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Aluna: Gabriela Heilbraun Schwartz BRANDÃO, Ludmilla. Da cidade moderna às contemporâneas: notas para uma crítica do urbanismo modernista. Cuiabá: Revista Territórios & Fronteiras (1), 2014, 247-271. As atividades dentro da cidade, até o século XIX, ainda feudal, tinham certo equilíbrio, distribuindo-se de certa forma equivalente. O capitalismo entra em cena, a industrialização se instala e a partir do século XVI, fazendo com que houvesse centralização das atividades, modificando o espaço urbano. O comércio ditava a especulação, e então passou para a exploração industrial. O trabalhador não estava mais ligado à terra, mercados de trabalho foram implementados, a troca de mercadorias de forma competitiva e também a conquista de colônias que forneciam matérias-primas para as indústrias nascentes moldaram essas mudanças. Com o trabalhador não mais ligado à terra, pois a industrialização buscava a captação de trabalhadores, fez com que eles não fossem mais “livres” e migrassem para os aglomerados, visto que até o século XIX localizavam-se em pequenas cidades do interior. Essa transformação também se deu com a introdução da máquina a vapor, que possibilitou essa concentração de indústrias e de trabalhadores nas cidades. Essa energia se dava a partir de carvão, e a exploração dele resultou nas primeiras concentrações urbanas. Essas aglomerações se davam principalmente também nas antigas cidades, pois são capitais políticas e comerciais. Abrigavam agentes públicos, bancos e reserva de trabalho. A classe operária ocupava bairros em péssimas condições urbanas, em que o planejamento das casas de três a quatro andares não havia, as ruas eram estreitas, sinuosas e sujas, ruas em que o sol não acessava devido a construções enfileiradas. Em contrapartida, os bairros nobres havia mansões e parques públicos. Com preocupações referentes à condições sanitárias, uma política de demolição e deslocamento de bairros perigosos para a saúde pública foi instalado, assim, congestionando bairros próximos ao centro. Haussmann é conhecido como o artista destruidor e um de seus trabalhos foi a destruição do centro velho de Paris, abrindo boulevards largos e retilíneos, com edifícios simétricos. Já para Le Corbusier, também necessitava-se a destruição e verticalização e enfoque nos meios de transporte. A visão modernista tinha um caráter autoritário, com desejo de controle. A delimitação do espaço urbano se dava por linhas em territórios homogêneos, resultando numa imposição de rigidez formal e com um funcionamento fixo. Propunha-se a Ville Radieuse, com circulação livre e edifícios sobre pilotis e habitações coletivas, com uma sociedade hierarquizada. No Brasil, esse modelo de habitações coletivas resultou em conjuntos habitacionais nas periferias urbanas, as quais eram desmatadas, com paisagem monótona, com casas iguais. Ermínia Maricato aponta que esse planejamento moderno é extremamente monótono, padroniza, assola espaços, torna-os vazios e sem usuários, tornando uma cidade de urbanização inurbana, que vem de uma ciência que não aprende o que cidades reais podem oferecer, pois com o privilegiamento da separação dos espaços, ignora-se a interação entre os mesmos, não vêm a potencialidade da diversidade. Jacobs também critica a remoção de populações e alojamento das mesmas em conjuntos habitacionais, ao invés de implementação de revitalizações, e que essas áreas livres não são funcionais para encontros, e sim tornam-se redutos de violência. Necessita-se olhar a cidade e aprender com a mesma. Arquitetura é comunicação, o feio e ordinário devem ser vistos como signos e não repreendidos, que o slogan modernista de que menos é mais significa que menos é mais entediante, pois há muita monotonia na homogeneidade. Necessita-se de uma arte populita pluralista. Os planos diretores seguiam a modernização das cidades, separando em zonas residenciais, comerciais, áreas de lazer e afins, ignorando a realidade mista dos espaços urbanos. Favelas, loteamentos clandestinos e afins são soluções encontradas pela população para que essa população possa viver na cidade, são vistos como informais, como problemas, pois não seguem a idealização almejada. E é claro que as cidades são construídas na informalidade, essa é vista como uma contradição da modernidade exigida das cidades, necessitando, assim, que essa informalidade seja diminuída. A informalidade é muito mais regra do que exceção, e por isso, há a necessidade de que se repense essas concepções urbanísticas. As ideias modernistas estão vinculadas ao contexto social, econômico e político do pós guerra, e motivadas pelo período fordista de produção em massa. As cidades modernas são, em pequena escala, ou seja, na experimentação das pessoas que a utilizam, péssimas. Podem, em macro escala, serem bonitas aos olhos, mas não são funcionais, não foram planejadas para os que mais a utilizam, e sim para a menor massa, a centralizadora de poder. São cidades que podem ser retas, com avenidas largas, que não privilegiam o caminhar e sim o veículo particular, algo não acessível a todos, se dá uma dispersão urbana que leva à utilização de transporte particular e não planejado para o transporte coletivo. É uma cidade que tem como ideal ser verde e saudável, mas as áreas verdes não são bem posicionadas, não são aproveitadas, não se levou em conta os aspectos socioculturais e históricos, levou-se em cona o elitismo e a centralização desse elitismo.
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