalho, é imprescindível adotar medidas de biossegurança individual, biossegurança coletiva e no descartamento dos resíduos dos serviços de saúde de acordo com a ANVISA. Este estudo objetivou analisar a literatura existente sobre biossegurança e como os Tecnólogos em Estética podem evitar e diminuir os riscos microbiológicos dentro de Spas, clínicas e centros de estética. Palavras-chave: Biossegurança, Estética, microorganismos, equipamentos, descartamento. ABSTRACT: The Technologist in Aesthetics, while performing facials, body treatments and hair is exposed to different pathogenic microorganisms or not, which can infect any clinical environment and also other living beings out of this. Contact with these microorganisms is facilitated due to the inappropriate use of Personal protective equipment (PPE), Equipment collective protection (Epc's) and the disposal of waste from health services, so increase it if the chances of contamination in the professional relationship patient-by contact with body fluids from an injury caused by piercing, scarification or some acid during the course of several treatments done within the clinical environment. Possessing the science of risk factors that professionals in the aesthetic subject during routine work, it is essential to adopt biosecurity measures individual, collective and biosecurity in discarding the waste of health services according to ANVISA. This study aimed to analyze the existing literature on biosecurity and how technologists in Aesthetics can prevent and reduce microbiological hazards within Spas, clinics and beauty centers. Keywords: Biosafety, Aesthetics, microorganisms, equipment, discarding. 2 INTRODUÇÃO: O surgimento e a existência de distintas enfermidades têm preocupado os homens há muitos séculos, doenças endêmicas e epidêmicas sempre estiveram presentes na vida dos seres humanos, até mesmo na antiguidade. Porém, foi a partir da Primeira Guerra Mundial, que as diversas patologias afligiram os guerrilheiros da época, pois estes perceberam que a contaminação era a principal causa do grande índice de mortes nos pontos de combate durante a ofensiva. O termo Biossegurança significa Bio=vida e segurança=aquele que segura, ou seja, proteção da vida através das boas práticas para evitar a contaminação por agentes patógenos como bactérias, fungos, helmintos e vírus em spas, clínicas e centros de saúde onde à Estética esteja envolvida. O presente trabalho vem expor o que são os biomateriais como os equipamentos de proteção individual (EPI’s) e os equipamentos de proteção coletiva (EPC’s), os quais são indispensáveis na relação profissional- paciente e formam uma barreira contra microorganismos patogênicos, bem como deve ser o uso correto destes pelos profissionais da Estética, na execução de procedimento faciais, corporais e capilares. O descarte dos resíduos dos serviços da saúde é outro ponto pertinente e que também será abordado neste estudo, pois o objetivo é manter todos os seres vivos e o meio ambiente livres de qualquer infecção. De uma forma geral, o trabalho irá expor pelas próximas páginas, o que é biossegurança, quais são os fatores de riscos que os esteticistas correm em diversos tratamentos realizados dentro de um ambiente clínico e como minimizar e evitar acidentes com materiais biológicos infectados ou não, visando primeiramente à saúde junto à beleza. METODOLOGIA: Os métodos empregados nesta pesquisa, baseam-se em pesquisas bibliográficas, pesquisa documental publicadas no Brasil e em outros países, artigos científicos expostos na rede mundial de computadores, (internet) e manuais sobre biossegurança em laboratórios, hospitais e clínicas odontológicas, escritas por universidades brasileiras. Todos estes relatos serão analisados e aprovados pelo orientador, para que sejam aplicados no trabalho final e na defesa de toda pesquisa elaborada nestes meses. Biossegurança: A Biossegurança é buscada desde os meados da Primeira Guerra Mundial, porém Pasteur já tinha preocupações com os cuidados que todas as pessoas deviam possuir dentro de ambientes hospitalares. (PELCZAR, 1993). Hoje à Biossegurança é regulamentada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, desde 05 de Janeiro de 1995, sendo um conjunto de procedimentos, ações, métodos, dispositivos, técnicas, pesquisas, estudos e prestação de serviços, capazes de exterminar ou minimizar os riscos que os indivíduos correm durante procedimentos clínicos, promovendo e protegendo a saúde das pessoas envolvidas nas atividades praticadas. (SHIMIDLIN, 2006). Tipos de riscos: 1. Riscos de Acidentes 2. Riscos ergonômicos 3. Riscos biológicos 4. Riscos químicos 5. Riscos físicos 3 Neste estudo, será abordado apenas os riscos biológicos, os agentes que protagonizam estes acidentes são as bactérias, fungos, helmintos e vírus. Na prevenção de infecções são utilizados vários tipos de equipamentos de proteção individual (EPI’S), equipamentos de proteção coletiva (EPC’s) e o descarte dos resíduos dos serviços da saúde. (TONUMARU, 2009). Microorganismos da microbiota natural: Vários são os métodos de prevenção, para que não ocorra acidentes com agentes patogênicos, mas existem microorganismos que são quase que impossíveis a sua eliminação, só se realizar rastreamento todos os dias no local, que também é uma tarefa inviável na rotina de uma clínica de Estética. (MIMS, 1999). Os estreptococos virulentos, em portadores sadios, os quais são fontes de organismos oportunistas, como os estafilococos coagulasa positivos ou enteroblastos, os quais fazem parte da constituição da microbiota natural, não podem ser eliminados. O controle e a prevenção de infecções causadas por qualquer agente patógeno podem e devem ser feitas através da remoção dos mesmos, pela prevenção da transmissão dos microorganismos para hospedeiros suscetíveis, mas nenhuma estratégia de esterilização e cuidados com a biossegurança microbiológica são 100% eficazes. (MIMS, 1999). Métodos de prevenção na Estética: Atualmente são cada vez mais procurados os atendimentos que proporcionam saúde e o embelezamento ao mesmo tempo aumentando a preocupação com o risco de infecções por microorganismos patogênicos ou não. É necessário adotar hábitos biossegurosentre todos os funcionários dentro do ambiente de trabalho, pois a prevenção com acidentes dos serviços da saúde não é tarefa exclusiva dos agentes da vigilância sanitária, mas também dos Tecnólogos em Estética dos locais aonde a atividade é exercida. Os serviços relacionados com esta área oferecem vários riscos ao profissional e aos pacientes, pois sendo uma ciência da saúde e se caso o proprietário do estabelecimento não tomar as devidas precauções em relação à segurança, estes serviços prestados podem oferecer riscos a saúde pública. Existem várias medidas a serem realizadas pelos profissionais no setor da Estética, toda equipe existente no ambiente de saúde, deve ser convocada para serem feitos exames de saúde pré-admissão, periódicos e obter o conhecimento das formas mais seguras para laborar, desta forma não ocorrendo nenhuma forma de contaminação. (PELCZAR, 1993). Higienização das mãos: As mãos do profissional são grandes veículos para o transporte dos agentes infectados, estando muito bem higienizadas podem prevenir uma infinidade de doenças que na maioria das vezes são causadas por infecções cruzadas, as quais são consideradas a prevenção e o controle mais importantes para não ocorrer contaminações em serviços de saúde. São poucos os profissionais que se conscientizam sobre a lavagem correta das mãos, o número varia sempre de 16% a 81%. A transmissão de agentes infecciosos por contato das mãos, se basea no potencial que estas têm de armazenamento em sua microbiota resistente e transitória. (MIMS, 1999). O ato de friccionar as mãos com detergente específico e enxaguá-las com água pode ser feito várias vezes durante um único atendimento, principalmente quando a presença de secreções, sangue e mucosas, levando em conta que é 4 capaz de reduzir em até 80% das infecções cruzadas existentes dentro de uma clínica de estética. A proliferação de microorganismos cai mais que a metade, caso não houvesse nenhuma forma de desinfecção do instrumento mais utilizado pelos esteticistas, ou seja, as mãos. Procedimento correto de lavagem das mãos: 01) Retirar anéis, pulseiras, relógios das mãos e antebraços. 02) Ficar em uma posição confortável. 03) Não encostar-se a pia com o corpo. 04) Abrir a torneira com a mão dominante ou cotovelo, neste caso é melhor possuir uma torneira com acionamento por pedal ou por sensor elétrico que o aciona. 05) Molhar as mãos com água potável corrente com temperatura de 24ºC. 06) Colocar na palma das mãos apenas 3 ml de detergente ou sabão líquido a base de clorexidina ou qualquer outra substância que realiza assepsia, espalhar pelas duas mãos e antebraços. 07) Friccionar as palmas das mãos uma contra outra, dorso das mãos, abrir os dedos e esfregar as regiões interdigitais, primeiro uma e após a outra. Em seguida friccionar as pontas dos dedos e as unhas nas palmas das mãos, friccionar as laterais das mãos umas a outra, finalmente friccionar o polegar e sua região interdigital. 08) Enxaguar as mãos com água potável corrente e repetir todo processo. 09) Fechar a torneira com o auxílio de um papel tolha, para torneiras convencionais. 10) Enxugar as mãos com papel toalha descartável ou compressa ou tolha de pano que deve ser trocada a cada paciente. (GUANDALINI, 1997). Equipamentos de proteção individual: Através de pesquisas históricas, se concluiu que a técnica de mumificação, executada pelos antigos egípcios, já era utilizados os biomateriais para proteção do rosto e das mãos. (TEIXEIRA & VALLE, 1996). Os EPI’s são materiais os quais promovem uma barreira, entre o profissional da saúde, microorganismo infectado e paciente. (BRASIL, 2006). O Equipamento de proteção individual (Epi’s) são todos os produtos para uso individual, destinado a proteção e prevenção de qualquer possível acidente de trabalho, assegurando a saúde do trabalhador. A utilização dos Epi’s é indicada durante os atendimentos aos pacientes e também durante a permanência do profissional no ambiente de trabalho. Todos os Epi’s devem apresentar nome comercial (marca), o nome do fabricante, lote de fabricação, número do código de autorização, caso for importado, deve constar na sua embalagem o nome do importador e código de importação, com letra legível e de fácil visualização, garantindo assim a sua origem e qualidade do produto. Sempre exija o uso dos Epi’s e oriente os funcionários da clínica de Estética, para que façam uso destes produtos de segurança. (BRASIL, 2006). 5 A técnica de prevenção fazendo uso dos biomateriais é realizada através de luvas, jalecos (aventais), máscaras, toucas (gorro), lençóis descartáveis, propé e óculos de proteção. (SHIMIDLIN, 2006). Jaleco (Avental): Previne a contaminação das roupas do profissional e do paciente, são como uma película protetora não só contra agentes infecciosos, mas também de substâncias corrosivas, como os ácidos. Deve ser de manga longa com punho, comprido, com tecido resistente, na cor branca, deve ser utilizado com todos os botões fechados durante os atendimentos e com o nome do Tecnólogo em Estética gravado na parte superior do avental, para identificação do trabalhador. Luvas: Existem luvas de látex, as quais são usadas em vários procedimentos, as luvas de plástico normalmente são utilizadas para o manejo de equipamentos esterilizados e devem ser colocadas em cima da luva de látex, luvas de tecidos resistentes são indicadas para o manejo em processos com altas temperaturas. Este produto para as mãos deve ser de acordo com o tamanho das mesmas do trabalhador. Considerado uma segunda pele, a qual promove uma barreira física que evita infecções cruzadas e contaminação entre profissional e paciente, podendo entrar em contato com sangue, mucosas, secreções e devem ser trocadas a cada paciente. O uso das luvas não substitui a lavagem das mãos, por este motivo as mãos devem ser lavadas de forma correta, como descrita anteriormente, antes e após a inserção deste equipamento de proteção individual. (ANDRADE, 2008) Máscaras: São muito importantes para a proteção de grande parte do rosto, com a máscara são cobertos as regiões mentoniana, lábios, nariz e mucosas, representa uma grande proteção para as vias superiores, contra os agentes infecciosos que podem ser expelidos durante a fala, tosse ou espirro, permitindo a respiração normal e não causando irritação a pele. Toucas: As toucas de propileno 7 são essenciais para que não ocorra à queda de cabelos sobre os procedimentos realizados, são descartáveis e devem ser trocados a cada paciente. Os cabelos são considerados fonte de contaminação devem estar presos por algum elástico se forem longos, sem deixar mechas pendentes, este cuidado deve-se pela existência de uma infinidade de microorganismos e também evitar o contato com insetos, caspas e piolhos. (SHIMIDLIN, 2006). Óculos de proteção: Como as máscaras, os óculos de proteção, formam uma barreira para os olhos, evitando o contato com microorganismos patogênicos e substâncias químicas a via ocular. Propé: Composto por propileno 7 servem como uma barreira entre os sapatos e o chão do ambiente clínico, evitando a proliferação de agentes contaminados trazidos pelos sapatos quando utilizados fora do ambiente de trabalho. Roupas e acessórios: Blusa: Podem ser blusas de manga longa ou curta, com gola alta ou não, com tecido resistente, preferencialmente na cor branca. Calças: Devem ser compridas, em tecido resistente, calças abaixo dos tornozelos são permitidas, preferencialmente na cor branca.6 Sapatos: São permitidos para os pés sapatos, tênis ou botas, todos devem ser fechados, com sola antiderrapante para evitar quedas, na cor branca. Cabelos: Devem estar presos durante toda estadia no local de trabalho e durante procedimentos devem estar envolvidos pela touca descartável. Maquiagem: Pode ser utilizada de forma discreta. Bijuterias: É liberado o uso de brincos em tamanhos discretos, já anéis, pulseiras e relógios não podem ser usados durante os atendimentos. Equipamentos de proteção coletiva (EPC’s): • Esterilizador • Estufas • Autoclaves • Torneiras com acionamento por pedal • Kit de primeiros socorros • Extintor de incêndio • Material para descarte, tais como: Lixeiras com pedal, recipiente de lixo plástico, pá plástica, carrinhos para transporte de sacos de lixo, sacos plásticos na cor branca para materiais contaminados, caixas amarelas específicas para materiais perfurocortantes. (TONUMARU, 2009). Esterilização e Desinfecção: Com toda certeza, a prevenção da infecção em ambientes dos serviços de saúde é fundamental, isto depende dos equipamentos estéreis, compressa e instrumentos devidamente limpos. A eliminação dos agentes infectados em materiais metálicos ou que suportam altas temperaturas são esterilizados pela ação de estufas e autoclaves. “A esterilização é fundamental para quase todas as áreas da prática médica [...]”. (MIMS, 1999). Esterilização pode ser um processo físico ou químico, a qual destrói todas as formas de vida microbiana, inclusive os esporos, a desinfecção possui o mesmo principio a diferença é que não remove os esporulados. (MANCINI, 2008). Observe na tabela a seguir, os materiais utilizados na Estética, que podem ser esterilizados e os que devem ser descartados. (BORGES, 2006). Material estético Esterilizá veis Descartá veis Alicates de cutícula / Empurradores de cutícula / Cureta para limpeza de pele X Tesouras para corte de unha e cabelo X Escovas e pentes para cabelos X Pincéis para maquiagem X Ponteiras diamantadas - Microdermoab rasão X Ponteiras para peeling de cristal X Agulhas – Galvanopuntur a, limpeza de pele X 7 Todas as clínicas de Estética devem conter: • Detergentes germicidas, mantidas dentro de saboneteiras específicas, as quais devem ser higienizadas semanalmente com álcool 70%. • Dispensador com álcool 70% para assepsia das mãos e para limpeza. • Papel toalha. • Torneiras automáticas • Lixeiras com acionamento por pedal. A desinfecção é dada através do calor pela combinação de temperatura, com o uso correto de equipamentos como as autoclaves, estufas, esterilizadores e produtos químicos tais como: Álcool 70%, hipoclorito de sódio, clorexidina, glutaraldeídeo, ácido peracético a 1%, sabão (hidróxido de sódio), (DEVILLA, 2008). A limpeza é a remoção mecânica ou química de sujeira, que tem por objetivo retirar resíduos orgânicos, sendo que esta é realizada antes da desinfecção e da esterilização. (GUANDALINI, 1997). Devem ser seguidas as instruções de manuseio e limpeza de acordo com o fabricante, para a utilização de autoclaves, estufas e esterilizadores, pois a forma de uso é diferente de um equipamento para outro. O álcool nas concentrações de 70% a 92% é um dos desinfectantes mais utilizados em todo o mundo, compatível com metais, possui a grande vantagem de ser muito volátil, ou seja, evapora com maior facilidade, de fácil manejo e combate a bactérias como Mycobacterium tuberculosis, fungos e vírus. Além do seu baixo custo e fácil acesso, mas também possui desvantagens por ser irritante de mucosas, pode danificar objetos plásticos, emborrachados, acrílicos, podendo provocar incêndios por ser uma substância química inflamável. (DEVILLA, 2008). Estudos comprovam que a clorexidina a 1% em relação ao álcool 70% é mais eficaz na assepsia de superfície em locais de saúde, além de o custo benefício ser maior, principalmente em relação ao álcool gel. (BAMBACE, 2003) Os instrumentos que já passaram pelo processo de esterilização devem ser armazenados separadamente dos demais, em armários fechados, protegidos de umidade, livres de insetos e microorganismos. Este local de armazenamento deve ser limpo, em bom estado de conservação e de organização. A validade deste processo depende do prazo de esterilização de cada ferramenta, os tipos de embalagens utilizados durante a desinfecção e das condições do local de estoque. (BRASIL, 2006). O kit de primeiros socorros é indispensável, em um ambiente da saúde, sempre deve estar completo e acessível, é necessário conter materiais para curativos de emergência, até que o índividuo seja encaminhado para um médico. Todo kit deve possuir instrumentos como: Tesoura, pinça, termômetro e luvas cirúrgicas. Para os curativos: Gaze, esparadrapo, algodão, cotonetes, micropore, ataduras de crepe e Band-aid, soluções anti-sépticas como vaselina, soro fisiológico e solução iodada. Medicamentos: Antiácido, antiespamódico (para cólicas), colírio, analgésico e antitérmico, medicamentos para cefaléia, garganta irritada e pomadas para hematomas. É interessante ter também bolsa de água quente e bolsa de água gelada. Os extintores de incêndio são obrigatórios em toda clínica de Estética, responsáveis pela proteção e salvamento de bens em um eventual incêndio, devem estar de fácil acesso e acoplados 8 nas paredes de todo ambiente clínico, os mais indicados para os serviços estéticos são os de CO2 em pó ou em pó seco, apropriados para fogo de origem elétrica e por substâncias inflamáveis. As torneiras e lixeiras convencionais (comando manual), são grandes responsáveis pela transmissão e pela alta circulação de microorganismos infectantes dentro do local de trabalho, são preferíveis instalar torneiras automatizadas por pedal e/ou por sensor, pois desta forma, as mãos do esteticista não entram em contato com a torneira, evitando a contaminação de todo ambiente. (TONUMARU, 2009). Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de Saúde (GRSS): O descarte dos resíduos produzidos a favor da saúde é constituído por procedimentos, partindo de bases cientificas, técnicas, normativas e legais, os quais devem ser planejados para que amenize o risco de contaminação local, do meio ambiente, para diminuir também a produção de resíduos, os quais devem ser encaminhados, coletados, transportados até o local de finalização, com segurança para que não haja expansão destes possíveis geradores de patologias, garantindo desta forma a saúde de todos os seres vivos. (BRASIL, 2006). Os resíduos gerados pelos serviços realizados pelos Tecnólogos em Estética causam riscos à saúde pública e ocupacional, todos os produtos, instrumentos e ferramentas descartados devem ser depositados em sacos plásticos e caixas específicas de acordo com a Vigilância Sanitária de cada cidade, pois são estas que traçam o gerenciamento destes detritos. (AICHINGER, 2005). “O conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados". (TEIXEIRA & VALLE, 1996). Uma boa infra-estrutura e uma administraçãocorreta são muito importantes para o descartamento dos resíduos dos serviços de saúde, os chamados “lixos hospitalares”, são uma grande fonte de materiais contaminados, os quais oferecem riscos a toda população, fauna e flora. Estes devem estar dentro das normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), latas de lixos e sacos plásticos adequados para cada tipo de material utilizado é imprescindível. (GARCIA, 2004). O responsável pelo Spa, clínica ou centro de Estética, deve apresentar um Plano de Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de Saúde (PGRSS), para estes órgãos, incluindo medidas de segregação, armazenamento, identificação, transporte interno, armazenamento intermediário, armazenamento temporário armazenamento externo, coleta, transporte externo e destinação final. (GARCIA, 2004). Os resíduos dos serviços de saúde é um ponto muito polêmico, pois muitos não dão a devida importância e por isto há um grande índice de contaminação após a realização de trabalho dentro de ambientes clínicos. (LARGURA, 2007). Em relação ao “lixo hospitalar”, deve ser levado em conta à questão do bom senso, junto à educação e o treinamento de todos os integrantes do trabalho, caso contrário a contaminação e a proliferação de microorganismos patogênicos acontecerão pela falta de conscientização de todas as pessoas 9 presentes da área de saúde e de toda população. (GARCIA, 2004). DISCUSSÃO: O presente trabalho realizado tem como objetivo auxiliar na segurança e proteção para todos os indivíduos envolvidos nos possíveis locais aonde a Estética é exercida, para garantir a saúde e bem estar, bem como a inclusão do conteúdo abordado em toda pesquisa nas clínicas, spas e centros de Estética. Exposta em outras pesquisas, a utilização dos equipamentos de proteção individual, coletiva e o gerenciamento dos resíduos dos serviços da saúde, são métodos eficazes, os quais reduzem o risco de infecção na relação profissional-paciente. Este Trabalho de Conclusão de Curso, junto à autora do mesmo tem a certeza que é de fundamental importância a Biossegurança aplicado a Estética, pois o foco principal desta atividade é a beleza, mas com a ausência de saúde a mesma torna-se impossível. CONCLUSÃO: Proteção e ações pela saúde humana são estabelecidas pela Biossegurança em todo o planeta, incluindo a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual, Equipamentos de Proteção Coletiva e o Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços da Saúde. Os Tecnólogos em Estética, durante a execução de procedimentos faciais, corporais e capilares devem evitar o contato com matéria orgânica, ou seja, sangue, mucosas, secreções, sendo possíveis pela utilização correta e completa de jaleco, luvas, máscaras, toucas. A proliferação de microorganismos através de ferramentas metálicas pode ser evitada por meio de desinfecção e esterilização por métodos químicos ou físicos, bem como os resíduos dos serviços da Estética devem ser descartados e eliminados de forma correta conforme a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Desta forma, é necessária a conscientização e boa conduta de todos os profissionais durante a permanência no local de trabalho e no atendimento aos pacientes, para a preservação da própria saúde e da pessoa que está pagando por serviços para ficar com a aparência mais bonita e saudável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. ANDRADE, Adenilde; DESTRA, S. Alessandra; ASSIS, B. Denise; VARKUJLA, F. Glaúcia; SANTOS, X. Luciene; LEITE, P. Rachel Helena; ARAÚJO, Q. Rachel; GRINBAUM, S. Renato; PUKINSKAS, S. B. Sandra Regina; FERREIRA, A. Silvia; SILVA, M. Zuleida. Manual de prevenção de infecções associadas a procedimentos estéticos. Junho, 2008. Disponível em: http://www.nosbusiness.com.br/ download/ih08_manual.pdf. Acesso em:28 Mar. 2010. 2. AICHINGER, Adelina. Preserve Ambiental Consultoria. Plano de Gerenciamento dos Serviços da Saúde (PGRSS). Curitiba, Paraná, 2005. Disponível em: http://preservaambiental.com/art igos/materias/pgrss.htm. Acesso em: 20 Mai. 2010. 10 3. ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Rev. Saúde Pública, vol. 39 nº6 São Paulo, Dez. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0034- 89102005000600020&lang=pt. Acesso em: 17 de Mar. 2010. 4. BAMBACE J. M. Andréa; BARROS A. J. Érica; SANTOS F. S. Silvana; JORGE C. O. Antônio. Eficácia de Soluções Aquosas de Clorexidina para Desinfecção de Superfícies. Universidade de Taubaté, São Paulo. Taubaté, São Paulo, 2003. Disponível em: http://periodicos.unitau.br/ojs- 2.2/index.php/biociencias/article /viewFile/108/84. Acesso em: 28 Mai, 2010. 5. BORGES, S. Fábio. Dermato Funcional. 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