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Biossegurança: Perigos e Prevenção

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Biossegurança
Autor: Prof. Renato Fernandes
Colaboradoras: Profa. Cristiane Jaciara Furlaneto 
 Profa. Fernanda Torello de Mello
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Professor conteudista: Renato Fernandes
O professor Renato Fernandes é engenheiro mecânico formado em 1996 e foi responsável por diversos 
projetos dentro de indústrias alimentícias. Participou de comissões de implantação de APPCC como instrutor e 
também como auditor de normas de Boas Práticas de Fabricação de Alimentos. Em 2003, formou-se mestre em 
Engenharia Química, enfocando o projeto de equipamentos industriais para tratamento térmico de alimentos. 
Trabalha na Universidade Paulista (UNIP) desde 2009, atuando como professor de Biossegurança, Bioética e 
Química.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F363b Fernandes, Renato 
Biossegurança / Renato Fernandes- São Paulo: Editora Sol, 2015.
 
112 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXI, n. 2-063/15, ISSN 1517-9230.
1. Biossegurança. 2. Legislação. 3. Prevenção de acidentes. I. 
Título.
CDU 614.4
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Lucas Kater
 Michel Kahan
 Virgínia Bilatto
Sumário
Biosegurança
APRESENTAçãO ......................................................................................................................................................7
INTRODUçãO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 PERIGOS .................................................................................................................................................................9
1.1 Perigos físicos ........................................................................................................................................ 11
1.2 Perigos químicos ................................................................................................................................... 13
1.3 Perigos biológicos ................................................................................................................................. 17
1.4 Perigos ergonômicos ........................................................................................................................... 19
2 LER/DORT ............................................................................................................................................................ 21
2.1 Ginástica laboral ................................................................................................................................... 24
3 ROTULAGEM, SIMBOLOGIA DE RISCO E INFECçãO HOSPITALAR ................................................ 25
3.1 Rotulagem e simbologia de risco .................................................................................................. 25
3.1.1 Rotulagem em fracionamentos ........................................................................................................ 25
3.1.2 Símbolo de risco biológico .................................................................................................................. 26
3.1.3 Símbolos de riscos químicos .............................................................................................................. 26
3.2 Infecção hospitalar .............................................................................................................................. 33
3.2.1 Introdução ................................................................................................................................................. 33
3.2.2 Infecções em cirurgias .......................................................................................................................... 35
3.2.3 Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) ........................................................ 35
4 BOAS PRÁTICAS, EQUIPAMENTOS DE PROTEçãO E NÍVEIS DE SEGURANçA LABORATORIAL .... 36
4.1 Boas Práticas de laboratório ............................................................................................................ 37
4.2 Boas Práticas no atendimento à saúde ....................................................................................... 41
4.3 Boas Práticas na manipulação de alimentos ............................................................................ 43
4.4 Manual de Boas Práticas e Procedimento Operacional Padrão ........................................ 45
4.5 Equipamentos de proteção .............................................................................................................. 46
4.5.1 Equipamentos de proteção individual (EPI) ................................................................................. 46
4.5.2 Equipamentos de proteção coletiva ................................................................................................ 53
4.6 Níveis de biossegurança laboratorial............................................................................................ 53
4.6.1 Classes de risco biológico .................................................................................................................... 54
4.6.2 Contenção .................................................................................................................................................. 56
4.6.3 Equipamento de segurança (barreiras primárias) ...................................................................... 56
4.6.4 Projeto e construção das instalações (barreiras secundárias) .............................................. 56
4.6.5 Níveis de biossegurança ...................................................................................................................... 57
4.6.6 Nível de biossegurança 1 (NB-1) ...................................................................................................... 57
4.6.7 Nível de biossegurança 2 (NB-2) ...................................................................................................... 58
4.6.8 Nível de biossegurança 3 (NB-3) ...................................................................................................... 59
4.6.9 Nível de biossegurança 4 (NB-4) ...................................................................................................... 60
4.6.10 Avaliações de riscos ............................................................................................................................. 61
Unidade II
5 DESCONTAMINAçãO ..................................................................................................................................... 66
5.1 Noções sobre o tratamento matemático da letalidade de microrganismos ................ 66
5.2 Definição dos graus de descontaminação .................................................................................67
5.2.1 Limpeza ....................................................................................................................................................... 67
5.2.2 Desinfecção ............................................................................................................................................... 69
5.2.3 Esterilização .............................................................................................................................................. 71
5.2.4 Classificação dos artigos médico-hospitalares ........................................................................... 73
6 LEGISLAçãO EM BIOSSEGURANçA .......................................................................................................... 74
6.1 Conceito ................................................................................................................................................... 75
6.2 Histórico ................................................................................................................................................... 76
6.3 Lei n. 11.105/2005 ................................................................................................................................ 77
6.4 Engenharia genética ........................................................................................................................... 77
6.5 Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) ........................................................................... 78
6.6 Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) ...................................................... 79
7 COMISSãO INTERNA DE PREVENçãO DE ACIDENTES .................................................................... 83
7.1 Estabilidade provisória ....................................................................................................................... 84
7.2 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) ......................................................... 84
7.3 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) ...................................... 86
7.4 Plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (PGRSS) .............................. 86
7.5 Mapa de Riscos ..................................................................................................................................... 89
8 PREVENçãO CONTRA INCÊNDIOS ............................................................................................................ 91
7
APResentAção
A disciplina Biossegurança tem como objetivo oferecer subsídios para o profissional da área da saúde 
analisar sua conduta no que diz respeito às questões de segurança durante sua atuação profissional. 
Essa segurança é em relação a si mesmo, à comunidade, ao meio ambiente e ao seu próprio objeto 
de trabalho, seja ele um paciente, um animal ou um organismo geneticamente modificado, tanto na 
prática clínica e hospitalar quanto na pesquisa.
Nesta disciplina, o profissional da área da saúde se capacitará a identificar os principais agentes 
físicos, químicos, biológicos e ergonômicos que causam risco tanto à saúde humana quanto ao meio 
ambiente. Essa análise é a base de todo o conhecimento em biossegurança e aplicável a qualquer 
ambiente de trabalho.
O profissional também conhecerá a simbologia de risco e o uso de equipamentos de proteção 
individual e coletiva, a fim de se realizarem práticas laboratoriais e clínicas adequadas com relação à 
segurança da saúde humana.
Além disso, aprenderá sobre a Lei de Biossegurança, no que diz respeito à manipulação de organismos 
geneticamente modificados, e terá noções sobre infecções hospitalares e níveis de biossegurança 
laboratorial, com suas aplicações e requisitos.
A disciplina também inclui dados sobre procedimentos de descontaminação e como aplicá-los a 
artigos médico-hospitalares, sobre o manejo de resíduos de serviços de saúde e sobre algumas questões 
de legislação trabalhista.
IntRodução
Toda e qualquer atividade humana nos expõe a esforços físicos e riscos de acidentes, mas, se 
considerarmos que passamos mais tempo no ambiente de trabalho que em qualquer outro, precisamos 
pensar nos efeitos que a atividade profissional nos causa à saúde.
Dependendo da atividade profissional, pela própria característica do trabalho, o trabalhador é 
exposto a produtos químicos, radiações, doenças e solicitações físicas repetitivas em níveis acima 
do aceitável, que provocam deteriorações no corpo em curto, médio e longo prazos, muitas vezes 
incapacitando o indivíduo para exercer sua profissão. Nas ciências da saúde, os profissionais estão 
expostos a condições especiais, cujo estudo chama-se Biossegurança.
A Biossegurança é uma ciência interdisciplinar cujo objetivo é proteger tanto o trabalhador 
como o objeto de trabalho dos riscos inerentes à atividade do profissional. Entenda como objeto 
de trabalho o paciente, o material de pesquisa, o alimento processado, os animais e plantas tratados 
e o meio ambiente.
Como objetiva a proteção de indivíduos, em alguns momentos, a Biossegurança também esbarra 
em questões relacionadas à bioética, segundo Goldim (1997). A Lei 11.105/2005, conhecida como Lei 
da Biossegurança, deixa essa característica muito clara.
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O estudo da Biossegurança visa, sempre, à prevenção de riscos ou, se não for possível, à contenção 
dos agentes perigosos. Para isso, busca-se o estudo dos mecanismos de ação desses agentes e, então, 
estabelecem-se procedimentos seguros de ação.
Antes de aprofundarmo-nos no estudo da Biossegurança, vale a pena ressaltar que a maioria 
dos acidentes de trabalho é decorrente de imperícia, negligência e, até mesmo, imprudência dos 
operadores, portanto, a regra de ouro na prevenção de acidentes é atenção e bom senso. 
 observação
Biossegurança é uma ciência multidisciplinar. Envolve conhecimentos 
de física, química, microbiologia, antropometria, fisiologia, legislação 
trabalhista e qualquer outra disciplina que se faça necessária. 
Uma expressão muito citada nos meios profissionais é “Boas Práticas”. Dá-se o nome de Boas 
Práticas aos procedimentos seguros de trabalho. Esses procedimentos são estabelecidos com 
antecedência, baseando-se em normas técnicas, na legislação vigente, no histórico da atividade ou, 
simplesmente, na prática e no bom senso.
É muito importante que o estabelecimento de regras de Boas Práticas seja feito com antecedência, 
pois a função principal de qualquer procedimento de segurança é evitar o acidente. Qualquer 
atividade após o acidente serve somente para reduzir prejuízos.
As atividades profissionais na área da saúde possuem riscos inerentes ao ramo, já que 
frequentemente o profissional está exposto a microrganismos patogênicos, substâncias perigosas 
ou animais agressivos. Executar o trabalho seguindo rigorosamente os procedimentos estabelecidos 
pelas Boas Práticas, além de tornar a atividade segura, torna-a repetitiva, reduzindo a variação nos 
resultados.
A expressão “Boas Práticas” vem geralmente associada a uma identificação do ramo de trabalho: 
Boas Práticas de fabricação, Boas Práticas de laboratório, Boas Práticas de preparação etc., porém o 
conceito é o mesmo; o que muda são as técnicas, específicas para cada ramo.
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Biossegurança
Unidade I
1 PeRIGos
Antes de começar a se estabelecerem normas de Boas Práticas, é muito importante conhecer os 
perigos que essas práticas vão combater. Por exemplo: é sempre muito importante lavar as mãos, mas 
é uma questão de bom senso imaginar que o procedimento de lavar as mãos, usado por um mecânico, 
seja diferente do método usado por um médico antes de uma cirurgia. 
Isso parece óbvio, mas qual o conceito associado? Se não lavar as mãos adequadamente, o médico 
vai expor o paciente a um risco de infecção durantea cirurgia, o que pode levar este à morte; já o 
mecânico vai, no máximo, sentir o gosto desagradável da graxa durante uma refeição. Portanto, o 
procedimento do médico deve ser mais rigoroso.
O Michaelis Moderno Dicionário de Língua Portuguesa (MICHAELIS, s.d.) define o verbete perigo 
como “situação que ameaça a existência ou integridade de uma pessoa ou coisa; risco, inconveniente”. 
Porém, dentro deste estudo, faremos uma diferenciação entre perigo e risco:
• Perigo é qualquer agente que cause dano à saúde ou à integridade física das pessoas.
• Risco é um conceito que combina a probabilidade de ocorrência com a severidade da ocorrência.
Por exemplo: ao se atravessar a rua, existe o perigo do atropelamento. Se for uma rua com pouco 
movimento (probabilidade baixa), na qual os carros passam em baixa velocidade (severidade do 
atropelamento baixa), o risco de se atravessar a rua é baixo. Se for uma rodovia muito movimentada, 
com carros em alta velocidade, o risco da travessia é alto.
Essa diferenciação entre perigo e risco é útil particularmente para quem trabalha com alimentos. 
Na área de alimentos, existe um sistema de controle de higiene e segurança alimentar chamado APPCC 
(Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) que utiliza muito esses conceitos.
A Norma Regulamentadora n. 9 do Ministério do Trabalho indica, no item 9.1.5 e sub itens:
9.1.5. Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes 
físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em 
função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, 
são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
9.1.5.1. Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a 
que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, 
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pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações 
ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.
9.1.5.2. Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou 
produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas 
formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela 
natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido 
pelo organismo através da pele ou por ingestão.
9.1.5.3. Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, 
parasitas, protozoários, vírus, entre outros (BRASIL, 1990).
Já a Portaria n. 25/1994, do Ministério do Trabalho (BRASIL, 1994), ao regulamentar a elaboração do 
Mapa de Riscos, considera a existência de 5 categorias de riscos:
• Agentes físicos: são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, 
tais como: ruídos, vibração, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, 
radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.
• Agentes químicos: são as substâncias, os compostos ou os produtos que possam penetrar no 
organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, 
ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo 
organismo através da pele ou por ingestão.
• Agentes biológicos: são os bacilos, bactérias, fungos, protozoários, parasitas, vírus, entre outros.
• Agentes ergonômicos: são os agentes caracterizados pela falta de adaptação das condições de 
trabalho às características psicofisiológicas do trabalhador.
• Agentes de acidentes (mecânicos): são arranjos físicos inadequados ou deficientes, máquinas e 
equipamentos, ferramentas defeituosas, inadequadas ou inexistentes, eletricidade, sinalização, 
perigo de incêndio ou explosão, transporte de materiais, edificações, armazenamento 
inadequado etc.
A maioria dos autores define a classificação dos perigos por meio de exemplos, sem se aprofundar 
em explicações sobre os critérios de classificação. Além disso, dependendo da sua área de trabalho, 
o autor pode priorizar uma ou outra necessidade: um biólogo não considera um inseto da mesma 
forma que um nutricionista. Isso acaba causando divergências quanto à classificação de alguns 
perigos. Porém, é importante ressaltar que essa classificação é didática e existe apenas para facilitar 
o raciocínio sobre a atividade profissional. Identificar a presença do perigo é muito mais importante 
do que classificá-lo. 
Para este estudo, consideraremos os perigos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos, e seu critério 
de classificação levará em consideração, principalmente, as medidas preventivas.
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Biossegurança
1.1 Perigos físicos
Os perigos físicos são:
• qualquer sólido estranho à atividade exercida, em níveis e dimensões inaceitáveis;
• objetos e ferramentas perfurocortantes;
• ruídos intensos, radiações ionizantes, temperaturas excessivas, pressão ambiente anormal;
• insetos e animais.
Essa classe de perigos tem como característica principal provocar a ruptura da pele e de tecidos. A 
pele é a principal barreira de proteção do corpo humano, sendo impermeável tanto a fluidos quanto 
a microrganismos. Com a sua ruptura, existe a possibilidade de contaminações por esses perigos, que 
costumam ser muito mais graves. 
Os perigos físicos podem ser prevenidos por meio de barreiras físicas que impedem a ação do agente: 
telas nas janelas impedem a entrada de insetos, tampas de panela impedem a queda de fragmentos na 
comida, superfícies espelhadas impedem a propagação da radiação, luvas grossas impedem que as mãos 
se queimem e focinheiras impedem a ação do cachorro.
O que normalmente causa estranheza a quem está iniciando o estudo da Biossegurança é a 
classificação de insetos e animais como perigos físicos e não como perigos biológicos.
Os insetos podem representar perigo de três formas: 
• como vetores de doenças, então, neste caso, o perigo é o microrganismo causador da doença e 
não o inseto, que só vai provocar a ruptura da pele;
• um inseto peçonhento e, neste caso, o perigo é o veneno e não o inseto, que só vai provocar a 
ruptura da pele;
• um inseto presente na comida e, novamente, o perigo são os microrganismos presentes no corpo 
do inseto. Mesmo assim, o inseto irá causar, na maior parte dos casos, uma engasgadura.
De forma análoga, o principal perigo provocado por um animal é a ruptura da pele provocada pela 
mordida ou por arranhões, o que permitirá a entrada de veneno ou de microrganismos. 
Os perigos físicos têm diversas origens. As principais são: 
• Pedaços de vidro: são gerados por quebra de utensílios de cozinha ou vidraria de laboratório. Como 
medida preventiva, o trabalhador deve sempre verificar a existência de trincas, principalmente em 
utensílios que sofrerão variações bruscas de temperatura. Neste caso, o vidro sofrerá variações 
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dimensionais não uniformes, o que pode provocar estilhaçamento. Os fragmentos de borosilicato, 
material muito utilizado na confecção de vidraria de laboratório, são extremamente cortantes e 
seu manuseio deve ser feito com muito cuidado. 
• Joias, objetos de adorno, fios de cabelo, esmalte: esse perigo é típico da manipulação de 
alimentos. Em algumas operações, os trabalhadores dependem do tato e não podem utilizar luvas, 
por exemplo, na determinação do ponto de corte durante a fabricação de queijos. Nesse tipo de 
operação, o esmalte pode soltar fragmentos no alimento, e anéis, brincos ou colares podem se 
soltar sobre o alimento, representando um perigo para quem for consumi-lo. O trabalhador não 
deve fazer uso desses adornos no ambiente de trabalho, e pelos, fios de cabelo ou de bigode 
devem ser contidos com o uso de toucas, máscaras faciais, também conhecidas como bigodeiras, 
e aventais com mangas compridas. Para homens com muitos pelos no braço, recomenda-seo uso 
de mangotes.
• Fragmentos metálicos, parafusos, porcas: os parafusos foram criados para permitir a 
desmontagem dos equipamentos, por isso, nenhum parafuso fica apertado para sempre. É muito 
importante que todos os equipamentos passem por manutenções preventivas para verificação do 
aperto de parafusos. Esse perigo é bastante claro em máquinas rotativas, mas também acontece em 
máquinas térmicas. Os sucessivos ciclos de aquecimento e resfriamento – portanto, de dilatação 
e retração das peças – também provocam o afrouxamento de parafusos. 
• Pragas: são incluídos nesse grupo os insetos, roedores, parasitas externos (pulgas e carrapatos), 
pássaros e morcegos. São evitadas por meio de um programa de controle de pragas feito por 
profissionais qualificados. Além disso, as janelas do prédio devem contar com telas de proteção, 
todos os ralos do sistema de esgoto devem ser sifonados e a interface entre as telhas e as paredes 
do prédio deve contar com telas que impeçam pombos e morcegos de se alojarem sobre os forros.
• Superfícies aquecidas e geradores de chama: fornos e chapas aquecidas são extremamente 
comuns, tanto em laboratórios quanto em cozinhas. As superfícies não avisam se estão aquecidas 
ou não, portanto, tais equipamentos devem ser isolados termicamente e ser instalados em áreas 
de pouca circulação de pessoas. Esses locais devem ser bastante ventilados e livres de materiais 
voláteis ou termossensíveis. Para fogões e bicos de Bunsen, é muito importante manter-se uma 
verificação constante do estado das válvulas e mangueiras de gás. O sistema de tubulações que 
alimentam esses equipamentos deve ser dotado de diversas válvulas de bloqueio em seus ramais 
e uma válvula geral para isolamento do fornecimento de gás. Na operação desse sistema, as 
válvulas devem ser abertas, em sequência, a partir do ponto fornecedor até o ponto consumidor 
e depois devem ser fechadas na ordem inversa. Atenção: nunca inverta esse procedimento. 
• Superfícies refrigeradas, trabalhos com nitrogênio líquido ou com a despressurização 
rápida de gases: essas superfícies são mais fáceis de ser identificadas visualmente devido ao 
acúmulo de condensado e, eventualmente, à formação de neve, mas nem por isso são menos 
perigosas. O congelamento da água contida dentro das células provoca a formação de cristais 
de gelo que rompem a parede celular, provocando a destruição do tecido. A manipulação dessas 
superfícies deve ser feita com o uso de luvas e pinças.
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Biossegurança
• Radiação ionizante: são as emissões de energia capazes de criar íons, por exemplo, as radiações 
alfa, beta, gama e os raios X. A reação de um indivíduo à exposição de radiação depende de 
diversos fatores, como a quantidade de radiação recebida; a quantidade de radiação recebida 
anteriormente pelo organismo, sem recuperação; a robustez orgânica individual; o dano físico 
recebido simultaneamente com a dose de radiação (queimaduras, por exemplo). As radiações 
ionizantes podem provocar alteração no DNA ou em substâncias associadas ao metabolismo, 
e, se essa alteração não provocar a morte celular e não puder ser reparada pelos sistemas 
celulares, a alteração será propagada para as próximas gerações de células. Em ambientes onde 
se trabalha com esse tipo de radiações, as portas e paredes devem ser revestidas de materiais 
que absorvem radiação, e os operadores devem trabalhar com aventais feitos dos mesmos 
materiais. O acesso a essas áreas deve ser sinalizado, e mulheres grávidas não podem trabalhar 
nesse tipo de atividade. 
• Laser: o uso do laser está se disseminando na área médica. O feixe de laser é bastante direcionado, 
porém, devido ao efeito Tyndall, que é o espalhamento da luz quando esta passa por coloides, 
ou devido a reflexos em superfícies polidas, parte da luz pode chegar aos olhos do trabalhador. 
A principal proteção contra os efeitos do laser é o uso de óculos de proteção. Esses óculos são 
coloridos, para bloquear comprimentos de onda específicos.
• Perfurocortantes: a manipulação só deve ser feita por pessoas capacitadas, equipadas com 
proteções adequadas como luvas e cotas de malhas de aço. A superfície cortante ou a ponta do 
instrumento nunca deve ser apontada na direção do trabalhador, e a atenção deste não pode ser 
desviada durante a operação. Como material clínico, os perfurocortantes devem ser descartados 
em recipientes exclusivamente destinados a esse fim.
1.2 Perigos químicos
Considerando-se apenas o descrito na NR-9 e na Portaria n. 25/94, para ser considerada um perigo 
químico, a substância deve penetrar no organismo. Porém, serão incluídos nesta análise os riscos de 
explosão e incêndios provocados pela má manipulação dos produtos químicos.
Se os perigos químicos são originados de manipulação errada de produtos químicos, então, para se 
prevenir dessa classe de perigos, é muito importante que o trabalhador conheça as características dos 
produtos manipulados.
Segundo a Chemical Abstract Service, uma divisão da American Chemical Association responsável 
por coletar informações sobre produtos químicos, existem cerca de 70 milhões de substâncias químicas 
diferentes e, por melhor que o profissional esteja preparado, é impossível conhecer todos os detalhes 
sobre a manipulação de todos esses produtos.
A Lei n. 6.514/77, no Art. 197, estabelece que:
Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos 
locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no 
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rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo 
de perigo correspondente, segundo a padronização internacional (BRASIL, 
1977).
Essa padronização foi estabelecida pela ABNT na norma NBR 14725 (ABNT, 2012a; 2012b). Nas partes 
3 e 4 desta norma, estão estabelecidas as informações que devem constar no rótulo e na FISPQ (Ficha 
de Informações de Segurança de Produtos Químicos). A FISPQ é um documento que traz as informações 
necessárias para a criação de procedimentos adequados de manipulação de produtos químicos, em 
outras palavras, para Boas Práticas de Laboratório.
Binsfeld (2004) sugere que os perigos químicos sejam avaliados de acordo com as características 
físico-químicas, reatividade, toxidade, condições de manipulação, possibilidade de exposição e vias 
de penetração no organismo. Trata-se de uma análise bem completa e complexa. Dentro dessas 
características, será dada atenção a quatro: a difusividade no ar, a inflamabilidade, a toxidade e a 
ecotoxidade.
A difusividade no ar é a capacidade de uma substância de se espalhar pelo ar. Se o produto químico 
se espalhar facilmente pelo ar, ele se torna muito difícil de ser contido, e um incêndio ou uma nuvem 
tóxica pode tomar grandes dimensões. Dois parâmetros da FISPQ dão uma indicação de como um 
produto vai se difundir pelo ar:
• Pressão de vapor: é a pressão que o vapor faz quando está em equilíbrio com o líquido em uma 
evaporação. Quanto maior a pressão de vapor, mais volátil o produto e maior é a difusão.
• Densidade relativa do vapor: é a densidade em relação à densidade do ar, na mesma temperatura. 
Vapores menos densos que o ar são facilmente carregados por correntes de ar e se dissipam na 
atmosfera. Vapores mais densos tendem a ficar concentrados no ambiente e apresentam maior 
risco.
A inflamabilidade é a capacidade de o produto químico incendiar-se. Essa capacidade pode ser 
avaliada baseando-se em três parâmetros:
• Inflamabilidade no ar: são os limites superior e inferior de concentração (porcentagem em 
massa) dentro dos quais o produto torna-se inflamável. Fora desses limites, o produto não se 
incendeia; dentro deles, qualquer fonte de calor é suficiente para provocar um incêndio.
• Ponto de fulgor: é a temperatura na qual um produto químico liberta vapor suficiente para 
entrar em combustãocom a ajuda de uma fonte de calor externa. Sem essa fonte, a chama se 
extingue. Quanto mais baixo o ponto de fulgor, maior o risco de combustão.
• Temperatura de ignição: é a temperatura na qual o produto químico entra em combustão sem o 
auxílio de uma fonte de ignição. Quanto mais baixo o ponto de fulgor, maior o risco de combustão 
espontânea.
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Biossegurança
A toxidade é a capacidade de um produto químico produzir efeitos nocivos, tanto no meio ambiente 
quanto nos organismos vivos. A ABNT, na norma NBR 14725, diferencia as informações sobre a toxidade 
entre informações toxicológicas e informações ecológicas.
A FISQP pode fornecer diversos parâmetros de informações toxicológicas, sendo os mais 
comuns:
• Toxidade aguda: faz referência a exposições de curta duração, na ordem de segundos, minutos 
ou horas. Normalmente é apresentada a DL50, por via oral, para ratos. Esse parâmetro indica 
a dose mínima necessária para matar 50% de uma população de cobaias. A DL50 não fornece 
detalhes sobre os mecanismos de ação do produto em humanos, mas serve como comparativo 
entre os diversos produtos químicos. Quanto menor a DL50, mais letal é o produto.
• Toxidade crônica: refere-se a exposições de longo prazo, com duração de dias, meses ou anos. 
São indicados os sintomas provocados pela longa exposição ao produto.
• Limite de exposição ocupacional: é a concentração máxima de um produto químico no meio 
ambiente sem que ocorram prejuízos à saúde do trabalhador. Existem várias definições em relação 
ao tempo de exposição do trabalhador, resultando em diversos parâmetros. O mais comum é o 
TLV-TWA (Threshold Limit Value – Time Weighted Average), parâmetro de origem americana que 
indica a concentração para uma jornada de 8 horas diárias e 40 horas semanais. 
A ecotoxidade é a ação dos produtos químicos quando liberados no meio ambiente, sobre os 
constituintes vivos dos ecossistemas. O Ibama, na Portaria n. 84 de 1996, indica os seguintes parâmetros 
para avaliação do potencial de dano ao meio ambiente (IBAMA, 1996):
• Bioacumulação: descreve a capacidade de um produto apresentar concentrações nos organismos 
mais elevadas do que no meio. Isso significa que os organismos estão acumulando o produto 
químico.
• Persistência: está relacionada à degradabilidade do produto no ambiente. Essa degradação pode 
se dar pela ação de microrganismos (biótica) ou por processos químicos de oxidação, hidrólise ou 
outros (abiótica).
• Transporte: refere-se aos processos físicos de transporte de massa. A difusão no solo e na água e 
a solubilidade influenciam esse parâmetro.
• Toxidade a diversos organismos: é a DL50 aplicada a organismos típicos de cada meio, por 
exemplo, de organismos aquáticos.
• Potencial mutagênico: é a capacidade de um produto químico causar no DNA danos que não 
se conseguem reparar no momento da replicação celular, portanto, a alteração é passada para as 
gerações seguintes. 
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• Potencial teratogênico: é a capacidade de um produto químico provocar danos em fetos em 
desenvolvimento. Esses danos podem ser malformações, alterações neurológicas ou mesmo a 
perda da gravidez.
• Potencial carcinogênico: é a capacidade de um produto químico causar câncer.
No dia a dia de um laboratório, conhecem-se os produtos químicos que serão manipulados. Esses 
produtos são adquiridos junto aos fabricantes ou distribuidores, que são obrigados a fornecer a FISPQ. 
Já na produção de alimentos, a bioacumulação e a persistência são parâmetros fundamentais, e nem o 
manipulador nem o consumidor final do alimento tem controle sobre isso.
Quem analisar os perigos químicos associados à produção de alimentos deve pensar em toda a 
cadeia produtiva. Por exemplo, a produção de um iogurte com frutas pode ser contaminada por várias 
fontes: 
• Se o leite vier de um produtor que não isola as vacas que estão passando por tratamento 
veterinário, aquele vai conter traços de antibiótico.
• Se a geleia de frutas adicionada ao iogurte contiver uma quantidade grande de sorbato de 
potássio, o iogurte terá uma quantidade deste fungicida acima do limite de tolerância legal. 
• Se os lubrificantes da máquina de envase não forem adequados para o uso alimentício, o iogurte 
terá traços de hidrocarbonetos.
Portanto, não adianta executar ações preventivas apenas na manipulação do alimento; tais ações 
devem incluir a seleção do fornecedor. No caso de alimentos, os perigos químicos podem ser introduzidos 
ainda no campo por meio de práticas inadequadas na aplicação, acondicionamento e descarte de 
agrotóxicos e antibióticos ou no desrespeito à legislação que regulamenta o uso destes produtos. Além 
disso, a limpeza e a sanificação de equipamentos, se mal orientadas, podem resultar em resíduos que se 
tornarão contaminantes no próximo uso dessas máquinas.
Representam perigos químicos na produção e manipulação de alimentos: 
• metais pesados (chumbo, cobre, cádmio, mercúrio, entre outros) que podem ser incorporados aos 
alimentos por meio da água de irrigação; 
• fertilizantes inadequados ou em excesso;
• lubrificantes e aditivos de caldeiras;
• conservantes em excesso;
• traços de produtos de limpeza e sanificação de utensílios;
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Biossegurança
• antibióticos;
• pesticidas.
O nutricionista também deve levar em conta se há alergênicos em um determinado alimento ou 
ainda se os utensílios ou aquele local de trabalho tiveram contato com algum tipo de alergênico. 
As toxinas geradas por microrganismos presentes nos alimentos podem ser consideradas 
perigo biológico. Apesar de serem substâncias químicas, sua prevenção depende da prevenção dos 
microrganismos geradores. 
1.3 Perigos biológicos
Os perigos biológicos são aqueles que causam infecções, caracterizadas pela invasão e multiplicação 
de organismos indesejáveis no objeto de trabalho ou no próprio trabalhador.
 Lembrete
O objeto de trabalho pode ser o paciente, o material de pesquisa, o 
alimento processado, os animais e plantas tratados e o meio ambiente.
Para que a infecção seja identificada como tal, vários fatores precisam ser avaliados:
• o tipo de agente infeccioso;
• a quantidade inoculada desse agente;
• a resistência natural do ambiente a esse agente;
• o estado de saúde do sujeito contaminado.
Note que somente a presença do organismo indesejável não é suficiente para caracterizar uma 
infecção. O problema maior é a multiplicação desse organismo. 
Isso vale tanto para microrganismos quanto para parasitas internos e em qualquer objeto de trabalho, 
mas, por simplicidade, vamos analisar essa questão para microrganismos no corpo humano saudável.
Existem duas razões para que a multiplicação dos microrganismos seja considerada o maior problema:
• o corpo humano possui uma capacidade de combate a essas infecções, então, uma inoculação 
pequena não representa risco;
• alguns microrganismos produzem toxinas que são termorresistentes. Essas toxinas vão se 
acumulando e não podem ser eliminadas de alimentos ou meios de cultura por processos térmicos.
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Acrescente-se a isso um fato: é impossível garantir esterilidade total. Por melhor que seja o 
processo de descontaminação, existe sempre uma probabilidade de sobrevivência de microrganismos. 
Analisaremos isso melhor quando falarmos sobre a descontaminação.
Por isso, a prevenção dos perigos biológicos está concentrada em se evitarem a multiplicação dos 
microrganismos e a inoculação. 
Na área de alimentos, também podem ser considerados como perigos biológicos os parasitas internos 
e as toxinas produzidas por alguns tipos de fungos e bactérias.
Muitas toxinas são termorresistentes,isto é, não são inativadas por tratamentos térmicos dos 
alimentos (cocção, pasteurização, UHT, autoclavagem). Neste caso, a prevenção desses perigos se faz 
pela prevenção do microrganismo gerador da toxina. Então, por facilidade, considera-se esse perigo 
como sendo biológico.
O Manual de Segurança em Laboratório, da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004), sugere que 
sejam levados em consideração os seguintes parâmetros na avaliação dos perigos biológicos:
• Patogenicidade do agente: é a capacidade de o microrganismo causar doenças. Outro parâmetro 
semelhante a ser considerado é a virulência, associada à mortalidade causada por esse agente.
• Dose infecciosa: é a quantidade mínima inoculada de um microrganismo capaz de provocar uma 
doença. 
• Via de exposição: os mecanismos mais comuns são a inoculação direta (por acidentes com 
agulhas), a inalação de aerossóis (quando alguém espirra ou tosse), o contato com membranas ou 
mucosas e a ingestão. 
• Concentração do agente: uma grande quantidade de material contaminado a ser manipulado 
significa uma grande concentração do agente infeccioso e, portanto, maior risco de 
contaminação.
• Informação disponível: agentes infecciosos exóticos ou pouco conhecidos implicam riscos 
maiores.
• Tipo de atividade executada: se a atividade executada, por exemplo, o uso de ultrassom, gerar 
aerossóis, o risco de contaminação e o raio de ação do agente são maiores.
• Disponibilidade de profilaxia: agentes infecciosos cujas doenças possuem algum tipo de 
tratamento ou vacina apresentam menores riscos que os microrganismos cujas doenças não 
possuem tratamento.
Os microrganismos também são classificados de acordo com o potencial de risco que 
apresentam:
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Biossegurança
• Classe 1: são os microrganismos que não apresentam nenhum risco de causar doenças. Contudo, 
isso não significa que eles não apresentam riscos, pois, no caso de alimentos, por exemplo, eles 
podem ser deteriorantes.
• Classe 2: são agentes patogênicos que não causam doenças graves em humanos ou animais. 
Essas doenças possuem um tratamento eficaz, e o risco de a infecção se alastrar é pequeno.
• Classe 3: são os microrganismos que causam doenças graves que podem levar à morte tanto 
homens como animais, mas cuja propagação é limitada. Existem tratamentos e medidas de 
prevenção.
• Classe 4: são os agentes patogênicos que causam doenças graves, com risco de morte para 
humanos ou animais, e que são transmitidos facilmente, principalmente por via aérea. 
1.4 Perigos ergonômicos
A medicina do trabalho foi criada no séc. XVII com os trabalhos do médico italiano Bernardino 
Ramazzini, que descreveu as primeiras doenças de origem profissional em uma série de monografias que 
tratavam de problemas oculares, auditivos e de postura.
No final do século XIX, Frederick W. Taylor introduziu o conceito de administração científica, 
preocupando-se com a forma mais eficiente de execução do trabalho, demonstrando a importância da 
antropometria no projeto do ambiente de trabalho.
Em 1914, o francês Jules Amar publica o livro O motor humano, a primeira obra a fornecer as bases 
fisiológicas do trabalho muscular e sua relação com as atividades profissionais. Esse livro é considerado 
a primeira obra sobre ergonomia.
A definição da IEA (Associação Internacional de Ergonomia) para ergonomia é, conforme tradução 
retirada do site da Abergo (Associação Brasileira de Ergonomia): 
[...] uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações 
entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de 
teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar 
humano e o desempenho global do sistema (ABERGO, [s.d.]).
Atividade profissional é uma série de relações, estímulos e respostas que o trabalhador estabelece 
com o objeto de seu trabalho. Essas relações ocorrem tanto no âmbito mental quanto no físico; quando 
essas solicitações ultrapassam a capacidade do trabalhador, aumenta-se o risco de acidente ou de danos 
na saúde. 
Portanto, a análise ergonômica não pode ser restrita apenas a um aspecto. Ela tem que ser 
multidisciplinar e deve incluir as características pessoais de cada trabalhador.
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A atividade sensorial e mental não é tão óbvia quanto a atividade física, mas existe em toda atividade 
humana, por mais simples que pareça. Na atividade mental, a Psicofisiologia e a Psicologia do Trabalho 
forneceram parâmetros para análise do trabalho. Deve-se fazer uma avaliação:
• da detecção da informação: a informação deve ser fornecida acima do limiar de percepção do 
trabalhador e deve permanecer por tempo suficiente para que se torne um estímulo;
• da interpretação da informação: a informação deve ser clara, não pode dar margem a 
ambiguidades e deve satisfazer a expectativa do trabalhador;
• da frequência de decisões: em um trabalho monótono, o nível de atenção do trabalhador 
cai drasticamente, resultando em omissões; por outro lado, em um trabalho que exige muitas 
decisões, a capacidade de o trabalhador reconhecer informações e resolver problemas decai ao 
longo do tempo;
• do tempo de resposta: um ser humano não consegue memorizar muitas informações simultâneas, 
correndo o risco de esquecimentos ou de alterações na resposta.
Na atividade física, precisam ser considerados:
• o limiar de força do trabalhador: os músculos executam trabalhos dinâmicos (estendendo ou 
flexionando) ou estáticos (imobilizando segmentos ósseos). Para cada tipo de esforço, o músculo 
tem uma capacidade máxima. Utilizam-se, durante o trabalho, apenas de 15% a 20% da força 
máxima. Quando esse limiar é ultrapassado, surge a fadiga, caracterizada por dores, tremores ou 
dificuldades na precisão dos movimentos;
• o ritmo de trabalho: pausas curtas e frequentes são mais eficientes que pausas longas e mais 
raras na recuperação física;
• a postura de trabalho: isso significa imobilização de partes do corpo para a execução da 
atividade física. Algumas posturas resultam em um esforço físico maior, porém são necessárias 
para viabilizar o trabalho, devido à exigência de força física, precisão de movimentos, ritmo de 
execução ou disponibilidade de espaço; 
• as condições de conforto ambiental: o trabalhador só pode conservar sua integridade física se 
seu organismo suportar as condições impostas pelo ambiente. Temperatura, umidade, velocidade 
do ar afetam diretamente a sudorese e a regulagem de temperatura do corpo. O nível de ruídos 
pode provocar danos ao sistema auditivo (risco físico), mas também interfere na execução de 
tarefas mentais mais complexas. A luminosidade também interfere na quantidade de informações 
obtidas pelo olho. Sob vibrações, o equilíbrio é perturbado e a acuidade visual diminui.
A Norma Regulamentadora n. 17 (NR-17), do Ministério do Trabalho, trata da ergonomia no ambiente 
de trabalho, mas se concentra apenas em seu aspecto físico. O objetivo desta norma é “estabelecer 
parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos 
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Biossegurança
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente” 
(BRASIL, 1978).
A NR-17 especifica parâmetros de controle para:
• levantamento, transporte e descarga de materiais pesados: o trabalhador deve receber 
treinamento adequado, a carga especificada para mulheres e menores deve ser menor que a carga 
especificada para homens, a carga deve ser compatível com a força do trabalhador;
• mobiliário: o local de trabalho deve ser planejado para garantir as distâncias recomendadas de 
mãos, pés, pernas, olhos e ser compatível com a movimentação necessária ao trabalho;
• equipamentos: os equipamentos que formamum posto de trabalho devem ser adequados às 
condições psicofisiológicas do trabalhador e à natureza do trabalho;
• organização do trabalho: nos locais onde haja trabalhos que exijam concentração e atividade 
intelectual, como salas de controle, laboratórios e escritórios, recomenda-se o controle do ruído e 
das condições de conforto térmico. 
 observação
Os conceitos de perigo físico, químico, biológico e ergonômico são os 
fundamentos básicos para a compreensão da biossegurança. 
2 LeR/doRt
A expressão LER (Lesões por Esforços Repetitivos) surgiu oficialmente no Brasil em 1997, com a 
publicação da Portaria n. 4.062, que reconheceu a tenossinovite como uma doença relacionada ao 
trabalho. A tenossinovite é uma inflamação dos tendões e das membranas que recobrem os tendões, 
provocando dor, falta de força e inchaço no local. Essa doença foi chamada, muitas vezes, de tenossinovite 
do digitador (BRASIL, 2001)
Aqui, vale fazer uma diferenciação. Segundo a Organização Mundial da Saúde, os distúrbios de 
saúde relacionados à atividade laboral se dividem em duas categorias: doença profissional e doença 
relacionada ao trabalho.
As doenças profissionais são aquelas inerentes à atividade profissional, pois não há como o 
trabalhador atuar sem estar exposto ao agente causador da doença. Um exemplo disso é o cantor de 
rock: não é possível cantar em uma apresentação sem estar exposto a um som extremamente alto, o que 
ocasiona perdas auditivas. Aqui, há uma relação direta entre causa e efeito.
No caso das doenças relacionadas ao trabalho, não é possível identificar um agente específico 
entre os que estão relacionados à atividade profissional. É o caso do professor, que usa a voz como 
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instrumento de trabalho. A utilização da voz está condicionada ao comportamento da classe, à matéria 
dada, à hidratação da garganta, à umidade relativa do ar, ao seu período de descanso, enfim, a uma 
gama enorme de fatores.
A expressão LER passou a ser usada indiscriminadamente, abrangendo os distúrbios ou doenças do 
sistema músculo-esquelético-ligamentar, relacionadas ou não ao trabalho. Neste panorama, a expressão 
se tornou imprecisa, e os diagnósticos muitas vezes deixaram de ser tendinite ou bursite e passaram a 
ser LER (BARBOSA, 2002).
Em 1998, por meio da Ordem de Serviço INSS/DSS n. 606, foi adotada a terminologia Doença 
Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (DORT), equiparando-a à LER para respeitar a literatura já 
existente na época. A partir daí, as expressões LER e DORT aparecem juntas, na forma LER/DORT.
Apesar dessa equiparação, para efeito de continuidade histórica da literatura publicada, a OS n. 606 
justifica a mudança de terminologia afirmando que:
[...] o termo LER é genérico, e o médico deve sempre procurar determinar o 
diagnóstico específico. Como se refere a diversas patologias distintas, torna-
se difícil estabelecer o tempo necessário para uma lesão persistente passar 
a ser considerada como crônica. Além disso, até a mesma patologia pode se 
instalar e evoluir de forma diferente, dependendo dos fatores etiológicos.
Com todas essas limitações, o que se pode dizer é que as lesões causadas 
por esforços repetitivos são patologias, manifestações ou síndromes 
patológicas que se instalam insidiosamente em determinados segmentos 
do corpo, em consequência de trabalho realizado de forma inadequada. 
Assim, o nexo é parte indissociável do diagnóstico que se fundamenta numa 
boa anamnese ocupacional e em relatórios de profissionais que conhecem 
a situação de trabalho, permitindo a correlação do quadro clínico com a 
atividade ocupacional efetivamente desempenhada pelo trabalhador, donde 
a proposta da nova terminologia Distúrbios Osteomusculares Relacionados 
ao Trabalho – DORT (BRASIL, 1998). 
As doenças enquadradas nesse grupo compreendem uma heterogeneidade de distúrbios funcionais 
e/ou orgânicos, que manifestam em seu portador sintomas comuns, muitas vezes inespecíficos, como:
• fadiga muscular;
• dor;
• parestesia;
• sensação de peso;
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• mal-estar;
• processos inflamatórios em tendões, ligamentos e bursas sinoviais;
• contraturas musculares etc.
O desenvolvimento da LER/DORT está relacionado a diversas causas. Então, é muito importante 
analisar cada caso e determinar quais os fatores de risco envolvidos de forma direta ou indireta na 
ocorrência. 
Esses fatores de riscos são determinados por meio de anamnese feita pelo médico do trabalho, 
procurando identificar as interações entre os possíveis fatores de riscos e se essa interação é capaz de 
ultrapassar a capacidade de regeneração do tecido muscular, mesmo se o funcionamento deste esteja 
parcialmente mantido.
Nesta caracterização, é importante observar alguns elementos, como: 
• a região anatômica e a biomecânica associada a ela;
• a intensidade do esforço;
• a organização temporal do trabalho (a duração do ciclo de trabalho e a distribuição das pausas);
• a adequação do posto de trabalho;
• o conforto ambiental;
• a carga estática;
• a invariabilidade da tarefa;
• as exigências de atenção, provocando aumento de tensão muscular ou reação mais generalizada 
de estresse;
• os fatores psicossociais ligados ao trabalho, como percepções relativas à carreira, à carga e ao 
ritmo de trabalho e ao ambiente social e técnico do trabalho. 
As LER/DORT são doenças de notificação obrigatória. Quando o médico do trabalho suspeitar de 
uma LER/DORT, deve emitir uma Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para o INSS, mesmo que a 
doença não provoque a incapacitação do trabalhador ou gere o seu afastamento.
A CAT é um documento utilizado pelo INSS para a obtenção de dados relativos aos acidentes 
do trabalho e às doenças ocupacionais. O objetivo dessa captação é fornecer informações para o 
enquadramento das empresas segundo os graus de risco no ambiente do trabalho, para o cálculo da 
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contribuição da empresa ao INSS, destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do 
grau de incidência dos acidentes e subsidiar políticas de prevenção e fiscalização das empresas.
2.1 Ginástica laboral
A ginástica laboral começou na indústria com o objetivo de dar repouso ativo aos operários por 
alguns períodos durante sua jornada de trabalho. A primeira referência bibliográfica de que se tem 
notícia sobre esse tipo de experiência é um manual editado na Polônia, em 1925. Posteriormente, 
surgiram também outras publicações na Holanda e na Rússia.
Neste último país, milhões de operários em milhares de empresas passaram a praticar a ginástica 
laboral, adaptada a cada ocupação, nas décadas anteriores à Segunda Guerra Mundial. Nos anos 1960, 
já com o nome ora apresentado, a ginástica laboral renasceu na Bulgária, na Alemanha, na Suécia e no 
Japão, sendo que, neste último, consolidou-se sua obrigatoriedade com relação a determinadas tarefas 
industriais. Nos EUA, desde 1974, trabalhadores de empresas estão envolvidos em programas diários de 
ginástica durante a jornada de trabalho.
A ginástica laboral visa à promoção da saúde e melhora das condições de trabalho, além da 
preparação biopsicossocial dos participantes. Contribui direta ou indiretamente para a redução 
de lesões por esforços repetitivos, consequentemente proporcionando aumento da produtividade 
com qualidade.
Há três tipos de ginástica utilizada pelas empresas:
• ginástica compensatória – praticada antes do expediente, tem como objetivo proporcionar 
aquecimento para o trabalhador;
• ginástica de pausa – praticada no meio do expediente, tem como meta aliviar as tensões e 
fortalecer os músculos do trabalhador;
• ginástica de relaxamento ou compensatória – praticada após o expediente, tem como alvo 
proporcionar relaxamentomuscular e mental aos trabalhadores.
Certas empresas, setores de escritório e outros muitas vezes colocam o indivíduo em inatividade 
motora, causando-lhe grandes problemas; exemplo disso são trabalhadores com problema de coluna, 
pressão arterial etc. Algumas empresas renomadas já constataram resultados positivos na prevenção 
de acidentes de trabalho, promoção da saúde e lazer para os trabalhadores, proporcionando melhor 
rendimento no trabalho.
É de grande importância que a maioria das empresas adote o programa para melhoria da 
qualidade de vida (ginástica laboral) dos funcionários por um profissional. Com certeza, não só 
teremos melhor produtividade, mas também melhor relacionamento recíproco nas atividades 
diárias.
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Biossegurança
 saiba mais
O uso da ginástica laboral foi adotado nos anos 1980 pela indústria 
automotiva japonesa, então em franca expansão no mercado americano.
A comédia Fábrica de loucuras, de 1986, retrata os conflitos entre o 
modo de produção oriental e o ocidental na época e mostra aplicações de 
ginástica laboral.
FÁBRICA de loucuras. Dir. Ron Howard. Estados Unidos, 1986. 
3 RotuLAGeM, sIMBoLoGIA de RIsCo e InFeCção HosPItALAR
3.1 Rotulagem e simbologia de risco
Conforme discutimos, quando um laboratório adquire um produto químico no Brasil, o recipiente 
desse produto deve possuir um rótulo contendo informações de acordo com o especificado na norma 
NBR 14725.
Agora, descreveremos a simbologia especificada nessa norma, na norma NBR 7500, além de 
discutirmos outras maneiras de se especificarem as características de produtos químicos e contaminantes 
biológicos.
3.1.1 Rotulagem em fracionamentos
Quando um laboratório compra um produto químico, dificilmente o faz em pequenas quantidades. 
Normalmente, esses produtos vêm em frascos de grande porte, o que torna impraticável o seu uso em 
bancadas de trabalho. Neste caso, o trabalhador precisará fracionar o material e acondicioná-lo em um 
novo frasco. Da mesma forma, quando é necessário fazer uma mistura, uma solução ou qualquer outro 
tipo de preparação, também pode ser preciso o acondicionamento dos produtos em frascos específicos 
para uso posterior.
Esses frascos podem se tornar um grande perigo, pois, com o acúmulo de vários frascos, o trabalhador 
poderá não identificar mais seus conteúdos. 
Cada laboratório possui, especificado nas suas rotinas de trabalho, algum procedimento de rotulagem 
de fracionamentos, porém algumas informações são fundamentais. Todos esses frascos devem conter 
um rótulo com as seguintes informações:
• nome do produto; 
• quem o preparou;
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• data de preparo;
• data de validade.
Importante: ao se reutilizar um frasco, é necessário que se remova completamente a etiqueta inicial 
antes de se colocar uma etiqueta nova. Caso seja encontrado um frasco sem rótulo de identificação, 
não se deve tentar adivinhar o que há em seu interior; se não houver possibilidade de identificação, o 
produto deve ser descartado.
É perigoso reutilizar o frasco de um produto rotulado para guardar qualquer outro diferente, ou 
mesmo colocar outra etiqueta sobre a original. Isso pode causar acidentes.
3.1.2 Símbolo de risco biológico
Todo material contaminado deve ser coletado em separado do lixo comum. Esse material deve ser 
recolhido em sacos plásticos brancos com o símbolo de risco biológico. Esse símbolo é internacional e, 
no Brasil, é reconhecido na norma NBR 7500:2003.
 saiba mais
Para conhecer o símbolo de risco biológico, acesso o link:
<http://sistemasweb.agricultura.gov.br/arquivosislegis/anexos/
imagens/imagem(110).JPG>.
Caso haja necessidade de armazenamento desses resíduos, estes devem ser depositados em baldes 
de lixo que apresentem a indicação de lixo contaminado não autoclavado.
Resíduos líquidos devem conter a descrição da natureza do soluto e do solvente, com respectivas 
concentrações. A informação deve ser a mais exata possível.
3.1.3 Símbolos de riscos químicos
A rotulagem por intermédio de símbolos e textos de avisos é precaução essencial de segurança. 
Os rótulos ou etiquetas aplicados sobre uma embalagem devem conter em seu texto as informações 
necessárias para que o produto ali contido seja tratado com toda a segurança possível.
Facilmente inflamável (F) 
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• Classificação: 
Determinados peróxidos orgânicos; líquidos com pontos de inflamação inferior a 21 °C, substâncias 
sólidas fáceis de inflamar, de continuar queimando por si só; liberam substâncias facilmente inflamáveis 
por ação da umidade.
• Precaução: 
Evitar contato com o ar, a formação de misturas inflamáveis gás-ar e manter afastadas de fontes 
de ignição.
 saiba mais
Para conhecer o símbolo, acesse o link:
<http://www.insensinverso.org/immagini/lezioni_di_sicurezza.9_clip_
image008.jpg>.
Extremamente inflamável (F+)
• Classificação: 
Líquidos com ponto de inflamabilidade inferior a 0 °C e ponto máximo de ebulição a 35 °C; gases, 
misturas de gases (presentes em forma líquida) que, com o ar e a pressão normal, podem se inflamar 
facilmente.
• Precauções: 
Manter longe de chamas abertas e fontes de ignição.
 saiba mais
Para conhecer o símbolo, acesse o link:
<http://www.insensinverso.org/immagini/lezioni_di_sicurezza.9_clip_
image006.jpg>.
Tóxicos (T) 
• Classificação: 
São agentes químicos que, ao serem introduzidos no organismo por inalação, absorção ou ingestão, 
podem causar efeitos graves e/ou mortais.
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• Precaução: 
Evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados especiais com produtos 
cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos.
 saiba mais
Para conhecer o símbolo, acesse o link:
<http://www.insensinverso.org/immagini/lezioni_di_sicurezza.9_clip_
image006.jpg>.
Muito tóxico (T+) 
• Classificação: 
A inalação, ingestão ou absorção através da pele provoca danos muito graves à saúde na maior parte 
das vezes ou mesmo a morte.
• Precaução: 
Evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados especiais com produtos 
cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos.
 saiba mais
Para conhecer o símbolo, acesse o link:
<http://www.insensinverso.org/immagini/lezioni_di_sicurezza.9_clip_
image010.jpg>.
Corrosivo (C) 
• Classificação: 
Esses produtos químicos causam destruição de tecidos vivos e/ou materiais inertes.
• Precaução: 
Não inalar os vapores e evitar o contato com a pele, os olhos e o vestuário.
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 saiba mais
Para conhecer o símbolo, acesse o link:
<http://www.educadores.diaadia .pr.gov.br/arquivos/ Image/
dezembro2011/ciencias_imagens/224corrosivo.jpg>.
Oxidante (O) 
• Classificação:
São agentes que desprendem oxigênio e favorecem a combustão. Podem inflamar substâncias 
combustíveis ou acelerar a propagação de incêndio.
• Precaução:
Evitar qualquer contato com substâncias combustíveis. Perigo de incêndio. O incêndio pode ser 
favorecido, dificultando a sua extinção.
 saiba mais
Para conhecer o símbolo, acesse o link:
<http://www.educadores.diaadia .pr.gov.br/arquivos/ Image/
dezembro2011/ciencias_imagens/226comburente.jpg>.
Nocivo (Xn) 
• Classificação: 
São agentes químicos que, por inalação, absorção ou ingestão, produzem efeitos de menor gravidade.
• Precaução: 
Evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados especiais com produtos 
cancerígenos, teratogênicos ou mutagênicos.
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 saiba mais
Para conhecer o símbolo, acesse o link:
<http://www.insensinverso.org/immagini/lezioni_di_sicurezza.9_clip_image014.jpg>.
Irritante (Xi)
• Classificação: 
Esse símbolo indica substâncias que podem desenvolver ação irritante sobre a pele, os olhos e o trato 
respiratório.
• Precaução: 
Não inalar os vapores e evitar o contato com a pele e os olhos.
 saiba mais
Para conhecer o símbolo, acesse o link:
<http://www.insensinverso.org/immagini/lezioni_di_sicurezza.9_clip_
image018.jpg>.
Explosivo (E) 
• Classificação: 
São agentes químicos que, pela ação de choque, percussão ou fricção, produzem centelhas ou calor 
suficiente para iniciar um processo destrutivo por meio de violenta liberação de energia.
• Precaução: 
Evitar atrito, choque, fricção, formação de faísca e ação do calor.
 saiba mais
Para conhecer o símbolo, acesse o link:
<http://www.educadores.diaadia .pr.gov.br/arquivos/ Image/
dezembro2011/ciencias_imagens/225explosivo.jpg>.
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3.1.3.1 Diamante de Hommel
Outra simbologia bastante aplicada é o Diamante de Hommel. Diferentemente das placas de 
identificação, ele não informa qual é a substância, mas indica todos os graus de risco.
Essa simbologia foi proposta pela NFPA – Associação Nacional dos EUA para proteção contra 
incêndios – por meio da norma NFPA 704 – e é adotada internacionalmente.
Os números necessários para o preenchimento do Diamante de Hommel variam de 1 a 4 conforme 
os riscos apresentados pela substância química perigosa, podendo também constar no diagrama os 
riscos específicos dessa substância:
Riscos específicos
ReatividadeRisco á saúde
Inflamabilidade
Figura 1 - Diamante de Hommel
Riscos à saúde:
4 – Substância letal (cianureto de potássio).
3 – Substância severamente perigosa (gás cloro).
2 – Substância moderadamente perigosa (amônia).
1 – Substância levemente perigosa (água raz).
0 – Substância não perigosa ou de risco mínimo (óleo de cozinha).
Riscos específicos:
OXY – Oxidante forte.
ACID – Ácido forte.
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ALK – Alcalino (base) forte.
COR – Corrosivo.
W – Não misture com água.
Inflamabilidade: 
4 – Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis (ponto de fulgor abaixo de 23 ºC, gás propano) .
3 – Substâncias que entram em ignição à temperatura ambiente (ponto de fulgor abaixo de 38 ºC, 
gasolina).
2 – Substâncias que entram em ignição quando aquecidas moderadamente (ponto de fulgor abaixo 
de 93 ºC, diesel).
1 – Substâncias que precisam ser aquecidas para entrar em ignição (ponto de fulgor acima de 93 ºC, 
óleo de milho).
0 – Substâncias que não queimam (água).
Reatividade: 
4 – Pode explodir.
3 – Pode explodir com choque mecânico ou calor.
2 – Reação química violenta.
1 – Instável se aquecido (fósforo branco ou vermelho).
0 – Estável (nitrogênio líquido).
Exemplo: 
Se estiverem contidos em um frasco álcool etílico (cujos números referentes a riscos são: azul = 0, 
vermelho = 3 e amarelo = 0) e acetonitrila (azul = 2, vermelho = 3 e amarelo = 0), constata-se, por meio 
desses números, que a substância mais perigosa delas é a acetonitrila e que os números com os quais 
deve ser preenchido o diamante são os referentes a esta substância, mesmo que esteja presente em 
menor quantidade no frasco. Como a acetonitrila não possui riscos específicos, o diamante deve ficar 
da seguinte forma:
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Figura 2 - Diamante de Hommel
3.2 Infecção hospitalar
3.2.1 Introdução
Infecções hospitalares são as infecções adquiridas durante a internação do paciente em um hospital 
ou depois, se essas infecções tiverem relação com algum procedimento executado na internação.
Os primeiros registros sobre infecção hospitalar remontam ao ano de 325 d.C., quando os bispos 
do Concílio de Niceia, sob a liderança do imperador Constantino, determinaram que se construísse 
um hospital em cada catedral. Nesses ambientes, percebeu-se que a concentração de pessoas doentes 
facilitava a disseminação de doenças. O atendimento aos enfermos ficou a cargo da Igreja durante toda 
a Idade Média, quando a prática médica era executada sem vínculos com o hospital (LACERDA et al., 
1992).
Com o final do feudalismo e o surgimento do capitalismo, com um contingente enorme de pessoas 
abandonando o trabalho rural para se tornar mão de obra nas manufaturas em cidades, a questão da 
saúde se tornou um problema de política pública, com o Estado assumindo aos poucos seu controle. 
Surgiram aí os primeiros hospitais gerais.
Porém, somente na segunda metade do século XIX, com o trabalho de Semmelweis sobre o problema 
da febre puerperal no Hospital Geral de Viena, é que se começou uma abordagem científica sobre a 
questão da infecção. Esse hospital possuía duas alas muito próximas uma da outra. Uma era a escola 
e era frequentada por estudantes de medicina, além das parteiras. A outra ala era atendida apenas por 
parteiras. A ala escola possuía uma incidência de febre puerperal muito maior do que a outra. Essa 
incidência superava até mesmo a das mulheres que davam à luz em casa ou mesmo na rua.
Esse fato ocorreu algumas décadas antes dos trabalhos de Pasteur e Koch, que lançaram as bases 
da microbiologia, então ainda não se tinha ideia sobre os perigos biológicos, e as hipóteses levantadas 
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sobre as causas das diferentes taxas de mortalidade foram as mais diversas, incluindo questionamentos 
sobre o trajeto que o padre fazia antes de chegar ao leito das mulheres moribundas.
A luz sobre o assunto surgiu em 1847, quando um dos alunos que trabalhava no hospital 
se feriu ao fazer uma necropsia e morreu com sintomas semelhantes ao da febre puerperal. 
Semmelweis atribuiu essa mortalidade à introdução de material cadavérico na corrente sanguínea 
das pacientes e passou a obrigar os médicos e estudantes a lavarem as mãos com uma solução 
de cal clorada antes de proceder a qualquer exame. Apesar dos protestos feitos pelos médicos e 
estudantes, a mortalidade caiu de 11,4%, em 1846, para 1,27%, em 1848 (OLIVEIRA; FERNANDEZ, 
2007).
Segundo Lacerda et al. (1992), historicamente, a prática no controle de infecções está focada em 
ações exógenas, isto é, considerando-se causas externas, o que resultou na criação de inúmeras técnicas 
de assepsia, desinfecção e esterilização que, muitas vezes, carecem de comprovação científica. Para essa 
autora, isso abre um mercado enorme para as indústrias de produtos químicos e farmacêuticos, o que 
pode resultar em riscos ocupacionais decorrentes da toxidade dos produtos se ações publicitárias forem 
associadas a profissionais pouco preparados.
Além disso, as causas exógenas não são as únicas que podem provocar infecções hospitalares. Então, 
a questão das doenças infecciosas não é a simples falta de higiene. 
O corpo humano é o hábitat natural de diversos microrganismos, alguns deles patogênicos. Muitos 
deles estão do lado de fora do indivíduo, sobre a pele e cabelos, por exemplo, mas existem microrganismos 
dentro do nosso corpo também: no intestino, no estômago, nas vias aéreas etc. 
Em um indivíduo sadio, esses microrganismos estão em equilíbrio com o meio e a sua população não 
cresce. Mas, se por alguma razão tal equilíbrio é rompido, essa população pode crescer e se desenvolver, 
resultando numa infecção.
 Lembrete
O perigo biológico não é a presença do microrganismo, mas a 
possibilidade dessa população de microrganismos se desenvolver acima de 
um nível aceitável.
Cerca de 70% das infecções hospitalares têm causas endógenas (TURRINI, 2000), e dentro do ambiente 
hospitalar o controle das infecções de origem exógena é quase sempre possível com a utilização de Boas 
Práticas no ambiente de trabalho. 
Serão analisados a seguir alguns aspectos sobre as infecções resultantes de cirurgias,cujas origens 
são de microrganismos presentes no paciente (endógenos), e sobre as Comissões de Controle de Infecções 
Hospitalares, obrigatórias nos hospitais.
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3.2.2 Infecções em cirurgias
A pele é a principal barreira que o organismo tem para se proteger contra a invasão de microrganismos, 
então as cirurgias podem ser classificadas de acordo com o potencial de contaminação da incisão 
(Portaria n. 2.616/98): 
• Cirurgias limpas: são realizadas em tecidos que puderam ser descontaminados previamente e 
que não tenham nenhum processo infeccioso ou inflamatório local prévio. Não são incluídas as 
cirurgias com penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário.
• Cirurgias potencialmente contaminadas: são realizadas em tecidos com flora microbiana 
pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação. Também são incluídas as cirurgias 
com penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa.
• Cirurgias contaminadas: são realizadas em tecido com flora microbiana abundante e cuja 
descontaminação seja difícil ou quando existe a presença de inflamação aguda na incisão.
• Cirurgias infectadas: são as cirurgias realizadas em tecidos com processo infeccioso (supuração 
local) ou tecidos necróticos. 
Essa classificação, feita pelo Ministério da Saúde, mostra claramente que muitas vezes o profissional 
da área da saúde precisa conviver com a possibilidade de não conseguir eliminar a flora microbiana 
existente no paciente. Dependendo de cada situação, existe uma probabilidade maior ou menor de 
ocorrência de infecção, e diversos fatores do paciente poderão agravar essa probabilidade: obesidade, 
tabagismo, diabetes, idade, desnutrição, tempo de internação, extensão da cirurgia.
Dependendo do quadro, o profissional da saúde precisará escolher entre diversas técnicas e recursos 
para tentar conter o avanço da infecção. As estratégias mais comuns estão relacionadas com a diminuição 
do tamanho da contaminação e a melhora das defesas imunológicas do paciente.
Note que a classificação dada pelo Ministério da Saúde também dá atenção especial a cirurgias nos 
tratos digestivo, respiratório e urinário. Esses sistemas possuem, naturalmente, uma flora microbiana 
muito numerosa, e o risco da evolução para uma septicemia é muito grande.
A septicemia, sepse ou sépsis é uma infecção geral, resultante da invasão de um microrganismo 
patógeno na corrente sanguínea. Ela pode evoluir a partir de uma infecção comum e pode levar o 
paciente a óbito.
3.2.3 Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH)
A Portaria n. 2.616/MS/GM, de 12 de maio de 1998, da Anvisa, estabeleceu o Programa de 
Controle de Infecções Hospitalares, com o objetivo de reduzir a incidência e a gravidade das infecções 
hospitalares.
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Os hospitais foram obrigados a estabelecer uma comissão técnica, formada por profissionais de nível 
superior, da área da saúde, com o objetivo de assessorar a alta administração do hospital a estabelecer 
ações de controle de infecção hospitalar. Essa comissão é chamada Comissão de Controle de Infecção 
Hospitalar (CCIH). 
O presidente da comissão pode ser qualquer um de seus membros, indicado pela direção do hospital. 
Os membros da CCIH serão de dois tipos: 
• consultores: serão representantes do serviço médico, do serviço de enfermagem, do serviço de 
farmácia, do laboratório de microbiologia e da administração;
• executores: representam o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e são encarregados da 
execução das ações de controle. Serão, no mínimo, dois profissionais de nível superior da área de 
saúde para cada 200 leitos. Um desses profissionais deve ser, de preferência, enfermeiro.
O número de membros executores é aumentado se o hospital atender a pacientes em UTIs, pacientes 
queimados, submetidos a transplantes de órgãos, de oncologia ou com Aids.
A CCIH tem como função elaborar e implementar um programa para controlar as infecções 
hospitalares, contendo:
• um sistema de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares. Esse sistema é a observação 
sistemática da ocorrência da infecção hospitalar, a distribuição entre pacientes e das condições 
que afetam sua ocorrência;
• normas internas e rotinas para a prevenção e controle das infecções hospitalares;
• ações para treinamento de funcionários para a prevenção de infecções hospitalares;
• a garantia do uso racional de produtos antimicrobianos, germicidas e materiais médico-
hospitalares;
• a realização da investigação epidemiológica de casos e implantação de medidas de controle.
Essa comissão responde diretamente à alta administração do hospital, que tem também a obrigação 
legal de promover as determinações da CCIC.
4 BoAs PRÁtICAs, eQuIPAMentos de PRoteção e nÍVeIs de seGuRAnçA 
LABoRAtoRIAL
Conforme já foi explicado, Boas Práticas são procedimentos seguros de trabalho, tanto para o 
trabalhador quanto para o objeto de trabalho. Isso é muito importante quando estamos tratando de 
atividades profissionais na área da saúde.
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Todas as atividades relacionadas à saúde possuem riscos inerentes, pois expõem tanto o profissional 
quanto o objeto de trabalho a microrganismos patogênicos, substâncias perigosas ou animais agressivos. 
A expressão “Boas Práticas” vem geralmente associada a uma identificação do ramo de 
trabalho: Boas Práticas de fabricação, Boas Práticas de laboratório, Boas Práticas de preparação 
etc. Porém, o conceito é o mesmo, sofrendo adaptações de acordo com as necessidades de cada 
ramo profissional.
Essas práticas são sempre preventivas e incluem todos os aspectos da cadeia operacional, e, apesar 
de alguns procedimentos serem específicos de cada tipo de operação, alguns fatores são universais e 
sempre devem ser observados, como:
• higiene pessoal;
• uso de roupas adequadas;
• limpeza de equipamentos e utensílios;
• controle de pragas, como baratas, ratos, entre outros;
• controle da qualidade da água etc.
4.1 Boas Práticas de laboratório
Dentro de um laboratório químico, encontram-se vários elementos de risco aos seus usuários, tais 
como: máquinas, manuseio de material de vidro, uso da eletricidade, incêndio, explosão e exposição a 
substâncias químicas nocivas ao organismo humano. 
Sendo assim, a prática de laboratório exige que regras de segurança sejam rigorosamente seguidas, 
a fim de se evitarem prejuízos materiais e, principalmente, riscos à integridade física sua e dos outros à 
sua volta. 
O profissional em ação deve, portanto, adotar sempre uma atitude atenciosa, cuidadosa e metódica 
em tudo o que faz. Deve, particularmente, concentrar-se no seu trabalho e não permitir qualquer 
distração enquanto trabalha. Da mesma forma, não deve distrair os demais desnecessariamente.
Um acidente em um laboratório químico quase nunca fica restrito apenas a uma pessoa. O trabalhador 
deve estar ciente de que é responsável pela segurança tanto sua quanto da dos seus colegas.
Seguem algumas recomendações básicas de Boas Práticas de laboratório:
1. Use um avental de mangas compridas, na altura dos joelhos e fechado, calças compridas 
e calçados fechados de modo a proteger pelo menos até o peito do pé.
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As roupas são a primeira linha de defesa do corpo contra os acidentes. São uma barreira física, 
principalmente contra respingos e derramamentos de líquidos.
Imagine, por exemplo, o tombamento de uma proveta contendo ácido clorídrico sobre o tórax do 
trabalhador. Obviamente, o tecido do avental não suportará o ataque do ácido por muito tempo, mas 
este será suficiente para que o trabalhador retire o avental

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